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SUMÁRIO:
Introdução:
O Catecismo de Heidelberg - 1563……………………………………………………….. 8
Dia do Senhor 1:
1. Qual é o seu único consolo na vida e na morte?....................................................... 11
2. O que é que você precisa saber para viver e morrer nessa consolação?................. 11
Dia do Senhor 3:
6. Então, Deus criou o homem assim tão mau e perverso?.......................................... 18
7. De onde veio, então, a natureza corrompida do homem?......................................... 18
8. Mas, somos tão corruptos que não somos capazes de fazer bem algum e somos
inclinados a todo o mal?............................................................................................ 18
Dia do Senhor 4:
9. Mas, Deus não age injustamente com o homem ao exigir em Sua lei aquilo que o
homem não consegue cumprir?................................................................................ 22
10. Permitiria Deus que uma tal desobediência e apostasia ficasse sem castigo?........ 22
11. Mas Deus não é também misericordioso?................................................................ 22
Dia do Senhor 6:
16. Por que tem de ser um homem verdadeiro e justo?................................................. 31
17. Por que ele tem de ser, ao mesmo tempo, Deus verdadeiro?.................................. 31
18. Mas, que Mediador é esse que é, ao mesmo tempo, Deus verdadeiro e homem
verdadeiro e justo?.................................................................................................... 31
19. Como você sabe disso?............................................................................................ 31
Dia do Senhor 7:
20. Então, todos os homens foram salvos por Cristo, exatamente como por meio de
Adão todos pereceram?............................................................................................ 35
21. O que é a verdadeira fé?........................................................................................... 35
22. Então, no que o cristão tem de acreditar?................................................................. 35
-3-
Dia do Senhor 8:
24. Como se dividem esses artigos?.............................................................................. 40
25. Por que é que você fala em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; visto que só
existe um único Deus?.............................................................................................. 40
A Nossa Justificação
Dia do Senhor 23:
59. Que proveito há para você que agora crê nisso?..................................................... 87
60. Como é que você é justo diante de Deus?............................................................... 87
61. Por quê você diz que é justo somente pela fé?........................................................ 87
A Palavra e os Sacramentos
Dia do Senhor 25:
65. Visto que somente a fé é o que nos torna participantes de Cristo e de todos os Seus
benefícios, de onde vem essa fé?............................................................................. 93
66. O que são sacramentos?.......................................................................................... 93
-5-
67. Então, tanto a Palavra quanto os sacramentos têm por objetivo direcionar a nossa fé
para o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, como a única base para a nossa
salvação?.................................................................................................................. 93
68. Quantos sacramentos Cristo instituiu na nova aliança?........................................... 93
O Santo Batismo
Dia do Senhor 26:
69. Como o santo batismo lhe faz saber e lhe assegura que o único sacrifício de Cristo
na cruz lhe beneficia?............................................................................................... 97
70. Que significa ser lavado com o sangue e o Espírito de Cristo?................................ 97
71. Onde Cristo prometeu que nos lavaria com o Seu sangue e Espírito tão certo quanto
somos lavados com a água do batismo?.................................................................. 97
A Santa Ceia
Dia do Senhor 28:
75. Como a santa ceia lhe faz saber e lhe assegura que você tem parte no único
sacrifício de Cristo na cruz e de todos os Seus dons?........................................... 104
76. O que significa comer o corpo crucificado de Cristo e beber o Seu sangue
derramado?............................................................................................................. 104
77. Onde foi que Cristo prometeu que Ele quer alimentar e refrigerar os crentes com o
Seu corpo e sangue tão certamente quanto eles comem desse pão partido e bebem
desse cálice?........................................................................................................... 104
Os Dez Mandamentos
A Oração
Dia do Senhor 45:
116. Por que a oração é necessária aos cristãos?................................................... 161
117. O que é preciso para que nossa oração agrade a Deus e por Ele seja
ouvida?.................................................................................................................... 161
118. O que foi que Deus ordenou que Lhe pedíssemos?......................................... 161
119. Qual é a oração do Senhor?............................................................................. 161
Introdução:
O Catecismo de Heidelberg - 1563
O Catecismo de Heidelberg
Visando implementar sua reforma calvinista iniciada em 1560, Frederico III convocou a
liderança reformada do Collegium Sapientiae (Colégio da Sabedoria), em Heidelberg,
capital do Palatinado, para elaborarem um novo catecismo que substituísse o catecismo
luterano, harmonizasse os partidos teológicos luterano e calvinista e pudesse ser usado nas
escolas como manual de instrução, orientação para a pregação e confissão de fé. Essa
equipe de teólogos foi conduzida pela dupla Zacarias Ursino (1534-1583) e Gaspar
Oleviano (1536-1587), talentosos teólogos de orientação suíça, ambos com menos de 30
anos na época. Ursino havia estudado com Melanchton, sucessor de Lutero na reforma
luterana, e depois com Calvino. Oleviano era um reformador francês que havia estudado
com Calvino e apreciava os escritos de Melanchton e se tornara o pastor da principal igreja
de Heidelberg.
3 - É um manual prático da vida cristã, tanto para crianças como para jovens e adultos.
4 - Sua organização diferenciada o torna agradável na leitura, pois visa demonstrar
simplicidade bíblica, moderação e paz, fugindo das sutilezas do escolasticismo (escola
filosófica que procurava conciliar a teologia cristã com a filosofia grega de Aristóteles,
marcada por um academismo rigoroso).
Suas 129 perguntas e respostas são dispostas em três partes seguindo o padrão do livro de
Romanos. As perguntas de 1-11 tratam do pecado e da miséria da humanidade vivendo
nele. As perguntas 12-85 tratam da redenção em Cristo e a fé. As perguntas finais (86-129)
da gratidão do homem expressas numa vida de obediência em amor ao Deus gracioso
salvador.
As perguntas estão organizadas de modo que o Catecismo todo possa ser estudado em 52
domingos (o número de domingos que tem em um ano). Outras características agradáveis
do Catecismo de Heidelberg são uma exposição do Credo Apostólico e dos Dez
Mandamentos, além do fato de ser todo redigido na primeira pessoa do singular tornando-o
íntimo e como uma declaração de fé pessoal do cristão que dele fizer uso devocional.
Suas ênfases reformadas podem ser vistas claramente (1) na doutrina dos sacramentos,
apontando para uma presença real de Cristo na celebração da ceia, onde os crentes
participam verdadeiramente do corpo e do sangue de Cristo mediante a operação do
Espírito Santo; (2) na centralidade das Escrituras como autoridade prática na vida de cada
cristão; (3) na consagração a Deus mediante a prática de boas obras como resposta à sua
graça recebida em Cristo (Ef 2.8-10); (4) Na igreja como fonte de verdadeira disciplina
cristã.
fonte: http://revhelio.blogspot.com.br/2011/04/o-catecismo-de-heidelberg-1563.html
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Dia do Senhor 1
R. Que não pertenço a mim mesmo,1 mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto
na morte,2 ao meu fiel Salvador Jesus Cristo.3 Ele pagou completamente todos os meus
pecados com o Seu sangue precioso4 e libertou-me de todo o domínio do diabo.5 Ele
também me guarda de tal maneira6 que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de
cabelo pode cair da minha cabeça;7 na verdade, todas as coisas cooperam para a minha
salvação.8 Por isso, pelo Seu Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna9 e
faz-me disposto e pronto de coração para viver para Ele de agora em diante.10
1. 1Co 6.19, 20. 2. Rm 14.7-9. 3. 1Co 3.23; Tt 2.14. 4. 1Pe 1.18, 19; 1Jo 1.7; 2.2. 5. Jo
8.34-36; Hb 2.14, 15; 1Jo 3.8. 6. Jo 6.39, 40; 10.27-30; 2Ts 3.3; 1Pe 1.5. 7. Mt 10.29-31; Lc
21:16-18. 8. Rm 8.28. 9. Rm 8.15, 16; 2Co 1.21, 22; 5.5; Ef 1.13, 14. 10. Rm 8:14
P.2. O que é que você precisa saber para viver e morrer nessa consolação?
R. Primeiro, como são grandes meus pecados e miséria;1 segundo, de que modo sou
liberto de todos os meus pecados e miséria;2 terceiro, de que modo devo ser grato a Deus
por uma tal libertação.3
1. Rm 3.9, 10; 1Jo 1:10. 2. Jo 17.3; At 4.12; 10.43. 3. Mt 5.16; Rm 6.13; Ef 5.8-10; 1Pe 2.9,
10.
DOMINGO 1
Pergunta e resposta 1:
1. O que é um fundamento?
EXPLICAÇÃO: Um fundamento é uma base, uma coisa a qual nos apoiamos. É como o
alicerce de uma casa ou de um prédio. Casas e prédios precisam de um fundamento. Seres
humanos também.
Ser crente não significa seguir algumas regras religiosas mas, antes de mais nada,
pertencer a Cristo.
4. O que significa “pertencer a Jesus Cristo” e, por que o crente não pertence a si
mesmo?
EXPLICAÇÃO: “Pertencer a Jesus Cristo” significa que somos de Jesus Cristo. Há duas
coisas relacionadas com esta verdade. A primeira é que Cristo cuida de nós. A segunda é
que nós devemos obedecer a Cristo. É como o relacionamento entre um filho e seu pai. O
pai assumiu a obrigação de cuidar de seu filho, mas o filho tem a obrigação de obedecer a
seu pai.
1 Coríntios 6:19-20 ensina que não pertencemos à nós mesmos, porque fomos “comprados
por alto preço”. O Domingo 1 do Catecismo diz que Jesus Cristo pagou por nossos pecados
com seu precioso sangue. Não foi com dinheiro, mas com seu sangue que nos comprou,
dando sua vida por nós.
5. Será que nosso pecado pode fazer com que não pertençamos mais a Jesus Cristo?
Satanás tem condições de fazer isso?
EXPLICAÇÃO: Não há nada que possa fazer com que não sejamos mais de Cristo. Os
nossos pecados podem fazer mal à nossa vida, mas não são mais fortes do Jesus Cristo. A
Bíblia diz que Deus perdoará os nossos pecados, se os confessarmos (1 João 1:9). Satanás
pode nos atrapalhar muito, mas não é mais poderoso do que Deus. 1 João 3:8 diz que
quem continua pecando, pertence ao diabo. Mas diz também que o Filho de Deus veio para
destruir o que o diabo fez. O vs.9 continua assim: quem é filho de Deus, quem pertence a
Jesus Cristo não continua pecando. Em outras palavras, embora não estejamos livres do
pecado, já estamos livres de todo o domínio do diabo (Resposta 1 do Catecismo). Por outro
lado, precisamos entender bem a frase “Não há nada que possa fazer com que não
sejamos mais de Cristo”. Não é para pensar assim: se sempre somos de Cristo, podemos
viver em pecado. Quem pensa assim não tem defesa contra o pecado e Satanás. Pior: nem
pertence a Cristo! Quem continua pecando, não será salvo. Apesar de ser membro da
Igreja, morrerá para sempre.
7. O Catecismo, diz que Jesus Cristo nos protege. É verdade que Ele nos protege
contra todo o mal?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo não quer dizer que não possa acontecer nenhum mal em
nossa vida. Mas Deus, o Pai de Jesus Cristo, tem poder e com seu poder Ele cuida de nós.
Romanos 8:28 diz que Deus opera para o bem daqueles que o amam. Transformará em
bem todo o mal que me enviar nesta vida conturbada.
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8. Que mais Jesus Cristo faz para nós e o que isto tem a ver com a obra do Espírito
Santo?
EXPLICAÇÃO: É pelo Espírito Santo que Cristo faz duas coisas: primeiro, nos garante a
vida eterna. Segundo, nos torna dispostos a viver para Ele. A vida cristã, hoje e para
sempre, é fruto da obra do Espírito Santo, que está a serviço de Cristo.
Pergunta e resposta 2:
2. Leia Efésios 5:8. Você vê neste verso os três assuntos dos quais fala o Catecismo?
EXPLICAÇÃO: Efésios 5:8 fala, sim, desses três assuntos:
A miséria: “Porque outrora vocês eram trevas”;
A salvação: “mas agora são luz no Senhor”; e,
A gratidão: “Vivam como filhos da luz”.
3. A Resposta 2 fala de três fases da vida cristã? É assim que o crente precisa
conhecer sua miséria, antes de conhecer sua salvação e mostrar sua gratidão?
EXPLICAÇÃO: Não, não é assim. O Catecismo não fala de três fases consecutivas em
nossa vida como se o crente conhecesse primeiro sua miséria, só depois sua salvação e no
final da vida, sua gratidão. Se uma pessoa não conhece seu salvador e não sabe da
salvação, também não pode entender qual é a sua miséria. Precisamos conhecer as três
coisas ao mesmo tempo: sendo salvos, sabemos do que somos salvos (da nossa miséria) e
assim sabemos que somos salvos para agradecer e agradar a Deus (nossa gratidão).
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Dia do Senhor 2
1. Rm 3.20; 7.7-25.
R. É isso o que Cristo nos ensina resumidamente em Mateus 22.37-40: “Amarás o Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.1 Este é
o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. 2
1. Dt 6.5. 2. Lv 19.18.
1. Rm 3.10, 23; 1Jo 1.8, 10. 2. Gn 6.5; 8.21; Jr 17.9; Rm 7.23; 8.7; Ef 2.3; Tt 3.3.
DOMINGO 2
Pergunta e resposta 3:
Pergunta e resposta 4:
Pergunta e resposta 5:
3. O Catecismo diz que “por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo”.
Mas será que um cristão realmente está odiando a Deus e o próximo?
EXPLICAÇÃO: Todos nós nascemos pecadores. Nossa natureza humana é pecaminosa e
faz com que não possamos amar a Deus e ao próximo. Mas não é preciso continuar
odiando a Deus e ao próximo. Deus mostrou seu amor no seu Filho. Ele nos dá seu Espírito
que transforma nosso coração. É pelo Espírito que começamos a amar a Deus e ao nosso
próximo, embora nosso amor ainda não seja perfeito.
Dia do Senhor 3
R. Não, pelo contrário, Deus criou o homem bom1 e à Sua imagem,2 isso é, em verdadeira
justiça e santidade,3 de modo que ele pudesse conhecer corretamente a Deus, o seu
Criador,4 amá-Lo de coração, e viver com Ele em eterna felicidade para O louvar e
glorificar.5
R. Da queda e desobediência dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, no Paraíso.1 Ali a
nossa natureza tornou-se corrupta2 de tal modo que somos todos concebidos e nascidos
em pecado.3
P.8. Mas, somos tão corruptos que não somos capazes de fazer bem algum e somos
inclinados a todo o mal?
DOMINGO 3
Pergunta e resposta 6:
1. Por qual motivo o Catecismo faz a Pergunta 6? Para enfatizar nossa natureza má ou
para livrar Deus da culpa por nosso pecado?
EXPLICAÇÃO: A resposta anterior nos leva a perguntar quem é o culpado pela situação do
homem. A pergunta 6 é natural e até lógica. O Domingo 3 trata da origem do pecado.
Primeiro precisamos conhecer o começo da história, a criação. Gênesis 1 e 2 dizem que
tudo o que Deus fez era bom. Também o homem que Ele criou era bom. Não é correto dizer
que o homem sempre teve uma natureza má. Houve uma época em que o homem não
cometia nenhum pecado: após a criação e antes da queda. O homem bom podia fazer o
que Deus queria que ele fizesse. Deus tinha um plano com o homem e o homem tinha as
condições de agir conforme esse plano de Deus. Conclusão: nossa natureza má não é a
culpa de Deus.
2. O que significa que “Deus criou o homem à sua imagem”? Será que, o homem tem
a aparência de Deus?
EXPLICAÇÃO: Uma imagem é uma representação gráfica ou fotográfica de uma pessoa ou
de um objeto. No Brasil há muitas imagens de Maria, a mãe de Jesus. Mas “imagem de
Deus” significa uma coisa bem diferente. Ninguém pode ser uma representação gráfica ou
fotográfica de Deus. Adão não parecia com Deus. “Feito à imagem de Deus”, Adão era “filho
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de Deus” (Lucas 3:38) com uma tarefa grandiosa. Deus que é o Rei do céu e da terra,
queria ter um representante na terra. Era o homem, seu vice-rei. Devia governar sobre a
terra e todas as criaturas de Deus, representando o Criador.
3. Leia Efésios 4:24. O que este verso diz sobre a nova natureza do homem?
EXPLICAÇÃO: Nós, sendo pecadores, temos uma velha natureza, que é dominada pelo
pecado. Mas pela obra do Espírito Santo, recebemos uma nova natureza. Esta renovação
significa uma natureza dominada por Deus. As duas naturezas estão lutando uma contra a
outra dentro de nós. Efésios 4 diz que a nova natureza é dedicada a Ele. O Catecismo diz
que Deus criou o homem bom e à sua imagem, isto é, em verdadeira justiça e santidade.
Essas duas palavras são exatamente as últimas palavras de Efésios 4:24.
4. Por que Deus criou o homem à sua imagem? Veja a Resposta 6 do Catecismo que
fala sobre três objetivos da criação do homem.
EXPLICAÇÃO: Esses três objetivos são:
a) para o homem conhecer corretamente a Deus, seu Criador.
b) para o homem amá-Lo de todo o coração.
c) para o homem viver com Ele em eterna felicidade, para louvá-Lo e glorificá-Lo.
Pergunta e resposta 7:
Gênesis 3, não lê nada sobre ´sexo´. Adão e Eva comeram a fruta da Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal: este foi o primeiro pecado. Lamentavelmente, muitas
pessoas identificam esta fruta com a maçã que se tornou o símbolo da relação sexual. Mas
Gênesis 2 ensina que a relação sexual é um dom de Deus e não pode ser relacionada com
o pecado.
Pergunta e resposta 8:
1. O Catecismo não é muito radical quando diz: “não podemos fazer bem algum”?
EXPLICAÇÃO: Muitas pessoas consideram o Catecismo radical demais porque acham que
o homem ainda possa fazer o bem. Reconhecem que o homem faz mal, mas não querem
dizer que somos tão corrompidos que não possamos fazer bem algum. Isto não é aceitável
para a maioria do povo, nem para a igreja Romana e nem para muitos evangélicos. Mas a
Bíblia mostra que esta é a realidade: o homem não é mais capaz de fazer o bem no sentido
de se salvar do pecado e fazer tudo o que Deus falou na Sua palavra.
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Dia do Senhor 4
P.9. Mas, Deus não age injustamente com o homem ao exigir em Sua lei aquilo que o
homem não consegue cumprir?
R. Não, pois Deus criou o homem de tal forma que ele era capaz de a cumprir.1 Mas o
homem, sob a instigação do diabo,2 em desobediência deliberada,3 privou a si mesmo e a
todos os seus descendentes destes dons.4
1. Gn 1.31. 2. Gn 3.13; Jo 8.44; 1Tm 2.13, 14. 3. Gn 3.6. 4. Rm 5.12, 28, 19.
P.10. Permitiria Deus que uma tal desobediência e apostasia ficasse sem castigo?
R. Certamente que não, pois tanto o nosso pecado original quanto os nossos pecados
presentes O deixam terrivelmente irado. Por isso, Ele os castigará com justo juízo agora e
eternamente,1 conforme declarou:2 “Maldito todo aquele que não permanece em todas as
coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gl 3.10).
1. Gn 2.17; Ex 34.7; Sl 5.4-6; 7.11; Na 1.2; Rm 1.18; 5.12; Ef 5.6 Hb 9.27. 2. 27.26. 53
DOMINGO 4
Pergunta e resposta 9:
estamos ligados com Adão porque ele é o pai de todos nós. O pecado do nosso pai teve
conseqüências para todos os seus descendentes. Também por outro motivo: como pai da
humanidade, Adão é também seu representante. Se um rei começa uma guerra, todos os
habitantes de seu país ficam envolvidos na guerra porque o rei representa seu país. Assim
o ato de desobediência de Adão influi na vida de todos nós. Atos 17:26 diz que Deus criou
de um só homem (Adão) todas as raças humanas. Adão não era um homem qualquer. Era
o primeiro homem. Somos todos da mesma origem. Como todos os ramos de uma árvore
estão ligadas com a raiz da árvore e como todos os membros de um corpo estão ligados
com a cabeça, assim todos temos a ver com Adão e com sua desobediência.
5. A ligação entre Adão e nós significa também que estamos, por assim dizer,
contaminados com o pecado original?
EXPLICAÇÃO: ‘Contaminados com o pecado original’ quer dizer que nós não cometemos
este pecado pessoalmente, mas nascemos com ele. Nós o herdamos. Assim como um filho
recebe os cabelos ruivos de seu pai ruivo, assim herdamos o pecado do nosso pai, Adão.
6. Se o pecado original é uma questão de herança, ele nos torna culpados? Cf.
Salmos 51:1- 9.
EXPLICAÇÃO: O Salmo 51 ensina que o pecado original é uma realidade e nos torna
culpados. Davi se acusa porque cometeu um crime terrível. Mas este crime não é um caso à
parte, nem é explicável pela influência de maus exemplos. Davi volta seus pensamentos
para o passado, sua juventude e seu nascimento, o momento em que começou sua vida.
Sempre houve o pecado. Ele diz: ‘ De fato tenho sido mau desde que nasci; desde o dia do
meu nascimento tenho sido pecador’ (vs.5). Davi sabe que está contaminado nas raízes
mais profundas da sua existência. Entretanto, a conclusão dele não é que não tem culpa
por ser pecador. Pelo contrário, Davi diz que a situação é bem pior, porque sua maldade já
vem de antes do seu nascimento. Davi aceita seu pecado, que herdou, como dívida perante
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Deus. Quando diz “apaga toda minha maldade” (vs.9), ele inclui também a maldade em que
nasceu (vs.5)
1. O que é castigo? Para que serve o castigo? O castigo pode ser arbitrário? Existe
pecado que não mereça castigo?
EXPLICAÇÃO: Castigo é como o ‘salário’ do erro, pecado ou crime. Se uma pessoa fizer
uma coisa errada, merece ser castigada. Castigo serve para tirar a culpa ou pagar a dívida.
Mas não deve ser arbitrário. Uma criança que furtou uma bala não pode ser condenada a
10 anos de prisão. Tal castigo não seria justo. Por outro lado, não existe pecado que não
mereça castigo. O santo Deus não tolera o pecado.
5. O que é o castigo nesta vida? Pode dar alguns exemplos? O que é o castigo na
vida futura?
EXPLICAÇÃO: O castigo nesta vida significa que Deus já castiga o homem pecador nesta
vida. Deus disse, por exemplo, ao povo de Israel (Deuteronômio 28) que Ele abençoaria os
obedientes e castigaria os desobedientes. O castigo seria falta de chuva (vs. 23), derrota
(vs.25), morte (vs. 26) e tumores (vs.27). Mas não podemos dizer que qualquer pessoa que
enfrente adversidades, deve ter cometido um pecado e por isso é castigada por Deus.
Pensemos em Jó, um servo de Deus, que recebeu muita adversidade. Mas no caso dele,
não era castigo. O castigo na vida futura é a morte eterna, o inferno, onde não haverá
nenhuma comunhão com Deus. A Bíblia diz que esse castigo consiste em escuridão e fogo.
Ninguém pode imaginar como será esse castigo terrível para aqueles que não serviram a
Deus. A Bíblia fala do assunto para nos avisar. Todos nós merecemos ser lançados no
inferno, mas podemos escapar graças a Jesus Cristo, pela fé nEle, porque Ele sofreu o
castigo em nosso lugar.
2. O que significa o termo “pena máxima” e que pena é essa? E por que o Catecismo
diz que o pecado merece a pena máxima?
EXPLICAÇÃO: O termo “pena máxima” significa o castigo mais severo que existe não
havendo outro castigo mais pesado. Esta pena máxima é “o castigo eterno em corpo e
alma” (Resposta 11, no final). O pecado que cometemos é sempre pecado contra a
suprema majestade de Deus, o Altíssimo e Santíssimo. Não pecamos contra um homem!
Por isso o pecado merece a pena máxima. Entre os homens já é assim. Um crime contra
um magistrado recebe um castigo mais severo do que um crime contra um cidadão comum.
Muito mais severo tem que ser um crime contra o Todo-poderoso! O castigo que Cristo
sofreu, o castigo eterno em corpo e alma, justamente prova que nosso pecado merece a
pena máxima.
3. O castigo eterno não é duro demais para seres humanos que vivem sua vida curta
aqui na terra?
EXPLICAÇÃO: O castigo eterno não é duro ou pesado demais, se o compararmos com o
pecado cometido: é cometido contra a suprema majestade de Deus. Não há coisa mais
grave. Deus também não pode ser acusado de crueldade como alguns fazem, porque em
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sua misericórdia Deus nos avisou revelando que existe o castigo eterno. Precisamos saber
o que acontecerá com aquele que não querem servir a Deus, para que nos arrependamos e
Lhe sirvamos.
