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TESE DE DOUTORADO
São Paulo SP
Novembro de 2002
À Teodora e Victor
meus pais
2
ÍNDICE
Página:
Agradecimentos Vi
Resumo viii
Abstract ix
Lista de abreviaturas x
Lista de símbolos e abreviaturas xii
Lista de figuras xiii
Lista de tabelas xvi
Introdução 1
Capítulos:
Capítulo I- Os poluentes atmosféricos 3
1.1 Aerossóis atmosféricos 3
1.1.a Definição 3
1.1.b Características físicas 3
1.1.c Parâmetros de qualidade do ar 4
1.1.d Fontes dos aerossóis atmosféricos 4
1.2 Padrões de qualidade do ar 7
1.3 Região Metropolitana de São Paulo 8
1.3.1 Características gerais do relevo da região 8
1.3.2 Caracterização climática e influência das circulações remotas 9
1.4 Identificação das fontes remotas 10
1.4.1 A poluição em áreas remotas: queimadas 11
1.5 Fontes locais de poluentes 12
Capítulo II- Metodologia 15
2.1 Avaliação das emissões veiculares em túneis 15
2.1.1 Fatores de emissão dos poluentes 15
2.2 Modelo receptor 16
2.3 Modelo de análise de fatores 16
2.3.1 Determinação do número de fatores retidos 18
2.3.2 Rotação de fatores retidos 18
2.4 Análise de Componentes Principais (ACP) 19
2.5 A Análise de Componentes Principais Absolutos (ACPA 19
2.5.1 Obtenção dos perfis absolutos 21
2.6 Trajetórias de parcelas do ar 21
2.6.1 Trajetória de saída (forward trajectory) 22
2.6.2 Trajetórias de chegada (backward trajectory) 22
2.6.3 Modelo de trajetórias de parcelas de ar 23
2.6.4 Incertezas associadas ao cálculo de trajetórias de parcelas de ar 23
2.6.5 Erro de truncamento 24
2.7 Classificação das trajetórias de parcelas do ar 24
2.8 O modelo RAMS 25
2.8.1 Sistemas de equações para o RAMS 26
2.8.2 Advecção na escala resolvida pela grade 29
2.9 Opções gerais 29
2.9.1 Estrutura de grade 29
2.9.2 Sistema de coordenadas 30
2.9.3 Assimilação de dados observacionais 30
3
2.9.4 Nudging 30
2.10 Características de superfície utilizadas no RAMS na versão 4.3 31
Capítulo III- Parte experimental 32
3.1 Objetivos do experimento MPASP 32
3.2 Campanhas experimentais 32
3.2.1 Amostragem de aerossóis 33
3.2.2 Amostragem dos gases 34
3.3 Equipamentos para amostragem do aerossol 35
3.3.1 O Amostrador de Particulado Fino e Grosso (AFG) 35
3.3.2 Impactador em Cascata Com Deposição Uniforme (MOUDI) 37
3.3.2.1 Princípio de operação do MOUDI 37
3.3.3 Minivol 38
3.3.3.1 Princípio de operação do MINIVOL 39
3.4 Método analítico 41
3.4.1 Análise gravimétrica 41
3.4.2 Análise elementar pelo método PIXE 42
3.4.3 Determinação da concentração de “black-carbon” 44
3.4.4 Cromatografia iônica 44
3.5 Medidas realizadas nos túneis 45
3.5.1 Material particulado 45
3.5.2 Gases 45
3.6 Dados meteorológicos no período MPASP 46
3.7 Dados dos poluentes para a identificação das fontes remotas 46
3.7.1 Dados dos CO e O3 46
3.7.2 Dados do PM10 46
Capítulo IV- Apresentação e análise dos resultados 47
4.1 Concentração de material particulado no interior dos túneis 47
4.2 Composição elementar dos aerossóis 49
4.3 Participação dos elementos-traço no material particulado 53
4.4 Distribuição de tamanho dos aerossóis gerados por emissões veiculares 55
4.4.1 Resultados da gravimetria 55
4.4.2 Contribuições das emissões veiculares considerando a distribuição de 59
tamanho
4.5 Concentração de gases oriundos das emissões veiculares 62
4.6 Estimativa da emissão de material particulado e gases (NOx e SO2) pelos 65
veículos
4.7 Identificação das fontes locais por análise de fatores 66
4.7.1 Resultados da análise de fatores no IFUSP 66
4.7.1.a Identificação das fontes no IFUSP 67
4.7.1.b Resultado da análise de componentes principais absolutos no 68
IFUSP
4.7.2 Resultados das análises de fatores para as amostras obtidas no PEFI 71
4.7.2.a Identificação das fontes no PEFI 72
4.7.2.b Perfis das fontes no PEFI 73
4.8 Evolução da identificação de fontes na RMSP com o uso de métodos 74
multivariados
4.9 Caracterização do aerossol atmosférico a partir da distribuição de tamanho 78
4.10 Análise de fator dos dados do MOUDI 79
4.10.1 Identificação das fontes do MPF coletado com o MOUDI 82
4
4.11 Identificação das fontes remotas utilizando a análise de trajetórias 84
4.11.1 Configuração do modelo RAMS 84
4.11.2 Análise de trajetórias 87
4.11.3 Identificação das fontes remotas utilizando os aerossóis 95
atmosféricos medidos em São Paulo
4.12 Estudo de caso: trajetórias de parcelas de ar com alta resolução em São 99
Paulo
4.12.1 Configuração do modelo RAMS com alta resolução 99
4.12.2 Trajetórias de parcelas de ar no período intensivo MPASP 101
4.12.3 Estudo de caso para a trajetória de SE: 5 de agosto de 1999 109
4.12.4 Estudo de caso para trajetória de NW 112
Capítulo V- Discussões e conclusões 119
5.1 Introdução 119
5.2 Identificação das fontes locais 119
5.2.1 Emissões veiculares em túneis 119
5.2.2 Métodos multivariados 120
5.3 Climatologia da análise de trajetórias de ar de chegada na RMSP no 121
período de junho a agosto de 1999
5.4 Estudo de casos das trajetórias de parcelas de ar com alta resolução no 123
período intensivo MPASP
5.5 Sugestões para pesquisas futuras 124
Apêndice A 125
Apêndice B 131
Apêndice C 134
Apêndice D 136
Apêndice E 138
Apêndice F 139
Apêndice G 142
Apêndice H 154
Referências bibliográficas 160
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente à minha orientadora Profa. Dra. Maria de Fátima Andrade
pela excelente orientação, paciência, revisão de texto, e por brindar-me uma excelente
facilidade de trabalho e pela amizade.
Também, em especial, agradeço ao Prof. Dr. Pedro Leite Silva Dias pela excelente
co-orientação deste trabalho, por ter sempre me encorajado, pelas valiosas discussões, pela
revisão de texto, e também por ter me brindado excelentes facilidades de trabalho e amizade.
Agradeço a banca examinadora: Prof. Dr. Celso Orsini (IF/USP), Profa. Dra. Lilian
Carvalho (IQ/USP), Prof. Dr. Roberto Guardani (EP/USP), Dr. Saulo Freitas (IAG/USP),
Profa. Dra. Maria Andrade, Prof. Dr. Américo Kerr (IF/USP) e Prof. Dr. Fábio Gonçalves
(IAG/USP).
Agradeço à Ana Lúcia Loureiro, do GEPA, pelas instruções sobre o método analítico
da análise gravimétria e na obtenção da concentração de massa de black carbon.
Agradeço à Rosana Astolfo, pelas análises de cátions e ânions nas soluções aquosas e
pela leitura de texto.
6
A todos os amigos e colegas do IAG, em especial à Andréa Cardoso, Leila Martins,
João Maia, Edmilson Freitas, Marcelo Corrêa, Carlos Raupp, André Souza, Simone Ferraz,
Simone Costa, Rita Ynoue, Ricardo Hallack, Karla Longo, Marcos Longo, Marcelo
Schneider, Everaldo Souza e Regina Miranda.
