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GETÚLIO VARGAS
APOSTILA
DE
TELEFONIA
VOL. 02
APARELHO TELEFÔNICO
São Paulo
2007
APARELHO TELEFÔNICO
TELEFONE
1. FUNDAMENTOS DE ACÚSTICA
O som é uma energia mecânica, necessitando de um meio material para sua propagação,
diferentemente da energia eletromagnética que se propaga no vácuo.
O ar constitui um meio do qual o som pode ser transmitido, entretanto, outros meios, sejam
eles sólidos ou líquidos podem servir para sua propagação.
Constata-se que um meio com maior densidade, ou seja, um sólido, propaga o som melhor
que o ar.
As freqüências audíveis vão desde 16 Hz até 20 kHz, sendo que o limite superior varia de
pessoa para pessoa e decresce com a idade.
Para que o som possa ser percebido pelos órgãos auditivos, deve haver uma intensidade
mínima, que corresponde ao limite superior de audibilidade, chamado umbral de
audibilidade. Este limite varia com a freqüência, sendo que o ouvido humano tem uma
sensibilidade maior para as freqüências de aproximadamente 3 kHz.
Curva de resposta em
freqüência do ouvido humano.
A voz humana produz vibração sonora de uma faixa de freqüências de 100 Hz a 10 kHz.
Cada som emitido é composto simultaneamente de diversas freqüências. A freqüência dos
sons vocais são harmônicos de uma certa freqüência fundamental das cordas vocais.
A potência média da voz de diversas pessoas pode variar dentro de amplos limites, sendo,
no entanto de um valor muito baixo. Uma pessoa falando baixo produz 0,001 microwatt,
falando normalmente 10 microwatts, e gritando 1 a 2 miliwatts.
Outra característica importante da voz que deve ser levada em conta, é que a maior parte da
energia está concentrada nas baixas freqüências.
Curva característica
da voz humana no
domínio da freqüência
1.2 INTELIGIBILIDADE
Diversos estudos foram realizados para determinar qual a faixa de freqüências mais
apropriada, sob o ponto de vista econômico e de qualidade para as comunicações.
Para fonia (transmissão de voz), foram basicamente levados em conta os seguintes fatores,
resultantes das características da voz e do ouvido humano;
• Inteligibilidade,
• Energia da voz
Verificou-se que na faixa de 100 a 1,5 kHz estava concentrada 90% da energia da voz
humana, enquanto que na faixa acima de 1,5kHz estava concentrada 70% da
inteligibilidade das palavras.
Baseado num compromisso entre estes dois valores, foi escolhida a faixa de voz entre 300 a
3,4 kHz para comunicações telefônicas, o que garante 85% de inteligibilidade e 68% de
energia e da voz recebida pelo ouvinte. Para transmissão de música, no entanto, é
necessário uma faixa bem maior, de 50 Hz a 10 kHz.
2. O TELEFONE
O aparelho telefônico foi inventado por Alexander Graham Bell, em 1876, possibilitando
duas pessoas falarem por um circuito através de fios.
Após todos estes anos da invenção na qual a tecnologia e os materiais tenham sido
modificados substancialmente, o principio de funcionamento é o mesmo ao de 100 anos
atrás.
• Solicitar a utilização dos recursos da central local, quando o usuário retira o fone do
gancho;
• Informar o usuário que a central local está apta para o início da chamada, emitindo o
tom de discar;
• Transmitir o número de telefone do chamado à central local;
• Indicar o estado de uma chamada em progresso (tocando campainha, ocupado, etc..)
• Avisar o usuário que uma chamada está ocorrendo (toque de campainha);
• Transformar a energia acústica de voz em energia elétrica e vice-versa;
• Ajustar automaticamente as variações existentes nos comprimentos dos cabos;
• Avisar a central local que a chamada terminou logo após o usuário chamador
colocar o fone no gancho.