Dia do Senhor 5
P.12. Se pelo justo julgamento de Deus merecemos tanto o castigo temporal quanto o
eterno, como então poderemos escapar desta punição para sermos novamente recebidos
em graça?
R. Deus requer que a Sua justiça seja satisfeita.1 Por isso, nós mesmos devemos satisfazer
essa justiça completamente, ou um outro por nós.2
R. Certamente que não. Pelo contrário, todos os dias aumentamos a nossa dívida.1
R. Não. Em primeiro lugar, Deus não vai castigar uma outra criatura pelo pecado que o
homem cometeu.1 Além disso, não há criatura que possa suportar o peso da ira eterna de
Deus contra o pecado, nem libertar outros dessa ira.2
R. Alguém que seja homem verdadeiro1 e justo,2 e mais poderoso que todas as criaturas;
isso é, alguém que seja ao mesmo tempo, Deus verdadeiro.3
1. 1Co 15.21; Hb 2.17. 2. Is 53.9; 2Co 5.21; Hb 7.26. 3. Is 7.14; 9.6; Jr 23.6; Jo 1.1; Rm 8.3,
4.
DOMINGO 5
2. Falando da nossa salvação, podemos distinguir entre a obra da salvação para nós
e a obra da salvação em nós. Quem fez a obra da salvação para nós e quem faz a obra
da salvação em nós?
EXPLICAÇÃO: Jesus Cristo fez a obra da salvação para nós, quando estava na terra,
conquistando nossa salvação. O Espírito Santo faz a obra da salvação em nós. Ele nos dá a
salvação que Cristo conquistou fazendo com que a salvação fosse nossa.
4. Como sabemos que Deus quer que sua justiça seja cumprida?
EXPLICAÇÃO: Sabemos isto pela vida de Cristo que deveria sofrer e morrer para cumprir a
justiça divina. Veja Mateus 3:15 onde o Senhor responde para João Batista, quando insiste
em ser batizado por ele: “Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para
cumprir toda a justiça”.
5. O Catecismo diz que nós mesmos devemos satisfazer a justiça de Deus. O que isso
quer dizer?
EXPLICAÇÃO: De fato, Adão no paraíso já devia satisfazer a justiça de Deus, no sentido de
fazer o que Deus exigiu na aliança e cumprir a lei de Deus. “Satisfazer a justiça de Deus” é
em primeiro lugar, cumprir a lei de Deus.
A queda do homem no pecado resultou em mais duas obrigações:
a) sofrer o castigo merecido pelos pecados cometidos;
b) pagar as dívidas. Porque quem comete pecados, cria dívidas.
Temos que pagar o que Deus exige de nós. Se não, não receberemos o ‘recibo’ que mostra
que a dívida está paga. Além disso, temos que pagar a dívida total. Deus não dá descontos.
Tudo isso é “Satisfazer a justiça de Deus”. É o caminho da salvação ou reconciliação com
Deus. Reconciliação quer dizer que dois partidos que estão em pé de guerra se tornam
amigos. Para que o homem pecador, inimigo de Deus, se reconcilie com Deus, é preciso
satisfazer a justiça de Deus.
6. Quem deve pagar? A resposta 12 fala de “um outro por nós”. Isto vale como nosso
pagamento?
EXPLICAÇÃO: É pensando no A.T. que o Catecismo abre a porta para a possibilidade de
outra pessoa pagar por nós. Os animais sacrificados valiam como pagamento dos israelitas,
no lugar deles, e isto já apontava para Cristo que viria para pagar em nosso lugar. Isto quer
dizer que se “um outro” pagar, somo nós que fazemos o pagamento, por meio daquele
“outro”. É assim que o pagamento de Cristo vale para nós, pela fé nEle.
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2. De que maneira pessoas estão tentando pagar suas dívidas? Qual o resultado
destas tentativas?
EXPLICAÇÃO: Há muitas pessoas que querem pagar a Deus. Para isso, alguns fazem boas
obras ou estão lutando para se corrigir, outros procuram se arrepender ou oferecem
sacrifícios a Deus. Mas tudo isso não adianta nada. Se dissermos para Deus: ‘Aqui o meu
monte de boas obras’, Ele dirá para nós: ‘O monte de seus pecados é muito maior’. Não dá
para pagar fazendo boas obras. Nenhum de nós o consegue porque devemos pagar 100%.
Além disso, devemos obedecer totalmente a lei de Deus. Nenhum de nós consegue fazer
isso e aumentamos, a cada dia, a nossa dívida com Deus. Também as pessoas que se
converteram e sempre se arrependem precisam orar: “ Perdoa-nos as nossas dívidas.”
1. Por que uma criatura, sendo apenas criatura, não pode pagar por nós?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo apresenta duas razões.
- Primeiro: Deus não quer castigar uma outra criatura, que não tenha a natureza humana,
pela dívida do homem. Isto não seria justo. Quem pecou tem que pagar: o homem e seus
descendentes. Ezequiel 18:4 diz que a pessoa que pecar, morrerá.
- Segundo: uma criatura, sendo apenas criatura, não poderia suportar o peso da ira eterna
de Deus contra o pecado e dela livrar outros. Sofrer a ira de Deus é uma coisa, mas
suportar o peso dessa ira, é outra. Além disso, é preciso pagar tudo, ser capaz de terminar
o pagamento e dizer: ‘ Está consumado: tudo pago’. Nenhuma criatura, sendo apenas
criatura, consegue fazer isto. Naum 1:6 ensina isso com estas palavras: “Quando o Deus
Eterno está irado, quem pode ficar de pé? Quem pode resistir à sua ira? A sua fúria se
derrama como um rio de fogo; diante dele as pedras se arrebentam” (Linguagem de Hoje).
2. Em que outra (s) Criatura (s) pensa o Catecismo na Pergunta e Resposta 14?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo pensa em anjos e em animais, que são criaturas, mas sem a
natureza humana.
- 30 -
3. Mas os sacrifícios de animais no templo não valiam como pagamento das dívidas
dos israelitas?
EXPLICAÇÃO: É verdade. O povo de Israel usava sacrifícios de animais para se reconciliar
com Deus. Mas estes sacrifícios nunca tiravam o pecado. Hebreus 10:4 ensina que o
sangue de touros e de bodes nunca poderá tirar os pecados de ninguém. O povo de Israel
sabia disso. Salmo 40:6 diz: “Tu não queres animais oferecidos em sacrifício, nem ofertas
de cereais. Não pedistes que animais fossem queimados em sacrifício, nem exigiste ofertas
para tirar pecados”. Os sacrifícios em Israel ensinavam o povo que um sacrifício diferente,
um sacrifício perfeito, era necessário.
1. O que é um mediador?
EXPLICAÇÃO: Um mediador é uma pessoa que se coloca entre duas pessoas ou dois
grupos (países) para reconcilia-los, resolvendo o conflito entre eles.
2. Quem é o nosso Mediador? O que Ele precisou fazer para nos reconciliar com
Deus?
EXPLICAÇÃO: Nosso Mediador é Jesus Cristo. Sua morte na cruz era necessária para nos
reconciliar com Deus.
4. O Mediador entre Deus e nós devia ter duas naturezas. Quais são elas? E por que
deveria ter essas duas naturezas?
EXPLICAÇÃO: Trata-se da natureza humana e da natureza divina. O Mediador deveria ter a
natureza humana porque o homem pecou. Só um ser humano podia pagar a dívida. O
Mediador devia ter também a natureza divina, porque só a natureza divina podia suportar a
ira de Deus.
Dia do Senhor 6
R. Tem de ser homem verdadeiro, pois a justiça de Deus exige que a mesma natureza
humana que pecou, pague pelo pecado.1 Tem de ser homem justo, pois alguém que, por
natureza, já é pecador, não pode pagar pelos pecados dos outros.2
P.17. Por que ele tem de ser, ao mesmo tempo, Deus verdadeiro?
R. Ele tem de ser Deus verdadeiro para que, pelo poder da Sua natureza Divina,1 possa
suportar em sua natureza humana o peso da ira de Deus2 e, conquistar e restituir para nós,
a justiça e a vida.3
P.18. Mas, que Mediador é esse que é, ao mesmo tempo, Deus verdadeiro e homem
verdadeiro e justo?
R. O nosso Senhor Jesus Cristo,1 “o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e
justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1.30).
R. Pelo santo evangelho, revelado pela primeira vez no Paraíso pelo próprio Deus.1 O qual
o fez proclamar depois pelos patriarcas2 e profetas,3 e prefigurar, como sombras, pelos
sacrifícios e outras cerimônias da lei.4 Fazendo-o, por fim, ser cumprido por meio do Seu
único Filho.5
DOMINGO 6
1. Por que o Mediador deve ser verdadeiro homem? O que 1 Coríntios 15:21 diz?
EXPLICAÇÃO: O nosso Mediador deve ser verdadeiro homem, quer dizer, alguém igual a
nós, em corpo e alma. Isto é necessário porque a justiça de Deus exige que o homem
pague o pecado do homem. Deve ser claro que aquele que fez o pecado, o homem,
também deve pagar. 1 Coríntios 15:21 diz: “Visto que a morte veio por meio de um só
- 32 -
homem”. Isto quer dizer que a morte, que é o salário do pecado, veio por meio de um
homem, Adão.
2. Por que um pecador não pode pagar por outros pecadores? Isto tem a ver com o
Mediador como homem justo? O que diz Hebreus 7:26?
EXPLICAÇÃO: O nosso Mediador deve ser homem justo, porque alguém que tenha seus
próprios pecados, não pode pagar pelo pecado dos outros. Qualquer homem pecador
aumenta, a cada dia, a sua própria dívida com Deus. Está escrito em Hebreus 7:26 “É de
um sumo sacerdote como este (Jesus) que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado
dos pecadores, exaltado acima dos céus”. Os chamados santos da Igreja Romana não
podem ser nossos mediadores porque não têm essas características.
1. O que fica claro quando sabemos que o nosso Mediador deve ser homem e, ao
mesmo tempo, Deus?
EXPLICAÇÃO: Fica claro que nós mesmos não podemos oferecer esse Mediador. Do
nosso lado, não há nenhuma perspectiva de salvação. Felizmente, nós não precisamos dar
o Mediador. O Catecismo diz que Ele já nos foi dado por Deus e é o nosso Senhor Jesus
Cristo.
3. O que nos ensinam Lucas 2:7 e 1 Timóteo 2:5 sobre nosso Mediador como
verdadeiro homem?
EXPLICAÇÃO: Lemos em Lucas 2:7 “E ela (Maria) deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o
em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria”.
Lucas escreve aqui sobre o nascimento de Jesus, mostrando que Ele é verdadeiro homem.
Lemos em 1 Timóteo 2:5 : “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens:
o homem Cristo Jesus”.
4. Como explicam 1 Pedro 2:22 e João 8:46 que o nosso Mediador é homem justo?
EXPLICAÇÃO: 1 Pedro 2:22 diz: “Ele (Cristo) não cometeu pecado algum, e nenhum
engano foi encontrado em sua boca”. Pedro diz que Jesus Cristo, nosso Mediador, não
cometeu nenhum pecado. Por isso é homem justo. E João 8:46: “Algum de vocês pode me
acusar de algum pecado? Se estou falando a verdade, por que vocês não crêem em mim?.
O próprio Senhor e Mediador diz aqui que Ele não tem nenhum pecado.
5. O que nos ensinam Romanos 9:5 e 1 João 5:20 sobre nosso Mediador como
verdadeiro Deus?
EXPLICAÇÃO: Lemos em Romanos 9:5: “Deles (dos judeus) são os patriarcas; e à partir
deles, se traça a linhagem humana de Cristo, que é Deus acima de tudo, bendito para
sempre! Amém”. Paulo diz que Cristo é um ser humano e também é Deus. Lemos em 1
João 5:20 “Sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento, para que
conheçamos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é Verdadeiro, em seu
Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” João diz que Jesus Cristo é o
Deus verdadeiro.
6. Para que o Senhor Jesus Cristo nos foi dado, segundo o Catecismo?
EXPLICAÇÃO: “Nosso Senhor Jesus Cristo nos foi dado para completa salvação e justiça”.
A palavra “justiça” significa aqui fazer o que Deus quer, o que é justo, e assim ser justo. Foi
pelo pecado que perdemos essa justiça. Não podemos fazer o que Deus quer. Mas quando
aceitamos o Mediador Jesus, recebemos de volta a justiça e nos tornamos justos perante
Deus. Recebemos tudo isso pela fé em Jesus Cristo.
Dia do Senhor 7
P.20. Então, todos os homens foram salvos por Cristo, exatamente como por meio de Adão
todos pereceram?
R. Não.1 Só estão salvos os que, pela verdadeira fé, foram enxertados em Cristo e
aceitaram todos os Seus benefícios.2
R. A verdadeira fé é a convicção com que aceito como verdade tudo aquilo que Deus nos
revelou em Sua Palavra.1 É também a firme certeza2 de que Deus garantiu — não só aos
outros como também a mim3 — perdão de pecados, justiça eterna, e salvação4 por pura
graça e somente pelos méritos de Cristo.5 O Espírito Santo realiza essa fé em meu coração
por meio do evangelho.6
R. Em tudo que nos está prometido no evangelho,1 e que nos são ensinados
resumidamente pelo artigos da nossa fé cristã universal e indubitável.
R.
3. o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria;
4. padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao
inferno;
DOMINGO 7
1. A Bíblia ensina que todo o mundo se torna salvo por Cristo? Cf. 2 Pedro 3:9 e 1
Timóteo 2:4.
EXPLICAÇÃO: Mateus 22:14 diz: “Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.”
Isto quer dizer que Deus convida muitas pessoas para participarem da festa no seu Reino,
mas poucas aceitam esse convite crendo em Jesus.
2 Pedro 3:9 diz: “O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns.
Pelo contrário, ele é paciente com vocês não querendo que ninguém pereça, mas que todos
cheguem ao arrependimento”. Esse texto não significa que todas as pessoas sejam salvas,
mas que Deus manda que todas as pessoas se arrependam. Se eu disser para uma
pessoa: ‘Quero que você vá’, não sei se ela fará o que mandei. Outra coisa é dizer: ‘ Eu
quero ficar aqui’. É uma decisão minha: eu fico. Assim precisamos distinguir entre o
mandamento de Deus e sua decisão. Deus dá sua ordem: “Creiam todos em Cristo”. Mas
sua decisão de chamar um determinado número de pessoas para salvá-las é uma coisa
distinta. A mesma observação deve ser feita sobre 1 Timóteo 2:4 onde lemos: (Deus) “o
qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.”
Trata-se de uma ordem de Deus para todos.
2. Quem será salvo? Cf. João 3:36 . As pessoas não-salvas podem culpar Deus por
sua situação?
EXPLICAÇÃO: Quem crê em Jesus Cristo será salvo. João 3:36 diz: “Quem crê no Filho
tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece
sobre ele“. O sacrifício de Cristo na cruz é suficiente para salvar todos, mas muitos não
querem aceitá-lo por fé. Por isso, a perdição deles é a sua própria culpa, e não a culpa de
Deus.
1. A expressão ‘verdadeira fé’ sugere que existem outras qualidades de fé? Cf. Tiago
2:20.
EXPLICAÇÃO: Existe também fé que não mereça esse nome. Muitas pessoas dizem que
crêem em Deus, mas a maioria delas têm uma crença que não é ‘a verdadeira fé’, por
exemplo, a ‘fé espírita’. Também na Igreja, existe uma qualidade de fé que não é
‘verdadeira’. A Bíblia fala de fé morta: Tiago 2:20: “Insensato! Quer certificar-se de que a fé
sem obras é inútil?”.
5. Uma pessoa que rejeita a Bíblia pode acreditar em Deus? E uma pessoa que não
conhece a Bíblia?
EXPLICAÇÃO: Pode ser claro que aquele que rejeita a Palavra de Deus não acredita em
Deus. Não devemos criticar a Palavra, mas aceitá-la. A pessoa que não conhece nada da
Palavra também não pode acreditar em Deus. Precisamos estudar a Palavra.
- 38 -
1. Por que o Catecismo diz: “Em que um cristão deve crer?” e não: “Em que um
cristão crê?”?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo fala assim porque o cristão não tem uma fé perfeita. A fé de
todos os crentes ainda tem erros. Por isso, precisamos sempre comparar o conteúdo de
nossa fé com a Bíblia, em que devemos crer.
Dia do Senhor 8
R. Em três partes.
— a primeira é sobre Deus o Pai e a nossa criação;
— a segunda é sobre Deus o Filho e a nossa redenção;
— a terceira é sobre Deus o Espírito Santo e a nossa santificação.
P.25. Por que é que você fala em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; visto que só
existe um único Deus?
R. Porque o próprio Deus se revelou de tal maneira em Sua Palavra1 que essas três
Pessoas distintas são o único, verdadeiro e eterno Deus.2
1. Dt 6.4; Is 44.6; 45.5; 1Co 8.4, 6. 2. Gn 1.2, 3; Is 61.1; 63.8-10; Mt 3.16, 17; 28.18, 19; Lc
4.18; Jo 14.26; 15.26; 2Co 13.14; Gl 4.6; Tt 3.5, 6.
DOMINGO 8
3. É verdade que o Filho e o Espírito Santo não têm nada a ver com a obra da (nossa)
criação?
EXPLICAÇÃO: Parece que a Resposta 24 está confirmando esta pergunta porque ela se
refere à obra da criação como a obra do Pai. Mas a Bíblia diz mais. Gênesis 1:2 diz que o
Espírito de Deus pairava por cima da água. E João 1:3 diz que Deus fez todas as coisas por
meio do Filho, e nada do que existe foi feito sem ele. Gênesis 1:26 fala no plural: “Façamos
o homem”. Assim entendemos que tanto o Filho como o Espírito Santo estavam presentes
na hora da criação do mundo. O Catecismo não nega isso, mas quer apenas salientar que a
obra da criação é especialmente uma obra do Pai.
- 41 -
4. Mas por que o Catecismo menciona somente nossa criação ao falar da obra do
Pai? Nossa salvação não é obra do Pai?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo não quer negar que o Pai tenha feito outras obras, mas a obra
específica do Pai é a criação. É claro que a nossa salvação é também obra do Pai. O Pai e
o Filho são um. O Pai enviou o Filho para nos salvar. Mas quando pensamos na obra
específica de Deus Filho, chegamos à conclusão de que é nossa salvação, e não nossa
criação, ou nossa santificação. É Deus Filho que a Bíblia chama de Salvador!
1. A Bíblia usa a palavra “pessoa” quando fala do Pai, do Filho ou do Espírito Santo?
EXPLICAÇÃO: A Bíblia não usa este termo. Ele foi inventado por antigos mestres da Igreja
para expressar que há um só Deus, mas ao mesmo tempo distinção entre o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Até agora não se tem achado um termo mais adequado que “pessoa”.
3. Como os seguintes versos mostram que o Filho é Deus: Isaías 9:5; João 1:1 e 14,
20:28; Romanos 9:5 e 2 Pedro 1:1?
EXPLICAÇÃO: Isaías 9:5 é uma profecia do nascimento de Jesus Cristo. “O menino” será
chamado de “Deus Poderoso” o que mostra a divindade do Filho. João 1:1 e 14 falam sobre
“o Verbo” que já existia antes da criação. Ele estava com Deus e era Deus. Depois se
tornou um ser humano e morou entre nós. Vimos a sua glória que é do Filho único do Pai.
Nesse texto, João fala do nascimento de Jesus Cristo que é Deus. Em João 20:28, Tomé
diz a Jesus: “meu Senhor e meu Deus!”, Ele reconhece que Jesus é Deus. Romanos 9:5 diz
que Cristo, governa sobre todos e é louvado para sempre! Paulo mostra que o Filho é Deus.
2 Pedro 1:1 diz que nossa salvação nos é dada pelo nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.
Mais uma vez a Bíblia diz que o Filho é Deus.
humanos, mas sim a Deus!”. Esse texto mostra que o Espírito Santo é Deus porque Pedro
diz que mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus.
Dia do Senhor 9
P.26. Em que você crê quando diz: “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e
da terra”?
R. Creio que o eterno Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que criou do nada o céu e a terra e
tudo o que neles há,1 e também os sustenta e governa por Seu conselho e providência
eternos,2 é o meu Deus e o meu Pai, por causa do Seu Filho Cristo.3 Creio nEle tão
completamente que não tenho nenhuma dúvida de que Ele me suprirá de tudo que é
necessário ao corpo e à alma,4 e que também converterá em bem para mim toda a
adversidade que me enviar nessa vida conturbada.5 Ele assim pode fazer porque é Deus
Todo-Poderoso6 e quer fazer como Pai Fiel.7
DOMINGO 9
1. Por que o primeiro artigo do Credo Apostólico confessa estas duas coisas juntas:
“Deus é o Criador de tudo e Ele é Deus Pai”?
EXPLICAÇÃO: A Bíblia não fala da criação para nos dar informação sobre fatos do começo
da história. A Bíblia nos relata que Deus criou tudo para que pudéssemos conhecê-lo. De
propósito, o Catecismo diz duas coisas: Primeiro, o eterno Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo é o todo-poderoso Deus, que Criou tudo, e segundo: Ele é nosso Deus e nosso Pai,
por causa de seu Filho Jesus Cristo. Esta é uma consolação muito valiosa: temos um Pai
todo-poderoso. Nós que conhecemos Deus, somos como crianças que dizem aos seus
amiguinhos: ‘Meu pai é o pai mais forte que existe’. É bom ser filho de Deus: o
Todo-poderoso é Pai fiel. Ele cuida de nós e dará tudo o que for necessário para nosso
corpo e nossa alma. Podemos confiar nEle.
2. O que é criar?
EXPLICAÇÃO: Para Deus o Criador, criar significa fazer algo do nada. Deus não usou
nenhuma matéria para criar o universo. Isto nos mostra o poder de Deus. A Bíblia usa uma
palavra especial para a atividade criativa de Deus. Nós, seres humanos, não conseguimos
criar coisas do nada.
3. Em quantos dias Deus criou o mundo? O que Ele criou nos primeiros seis dias?
(Gên.1). O que fez no sétimo dia? (Gên.2:2-3)
EXPLICAÇÃO: Deus criou tudo em seis dias:
1º dia: a luz.
2º dia: o firmamento.
- 44 -
5. Não é difícil aceitar que Deus nos pode enviar algum mal?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo usa uma palavra forte, “enviar”, mas quando Deus nos envia
um mal, Ele não está querendo fazer mal. Ele é Pai! Mas como Pai, Deus dirige a nossa
vida, e dentro desta direção, Deus nos pode provar com um mal. O que o Catecismo
confessa é que podemos confiar em Deus como Pai que é capaz de transformar todo mal
em bem. (Rom. 8:28). Esta capacidade é uma coisa garantida porque Ele é o Criador
Todo-Poderoso.
_________________________________________________________________________
1. A Bíblia diz que há milhares de anjos. Hebreus 1:14 diz que anjos são espíritos que
servem a Deus e a seu povo. Como servos de Deus, os anjos têm uma posição inferior aos
homens que são filhos de Deus porque crêem no Filho de Deus. Um filho é mais importante
do que um empregado.
2. A Bíblia fala sobre o trabalho dos anjos. Isaías 6 diz que anjos louvam a Deus. Hebreus
1:14 diz que anjos são mandados para ajudar os que recebem a salvação. Mateus 18:10 diz
que os anjos dos pequeninos estão sempre na presença de Deus Pai. Eles cuidam dos
filhos de Deus.
3. O que aconteceu com uma parte dos anjos? (Judas:6). Uma parte dos anjos fez uma
revolução contra Deus após a criação. Judas escreve que eles não ficaram dentro dos
limites da sua própria autoridade, mas abandonaram o lugar onde moravam. O dono deles é
o diabo, o grande adversário de Deus e seu povo. Os anjos maus são chamados de
demônios e espíritos maus e imundos.
4. O diabo e seus anjos dominam as vidas dos incrédulos. Lutam contra os crentes.
Devemo-nos vestir com toda a armadura que Deus nos dá, para lutarmos contra o diabo e
os seus anjos. Efésios 6 nos fala desta armadura: nosso cinturão é a verdade; nossa
couraça é a justiça; nossos sapatos são o entusiasmo para anunciar a Boa-Notícia da paz;
nosso escudo é a fé, que nos proteger das flechas incendiadas do diabo; nosso capacete é
- 45 -
a Palavra de Deus, que é a espada do Espírito Santo. Usando essa armadura, orando a
Deus para pedir sua ajuda, podemos vencer a luta contra o diabo e seus anjos Cf. Efésios
6:10-18 e 1 Pedro 5:8,9.
