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ARTS.

18 E 19 DA CF
- Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou


reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

 Territórios = lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.

 Incorporação, subdivisão, desmembramento, formação de novos Estados:


a) Aprovação da população diretamente interessada, por plebiscito.
b) Aprovação do Congresso Nacional, por lei complementar.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei


estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

 Incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios:


a) Lei estadual.
b) Estudos de Viabilidade Municipal.
c) Consulta prévia às populações dos municípios envolvidos, mediante plebiscito.

- Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DOS ENTES FEDERADOS


- COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO:

 Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.

I - direito civil, comercial, penal, processual, XVI - organização do sistema nacional de


eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, emprego e condições para o exercício de
espacial e do trabalho; profissões;
II - desapropriação; XVII - organização judiciária, do Ministério
Público do Distrito Federal e dos Territórios e
da Defensoria Pública dos Territórios, bem
como organização administrativa destes;
III - requisições civis e militares, em caso de XVIII - sistema estatístico, sistema
iminente perigo e em tempo de guerra; cartográfico e de geologia nacionais;
IV - águas, energia, informática, XIX - sistemas de poupança, captação e
telecomunicações e radiodifusão; garantia da poupança popular;
V - serviço postal; XX - sistemas de consórcios e sorteios;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos XXI - normas gerais de organização, efetivos,
e garantias dos metais; material bélico, garantias, convocação e
mobilização das polícias militares e corpos de
bombeiros militares;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e XXII - competência da polícia federal e das
transferência de valores; polícias rodoviária e ferroviária federais;
VIII - comércio exterior e interestadual; XXIII - seguridade social;
IX - diretrizes da política nacional de XXIV - diretrizes e bases da educação
transportes; nacional;
X - regime dos portos, navegação lacustre, XXV - registros públicos;
fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte; XXVI - atividades nucleares de qualquer
natureza;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais XXVII – normas gerais de licitação e
e metalurgia; contratação, em todas as modalidades;
XIII - nacionalidade, cidadania e XXVIII - defesa territorial, defesa
naturalização; aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e
mobilização nacional;
XIV - populações indígenas; XXIX - propaganda comercial.
XV - emigração e imigração, entrada,
extradição e expulsão de estrangeiros;

- COMPETÊNCIA CONCORRENTE DA UNIÃO, ESTADOS E DF:

 No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer


normas gerais.
 A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
 Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
 A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário. [SE A LEI FEDERAL FOR ANTERIOR = LEI ESTADUAL CONTRÁRIA
É INCONSTITUCIONAL]

I - direito tributário, financeiro, IX - educação, cultura, ensino, desporto,


penitenciário, econômico e urbanístico; ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação;
II - orçamento; X - criação, funcionamento e processo do
juizado de pequenas causas;
III - juntas comerciais; [DIREITO COMERCIAL = XI - procedimentos em matéria processual;
UNIÃO] [DIREITO PROCESSUAL = UNIÃO]
IV - custas dos serviços forenses; XII - previdência social, proteção e defesa da
saúde; [SEGURIDADE SOCIAL = UNIÃO]
V - produção e consumo; XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação XIV - proteção e integração social das pessoas
da natureza, defesa do solo e dos recursos portadoras de deficiência;
naturais, proteção do meio ambiente e
controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, XV - proteção à infância e à juventude;
cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio XVI - organização, garantias, direitos e
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos deveres das polícias civis.
de valor artístico, estético, histórico, turístico
e paisagístico;

- INFORMATIVOS STF 2016/2017/2018 SOBRE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA:


- O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição,
quando se tratar de interesse local.

 É constitucional legislação municipal que se estabelecem multas por poluição do meio


ambiente, decorrente da emissão de fumaça por veículos automotores no perímetro
urbano.

- Em sede de competência concorrente, o livre espaço para a atividade legislativa estadual é


autorizado na hipótese de não existir legislação nacional a contemplar a matéria. Ao existir
norma geral, a legislação estadual poderá preencher eventuais lacunas.

