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Reguladoras Independentes
Resumo
Diante do modelo regulatório implementado no Brasil, agencias aqui criadas, assim como e outros
modelos, acabam por estarem mais suscetíveis aos riscos da captura. O conflito inelutável existente
entre os interesses dos regulados, dos agentes políticos cumulado aos interesses da coletividade,
findam na nutrição da possibilidade de direcionamento da atividade das agências regulatórias. O
presente texto propõe o estudo acerca da contribuição do judiciário, enquanto agente de combate
aos distúrbios causados pela captura.
Abstract
Given the regulatory model implemented in Brazil, agencies created here, as well as other models,
end up being more susceptible to the risks of capture. The ineluctable conflict between the interests
of the regulated, the political agents cumulated to the interests of the collective, end in nourishing
the possibility of directing the activity of the regulatory agencies. The present text proposes the study
about the contribution of the judiciary, as an agent to combat the disturbances caused by the
capture.
1. INTRODUÇÃO
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Para obtenção da eficácia no presente estudo o artigo sobre o tema contará com
pesquisa empírica e teórica com a coleta de literatura, jurisprudência nos mais variados
sentidos como busca de soluções que possam erradicar a incidência da captura e seus
efeitos negativos refletivos na atividade regulatória.
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O modelo paternalista já não era suficiente, pois não conseguia atender com
eficiência a sua proposta, e de modo oposta o estado liberal que segundo Marcelo
Catoni , que prometia uma liberdade contornada pela auto regulação dos entes privados
não conferia a segurança necessária aos consumidores e nem tampouco garantia a
estabilidade o mercado financeiro tão almejada.
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legislativa das agências reguladoras estejam sempre sendo colocadas em cheque, e nesse
ponto e se valendo do juiz de autoridade e conveniência e que surgem como do
Professor Moreira Neto:
Em suma tem-se que a revisão pelo judiciário apesar de ser uma das formas de
controle da atividade regulatória, passa a ser um ponto de revisão de decisões por
aqueles que a tenham julgados como desfavorável, a utilização do judiciário não pode
suprimir ou mesmo excluir as decisões das agencias, mas tão somente proceder de
forma a anular abusos ou atos que passem a ser contrários a que se destinam, sob pena
de desregular o mercado nas palavras de Sergio Guerra:
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Essa inversão inclusive pode gerar a captura por meio do judiciário, conforme
já adiantado no capitulo anterior. Os intensos números de ações que visam rever decisão
de órgãos administrativos por meio do judiciário refletem bem este pensamento.
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A medida destas revisões pelo judiciário devem ser pautadas pelos princípios
norteadores da administração publica, como a razoabilidade proporcionalidade,
moralidade e eficiência, deixando aspectos técnicos para competência exclusiva da
agência.
6. CONCLUSÃO
Não diferente do que ocorreu em outros países, como Estados Unidos, onde a
regulação por meio de agencia possui maior histórico de criação, estes órgãos passaram
a sofrer com influência e tendencialíssimos nas suas decisões, fazendo com que as
decisões passassem a favorecer determinados entes ou setores em prejuízo da
imparcialidade com que deveriam agir. A partir dessa corrupção do sistema, e que se
deu inicio e estudo da formação da chamada Teoria da Captura, que de forma suscita
aduz a desvio da imparcialidade do órgão na tomada de medidas na atividade
regulatória, com objetivo de favorecer este ou aquele.
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Relevância deve ser dada ao assunto, uma vez que seus efeitos geraram
prejuízos de ordem econômica de grande monta ao Estado. Sendo o judiciário o único
órgão legitimado e previsto constitucionalmente, capaz de rever atos e decisões
administrativos, que possam auferir risco ou lesão a direitos, o referido passa a ser tido
como á verdadeira “ Guarda Pretoriana”
Ainda que sob a luz da mais irrestrita boa-fé deve o judiciário, respeitar as
decisões técnicas assumidas pela agencia, salvo claro na ocorrência de vicio a obtenção
do parecer técnico. As atividades da regulação estatal, foram delineadas quando da sua
constituição, restando claro que regulador deve “buscar o interesse publico”, mas,
sobretudo ponderando-a sobre os interesses em jogo para que não haja em hipótese
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7. BIBLIOGRAFIA
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2006.
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo :
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