5. O que acontecerá com Satanás e seus anjos no último dia? (Apocalipse 20:10). O diabo
e seus anjos serão jogados no lago de fogo e enxofre, isto é, no inferno.
- 46 -
Dia do Senhor 10
R. A providência de Deus é o Seu onipotente e onipresente poder,1 por meio do qual, com
as Sua mãos, Ele sustenta continuamente o céu e a terra e todas as criaturas,2
governando-os de tal modo que ervas e plantas, chuva e seca, abundância e escassez,
comida e bebida, saúde e doença, riqueza e pobreza,3 todas as coisas na verdade, não nos
vêm por acaso4 mas procedem da Sua mão paternal.5
P.28. Que benefício há em sabermos que Deus criou todas as coisas e que continuamente
as sustenta pela Sua providência?
1. Jó 1.21, 22; Sl 39.10; Tg 1.3 2. Dt 8.10; 1Ts 5.18. 3. Sl 55.22; Rm 5.3-5; 8.38, 39. 4. Jó
1.12; 2.6; Pv 21.1; At 17.24-28.
DOMINGO 10
1. A providência de Deus é uma coisa que funciona ‘solta’, como se fosse separada
de Deus e fora dEle?
EXPLICAÇÃO: A providência de Deus não é uma coisa fora de Deus. O Catecismo fala da
força com que Deus pela sua mão, sustenta e governa tudo. A providência é uma força
ativa de Deus, que parte diretamente dEle. Em outras palavras: a providência de Deus é
Deus sustentando e governando tudo.
4. Por que a Resposta 27 menciona contrastes como chuva e seca, anos frutíferos e
infrutíferos, saúde e doença, riqueza e pobreza?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo menciona esses contrastes, inclusive coisas más, para provar
que Deus reina sobre tudo, inclusive o mal.
5. É verdade que Deus nos envia coisas más? Veja Rom. 8:28 sobre “todas as
coisas”. O Catecismo não torna Deus o autor do mal? O que a queda do homem e o
pecado têm a ver com isso?
EXPLICAÇÃO: À Resposta 27 diz que todas as coisas (também as coisas más!) não nos
sobrevêm por acaso, mas da mão paternal de Deus. Romanos 8:28 diz o seguinte:
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que
foram chamados de acordo com o seu propósito”. Realmente, todas as coisas que
acontecem em nossa vida, as boas e as más, têm a ver com Deus. Nossa consolação é
saber que Deus transforma o mal em bem. Não podemos dizer que Deus é o autor do mal.
Precisamos considerar também o papel do pecado e do diabo. Pelo homem que caiu em
pecado (Gên. 3) veio o mal no mundo. E o diabo faz coisas más. Mas isto não quer dizer
que Deus seja a vítima do que aconteceu no ou do Diabo. Pois Deus reina sobre tudo,
como Atos 2:23 mostra: “Este homem (Jesus) lhes foi entregue por propósito determinado e
pré-conhecimento de Deus; e vocês, com a ajuda de homens perversos, o mataram,
pregando-o na cruz”. Conclusão: há três coisas para levar em consideração:
a. Deus reina sobre tudo, inclusive o mal.
b. O diabo tenta destruir a obra de Deus e faz coisas más.
c. À nossa responsabilidade é fazer o que Deus quer. Mas muitas vezes não o fazemos.
Uma outra confissão Reformada diz o seguinte: “Contudo, Deus não é o autor, nem tem
culpa do pecado que se comete. Pois seu poder e bondade são tão grandes e
incompreensíveis, que Ele ordena e faz sua obra muito bem e com justiça, mesmo que os
demônios e os ímpios ajam injustamente. E as obras dEle que ultrapassam o entendimento
humano, não queremos investigá- las curiosamente, além da nossa capacidade de
entender. Mas, adoramos humildemente e piedosamente a Deus em seus justos
julgamentos, que nos estão escondidos.” (Confissão de Fé das Igrejas Reformadas do
Brasil / Confissão Belga, Art.13).
Deus sempre mostrou quem Ele era através das coisas boas que fazia: mandava chuvas e
colheitas e dava comida e alegria. Atos 14 mostra assim que a mão de Deus está em todas
as coisas boas, apesar de muitas pessoas não reconhecerem isso.
Dia do Senhor 11
P.29. Por que razão é o Filho de Deus chamado de Jesus, que quer dizer, Salvador?
R. Porque Ele nos salva de todos os nossos pecados,1 e porque em ninguém mais
devemos buscar ou podemos encontrar salvação.2
P.30. Aqueles que buscam com fervor a sua salvação ou bem-estar nos assim chamados
“santos”, em si mesmos ou em outra coisa qualquer, também crêem no único Salvador
Jesus?
R. Não. Embora gloriem-se nEle com palavras, eles na verdade negam a Jesus como o
único Salvador.1 Pois das duas coisas, só uma é verdadeira: ou Jesus é um Salvador
incompleto, ou aqueles que pela verdadeira fé aceitam esse Salvador têm que achar nEle
tudo que é necessário para a sua salvação.2
DOMINGO 11
1. Por que os nomes do nosso Mediador são importantes? Quem lhe deu o nome de
Jesus?
EXPLICAÇÃO: Os nomes do nosso Mediador são importantes porque nos dizem quem Ele
é e o que Ele fez (suas obras). Um anjo do Senhor apareceu a José num sonho para
anunciar que Maria teria um filho (Mateus 1:21). José lhe daria o nome de Jesus, mas de
fato foi o próprio Deus que deu esse nome ao seu Filho.
4. O Catecismo confirma Atos 4:12 quando diz: “em ninguém mais, devemos buscar
ou podemos encontrar salvação”?
EXPLICAÇÃO: Confirma, sim. Atos 4:12: “Não há salvação em nenhum outro, pois debaixo
do céu, não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”. Jesus
é o Único Salvador. Não adianta buscar outro porque nunca o encontrará.
Dia do Senhor 12
P.31. Por que razão é Ele chamado de Cristo, que quer dizer, Ungido?
R. Porque Ele foi ordenado por Deus o Pai, e ungido com o Espírito Santo,1 para ser o
nosso supremo Profeta e Mestre,2 que nos revelou completamente o propósito secreto e a
vontade de Deus quanto à nossa redenção;3 nosso único Sumo Sacerdote4 o qual por um
único sacrifício do Seu corpo nos remiu,5 e intercede continuamente por nós diante do Pai;6
e nosso Rei eterno,7 que nos governa pela Sua Palavra e por Seu Espírito, e que nos
defende e preserva na redenção que para nós conquistou.8
1. Sl 45.7 (Hb 1.9); Is 61.1 (Lc 4.18); Lc 3.21, 22. 2. Dt 18.15 (At 3.22) 3. Jo 1.18; 15.15. 4.
Sl 110.4 (Hb 7.17). 5. Hb 9.12; 10.11-14. 6. Rm 8.34; Hb 9.24; 1Jo 2.1. 7. Zc 9.9 (Mt 21.5);
Lc 1.33. 8. Mt 28.18-20; Jo 10.28. Ap 12.10, 11.
R. Porque, pela fé, sou membro de Cristo e por isso partilho da Sua unção,2 para poder
como profeta confessar o Seu nome;3 como sacerdote apresentar a mim mesmo como
sacrifício vivo de gratidão a Ele;4 como rei, de livre e boa consciência, combater o pecado e
o diabo nessa vida5 e no porvir reinar eternamente com Ele sobre todas as criaturas.6
1. 1Co 12.12-27. 2. Jl 2.28 (At 2.17); 1Jo 2.27. 3. Mt 10.32; Rm 10.9, 10; Hb 13.15. 4. Rm
12.1; 1Pe 2.5, 9. 5. Gl 5.16, 17; Ef 6.11; 1Tm 1.18, 19. 6. Mt 25.34; 2Tm 2.12.
DOMINGO 12
1. O que significa a palavra “ordenado” na Resposta 31? Quando foi que Cristo foi
ordenado pelo Pai?
EXPLICAÇÃO: A palavra “ordenado” significa aqui que o Filho de Deus foi escolhido e
nomeado para uma tarefa especial. É claro que não foi ordenado sem seu próprio
consentimento. Entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo existe o mais perfeito relacionamento.
Quanto ao momento da sua ordenação, temos que pensar na eternidade: já antes de Deus
criar o mundo existia o Pacto Divino de mandar o Filho ao mundo. 1 Pedro 1:20 diz: “(Cristo
era) conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de
vocês”. O Senhor Jesus também sempre se apresentou como o Enviado pelo Pai, porque o
Pai o ordenou desde a eternidade. Cf. João 17:3,8,18.
2. O que significa a palavra “ungido”? Quando Cristo foi ungido com o Espírito
Santo?
EXPLICAÇÃO: A palavra “ungido” significa que Jesus foi equipado para seu ofício e
capacitado pelo Espírito Santo para seu dever especial. Quanto ao momento da sua unção,
temos que pensar no que aconteceu depois que Cristo foi batizado por João Batista. Mateus
- 53 -
3:13-17 conta esta história e Atos 10:38 diz que Deus derramou o Espírito Santo sobre
Jesus e lhe deu poder.
3. Quais são os três ofícios de Cristo? Quem no A.T. tinha estes três ofícios?
EXPLICAÇÃO: Cristo foi ordenado e ungido para ser Profeta, (Sumo) Sacerdote e Rei.
Ninguém no A.T. tinha estes três ofícios juntos. Existia a separação dos ofícios; cf. a
separação dos três poderes no estado moderno. Reis e profetas não eram sacerdotes, e
sacerdotes não eram reis. Alguns reis podem ser considerados profetas ocasionais como
Davi e Salomão, mas não eram profetas ‘de tempo integral’ como Elias e outros. Temos
também o caso de Melquisedeque que era rei e sacerdote (Gênesis 14:18), mas este não
era israelita. Cristo é único e diferente dos profetas, sacerdotes e reis do A.T.
4. O que um profeta fazia? Que trabalho Cristo fez para nós como Profeta?
EXPLICAÇÃO: Um profeta fala em nome de Deus, transmitindo a Palavra de Deus ao povo.
Como Profeta, Cristo revelou o plano de Deus para nossa salvação.
7. Qual era o trabalho de um sacerdote? O que Cristo fez como Sumo Sacerdote? O
que significa sumo sacerdote?
EXPLICAÇÃO: A tarefa de um sacerdote israelita era sacrificar e orar. O trabalho de Cristo
como Sumo Sacerdote foi o seu sacrifício na cruz como o resgate da nossa vida. A função
de sumo sacerdote no A.T. era ser o chefe dos sacerdotes Ele era descendente de Arão. Só
o sumo sacerdote podia entrar, uma vez por ano, no Dia da Expiação, no Santo dos Santos
para derramar sangue sobre a Arca da Aliança (Levítico 16). Este ritual foi cumprido e
encerrado por Cristo, que, por assim dizer, entrou no Santo dos Santos celestial, mediante
seu sangue. Nosso Sumo Sacerdote é Cristo, e não o papa que entre seus muitos títulos
tem também o de Pontifex Maximus (= sumo sacerdote).
9. Por que Cristo é chamado o único Sumo Sacerdote? A Igreja de hoje não precisa
mais de sacerdotes?
EXPLICAÇÃO: A Igreja não precisa de pessoas que tenham o ofício especial de sacerdote.
Um sacerdote humano poderia fazer melhor o que Cristo está fazendo? Além disso, o que
Cristo fez não precisa nem pode ser repetido. Não há mais precisão de sacrifícios, e por
isso não há mais altar, e conseqüentemente a Igreja não precisa mais de uma categoria de
sacerdotes. Cristo é o único Sacerdote da Igreja. A Resposta 32 explica que todos os
Cristãos são sacerdotes.
10. O que faz um rei? O que Cristo faz como nosso Rei?
EXPLICAÇÃO: Um rei governa e luta. Como Rei, Cristo nos governa por sua Palavra e por
seu Espírito. É um trabalho contínuo, dia e noite. Seu reino não tem fim, como diz o Credo
Niceno.
2. É necessário dizer “pela fé” sou membro de Cristo ou existe outra maneira de ser
membro de Cristo?
EXPLICAÇÃO: Não existe outra maneira de ser membro de Cristo. É só pela fé que o
cristão está unido a Cristo. A fé é como uma corda que nos liga a Ele.
5. Sendo sacerdote, o que o cristão oferece a Deus? Pode dar exemplos disto?
EXPLICAÇÃO: O cristão oferece sua vida a Cristo, quer dizer, sua vida inteira. Ser de Cristo
não é somente uma coisa do domingo. Somos de Cristo 24 horas do dia e 7 dias por
semana. Exemplos disso são: oferecer nosso tempo a Cristo, ajudar na Igreja oferecer
nosso dinheiro a Cristo através de ofertas, oferecer nosso intelecto a Cristo etc. Se temos
cabeça boa para estudar, devemos estudar bem na escola. Também somos chamados a
oferecer nosso corpo a Cristo e por isso não podemos oferecê-lo à imoralidade, ter relações
sexuais ilícitas, ler revistas pornográficas ou assistir cenas eróticas na televisão.
6. Por que o Catecismo fala de sacrifício de gratidão? Por que este sacrifício é
chamado vivo?
EXPLICAÇÃO: Como sacerdotes, oferecemos nossa vida a Cristo para mostrarmos nossa
gratidão pelo sacrifício dEle que nos trouxe a salvação. Nosso sacrifício não serve para
pagar por nossos pecados – o que seria impossível! – mas para agradecer a Deus.
Romanos 12:1 diz que devemos oferecer-nos completamente a Deus como sacrifício vivo.
O contraste é com os sacrifícios da época do A.T. que eram animais mortos! Devemos viver
para Cristo, oferecendo-nos a Ele.
9. Como é que os três ofícios do Cristão estão relacionados com os três ofícios de
Cristo?
EXPLICAÇÃO: Como profetas, confessamos o nome de Cristo. Isto é possível somente
graças a Cristo que, como Profeta, nos revelou seu nome. Como sacerdotes, oferecemos
nossa vida a Cristo, porque Ele, como Sacerdote, resgatou nossa vida. Ele se deu como
sacrifício por nós, e por isso nossa vida é um sacrifício de gratidão para Ele. Como reis,
podemos combater nossos inimigos porque Cristo, como Rei, nos governa e protege.
Dia do Senhor 13
P.33. Por que é Ele chamado de “Filho unigênito” de Deus, se nós também somos filhos de
Deus?
R. Porque somente Cristo é o eterno e natural Filho de Deus.1 Nós, contudo, somos filhos
de Deus por adoção, pela graça, por causa de Cristo.2
1. Jo 1.1-3, 14, 18; 3.16; Rm 8.32; Hb 1; 1Jo 4.9. 2. Jo 1.12; Rm 8.14-17; Gl 4.6; Ef 1.5, 6.
R. Porque Ele nos comprou e nos resgatou, o corpo e a alma,1 de todos os nossos pecados
— não com ouro nem prata, mas com o Seu precioso sangue2 — e nos libertou de todo o
domínio do diabo para nos tornar Sua possessão.3
1. 1Co 6.20; 1Tm 2.5, 6. 2. 1Pe 1.18, 19. 3. Cl 1.13, 14; Hb 2.14, 15.
DOMINGO 13
2. O Catecismo explica que Cristo é o único Filho de Deus dizendo que só Ele é, por
natureza o Filho eterno de Deus. Mas o que significa isto? Estas coisas são
importantes para nossa fé?
EXPLICAÇÃO: Cristo como o Filho eterno de Deus sempre foi Filho de Deus, desde a
eternidade. Ele é também por natureza o Filho eterno de Deus no sentido de ser Deus e ter
a mesma natureza divina que o Pai. Estas coisas são importantes para nossa fé porque nos
dão a certeza de que nossa salvação é segura. Quem nos salvou é o Filho de Deus. O Pai
sempre atenderá a seu Filho para nosso bem. Nossa salvação é uma coisa inabalável
porque tem seu fundamento no Filho eterno.
4. Quem é que a Bíblia chama de filhos de Deus? Todos os seres humanos são filhos
de Deus?
EXPLICAÇÃO: Uma crença popular em nosso país é que todo o mundo é filho de Deus.
Mas a Bíblia fala diferente. Filhos de Deus são aqueles que são de Cristo. É graças ao
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único Filho de Deus que somos filhos de Deus. João 1:12 diz que aqueles que recebem
Jesus Cristo e crêem nEle, recebem o direito de se tornarem filhos de Deus.
6. Por que o Catecismo diz que o cristão é filho adotivo de Deus por causa de Cristo?
EXPLICAÇÃO: Ser filhos de Deus por causa de Cristo quer dizer que Deus nos adotou
somente graças a obra de Cristo. É pelo Filho de Deus e só por Ele que somos filhos de
Deus.
1. Será que há uma diferença entre Cristo como único Filho de Deus e Cristo como
nosso Senhor?
EXPLICAÇÃO: Existe esta diferença: ‘único Filho de Deus’ expressa o relacionamento entre
Cristo e seu Pai, enquanto ‘nosso Senhor’ se refere ao relacionamento entre Cristo e nós.
5. O que significa para nossa vida a obra de resgate que Cristo realizou?
EXPLICAÇÃO: A obra de Cristo resgatando-nos dos nossos pecados e de todo o domínio
do diabo significa para nossa vida: liberdade. O cristão não é mais dominado pelo mal,
embora não esteja completamente livre do mal. Ainda somos pecadores mas não vivemos
mais no pecado.
podemos servir a dois senhores. Se Cristo é nosso Senhor, mandamos embora qualquer
‘senhor’ que nos queira dominar. Este é nosso compromisso.
- 59 -
Dia do Senhor 14
P.35. Que confessa você quando diz que Cristo: “foi concebido por obra do Espírito Santo;
nasceu da virgem Maria”?
R. O eterno Filho de Deus, o qual é e permanece Deus verdadeiro e eterno,1 tomou sobre
Si a verdadeira natureza humana da carne e do sangue da virgem Maria,2 pela operação do
Espírito Santo.3 Por isso, Ele é também a verdadeira semente de Davi,4 semelhante a Seus
irmãos em tudo,5 porém, sem pecado.6
1. Jo 1.1; 10.30-36; Rm 1.3; 9.5; Cl 1.15-17; 1Jo 5.20. 2. Mt 1.18-23; Jo 1.14; Gl 4.4; Hb
2.14. 3. Lc 1.35 4. 2 Sm 7.12-16; Sl 132.11; Mt 1.1; Lc 1.32; Rm 1.3. 5. Fl 2.7; Hb 2.17. 6.
Hb 4.15; 7.26, 27.
P.36. Que benefício você recebe de Cristo ter sido concebido e nascido sem pecado?
R. Ele é o nosso Mediador,1 e com a Sua inocência e perfeita santidade cobre aos olhos de
Deus o meu pecado, no qual fui concebido e nascido.2
1. 1Tm 2.5, 6; Hb 9.13-15. 2. Rm 8.3, 4; 2Co 5.21; Gl 4.4, 5; 1Pe 1.18, 19.
DOMINGO 14
4. Por que o Catecismo diz que Cristo tornou-se verdadeiro homem da carne e do
sangue da virgem Maria?
EXPLICAÇÃO: O Credo Apostólico diz que Cristo nasceu da virgem Maria. Mas o
Catecismo tem razão quando entende seu nascimento como um ato dEle: Ele se tornou
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1. Por que é preciso saber e crer que Cristo nasceu sem pecado?
EXPLICAÇÃO: Se Cristo tivesse nascido como pecador, não poderia ser nosso Salvador e
nós estaríamos perdidos. Um pecador não pode salvar outros pecadores. Mas Cristo é o
perfeito Mediador porque nasceu inocente e santo, sem pecado. Por isso cremos que Cristo
cobre meu pecado no qual fui concebido e nasci. Cristo cobre toda a minha natureza
pecaminosa com sua perfeita santidade.
Dia do Senhor 15
R. Durante todo o tempo em que viveu sobre a terra, e especialmente no final, Cristo
suportou no corpo e na alma a ira de Deus contra o pecado de toda a raça humana.1
Assim, por Seu sofrimento, como o único sacrifício de expiação,2 Ele redimiu o nosso corpo
e a nossa alma da condenação eterna3 e conquistou para nós a graça de Deus, a justiça e
a vida eterna.4
1. Is 53; 1Tm 2.6; 1Pe 2.24; 3.18. 2. Rm 3.25; 1Co 5.7; Ef 5.2; Hb 10.14; 1Jo 2.2; 4.10. 3.
Rm 8.1-4; Gl 3.13; Cl 1.13; Hb 9.12; 1Pe 1.18, 19. 4. Jo 3.16; Rm 3.24-26; 2Co 5.21; Hb
9.15.
P.38. Por que Ele “padeceu sob” o julgamento de “Pôncio Pilatos?” R. Embora inocente,
Cristo foi condenado por um juiz terreno,1 e assim Ele nos livrou do severo juízo de Deus
que haveria de cair sobre nós.2
P.39. Há algum sentido especial em Cristo ter sido crucificado e não ter morrido de outro
modo?
R. Sim. Por causa disso tenho a certeza de que Ele levou sobre Si a maldição que estava
sobre mim, pois quem era crucificado era maldito de Deus.1
1. Dt 21.23; Gl 3.13. 62
DOMINGO 15
2. Que parte foi a mais pesada para Cristo, o sofrimento corporal ou o espiritual? Por
quê?
EXPLICAÇÃO: Quanto ao sofrimento físico, pode parecer que haja pessoas que tenham
sofrido mais que Cristo. Mesmo assim ninguém sofreu como Cristo. Porque seu sofrimento,
tanto espiritual como o corporal, foi causado pela ira de Deus contra nossos pecados. Seu
sofrimento como castigo de Deus torna a parte espiritual a mais pesada.
crianças de Belém por Herodes (Mateus 2:16-18), na fuga para o Egito com José e Maria.
Sua vida estava sendo ameaçada. Cristo sofreu também porque muitas pessoas o
rejeitavam, os líderes do povo o perseguiam e até seus discípulos às vezes não
acreditavam nEle. Mas principalmente sofreu no final da sua vida. Pense no que aconteceu
no jardim de Getsêmani (Mateus 26:36-45), no que Pedro, Judas, Herodes e Pilatos Lhe
fizeram e no que aconteceu no Calvário.
5. Por que o Catecismo fala aqui de “todo o gênero humano”? cristo salvou todos?
Seu sacrifício é suficiente para salvar todos?
EXPLICAÇÃO: Quando o Catecismo fala aqui de “todo o gênero humano” ele não quer
dizer que Jesus Cristo salva todas as pessoas. Mas a questão é essa: as pessoas, hoje
salvas, eram também atingidas pela ira de Deus contra todo o gênero humano. Por isso
Cristo não podia salvá- las sem suportar a ira de Deus contra os pecados de todo o gênero
humano. Seu sofrimento é sim suficiente para salvar todos, mas só as pessoas que
acreditavam nEle serão salvas.
1. Por que o Credo diz “sob Pôncio Pilatos”? É só para indicar a época em que Cristo
sofreu?
EXPLICAÇÃO: As palavras “sob Pôncio Pilatos” não indicam apenas a época. Indicam
muito mais a natureza do sofrimento de Cristo: Ele foi condenado, sendo inocente, sendo
inocente, pelo juiz oficial, Pôncio Pilatos. Esta condenação era ao mesmo tempo a
condenação da parte de Deus.
- 63 -
2. Será que o sofrimento de Cristo foi uma tragédia ou um destino infeliz de uma
pessoa fracassada?
EXPLICAÇÃO: Não foi nada disso, muito pelo contrário, o sofrimento de Cristo foi um ato
voluntário e resultou no ato judicial desejado por Deus para castigar seu Filho em nosso
lugar.
Dia do Senhor 16
P.40. Por que foi necessário que Cristo se humilhasse até à morte?
R. Por causa da justiça e da verdade de Deus1 a satisfação pelos nossos pecados não
poderia ocorrer de outra forma senão pela morte do Filho de Deus.2
P.42. Se Cristo morreu por nós, por que ainda temos que morrer?
R. A nossa morte não é o pagamento pelos nossos pecados,1 mas ela põe fim aos nossos
pecados e é a entrada para a vida eterna.2
R. Pela morte de Cristo a nossa velha natureza é crucificada, morta e sepultada com Ele,1
para que os desejos malignos da carne não reinem mais sobre nós2 e possamos nos
ofertar a Ele como sacrifício de gratidão.3
R. A angústia, a dor, o terror e a agonia indizíveis que Cristo suportou em todos os Seus
sofrimentos1 — especialmente na cruz — dão-me a certeza e a consolação de que, por
maiores que sejam as minhas tristezas e tentações, Ele me livrou da angústia e do tormento
do inferno.2
DOMINGO 16
1. Por que a Resposta 40 diz que a justiça de Deus exigia a morte do Filho de Deus?
Cf. o Domingo 5 na Resposta 12.
- 65 -
EXPLICAÇÃO: A Resposta 12 do Catecismo diz que alguém deveria morrer para satisfazer
à justiça de Deus. O pecado exige castigo, e esse castigo é a morte do pecador. O pecado
leva à pena capital. Em outras palavras, trata-se de uma questão de justiça. Deus é justo e
por isso seu Filho devia morrer.
2. Por que a Resposta 40 diz que a verdade de Deus exigia a morte do Filho de Deus?
EXPLICAÇÃO: A palavra ‘verdade’ significa aquilo que Deus falou. O que Deus falou nunca
se tornaria uma coisa vã. Deus havia dito que o pecador morreria (Gênesis 2:17). Por isso o
Filho de Deus deveria morrer, em nosso lugar, por causa da verdade da Palavra de Deus.
1. Por que nossa morte não pode pagar nossos pecados? Cf. o Domingo 5 na
Reposta 13.
EXPLICAÇÃO: Quanto a Resposta 42 diz que nossa morte não é um pagamento dos
nossos pecados, ela se baseia na Resposta 13: o pecador não pode pagar suas dívidas,
nem através de sua morte. Nossa morte não pode ser pagamento. Não temos condições de
nos livrarmos da nossa dívida. Só o Filho de Deus, não sendo pecador poderia morrer para
pagar pelos pecados.
Senhor. Obs. : o pecado tem dois lados: ele é culpa e ele tem força. Quanto à culpa, Cristo
pagou por sua morte e removeu a culpa ( o assunto da Pergunta e resposta 40). Quanto à
força, Cristo a quebrou por sua morte (o assunto da Pergunta e resposta 43).
1. O que quer dizer que Jesus desceu ao inferno? Será que Ele foi ao inferno depois
da sua morte?
EXPLICAÇÃO: A Bíblia não diz que Jesus foi ao inferno depois da sua morte. Ele disse ao
criminoso na cruz antes de sua morte. Eu lhe afirmo que hoje você estará comigo no
paraíso (Lucas 23:43). Mas quando confessamos que Cristo desceu ao inferno estamos
dizendo que Ele sofreu, principalmente na cruz, inexprimíveis angústias, dores e terrores.
Este sofrimento fez que o inferno viesse sobre Ele. Deus o abandonou. Isso era o inferno.
Não havia nenhuma comunhão com Deus.
NOTA EXPLICATIVA:
“Desceu ao inferno” é um acréscimo posterior ao Credo Apostólico. A razão do acréscimo
era combater fantasias sobre o que Cristo teria feito depois de ter sido sepultado. A Igreja,
na época, queria dizer que Cristo foi ao “reino dos mortos” (no grego: Hades).
Especialmente o luggar das palavras “desceu ao inferno” no Credo indicam este significado
original de Cristo ter entrado no estado da morte. Por esta razão as Igrejas Reformadas do
Brasil adotaram como seu texto do Credo: “desceu ao reino dos mortos”. Isto pode levar à
pergunta por que o Catecismo ainda fala de “desceu ao inferno”. Não seria mais coerente
colocar esta parte depois da pergunta e resposta 41? De fato, seria. Mas até agora,
nenhuma Igreja Reformada nacional modificou o texto do Catecismo. Por outro lado, a
explicação do Catecismo é bíblica e também acaba com a idéia de uma viagem que Cristo
teria feito ao inferno. O catecismo enfatiza os tormentos do inferno que Cristo sofreu
durante toda a sua vida e especialmente na cruz quando passou três horas em completo
abandono por seu pai. Assim “desceu ao inferno” fala do clímax do sofrimento de Cristo,
antes da sua morte.
- 67 -
Dia do Senhor 17
R. Primeiro: pela ressurreição Ele venceu a morte, para nos tornar participantes da justiça
que Ele conquistou para nós pela Sua morte.1
Segundo: pelo Seu poder nós também somos ressuscitados para uma vida nova.2
Terceiro: a ressurreição de Cristo é, para nós, a garantia da nossa ressurreição gloriosa.3
1. Rm 4.25; 1Co 15.16-20; 1Pe 1.3-5. 2. Rm 6.5-11; Ef 2.4-6; Cl 3.1-4. 3. Rm 8.11; 1Co
15.12-23; Fl 3.20, 21.
DOMINGO 17
1. Por que o Catecismo não fala do fato da ressurreição de Cristo, explicando o que
aconteceu naquela hora?
EXPLICAÇÃO: A primeira razão do silêncio do Catecismo é bem simples: nenhum ser
humano era testemunha do acontecimento! Deus não permitiu que homens fossem
testemunhas do ato e do fato da ressurreição de Cristo. O que o Catecismo, então, poderia
dizer? Segundo, na época em que o Catecismo foi escrito, ninguém duvidava da
ressurreição de Cristo como fato histórico. Por isso não havia motivo para o Catecismo falar
deste assunto.
acreditamos na imaginação dos apóstolos mas nos fatos reais do ministério de Cristo na
terra.
7. O que significa “participar da justiça, que Ele conquistou por sua morte”?
EXPLICAÇÃO: A palavra justiça significa aqui a absolvição do pecado, ser justificado
perante Deus e estar livre da culpa. Tudo isso Cristo conquistou por sua morte. Mas, se
tivesse permanecido na morte, Cristo não poderia ter dado esta justiça a nós! Não poderia
ter enviado o Espírito Santo para nos pregar o evangelho da nossa justificação. Um Cristo
morto não poderia dar a fé! Mas é o Cristo ressuscitado que nos faz participar da justiça
através do evangelho que ouvimos e aceitamos. A palavra ‘participar’ fala da nossa fé e da
certeza, pela Bíblia, de que somos livres da condenação e libertados do domínio do pecado.
Esta é a nossa justificação.
Dia do Senhor 18
P.46. O que você confessa quando diz que Cristo “subiu ao céu”?
R. Que Cristo, à vista dos Seus discípulos, foi levado da terra ao céu,1 e que lá está para o
nosso benefício2 até que venha novamente para julgar os vivos e os mortos.3
P.47. Quer dizer, então, que Cristo não está conosco até a consumação dos séculos,
conforme Ele nos havia prometido?
R. Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus.1 Segundo Sua natureza humana, Ele não
está mais na terra,2 mas segundo a Sua natureza divindade, majestade, graça e Espírito,
Ele jamais se ausentou de nós.3
P.48. Mas, se a natureza humana não estiver presente onde quer que a natureza Divina
esteja, não estariam as duas naturezas de Cristo separadas uma da outra?
R. De maneira nenhuma, pois a Sua Divindade é ilimitada e está presente em toda parte.1
Por isso, conclui-se que apesar da Sua natureza Divina ultrapassar a natureza humana que
Ele assumiu, ela está dentro dessa natureza humana e a ela permanece unida como
pessoa.2
R. Primeiro: Ele é o nosso Advogado no céu diante do Pai.1 Segundo: temos a nossa carne
no céu como a garantia segura de que Ele, o nosso Cabeça, também nos levará para Si,
como membros Seus.2 Terceiro: Ele nos enviou o Seu Espírito como garantia,3 pelo poder
do qual buscamos as coisas do alto — onde Cristo está assentado à direita de Deus — e
não as que são da terra.4
1. Rm 8.34; 1Jo 2.1. 2. Jo 14.2; 17.24; Ef 2.4-6. 3. Jo 14.16; At 2.33; 2Co 1.21, 22; 5.5; Ef
1.13,14 4. Cl 3.1- 4.
- 70 -
DOMINGO 18
2. Por que é importante para nós que os discípulos tenham visto que Cristo subiu ao
céu?
EXPLICAÇÃO: Os discípulos são nossas testemunhas oculares. A subida de Cristo é um
fato histórico! Como tal, ela faz parte do fundamento da nossa fé. Não acreditamos em
lendas, mas no que os discípulos viram com os seus próprios olhos. Os olhos deles são, por
assim dizer, nossos olhos.
3. Por que a Resposta 46 diz que Cristo “foi elevado da terra ao céu”? isto indica algo
diferente da subida de Cristo?
EXPLICAÇÃO: Não indica algo diferente porque trata-se do mesmo fato. Mas, enquanto a
palavra ‘subida’ se refere ao ato do próprio Cristo, a expressão ‘foi elevado’ se refere ao ato
do Pai. Deus o Pai elevou seu Filho, Jesus Cristo, recebendo-o como o vitorioso e
dando-lhe o lugar de honra à sua direita. Mas como o Pai e o Filho são um, o fato é também
um só: Cristo subiu, ou seja, foi elevado da terra ao céu.
1. O que devemos crer a respeito da presença real de Cristo em nossa vida, visto que
Ele deixou a terra?
EXPLICAÇÃO: Se Cristo fosse apenas homem, estaria somente no céu, afastado de nós.
Mas Cristo é também Deus, e sua natureza divina está presente em todo lugar. Cristo,
então, está realmente conosco mediante seu Espírito; sua majestade e sua graça jamais se
afastam de nós! Esta é nossa grande consolação.
2. Cristo poderia, então, estar presente na hóstia como afirma a Igreja Católica
Romana? Ou poderia estar presente no pão da Santa Ceia?
EXPLICAÇÃO: Não, não poderia. O Catecismo explica que Cristo, agora, não está na terra
“segundo sua natureza humana”. Como homem, Ele não está aqui, mas está no céu,
inclusive com seu corpo humano! Ele não pode estar na hóstia da Missa nem no pão da
Santa Ceia. Não é o corpo de Cristo que comemos na Santa Ceia!
- 71 -
6. Considerando este Domingo 18, podemos dizer que Cristo abandonou a terra
porque é uma coisa inferior?
EXPLICAÇÃO: Não podemos dizer isto. O Domingo 18 não ensina que, para Cristo, a terra
é inferior como se Ele desprezasse a vida natural e material. Pelo contrário, temos que
considerar bem que Cristo está no céu com seu corpo humano, um corpo natural e material!
Além disso, Cristo envia seu Espírito para santificar a vida natural e material. A distinção, ou
melhor, a oposição não é entre espiritual e material, mas entre o Espírito e o pecado. Da
mesma forma, não podemos dizer que coisas materiais são inferiores. A questão é como
usaremos as coisas materiais, para Cristo ou para o pecado.
- 73 -
Dia do Senhor 19
R. Cristo ascendeu ao céu para manifestar-se lá como o Cabeça da Sua igreja,1 por meio
de quem o Pai governa todas as coisas.2
P.51. Que benefício tem para nós esta glória de Cristo, o nosso Cabeça?
R. Primeiro: pelo Seu Espírito Santo Ele derrama sobre nós, Seus membros, os dons
celestiais.1 Segundo: pelo Seu poder Ele nos defende e preserva de todos os inimigos.2
P.52. Que consolo lhe dá o fato de que Cristo “há de vir para julgar os vivos e os mortos”?
1. Lc 21.28; Rm 8.22-25; Fl 3.20, 21; Tt 2.13, 14. 2. Mt 25.31-46; 1Ts 4.16, 17; 2Ts 1.6-10.
DOMINGO 19
2. O Catecismo e o Credo falam sobre a direita de Deus. Mas Deus tem mão direita? O
que quer dizer que Jesus Cristo está sentado à direita de Deus? (Atos 7:55-56).
EXPLICAÇÃO: Deus Pai não é homem, mas a própria Bíblia fala sobre a (mão) direita de
Deus no sentido figurado da palavra. O lugar onde Jesus Cristo está agora quer dizer que
Ele recebeu de Deus o lugar mais honroso. É também o lugar de poder. Cf. Mateus 28:18.
“Sentado” expressa a posição de quem governa no trono de Deus. Por outro lado, a história
de Estêvão em Atos 7 mostra que Jesus se pode levantar a fim de entrar em ação. Estêvão
o viu em pé do lado direito de Deus. Talvez por isso exista outra interpretação: os
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sacerdotes judeus estavam sempre em pé durante seu serviço, mas Cristo terminou seu
trabalho, “Tudo consumado está”, e por isso está sentado.
4. O que quer dizer que Cristo é o Cabeça da sua Igreja? Quais os efeitos desta
posição para o governo da Igreja?
EXPLICAÇÃO: Cristo, como o Cabeça da Igreja, é quem decide na Igreja e governa sobre
ela. Ele é o chefe da Igreja. No corpo humano é a cabeça que toma as decisões. É a parte
mais importante do corpo. A expressão “Cabeça da Igreja”, que encontramos na Bíblia,
mostra a suprema autoridade de Cristo. Na prática isto quer dizer que não é o pastor que é
o dono da Igreja, nem um papa ou um sínodo. A Bíblia rejeita qualquer hierarquia na Igreja
porque a hierarquia não respeita Cristo como o dono e o Cabeça da Igreja.
6. Não é difícil confessar que Cristo governa tudo, considerando nosso mundo cheio
de miséria?
EXPLICAÇÃO: Pode ser difícil confessar que Cristo governa tudo, se olharmos somente
para o lado externo do nosso mundo com toda a sua miséria. É justamente o cristão que
tem dificuldades com a verdade bíblica sobre o governo de Cristo. Mas temos que ficar com
esta verdade. O que o Catecismo diz é uma confissão de fé. A fé é maior que aquilo que os
nossos olhos vêem. Veja Hebreus 11:1 “A fé é… a prova das coisas que não vemos.” Nós
cremos que Cristo governa, embora o modo de Ele governar vá além do nosso
entendimento.
2. O que significa a posição de Cristo à direita do Pai para nossa vida na terra?
- 75 -
É bom notar que o Catecismo não faz uma lista completa de todos os acontecimentos
futuros.
Dia do Senhor 20
R. Primeiro: Creio que Ele é verdadeiro e eterno Deus, juntamente com o Pai e o Filho.1
Segundo: Creio que Ele foi dado também a mim2 para — pela verdadeira fé — me tornar
participante de Cristo e de todos os Seus benefícios,3 para me consolar4 e para
permanecer comigo para sempre.5
1. Gn 1.1, 2; Mt 28.19; At 5.3, 4; 1Co 3.16. 2. 1Co 6.19; 2Co 1.21, 22; Gl 4.6; Ef 1.13. 3. Gl
3.14; 1Pe 1.2. 4. Jo 15.26; At 9.31. 5. Jo 14.16, 17; 1Pe 4.14.
DOMINGO 20
2. Há pessoas que dizem que o Espírito Santo é somente uma força de Deus. Negam
que Ele seja uma pessoa. O que dizem 1 Coríntios 2:10 e Efésios 4:30 sobre isto?
EXPLICAÇÃO: Entre outros heréticos estão as Testemunhas de Jeová que negam que o
Espírito Santo seja Deus. Dizem que Ele é apenas uma força ou um poder de Deus. Negam
também que Ele seja uma Pessoa. A Bíblia mostra claramente que o Espírito Santo é uma
Pessoa. Ele tem características que pessoas têm. 1 Coríntios 2:10 ensina que o Espírito
Santo investiga tudo, até mesmo os propósitos mais profundos e escondidos de Deus. Em
Efésios 4:30 lemos que não devemos entristecer o Espírito Santo de Deus. Uma força não
pode investigar nada nem entristecer uma força. Mas uma pessoa pode investigar algo e
nós podemos entristecê-la.
- 77 -
5. O Catecismo diz que o Espírito foi dado também a mim. O que a palavra dado quer
dizer?
EXPLICAÇÃO: A palavra ‘dado’ quer dizer que para termos o Espírito Santo, Ele nos deve
ser concedido, por Deus. Por natureza não temos o Espírito Santo – temos só o pecado.
Mas Deus nos quer dar o Espírito Santo.
6. Como é que o crente pode dizer com certeza que o Espírito lhe foi dado?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo e o crente podem dizer isso, baseando-se na promessa de
Deus. Quando fomos batizados, o Espírito Santo nos disse que Ele queria morar e atuar em
nós.
10. O que é o pecado ou a blasfêmia contra o Espírito Santo? (veja Marcos 2:28,29)
EXPLICAÇÃO: O Senhor Jesus fala sobre isso quando os professores da lei dizem que Ele
é dominado por Belzebu, o chefe dos demônios. Dizem que Belzebu dá poder a Jesus para
expulsar espíritos maus. Ele responde dizendo que Deus perdoa os pecados, mas não o
pecado ou a blasfêmia contra o Espírito. Quem comete este pecado é a pessoa que rejeita
o evangelho, mesmo tendo conhecimento da verdade. Os professores da Lei sabiam que as
obras de Jesus eram de Deus, mas rejeitavam Jesus, dizendo que Suas obras eram do
diabo. O pecado contra o Espírito é cometido por pessoas que sabem que o Evangelho de
Jesus Cristo é a verdade, mas não querem arrepender-se. Quem comete este pecado não
se importa mais com Cristo e não quer, nem pode se arrepender. Mas quem tem medo de
cometer este pecado, não o cometerá nem precisa ter esse medo.
- 79 -
Dia do Senhor 21
R. Creio que o Filho de Deus,1 desde o começo até o fim do mundo,2 reúne para Si
mesmo,3 de entre todo o gênero humano,4 uma igreja eleita para a vida eterna5 a qual
protege e preserva na unidade da verdadeira fé6 pelo Seu Espírito e pela Sua Palavra.7 E
creio que eu sou8 e serei para sempre um membro vivo dela.9
R. Primeiro: creio que todos os crentes, juntos e cada um em particular, como membros de
Cristo, têm comunhão com Ele e participam de todos os Seus tesouros e dons.1 Segundo:
creio que cada um têm o dever de usar os seus dons com disposição e alegria para o
benefício e o bem-estar dos outros membros.2
1. Rm 8.32; 1Co 6.17; 12.4-7, 12, 13; 1Jo 1.3 2. Rm 12.4-8; 1Co 12.20-27; 13.1-7; Fl 2.4-8.
R. Creio que Deus, por causa da satisfação que Cristo realizou, não se lembrará mais dos
meus pecados1 nem da minha natureza pecaminosa, contra a qual devo lutar durante toda
a minha vida,2 mas me concederá graciosamente a justiça de Cristo, para que eu jamais
entre em condenação.3
1. Sl 103.3, 4, 10, 12; Mq 7.18, 19; 2Co 5.18-21; 1Jo 1.7; 2.2. 2. Rm 7.21-25. 3. Jo 3.17, 18;
5.24; Rm 8.1, 2.
DOMINGO 21
2. Que outra palavra o Catecismo usa aqui, quando fala da Igreja? O que esta palavra
quer dizer?
- 80 -
3. Que palavra a Bíblia usa quando fala do povo de Deus? (veja 1 Coríntios 1:2).
EXPLICAÇÃO: Nossas bíblias usam a palavra “igreja” que é uma tradução da palavra grega
“ekklèsia”. Outra tradução possível é assembléia. Esta palavra se usava antigamente
quando o governo convocava o povo para se reunir. O governo chamava e as pessoas
vinham. Assim é também a Igreja: ela é composta por pessoas chamadas. É Deus quem
chama e há pessoas que se reúnem.
6. Sobre quem fala o Catecismo, quando trata da Igreja? O que isto significa para
nossos pensamentos sobre a Igreja?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo faz uma pergunta sobre a Igreja, mas a resposta fala em
primeiro lugar sobre o que o Filho de Deus faz. Quando falamos sobre a Igreja, falamos
sobre a obra de Cristo. A igreja não é uma obra humana, de um pastor ou de membros da
Igreja. A Igreja é a obra do Filho de Deus. Isto significa para nossos pensamentos sobre a
Igreja fixar os olhos em Cristo porque é Ele que opera na Igreja. Ele é o Rei da Igreja. Por
isso, ela deve esperar tudo de Cristo que tem todo o poder no céu e na terra. Além disso, a
Igreja deve sempre pedir que se faça o que o Filho de Deus quer, porque a Igreja é dEle.
7. Quais são as atividades do Filho de Deus com relação à Igreja? O que elas
significam?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo diz que o Filho de Deus reúne, protege e conserva a Igreja. A
atividade de reunir fica pela parábola do bom pastor em João 10. Cristo, o bom pastor, diz
no vs. 16: “Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que as conduza
também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor”. É Cristo que
reúne seu povo. Ele ajunta suas ovelhas chamando pessoas de todas as nações. Cristo
também protege a Igreja. Já notamos a palavra dEle em Mateus 16:18 sobre as portas do
inferno que não prevalecerão contra a Igreja. Cristo protege e defende a Igreja contra os
ataques de Satanás e seus aliados. Garante que a Igreja existirá para sempre. Por fim,
Cristo conserva a Igreja. Isto quer dizer que dá ao rebanho tudo o que ele precisar. Ele diz
em João 10:9: “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá e encontrará
- 81 -
pastagem”. A comida de Cristo serve para conservar a Igreja. Cristo dá a comida espiritual
da Palavra, o poder do Espírito Santo, o combustível da fé.
11. Quando o Catecismo fala de “comunidade eleita”, está dizendo que todos os que
estão na Igreja são eleitos? Ou será que todos os eleitos são membros da Igreja aqui
na terra?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo não faz afirmações mas fala de membros vivos da Igreja, na
última frase da Resposta 54. Isto quer dizer que há também membros mortos. São os
hipócritas. São as pessoas que estão na Igreja porque não têm verdadeira fé. Por isso não
podemos afirmar que todos os membros são eleitos. Isto, o Catecismo também não afirma
que todos os eleitos são membros da Igreja aqui na terra. O Catecismo fala sobre a Igreja
como obra de Cristo que reúne seu povo. Confira o Artigo 27 da Confissão de Fé que diz
que a Igreja é congregação e assembléia (dos verdadeiros crentes).
13. O que significa a última frase da Resposta 54: “Creio que sou membro vivo dessa
igreja, agora e para sempre”? A palavra “creio” expressa alguma dúvida?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo não expressa nenhuma dúvida, porque ‘creio’ significa ‘tenho
certeza’. O membro da Igreja não precisa nem deve ter dúvidas. Pelo contrário, o crente
tem certeza, pela fé (creio), de que é um membro vivo da Igreja. Mas é somente pela fé que
sabemos que somos membros vivos da Igreja. Membro vivo. É claro que esta fé tem fé. E
quem tem fé sabe que é membro vivo. É claro que esta fé não nos torna preguiçosos ou
descuidosos em nossa vida espiritual.
14. Por que o assunto da Igreja faz parte do Credo Apostólico? (O Credo é um resumo
do que se crê sobre a Igreja)
EXPLICAÇÃO: Faz parte porque a Igreja é um artigo de fé. A Igreja é um assunto da fé. For
a da fé baseada na Bíblia não podemos falar sobre a Igreja. A ciência não é capaz de
explicar o que a Igreja é. Só pela fé podemos entender o que é a Igreja.
3. Qual é a primeira coisa que a Resposta 55 diz sobre a comunhão dos santos?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo diz que todos os crentes têm comunhão com Cristo, o Senhor.
É o que nos ensina 1 Coríntios 12:12: “Porque Cristo é como um corpo que tem muitas
partes. E essas partes, ainda que sejam muitas, formam um só corpo” (BLH). Paulo fala
aqui do laço dos membros do corpo com Cristo. A coisa mais importante é o relacionamento
“vertical” de todos os crentes com Cristo. O Catecismo fala de “juntos” e “cada um por si”
para dizer que se trata de um relacionamento coletivo (“juntos”) e um individual (“cada um
por si”). Mas seja como for, a união principal é com Cristo. Sem ela não existe a comunhão
dos santos. Por exemplo, uma igreja onde o relacionamento com Cristo não domina a vida,
faltando a união pela fé nEle, não é mais uma comunhão dos santos por muitas que sejam
as atividades sociais daquela igreja. Não é suficiente ter muitos encontros e reuniões na
igreja ou nas casas dos crentes. A coisa principal é a comunhão com Cristo!
- 83 -
1. Por que o Catecismo fala sobre perdão neste Domingo 21 que trata da Igreja?
EXPLICAÇÃO: É verdade que outros Domingos (15, 23, e 51) tratam do assunto do perdão,
mas tanto o Credo Apostólico como o Catecismo colocam a remissão dos pecados logo
após o artigo sobre a Igreja. Assim querem enfatizar que o perdão dos pecados é um dom
de Cristo para a Igreja e que a Igreja é o lugar onde Deus nos quer dar o perdão dos
pecados.
3. O que é perdoar?
EXPLICAÇÃO: Perdoar é não mais lembrar-se do pecado cometido. É o que Deus faz! O
Catecismo diz que perdão significa que Deus jamais quer lembrar-se de nossos pecados.
