Professional Documents
Culture Documents
No XXVI CNPG nosso movimento cresceu, agregando pessoas novas que aqui
chegando compartilham as mesmas inquietações. Acreditamos numa ANPG que seja
construída de baixo para cima, a partir das demandas das diversas APGs de nosso país, de
forma participativa e horizontal, prezando pela multiplicidade e diversidade de ideias,
lutando por uma universidade popular. Nosso programa foi construído nesse congresso a
partir de debates abertos e com ampla contribuição. É assim que acreditamos que uma
ANPG deve ser: aberta, participativa, horizontal e plural.
3) Conjuntura
Junto à crise econômica atual, temos uma crise política que coloca em xeque as
representações políticas tradicionais. Essa combinação de duas crises recolocou paras as
classes dominantes brasileiras a necessidade de reorganização de um novo bloco de poder
que rompesse com o consenso e o arranjo institucional anterior, criando uma nova
institucionalidade para operar as contrarreformas necessárias à acumulação capitalista no
país. Com a intensificação dos impactos da crise na economia nacional, dado o ritmo lento
com que o governo petista de Dilma vinha implementando as contrarreformas demandadas
pelo capital monopolista, ao mesmo tempo em que aumentavam os escândalos e as
denúncias de corrupção (prática sistêmica dos partidos da ordem), montou-se o cenário para
as frações da burguesia, que antes apoiavam o governo petista, romperem o acordo e
articularem a efetivação do golpe jurídico e parlamentar.
PROPOSTAS
● Revogação do Marco Legal à Ciência, Tecnologia e Inovação;
● Pressionar e agir diretamente de modo a garantir o investimento público;
● Fortalecer a Mostra Científica da ANPG;
● Luta para que a Pesquisa e Extensão estejam vinculados aos interesses da ampla
maioria da população e dos movimentos sociais, um modelo de ensino superior com e
para os trabalhadores e setores populares, a Universidade Popular;
● Valorizar e incentivar as publicações em Revistas Nacionais e na América Latina
● Pressionar a CAPES para que as comissões de bolsas paritárias sejam obrigatórias em
todos os programas de pós graduação;
● Participar do conselho superior da CAPES, de forma ativa para disputar por critérios
não-produtivistas que atendam as demandas da sociedade;
● Incentivar a aplicação de recursos para pesquisas que estejam de acordo com a
produção e aplicação de conhecimento socialmente comprometido e que esteja
distribuído de maneira equânime.
Apesar dos avanços alcançados nas últimas décadas com a ampliação do acesso à
pós-graduação, tais conquistas não foram suficientes para reparar os danos históricos e
promover a participação igualitária dos diferentes grupos supracitados. A reestruturação dos
meios de acesso e permanência à pós-graduação é uma das transformações fundamentais
para modificar a dinâmica do poder da produção intelectual. Nesse sentido, o Movimento
Nacional de Pós-Graduandas e Pós-Graduandos deve ter como bandeira central de luta a
defesa das políticas afirmativas e de assistência estudantil.
Em geral, este processo é garantido por via de ameaças, como o corte de bolsas, e por
carga horária indefinida e extensiva, no caso da stricto sensu, ou extenuante como na
residência lato sensu (60 horas versus 44 horas de um trabalhador comum).
Tendo em vista todos os deveres exigidos sobre nós, ressaltamos que não são dados,
em contrapartida, os mesmos direitos que o restante da classe trabalhadora possui: vale
transporte; refeição e alimentação; material de trabalho; licença saúde; 13º; férias;
recolhimento previdenciário.
Propostas:
Lutar por uma sociedade justa e igualitária não é uma questão apenas política e
econômica, mas também de saúde mental. O sistema produtivista e competitivo impõe
obstáculos à organização política dos estudantes de pós-graduação. A luta contra o
adoecimento nas universidades é indissociável da luta anticapitalista.
Propostas: