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VERSÃO DO PROFESSOR

D I S C I P L I N A Organização do Espaço

Organização do espaço: do universo


conceitual ao ensino da Geografia

Autoras

Eugênia Maria Dantas

Ione Rodrigues Diniz Morais

aula

Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ___/___/___


12
Nome:_______________________________________
Governo Federal
Presidente da República
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Ministro da Educação
Fernando Haddad
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Estadual da Paraíba


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VERSÃO DO PROFESSOR

Apresentação

E
sta aula aborda a relação entre a base conceitual da Geografia e o ensino, a partir de
questões que estão presentes na organização espacial. Trata-se de vincular as noções
abordadas em aulas passadas, como espaço, paisagem, lugar, território e região ao
campo experimental da prática docente. Dessa perspectiva, apresentam-se alguns temas/
conteúdos que são explorados à luz de procedimentos metodológicos, visando à reflexão
sobre a construção do conhecimento e regendo a relação teoria e prática do exercício
docente. Nesta aula, vamos inserir um conjunto de desafios para você pensar sobre o
espaço geográfico.

O
Objetivos SÃ
Entender a relação entre a base conceitual da Geografia
1 e o ensino.
VI
Compreender os limites e possibilidades de leitura do
2 espaço geográfico, tendo como parâmetro o universo
abstrato dos conceitos e a realidade empírica.
RE

Analisar relação teoria-prática a partir da proposição


3 de problemas.

Aula 12  Organização do Espaço 1


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O
Geografia e ensino:SÃ
diálogos e desafios
VI
E
stamos chegando ao final desta disciplina. Esta é a nossa última aula. Foi um caminho
longo e prazeroso em que conectamos idéias a partir de discussões, reflexões, análises
RE

e sistematizações a respeito dos fundamentos teóricos e metodológicos que regem a


Ciência Geográfica. Para isso, definimos o seu objeto de estudo, os conceitos e categorias
que a estruturam.

Nessa trajetória, você estudou que o espaço geográfico emerge da relação homem/
natureza mediado pelo trabalho, em sua interface com o tempo e outras disciplinas,
compreendendo a perspectiva inter e transdisciplinar.

O estudo sobre os múltiplos contextos que interferem na produção do espaço foi


abordado a partir das noções de natureza, tempo, sociedade, economia, política, cultura e
globalização. Tais referências foram o suporte para a abordagem da paisagem, do lugar, da
região e do território, levando você a entender a dinâmica conceitual tramada na dialética do
particular e do geral, perpassando essa ciência.

Nesta aula, não abordaremos mais conceitos ou definições novas. A trajetória é outra:
articular a concepção conceitual ao ensino de Geografia. Essa pretensão é vista como uma
estratégia para aprofundar as noções tratadas, vinculando-as ao campo experimental que é a
prática docente. Dessa perspectiva, selecionamos alguns temas/conteúdos e vamos explorá-
los a luz dos conceitos já trabalhados nesta disciplina.

2 Aula 12  Organização do Espaço


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VERSÃO DO PROFESSOR
Muitas vezes, pensamos que nas séries do ensino fundamental e médio ensinar
é um exercício destituído de fundamentação teórica, pois o principal instrumento
metodológico desse processo é o livro didático, e neste, os conteúdos já vêm organizados,
selecionados e distribuídos em uma seqüência lógica que o professor só precisa assumi-los
como caminho.

Outro pensamento recorrente, que está associado ao primeiro, é que o ensino na


universidade está desvinculado do que é necessário para ser professor de Geografia,
pois há muita teoria e pouca prática. Os alunos reclamam da abordagem conceitual, não
reconhecendo nela uma dimensão importante no processo formativo. Acreditam que é no
fazer que a aprendizagem ocorre, esquecendo que ligar a ação à reflexão é o caminho para uma
compreensão significativa dos fenômenos e/ou problemas. Outro ponto de estrangulamento
é o esquecimento de que ele está sendo formado para ser professor, e que, nesse processo,
saber discernir nos conteúdos a carga conceitual, procedimental e atitudinal é um exercício
a ser feito no cotidiano da sala de aula. Assim, o professor em formação deve adquirir

O
conceitos fundamentais à construção de habilidades e competências necessárias à prática
profissional. Pois bem, o nosso desafio nesta aula é encontrar alguns pontos que ligam o
conhecimento científico à prática docente, levando-o a refletir sobre a recursividade que

alimenta a ação e a reflexão no ofício de ser professor.
VI
Desafio 1
RE

A relação espaço - tempo - natureza: como isso pode ser abordado no


ensino fundamental e médio?

