Introdução à Probabilidade

Probabilidade Condicional e
Independência

Aula 14

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Motivação

Em algumas situações, a probabilidade de ocorrência de um certo

evento pode ser afetada se tivermos alguma informação sobre a
ocorrência ou não de um outro evento.
Exemplo 1: Considere o lançamento de dois dados honestos D1 e D2 .

D1 D2 1 2 3 4 5 6
1 (1,1) (1,2) (1,3) (1,4) (1,5) (1,6)
2 (2,1) (2,2) (2,3) (2,4) (2,5) (2,6)
3 (3,1) (3,2) (3,3) (3,4) (3,5) (3,6)
4 (4,1) (4,2) (4,3) (4,4) (4,5) (4,6)
5 (5,1) (5,2) (5,3) (5,4) (5,5) (5,6)
6 (6,1) (6,2) (6,3) (6,4) (6,5) (6,6)
Considere, agora, os eventos a seguir:
A = {(x1 , x2 ); x1 + x2 = 10} e
B = {(x1 , x2 ); x1 > x2 }.
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Motivação

Baseado nestas informações, obtenha as seguintes probabilidades:

(a) P (A) =
(b) P (B) =
(c) P (A ∩ B) =

Suponha, agora, que soubéssemos da ocorrência de B e que quisésse-

mos calcular a probabilidade de A. Vamos denotar essa probabilidade
como P (A | B). Assim, P (A | B) =

De maneira análoga, suponha que soubéssemos da ocorrência de A

e que quiséssemos calcular a probabilidade de B. Vamos denotar
essa probabilidade como P (B | A). Assim, P (B | A) =

Note que, no cálculo das probabilidades condicionais, o espaço

amostral foi reduzido ao evento B e A, respectivamente.
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Probabilidade Condicional

A definição a seguir nos permite calcular uma probabilidade condicional

sem a necessidade de reduzir o espaço amostral ao evento condicionante.
Definição 1
Formalmente, definimos probabilidade condicional de A dado a
ocorrência de B da seguinte maneira:
P (A ∩ B)
P (A | B) = , desde que P (B) > 0.
P (B)
Analogamente, definimos probabilidade condicional de B dado a
ocorrência de A da seguinte maneira:
P (A ∩ B)
P (B | A) = , desde que P (A) > 0.
P (A)

Exemplo 2: Considerando o contexto do Exemplo 1, calcule

P (A | B) e P (B | A) utilizando a definição formal de probabilidade
condicional. 4 / 14
Observações

A cada evento A ⊂ Ω associamos dois números:

P (A), a probabilidade não condicionada de A, chamada de pro-

babilidade a priori de A;

P (A | B), a probabilidade condicionada de A, desde que algum

evento B (para o qual P (B) > 0) tenha ocorrido, chamada de
probabilidade a posteriori de A dado B.

A probabilidade condicional está definida em termos da proba-

bilidade não condicionada P .

Em geral, P (A) e P (A | B) são números reais diferentes.

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Observações

Probabilidades condicionais satisfazem todas as propriedades

das probabilidades comuns, ou seja, se A e B são eventos quais-
quer do espaço amostral Ω, tal que P (B) > 0, então:

0 ≤ P (A | B) ≤ 1;

P (Ω | B) = 1;

Se Ai , i = 1, 2, . . . é uma sequência de eventos dois a dois

mutuamente excludentes (disjuntos), ou seja, Ai ∩ Aj = φ,
∀ i 6= j, então

P (A1 ∪ A2 ∪ · · · | B) = P (A1 | B) + P (A2 | B) + · · ·

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Regra do Produto de Probabilidades

Da definição de probabilidade condicional, podemos dizer que

P (A ∩ B) = P (B) · P (A | B), se P (B) > 0,

ou equivalentemente,

P (A ∩ B) = P (A) · P (B | A), se P (A) > 0.

Este resultado é denominado de Regra do Produto de Probabili-

dades.

Generalização da Regra do Produto

Se P (A1 ∩ A2 ∩ · · · ∩ An ) 6= 0, então
P (A1 ∩ A2 ∩ · · · ∩ An ) = P (A1 ) · P (A2 | A1 ) · P (A3 | A1 ∩ A2 ) · · ·
P (An | A1 ∩ A2 ∩ · · · An−1 ).

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Exemplo 3

Um empreiteiro apresentou orçamentos separados para a execução

da parte elétrica e hidraúlica de um edifı́cio. A probabilidade dele
ganhar a concorrência da parte elétrica é igual a 1/2. Caso ele ganhe
a parte elétrica, a probabilidade de ganhar a parte hidraúlica é de
3/4; caso contrário, essa probabilidade é de 1/3. Neste caso, qual é
a probabilidade dele

(a) ganhar os dois contratos?

(b) ganhar apenas um contrato?
(c) ganhar pelo menos um dos contratos?
(d) não ganhar contrato algum?

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Eventos Independentes

Dois eventos A e B são independentes se, e somente se,

P (A | B) = P (A) ou P (B | A) = P (B).

Equivalentemente, dizemos que dois eventos A e B são

independentes se, e somente se,

P (A ∩ B) = P (A)P (B).

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Eventos Independentes

Vejamos agora o conceito de independência para três eventos.

Dizemos que os eventos A, B e C são (coletivamente)

independentes se, e somente se,
P (A ∩ B) = P (A) · P (B),
P (A ∩ C) = P (A) · P (C),
P (B ∩ C) = P (B) · P (C),
P (A ∩ B ∩ C) = P (A) · P (B) · P (C).

Observação: Se apenas as três primeiras relações acima estiverem

satisfeitas, dizemos que os eventos são independentes aos pares.
É possı́vel que três eventos sejam independentes aos pares mas não
sejam (coletivamente) independentes. A definição pode ser estendida
facilmente para um número finito qualquer de eventos.
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Exemplos

(4) A probabilidade de que A resolva um problema é de 2/3, e a

proba- bilidade de que B o resolva é de 3/4. Se ambos tentarem
independentemente, qual a probabilidade de:
(a) Ambos resolverem o problema?
(b) O problema ser resolvido?
(c) Apenas B conseguir resolver o problema?
(d) Nenhum deles conseguir resolver o problema?

(5) Se duas moedas equilibradas (sem vı́cio) são lançadas, determi-

ne qual a probabilidade de ambas darem cara? E se três moedas
fossem lançadas, qual a probabilidade de ocorrer três caras?

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Exercı́cios

(1) Sejam A, B e C eventos sobre o mesmo espaço amostral Ω tais

que P (A) = 8/16; P (B) = 9/16; P ((B ∩ C) | A) = 1/8 e
P ((A ∩ C c ) | B) = 2/9. Calcule:
(a) P (A ∩ B ∩ C).
(b) P (A ∩ B).
(c) P (A ∪ B).

(2) Consideremos dois dados, sendo um deles honesto com P ({1}) =

P ({2}) = P ({3}) = P ({4}) = P ({5}) = P ({6}) = 61 e ou-
tro viciado com P ({1}) = 12 , P ({2}) = P ({3}) = P ({4}) =
1
P ({5}) = P ({6}) = 10 . Escolhe-se aleatoriamente um dado e
efetuam-se dois lançamentos, obtendo-se dois resultados iguais
a 1. Diante desse fato, qual é a probabilidade de que o dado
escolhido tenha sido o viciado?

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Exercı́cios

(3) Três componentes c1 , c2 e c3 de um mecanismo são postos

em série. Suponha que esses componentes sejam dispostos em
ordem aleatória. Considere os seguintes eventos
A : c2 está à direita de c1 ;
B : c3 está à direita de c1 .
Os eventos A e B são independentes? Justifique formalmente!
(4) Mostre que, se A e B são independentes, tambem o serão
Ac e B c , A e B c e Ac e B.
(5) Três dispostivos, A1 , A2 e A3 , que compõem um alarme, estão
dispostos de tal forma que qualquer um deles funcionará
independentemente quando algo estranho ocorrer. Se cada dis-
positivo tem probabilidade igual a 0, 90 de funcionar efetiva-
mente, determine a probabilidade de se ouvir o alarme quando
necessário.

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“Hora da chamada...”

Exercı́cios Sugeridos: Capı́tulo 5 do livro texto

Questões: 15 a 22; 26 a 36; 38; 40 a 43; 46 a 51.

Bibliografia
Estatı́stica Básica (7a edição). Wilton O. Bussab e Pedro A. Morettin
(2011). Editora Saraiva. (livro texto)

Confúcio
Se queres prever o futuro, estuda o passado.

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