7
RESUMO
O presente trabalho visou a identificação das fontes locais e o impacto das fontes
remotas para compostos do aerossol atmosférico da Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP). Para a identificação das fontes locais utilizou-se o modelo receptor de Análise de
Fatores (AF) sendo as fontes veiculares identificadas nessa modelagem, verificadas através
das medidas experimentais em túneis. Já para a identificação da contribuição das fontes
remotas utilizou-se a análise de trajetórias de parcelas de ar.
A AF foi aplicada à base de dados de Material Particulado Fino (MPF), amostrado na
área urbana (campus da USP no Butantã) e suburbana/floresta (Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga). Essas bases de dados foram obtidas durante a primeira campanha de medições do
projeto temático “Meteorologia e Poluição do Ar em São Paulo”, no inverno de 1999.
Medidas de emissões do Material Particulado Inalável (PM10), NOx, CO e SO2 foram
coletadas em dois túneis: Jânio Quadros (JQ) e Maria Maluf (MM). O primeiro túnel
apresenta tráfego de veículos leves. O segundo apresenta tráfego de veículos leves e veículos
pesados movidos à diesel. As medidas foram realizadas nos dias 13 de agosto e 10 de outubro
de 2001, para o JQ e MM respectivamente. As concentrações de poluentes dentro dos túneis
foram coletadas durante horários de tráfego, e concentração de poluentes de fundo foram
medidas fora dos túneis no mesmo horário. Para o PM10, as coletas foram realizadas no
interior e fora dos túneis, utilizando o equipamento Minivol. Os gases NOx, CO e SO2 foram
coletados em sacos de ″Tedlar″ dentro e fora dos túneis.
As trajetórias de parcelas que chegam na RMSP foram obtidas utilizando-se o Modelo de
Trajetória Cinemática em 3D. Esse modelo utiliza o campo do vento tridimensional obtido
por modelagem numérica da atmosfera, através do Regional Atmospheric Modeling Sytem
(RAMS). Uma classificação da análise de trajetórias foi desenvolvida neste trabalho para cada
dia, nos horários de 00 e 12 UTC. Para cada horário foram calculadas 5 trajetórias de chegada
em pontos definidos por um quadrado, centrado na cidade de São Paulo. Quando todas as 5
trajetórias originavam-se da mesma direção, eram agrupadas e esse dia classificado como dia-
núcleo. Esses dias foram estudados com relação aos gases CO, O3 e o PM10, no período de
junho a agosto de 1999.
Aplicando-se o modelo receptor a base de dados de MPF, 5 fontes locais na área
urbana foram identificadas : ressuspensão de solo, emissões industriais, emissões veiculares,
queima de óleo combustível e aerossol secundário (sulfato). Enquanto na área
suburbana/floresta as fontes locais foram: ressuspensão de solo, queima de óleo combustível,
vegetação, emissões industriais e emissões veiculares. Neste trabalho avaliou-se o grande
impacto das fontes automotivas na emissão de material particulado.
A partir de estudo nos túneis observou-se que o MPF para os dois tipos de tráfego, é
composto principalmente de Black Carbon (BC). No MPF a concentração de BC foi de 29%
no túnel JQ e 55% no túnel MM. O valor da concentração de NOx, no túnel MM, é 2,5 vezes
maior que o valor da concentração de NOx no interior do túnel JQ, indicando que essa grande
emissão deve-se aos veículos movidos à diesel, confirmando o inventário oficial da
CETESB.
As análises das trajetórias de chegada na RMSP sugerem o sinal do transporte dos
precursores do ozônio, assim como o próprio ozônio, a partir do Vale do Paraíba.
8
ABSTRACT
The aim of this study was to identify local sources and to evaluate the impact of
remote sources in the Metropolitan Area of São Paulo (MASP). In order to identify local
sources, Factor Analysis (FA) receptor modeling was applied. Vehicle emissions identified by
FA were evaluated by comparison with vehicle emissions measured in tunnels. In order to
identify the contribution of remote sources, backward trajectories air parcels analysis was
employed.
The FA was applied to the Fine Particulate Matter (FPM) data set sampled in the
urban area of the city of São Paulo (on the campus of the University of São Paulo) and in the
suburban/forest (PEFI) area. These data sets were obtained during the first intensive campaign
of measurements of a thematic project “ Meteorology and Air Pollution in São Paulo” in the
winter of 1999.
Measurements of vehicle emissions in road tunnels located in the MASP were taken.
On August 13, 2001 and October 10, 2001, respectively, measurements of the inhalable
particulate matter (PM10), NOx, CO, and SO2 emissions were made in two tunnels: one
carried light-duty vehicles, and the other carried both light-duty vehicles and heavy-duty
diesel trucks. Tunnel pollutant concentrations were measured in the traffic (inside the
tunnels), and background pollutant concentrations were measured at the fresh air (near tunnel
exits). Concentrations of PM10 were measured with a Minivol. Concentrations of NOx, CO
and SO2 were collected inside and outside the tunnels using a “Tedlar” bag.
Air-mass backward trajectories in MASP were calculated using a three-dimensional
kinematic trajectory model. The trajectories were obtained using wind fields generated by the
Regional Atmospheric Modeling System (RAMS). In this study, an ensemble of back
trajectories were calculated every 12h (00 and 12 UTC) for five defined points in the MASP
area, all within the city of São Paulo. Each day´s ensemble of five trajectories was examined.
When all five trajectories originated from the same direction, that day was classified as a
“core” day. These days’ results were studied for concentrations of CO, O3 and PM10
measured from June to August, 1999.
Applying receptor modeling to the FPM data set, emission sources in the urban area of
the MASP were identified as: resuspended soil dust, industrial emissions, motor vehicles, oil
combustion and sulfates. The sources in the suburban/forest area were identified as:
resuspended soil dust, industrial emissions, motor vehicles, oil combustion and vegetation.
This work seeks to evaluate the extent of the impact of vehicular sources on the
concentrations of particulate matter. From the tunnels study it was observed that FPM
emissions from both vehicles classes were composed mostly of black carbon (BC). Particulate
matter derived from diesel contained more BC (55% of FPM mass) than light-duty fine
particle emissions (29% of FPM mass). As expected, due to the greater emission of NOx from
diesel vehicles, concentrations of NOx inside the heavy-duty traffic tunnel were higher than
those found inside the light duty fleet tunnel.
Back trajectories in the MASP suggest transport of ozone precursors andO3 from the
Paraiba Valley to the ambient air.
9
LISTA DE ABREVIATURAS
CO Monóxido de carbono
O3 Ozônio
JQ Jânio Quadros
MM Maria Maluf
BC black carbon
AF Análise de Fatores
10
CO2 Dióxido de carbono
S Direção Sul
NE Direção Nordeste
N Direção Norte
E Direção Este
SE Direção Sudeste
NW Direção Noroeste
SW Direção Sudoeste
W Direção Oeste
HL Hora Local
11
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
ρ Densidade
θ Temperatura potencial
Da Diâmetro aerodinâmico
π Função de Exner
ς Vorticidade relativa
12
LISTA DE FIGURAS
Figura: Página:
Figura 1.1. Esquema idealizado da distribuição de tamanho de massa do 5
aerossol (adaptado do Brasseur et al., 1999)
Figura 1.2. Região Metropolitana de São Paulo. Mostrando a cidade de São Paulo e os 9
38 municípios. Fonte: http://www.prodam.sp.gov.br/spn/muspregm/regiao.htm
Figura 3.1. A localização das estações de rede automática (fonte: Cetesb,2001) 34
Figura 3.2a. Visão explodida do Amostrador de Finos e Grossos, AFG. (fonte, 36
Tabacniks, 1991)
Figura 3.2b. Arranjo experimental de amostragem com o AFG. (Fonte: 36
Castanho, 1999)
Figura 3.3. Princípio físico de operação do MOUDI: (a) para n-ésimo estágio, 40
(b) para os todos os estágios.
Figura 3.4. Emissão de raios-x induzidos por prótons (adaptado de Tsuji et al., 42
2000)
Figura. 3.5. O sistema PIXE 43
Figura 3.6. O espectro típico gerado pelo sistema PIXE 43
Figura 4.1.1. Concentração em massa do material particulado (CMP), nas 48
modas fina e grossa por amostra, nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf.
Figura 4.1.2. Razão da concentração de black carbon (BC) na concentração do 49
material particulado fino (MPF), por amostra
Figura 4.1.3. Participação percentual dos elementos inorgânicos (EI) em 50
relação à massa total de material particulado (CMP), por amostra.
Figura 4.1.4. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e 52
as médias percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Jânio
Quadros (JQ), nas frações da moda fina e grossa do aerossol.
Figura 4.1.5. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e 52
as médias percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Maria
Maluf, nas frações de moda fina e grossa do aerossol.
Figura 4.4.1. Concentração em massa do material particulado (CMP), por 57
estágio, localizado no túnel Jânio Quadros, , para os coletores: (a) moudiJ 1,
(b) moudiJ 2, (c) moudiJ 3
Figura 4.4.2. Concentração em massa do material particulado (CMP), por 58
estágio, localizado no túnel Maria Maluf para os coletores: (a) moudiM 4,
(b) moudiM 5.
Figura 4.4.3. Concentrações totais (CT), soma de todos os estágios para cada 59
impactador para as amostragens nos túneis.
Figura 4.7.1. Perfis das fontes calculadas para o MPF, no IFUSP: (a) 70
ressuspensão do solo (fonte 1), (b) indústrias e veículos (fonte 2), (c) óleo
combustível (fonte 3), (d) veículos e sulfato (fonte 4), e (e) veículos (fonte 5).
Figura 4.9. Distribuição de tamanho em massa para os elementos-traços 80
amostrados durante o MPASP
Figura 4.11.1. Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 1 à 15 de 86
junho de 1999, `as 00 UTC chegando a 100 m acima da superfície. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (m) da parcela de ar e cada
ponto negro sobre a trajetória indica cada 24 horas de integração referente à
trajetória.
13
Figura 4.11.2. Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 16 à 30 de 86
junho de 1999, `as 00 UTC chegando a 100 m acima da superfície. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (m) da parcela de ar e cada
ponto negro sobre a trajetória indica cada 24 horas de integração referente à
trajetória.
Figura 4.11.3. Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 16 à 30 de 87
junho de 1999, `as 12 UTC atingindo a 100 m acima da superfície. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (m) da parcela de ar e cada
ponto negro sobre a trajetória indica cada 24 horas de integração referente à
trajetória.
Figura 4.11.4. Freqüência de ocorrência de tipos de trajetórias: (a) todas as 91
trajetórias (b) para dias-núcleos considerando juntamente os horários de 00 e
12 UTC.
Figura 4.11.5. Classificação segundo a origem das trajetórias para os dias-núcleo: 92
(a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC.
Figura 4.11.6. Concentração média de ozônio para os dias-núcleos (a) às 00 UTC e (b) 93
às 12 UTC. As barras indicam o desvio padrão.
Figura 4.11.7. Concentração média de CO para os dias-núcleos: (a) às 00 UTC 94
e (b) às 12 UTC. As barras indicam o desvio padrão.
Figura 4.11.8. Concentração média de massa do material particulado (PM10) 96
para os dias- núcleos (a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC. As barras indicam o
desvio padrão.
Figura 14.2.1. Distribuição das grades e a respectiva topografia. A sigla SP 100
sobre a mapa indica a cidade de São Paulo.
Figura 4.12.2. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, atingindo 102
200 m acima da superfície (a) 25/07 às 18 HL, (b) 26/07 às 15 HL, (c) 27/07
às 03 HL, (d) 28/07 às 18 HL, (e) 29/07 às 18 HL, (f) 30/07 às 18 HL, (g)
31/07 às 12 HL e (h) 02/08 às 18 HL. A escala de cores representa a altura
acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.3. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, 103
atingindo 200 m acima da superfície: (a) 03/08 às 18 HL, (b) 04/08 às 12 HL,
(c) 05/08 às 18 HL, (d) 06/08 às 15 HL, (e) 07/08 às 09 HL, (f) 08/08 às 09
HL, (g) 09/08 às 12 HL e (h) 10/08 às 21 HL. A escala de cores representa a
altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999 atingindo 104
200 m acima da superfície: (a) 11/08 às 15 HL, (b) 12/08 às 18 HL. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada
ponto negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.5. Variação temporal de CO, medido em várias estações da 106
CETESB para o período de 25/07 a 15/08 de 1999.
Figura 4.12.6. Condição sinótica para os dias 7, 8 e 11 de agosto de 1999 na 107
RMSP (a) Pré-frontal no dia 07/08 às 12 UTC, (b) Frente Fria no dia 07/08 às
18 UTC, (c) Pós-frontal no dia 08/08 ás 12 UTC, e (d) Alta Subtropical do
Atlântico Sul no dia 11/08 às 00 UTC.
Figura 4.12.3.1. Imagem de satélite GOES-8 no canal IR no dia 05/08/99 (a) às 109
1200 UTC e (b) às 18 UTC. Nota-se a frente fria sobre a Argentina.
14
Figura 4.12.3.2. Evolução diária de Monóxido do Carbono nos dias 05/08/9 e 110
06/08/99 na estação de São Caetano de Sul.
Figura 4.12.3.3. Evolução diária da concentração de Monóxido de Carbono no 110
dia 05/08/99 e 06/08/99 na estação Parque Dom Pedro II.
Figura 4.12.3.4. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo da parcela de ar 111
a 200 m acima da superfície no dia 05/08 às 18 HL. A escala de cores
representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto
negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.3.5. Altura da camada limite planetária para os dias 05 e 06/08 111
medida a partir do SODAR Doppler.
Figura 4.12.3.6. Evolução temporal da temperatura no dia 5/08/99 na estação 112
Meteorológica do Departamento de Ciências Atmosféricas. A Figura (a)
refere-se à temperatura potencial equivalente (θe), enquanto a Figura (b)
corresponde a temperatura de ponto de orvalho (Td).
Figura 4.12.4.1. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo a 200 m acima 113
da superfície, no dia 27 de julho de 1999, às 3 HL. A escala de cores
representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto
negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4.2. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 27 de 114
julho de 1999. A linha tracejada central representa o cruzamento com o
Equador às 1751 HL, em longitude 48,62W (Fonte INPE)
Figura 4.12.4.3. Campo de vento horizontal (m/s), no nível de 1000 hPa, no 114
dia 27 de julho de 1999.
Figura 4.12.4.4. Imagem de satélite no canal IR, no dia 27/07/99, às 12 UTC. 115
Figura 4.12.4.5. Variação temporal do material particulado inalável no dia 27 de 115
julho de 1999.
Figura 4.12.4.6. Altura da camada limite planetária para o dia 27 de julho de 115
1999, obtida a partir do SODAR DOPPLER.
Figura 4.12.4.7. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo, a 200 m acima 116
da superfície, no dia 07 de agosto de 1999 às 21:00 LT. A escala de cores
representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto
negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4.8. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 7 de 116
agosto de 1999. A linha tracejada representa o cruzamento com o Equador às
1705 HL na longitude de 37,51W e o cruzamento com o Equador às 1847 HL
na longitude 62,77W (fonte INPE)
Figura 4.12.4.9. Variação horária do CO no dia 7 de agosto de 1999. 117
Figura 4.12.4.10. Imagem de satélite no canal IR no dia 7 de agosto de 1999 às 117
12 UTC
Figura 4.12.4.11. Altura de camada limite planetária para o 7 de agosto de 1999 117
15
LISTA DE TABELAS
Tabelas: Página:
Tabela 1.1. Principais fontes do aerossol atmosférico e sua estimativa de 6
emissão global
Tabela 1.2. Padrões nacionais de qualidade do ar (CETESB,2000) 8
Tabela 1.3. Critérios para episódios agudos de poluição do ar (CETESB, 2000) 8
Tabela 1.4. Estimativa da emissão das fontes de poluição do ar na RMSP em 13
2001
Tabela 3.1. Parâmetros medidos na Campanha de inverno de 1999. 33
Tabela 3.2. Rede automática de monitoramento atmosférico da CETESB (Fonte: 35
Cetesb,2000)
Tabela 3.3. Diâmetro de corte para o impactador tipo MOUDI 37
Tabela 3.4. Informações sobre as amostragens dos elementos-traços realizadas 38
com o MOUDI, durante o MPASP de 03 a 12 de agosto de 1999.
Tabela 4.1.1a. Período de amostragem de cada uma das 09 amostras coletadas 47
nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf e suas concentrações de massa
utilizando o equipamento Minivol
Tabela 4.1.1b. Número de veículos por hora que circularam durante as 48
amostragens
Tabela 4.1.2a. Compostos e elementos inorgânicos na sua forma oxidada, black 51
carbon (BC) e compostos orgânicos na moda fina (em µg/m3)
Tabela 4.1.2b. Compostos e elementos inorgânicos na sua forma oxidada (em 51
µg/m3) na moda grossa
Tabela 4.1.3. Razão entre a concentração de elementos-traços e o MPF* (em %) 54
Tabela 4.1.4. Razão entre a concentração de elementos-traços e o MPG* (em %) 54
Tabela 4.4.1. Informações sobre as amostragens dos aerossóis realizadas nos 55
túneis Jânio Quadros (MoudiJ) e Maria Maluf (MoudiM) utilizando o
MOUDI.
Tabela 4.4.2. Estágios do Impactador em Cascata, com os diâmetros de corte e 56
concentrações em massa por estágio.
Tabela 4.4.3. Razão entre a concentração de elementos-traços e a concentração 60
em massa (%) em cada estágio no túnel Jânio Quadros
Tabela 4.4.4. Razão entre a concentração de elementos-traços e a 60
concentração em massa (%) em cada estágio no túnel Maria Maluf
Tabela 4.4.5. Participação dos elementos traços na concentração em massa por 61
estágio, para amostragens realizadas no inverno de1999 no DCAUSP
Tabela 4.5.1. Média aritmética e desvio padrão (entre parênteses) da 62
concentração de CO2 nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf.
Tabela 4.5.2a. Medidas no interior do túnel Jânio Quadros. (desvio padrão 63
entre parenteses)
Tabela 4.5.2b. Medidas fora do túnel Jânio Quadros 63
Tabela 4.5.3a. Medidas no interior do túnel Maria Maluf 64
Tabela 4.5.3b. Medidas no exterior do túnel Maria Maluf 64
Tabela 4.5.4. Fatores médios de emissão dos veículos em uso na RMSP em 64
2000 (Cetesb, 2001).
Tabela 4.6.1. Fatores de emissão para elementos-traço na fase particulado fino 65
(em µg/kg), resultado da emissão por veículos leves.
16
Tabela 4.6.2. Fatores de emissão para os gases NOx e SO2 (em g/kg), resultado 66
da emissão por veículos leves.
Tabela 4.7.1. Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios padrões 67
das variáveis amostradas no IFUSP, pesos dos fatores da Análise de Fatores
com rotação VARIMAX e comunalidade (h2)
Tabela 4.7.2a. Perfis das fontes (em ng/µg) para o Material Particulado Fino 69
no IFUSP
Tabela 4.7.3. Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios-padrões 72
das variáveis amostradas na Água Funda, pesos dos fatores da Análise de
Fatores com rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Tabela 4.7.4. Perfis das fontes (em ng/µg) para o material particulado fino 73
amostrado no PEFI.
Tabela 4.8.1. Fontes identificadas e sua participação no MPF amostrada no 74
IFUSP, em 1983-1984 (Andrade,1986).
Tabela 4.8.2. Fontes identificadas e sua participação no MPG, em 1983-1984 74
(Andrade,1986).
Tabela 4.8.3. Fontes identificadas e sua participação no MPF, em 1986 75
(Andrade, 1993)
Tabela 4.8.4. Fontes identificadas para o MPG amostrado no IFUSP em 1986 75
(Andrade, 1993).
Tabela 4.8.5. Fontes identificadas e sua participação no MPF-SPACEX em 75
1989 (Andrade et al.1994).
Tabela 4.8.6. Fontes identificadas para o MPG-SPACEX, amostrado em 1989 76
(Andrade et al.1994).
Tabela 4.8.7. Fontes identificadas e sua participação para o MPF, em 1994 76
(Sánchez- Ccoyllo & Andrade, 2001).
Tabela 4.8.8. Fontes identificadas para o MPF, amostrados na FMUSP, em 1997 76
(Castanho & Artaxo, 2001).
Tabela 4.8.9. Fontes identificadas para o MPG, amostrado na FMUSP, em 1997 77
(Castanho,1999).
Tabela 4.8.10. Fontes identificadas para o MPF, amostrado no IFUSP, no 77
verão de 1998 (Castanho & Artaxo, 2001).
Tabela 4.8.11. Fontes identificadas para o MPG, amostrado no IFUSP, no 77
verão de 1998 (Castanho,1999).
Tabela 4.8.12. Fontes identificadas para o MPF, amostrado no IFUSP, no 77
inverno de 1999 (este trabalho).
Tabela 4.8.13. Fontes identificadas para o MPF, amostrados no PEFI, no 78
inverno de 1999 (este trabalho).
Tabela 4.10.1. Autovalores, variância explicada, pela Análise de Fatores, dos 79
dados de MPF do MOUDI, antes da rotação VARIMX.
Tabela 4.10.2. Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios- 82
padrões (em ng/m3) das variáveis amostradas no DCAUSP, pesos dos fatores
da Análise de Fatores com rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Tabela 9.11.1. As grades do modelo foram construídas da seguinte maneira: na 84
horizontal
Tabela 9.11.2. As grades do modelo RAMS construídas na vertical 85
Tabela 4.11.2a Freqüência de ocorrência das trajetórias, segundo suas origens, 88
no inverno de 1999.
17
Tabela 4.11.2b. Número de ocorrência de dias classificados como dias-núcleo 88
das trajetórias de chegada considerando ambos horários (00 e 12 UTC), no
inverno de 1999.
Tabela 4.11.3a Freqüência de ocorrência dos dias-núcleo de tipos diferentes de 89
trajetória às 00 UTC no inverno de 1999.
Tabela 4.11.3b. Freqüência de ocorrência dos dias-núcleo de tipos diferentes 89
de trajetória às 12 UTC no inverno de 1999.
Tabela 4.11.4a Concentrações médias de ozônio e desvios padrões (em µg/m3 ) 90
medidas para diferentes tipos de trajetória, às 0000UTC.
Tabela 4.11.4b. Concentrações médias de ozônio e desvios padrões (em 90
µg/m3) em medidas para diferentes tipos de trajetórias, às 1200UTC.
Tabela 4.11.5. Concentrações médias de CO e desvios padrões (em ppm) 90
medidas para diferentes tipos de trajetórias, às 0000UTC
Tabela 4.11.6. Concentrações médias de CO e desvios padrões (em ppm) 90
medidas para diferentes tipos de trajetórias, às 1200 UTC.
Tabela 4.11.7. Concentração média de PM10 (em µg/m3) medida e respectivo 95
desvio padrão (entre parênteses) para diferentes classes de trajetórias às
00UTC.
Tabela 4.11.8. Concentração média de PM10 (em µg/m3) medida e desvio padrão 95
(entre parênteses) para diferentes classes de trajetórias às 1200 UTC.
Tabela 4.12.1. Condições sinóticas na RMSP de 2 à 14 de agosto de 1999. 108
18
INTRODUÇÃO
19
iii) analisar a influência de fontes remotas de poluentes para a RMSP, através da análise
das trajetórias de parcelas de ar. Essas trajetórias permitem a identificação da origem
da massa de ar que chega à RMSP.
Para o bom entendimento do estudo aqui proposto, é adequado relembrar em um
primeiro capítulo algumas generalidades e definições acerca dos poluentes atmosféricos. Ou
seja, as fontes de poluentes atmosféricos, suas propriedades mais importantes e sua
classificação, incluindo a apresentação dos padrões de qualidade do ar, caracterização da
RMSP e as descrições das metodologias usadas para a identificação de fontes locais e
remotas. No capítulo seguinte será apresentada a metodologia necessária para que os objetivos
propostos sejam atingidos. No capítulo III é apresentada a parte experimental incluindo as
medidas nos túneis. No capítulo IV serão apresentados os resultados e, no último capítulo as
discussões e conclusões.
20
CAPÍTULO I
OS POLUENTES ATMOSFÉRICOS
1
O termo black carbon é chamado também Carbono Elementar. Uma das possíveis traduções para o português
desse termo seria “negro de fumo”, neste trabalho optou-se por manter o termo em inglês.
21
moda grossa ou vice versa. Estas são modas relativamente estáveis, governadas por
propriedades físicas e químicas próprias e relativamente independentes (Seinfeld & Pandis,
1998). A figura 1.1 mostra um diagrama das principais fontes, sorvedouros e processos na
atmosfera dos aerossóis atmosféricos, para as distribuições de tamanho. As partículas da
moda fina são, geralmente, formadas por processos químicos (processos de combustão
seguido por conversão gás-partícula). As partículas da moda grossa são, em geral, formadas
por processos mecânicos: ressuspensão de poeira do solo pela ação do vento e aerossol
marinho gerado pela interação do vento com a superfície do mar (Yamasoe, 1999; Seinfeld &
Pandis, 1998).
22
Conversão química de
gases para vapores
Vapor Quente pouco voláteis
Condensação
Vapores pouco
voláteis
Partículas primárias
Nucleação
coagulação homogênea Poeira
+
Crescimento por spray marinho
Agregados condensação de núcleos +
vulcões
+
GOTAS
plantas
coagulação
coagulação
Remoção
pela
chuva sedimentação
23
Tabela 1.1. Principais fontes do aerossol atmosférico e sua estimativa de emissão global
FONTE FLUXO MODAS DE AEROSSOL
ESTIMADO (Tg/ano)
NATURAL
Primária
Poeira do solo (aerossol mineral) 1500 Principalmente grosso
Spray marinho 1300 Grosso
Atividade Vulcânica 30 Grosso
Decomposição biológica 50 Grosso
Secundário
Sulfatos a partir de gases biogênicas 130 Fino
Sulfatos a partir de SO2 vulcânico 20 Fino
Matéria orgânica a partir de VOC biogênicos 60 Fino
Nitratos a partir de NOx 30 Fino e grosso
TOTAL NATURAL 3100
ANTROPOGÊNICO
Primário
Poeira industrial 100 Fino e grosso
Carbono elementar 10 Principalmente fino
Secundário
Sulfatos provenientes de SO2 190 Fino
Queima de biomassa 90 Fino
Nitratos provenientes de NOx 50 Principalmente grosso
Orgânicos provenientes de VOC antropogênico 10 Fino
TOTAL NATROPOGÊNICAS 450
Tg=Teragrama (10 12), VOC (carbono orgânico volátil)
Fonte: Kiehl & Rodhe (1995)
25
Tabela 1.2. Padrões nacionais de qualidade do ar (CETESB, 2000)
POLUENTE TEMPO DE PADRÃO PADRÃO MÉTODO DE
AMOSTRAGEM PRIMÁRIO SECUNDÁRIO MEDIÇÃO
(µg/m3) (µg/m3)
Partículas totais em 24 horas 240 150 amostrador de
suspensão MGA 80 60 grandes volumes
Partículas inaláveis 24 horas 150 150 Separação
MAA 50 50 inercia/filtro
Fumaça 24 horas 150 100 refletância
MAA 60 40
Dióxido de enxofre 24 horas 365 100 Pararosanilina
MAA 80 40
Dióxido de 1hora 320 190 quimiluminescência
nitrogênio MAA 100 100
Monóxido de 1 hora 40,000(35 ppm) 40,000(35 ppm) Infravermelho não
carbono 8 horas 10,000( 9 ppm) 10,000( 9 ppm) dispersivo
26
Figura 1.2 Região Metropolitana de São Paulo. Mostrando a cidade de São Paulo e os 38
municípios. Fonte: http://www.prodam.sp.gov.br/spn/muspregm/regiao.htm
27
atmosféricos. Os resultados mostraram que esta técnica é capaz de realizar previsões
eficientes da TSP mensal, inclusive de longo prazo (pelo menos até 3 meses).
Segundo Cardoso (2001), o Oceano Atlântico (AO) destacou-se em termos de valores
dos coeficientes de correlações (CCs), particularmente nas regiões próximas à costa sul e
sudeste do Brasil, que estão associados aos CCs positivos do dipolo de correlações
significativas, no período de maio a setembro de 1950 a 1996. Para o oceano Pacífico,
também houve, no período de maio a julho, a presença de um dipolo de correlações
significativas.
Os anticiclones subtropicais são sistemas de bom tempo que se formam sobre oceanos
e, em média, em torno de 30° de latitude Norte e Sul (centrados em latitudes subtropicais). No
Hemisfério Sul (HS), as altas do Atlântico Sul, do Pacífico Sul e do Sul do Oceano Índico
estendem-se verticalmente (acima de 10 km de altura) da superfície oceânica à tropopausa e
consistem de extensas áreas de ar subsidente seco e quente (Moran & Morgan, 1994). No
anticiclone, a subsidência do ar e a divergência dos ventos em superfície favorecem a
formação de uma massa de ar uniforme e inibem a formação de nuvens.
Ito (1999), utilizou um procedimento automatizado para localizar e seguir centros de
alta pressão e o aplicou para 15 anos (1982-1996) da série de dados de pressão reduzida ao
nível médio do mar pertencentes à Reanálise (Kalnay et al., 1996; Kistler et al., 2001) do
NCEP (National Center for Environmental Prediction), para examinar o comportamento da
Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Seus resultados mostraram que a ASAS é
continuamente alimentada por anticiclones extratropicais formados sobre o continente sul
americano, ao passo que os sistemas frontais tendem a deslocá-la, enfraquecendo a sua
estrutura. Além disso, análises verticais comprovaram a contribuição direta da célula de
Hadley na manutenção do anticiclone. As análises dos campos de vorticidade potencial
isentrópica e vento na superfície isentrópica de 310K mostraram que as massas de ar,
originadas da troposfera superior, descem no lado leste da ASAS e incorporam-se à sua
estrutura.
28
identificar a região de fonte potencial para os poluentes medidos no receptor (Branko et al.,
1998).
Medidas da composição de poluição atmosférica nas estações de qualidade do ar,
realizadas por programas de monitoramento de longo termo, mostram que as concentrações
variam na escala de tempo de minutos a décadas. Algumas dessas mudanças são claramente
relacionadas ao ciclo anual ou à mudança sazonal no padrão de emissão ou transporte de
gases traços, mas, em escala de tempo de dias, é fortemente associada à história imediata da
parcela de ar antes desta chegar ao lugar de amostragem. Com a finalidade de entender os
diferentes processos que contribuem para mudanças nas concentrações de elementos-traços da
atmosfera, o primeiro passo é dividir a base de dados medida em categorias. Existem duas
propostas principais para esta classificação de dados medidos: classificação baseada na
condição meteorológica e classificação baseada na origem da parcela de ar (Stohl, 1996).