Você pode iniciar a exploração desses conceitos a partir de espaços


concretos como a casa, a rua, o bairro, a cidade ou o campo. Observe
que uma das condições básicas da nossa existência está atrelada ao
uso do espaço geográfico. Esse uso é variável e heterogêneo, estando
vinculado ao desenvolvimento da ação humana, que por sua vez está
mediada pela capacidade de inventar e se apropriar de tecnologias e
informações, transformando a natureza primeira em uma segunda
natureza. A partir dessas condições, a ação humana reinventa-se no
tempo, marcando o espaço com feições distintas, porém articuladas.
Na organização espacial, o ritmo da natureza é marcado por tempos
distintos, o do homem e o da geomorfologia, criando um amálgama
em que quase não enxergamos mais a dinâmica do segundo, e só
vemos as formas criadas pelo homem.

Aula 12  Organização do Espaço 3


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O

Assim, vamos tomar a cidade como exemplo a ser problematizado. Esta
revela, de forma contundente, o homem como último agente geomorfológico.
Por meio dela, também, podemos interpretar a noção de espaço, abordada
por Milton Santos (1996), como sendo um sistema indissociável, solidário e
também contraditório de sistemas de objetos e sistemas de ações, que resulta
VI
em um quadro único na qual a história acontece.

Essas noções não estão presas aos livros, mas o que está neles baseia-se
em uma teorização que se apoiou em uma empiricização do real. Ou melhor, as
RE

definições têm um pé na realidade, servem, portanto, para auxiliar na explicação


da realidade, na mesma medida que têm uma autonomia para, libertadas dos
fenômenos, poder se reciclar e se renovar, colocar outras questões que não
podem ser vista a partir de uma perspectiva objetiva e prática.

Assim, vamos tomar o conceito de espaço geográfico para interpretar a


organização da cidade.

Atividade 1
Observe as figuras a seguir:

4 Aula 12  Organização do Espaço


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O

VI
RE

Fonte: Atlas... (1995, p. 21).

Agora responda:

a) O que há de semelhante e diferente entre as figuras?

b) Comparando as duas figuras, em sua opinião, o que foi responsável pelas alterações?

Aula 12  Organização do Espaço 5


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A resposta para as questões está no nível da comparação para identificação de
elementos, agentes ou formas existentes na imagem. A resposta ainda não está no âmbito
da explicação ou análise. Nesse sentido, o professor deve partir do nível da identificação,
mas precisa adentrar por caminhos mais tortuosos que se desenham quando se pergunta
Por que isso ocorre?

Para construir uma explicação é necessário procurar saber o porquê das coisas;
procurar rastrear os processos que se fizeram presentes, os agentes envolvidos, os
interesses implicados, o padrão técnico utilizado... O conjunto de informações coletadas
precisam ser conectadas em uma rede de nós que interligam aspectos distintos da realidade,
possibilitando a compreensão analítica do espaço como uma das dimensões que estrutura
a sociedade. Tomada sob essa perspectiva, a análise espacial é uma construção conceitual
que precisa ser assumida pelo professor para que o ensino de Geografia seja significativo e
pertinente. Sem abordagem conceitual, mesmo você conseguindo levantar todos os dados a

O
respeito do fenômeno, não conseguirá explicá-lo, pois lhe faltou a compreensão mais geral
de como o espaço se organiza. Assim, para saber analisar por que uma imagem é diferente
ou semelhante a outra, você tem que fazer uso dos conceitos de tempo, natureza e espaço.

A partir das imagens, o que seria o sistema de objetos e o sistema de ações que Milton
Santos trata? Como o tempo pode ser visto a partir do ritmo da natureza e do homem? Como
se apresenta o meio técnico-científico-informacional no contexto das duas imagens? Essas
são algumas questões que podem ser feitas e que auxiliam no encontro do conceito com a
VI
realidade ou da realidade com o conceito.

Na organização do espaço, é necessário perceber e explicar a relação homem/natureza


RE

como uma construção dialógica e dialética. Leia o texto de Jucicléa Medeiros de Azevedo,
professora graduada em Geografia, a respeito da natureza na cidade.

Cidade e beija-flor: ¿artificial e/ou natural?