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Miquéias 7:19 diz que Deus jogará os nossos pecados no fundo do mar. isto quer dizer que
eles não existem mais para Deus. Perdoar é também livrar o homem da sua culpa e
condenação. É como o Catecismo diz: “assim nunca mais serei criminoso, quando o juiz lhe
der absolvição.
4. Como é possível que o Deus justo perdoe, esquecendo-se dos nossos pecados?
EXPLICAÇÃO: Paulo escreve sobre isso em 2 Coríntios 5:21: “Deus tornou pecado por nós
aquele que não tinha pecado…”. O Catecismo diz a mesma coisa: “Deus perdoa por causa
da satisfação em Cristo. Isto quer dizer que Deus cobrou de Cristo a satisfação por nossos
pecados. Eis aqui a justiça de Deus que castiga. Mas essa mesma justiça divina salva
também. Porque Cristo deu satisfação a seu pai, através do castigo na cruz. E é esta justiça
de Cristo, que Deus nos dá!
Dia do Senhor 22
R. Que depois dessa vida, não apenas a minha alma será levada imediatamente para
Cristo, meu Cabeça,1 mas que também essa minha carne, ressuscitada pelo poder de
Cristo, será reunida à minha alma e feita à semelhança do corpo glorioso de Cristo.2
1. Lc 16.22; 23.43; Fl 1.21-23. 2. Jó 19.25, 26; 1Co 15.20, 42-46, 54; Fl 3.21; 1Jo 3.2.
R. Já agora sinto em meu coração o princípio do gozo eterno,1 pois depois desta vida
obterei a perfeita bem-aventurança que o olho jamais viu, nem o ouvido ouviu, nem o
coração humano pode conceber. Uma bem-aventurança para se louvar a Deus
eternamente.2
DOMINGO 22
4. O que acontecerá quando Jesus Cristo voltar? (veja João 5:28,29; 1 Coríntios 15:52
e Filipenses 3:21).
EXPLICAÇÃO: João 5 e 1 Coríntios 15 ensinam que os mortos ressuscitarão quando Cristo
voltar. O mesmo corpo foi enterrado, será ressuscitado quando Cristo voltar. A alma e o
corpo serão unidos novamente. E Paulo diz em Filipenses 3 que Cristo transformará os
nossos corpos fracos e mortais e os tornará iguais a seu próprio corpo glorioso. Teremos o
mesmo corpo, mas totalmente transformado.
A Nossa Justificação
Dia do Senhor 23
R. O proveito é que em Cristo sou justo diante de Deus e herdeiro da vida eterna.1
P.61. Por quê você diz que é justo somente pela fé?
R. Eu o digo não porque sou agradável a Deus graças ao valor da minha fé, pois somente a
satisfação, a justiça e santidade de Cristo é a minha justiça diante de Deus.1 É somente
pela fé que posso receber e fazer dessa justiça a minha própria justiça.2
DOMINGO 23
2. O que quer dizer “ser justo perante Deus”? O que é o contrário de ser justo?
EXPLICAÇÃO: Ser justo perante Deus não quer dizer ser uma pessoa boa e justa. Somos
justos quando Deus nos declara justos! O evangelho diz que Deus nos absolve e nos
declara inocentes quando cremos em Cristo. O contrário de declarar justo ou absolver é
condenar. Ser justo perante Deus significa que Ele não nos condena.
5. A Bíblia e o Catecismo dizem que somos justos somente pela fé. O que isto quer
dizer? Será que à nossa fé merece que Deus nos dê sua absolvição?
EXPLICAÇÃO: Não é nossa fé que merece a absolvição. Não somos justos perante Deus
graças a nossa fé. Somos justos perante Deus graças a obra de Cristo na cruz. Mas a
questão é que só podemos aceitar e possuir esta justificação ou absolvição pela fé. Temos
que definir bem o que é a fé. A fé não é uma boa obra nossa que nos faz merecer o perdão.
Mas a fé é, por assim dizer, a mão com a qual aceitamos e recebemos a justiça de Cristo.
Somos justos e recebemos absolvição, não por causa de nossa fé, nem sem fé, mas pela
fé. A fé é o instrumento com que abraçamos Cristo (Confissão de Fé, Artigo 22).
- 90 -
Dia do Senhor 24
P.62. Mas, por que as nossas boas obras não podem ser a nossa justiça diante de Deus, ou
pelo menos parte dessa justiça?
R. Porque a justiça que pode subsistir diante do juízo de Deus deve ser absolutamente
perfeita e totalmente de acordo com a Sua lei,1 enquanto até mesmo as nossas melhores
obras nesta vida são todas imperfeitas e contaminadas com o pecado.2
P.63. Se as nossas boas obras não merecem nada, por que Deus promete recompensá-las
nesta vida e na futura?
R. Não. É impossível que os que são enxertados em Cristo pela verdadeira fé não
produzam fruto de gratidão.1
DOMINGO 24
5. Por que nossas boas obras não nos justifica perante Deus?
EXPLICAÇÃO: A resposta encontramos em Gálatas 3:10. Havia pessoas na Igreja dos
Gálatas que confiavam na sua obediência à lei de Deus. Pensavam que podiam se salvar
fazendo o bem e obedecendo a Deus. Mas Paulo ensina que isto é impossível. Ninguém
consegue obedecer à lei de Deus em tudo. Se uma pessoa pensa que pode salvar-se por
fazer boas obras, precisa saber que Deus exige obediência total, porque a justiça perante
Deus significa fazer o que é justo e obedecer 100% Paulo diz: Todos os que nem sempre
obedecem a tudo o que está escrito no Livro da Lei estão debaixo da maldição de Deus.
Como não há ninguém que possa dizer que sempre obedece a tudo o que Deus exige, a
conclusão deve ser que nossas boas obras não são perfeitas e por isso não têm méritos.
1. Mas quando a Bíblia fala de recompensa para nossas boas obras, ela não ensina
que nossas boas obras têm mérito?
EXPLICAÇÃO: Apocalipse 22:12 transmite a palavra de Cristo: “Eis que venho em breve. A
minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que ele fez”.
Mas isto não quer dizer que as boas obras merecem a salvação. Lucas 17:10 ensina que
temos que dizer depois de fazer tudo o que foi mandado: “…apenas cumprimos o nosso
dever”. Quando a Bíblia fala sobre recompensa, nunca fala em termos de méritos como se
pudéssemos ganhar nossa salvação através de boas obras. A palavra-chave é, aqui
também, graça. Por isso o Catecismo diz: “Essa recompensa não nos é dada por mérito,
mas por graça”.
da fé, a paz com Ele e os frutos do Espírito. Todos os fiéis já são herdeiros do Reino de
Deus, que incluirá tanto bênçãos espirituais como materiais.
1. Se tudo depende da graça de Deus, tanto nossa salvação como a recompensa das
boas obras, o crente não se torna preguiçoso e descuidoso?
EXPLICAÇÃO: O verdadeiro crente, implantado em Cristo por verdadeira fé, não se tornará
preguiçoso ou descuidoso. Conhecendo a doutrina bíblica da graça, fará boas obras por
gratidão. O Senhor Jesus diz em João 15:5 : “Se alguém permanecer em mim e eu nele,
esse dará muito fruto”. Quem crêem em Cristo, faz boas obras. E até impossível não
produzir bons frutos. Não pode ser diferente. O Catecismo toca neste assunto porque
sempre há pessoas que não entendem a doutrina da graça. Já era assim na época da
Bíblia. Romanos 6:1 nos dá a entender que havia pessoas na Igreja de Roma que usavam a
graça de Deus como pretexto para pecar mais. Diziam que podiam viver pecando para que
a graça aumentasse ainda mais. Na época em que foi feito o Catecismo, a Igreja Romana
acusava a Igreja Reformada de que era descuidada porque sempre falava da graça de
Deus, esquecendo-se das obras. Por isso o Catecismo diz que o crente que vive da graça
de Deus sempre faz boas obras. A graça de Deus não nos deixa ficar de braços cruzados.
É justamente a doutrina romana que, ao dizer que podemos ser salvos fazendo o bem,
torna as pessoas descuidadas. Aquela doutrina faz pessoas pensarem que basta cumprir
certas obrigações religiosas para estarem salvas. Ou pessoas fazem boas obras só para
escapar do inferno. Assim boas obras se tornam interesseiras e não são mais obras de
gratidão.
Dia do Senhor 25
P.65. Visto que somente a fé é o que nos torna participantes de Cristo e de todos os Seus
benefícios, de onde vem essa fé?
R. Vem do Espírito Santo,1 que opera em nossos corações pela pregação do evangelho,2 e
a fortalece pelo uso dos sacramentos.3
1. Jo 3.5; 1Co 2.10-14; Ef 2.8; Fl 1.29. 2. Rm 10.17; 1Pe 1.23-25. 3. Mt 28.19, 20; 1Co
10.16.
R. Os sacramentos são sinais e selos santos e visíveis. Foram instituídos por Deus para
que pelo uso deles Ele pudesse, o mais claramente possível, nos declarar e selar a
promessa do evangelho.1 E esta é a promessa: que Deus nos concede graciosamente
perdão de pecados e vida eterna por causa dos sacrifícios de Cristo ofertados na cruz.2
P.67. Então, tanto a Palavra quanto os sacramentos têm por objetivo direcionar a nossa fé
para o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, como a única base para a nossa salvação?
R. Sim, de fato. O Espírito Santo nos ensina no Evangelho e nos garante pelos
sacramentos que toda a nossa salvação baseia-se no sacrifício único de Cristo por nós na
cruz.1
DOMINGO 25
4. Deus usa a pregação do Evangelho para, além de dar a fé, também fortalecer a
nossa fé?
EXPLICAÇÃO: Sim, usa sim. E precisamos muito disto. Porque nossa fé está sendo
atacada. Há tentações do diabo. Há nossos pecados que atrapalham a nossa fé. Há o
mundo que luta contra nossa fé. Por causa destes inimigos, nossa fé precisa ser fortalecida
constantemente. Deus quer fazer isto também pela pregação de Evangelho. Por isso
podemos dizer: ‘Sou crente e basta, não preciso mais ouvir a pregação de Evangelho’.
Quem diz isso, ficará com uma fé cada vez mais fraca, como acontece com pessoas que
estão faltando aos cultos. Não ir à igreja tem conseqüêcias desastrosas para a fé. A fé
sempre precisa ser alimentada pela pregação do Evangelho.
6. Será que Deus pode dar a fé a uma pessoa sem que ela ouça a pregação do
Evangelho?
EXPLICAÇÃO: Deus é Soberano e faz o que quiser. Ele pode dar a fé a uma pessoa sem
que ela ouça a pregação regular do Evangelho. Mas para nós isto não importa. O que
importa é que, para nós, a pregação do Evangelho seja o meio que Deus usa para dar a fé.
É a nossa obrigação usarmos este meio que Deus nos dá.
2. O Catecismo diz que sacramentos são visíveis e santos sinais e selos. O que quer
dizer que os sacramentos são coisas visíveis?
EXPLICAÇÃO: Tanto o batismo como a santa ceia nos mostram algumas coisas. Podemos
ver água, pão e vinho. Esta é a diferença da pregação da Palavra. Nós ouvimos a pregação,
mas vemos os sacramentos. Através deles podemos entender melhor o que Deus nos diz
em sua Palavra. Podemos comparar a diferença entre a pregação e os sacramentos à
diferença entre o rádio e a televisão. O mesmo acontecimento pode ser ouvido pelo rádio e
visto pela TV. Mas vendo o que aconteceu, na televisão, compreendemos melhor o que
realmente aconteceu. Assim Deus nos faz entender melhor a promessa do Evangelho
através dos sacramentos que nos deu.
3. Por que o Catecismo fala apenas de dois sacramentos vistos que a Igreja Romana
usa sete sacramentos? Quem tem razão?
EXPLICAÇÃO: A resposta a estas perguntas já está na Pergunta 68: Cristo instituiu dois
sacramentos, e não sete. Por esta razão bem simples não podemos aceitar os sete
sacramentos da Igreja Romana. No conflito com a Igreja Romana e sua doutrina é o
Catecismo que tem razão porque se baseia no que Cristo fez.
- 97 -
O Santo Batismo
Dia do Senhor 26
P.69. Como o santo batismo lhe faz saber e lhe assegura que o único sacrifício de Cristo na
cruz lhe beneficia?
R. Do seguinte modo: Cristo instituiu esse lavar exterior1 e deu com ele a promessa de que,
tão certo quanto a água remove a sujeira do corpo, assim também o Seu sangue e Espírito
removem a impureza da minha alma, isto é, todos os meus pecados.2
R. Ser lavado com o sangue de Cristo significa receber de Deus o perdão de pecados, por
meio da graça, por causa do sangue de Cristo derramado por nós em Seu sacrifício na
cruz.1 Ser lavado com o Seu Espírito significa ser renovado pelo Espírito Santo e
santificado para sermos membros de Cristo, para que morramos mais e mais para o pecado
e vivamos uma vida santa e irrepreensível.2
1. Ez 36.25; Zc 13.1; Ef 1.7; Hb 12.24; 1Pe 1.2; Ap 1.5; 7.14. 2. Jo 3.5-8; Rm 6.4; 1Co 6.11;
Cl 2.11, 12.
P.71. Onde Cristo prometeu que nos lavaria com o Seu sangue e Espírito tão certo quanto
somos lavados com a água do batismo?
R. Na instituição do batismo, onde Ele afirma: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando- os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).“Quem
crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Essa
promessa se repete onde a Escritura chama o batismo de lavar regenerador e de
purificação dos pecados (Tt 3.5; At 22.16).
DOMINGO 26
2. Por que o Catecismo fala também de ser lavado com o Espírito de Cristo?
EXPLICAÇÃO: Se a lavagem com o sangue de Cristo significa nossa justificação ou ser
absolvido da culpa, a lavagem com o Espírito de Cristo significa nossa renovação e
santificação. Entre o sangue de Cristo e seu Espírito há esta diferença: Cristo derramou seu
sangue, uma só vez. Ele pagou de uma vez por todas. Mas seu Espírito continua operando
em nossa vida, lavando-nos das nossas manchas. A lavagem com o Espírito significa a
renovação diária da nossa vida. Nossa vida se torna mais e mais santa e cada vez mais
separada do pecado.
- 99 -
1. O que nos dá a certeza de que o batismo simboliza e garante a lavagem dos nossos
pecados? (Mateus e Marcos 16:16)
EXPLICAÇÃO: A certeza vem das próprias palavras de Cristo, que encontramos na Bíblia.
Por isso o Catecismo faz questão de incluir aqui alguns versículos da Bíblia (Veja a
Resposta 71). A certeza da fé não se baseia em nossos sentimentos, mas nas promessas
de Cristo, que lemos na Bíblia.
Dia do Senhor 27
P.72. Então, esse lavar exterior com água por si mesmo remove os pecados?
R. Não, somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todo o
pecado.1
P.73. Então, por que o Espírito Santo chama o batismo de “lavar regenerador” e de
“purificação de pecados”?
R. Deus fala assim por uma razão importante. Ele nos quer ensinar que o sangue e o
Espírito de Cristo removem os nossos pecados assim como a água remove a sujeira do
corpo.1 Porém, ainda mais importante, Ele nos quer assegurar por meio dessa garantia e
sinal divinos que somos tão verdadeiramente purificados espiritualmente dos nossos
pecados, assim como somos fisicamente lavados com a água.2
1. Gn 17.7; Mt 19.14. 2. Sl 22.10; Is 44.1-3; At 2.38, 39; 16.31. 3. At 10.47; 1Co 7.14. 4. Gn
17.9-14. 5. Cl 2.11-13.
DOMINGO 27
Por isso o Catecismo se opõe, na Resposta 72, à doutrina católica romana e afirma que não
é a água que nos purifica, mas o sangue de Cristo e o Espírito.
2. Mas a própria Bíblia não fala diferentemente do Catecismo? Ela chama o batismo
de a “purificação dos pecados” enquanto a Resposta 72 diz que a água não purifica
dos pecados. Como conciliá-las?
EXPLICAÇÃO: Na sua Resposta 73, o Catecismo explica o que significam as expressões
bíblicas “lavagem da regeneração” e “purificação dos pecados”. São expressões fortes que
Deus usa para ensinar e assegurar a realidade da lavagem e purificação dos nossos
pecados. O final da Resposta 73 diz: …somos lavados espiritualmente dos nossos pecados
tão realmente como nosso corpo fica limpo com água. A água do batismo é sinal e garantia
da realidade espiritual da lavagem e purificação da nossa alma.
2. Se crianças pequenas devem ser batizadas, o Catecismo quer dizer que qualquer
criança deve ser batizada?
EXPLICAÇÃO: Não, não quer. A Resposta 74 deixa claro que fala das crianças que
pertencem à aliança de Deus. Não diz que os filhos dos incrédulos devem ser batizados.
Mas os filhos dos crentes devem ser batizados. Esta posição da doutrina reformada difere
da posição da Igreja Católica Romana. Esta Igreja batiza crianças embora os pais delas
nunca vão para a igreja. Só exige que eles façam um cursinho, junto com os padrinhos,
antes do batismo.
do Filho e do Espírito Santo, não precisa nem deve ser batizado de novo. Porque o batismo
é um símbolo e selo dado por Deus. Não é um símbolo ou selo dado pelas igrejas tal e tal.
5. Por que o Catecismo diz que as crianças pequenas devem ser batizadas? O
batismo não é uma opção? (Gênesis 17:9-14)
EXPLICAÇÃO: O batismo não é uma opção. O próprio Deus instituiu o batismo. O batismo
é uma ordenança de Deus e por isso não pode ser considerado uma opção humana.
Gênesis 17 ensina claramente que a circuncisão era uma ordenança de Deus. Abraão não
recebeu uma opção. Muito pelo contrário, Deus até disse que quem não era circuncidado
não poderia morar no meio do povo de Deus, mas teria que ser eliminado, vs.14. Pais que
não apresentam seus filhos para o batismo quebram a aliança. Justamente porque o
batismo é um símbolo e selo da aliança.
6. O Catecismo diz que crianças devem ser incorporadas à Igreja pelo batismo. O que
quer dizer a palavra “incorporado”?
EXPLICAÇÃO: Esta palavra vem da palavra “corpo”. É pelo batismo que nossos filhos
entram visivelmente no corpo de Cristo, a Igreja Cristã.
7. Como é que o batismo distingue nossos filhos dos filhos dos incrédulos?
EXPLICAÇÃO: O batismo é como um crachá, que diz o que somos: somos de Cristo.
Nossos filhos pertencem à aliança de Deus e à Igreja Cristã, e assim, são distinguidos dos
filhos dos incrédulos. Mas na realidade brasileira há uma complicação: muitos filhos de pais
incrédulos são também batizados e não valorizam seu batismo. Mesmo assim, nossos filhos
não são como os filhos do incrédulos que não valorizam seu batismo. Nossos filhos
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precisam saber qual o valor do batismo. Precisam aprender a valorizar seu batismo. Pais
crentes têm a tarefa de ensinar seus filhos a valorizar seu batismo.
A Santa Ceia
Dia do Senhor 28
P.75. Como a santa ceia lhe faz saber e lhe assegura que você tem parte no único sacrifício
de Cristo na cruz e de todos os Seus dons?
R. Do seguinte modo: Cristo ordenou a mim e a todos os crentes que em Sua memória
comêssemos desse pão partido e bebêssemos desse cálice. Juntamente com esse
mandamento Ele deu essas promessas:1
Primeira: tão certo como vejo com os meus olhos o pão do Senhor partido por mim e o Seu
cálice dado a mim, assim também foi o Seu corpo ofertado por mim e o Seu sangue
derramado por mim na cruz.
Segunda: tão certamente quanto recebo das mãos do ministro e provo com a minha boca o
pão e o cálice do Senhor como sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo, assim
também Ele mesmo, com o Seu corpo crucificado e o Seu sangue derramado, alimenta e
nutre a minha alma para a vida eterna.
P.76. O que significa comer o corpo crucificado de Cristo e beber o Seu sangue derramado?
R. Primeiro: aceitar de todo coração todo o sofrimento e morte de Cristo, e assim receber o
perdão dos pecados e a vida eterna.1
Segundo: ser unido cada vez mais ao santo corpo de Cristo pelo Espírito Santo que vive
tanto nEle quanto em nós.2 Portanto, embora Cristo esteja no céu3 e nós estejamos na
terra, somos carne da Sua carne e osso dos Seus ossos4 e vivemos eternamente e somos
governados por um único Espírito, assim como os membros do nosso corpo o são por uma
única alma.5
1. Jo 6.35, 40, 40-54. 2. Jo 6.55, 56; 1Co 12.13. 3. At 1.9-11; 3.21; 1Co 11.26; Cl 3.1. 4. 1Co
6.15, 17; Ef 5.29, 30; 1Jo 4.13. 5. Jo 6.56-58; 15.1-6; Ef 4.15, 16; 1Jo 3.24.
P.77. Onde foi que Cristo prometeu que Ele quer alimentar e refrigerar os crentes com o
Seu corpo e sangue tão certamente quanto eles comem desse pão partido e bebem desse
cálice?
R. Na instituição da Ceia do Senhor: “O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei
isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o
cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que
o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e
beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1Co 11.23-26). Paulo
repete essa promessa onde diz: “Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a
comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de
- 105 -
Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos
participamos do único pão” (1Co 10.16, 17).
DOMINGO 28
4. Que grande promessa é simbolizada pelo pão partido e pelo cálice dado na santa
ceia?
EXPLICAÇÃO: A promessa de que Cristo se ofereceu por nós na cruz e opera em nós,
alimentando-se para a vida eterna.
5. Por que Cristo mandou comer e beber na santa ceia? Olhar para o pão e vinho não
é suficiente para comemorar sua morte?
EXPLICAÇÃO: É preciso comer do pão e beber do cálice, porque:
a. a santa ceia é realmente uma ceia.
b. comer e beber são atos conscientes de fé; cada celebração da ceia é uma profissão da fé
em Cristo, o salvador.
c. comer e beber expressam que recebemos o fruto da obra de Cristo na cruz.
- 106 -
Dia do Senhor 29
P.78. Então, o pão e o vinho são transformados no corpo e no sangue reais de Cristo?
R. Não. Do mesmo modo que a água do batismo não se transforma no sangue de Cristo
nem é a própria purificação dos pecados, mas é simplesmente um sinal e uma garantia
disso da parte de Deus,1 assim também o pão na Ceia do Senhor não se torna no próprio
corpo de Cristo,2 embora seja chamado de corpo de Cristo3 conforme a natureza e o uso
dos sacramentos.4
1. Ef 5.26; Tt 3.5. 2. Mt 26.26-29. 3. 1Co 10.16, 17; 11.26-28. 4. Gn 17.10, 11; Ex 12.11, 13;
1Co 10.3, 4; 1Pe 3.21.
P.79. Por que, então, Cristo chama o pão de “Seu corpo” e o cálice de “Seu sangue”, ou de
a “nova aliança no Seu sangue”, e por que Paulo fala da comunhão do corpo e do sangue
de Cristo?
R. Cristo fala dessa maneira por um motivo importante: Ele quer nos ensinar pela Sua ceia
que do mesmo modo como o pão e o vinho nos sustentam a vida temporal, assim também o
Seu corpo crucificado e o Seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e a verdadeira
bebida das nossas almas para a vida eterna.1 E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por
esse sinal e garantia visíveis, primeiramente, que pela operação do Espírito Santo nós
participamos do Seu verdadeiro corpo e sangue tão certo quanto recebemos com a nossa
boca esses santos sinais em memória dEle;2 e em segundo lugar, que todo o Seu
sofrimento e obediência são tão certamente nos- sos como se nós mesmos tivéssemos
sofrido e pago pelos nossos pecados.3
DOMINGO 29
3. Que igreja ensina que pão e vinho se transformam no corpo e no sangue de Cristo?
Como se chama esta doutrina?
EXPLICAÇÃO: É a Igreja Católica Romana que ensina isto. Sua doutrina se chama a
doutrina da transubstanciação. Essa doutrina ensina que a substância do pão e do vinho
muda durante a celebração da missa, embora suas características, sabor e cheiro, não
mudem. Conforme essa doutrina, pão e vinho se tornam o corpo e o sangue de Cristo no
momento que que o padre diz: ‘Isto é o meu corpo’ e ‘isto é o meu sangue’.
Mas essa doutrina é inaceitável. Se o pão se transforma no corpo de Cristo que é carne, o
seu sabor e cheiro também mudarão. Se a essência da substância (pão) muda, tudo muda.
Por isso, a hóstia não pode ser a carne de Cristo pois a hóstia tem o sabor e o cheiro de
massa. A Bíblia nos ensina que o corpo de Cristo está no céu.
1. Mas como explicar a palavra de Cristo que falou no ocasião da primeira santa ceia:
“Isto é o meu corpo”?