Também o cálculo de trajetórias de parcelas de ar de chegada (integração num
intervalo de tempo decrescente) para uma determinada região tem sido utilizado para a
interpretação de fontes de espécies químicas (Cape et al., 2000; Longo, 1999). Trajetórias de
parcelas de ar têm sido usadas em estudos atmosféricos, principalmente com relação ao
transporte de gases traços e material particulado emitidos por queimadas, por exemplos por
Kaufman et al. (1998) e Freitas (1999).
As concentrações medidas nas estações de qualidade do ar variam não apenas devido
às fontes locais, mas também em função das contribuições remotas, que precisam ser
consideradas. Um fator externo que contribui para as flutuações nos níveis de poluentes é a
massa de ar que chega à São Paulo após passar por vários locais que têm diferentes emissões
de poluentes. Para traçar a história de uma massa de ar, trajetórias de chegada ao local do
receptor são construídas e dão subsídios para a identificação das fontes regionais de poluição
do ar e das fontes específicas (Man & Shih, 2001).
29
de cana-de-açúcar, e em restos de colheitas; c) pastagens, por exemplo, para renovar a
pastagem nativa.
As queimadas na Amazônia são as maiores fontes de gases e aerossóis atmosféricos, os
quais geram mudanças na química da atmosfera e mudanças no clima (Goldammer & Crutzen
& Carmichael, 1992; Ward & Radke, 1992). Os gases traços majoritários emitidos para a
atmosfera são: CO, CH4, NO, CO2, CH3CL, CH3Br, que são produzidos em quantidades
significativas durante o período da queima de biomassa (floresta e cerrado) (Crutzen &
Carmichael, 1992). Os aerossóis emitidos, nesse processo, são: K, Ca, S, Cl, P, Si, Al, Mg,
Fe, Mn, Ti, Zn, Ni, Pb, V, Cr, Br, Rb, Sr e black carbon-BC (Crutzen & Andreae, 1990;
Artaxo, 1992).
Segundo Aires (2001), há regiões no Brasil onde ocorre muita queima de biomassa
(Brasil Central) e regiões onde quase não há queimadas (Região Sul). No entanto, nestas
regiões de pouca queima medem-se, às vezes, concentrações elevadas de gases-traços
associados às queimadas. A hipótese é que as regiões onde ocorrem muitas queimadas ou
regiões fonte, exportam os gases gerados na combustão da matéria orgânica para regiões
onde não existem fontes significativas. Ainda segundo Aires (2001), o monóxido de carbono
é um produto imediato da queima da biomassa, que independe de processos fotoquímicos
como o ozônio. Segundo Crutzen et al. (1979), o principal gás-traço emitido pelas queimadas
é o CO. Segundo ele as medidas de CO e O3 troposférico em baixas latitudes podem ser
influenciadas por queimadas na estação seca.
30
Nos túneis a ventilação inadequada combinada com o alto fluxo de veículos, resulta
em concentrações elevadas dos poluentes atmosféricos, que podem causar sérios riscos a
saúde (EL-Fadel & Hashisho, 2000).
Em uma atmosfera urbana, o NO2 é formado pela reação de NO com ozônio (O3). No
interior do túnel embora seja encontrada uma alta concentração de NO, o O3 não é formado
devido à falta de radiação solar e portanto não há conversão significativa de NO a NO2.
Entretanto, um problema adicional nos túneis é a elevada proporção de NO2 devido à
oxidação térmica de NO (Barrefors, 1996). Essa característica permite considerar que as
reações de decomposição das espécies emitidas sejam suficientemente lentas. Dessa forma
pode-se supor, com boa aproximação, que as medidas referem-se às emissões primárias no
túnel.
Tabela 1.4 Estimativa da emissão das fontes de poluição do ar na RMSP em 2001
FONTE DE EMISSÃO EMISSÃO (1000 t/ano)
CO HC NOX SOX MP4
MÓVEIS
Tubo de escapamento de veículos
Gasolina c1 780,8 82,5 44,4 10,2 5,1
Álcool 207,5 23,1 12,7
Diesel2 433,3 70,6 316,5 10,9 19,7
Táxi
MOTOCICLETA E SIMILARES
Cárter e evaporativa
Gasolina c1 131,6
Álcool 17,3
Motocicleta e similares 15,5
Pneus3 (todos os tipos)
Operações de transferência de combustível
Gasolina c1 12,6
Álcool 0,4
FIXA
Operação de processo industrial 38,65 12,05 14,05 17,16 31,66
(número de indústrias inventariadas) 750 800 740 245 308
TOTAL 1681,2 395,0 389,4 39,47 65,37
1=gasolina c: gasolina contendo 22% de álcool anidro e 800 ppm de enxofre (massa)
2=Diesel:1100 ppm enxofre (massa)
3=emissão composta para o ar (partículas) e para o solo (impregnação)
4=MP refere-se ao total de material particulado, sendo que as partículas inaláveis são uma fração deste total.
5=Ano de consolidação do inventário:1990
6= Ano de consolidação do inventário:1998
7=Estas indústrias representam mais de 90% das emissões totais
CO=monóxido de carbono, HC=hidrocarbonetos totais, NOX= óxidos de nitrogênio, SOX = óxidos de enxofre.
Com relação aos efeitos de curto período de tempo, o dióxido de nitrogênio é o mais
crítico poluente de ar urbano. O NOx afeta órgãos do sistema respiratório sendo que os
asmáticos e crianças são, particularmente, mais suscetíveis (Barrefors, 1996).
31
Experimentos em túneis foram realizados por outros pesquisadores (Pool et al., 2002;
Gertler & Pierson, 1996; Kirchstetter et al., 1999; Gertler et al., 1997) para estudar as
emissões veiculares, pois a atmosfera de um túnel fornece condições apropriadas para a
medida in situ da composição média dessas emissões.
32
CAPÍTULO II
METODOLOGIA
A seguir serão descritas as metodologias de análise de dados utilizadas para
atendimento aos objetivos propostos. Inicia-se com a metodologia para estimativa das
emissões veiculares, seguida pela descrição dos modelos receptores e do procedimento de
cálculo de trajetórias.
33
∆[ p ]
E p = 10 6 × ω c
∆ [CO 2 ] + ∆ [CO ]
34
onde N é o número total de amostras e n é o número de variáveis. Neste trabalho, n é a
concentração dos poluentes em torno de 20, portanto a condição mínima é que N seja maior
que 52.
O modelo de Análise de Fatores (Harman, 1976; Henry, 1991) pode ser expresso
como:
Z ji = ∑ a jp Fpi + d jU ji
m
(i= 1,2, ..., N; j = 1,2, ..., n; m= 1,2 ..., n) (2.2)
p =1
onde Zji é a matriz de dados padronizadas. Fpi é a matriz fator comum p para um indivíduo i
(amostragem do aerossol), N é o número total de amostras, n é o número de variáveis
observadas e m é o número de variáveis latentes. O termo a jp é a matriz dos “component
loadings” após a normalização e djUji é a matriz do erro residual na representação teórica da
medida observada. A Análise de Fatores típica é usada quando o número de variáveis latentes
é menor que o de variáveis observadas (Kessler et al., 1992; Harman, 1976).