Morar na cidade significa dividir espaço, multiplicar formas e funções, somar
diferenças e diminuir igualdades. Em meio às quatros operações, os sujeitos
habitam esse espaço e tecem suas relações econômicas, sociais, políticas e
culturais, impulsionando, assim, uma dinâmica que faz movimentar o lugar.

Viver no espaço citadino significa se distanciar do natural e conviver com o


artificial, ou seja, com uma segunda natureza, aquela transformada pelo homem.
Afinal, o que seria um espaço natural? O solo, as rochas, o rio, as plantas, os
animais, o ar... Mas, a cidade não contém todos esses elementos? Então, o
espaço urbano seria um espaço natural ou artificial?

6 Aula 12  Organização do Espaço


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Habitar é muito mais simples e natural do que entender a complexidade que


envolve a urbe. Pensá-la a fim de compreendê-la é um exercício e artificial,
de forma que requer métodos e conceitos para ultrapassar a mediocridade da
realidade posta como verdadeira. Já os acontecimentos provocados pelo período
técnico-científico-informacional são velozes e cada vez mais suas relações e dos
lugares são intensificadas devido ao grande fluxo de informações, mercadorias,
pessoas e capital circulando em uma rede. Segundo Milton Santos, quanto mais
intensa for essas relações, mais os lugares tendem a se artificializar.

Diante deste contexto, as relações cotidianas também passam a ser vividas


de acordo com essa dinâmica e os sujeitos passam a enredar sua história
aportados nessa dinâmica. Conseqüência: o artificial transforma-se em natural
e esses dois elementos caminham entrelaçados em um só meio. O ninho de um
simples beija-flor construído sobre a rede elétrica evidencia isso.

O

VI

Mas, o que estaria fazendo um pássaro em um local artificializado pelo homem?


RE

Não seria ele, um elemento do natural?

Observar o movimento desse pássaro, cuidando do seu ninho e voando sob os


fios, provoca questionamentos em relação a essa dicotomia, natural e artificial.
O beija-flor, mesmo do seu jeito, também tece relações, alimentando-se,
procriando, comunicando-se com outros e construindo um lugar para proteger
seus descendentes. Essas ações são equiparadas às realizações dos seres
humanos para sobreviver e transformar o espaço habitado.

O ninho do beija-flor é uma construção considerada natural e uma casa


também não seria? Diante de tal problemática, surge outra: estaria o beija-flor
artificializando o natural ou naturalizando o artificial?

“Não se admire se um dia


Um beija flor invadir
A porta da sua casa
Te der um beijo e partir...”
(Vital Farias)

Aula 12  Organização do Espaço 7


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O

VI
Dialogando com texto
RE

D
e maneira livre, a autora brinca com os conceitos de natureza natural e artificial.
Viaja no pouso do pássaro procurando encontrar a tênue linha que separa a natureza
do homem. Parece não encontrar, pois no ambiente urbano as diferenças entre o
natural e o artificial se desfazem colocando a cena como uma totalidade para ser analisada.
Nesta você deve encontrar a imbricação de tempos e ações produzindo a natureza urbana.
Podemos imaginar que a autora foi a campo munida das noções de natureza natural e de
natureza artificial. No seu trajeto, encontrou diversas cenas, das quais destacou o pouso do
beija-flor. A partir daí, ela interpretou, problematizou os conceitos, colocando, a partir de seu
texto, a necessidade de discutir o que está na fronteira do conceito e da realidade.

A partir do texto, podemos pensar sobre o ensino. Refletir sobre como ensinamos
os conceitos para os nossos alunos: estamos levando-os a pensar a realidade a partir dos
conceitos, ressignificando a realidade e o conceito? Ou tomamos a realidade como distinta
do conceito, de maneira que o aluno descreve a realidade e repete a definição sem estabelecer
conexões entre ambos? Ensinar articulando conceito e realidade, eis um desafio no processo
de formação de professores.

8 Aula 12  Organização do Espaço


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Desafio 2
Agora partimos para um outro desafio. Vamos estudar um
fenômeno que está presente na realidade de parte do Nordeste
brasileiro. Estamos falando da desertificação.

Você já ouviu falar desse fenômeno? O que você sabe a respeito dele? O que
é? Qual é a sua área de abrangência? Ele ocorre em outras partes do mundo?
Será que ele pode ser analisado de acordo com o conceito de paisagem? Dê
sua opinião a esse respeito.

