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A resenha crítica - Um gênero do âmbito jornalístico

Ao nos referirmos sobre o âmbito jornalístico, torna-se importante mencionarmos acerca de


suas finalidades. Sendo estas, basicamente, voltadas para a informação e para a opinião em se
tratando dos acontecimentos sociais como um todo. Entretanto, há também uma outra, cuja
intenção é informar aos seus leitores sobre as inúmeras opções voltadas para a cultura e lazer
referentes a um determinado local.

A título de comprovação, basta folhearmos algumas páginas de um jornal de grande


circulação que lá ela se encontra. Trata-se de uma seção na qual existe toda uma programação
relacionada a eventos cinematográficos, teatrais, shows artísticos, mostras culturais, passeios,
dentre outros. Conjuntamente a esta, se encontra aquela direcionada para a crítica, cujo
objetivo do emissor é descrever sobre o objeto cultural, podendo referir-se a um livro, filme,
peça teatral, CD, entre outros, com vistas a estimular ou não o leitor a apreciá-lo. Como bem
nos revelam Lakatos e Marconi (1996, p. 90) ao ressaltarem:

Resenha crítica é uma descrição minuciosa que compreende certo número de fatos: é a
apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, resumo, na crítica e na
formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. A resenha crítica, em
geral, é elaborada por um cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, tem
capacidade de juízo crítico. Também pode ser realizada por estudantes; nesse caso, como
um exercício de compreensão e crítica. A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de
maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado no livro ou artigo, evidenciando a
contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias. A resenha
visa, portanto, a apresentar uma síntese das ideias fundamentais da obra.

Em se tratando de termos estruturais, pode-se dizer que o gênero possui uma estrutura livre.
Tal afirmativa não quer dizer que não seja prioritário o relatar de seus principais aspectos. De
modo contrário, faz-se necessário o destaque de alguns elementos, tais como:

* Referência bibliográfica – Autor (es), título, subtítulo, local da edição, editora e data.
* Dados referentes ao autor – Quando? Por quê? Onde?

* Dados referentes ao objeto analisado – De que se trata? O que diz? Possui alguma
característica especial?

* Resumo ou síntese das ideias principais.

* Estilo atribuído pelo objeto de estudo – Conciso, objetivo, simples? Claro, coerente,
preciso? Linguagem adequada?

* Forma – lógica, sistematizada?

Quanto à extensão do texto, esta pode variar conforme o espaço para o qual ela é destinada,
sendo que, geralmente se perfaz de um texto mais curto, assemelhando-se a um resumo. A
título de constatação acerca de tais pressupostos, observe a seguir um exemplo
representativo:

Um gramático contra a gramática


Gilberto Scarton

Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995,
112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de ideias que subverte a
ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da
gramática em sala de aula.

Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre
na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de
ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão
gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se
ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática
linguística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".

O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de


larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com
rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática
tradicional e linguística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o
saber dos gramáticos, dos linguistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o
essencial, do irrelevante.

Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de
difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o
leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz
ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser
humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer.
Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de
preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno
poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si.

Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto
pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos
ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente
fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do
ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm
ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática
na sala de aula.
Tipos de resenha
Os tipos de resenha apresentam características distintas, entretanto, a objetividade e a
imparcialidade devem ser elementos comuns a todos.
Publicado por: Luana Castro Alves Perez em Gêneros textuais que se manifestam na
pesquisa

A resenha costuma ser um gênero textual muito solicitado aos estudantes, principalmente
àqueles que já estão na universidade. Por esse motivo, saber escrever uma resenha
é fundamental para evitar situações desagradáveis ao longo do seu curso. Além de conhecer
as principais características do gênero, é muito importante que você conheça também os tipos
de resenha, que devem ser contemplados conforme a solicitação de seu professor.
Antes de apresentarmos a você os tipos de resenha, é preciso que você saiba que existem
características comuns que perpassam os três tipos. São elas:

 Objetividade;
 Imparcialidade;
 Impessoalidade;
 Cientificidade.
Acompanhe agora quais são os tipos de resenha:

 Resenha acadêmica crítica: A resenha acadêmica, também conhecida como resenha


universitária, apresenta moldes rígidos responsáveis pela padronização dos textos
científicos. Nela devem constar os seguintes elementos:
1. Identificação da obra: é indispensável que conste em sua resenha acadêmica crítica os
dados bibliográficos do livro ou artigo que será resenhado;
2. Apresentação da obra: Nesse momento você deve introduzir o assunto para o seu leitor,
abordando os principais aspectos que serão contemplados ao longo do texto;
3. Descreva a estrutura do livro ou do artigo que será resenhado: Nessa parte você deve
falar sobre a divisão em capítulos e em seções, foco narrativo e o número de páginas do
texto em sua versão integral;
4. Descreva o conteúdo: Uma boa resenha apresenta um desenvolvimento que gira em torno
de três a cinco parágrafos, o que é suficiente para sintetizar o texto fonte;
5. Apresente argumentos criados a partir de um posicionamento crítico sobre o
texto: Hora de dar a sua opinião. Muitas pessoas acham que toda resenha dispensa a
argumentação, mas isso não ocorre com a resenha crítica. É importante que você opine, mas
não se esqueça de que se trata de uma resenha, portanto, a síntese deve ser preservada;
6. Identifique o autor da obra resenhada: Atenção, nessa parte de sua resenha crítica você
deve falar sobre o autor do texto fonte, não sobre você. Apresente dados biográficos,
especialmente sobre suas obras e área de atuação;
7. Identifique-se: No último parágrafo deve constar a sua assinatura, assim como a graduação
cursada.
 Resenha descritiva: Na resenha descritiva você deverá seguir as mesmas especificações da
resenha crítica, contudo, não é necessário nem desejável apresentar argumentos criados a
partir de um posicionamento crítico sobre o texto. Como o próprio nome diz, na resenha
descritiva você deverá apenas descrever a obra resenhada, o que dispensa a opinião do
resenhista.
 Resenha temática: Esse tipo de resenha é caracterizado por abordar vários textos cuja
temática seja a mesma, ou seja, textos que tratem sobre um mesmo assunto. Sua elaboração
é mais simples do que a elaboração das resenhas críticas e descritivas. Observe:
1. Apresentação do tema: Especifique para o leitor qual é o tema que perpassa todos os textos
que serão resenhados, bem como os motivos que o levaram a escolher o assunto;
2. Resuma os textos: Um parágrafo para falar sobre cada texto é o suficiente. Não se esqueça
de citar o autor de cada um deles, assim como seu ponto de vista sobre o texto por ele
escrito;
3. Conclua sua resenha: Na resenha temática você deve apresentar argumentos e opiniões
sobre os textos resenhados. É importante também que você faça uma conclusão sobre o tema
abordado;
4. Explicite as fontes: Nas referências bibliográficas devem constar as fontes de todos os
textos que compuseram a resenha temática;
5. Identifique-se: Assim como na resenha crítica e na resenha descritiva, é preciso que você
assine e informe a graduação cursada.
 Resenha literária: tem como objetivo divulgar uma obra a partir de elementos que
permitam ao leitor conhecer os principais aspectos do objeto resenhado. Nela você deve
seguir as etapas de elaboração da resenha crítica, lembrando-se de que a resenha literária é
estritamente utilizada para livros literários.
Agora que você já sabe o que é uma resenha e sabe também as diferenças existentes entre os
tipos, é hora de escrever. Escolha aquela que é mais adequada e... bom trabalho!

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