O primeiro passo na AF é obter a matriz de correlação (R′) a partir da variável
observada (Xji) (Wolff & Korsog, 1985). O segundo passo na AF é a transformação das
variáveis observadas para variáveis padronizadas com média zero e variância 1 (Thurston &
Spengler, 1981; Henry, 1991) da seguinte maneira:
x ji − x j
z ji = (2.3)
σj
( ∑ (x j − x j)
1 N 2
σ j= ) (2.4)
N − 1 j =1
35
AUTOVETORES E AUTOVALORES
O quarto passo na AF consiste em obter os autovetores e autovalores a partir da matriz
da correlação (R). O autovetor de R é o vetor u , desta maneira:
Ru=uλ (2.5)
onde λ é o autovalor escalar não conhecido. Dessa forma, o objetivo é encontrar o vetor Ru
que é proporcional ao vetor u. A equação 2.5 pode ser escrita como a seguir:
Ru-uλ=0
ou
(R-λI)u=0, nota-se u ≠ 0. Desse modo
R-λI=0 2.6)
Existe a solução desta equação 2.6 somente se o determinante for zero
|R-λI|=0
Desse modo a matriz de correlação (R)pXp pode ser apresentada em termos de seus
autovalores (λ) e autovetores (u)
R = λ1 u1 u1 + λ 2 u 2 u 2 + ... + λ p u p u p
' ' '
(2.7)
36
mais próximos de um (Thurston & Spengler, 1985). Segundo esses autores a independência
dos fatores é preservada sob rotação varimax.
( )
A pxn = S t S
−1 t
pxp S pxN C Nxn 2.10
onde:
CNxn é a matriz das concentrações medidas iniciais;
37
(Sc)nxn é a matriz diagonal contendo as estimativas dos desvios padrões de cada uma das
variáveis;
B é o valor da matriz rodada para um elemento j no fator p;
σ 1 0 ...0
Sc = 0 σ 2 ...0
2.11
M M
M
0 0 ..σ n
onde
Sk = ∑ S ik ,
1 N
1<k<p 2.13
N i=1
38
2. 5.1 OBTENÇÃO DOS PERFIS ABSOLUTOS
Os perfis das fontes identificadas (ajp) para cada elemento também são obtidos através
do método aplicado por Keiding et al. (1986) da seguinte forma:
S j B jp
a jp = 2.15
S PM C p
onde:
Sj é o desvio padrão da distribuição de concentração de elemento j;
Bjp é o valor da matriz rodada para um elemento j no fator p;
SPM é o desvio padrão da distribuição da concentração de massa do material particulado;
Cp é valor da matriz rodada da concentração de massa do material particulado no fator p.
39
Con formato: Alemán
yn= y0+0.5 ∆ t.( V(x0, y0, z0, t) + V(xn-1, yn-1, zn-1, t+ ∆ t)) (2.17e) (Alemania)
zn= z0+0.5 ∆ t.( W(x0, y0, z0, t) + W(xn-1, yn-1, zn-1, t+ ∆ t) (2.17f) Con formato: Alemán
(Alemania)
Código de campo cambiado
Con formato: Alemán
A posição da parcela no tempo t+ ∆ t é obtida impondo o critério a seguir: (Alemania)
(x ,y ,z)( t+ ∆ t) = (xn ,yn ,zn)( t+ ∆ t) quando |xn - xn-1,yn - yn-1,zn - zn-1 | < ε Código de campo cambiado
Código de campo cambiado
ε=0.000006 (Longo, 1999). Con formato: Alemán
(Alemania)
Segundo Seibert (1992), o sistema de equações 2.17 é eficientemente preciso até a
Código de campo cambiado
segunda ordem. Con formato: Alemán
(Alemania)
t1 → →
r (t1) = r (t 0 ) + ∫to V r (t ), t dt
→ →
(2.18a),
→ →
Onde r (t1) é a posição da parcela de ar no tempo t1, partindo da posição r (t 0) e sendo
transportada pelo campo do vento V(U,V,Z) (Haagenson et al., 1997; Freitas, 1999; Longo,
1999).
(2.18b)
As trajetórias de chegada, em SP, foram calculadas chegando diariamente às 0000 e
1200 UTC para o inverno de 1999 (junho, julho e agosto). Massas de ar chegando a 1 km
acima da superfície foram escolhidas para que o impacto da topografia local fosse reduzido
(Man & Shih, 2001).
Com a finalidade de minimizar as incertezas nas análises de trajetórias, quatro
trajetórias foram geradas com ponto de chegada em intervalos de 0.5°, localizadas ao N, S, E
e W da cidade de São Paulo e mais um ponto de chegada centrado na cidade de São Paulo. O
40
conjunto gerado para base de dados constituiu-se em 905 trajetórias tridimensionais durante
o período de 3 meses.
41
de trajetórias. Stohl & Seibert (1997) argumentaram também que as trajetórias cinemáticas
são mais precisas que todos outros tipos de trajetórias.
Segundo Longo (1999), comparações realizadas em trajetórias cinemáticas (com
campo de vento analítico e que apresentam solução analítica (exata) para as trajetórias),
mostrou que o método é bastante preciso para integrações temporais da ordem de semanas na
escala espacial de 80 km. Entretanto, a incerteza no cálculo de trajetórias de parcelas de ar
está associada às incertezas na determinação do campo do vento em situações reais. Entre os
fatores que influenciam na determinação dos campos de vento são: (i) incertezas associadas às
análises do CPTEC, utilizadas como condições iniciais e de contorno, (ii) limitação
computacional e consequentemente limitação na definição da resolução espacial e temporal da
simulação, resultando na exclusão de importantes processos físicos da escala resolvida do
modelo, os quais são parametrizados e carregam as incertezas associadas com estas
parametrizações, e (iii) processos físicos ainda não completamente compreendidos e não
incluídos no problema, como influências diretas das partículas de aerossóis no balanço
radiativo da atmosfera, processos de microfísica de nuvens, entre outros.
43
hidrometeoros na fase líquida e gelo, troca de calor sensível e latente entre a atmosfera e
superfície (camada do solo múltipla, incluindo o papel da vegetação e água na superfície),
efeitos cinemáticos de topografia, e convecção de cumulus. O código foi escrito quase
exclusivamente em FORTRAN e algumas partes em linguagem C (Tremback & Walko, 2001;
Pielke et al. 1992).
b) Equação de movimento
→
∂v → → → → → →
= − v .∇ v − ∇p − g k − 2 Ω x v + F
1
(2.19b)
∂t ρ
→ → → →
gradiente de pressão, −g k é a força de gravidade, − 2Ω x v é a força de Coriolis e F é a força
interna de atrito entre as camadas do fluido.
44
onde rn se refere à razão de mistura da água na fase n (sólida, líquida ou gasosa) e Qrn
expressa os processos físicos de transformação de fase de água, e perda ou ganho por
precipitação para as fases sólida e líquida.
onde φ representa o valor médio de φ dentro de intervalo de tempo ∆t (passo no tempo) e dos
intervalos espaciais ∆x, ∆y, ∆z (espaçamento da grade) a ser resolvida pelo modelo numérico.
φ ′′ é o desvio de φ a partir desse valor médio (perturbação nas escalas subgrade).
onde φ0 é valor do estado básico da atmosfera, obtido com uma média sobre φ numa escala
maior que a escala em estudo e φm é o desvio associado à mesoescala. O estado básico é
horizontalmente homogêneo e seco, obedecendo a lei de gás ideal, equilíbrio hidrostático e
estando em balanço geostrófico.