O

VI
A Desertificação ocorre revelando contextos socioeconômicos e ambientais
que tecem as relações entre os homens e entre estes e a natureza. Tais relações
RE

têm sido presididas por uma racionalidade economicista que se manifesta na


exploração social (dos homens entre si) e ambiental (homem x meio ambiente).
Em conseqüência, expande-se a degradação social-ambiental que atinge a vida
das pessoas e altera a dinâmica do meio físico, que pode ser visto no desgaste
dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação, da biodiversidade, da qualidade
de vida das pessoas. Manifesta-se, sobretudo, nas regiões áridas e semi-áridas
da Terra. Sobrepondo-se os indicadores sociais a esses recortes, constata-se
que neles há uma expressiva concentração de pobreza e miséria.
Nos últimos decênios, a expansão e os impactos da desertificação
despertaram a comunidade científica para a necessidade de se aprofundar os
estudos sobre o tema e de formular políticas que tenham como objetivo atuar
sobre os agentes desencadeadores e/ou minimizar seus efeitos.
A Desertificação pode ser definida como a degradação do solo em
áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de diversos fatores,
inclusive de variações climáticas e de atividades humanas, conforme definição
da Agenda 21 (1997).

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Tecida no âmbito da combinação de fatores naturais e ações antrópicas,


a desertificação pode ser vista, explicada, analisada e ensinada a partir do
conceito de paisagem.
Considerando a definição de desertificação, anteriormente exposta, e a
noção de paisagem, abordada na aula 5 – Paisagem como categoria da análise
geográfica –, este fenômeno pode constituir uma emergência didática que mobiliza
o professor e o aluno para compreender e intervir na realidade estudada.
Assim, para compreender e discutir sobre esse fenômeno, é necessário
aproximá-lo de um conceito. No nosso caso, selecionamos paisagem. Mas,
vimos que a paisagem assume feições diferentes a partir da maneira como
o sujeito a percebe. Assim, é necessário problematizar a idéia vinculando-a à

O
particularidade do tema estudado. Na discussão teórica, é fundamental associá-
la a procedimentos mais práticos de modo que possa ser estabelecida a relação


teoria e realidade.

Assim, é necessário ampliar os passos da compreensão e:

n pesquisar a área de ocorrência da desertificação no Brasil;


VI
n de acordo com a área identificada, elaborar uma caracterização física em
termos de clima, solo e vegetação;

n estabelecer um roteiro com questões relativas às condições físicas e


RE

humanas presentes na desertificação;

n procurar responder as questões a partir de pesquisa bibliográfica e


empírica, se for possível;

n construir um texto analítico sobre a desertificação como um fenômeno


relacionado à paisagem.

O cumprimento desses passos exige de você colocar em prática a sua


aprendizagem sobre um conceito.

Agora, você pode refletir em que medida ocorre a correspondência entre


a realidade empírica e a realidade conceitual. Deverá perceber os limites e
desafios que se apresentam entre a Geografia que se aprende e aquela que
deve ser ensinada.

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Desafio 3
Apresentamos duas formas em que utilizamos o conceito como suporte
para explicar a realidade.

Agora, vamos proceder de forma diferente. Neste desafio, você é o regente do


processo. Daremos duas indicações para que você possa estruturar um modelo de
análise o qual articule conceito e realidade.

Indicação 1 – Imagens

(a) Rio de Janeiro (b) Planta de uma casa

O

VI
(c) Acampamento do MST (d) Bandeira do Brasil
RE

(e) Sua casa (f) Música

SUA CASA
SUA CASA
SUA CASA
SUA CASA
SUA CASA
SUA CASA
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(g) Nova ordem multipolar (h) Música

(i) Vale do Silício (j) Planeta Terra

O

(l) Rio de Janeiro
VI
RE

Fonte: (f) Autoria própria


(a) <http://www.masterfile.com>. (g) Sene e Moreira (2007).
(b) <http://egeo.ineti.pt/divulgacao/ciencia_viva/geologia_verao/projectos/ (h) <http://www.pitoresco.com.br/espelho/2005_01/vinicius/vilaro.htm>.
cartografia>. (i) Sene e Moreira (2007).
(c) <http://galizacig.org/imxact/2005/01/mst_minas_gerais_acampamento>. (j) e (l) <http://www.masterfile.com>.
(d) <http://www.masterfile.com>.
(e) Autoria própria

Indicação 2 - Questões a serem levadas em consideração na construção de um modelo


analítico

Você tem como ponto de partida um conjunto de imagens. Observe-as e faça um


agrupamento que possa ser explorado tematicamente; identifique o tema que motivou a
aproximação das imagens; a partir do tema e das imagens, utilize um dos conceitos – lugar,
território ou região – como ferramenta de análise. Para construir a análise, observe a estrutura
dos desafios anteriores e proceda construindo um modelo próprio.