EXPLICAÇÃO: Trata-se de uma expressão figurada, como há muitas dessas expressões na
boca do Senhor, por exemplo “Eu sou a porta” (João 10:9). O símbolo (pão) recebe o nome
da coisa simbolizada (corpo). Pão é chamado “corpo”. É a maneira sacramental de falar. O
Catecismo diz que o pão é chamado “corpo de Cristo” conforme a natureza e o uso dos
sacramentos (Resposta 78, no final).
Dia do Senhor 30
R. A Ceia do Senhor nos testifica, primeiramente, que temos o perdão completo de todos os
nossos pecados pelo único sacrifício de Jesus Cristo, que Ele mesmo realizou na cruz de
uma vez por todas;1 em segundo lugar,que pelo Espírito Santo somos enxertados em
Cristo,2 o qual está agora no céu em Seu corpo verdadeiro à mão direita do Pai,3 e é onde
Ele quer ser adorado.4 A missa, no entanto, ensina primeiro que nem os vivos nem os
mortos têm o perdão de pecados por meio do sofrimento de Cristo se Ele não for ainda
sacrificado diariamente em favor deles pelos sacerdotes; e em segundo lugar, que Cristo
está presente corporalmente na forma do pão e do vinho, e neles deve ser adorado. A
missa, portanto, é basicamente nada mais que a negação do único sacrifício e sofrimento
de Jesus Cristo, e é uma idolatria maldita.
1. Mt 26.28; Jo 10.30; Hb 7.27; 9.12, 25, 26; 10..10-18. 2. 1Co 6.17; 10.16, 17. 3. Jo 20.17;
At 7.55, 56; Hb 1.3; 8.1. 4. Jo 4.21-24; Fp 3.20; Cl 3.1; 1Ts 1.10.
R. Aqueles que, em verdade, estão descontentes consigo mesmos por causa dos seus
pecados e que, mesmo assim, confiam que eles lhes foram perdoados e que o mal que
ainda resta neles está coberto pelo sofrimento e morte de Cristo, e que também desejam
fortalecer a sua fé e corrigir as suas vidas, cada vez mais. Mas os hipócritas e os que não
se arrependem comem e bebem juízo para si mesmos.1
P.82. Esses que por sua confissão e vida demonstram que são incrédulos e ímpios devem
ser admitidos à ceia do Senhor?
R. Não, porque a aliança de Deus seria profanada e a Sua ira se acenderia contra toda a
congregação.1 Por isso, segundo o mandamento de Cristo a Seus apóstolos, a igreja de
Cristo tem o dever de excluir tais pessoas pelas chaves do reino do céu, até que corrijam as
suas vidas.
DOMINGO 30
1. O que significa a palavra ‘missa’ e por que o Catecismo fala aqui da “missa do
papa”?
EXPLICAÇÃO: A palavra ‘missa’ significa na língua popular o culto da Igreja Católica
Romana. Mas o Catecismo se refere à chamada eucaristia, àquela parte do culto católico
romano em que o sacerdote consagra a hóstia e o vinho.
- 111 -
A expressão “missa do papa” quer dizer que a missa romana não vem da Bíblia mas é uma
invenção humana dos papas do passado que os papas atuais ainda mantêm.
2. A Pergunta 82 fala sobre confissão e vida. Que diferença há entre as duas coisas?
EXPLICAÇÃO: Há duas possibilidades de um membro se mostrar incrédulo. Ele pode ter
idéias, convicções ou crenças erradas. Por exemplo, um membro da Igreja rejeita o ensino
bíblico sobre a santa ceia porque se mostra incrédulo em sua confissão. Mas é também
possível que um membro da Igreja se mostre incrédulo em seu modo de viver,
comportamento e costumes. Por exemplo, um membro casado tem uma amante. Tal
membro não pode ser admitido à santa ceia, por causa da sua vida.
3. O que quer dizer a primeira parte da Resposta 82: “porque assim é profanada a
aliança de Deus e é provocada sua ira sobre toda a congregação?
EXPLICAÇÃO: A ceia do Senhor é santa. Quando pessoas incrédulas participam dela, a
ceia é profanada. Além disso, a ceia é um símbolo da aliança. Por isso a própria aliança de
Deus é profanada. Isto não pode ser tolerado! Se a Igreja tolerar a participação de membros
- 113 -
que vivem em pecado, a Igreja provocará a ira de Deus sobre toda a congregação. 1
Coríntios 11:30 mostra que Deus pode castigar a Igreja, quando houver pecado dentro da
comunidade que celebra a ceia. Por isso deve haver disciplina na Igreja, inclusive para
proteger a congregação contra a ira de Deus.
Dia do Senhor 31
R. A pregação do santo evangelho e a disciplina eclesiástica. É por esses dois meios que o
reino do céu se abre para os que crêem, e se fecha para os incrédulos.1
R. De acordo com o mandamento de Cristo, aqueles que se chamam de cristãos mas que
se mostram não-cristãos na doutrina ou na vida devem ser, em primeiro lugar e de modo
fraternal, admoestado mais de uma vez. Se não abandonarem a seus erros nem à sua
impiedade, de- vem ser denunciados à igreja, isto é aos presbíteros. Se também não derem
ouvidos às admoestações deles, serão proibidos de participar dos sacramentos e excluídos
da congregação cristã pelos presbíteros e do reino de Cristo pelo próprio Deus.1 Serão
novamente recebidos como membros de Cristo e da igreja quando prometerem e
demonstrarem arrependimento real.2
1. Mt 18.15-20; 1Co 5.3-5; 11-13; 2Ts 3.14, 15. 2. Lc 15.20-24; 2Co 2.6-11.
DOMINGO 31
1. Por que o Domingo 31 fala de chaves com relação ao reino dos céus? Qual o
assunto deste Domingo?
EXPLICAÇÃO: Quem tem a chave de uma porta tem o poder de abri-las ou fechá-la. Em
seu ensino, o Senhor Jesus falou várias vezes sobre a porta do reino dos céus. Esta porta
se abre ou se fecha com as chaves do reino dos céus. O assunto do Domingo 31 é quem
pode entrar no reino dos céus e quem é excluído dele.
2. O que entendemos pelo reino dos céus? O que significa a entrada nele?
EXPLICAÇÃO: O reino dos céus no sentido territorial significa o reino que está nos céus.
Mas, aqui, neste domingo, o reino dos céus significa também a comunhão com os
- 115 -
benefícios e bênçãos que Cristo nos dá, o perdão dos pecados, a renovação da vida e a
glória eterna. A entrada no reino dos céus significa, portanto, receber os benefícios deste
reino.
4. Considerando o fato de que Cristo está no céu, quem, aqui na terra, tem as chaves
do reino dos céus? (Mateus 16:18,19; 18:15-19)
EXPLICAÇÃO: Cristo usa a Igreja para exercer o poder de abrir e fechar o reino dos céus.
Em Mateus 16, Cristo diz a Pedro, o porta-voz de todos os apóstolos: “Eu lhe darei as
chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você
desligar na terra terá sido desligado nos céus”. É importante notar que Cristo repete estas
palavras, no plural, em Mateus 18.
O verbo ‘ligar’ significa aqui fechar ou amarrar, e ‘desligar’ significa aqui abrir ou soltar. O
Senhor colocou o evangelho da salvação nas mãos dos apóstolos. Quem crer neste
evangelho pode entrar no reino dos céus. Quem rejeitar o evangelho não pode entrar nele.
O evangelho, anunciado pelos apóstolos e pela Igreja de hoje, diz que há salvação pela fé
em Cristo Jesus e sem Ele há perdição.
Este evangelho decide na terra e no céu.
Cristo confia as chaves do reino dos céus à Igreja que preserva a pregação apostólica. Isto
fica claro em Mateus 18. Cristo fala a todos os discípulos (18:1) sobre como agir quando um
membro da Igreja continuar em pecado. A própria Igreja recebe um papel no ato de fechar
ou abrir o reino dos céus (18:17). As palavras de Cristo estão ligadas à disciplina na Igreja.
Confira 1 Cor. 5:13, no final: “Expulsai” o malfeitor”, uma ordem para a congregação toda. A
disciplina da Igreja tem conseqüências até no céu!
5. Quais são as duas chaves que Cristo deu à Igreja para abrir e fechar o reino dos
céus? O que elas têm em comum?
EXPLICAÇÃO: As duas chaves são a pregação do santo evangelho e a disciplina cristã. O
que têm em comum é o Evangelho. A primeira chave é o Evangelho pregado publicamente,
nos cultos. A segunda chave é também o Evangelho, mas pregado em particular para uma
pessoa que precisa ser disciplinada.
5. Por que a Resposta 84 fala sobre proclamar e testificar o evangelho “a todos juntos
e cada um deles”?
EXPLICAÇÃO: O evangelho vem pela pregação para a congregação toda, coletivamente,
mas também para cada crente, individualmente. O pregador pode se dirigir a todos, dizendo
“Irmãos”, mas ao mesmo tempo a mensagem do evangelho é sempre pessoal, dirigida para
cada pessoa.
6. Como a disciplina deve ser realizada na prática da vida da Igreja? (Mateus 18:15-17)
EXPLICAÇÃO: A Bíblia ensina o seguinte: quando um membro da Igreja pecar e continuar
em seu pecado, os demais membros que saibam disso devem visitá-lo e avisá-lo. É
importante que a disciplina não seja apenas a tarefa dos pastores ou presbíteros da Igreja,
mas de todos os membros. A primeira parte da Resposta 85 fala de advertências fraternais.
É o primeiro passo da disciplina cristã.
O segundo passo ocorre quando uma pessoa não quer se converter ou quando o pecado
aconteceu em público. A Resposta 85 fala sobre denunciar a Igreja, tem que tomar
conhecimento do pecado, se o pecado não foi público desde o princípio. Quando o pecador
mostrar arrependimento o caso será encerrado.
Quando não mostrar arrependimento, e não atender às admoestações, outros passos se
seguirão como o afastamento dos sacramentos e finalmente a exclusão da Igreja e do
Reino de Deus. Antes de ser excluído, o pecador obstinado deve ser advertido muitas
vezes. Deus não quer a morte do pecador, mas quer que ele se arrependa. Somente
quando não mostrar arrependimento e continuar vivendo em pecado, ele pode ser excluído
da Igreja. Mas a Igreja deve ter a certeza de que o próprio Deus o exclui do seu Reino.
7. Um membro que for excluído da Igreja poderá voltar a ser membro dela?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo toca neste assunto na última frase da Resposta 85. membros
excluídos da Igreja voltam a ser recebidos como membros de Cristo e da sua Igreja, quando
realmente prometem e demonstram verdadeiro arrependimento. Eles devem fazer duas
coisas: prometer e demonstrar verdadeiro arrependimento. Só dizer que se arrependeram
não é suficiente. Precisam fazer, ou seja, mostrar o arrependimento. Lamentavelmente, não
- 118 -
acontece muitas vezes que um membro excluído volte a ser membro da Igreja. Mas um dos
objetivos da disciplina permanece, isto é, que o membro que vivia em pecado se arrependa.
Dia do Senhor 32
P.86. Se fomos libertados da nossa miséria somente pela graça através de Cristo, sem
nenhum mérito nosso, por que então devemos praticar boas obras?
R. Por que Cristo, tendo nos remido pelo Seu sangue, também nos renova por Seu Espírito
Santo à Sua imagem para que, com toda a nossa vida, mostremo-nos gratos a Deus por
Seus benefícios1 e para que Ele seja louvado por nós.2 Além disso, para que tenhamos a
certeza da nossa fé por causa dos seus frutos,3 e que pelo novo viver piedoso possamos
ganhar os nossos próximos para Cristo.4
1. Rm 6.13; 12.1, 2; 1Pe 2.5-10. 2. Mt 5.16; 1Co 6.19, 20. 3. Mt 7.17, 18; Gl 5.22-24; 2Pe
1.10, 11. 4. Mt 5.14-16; Rm 14.17-19; 1Pe 2.12; 3.1, 2.
P.87. Podem ser salvos aqueles que não abandonam o modo de viver ingrato e impenitente
e não se convertem a Deus?
R. Não, de modo nenhum. A Escritura diz que nenhum impuro, idólatra, adúltero, ladrão,
avarento, bêbado, maldizente, assaltante ou semelhante herdará o reino do céu.1
DOMINGO 32
1. A terceira parte do Catecismo trata de que assunto? Quais são as principais partes
deste assunto?
EXPLICAÇÃO: O assunto da terceira parte do Catecismo é nossa gratidão.
Suas principais partes são:
- Os Dez Mandamentos (Domingos 34-44), a regra da gratidão; e
- A Oração (Domingos 45-52), a força da gratidão.
O Domingo 32 explica a necessidade da nossa gratidão e, junto com o Domingo 33, explica
e define o que é a gratidão: a obra de Cristo que resulta na conversão do pecador.
3. É verdade que a religião reformada não quer saber de boas obras? Somente fala de
fé porque só pela fé somos salvos?
EXPLICAÇÃO: Não, não é verdade o que se diz sobre a religião reformada. A Pergunta 86
diz claramente que devemos fazer boas obras. Gratidão é fazer boas obras! A Resposta 86
fala de “frutos da fé”. É a mesma coisa. Não é só fé, mas também obras, que são os frutos
da fé. Confira a Pergunta e a Resposta 87 que deixam bem claro que sem gratidão não há
vida cristã. Fé sem obras é fé morta e fé morta não é fé (Tiago 2:17). No fundo é assim: a
falta de gratidão ou de boas obras de fé mostra a ausência da salvação em nossa vida.
Portanto, a gratidão ou fazer boas obras são partes necessárias da vida cristã.
4. A Pergunta 86 fala de nós (“por que ainda devemos fazer boas obras”), mas a
resposta fala de Cristo. Como fica isso?
EXPLICAÇÃO: Aqui temos o segredo da gratidão. No fundo, a gratidão é a obra de Cristo
em nós. Confira Efésios 2:10 “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus
para fazer boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que as praticássemos.”
O Catecismo diz que Cristo “também nos renova, à sua imagem, por seu Espírito Santo”.
Gratidão é renovação. É a vida nova. É voltar à normalidade do homem que é filho de Deus.
É ser imagem de Cristo. É refletir Cristo na vida. Tudo isto vem de Cristo, por seu Espírito
Santo. Podemos dizer também que a terceira parte do Catecismo nos fala da obra do
Espírito Santo, a santificação.
Podemos usar uma comparação: é praticando seu esporte que o esportista se sente
seguro. É treinando que ele vai ter a certeza de que é um esportista seguro.
8. A Resposta 86, no final, fala de ganhar nosso próximo para Cristo, pela vida cristã
que levamos. Quem é o nosso próximo?
EXPLICAÇÃO: Em primeiro lugar, nosso próximo é aquele que não conhece a Cristo,
porque o Catecismo fala de ganhar o próximo para Cristo. O nosso modo de viver deve
atrair, se vivemos como crentes, pessoas descrentes. A vida cristã é um modelo e exemplo
para outros. Por isso Cristo diz: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que
vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês que está nos céus” (Mateus 5:16).
E Pedro escreve: “Do mesmo modo, esposas, sujeitem-se a seus maridos a fim de que, se
alguns deles não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de
suas esposas, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês” (1 Pedro 3:1, 2).
Também é verdade que nossa vida cristã é um exemplo para nosso próximo dentro da
Igreja. O bom exemplo de outros irmãos é um apoio para todos nós.
9. Nós merecemos a salvação através de boas obras? Se não, boas obras são
dispensáveis?
EXPLICAÇÃO: É impossível merecer ou conquistar a salvação através de boas obras.
Paulo escreve: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês,
é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8,9). Mas, se não
merecemos a salvação através de boas obras, não podemos ir ao outro extremo e dizer que
boas obras são dispensáveis. Elas são indispensáveis para a vida cristã que é uma vida
salva. Em Hebreus 12:14 está escrito: “Esforcem-se para viver em paz com todos e para
serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor”.
10. Salvos são apenas aqueles que não pecam mais? De que tipo de pessoas o
Catecismo fala na Pergunta e Resposta 87?
EXPLICAÇÃO: A Pergunta 87 não diz que só serão salvos os que estão sem pecados.
Ninguém nem crente algum está sem pecado. Como caíram Davi e Pedro! Mas existe uma
distinção entre cometer pecado e viver em pecado. É a distinção entre pecar e viver sem
Deus. O crente não vive em pecado, nem continua vivendo sem gratidão. Se cair num
pecado, procurará Deus e será levantado pela graça de Deus e voltará a Deus e será
levantado pela graça de Deus e voltará a Deus com arrependimento (Salmo 51). Mas o
incrédulo não procura Deus nem quer fazer isto. Ele não se converte a Deus (veja a
Pergunta 87, no final). O incrédulo continua vivendo sem Deus. Por isso não será salvo de
sua condenação e de sua miséria. Ele não herdará o reino de Deus.
11. Considerando tudo isso, será que há esperança para incrédulos ou não há?
EXPLICAÇÃO: Quando a Pergunta 87 fala dos que não se convertem a Deus (os
incrédulos), o Catecismo mostra ao mesmo tempo qual o caminho certo: que é se converter
e voltar a Deus. Notem que a Pergunta 87 define o incrédulo como a pessoa que continua
vivendo sem Deus. Mas se não continuar … Aí a esperança, a pista para a salvação. Está
escrito em Isaías 55:7: “Deixe ao perverso o seu caminho, ao iníquo os seus pensamentos;
converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque
é rico em perdoar”.
- 122 -
Dia do Senhor 33
R. É a profunda e sincera tristeza por termos ofendido a Deus com os nossos pecados, e o
abominar e fugir desses pecados cada vez mais.1
R. É a alegria sincera em Deus por Cristo,1 e o amor e o deleite de viver segundo a vontade
de Deus em todas as boas obras.2
R. Somente as que são feitas pela verdadeira fé,1 em conformidade com a lei de Deus2 e
para a Sua glória,3 e não aquelas que se baseiam na nossa própria opinião ou em preceitos
de homens.4
1. Jo 15.5; Rm 14.23; Hb 11.6. 2. Lv 18.4; 1Sm 15.22; Ef 11.6. 3. 1Co 10.31. 4. Dt 12.32; Is
29.13; Ez 10.18, 19; Mt 15.7-9.
DOMINGO 33
1. O Catecismo entende conversão como uma coisa que acontece num determinado
momento ou como um processo contínuo?
EXPLICAÇÃO: Lendo o Domingo 33 todo, concluímos que o Catecismo entende conversão
como um processo contínuo.
1. Boas obras são coisas especiais que só alguns crentes, avançados na vida cristã e
privilegiados com dons especiais, podem fazer?
EXPLICAÇÃO: Não é verdade. Na Igreja Católica Romana existe a idéia de que só alguns
“santos” podem fazer boas obras. Mas o Catecismo descarta esta idéia. Nem fornece uma
lista de obras especiais (caridade, oração ou contemplação, obras de monges), porque
boas obras são todas as obras dos crentes, feitas com fé, conforme a lei de Deus e para
sua glória.
2. Qual a fonte das boas obras? Descrentes podem fazer boas obras?
EXPLICAÇÃO: A Resposta 91 diz que a fé é a fonte das boas obras. A Bíblia diz que sem fé
ninguém pode agradar a Deus (Hebreus 11:6). Boas obras são frutos da fé. Por isso
descrentes não podem fazer boas obras! Jesus diz em João 15:5 “Se alguém permanecer
em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, vocês não podem fazer coisa
alguma”. E Paulo escreve: “”Os que são dominados pela carne não podem agradar a Deus”
(Romanos 8:8). O descrente está for a de Cristo. Como ele poderia fazer uma coisa boa ou
- 125 -
fruto da fé, se não tem fé? Certamente Deus pode usar as obras dos descrentes, mas isto
não significa que sejam BOAS obras. Eles não produzem obras de fé.
Os Dez Mandamentos
Dia do Senhor 34
R. “Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da
terra do Egito, da casa da servidão.
2. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos
céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes
darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos
pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço
misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.
3. Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, por- que o SENHOR não terá por
inocente o que tomar o seu nome em vão.
4. Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua
obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem
tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal,
nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus
e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR
abençoou o dia de sábado e o santificou.
5. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR,
teu Deus, te dá.
6. Não matarás.
7. Não adulterarás.
8. Não furtarás.
10. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o
seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que
pertença ao teu próximo”.1
1. Ex 20.1-17; Dt 5.6-21.
R. Em duas partes. A primeira nos ensina como viver com relação a Deus; a segunda, que
deveres temos para com o nosso próximo.1
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1. Mt 22.37-40
R. Que, por amor a minha salvação, devo evitar e fugir de toda idolatria,1 feitiçaria,
superstição2 e invocação à santos ou a outras criaturas.3 E que devo reconhecer
corretamente ao único e verdadeiro Deus,4 confiar somente nEle,5 submeter-me a Ele em
toda humildade6 e paciência,7 só dEle esperar todo o bem,8 e que devo O amar,9 temer10
e honrar11 com todo o meu coração. Em resumo: é preferível repudiar a todas as criaturas
a fazer qualquer coisa, mínima que seja, contra a Sua vontade.12
1. 1Co 6.9, 10; 10.5-14; 1Jo 5.21. 2. Lv 19.31; Dt 18.9-12. 3. Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8, 9. 4.
Jo 17.3. 5. Jr 17.5, 7. 6. 1Pe 5.5, 6. 7. Rm 5.3, 4; 1Co 10.10; Fp 2.14; Cl 1.11; Hb 10.36. 8.
Sl 104.27, 28; Is 45.7; Tg 1.17. 9. Dt 6.5; (Mt 22.37). 10. Dt 6.2; Sl 111.10; Pv 1.7; 9.10; Mt
10.28; 1Pe 1.17. 11. Dt 6.13; (Mt 4.10); Dt 10.20. 12. Mt 5.29, 30; 10.37-39; At 5.29.
R. Idolatria é ter ou inventar algo em que colocar a nossa confiança em lugar ou ao lado do
único e verdadeiro Deus que se revelou em Sua Palavra.1
DOMINGO 34
1. Por que o Catecismo apresenta o texto completo dos Dez Mandamentos, aqui na
Resposta 92?
EXPLICAÇÃO: Primeiro, porque o Catecismo vai explicar esses Mandamentos a partir deste
Domingo 34. Segundo, os Dez Mandamentos são o resumo mais antigo da lei do SENHOR,
e essa lei é importante para a nossa gratidão.
4. O que é idolatria? (Isaías 44:15-17) Por que o Catecismo fala na Resposta 95 em
lugar ou ao lado do único e verdadeiro Deus? Há diferença entre “em lugar de” e “ao
lado de”?
EXPLICAÇÃO: A Resposta 95 explica o que é idolatria. É inventar ou ter ídolos, falsos
deuses, em que o homem deposita sua confiança. Estes ídolos tomam o lugar do único
Deus. Em Isaías 44 lemos sobre um homem que procurava madeira. Uma parte ele usou
para fazer um fogo. Ali ele se esquentava e também assava o pão. A outra parte foi usada
para fazer uma imagem. Desta imagem ele disse que era seu deus. Ficava de joelhos e
adorava a imagem. E orava à imagem, dizendo: “Tu és o meu deus; salva-me!” Assim o
homem inventou um deus para adorar.
O Catecismo distingue entre em lugar ou ao lado do único e verdadeiro Deus. Pensem na
história de Êxodo 32, sobre o bezerro de ouro. Israel não queria substituir Deus por outros
deuses, mas queria alguém ou algo ao lado de Deus. Isto é igualmente errado porque este
“alguém” ou “algo” é um ídolo. Deus não tolera concorrentes, deuses que seu povo coloca
ao lado dEle. Porque Ele é o único Deus Salvador. Outros deuses não podem salvar.
- 129 -
6. Por que o Catecismo diz que é preciso fugir destas coisas? Elas são tão
perigosas?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo fala exatamente como a Bíblia. Em 1 Coríntios 10:14 Paulo
escreve que Devemos fugir da adoração de ídolos. É verdade o que o Catecismo diz, logo
na primeira frase: “para não perder minha salvação, devo evitar e fugir” destas coisas.
Idolatria, feitiçaria e coisas semelhantes nos fazem perder Deus e a salvação porque nos
tiram do único caminho certo.
9. Quando o Catecismo fala de “confiar somente em Deus”, ele exclui, por exemplo,
consultas médicas? É correto confiar em médicos esperando deles a solução para
nossos problemas?
EXPLICAÇÃO: Confiar em Deus não exclui o uso dos meios que Ele próprio nos concede
como a medicina e os resultados da ciência e tecnologia. Mas confiar em Deus, sim, exclui
que depositemos nossa confiança em médicos como se eles pudessem curar doenças.