Sendo que de maneira simples podemos dizer que o telefone possui três circuitos básicos:
2.1.1 Transmissor
Quando nos referimos ao circuito de voz, responsável pela conversão de sinais elétricos em
sonoros e vice-versa, temos a cápsula transmissora, que gera vibrações que são transmitidas
a um diafragma, este comprime as partículas de carvão, as quais são comprimidas umas
contra as outras, fazendo maior contato entre elas e a resistência entre os dois eletrodos do
microfone diminui, quando o diafragma volta a posição original diminui a área de contato
entre as partículas de carvão e a resistência aumenta.
Quando uma corrente circula nos terminais da cápsula, temos como resultado uma corrente
variante no tempo. As cápsulas de carvão são as mais baratas e de menor qualidade, suas
características são muito instáveis e causam grande distorção.
Transformação de
energias elétrica em
acústica
Cápsula transmissora a
carvão.
Cápsula
transmissora de
aparelho telefônico
Nos dias de hoje esta função é realizada por microfones de eletreto, que é composto por um
material cerâmico, que ao ser comprimido produz uma variação de tensão na saída.
Microfone de
eletreto
Neste tipo de cápsula a variação causada pelas laminas internas são muito pequenas, a qual
deve ser então amplificada, através de um amplificador do tipo FET. A desvantagem deste
tipo de cápsula é a sensibilidade a interferência por rádio freqüência (RF), devido a alta
impedância do FET.
2.1.2 Receptor
O receptor, também conhecido como cápsula receptora, faz a função inversa, ou seja,
transforma as variações de corrente elétrica em variações sonoras.
Transformação de energia
elétrica em acústica
(cápsula magnética).
Nas cápsulas receptoras dinâmicas, a bobina pela qual circula a corrente DC está unida à
membrana, movendo-se num campo magnético cilíndrico (figura abaixo), sendo a força
que atua sobre a bobina e a membrana é proporcional à força do campo magnético.
Transformação de
energia elétrica em
acústica
(cápsula dinâmica).
Cápsula receptora
Monofones
Um assinante, quando deseja originar uma chamada ou efetuar uma ligação, retira o
monofone do gancho e aguarda o tom de discar (ou tom de linha).
Após a confirmação do sinal, ele deverá enviar a informação à central local do número
com que deseje falar.
Para isto, os aparelhos telefônicos são dotados de um teclado ou disco numérico, de forma
que o assinante chamador envie à central o número do assinante chamado.
Disco numérico
O sinal produzido pode ser uma seqüência de pulsos ou sinais multifrequeciais DTMF.
Nos telefones com disco, o usuário gira o disco no sentido horário até o elemento de
bloqueio (ou encosto). O disco ao retornar a posição normal, devido à ação de uma mola,
provoca a abertura no loop de corrente da linha, tantas vezes quanto for o número discado.
33,33 ms
66,66 ms
O telefone de disco é composto por partes eletromecânicas que ao girar, enviam pulsos de
corrente à linha telefônica. Estes tipos de aparelhos foram substituídos por teclados, o qual
torna-se mais fácil de usar, alem disso o telefone de teclado tornou a discagem mais
rápida, outra facilidade do teclado refere-se que estes possuem uma chave tom / pulso a
deve ser colocada na conversão adequada da linha. Na forma de pulso seria o equivalente
ao telefone de disco numérico, só que os pulsos são realizados no interior do aparelho. Na
versão tom, são enviados tons multifrequenciais DTMF (Dual Tom Multifrequency) à
linha telefônica.
aproximadamente 100 ms, à central local, que filtra e identifica o par como sendo o código
de um número predeterminado.
Cada dígito decimal ou tecla possui um par de freqüências específicas, como mostrado na
figura abaixo.
Tons multifrequenciais.
A quarta coluna é utilizada
para aplicações especiais.
Os sinais DTMF pôr serem confiáveis e facilitarem o projeto de circuitos eletrônicos, têm
contribuído para o desenvolvimento de equipamentos sofisticados para automação e
controle, como, por exemplo, atendimento automático para saldo bancário, saldo de cartão
de crédito, identificadores de chamada (BINA).
A central telefônica após identificar o assinante chamado deve enviar um sinal e fazer soar
a campainha do telefone. Esse sinal deve ter potência suficiente para avisa-lo da chamada a
uma distância razoável.