12 Aula 12  Organização do Espaço


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Atividade 2

Descreva o modelo estruturado.


1
Aplique o modelo, fazendo uma análise a respeito do tema escolhido
2 por você.

Reflita mais um pouco: será que o mesmo agrupamento de imagens/


3 textos feito por você pode ser interpretado a partir de outro conceito?
Comente.

O
1.

sua resposta
VI
RE

2.

3.

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Com essa atividade, finalizamos as nossas aulas. Esperamos que você possa utilizar o
que aprendeu na sua vivência cotidiana de ser um aluno-professor, engajado e comprometido
com a qualidade do ensino de Geografia, o qual passa, necessariamente, pela transposição
do universo conceitual à prática de ensino dessa ciência.

Resumo
Nesta aula, você fez um percurso pela base conceitual da Geografia e o ensino, a
partir de questões presentes na organização espacial. Procurou-se estabelecer
elos entre as noções abordadas em aulas passadas (espaço, paisagem,
lugar, território e região) e o campo experimental da prática docente. Dessa

O
perspectiva, você foi convidado a participar de desafios que possibilitaram
um conjunto de reflexões, sistematizações, indicações e caminhos que
fizeram você trilhar as veias do processo ensino-aprendizagem, pautado nas

estratégias de compreensão, análise e explicação de fenômenos no âmbito do
ensino de Geografia. Priorizou-se uma perspectiva metodológica e prática de
maneira a estimular a reflexão-ação-reflexão-ação como um contínuo que rege
a construção do conhecimento e sua transposição para o cenário regido pela
VI
dialógica que alimenta a teoria e a prática docentes.
RE

Auto-avaliação
De acordo com o que foi trabalhado nesta aula, como você vê a relação entre o
1 mundo dos conceitos e a prática docente? Descreva a sua percepção.

O ensino de Geografia se pauta por explicar os fenômenos espaciais que ocorrem


2 e se distribuem na superfície da Terra. Este é o ponto a partir do qual o professor
deve atuar em sala aula. A partir dele, descortina-se a realidade empírica a ser
explicada. Como você vê, a relação entre realidade empírica e realidade conceitual
no âmbito do processo de ensino-aprendizagem?

Reflita sobre limites e possibilidades existentes entre a o conceito, a realidade e a


3 prática docente. Descreva as suas reflexões.

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Referências
AGENDA 21. Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento.
Brasília: Senado Federal, 1997.

ATLAS escolar Santillana. Madrid: Santillana, 1995.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:
HUCITEC, 1996.

médio. São Paulo:


SENE, Eustáquio; MOREIRA, João Carlos. Geografia para o ensino médio
Scipione, 2007.

O

Anotações
VI
RE

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Anotações

O

VI
RE

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Organização do Espaço – GEOGRAFIA

EMENTA

Objeto de estudo da geografia; as correntes filosóficas que embasam o pensamento geográfico; espaço,
território,lugar, região e paisagem nas diversas abordagens geográficas; a importância das redes no estudo
geográfico do mundo globalizado; a ciência geográfica na sociedade pós-moderna:paradigmas, perspectivas
e dificuldades; as formas de abordagens dos temas geográficos no Ensino de geografia; atividades práticas
voltadas para a resolução de problemas referentes ao espaço geográfico em situações de ensino

AUTORAS

n  Eugênia Maria Dantas

n  Ione Rodrigues Diniz Morais

AULAS

01   Despertando para a leitura do espaço

02   Aprofundando o conceito de espaço

03   A Organização do Espaço: um desafio inter-trans-disciplinar?

04   A dinâmica entre o global e o local na globalização

05   Paisagem como categoria da análise geográfica

06   Lugar e (des) identidade

07   Território e territorialidade: abordagens conceituais

08   Território e territorialidade: abordagens conceituais (parte II)

09   Por entre territórios e redes: múltiplas leituras

10   Região e a Geografia tradicional

11   Região no contexto da renovação da geografia


Impresso por:

12   Organização do espaço: do universo conceitual ao ensino da Geografia


1º Semestre de 2008

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