10. Quando o Catecismo fala de “submeter-se somente a Deus”, ele não exclui a
obediência que devemos a nossos governantes?
EXPLICAÇÃO: Não é questão de excluir, mas de incluir. Porque é Deus mesmo que exige
nossa obediência aos governantes que Ele colocou na posição de dirigentes. Submeter-se
a Deus inclui a obediência à governantes a não ser que eles ultrapassem o limite e se
apresentem como “deuses”.
Dia do Senhor 35
R. Deus não pode nem deve ser visivelmente representado de nenhuma maneira. As
criaturas podem ser representadas, mas Deus nos proíbe fazer ou ter imagens delas para
adorá-las ou para servir a Deus por meio delas.1
P.98. Quer dizer que não se pode tolerar as imagens nas igrejas como “livros para os
leigos”?
R. Não. Pois não devemos querer ser mais sábios do que o próprio Deus. Ele quer que o
Seu povo seja ensinado não por meio de ídolos mudos1 mas pela pregação viva da Sua
Palavra.2
DOMINGO 35
deuses. Em outras palavras, para a Igreja Romana o único assunto aqui é a idolatria
(adoração de outros deuses). Para ela, a maneira de adorar o verdadeiro Deus está fora do
assunto. Por isso a Igreja Romana permite imagens de Cristo. Entretanto, a divisão dos Dez
Mandamentos no original hebraico não permite a interpretação da Igreja Católica Romana.
4. O segundo mandamento diz que Deus é um Deus zeloso. O que significa isso?
EXPLICAÇÃO: A palavra ‘zeloso’ significa que Deus não tolera outros deuses e imagens.
Deuteronômio 32:15-22 fala sobre isso. O povo de Israel tinha abandonado Deus, adorando
ídolos. Com as suas imagens provocaram a ira de Deus. O Deus zeloso ficou com ciúmes
dos falsos deuses. A Bíblia compara a relação entre Deus e seu povo com o matrimônio.
Nenhum homem casado quer que sua esposa tenha um relacionamento com outro homem.
Da mesma forma, a mulher casada não quer que seu marido tenha um relacionamento com
uma outra mulher. Assim Deus não quer que seu povo sirva a outros deuses. Nem quer que
seu povo faça imagens para adorá-las. O fato de Deus ser zeloso tem a ver com o primeiro
mandamento (não outros deuses) e com o segundo (não fazer imagens).
5. O segundo mandamento contém uma ameaça. Deus diz: Eu castigo aqueles que me
odeiam, até os netos e bisnetos. Esta ameaça atinge os pais ou os filhos?
EXPLICAÇÃO: A ameaça de Deus que está no segundo mandamento atinge tanto os pais
como os filhos. As conseqüências do pecado contra o segundo mandamento ficam, muitas
vezes, visíveis nas próximas gerações. Quem não serve a Deus conforme o segundo
mandamento corre o perigo de que seus filhos e netos, abandonem Deus totalmente.
seu próprio pecado. Quando um homem serve a Deus, viverá. Mas quando seu filho
abandona a Deus, morrerá. Ou, quando o filho vê os pecados do seu pai, mas não segue
seu exemplo e serve a Deus, não morrerá por causa do seu pai. Ezequiel mostra assim que
ninguém morre por causa dos pecados de seu pai. O segundo mandamento adverte que
quando pais mostram um mau exemplo, seus filhos são capazes de seguir esse mau
exemplo. Esse é o perigo que todos correm quando não levam a sério o segundo
mandamento.
Dia do Senhor 36
R. Que não blasfememos nem façamos mau uso o Nome de Deus por maldição,1 perjúrio2
ou votos desnecessários,3 e que não participemos, por omissão silenciosa, desses terríveis
pecados.4 Antes devemos usar o santo nome de Deus somente com temor e reverência,5
para que possamos confessá-lO corretamente,6 invocá-lO,7 e O glorificar com todas as
nossas palavras e obras.8
P.100. Será que blasfemar o Nome de Deus por juramentos e maldições é um pecado tão
grande que Deus se ira também contra aqueles que não impedem nem proíbem isso o tanto
quanto podem?
R. Certamente que sim.1 Porque nenhum pecado é maior nem provoca mais a ira de Deus
do que blasfemar o Seu Nome. É por isso que Ele ordenou que esse pecado fosse punido
com a morte.2
1. Lv 5.1. 2. Lv 24.16. 82
DOMINGO 36
1. Por que a Resposta 100 diz que não há maior pecado que blasfemar o nome de
Deus?
EXPLICAÇÃO: O motivo que a Resposta 100 alega é que Deus mandou castigar este
pecado com a pena de morte. Lemos isto em Levítico 24:15,16: quem amaldiçoar o seu
Deus pagará por esse pecado e será morto a pedradas por todo o povo. Blasfêmia provoca
a ira de Deus, mais do que qualquer outro pecado. Por quê? Porque o nome da pessoa e a
própria pessoa estão estreitamente ligados. Quem ofende o nome de Deus ofende o próprio
Deus.
a)Nossa língua deve estar limpa destes pecados! A luta contra o pecado começa por nossa
própria vida! Como podemos censurar outros se não disciplinamos a nós mesmos?
b)Não ficar calado! Só que, para abrir a boca e avisar outros é preciso ter coragem e, além
de coragem, habilidade para censurar aqueles que blasfemam de uma maneira correta e
efetiva.
Dia do Senhor 37
P.101. Mas será que podemos, de modo piedoso, fazer juramentos e votos em Nome de
Deus?
R. Sim, quando o governo o exige de seus súditos, ou quando a necessidade o exige para
que se guarde e se promova a fidelidade e a verdade, para a glória de Deus e o bem do
nosso próximo. Esse tipo de juramento tem por base a Palavra de Deus1 e foi assim
utilizado da maneira correta pelos santos do Velho e do Novo Testamentos.2
1. Dt 6.13; 10.20; Jr 4.1, 2; Hb 6.16. 2. Gn 21.24; 31-53; Js 9.15; 1Sm 24.22; 1Rs 1.29, 30;
Rm 1.9; 2Co 1.23.
R. Não. Um juramento legítimo é uma invocação a Deus, para que Ele, o único que conhece
o coração, sirva como testemunha da verdade e que me castigue se eu jurar falsamente.1
Nenhuma criatura é digna de uma tal honra.2
DOMINGO 37
3. Juramentos entre irmãos da igreja são permitidos? Podem até ser necessários?
EXPLICAÇÃO: Há cristãos que acham errado que juramentos sejam usados dentro da
comunidade da Igreja. Apresentam os seguintes argumentos:
a) É a verdade que reina na Igreja. Por isso, entre irmãos, sim é sim, e não é não (Mateus
5:37).
- 139 -
b) Crentes devem sempre viver perante Deus e ter consciência de que Ele é a testemunha
das nossas palavras. Isto exclui a necessidade de juramentos.
Certamente há elementos de verdade nestes argumentos, mas a própria Escritura nos fala
de juramentos entre dois crentes. Por exemplo, 1 Reis 18:15 fala do juramento entre Elias e
Obadias. É verdade que nosso sim deve ser sim. Juramentos não deveriam ser necessários
na Igreja. Mas também na comunidade da Igreja pode haver situações que permitam ou
exijam um juramento. O pecado não passa as portas da Igreja. João Calvino dá este
exemplo: o que fazer e um membro da Igreja acusar outro membro usando mentiras que o
acusado dificilmente pode contestar? Neste caso pode ser necessário que o crente acusado
testifique sua inocência por um juramento perante o conselho da Igreja ou perante toda a
congregação.
Na Bíblia há mais exemplos de juramentos. Paulo, por exemplo, jura em Romanos 1:9 e em
2 Coríntios 1:23. Tratar-se de afirmações do apóstolo Paulo na sua correspondência com
irmãos, que têm o peso de juramentos.
6. Há cristãos que dizem que é sempre proibido jurar. É com razão que se baseiam em
Mateus 5:33-37 e Tiago 5:12? Como era a prática dos santos no Antigo e Novo
Testamento?
EXPLICAÇÃO: Há juramentos legítimos e juramentos falsos. O Senhor Jesus combate os
falsos em Mateus 5:33-37. combate os jeitinhos dos judeus que não queriam jurar pelo
nome de Deus e por isso haviam inventado juramentos pelo céu, pela terra ou pela cabeça.
Deste modo queriam escapar do compromisso que um juramento pelo nome de Deus é. Por
isso o Senhor diz: “Não jurem de jeito nenhum”, porque é falsidade. O Senhor não diz que
jurar é pecado, nem diz que é errado jurar pelo nome de Deus. Mas Ele combate uma
prática errada dos judeus. Mateus 5:33- 37 está no contexto de Mateus 5:17: “o Senhor não
- 140 -
veio para acabar com a lei e os profetas (isto é, o Antigo Testamento), mas veio para
cumpri-los. O próprio Antigo Testamento nos ensina que Deus queria que seu povo jurasse
pelo seu nome (Deuteronômio 6:13 e 10:20: jurem só pelo nome de Deus). Por isso o
Senhor Jesus não proibiu qualquer juramento.
O Catecismo fala da prática dos santos tanto no Antigo como no Novo Testamento. Um
exemplo é o que Abraão diz em Gênesis 21:24: “Eu juro”. Além disso, já vimos que Paulo
jura também nas suas cartas.
Dia do Senhor 38
R. Primeiro, que o ministério do evangelho e as escolas cristãs sejam mantidas1 e que eu,
especialmente no dia de descanso, seja diligente em ir à igreja de Deus2 para ouvir à
Palavra de Deus,3 participar dos sacramentos,4 para invocar publicamente ao Senhor 5 e
para praticar a caridade cristã para com os necessitados. 6 Segundo, para que em todos os
dias da minha vida eu cesse as minhas más obras, deixe o Senhor operar em mim por Seu
Espírito Santo, e assim começar nesta vida o descanso eterno.7
1. Dt 6.4-9; 20-25; 1Co 9.13, 14; 2Tm 2.2; 3.13-17; Tt 1.5. 2. Dt 12.5-12; Sl 40.9, 10; 68.26;
At 2.42-47; Hb 10.23-25. 3. Rm 10.14-17; 1Co 14.26-33; 1Tm 4.13. 4. 1Co 11.23, 24. 5. Cl
3.16; 1Tm 2.1. 6. Sl 50.14; 1Co 16.2; 2Co 8; 9. 7. Is 66.23; Hb 4.9-11.
DOMINGO 38
o fim da obra salvadora de Cristo na terra. Cristo ressuscitou num domingo. Por isso
guardamos o dia de descanso no domingo. Este dia se chama o dia do Senhor (Apocalipse
1:10). Em 1 Coríntios 16:2 Paulo diz que os coríntios devem separar algum dinheiro aos
domingos para ajudar os cristãos da Judéia. Isto mostra que a Igreja da época dos
apóstolos se reunia aos domingos. Os discípulos já faziam isto logo depois da ressurreição
de Cristo (João 20:19 e 26).
Dia do Senhor 39
R. Que eu demonstre toda honra, amor e fidelidade a meu pai e à minha mãe, e a todos os
meus superiores; que eu me submeta devidamente às suas boas instrução e disciplina1 e
que também seja paciente com as suas fraquezas e defeitos,2 pois é a vontade de Deus
nos governar pelas mãos deles.3
1. Ex 21.17; Pv 1.8; 4.1; Rm 13.1, 2; Ef 5.21, 22; 6.1-9; Cl 3.18-4.1. 2. Pv 20.20; 23.22; 1Pe
2.18. 3. Mt 22.21, Rm 13.1-8; Ef 6.1-9; Cl 3.18-21.
DOMINGO 39
9. Sobre a autoridade na sociedade: por exemplo, até que ponto um patrão tem
autoridade sobre seus empregados?
EXPLICAÇÃO: Como a sociedade moderna é muito mais complicada do que a dos tempos
bíblicos, muita variedade de autoridade. Nas escolas encontramos o diretor e os
professores. Nas empresas encontramos o dono ou proprietário e o gerente. Todos eles
têm uma certa autoridade. Empregados têm que mostrar respeito aos seus superiores, e
alunos ao diretor e aos professores. A autoridade do patrão é bem limitada: só no local de
trabalho e durante o trabalho. A atitude de empregados e patrões deve ser como Paulo
ensina em Efésios 6:5-9. A situação era diferente da nossa porque na época havia ainda a
situação de escravidão, mas mesmo assim o apóstolo fala sobre a sociedade. Empregados
devem obedecer aos seus patrões e patrões não devem ameaçar seus empregados o fazer
abuso da sua posição.
- 145 -
Dia do Senhor 40
R. Que eu não devo desonrar, odiar, injuriar nem matar o meu próximo por pensamentos,
palavras, ou gestos e muito menos por ações, por mim mesmo ou através de outros;1
antes, devo fazer morrer todo desejo de vingança.2 Além disso, não devo me fazer mal nem
me expor levianamente ao perigo.3 Por isso também o governo empunha a espada para
impedir homicídios.4
1. Gn 9.6; Lv 19.17, 18; Mt 5.21, 22; 26.52. 2. Pv 25.21, 22; Mt 18.35; Rm 12.19; Ef 4.26. 3.
Mt 4.7; 26.52; Rm 13.11-14. 4. Gn 9.6; Ex 21.14; Rm 13.4.
R. Ao nos proibir de matar Deus nos ensina que detesta a raiz do homicídio, a saber: a
inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança1 e que Ele considera tudo isso como homicídio.2
P.107. Então, basta que não matemos o nosso próximo dessa maneira?
R. Não. Deus ao condenar a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança nos ordena a amar
os nossos inimigos como a nós mesmos,1 a demonstrar paciência, paz, mansidão,
misericórdia e amizade para com ele,2 a protegê-lo do mal o tanto que pudermos e a fa- zer
o bem até mesmo aos nossos inimigos.3
1. Mt 7.12; 22.39; Rm 12.10. 2. Mt 5.5; Lc 6.36; Rm 12.10, 18; Gl 6.1, 2; Ef 4.2; Cl 3.12; 1Pe
3.8. 3. Ex 23.4, 5; Mt 5.44, 45; Rm 12.20.
DOMINGO 40
De passagem queremos fazer esta observação: os Dez mandamentos podem ser divididos
em duas partes (Pergunta e resposta 93), mas esta divisão não significa uma separação.
Os seis mandamentos da segunda parte, que tratam do relacionamento com nosso
próximo, têm tudo a ver com Deus. A vida do meu próximo pertence a Deus.
4. Por que o Catecismo fala também sobre desonrar, odiar, ofender, vingança, fazer
mal, colocar-se em perigo, inveja e ira? (Confira também as Respostas 106 e 107).
EXPLICAÇÃO: O Catecismo fala de tudo isso porque o sexto mandamento fala sobre a
vida. A vida humana não é apenas física ou corporal. É também espiritual ou mental. Por
isso Deus proíbe também toda ação mental que prejudique nosso próximo, seja por
palavras, pensamentos ou gestos. O olhar pode matar!
2. Não é exagerado dizer que inveja, ódio e coisas assim já são homicídio?
EXPLICAÇÃO: Não, não é, porque Deus nos ensina na sua Palavra, 1 João 3:15, que quem
odeia o seu irmão é um assassino.
- 148 -
Dia do Senhor 41
R. Que toda a impureza sexual é amaldiçoada por Deus.1 Por isso devemos abominá-la de
todo coração2 e viver vidas puras e disciplinadas, tanto dentro quanto fora do santo
matrimônio.3
R. Desde que somos, corpo e alma, templos do Espírito Santo, é a vontade de Deus que
nos conservemos puros e santos. Por isso Ele proíbe todas as ações impuras,
gesticulações, palavras, pensamentos, desejos,1 e tudo aquilo que possa nos induzir à
impureza.2
DOMINGO 41
2. Mas o sétimo mandamento não é só relevante para casados, visto que fala de
adultério, “Não adulterarás”?
EXPLICAÇÃO: O sétimo mandamento é para todos, casados e não casados. O primeiro
assunto é o relacionamento entre os dois sexos, um relacionamento que existe desde a
nossa infância. O segundo assunto é a vida sexual em geral. Por estas duas razões o
sétimo mandamento é para crianças, adolescentes e adultos, jovens e idosos, casados e
solteiros (Veja a Resposta 108). “Adultério” é só um exemplo de pecado sexual. Esse caso
inclui toda a área da vida sexual e do relacionamento entre os dois sexos.
não são próprias para os santos. Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos
imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ações de graça. Porque vocês podem
estar certos disto: nenhum imoral, nem impuro, nem cobiçoso, o qual é idólatra, tem
herança no Reino de Cristo e de Deus”.
5. Mas por que o Catecismo coloca lada a lado atos, gestos, palavras, pensamentos e
desejos impuros?
EXPLICAÇÃO: Porque tudo está interligado. Uma coisa leva à outra. Por exemplo, um
desejo pecaminoso pode facilmente levar um ato pecaminoso.
7. Há pessoas que dizem: ‘O que não pode fazer fora do casamento você pode fazer
como casado’. É verdade?
EXPLICAÇÃO: Não, não é verdade. A vida dos casados está também sujeito à lei de Deus.
Marido e mulher devem amar um ao outro. A vida sexual não foi dada por Deus para
satisfazermos nossos desejos interesseiros. Não há lugar para perversidades dentro do
matrimônio. A vida dos casados tem que ser pura, santa, disciplinada e controlada.
Dia do Senhor 42
R. Deus não apenas proíbe o roubo e o furto que as autoridades punem1 mas também os
esquemas e ciladas malignos como falsos pesos e falsas medidas, negócio enganoso,
dinheiro falsificado e usura;2 não devemos defraudar o nosso próximo de maneira
nenhuma, nem pela força nem pela aparência de direito.3 Além disso Deus proíbe toda a
avareza4 e todo o abuso e desperdício de Suas dádivas.5
1. Ex 22.1; 1Co 5.9, 10; 6.9, 10. 2. Dt 25.13-16; Sl 15.5; Pv 11.1; 12.22; Ez 45.9-12; Lc 6.35.
3. Mq 6.9-11; Lc 3.14; Tg 5.1-6. 4. Lc 12.15; Ef 5.5. 5. Pv 21.20; 23.20, 21; Lc 16.10-13.
R. Que eu promova o bem do meu próximo sempre que for lícito e possível; que eu o trate
do mesmo modo que desejaria ser tratado pelos outros e que trabalhe fielmente para ter
condições de dar aos necessitados.1
DOMINGO 42
3. A quem foi que Deus deu o mundo com tudo o que nele existe? Como devemos
usar o que Deus nos dá?
EXPLICAÇÃO: Deus deu o mundo inteiro ao homem. O homem se tornou um arrendatário.
Lemos em Gênesis 1:29 que Deus deu a Adão e Eva as plantas que produzem sementes e
as árvores que dão frutas. Deus deu-as para o ser humano ter comida. O Salmo 8 ensina
que Deus deu ao homem o domínio sobre a terra (vs. 6-8). O proprietário de tudo, Deus, dá
ao homem o uso das coisas materiais. Devemos usar o que Deus nos dá para servi-Lo.
- 153 -
Dia do Senhor 43
R. Que eu não devo levantar falso testemunho contra ninguém, nem distorcer as palavras
de ninguém, não fazer fofoca nem difamar, não condenar nem me ajuntar com ninguém
para condenar a outrem precipitadamente e sem o ter ouvido.1 Antes devo repudiar toda
mentira e engano, obras próprias do diabo, para não trazer sobre mim a pesada ira de
Deus.2 No tribunal ou em qualquer outro lugar eu devo amar à verdade,3 dizê-la e
confessá-la com honestidade e fazer tudo o que puder para defender e promover a honra e
a reputação do meu próximo.4
1. Sl 15; Pv 19.5, 9; 21.28; Mt 7.1; Lc 6.37; Rm 1.28-32. 2. Lv 19.11, 12; Pv 12.22; 13.5; Jo
8.44; Ap 21.8. 3. 1Co 13.6; Ef 4.25. 4. 1Pe 3.8, 9; 4.8.
DOMINGO 43
pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele”. O Senhor disse
também que é o diabo: “Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois
não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da
mentira”. São palavras fortes do Senhor Jesus e do Catecismo mais é tudo verídico. O
diabo enganou a Adão e Eva usando mentira. Mentir para prejudicar outros é uma obra
específica do diabo.
Qualquer pecado contra o nono mandamento é obra do diabo. Temos que pensar nisso
quando abrimos a boca. Há pessoas que pensam que pecados contra o nono mandamento
não são muito graves. Mas a Bíblia relaciona o pecado contra o nono mandamento com o
próprio diabo.
5. É correto contar tudo que se saiba sobre outras pessoas? Podemos dar ouvidos a
pessoas que contam fatos negativos sobre outros?
EXPLICAÇÃO: Não, não é correto contar tudo sobre outras pessoas mesmo que seja tudo
conforme a realidade. Muitas pessoas gostam de contar coisas negativas que não são boas
para a reputação de seu próximo. A Bíblia ensina algo diferente. Tiago escreve que cada
um deve estar pronto para ouvir, mas deve demorar para falar e para ficar com raiva (1:19).
Provérbios 18:8 fala sobre o perigo do pecado da língua: “As palavras do maldizente são
doces bocados, que descem para o mais interior do ventre”. Sendo crentes, não devemos
dar ouvidos a estórias negativas nem cometer o pecado de contá-las.
Dia do Senhor 44
P.114. Mas os que se converteram a Deus são capazes de guardar esses mandamentos
perfeitamente?
R. Não. Pois até mesmo os mais santos nessa vida só têm um leve começo dessa
obediência.1 Mesmo assim, eles começam a viver — com sincero fervor e propósito —não
apenas segundo alguns mandamentos de Deus, mas conforme todos eles.2
1. Ec 7.20; Rm 7.14, 15; 1Co 13.9; 1Jo 1.8 2. Sl 1.1, 2; Rm 7.22-25; Fp 3.12-16.
P.115. Se nessa vida ninguém consegue obedecer perfeitamente os Dez Mandamentos, por
que Deus manda que sejam pregados com tanto rigor?
R. Primeiro, para que ao longo das nossas vidas possamos cada vez mais estar
conscientes da nossa natureza pecaminosa, e assim buscarmos com mais fervor o perdão
dos pecados e a justiça de Cristo.1 Segundo, para que, ao orarmos a Deus pela graça do
Espírito Santo, jamais deixemos de batalhar para sermos cada vez mais renovados à
imagem de Deus, até que após esta vida alcancemos o alvo da perfeição.2
1. Sl 32.5; Rm 3.19-26; 7.7, 24, 25; 1Jo 1.9. 2. 1Co 9.24; Fp 3.12-14; 1Jo 3.1-3.
DOMINGO 44
1. Faz sentido chamar o décimo mandamento de ‘a chave da lei’ porque abre a porta
para um melhor entendimento de toda a lei? Será que a natureza do décimo
mandamento é diferente da dos outros mandamentos?
EXPLICAÇÃO: Existe, sim, uma diferença. Enquanto os demais mandamentos tratam de
atos (roubar, matar etc.), o décimo trata de desejos. Não devemos cobiçar o que é do nosso
próximo. Ao falar de cobiçar, o décimo mandamento nos ensina que a lei não proíbe
somente atos pecaminosos, mas também desejos e pensamentos pecaminosos. Assim o
décimo mandamento abre a porta para um melhor entendimento de toda a lei. É a chave da
lei.
- 158 -
1. A Resposta 114 diz que pessoas convertidas (crentes) não podem guardar
perfeitamente a lei. Por que não podem?
EXPLICAÇÃO: Ninguém é capaz de guardar a lei de Deus sem cometer pecado nenhum.
Porque o pecado ainda está em nossa vida e em nosso coração. A Bíblia ensina isso
claramente. João escreve em 1 João 1:8: “Se afirmamos que estamos sem pecado,
enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós”. O apóstolo Paulo escreve em
Filipenses 3:12 que não está afirmando que já se tornou perfeito. Há pessoas que dizem
que uma pessoa convertida não comete mais pecados, mas isto não é verdade. Romanos 7
é bem claro sobre isto. Devemos lutar contra os nossos pecados e não pensar que
podemos alcançar a perfeição, nesta vida.
2. Isto não nos deve levar à conclusão de que não há diferença entre convertidos e
não-convertidos, porque nem os convertidos guardam a lei?
EXPLICAÇÃO: Esta conclusão seria errada. O Catecismo mostra a diferença entre
convertidos e não-convertidos assim: os convertidos começam a guardar os mandamentos
de Deus. Paulo escreve em Romanos 7:21,22 que quer fazer o que é bom, embora nem
sempre o consiga, e que gosta da lei de Deus. Pessoas não-convertidas não gostam da lei
de Deus. Os convertidos desejam guardar os mandamentos de Deus, enquanto os
não-convertidos não desejam nem começam a guardar os mandamentos de Deus.