 É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre a obrigatoriedade de informações nas


embalagens dos produtos alimentícios comercializados naquele Estado-Membro e
estabelece as respectivas sanções, pois há lei federal disciplinando a matéria.
 Se admitido que os Estados-Membros possuem competência para legislar sobre
informações contidas em embalagens de produtos que circulam em seu território, o fim
de proteção ao consumidor é alcançado por meio excessivo, pois são criadas
dificuldades a produtos provenientes de outros Estados-Membros. Isso significa ferir o
denominado princípio da lealdade à Federação, que fomenta uma relação construtiva,
amistosa e de colaboração entre os entes federados.

- Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa
física ou jurídica que disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por violar
a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, quer por violar a livre iniciativa.

- Lei estadual que torna obrigatória a prestação de serviços de empacotamento nos


supermercados é inconstitucional por afrontar o princípio constitucional da livre inciativa.

- O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente ação direta para declarar a
inconstitucionalidade do art. 3º da Lei 11.743/2002 do Estado do Rio Grande do Sul. A lei
impugnada assegura às empresas patrocinadoras de bolsas de estudo para professores que
ingressam em curso superior a possibilidade de exigir dos beneficiários serviços para
implementação de projetos de alfabetização ou aperfeiçoamento de empregados dessas
empresas, bem como outras atividades compatíveis com a sua formação profissional. O art. 3º
da lei impugnada autoriza o Poder Executivo a conceder à empresa patrocinadora incentivo
equivalente a 50% do valor da bolsa, a ser deduzido do ICMS.
 Ao conceder benefício fiscal de ICMS sem a antecedente deliberação dos Estados-
Membros e do Distrito Federal, caracteriza-se hipótese típica de exoneração
conducente à guerra fiscal, em desarmonia com a Constituição.

- O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar,
com efeitos ex nunc, a inconstitucionalidade da Lei 15.054/2006 do Estado do Paraná. A norma
restabelece benefícios fiscais relativos ao ICMS, cancelados no âmbito dos programas “Bom
Emprego”, “Paraná Mais Emprego” e “Desenvolvimento Econômico, Tecnológico e Social do
Paraná” (PRODEPAR).

 No caso, ao ampliar benefício fiscal no âmbito do ICMS de maneira unilateral, a lei


impugnada incidiu em inconstitucionalidade.

- É vedado às unidades federativas instituir normas que condicionem a instauração de ação


penal contra governador por crime comum à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao
Superior Tribunal de Justiça (STJ) dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas
cautelares penais, inclusive afastamento do cargo.

 Não há necessidade de prévia autorização da assembleia legislativa para o recebimento


de denúncia ou queixa e instauração de ação penal contra governador de Estado, por
crime comum, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), no ato de recebimento ou
no curso do processo, dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas
cautelares penais, inclusive afastamento do cargo.

- É constitucional a lei estadual que proíbe o uso de produtos, materiais ou artefatos que
contenham quaisquer tipos de amianto no território estadual.

 O Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, julgou improcedentes pedidos


formulados em ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas contra a Lei nº
3.579/2001 do Estado do Rio de Janeiro. O referido diploma legal proíbe a extração do
asbesto/amianto em todo território daquela unidade da Federação e prevê a
substituição progressiva da produção e da comercialização de produtos que o
contenham.
 Há vários julgados em 2016 relativos a amianto. Em suma: são constitucionais as leis
estaduais que proíbem o uso, a comercialização e a produção de produtos à base de
amianto/asbesto nas respectivas unidades federativas, pois, segundo o STF, embora a
lei federal sobre a matéria (9.055/1995) não vede completamente o uso do amianto,
nada impede que Estados venham a impor controles mais rígidos ou proibitivos.

- É constitucional a expressão “privativas”, contida no caput do art. 3º (1) da Lei 8.234/1991, que
regulamenta a profissão de nutricionista, respeitado o âmbito de atuação profissional das
demais profissões regulamentadas.

