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Instrumentos de Avaliação e Medição em Próteses de Membro Superior

Rita Ramosa
a Instituto
Superior de Engenharia de Lisboa, Lisboa, Portugal
Mestrado em Engenharia Biomédica - U.C. Ortoprotesia e Órgãos Artificias Ano Letivo: 2017/2018 – 2º Semestre

Introdução
O objetivo da reabilitação na aplicação de próteses é melhorar o funcionamento físico e a responder a alterações importantes. Poucas medidas foram desenvolvidas ou validadas para
qualidade de vida, contudo para o sucesso desse objetivo exige-se instrumentos avaliar os resultados em pessoas com trauma do membro superior e / ou amputação6 .
especificamente projetados para quantificá-los 1.
Por esse motivo, o objetivo deste póster é fazer uma revisão dos instrumentos de medição e
Instrumentos de medição e avaliação são utilizados para avaliar a eficácia do tratamento, avaliação para próteses de membro superior categorizadas para diferentes situações.
monitorar a função e a satisfação protésica e justificar os custos do serviço de reabilitação e Aplicáveis apenas para crianças, para próteses mioelétricas, para avaliação de destreza e
dos dispositivos protésicos para pessoas com amputação de membros superiores 2 . através de questionários de satisfação.

No entanto, os instrumentos devem ser confiáveis e válidos para a população pretendida e

Prosthetic Upper Extremity Functional Index (PUFI) Box and Block Test (BBT)
Prosthetic Upper Extremity Functional Index (PUFI) é um questionário funcional Jebsen-Taylor Hand Function Test (JTHF)
desenvolvido no Canadá por uma equipa de investigadores em próteses pediátricas.
Foi projetado especificamente para avaliação em crianças e adolescentes que Box and Block Test (BBT) é uma medida de destreza manual que consiste na
possuem amputação do membro superior e consequentemente são usuárias de movimentação de blocos quadrados de madeira localizados num lado de uma caixa
dispositivos protésicos. Através deste questionário é possível avaliar a capacidade para o outro lado. É solicitado ao usuário da prótese para usar o seu dispositivo
de uma criança na realização de atividades bimanuais com e sem prótese e também terminal protésico para agarrar um bloco de cada vez e transporta-lo para a outra
na utilidade da própria prótese. O PUFI possui duas versões, uma versão para divisória da caixa durante 60 segundos. Finalmente o número de blocos é contado.
crianças pequenas (idades compreendidas de 3 a 6 anos) com 26 itens e uma versão No estudo de Resnik et al 2017 os amputados transradiais tiveram melhores
para crianças mais velhas (idades de 7 a 18 anos) com 38 itens. A primeira versão é pontuações em comparação com pessoas com amputação mais proximal 4 6 .
um formato de relatório para os pais, enquanto a segunda versão possui formatos
para os pais e para as crianças. Consiste em quatro escalas de resposta separadas
(método de escala de 6 pontos de desempenho; capacidade de realizar tarefas com
prótese escala de dificuldade de 4 pontos; utilidade da prótese escala de 3 pontos; e
capacidade de realizar tarefas sem prótese escala de 4 pontos). Originalmente o
PUFI era um questionário de relatório em papel, contudo foi redesenhado como um
software de acesso direto para facilitar a administração, pontuação e recolha de
dados e assim torná-lo mais acessível para as crianças e para os pais. O PUFI leva
cerca de 20 a 30 minutos para (Slota, Enders, & Seo, 2014)

ser concluído e pode ser feito Exemplo de perguntas no questionário PUFI para a versão Jebsen-Taylor Hand Function Test (JHTF) é um teste de destreza de sete partes que
de crianças mais velhas
pelo pai ou filho depois de uma Como realiza habitualmente a atividade ? Como consegue realizar a atividade com a prótese
avalia o tempo necessário para executar sete tarefas relacionadas com a mão, incluindo
introdução padronizada feita
• Com ambos os braços e usando ativamente a
mão protésica ou gancho para agarrar um dado
?
• Com nenhuma dificuldade;
a escrita, viragem de página, levantamento de objetos pequenos, alimentação,


objeto;

Com alguma dificuldade;
levantamento de objetos grandes e leves, levantamento de objetos grandes e pesados.
pelo clínico. 9 Com ambos os braços e usando passivamente a
mão protésica ou gancho para posicionamento e •
Com grande dificuldade;
Com alguma ajuda de outra pessoa;


estabilização um dado objeto;
Com assistência do membro residual;
• Não consegue com a prótese; Cada subteste é pontuado separadamente. Os subtestes são tradicionalmente pontuados


Somente com o membro são;
Com ajuda de outra pessoa;
Qual é a utilidade da prótese na atividade ?
• Muito útil;
registrando o número de segundos necessários para concluir cada tarefa, não sendo


Não consegue;
Nunca foi preciso realizar essa atividade ou é


Tem alguma utilidade;
Não é útil; este limitado 5 6 Em vários artigos existem versões deste teste de avaliação que se
muito novo para a fazer;
(Virginia Wright, Hubbard, Jutai, & Naumann, 2001) encontra modificado de acordo com o objetivo de cada autor. Estas alterações podem
ter a ver com o tempo de cronometragem ou até mesmo com alterações das atividades
que se queira avaliar.