- 159 -
3. O Catecismo não tem um tom pessimista quando declara que os mais santos
apenas começam a guardar os mandamentos?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo não é pessimista mas realista. Diante do santo Deus, nossa
vida está longe de ser perfeita. Estamos apenas começando…Na Bíblia há muitos
exemplos de pessoas crentes, que são chamadas de “heróis da fé”, como Abraão, Jó, Davi
e Pedro, mas que tropeçam em pecado.
5. Mesmo assim, o Catecismo fala de “os mais santos” entre os crentes. Por quê? Há
diferença entre um e outro santo (crente)?
EXPLICAÇÃO: Existe, sim, uma diferença, uma graduação entre eles. Um crente, por
exemplo, pode ser mais zeloso e dedicado do que outro. Não deveria ser assim, mas é a
realidade. Quando o Catecismo fala de “os mais santos”, ele pensa em homens como
Abraão, Jó, Davi e outros grandes no Reino de Deus.
2. O Catecismo diz aqui, na pergunta, que os Dez Mandamentos devem ser pregados
rigorosamente. O que significa esta palavra?
EXPLICAÇÃO: Esta palavra significa que a pregação da lei de Deus deve ser precisa, exata
e séria, mostrando quais são nossos pecados. A pregação da lei não pode ser superficial,
geral ou vaga.
A Oração
Dia do Senhor 45
R. Porque a oração é a parte mais importante da gratidão que Deus exige de nós.1 Além
disso, Deus só concederá a Sua graça e o Espírito Santo àqueles que, constante e
sinceramente, Lhe pedem esses dons e O agradecem por eles.2
P.117. O que é preciso para que nossa oração agrade a Deus e por Ele seja ouvida?
1. Sl 145.18-20; Jo 4.22-24; Rm 8.26, 27; Tg 1.5; 1Jo 5.14, 15 ; Ap 19.10. 2. 2Cr 7.14;
20.12; Sl 2.11; 34.18; 62.8; Is 66.2; Ap 4. 3. Dn 9.17-19; Mt 7.8; Jo 14.13, 14; 16.23; Rm
10.13; Tg 1.6.
R. Tudo aquilo que necessitamos para nossos corpos e almas, conforme à oração que o
próprio Cristo, nosso Senhor, nos ensinou.1
1. Mt 6.33; Tg 1.17.
R. “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino,
1. Mt 6.9-13; Lc 11.2-4.
- 162 -
DOMINGO 45
1. Por que o Catecismo começa seu ensino sobre a oração falando da sua
necessidade? Não é lógico que o crente ore a Deus? Orar não é sua necessidade?
Não é lógico que o crente ore a Deus? Orar não é uma coisa automática na vida
cristã? Por que, enfatizar a necessidade da oração?
EXPLICAÇÃO: Devido à nossa fraqueza é preciso enfatizar a necessidade da oração. Não
é verdade que sempre oramos. A oração não é uma coisa natural ou lógica em nossa vida.
Muito menos ela é uma coisa automática. Devia ser, sim, mas ainda somos pecadores,
também na vida de oração. Especialmente a parte do agradecimento, que o Catecismo
menciona no final da Resposta 116, é muitas vezes esquecidas. Desta maneira, a oração
termina sendo uma lista de pedidos.
4. É certo que só devemos orar quando sentimos a vontade de orar? (Daniel 6:10)
EXPLICAÇÃO: Não, não é certo. Não é nossa vontade que decide sobre orar ou não orar,
mas a vontade de Deus. E é realmente a vontade de Deus que oremos, mesmo que não
sintamos a vontade de orar. Maior que nossa vontade é o que Deus quer. A oração não
deve depender dos nossos sentimentos. Eles enganam. A Bíblia, por exemplo, em Daniel 6,
ensina que é preciso ter uma hora marcada para orar, cada dia. Daniel costumava orar três
vezes por dia.
4. O que é mais importante na oração, agradar a Deus ou ser atendido por Ele?
EXPLICAÇÃO: A grande questão não é se recebemos o que pedimos ou desejamos, mas
se nossa oração é agradável a Deus. Por esta razão a Pergunta 117 coloca em primeiro
lugar esta frase: “para que a oração seja agradável a Deus”, deixando para o segundo plano
estas palavras: “e Ele nos ouça”.
- 164 -
1. A Pergunta 118 fala sobre o que Deus ordenou pedir a Ele. Mas não podemos pedir
a Deus o que quisermos?
EXPLICAÇÃO: O Catecismo deixa bem claro que não somos nós que determinamos o que
devemos e podemos pedir a Deus. É Deus que determina isso. A grande questão é: o que
Deus quer que falemos em nossas orações. Sua Palavra nos ensina o que podemos e
devemos orar.
Dia do Senhor 46
P.120. Por que Cristo ordenou nos dirigir a Deus como o “Pai nosso”?
R. Para despertar em nós, logo no início da nossa oração, a reverência filial e confiante em
Deus que deve ser básica à nossa oração. Deus, por meio de Cristo, tornou-se o nosso Pai,
e se os nossos pais não nos negam as coisas terrenas, muito menos nos negará Deus
aquilo que Lhe pedirmos pela fé.1
1. Mt 7.9-11; Lc 11.11-13.
R. Essas palavras nos ensinam a não pensar na majestade de Deus de modo terreno,1 e a
esperar do Seu poder infinito tudo aquilo que necessitamos para os nossos corpos e
almas.2
DOMINGO 46
2. O Senhor nos ensinou esta invocação: “Pai nosso, que estás nos céus”. Será que
podemos invocar Deus apenas desta maneira? Cada oração precisa começar com
estas palavras?
EXPLICAÇÃO: Não, não precisa. Também podemos usar outros nomes de Deus quando O
invocamos. Mas temos que invocar com simplicidade. Não é bom usar muitas invocações.
Cristo nos ensina no “Pai nosso” uma invocação simples.
4. Qual é a base da oração, segundo o Catecismo? Por que motivo Deus atende às
nossas orações?
EXPLICAÇÃO: A base da oração é o respeito e a confiança, como uma criança para com
Deus. Cristo nos ensina que devemos nos aproximar de Deus com respeito e confiança.
Porém, esse respeito e confiança não constituem a razão por que Deus atende à oração. O
motivo por que Deus quer ouvir e atender nossa oração é a obra do nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo. Ele nos conquistou e mereceu o atendimento celestial, porque abriu
o caminho para seu Pai tirando o obstáculo dos nossos pecados. Precisamos distinguir
entre a base da oração (respeito e confiança) e a base do atendimento por Deus (a obra de
Cristo na cruz).
5. O que quer dizer que precisamos ter respeito e confiança, como uma criança para
com Deus?
EXPLICAÇÃO: Respeito como uma criança para com Deus não quer dizer ter medo de
Deus. Numa situação normal, uma criança tem respeito para com seu pai e nem precisa ter
medo de seu pai. Um pai que faz com que seu filho tenha medo dele não é um bom pai.
Assim, o respeito que temos por Deus se baseia no fato de Ele ser Deus e nós sermos
criaturas humanas. Ele merece o nosso respeito. Precisamos também ter confiança em
Deus. Numa situação normal uma criança tem plena confiança em seu pai. Confia no pai
em tudo e sabe que seu pai não o enganará. Deus é o pai perfeito. Ele nos dará o que
precisamos para servir a Ele. É isso o que o Senhor Jesus ensina em Mateus 7:9-11. Ali Ele
faz uma comparação entre um pai na terra e o Pai celestial. Pais na terra, embora sendo
maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai que está no céu! Ele dará
coisas boas aos que lhe pedirem. Deus merece nossa confiança.
Dia do Senhor 47
R. “Santificado seja o teu nome”. Isto é: Que nos concedas, antes de mais nada, que
possamos Te conhecer da maneira correta,1 e que Te santifiquemos, glorifiquemos e
louvemos em todas as Tuas obras, das quais brilham o Teu poder infinito, sabedoria,
bondade, justiça, misericórdia e verdade.2 Também que nos concedas que dirijamos toda a
nossa vida — ou pensamentos, palavras e ações — de tal maneira que o Teu nome não
seja blasfemado por nossa causa, mas que seja sempre honrado e glorificado.3
1. Jr 9.23, 24; 31.33, 34; Mt 16.17; Jo 17.3. 2. Ex 34.5-8; Sl 145; Jr 32.16-20; Lc 1.46-55,
68-75; Rm 11.33- 36. 3. Sl 115.1; Mt 5.16.
DOMINGO 47
5. O Catecismo fala sobre honrar e glorificar Deus em todas as suas obras. Que
exemplos das obras de Deus conhecemos?
EXPLICAÇÃO: Podemos pensar na obra de Deus na criação. Deus mostrou seu poder
quando criou o mundo. Podemos pensar também na salvação do seu povo. A história
mostra como Deus, muitas vezes, salvou seu povo. A grande obra da salvação foi o envio
de seu Filho Jesus Cristo. Podemos pensar também na obra de Cristo em nossa vida. Ele
nos deu a fé, nos chamou e está reunindo seu povo neste mundo. Também cuida de nós
todos os dias. Há muitos motivos para honrar o nome de Deus.
Dia do Senhor 48
R. “Venha o teu reino”. Isto é: Que nos governes pela Tua Palavra e Espírito de tal modo
que nos submetamos a Ti1 cada vez mais. Que protejas e faças crescer a Tua igreja.2 Que
destruas as obras do diabo, todo poder que se levante contra Ti e toda conspiração contra a
Tua Palavra.3 Que faças todas essas coisas até que venha a plenitude do Teu reino, em
que serás tudo em todos.4
DOMINGO 48
1. O que é o Reino de Deus? Quando era que este Reino estava presente? Quando foi
que desapareceu da terra? Quem o restaura? De onde vem a restauração do Reino?
EXPLICAÇÃO: O Reino de Deus é a soberania de Deus. É a situação ou o ‘estado’ em que
Deus é reconhecido como Rei pelas criaturas, os anjos e os homens. O Reino de Deus tem
a ver com duas coisas:
O poder real e o território sobre o qual Deus tem poder. Este Reino de Deus estava
presente no paraíso aqui na terra. Mas o Reino desapareceu da terra quando o homem se
rebelou contra seu Rei e se aliou ao reino do diabo. Agora é Cristo que restaura o Reino de
Deus. Ele ensinou muito sobre o Reino. Explicou que o Reino de Deus está perto. Com a
vinda de Cristo chegou o Reino de Deus bem perto de nós. A restauração do Reino vem
dos céus onde Cristo está agora. A Bíblia também chama o Reino de Deus o Reino dos
céus. O Reino está lá e vem de lá.
3. Que significação tem a Igreja para o Reino de Deus? E o que oramos por ela?
EXPLICAÇÃO: A Igreja é o povo do Reino de Deus. Na Igreja estão os cidadãos deste
Reino. Como Igreja somos os soldados e os mensageiros do Reino de Deus. A Igreja
proclama a Palavra do Reino. A Igreja de Cristo é muito importante para o Reino de Deus.
Por isso oramos a Deus para que conserve, mantenha, guarde e aumente sua Igreja. O
crescimento da Igreja significa o crescimento do Reino. Já no Antigo Testamento
encontramos a oração pela Igreja, por exemplo em Salmo 122:6,7: Orem para que haja paz
em Jerusalém (= a Igreja do Antigo Testamento).
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5. Em que coisas temos que pensar quando o Catecismo fala das obras do diabo?
EXPLICAÇÃO: As obras do diabo são, por exemplo, seus ataques contra a Igreja. O diabo
pode usar perseguição ou heresias. O diabo ataca, muitas vezes, a Palavra de Deus e a
piedade do povo de Deus por meio das heresias. Podemos pensar também no pecado em
geral, com o qual o diabo quer destruir a Igreja e o Reino de Deus.
6. O que significa a frase do Catecismo “todos os maus planos que são inventados
contra a tua santa Palavra”?
EXPLICAÇÃO: Se há uma coisa neste mundo que promove o Reino de Deus, é a Palavra
de Deus, a Palavra do Reino! É somente pela Palavra que sabemos do Reino. É a Palavra
que nos mostra o caminho para o Reino. Por isto os maus planos do diabo são voltados
contra a Palavra de Deus. Ela é o grande obstáculo para o diabo. Por isso ele combate a
Palavra, semeando dúvidas sobre ela ou zombando dela.
8. Por que é mais importante ser cidadão do Reino de Deus do que, por exemplo, ser
cidadão do Brasil?
EXPLICAÇÃO: Porque o Brasil, um dia, vai deixar de existir. Mas o Reino de Deus é
inabalável e nunca desaparecerá. É o Reino sem fim, como diz o Credo Niceno. É também
o Reino perfeito. Deus será tudo em todos. Não é exatamente isto que estamos vendo no
Brasil de hoje, nem em outros países. Nossa prática é celestial: buscai primeiro o Reino de
Deus!
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Dia do Senhor 49
R. “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Isto é: Que nós e todos os homens
renunciemos à nossa própria vontade, e sem murmuração obedeçamos à Tua vontade, a
única que é boa.1 Também que concedas que todos cumpram os deveres de seus ofícios e
vocações2 tão espontânea e fielmente como os anjos no céu.3
DOMINGO 49
1. Que distinção precisamos fazer quando falamos sobre a vontade de Deus? De que
vontade Cristo fala no “Pai nosso”?
EXPLICAÇÃO: A distinção é esta: a vontade de Deus pode significar aquilo que Ele faz e
determina como os acontecimentos na história do mundo ou na própria vida de cada
homem. É sobre esta vontade que Paulo escreve em 2 Coríntios 1:1, quando diz que é
apóstolo de Cristo pela vontade de Deus. Deus fez com que Paulo se tornasse um apóstolo.
Era a determinação ou decisão de Deus.
Mas a vontade de Deus pode também significar aquilo que Ele quer que nós façamos.
Neste caso, devemos cumprir a vontade de Deus. É sobre essa vontade de Deus que lemos
em Miqueias 6:8: Deus nos mostrou o que Ele exige e o que quer de nós. E é desta vontade
que mostrou o que Ele exige e o que quer de nós. E é desta vontade que Cristo fala quando
diz: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.
2. Por que Cristo fala sobre o céu nesta petição? Será que há protestos contra a
vontade de Deus, lá no céu? Ou há só protestos aqui na terra?
EXPLICAÇÃO: Cristo fala do céu porque lá estão os anjos. Eles fazem a vontade de Deus
pronta e fielmente. Lemos isso no Salmo 103:20,21 que ensina que os anjos obedecem aos
mandamentos de Deus e fazem a sua vontade. No céu não há protestos contra a vontade
de Deus. Na terra há demais! Por isso Cristo dirige nossa atenção para o céu para que
sejamos fiéis como os anjos.
3. O que é renunciar à nossa própria vontade? Por que isto é preciso? É somente a
vontade de Deus que é boa?
EXPLICAÇÃO: Renunciar quer dizer negar, dizer “não” ou deixar de fazer. Temos que dizer
“não” à nossa própria vontade porque ela é pecaminosa por natureza. A única vontade que
é boa é a vontade de Deus. Nossa vontade não é boa devido à corrupção da raça humana.
O Senhor Jesus diz em Mateus 16:24-26 que é preciso dizer “não” à nossa vontade. Quem
quer seguir Jesus, precisa esquecer seus próprios interesses.
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Dia do Senhor 50
R. “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Isto é: Que supras todas as nossas
necessidades físicas1 para que reconheçamos que Tu és a única fonte de todo o bem,2 e
que — sem a Tua bênção — nem o nosso cuidado, nem o nosso labor nem mesmo os Teus
dons, podem nos fazer bem algum.3 E, portanto, que não depositemos a nossa confiança
em nenhuma criatura, mas somente em Ti.4
DOMINGO 50
2. Por que é preciso pedir esse pão? Há aqui uma ligação com as primeiras petições?
(Mateus 6:33)
EXPLICAÇÃO: Há sim uma ligação. Pedimos pão e outras coisas materiais necessárias por
três motivos: primeiro para que possamos fazer a vontade de Deus; segundo, a fim de que
venha o Reino de Deus; e, terceiro, para que o nome de Deus seja santificado. Pedimos,
então, coisas materiais justamente para que possamos servir a Deus. Nossa oração não é
interesseira nem pode ser. Cristo diz que quando colocamos o Reino de Deus em primeiro
lugar em nossas vidas, Deus nos dará as coisas materiais necessárias, ou seja, o que
precisamos para servir Deus.
anulando esse mandamento de Deus. O Catecismo fala também sobre nosso cuidado e
trabalho. Certamente, o Catecismo ensina aqui que nosso cuidado e trabalho não são úteis
sem a bênção de Deus, mas isto não leva à conclusão de que não precisamos trabalhar.
Paulo escreve em 2 Tessalonicenses 3:10: “Se alguém não quiser trabalhar (ele não diz:
quem não puder!) também não coma”.
Dia do Senhor 51
R. “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores”. Isto é: Que, por causa do sangue de Cristo, não nos imputes, pecadores
desgraçados que somos, nenhuma das nossas transgressões nem o mal que ainda persiste
em nós,1 e que também encontremos em nós essa evidência da Tua graça: que estamos
plenamente determinados de todo o coração a perdoar nosso próximo.2
DOMINGO 51
1. Por que Cristo fala de “dívidas” na quinta petição? O que essa palavra diz sobre o
pecado?
EXPLICAÇÃO: Cristo usa a palavra “dívidas” para nos ensinar que um pecado não é
simplesmente um erro ou falha. Qualquer pecado é dívida no sentido de que não fazemos o
que devemos fazer. Daí as palavras “dívidas” e “devedores”. Pecado é dívida porque Deus
não recebe o que merece receber ou está exigindo.
O Senhor Jesus fala sobre pecado como dívida numa parábola, Mateus 18:21-35.
Cometendo pecados, somos como aquele empregado que estava devendo milhões de
moedas de prata ao rei. Isto quer dizer que nossa dívida é tão grande que nunca
poderemos pagá-la.
4. Por que o Catecismo distingue entre nossas transgressões e o mal que ainda há
em nós? (Salmo 51:3-5)
EXPLICAÇÃO: É uma distinção que faz muito sentido. Precisamos distinguir entre os
pecados que cometemos e o pecado em que nascemos. “O mal que há em nós” se refere à
nossa natureza pecaminosa, nossa inclinação ao mal. É desta natureza pecaminosa que
provêm as nossas transgressões. Davi fala sobre esta natureza pecaminosa e as
transgressões no Salmo 51. Ele diz que tem sido mau desde que nasceu.
Ele e todos os demais seres humanos têm sido pecadores desde o dia do seu nascimento
(vs.5). Esta situação faz com que cometamos pecados. Precisamos também do perdão
sobre nossa natureza humana que está corrupta e que leva a pecados reais. O sangue de
Cristo cobre tanto os pecados que de fato cometemos como nossa natureza pecaminosa.
6. O que significa a segunda parte da petição, “assim como nós temos perdoado aos
nossos devedores”? O fato de nós perdoarmos a outros é a base do perdão que
recebemos de Deus?
EXPLICAÇÃO: A segunda parte da quinta petição não quer dizer que Deus nos perdoa por
causa do perdão que damos a outros. A única base do perdão de Deus é o sangue de
Cristo. Isto deve ser bem claro. Cristo não diz: na medida em que vocês perdoam a outros,
Deus lhes perdoa. Cristo só quer dizer que não podemos pedir perdão a Deus se não
tivermos o propósito de perdoar nosso próximo de todo o coração. É o ensino do Senhor
Jesus que encontramos em Mateus 18:21-35: Deus não perdoa a pessoa que não quer
perdoar a dívida do seu próximo.
7. É verdade que Deus não nos perdoa se não perdoarmos nosso próximo?
EXPLICAÇÃO: Isto é verdade. O Senhor ensina isso na parábola de Mateus 18:21-35 e
também no cap. 6:14,15. Ele diz: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai
celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não
lhes perdoará as ofensas”. Devemos estar muito conscientes desta verdade. Pediremos em
vão se não quisermos perdoar outros.
8. Por que o Catecismo fala aqui de “tua graça em nós”? Perdoar outros é uma coisa
que vem da graça de Deus?
EXPLICAÇÃO: Isto mesmo. O homem natural que somos não quer perdoar outros, porque
é orgulhoso. Mas é a graça de Deus que nos faz perdoar outros.
9. Podemos concluir, então, que conhecendo esta graça de Deus vamos perdoar
outros?
EXPLICAÇÃO: Podemos, sim. Conhecer a graça de Deus significa sentir que nós mesmos
precisamos do perdão divino. É sentir e saber que temos perdão só pela graça de Deus.
Não merecemos nada. Quem conhece a graça de Deus, é humilde. É tão humilde que está
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disposto a perdoar outros porque sabe que não é melhor que outras pessoas. Se Deus nos
perdoa os nossos muitos pecados feios, quem somos nós para não perdoarmos outros?
10. Se perdoamos nosso próximo, podemos, mais tarde, lembrá-lo do seu pecado?
EXPLICAÇÃO: Em absoluto! Perdoar é esquecer. Pelo menos, Deus age assim. Quando
Deus perdoa, nunca mais se lembrará do pecado cometido. Se nos referimos a um pecado
perdoado por nós, estamos mostrando que de fato não perdoamos ainda aquele pecado. É
uma coisa muito errada.
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Dia do Senhor 52
R. “E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”. Isto é: Que somos tão fracos
em nós mesmos que não podemos permanecer firmes por um momento sequer.1 Além
disso, os nossos inimigos declarados — o diabo,2 o mundo3 e a nossa própria carne4 —
não cessam de nos atacar. Queiras, portanto, sustentar-nos e fortalecer-nos pelo poder do
Teu Espírito Santo, para que não sejamos derrotados nessa batalha espiritual,5 mas que
sempre resistamos a nossos inimigos, até que alcancemos finalmente a vitória total.6
R. “Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre”. Isto é: Tudo isso Te pedimos porque,
como nosso Rei com poder sobre todas as coisas, tanto queres quanto podes nos dar tudo
o que é bom,1 e por essa causa não nós, mas o Teu santo Nome é digno de receber toda a
glória para sempre.2
R. Amém significa: é verdadeiro e certo. Pois é mais certo e verdadeiro que Deus ouviu a
minha oração, do que o sentimento que tenho em meu coração de desejar isso dEle.1
DOMINGO 52
1. O que é uma tentação? O que é uma provação? É Deus que nos tenta? O que Ele
pode fazer conosco? E por que o faria?
EXPLICAÇÃO: Tentações têm como objetivo que a pessoa cometa um pecado. Provações
têm como objetivo que nossa fé seja fortalecida. Muitas vezes encontramos uma tentação e
uma provação na mesma situação. Satanás quer que cometamos pecado, mas Deus quer
que nossa fé seja mais firme. Tiago 1:13 ensina que Deus não tenta ninguém. Não age para
nos enganar e fazer com que pequemos. Mas Deus pode dar a Satanás a chance de nos
tentar. Isso aconteceu, por exemplo, com Jesus Cristo. O Espírito Santo levou Jesus ao
deserto para Ele ser tentado pelo diabo (Mateus 4:1). Deus pode fazer isso para mostrar o
poder da sua obra em nossa vida ou para que conheçamos melhor nossa fraqueza e
sintamos que precisamos dEle.
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2. Podemos ficar em pé, por nós mesmos, quando Satanás nos tenta?
EXPLICAÇÃO: Não podemos, de jeito nenhum. O Catecismo diz que somos tão fracos que,
por nós mesmos, não podemos subsistir por um só momento. Satanás é muito mais forte do
que nós.
3. O que devemos pedir, então? E será que podemos procurar lugares onde há muitas
tentações e ao mesmo tempo fazer esta petição?
EXPLICAÇÃO: Cristo nos ensina a orar que Deus não nos deixe cair em tentação. Deve ser
claro que não podemos procurar lugares onde há muitas tentações. Se fizermos isto, não
temos nenhum direito de pedir a proteção de Deus. Não devemos dar nenhuma chance a
Satanás para nos tentar.
1. Orar é apenas pedir coisas a Deus ou será que orar é mais que pedir?
EXPLICAÇÃO: A última frase do “Pai nosso”, “Pois teu é o reino, o poder e a glória, para
sempre”, é a prova de que orar é mais que pedir coisas. Orar é adorar a Deus. Orar é
também agradecer a Deus. Orar é louvar Deus. Paulo diz em Filipenses 4:6 que devemos
orar com o coração agradecido. Tudo isso não significa que pedir e louvar sejam coisas
contrárias. Quem ora a Deus, pedindo uma coisa, está dando, por este próprio ato de pedir,
a devida honra a Deus. Quem pede, confessa que depende de Deus e isto já é adoração.
Mas nossas orações devem incluir palavras de agradecimento, louvor e adoração.
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