- A Constituição Federal não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios. Esse é o
entendimento do Plenário que, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação
direita de inconstitucionalidade ajuizada contra emenda à Constituição do Estado do Ceará, que
extinguiu o Tribunal de Contas dos Municípios desse ente federado.

- São constitucionais as normas federais que possibilitam a utilização, por parte da fiscalização
tributária, de dados bancários e fiscais acobertados por sigilo constitucional, sem a
intermediação do Poder Judiciário.
- Membros do Ministério Público não podem ocupar cargos públicos, fora do âmbito da
instituição, salvo cargo de professor e funções de magistério.

- A previsão em lei estadual, acerca da revalidação de títulos obtidos em instituições de ensino


superior dos países membros do MERCOSUL, afronta o pacto federativo (CF, art. 60, §4º, I), na
medida em que usurpa a competência da União para dispor sobre diretrizes e bases da educação
nacional.

- É inconstitucional norma resultante de emenda parlamentar a projeto de lei de iniciativa


exclusiva do Chefe do Poder Executivo, na hipótese em que a emenda apresentada acarrete
aumento de despesa (CF, art. 61, § 1º, II, “a” e art. 63, I).

- É inconstitucional lei estadual que dispõe sobre a instituição de cadastro com os números das
linhas telefônicas dos assinantes do serviço de telefonia interessados no sistema de venda por
via telefônica, eis que compete à União explorar os serviços de telecomunicações, bem como
legislar privativamente sobre essa matéria (CF, artigos 21, XI e 22, IV).

- São constitucionais o parágrafo único do art. 741 do CPC/1973, bem como dos
correspondentes dispositivos do CPC/2015 (art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14, e art. 535, § 5º). Seriam
dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o primado da
Constituição, apenas agregariam ao sistema processual brasileiro um mecanismo com eficácia
rescisória de certas sentenças inconstitucionais, em tudo semelhante às hipóteses de ação
rescisória (CPC/1973, art. 485, V; CPC/2015, art. 966, V).

- As associações que representam fração de categoria profissional não são legitimadas para
instaurar controle concentrado de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de
seus representados.

- É constitucional o dispositivo do Estatuto da Pessoa com deficiência que prevê a


obrigatoriedade das escolas privadas de oferecer atendimento educacional adequado e
inclusivo às pessoas com deficiência.

- É inconstitucional lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em


presídio, pois invade a competência da União para legislar sobre telecomunicações.

- É inconstitucional a lei estadual que regulamenta a cobrança de estacionamento de veículos


no Estado-Membro, pois a disciplina acerca da exploração econômica de estacionamentos
privados refere-se a direito civil, que é de competência privativa da União.

- O Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, acolheu o pedido formulado em ação


direta para declarar a inconstitucionalidade da expressão “em horário diverso do autorizado”,
contida no art. 254 da Lei 8.069/90 (“Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em
horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: Pena - multa de vinte a cem
salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias”).

- É inconstitucional lei estadual que instituiu a chamada Certidão de Violação aos Direitos do
Consumidor (CVDC). Tal documento passara a ser exigido dos interessados em participar de
licitações e celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais, seja por meio de negociações
diretas ou de modalidades de licitação existentes. O STF entendeu que criar uma nova exigência
para habilitação no procedimento licitatório violaria a competência da União para estabelecer
normas gerais sobre licitações.
- É constitucional lei estadual que dispõe sobre a obrigatoriedade do plano de saúde de entrega
ao usuário, por escrito, de comprovante fundamentado com informações pertinentes a eventual
negativa, parcial ou total, de cobertura de procedimento médico, cirúrgico ou de diagnóstico,
bem como de tratamento e internação, eis que se trata de matéria relativa a direito do
consumidor (competência concorrente).

- É constitucional lei estadual que estabelece valor máximo da RPV, desde que se obedeça ao
princípio constitucional da proporcionalidade.

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