Nos aparelhos mais antigos, foi utilizada uma campainha eletromagnética. A corrente
necessária e padronizada para esse fim foi a corrente alternada, senoidal, cujo valor poderá
estar situado entre 70 a 90 Vrms (eficazes) com freqüência de 25 Hz (+/- 20 %).
Chave
a Circui-
C to do
Linha de Apa-
Assinante relho
Campainha Telefô-
nico
20 ~25 Hz
b
A chave, quando o fone está no gancho, fica aberta. Quando o usuário tira o fone do
gancho, interrompe a corrente alternada e simultaneamente uma corrente contínua alimenta
o aparelho telefônico.
Dessa forma, todos os circuitos combinados, forma o diagrama geral do telefone, conforme
indicado abaixo.
5. SINALIZAÇÃO
Sem dúvida, os equipamentos que compõem um sistema telefônico foram criados para
possibilitar a comunicação entre os humanos. Porém, entre as centrais telefônicas, deverão
precisará haver uma comunicação protocolar para que o sistema funcione de forma
autocontrolada e auto-sustentada, conhecidas pelo nome de sinalização.
Também conhecida como Sinalização Acústica, consiste em uma série de sinais audíveis com
freqüências e cadências preestabelecidas emitidas da central telefônica para o assinante e se
divide em:
A central enviará esse sinal toda vez que for reconhecido que o assinante retirou o fone
do gancho, pois isso indicará que ela estará pronta para receber o número do assinante
destino.
A tensão presente na linha de assinante quando o fone estiver no gancho (loop aberto)
será de -48 volts DC, quando o usuário retirar o fone, uma chave fechará o loop de linha e
a tensão cairá para aproximadamente 12 Volts DC, que será detectada pela central e
assim saberá que o fone foi retirado do gancho.
O assinante que deseja fazer a ligação terá um tempo determinado pela central entre 15 a 20
segundos para fazê-lo, caso não o faça, será desligado da central, para que não ocupe o
sistema e receberá um sinal de ocupado, sinalizando para que refaça a ligação.
Gráfico do Sinal
Elétrico do Tom de
Discar.
O sinal (também denominado RBT) que informa ao assinante originador da chamada que
ela foi processada pela central e que o assinante de destino foi localizado. Nesse momento,
O sinal vem de forma cadenciada, na razão de 1:4, isto é, um segundo de toque (corrente
de toque de campainha) para 4 segundos de silêncio. A freqüência desse sinal é de
425Hz ± 25Hz.
Gráfico do Sinal
elétrico do Tom
de Discar
Esse sinal será de 425Hz, cadenciado em ciclos iguais de 250ms de sinal e 250ms de
silêncio (1/4 de segundo).
Gráfico do
Sinal
elétrico do
Tom de
Ocupado
5.1.4
1.4 Tom de Número Inacessível (TNI)
Esse sinal tem sido gradativamente substituído por uma gravação do tipo “esse número não
existe ou foi mudado, favor ligar para o serviço de auxílio à Lista 102”.
É uma corrente alternada produzida com uma tensão de 75 Volts rms (eficazes) com
tolerância de +20% e freqüência de 25Hz, enviada à campainha (circuito ring) do telefone do
assinante de destino, informando-o sobre a existência da chamada.
Sinalizações
Existem outros tons, como o Tom de advertência de Telefone Público, que informa ao
usuário de telefone público o momento de trocar o cartão ou colocar outra ficha
(moeda); Tom de Confirmação de Programação, utilizado na programação de centrais
privadas tipo PABX, Tom de Chamada em Espera, utilizado pelas centrais digitais quando o
assinante usufrui a facilidade de atender duas chamadas em uma mesma linha, dentre
outras sinalizações de assinante.
Os aparelhos digitais possuem funções especiais, com comunicação direta e rápida com o
sistema de comutação, como;
• BINA,
• Correio de voz,
• Agendas.
O telefone sem fio é um aparelho com uma parte fixa denominada unidade base, e outra
móvel.
Os telefones sem fio comuns funcionam a uma distância de até aproximadamente 100
metros.
7. BIBLIOGRAFIA
http://br.geocities.com/saladefisica
Apostila Telefone
Profº Walter Pichi
ETEC SP