Upper Extremity Functional Scale (UEFS)


Trinity Amputation and Prosthetics Experience Scale (TAPES)
Estes instrumentos de medição são ambos de medidas específicas de autorelato que Assessment of Capacity for Myoelectric Control (ACMC)
foram consideradas promissoras para adultos com amputação do membro superior. Assessment of Capacity for Myoelectric Control (ACMC) é uma medida de observação
Upper Extremity Functional Scale (UEFS) avalia as atividades funcionais atráves da concebida na Suécia por Hermansson et al. e destina-se especificamente à medição da
realização de 23 atividades, incluido tarefas da vida diária, autocuidado e instrumental. capacidade de uma criança ou adulto para controlar uma prótese mioelétrica durante
Estes itens são avaliados pelo usuário da prótese atráves de uma escala de 5 pontos, de 1 atividades bimanuais. Contém 30 itens de agarrar, soltar, segurar e coordenar que são
= muito fácil a 5 = não pode ser executada. O questionário UEFS também solicita que avaliados em uma escala de capacidade de 4 pontos que mede a qualidade do
os entrevistados indiquem se, em geral, realizam cada uma das atividades usando ou não desempenho. Estas ações são avaliadas dentro do contexto de uma atividade funcional do
a prótese 4. membro superior que é considerada pelo paciente como significativa para elas, como por
Trinity Amputation and Prosthetics Experience Scale (TAPES) avalia a satisfação da exemplo, cozinhar uma refeição, fazer uma embarcação e jogar um jogo. De forma a
prótese através de 10 itens relacionados com características funcionais do membro: converter esses pontos em medidas lineares de controlo mioelétrico é utilizado o método
confiabilidade, conforto, ajuste, satisfação geral e contentamento com as características de análise de Rasch 3 9
cosméticas do dispositivo. Cada item é classificado em uma escala de 5 pontos, de 1 =
muito insatisfeito a 5 = muito satisfeito. O TAPES foi originalmente desenvolvido para
pessoas com amputações de membros inferiores, mas foi recentemente usado para
pessoas com amputações de membros superiores adquiridas 4.
Itens de avaliação da
capacidade para controlo
mioelétrico

Conclusão (Hermansson, Fisher, Bernspång, & Eliasson, 2005)

Neste póster foram apenas abordados os instrumentos de avaliação mais comuns que Referências Bibliográficas
1. Heinemann, A. W., Bode, R. K., & O’Reilly, C. (2003). Development and measurement properties of the Orthotics and Prosthetics User’s
se poderam utilizar para quantificar o funcionamento de uma prótese de membro Survey (OPUS): A comprehensive set of clinical outcome instruments. Prosthetics and Orthotics International, 27(3), 191–206.
http://doi.org/10.1080/03093640308726682
superior. Contudo é importante salientar a importância da existência e da aplicação 2. Hermansson, L. M., Fisher, A. G., Bernspång, B., & Eliasson, A. C. (2005). Assessmet of Capacity for Myoelectric Control: A new Rasch-built
measure of prosthetic hand control. Journal of Rehabilitation Medicine, 37(3), 166–171. http://doi.org/10.1080/16501970410024280
contínua destes instrumentos. Com o aperfeiçoamento das tecnologias e das novas 3. Lindner, H. Y. N., Eliasson, A.-C., & Hermansson, L. M. N. (2013). Influence of standardized activities on validity of Assessment of Capacity for
Myoelectric Control. Journal of Rehabilitation Research and Development, 50(10), 1391–1400. http://doi.org/10.1682/JRRD.2012.12.0231
4. Resnik, L., & Borgia, M. (2012). Reliability and Validity of Outcome Measures for Upper Limb Amputation. JPO Journal of Prosthetics and
funcionalidades das próteses, assim como de novos matérias é necessário poder Orthotics, 24(4), 192–201. http://doi.org/10.1097/JPO.0b013e31826ff91c
5. Resnik, L., Borgia, M., & Acluche, F. (2017). Timed activity performance in persons with upper limb amputation: A preliminary study. Journal
utilizar um instrumento que seja confiável e válido de forma que se compreenda os of Hand Therapy, 30(4), 468–476. http://doi.org/10.1016/j.jht.2017.03.008
6. Resnik, L., Borgia, M., Silver, B., & Cancio, J. (2017). Systematic Review of Measures of Impairment and Activity Limitation for Persons With
benefícios que o dispositivo esteja a ter quer para satisfação do paciente como na sua Upper Limb Trauma and Amputation. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 98(9), 1863–1892.e14.
http://doi.org/10.1016/j.apmr.2017.01.015
aplicabilidade. 7. Slota, G. P., Enders, L. R., & Seo, N. J. (2014). Improvement of hand function using different surfaces and identification of difficult movement
post stroke in the Box and Block Test. Applied Ergonomics, 45(4), 833–838. http://doi.org/10.1016/j.apergo.2013.10.014
8. Virginia Wright, F., Hubbard, S., Jutai, J., & Naumann, S. (2001). The prosthetic upper extremity functional index: Development and reliability
testing of a new functional status questionnaire for children who use upper extremity prostheses. Journal of Hand Therapy, 14(2), 91–104.
http://doi.org/10.1016/S0894-1130(01)80039-9
9. Wright, V. (2009). Prosthetic outcome measures for use with upper limb amputees: a systematic review of the peer-reviewed literature,
1970-2009. Journal of Prosthetics and Orthotics, 21(4S), 64–68.

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