No estado médio, considera-se, (i) o termo de transporte como sendo a soma das
contribuições associadas a advecção na escala resolvida e ao transporte turbulento na camada
limite planetária; e (ii) que os termos Q0 e Qrn nas equações 2.19c e 2.19d, respectivamente,
possuem contribuições do transporte convectivo, convergência de radiação e de microfisica,
na escala não resolvida. As seguintes equações são válidas para o estado médio (onde o índice
0 refere-se ao estado básico e o índice m ao desvio).
i) A equação do momento é dada por
∂ ui ∂u ∂u 1 ∂ pm ρ m
= i + i − −( + rT ) gδi,3 + ε ijk f k ui
∂t ∂t adv ∂t turb ρ 0 ∂ xi ρ0
onde xi é uma das coordenadas espaciais, ui é uma das componentes da velocidade na
escala resolvida, fk é o parâmetro de coriolis, e rT é a razão de mistura da água total que
inclui as razões de mistura da água nas fases sólida (rgelo), líquida (rliq) e gasosa (rv), ou
seja:
rT = rgelo + rliq + rv
δi ,3 = (0 0 1)
0 1
1
ε ijk = − 1 1
0
−1 −1 0
∂θ il ∂θ il ∂θ ∂θ ∂θ ∂θ
= + il + il + il + il
∂t ∂t
adv ∂t turb ∂t con ∂t rad ∂t microf
onde θil é a temperatura potencial de água líquida e gelo, a qual se conserva em mudançãs
de fase da água, definida através da relação semi-empérica (Tripoli & Cotton, 1982):
Llv r liq + L gv r gelo
θ = θ il [1 + ]
C p max(T ,253)
46
com Llv e Lgv sendo o calor latente (J/kg) de vaporização e de sublimação, respectivamente.
iii) Equação de Poison
T = θ ( p / p 0)
R / Cp
onde os índices "adv" (advecção na escala resolvida), "turb" (transporte turbulento na camada
limite planetária), "con" (transporte convectivo não resolvido), "rad" (convergência de
radiação) e "microf" (parametrização de microfísica).
48
onde φ é o valor atual da variável calculada pelo modelo, φ0 é o valor desta variável na
−
análise, τ é a escala de tempo da forçante, que define a sua intensidade, e ϖ(k,i,j) é um termo
3D, que determina as regiões do domínio em que este procedimento se realizará. Em um certo
instante de tempo t do modelo, o valor da variável observada φ0(t) é obtido através de uma
interpolação linear no tempo entre os valores de φ 0 em duas análises consecutivas (Pielke et.
al., 1992, Longo, 1999). As escalas de tempo de nudging são divididas em três: no centro
(tnudcent), numa banda lateral (tnudlat) e uma banda no topo do modelo (tnudtop). As
escalas de tempo são definidas pelo usuário e possibilitam a construção do termo ϖ(k,i,j)/ τ
Neste trabalho os valores de tnudcent, tnudla e tnudtop foram 86400 s, 1800 s e 10800 s
respectivamente.
b)VEGETAÇÃO
Os dados da vegetação são globais com resolução horizontal de 30 segundos grau, ou
aproximadamente de 1km. A fonte de dados usada é do IGBP (International Geosphere-
Biosphere Programe) (http://www.cnrm.meteo.fr/igbp). Esses dados são obtidos com base em
medidas com radiômetro de alta reasolução chamado AVHRR ( Advanced Very High
Resolution Radiometer).
c) TOPOGRAFIA
A base de dados de topografia é global com resolução horizontal de 30 segundos de grau
ou aproximadamente 1 km. Os dados são do GLCC- Global Land Cover Characterization
(http://edcdaac.usgs.gov/glcc/glcc.html) (Liston & Pielke, 2001).
49
CAPÍTULO III
PARTE EXPERIMENTAL
50
Tabela 3.1, abaixo apresentam-se as principais medidas realizadas e os respectivos grupos de
pesquisa responsáveis.
NOx, NH3, BEN, TOL, PXY, GEPA Com o DOAS, adquirido dentro Automático*
MXY, FEN, O3, SO2, FOR, deste temático
HNO, NO3
Carbono total e suas frações GEPA Aetalômetro Automático
“soot” e orgânico
Material Particulado Inalável GEPA TEOM Automático
Aldeídos, Ácidos Carboxílicos LEMA-I.Q. Com materiais de consumo Cromatografia de
e Álcoois na fase gasosa, adquiridos neste temático íons com
condutividade
elétrica, HPLC,
CG/FID/TD
Ânions, cátions e orgânicos LEMA-I.Q. Com materiais de consumo Cromatografia
que compõem o material adquiridos neste temático
particulado
O3, CO, NOx IPEN Com monitores automáticos Automático
adquiridos neste temático
Material Particulado GEPA PARTISOL, adquirido neste Automático
temático
*O termo automático utilizado aqui significa que o equipamento monitora a espécie praticamente em tempo real.
GEPA= Grupo de Estudos de Poluição do Ar; LEMA-IQ= Laboratório de Estudos do Meio Ambiente – Instituto
de Química; IPEN= Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares; PIXE= Proton Induced X-ray Emission;
DOAS= Differential Optical Absorption Spectrometer; TEOM= Tapered Element Oscillating Microscale;
HPLC= Hight Performance Liquid Chromatography; CG/FID= Cromatografia Gasosa/Flame Ionization
Detector; PARTISOL= amostrador de ar seqüencial para coleta simultânea de particulado fino e grosso; BEN=
benzeno; TOL= tolueno; PXY=p-xileno; MXY= m-xileno; FEN= fenóis; FOR= formaldeído.
52
Tabela 3.2 Rede automática de monitoramento atmosférico da CETESB (Fonte: Cetesb,
2000)
No de Estações PI SO2 NO NO2 Nox CO CH4 HCNM O3 UR T V D P
estação
01 Parque D Pedro X X X X X X X X X X X X X X
II
02 Santana X X X X
03 Moóca X X X X
04 Cambuci X
05 Ibirapuera X X X X X X X X X X X X
06 Nossa Senhora X
Do Ó
07 São Caetano X X X X X X X X XX X X X X X
Do Sul
08 Congonhas X X X X X X X
09 Lapa X X X X X X X X X
10 Cerqueira X X X X X X
César
11 Penha X
12 Centro X X X X X X
13 Guarulhos X X X
14 Santo André – X X X X
Centro
15 Diadema X X
16 Santo Amaro X X X X
17 Osasco X X X X X X X X X
18 Santo André- X X X
Capuava
19 São Bernardo X X X
Do Campo
20 Tobão da Serra X
21 São Miguel X X X X X X
Paulista
22 Mauá X X X X X
24 Cubatão-Centro X X X X X X X X X X X
25 Cubatão- Vila X X X X
Parisi
27 Pinheiros X X X X X X
PI-Partículas Inaláveis
HCNM – Hidrocarbonetos menos metano
V– velocidade do vento; D- Direção do vento ; UR- Umidade Relativa; P- Pressão Atmosférica; T- temperatura.
Radiação total e Ultravioleta são medidas somente na estação Ibirapuera.
FILTRO NUCLEPORE
DE 8,0 µ m
FILTRO NUCLEPORE
DE 0,4 µ m
Figura 3.2b. Arranjo experimental de amostragem com o AFG. (Fonte, Castanho, 1999)
54
3.3.2. IMPACTADOR EM CASCATA COM DEPOSIÇÃO UNIFORME (MOUDI)
O MOUDI (Micro Orifice Uniform Deposit Impactor) permite avaliar a concentração do
material depositado até PM10 (diâmetro aerodinâmico menor que 10 µm) e também permite a
separação física das partículas em diferentes frações de tamanho (Marple et al., 1991). Neste
trabalho foi utilizado o MOUDI de 10 estágios (modelo 110), desenvolvido nos EUA (Marple
et al., 1991). Aqui a inclusão de inlet e after-filter permite a coleta de partículas em 12 frações
de tamanho entre < 0,056 µm e 18 µm, como na tabela 3.3 (Allen et al., 2001). Nas
superfícies do impactador foram utilizados filtros de policarbonato (Nuclepore), de 47 mm de
diâmetro com poros de 8 µm. O fluxo de ar foi de 24.8 litros por minuto (l/min). Neste
trabalho os diâmetros de corte (D50) do impactador que funcionaram foram: 18µm (Inlet);
10 µm; 5,6 µm; 3,2µm; 1,8µm; 1,0µm; 0,56 µm; 0,32µm e 0,1µm. Um PVC pequeno foi utilizado
para proteger o impactador da chuva. O inlet tem como propósito limitar as partículas que
entram no impactador. Neste trabalho o filtro final de teflon (after filter ), de 37 mm de
diâmetro, permite a coleta de todas as partículas menores que 0,1µm.
1A 10 1
2A 5,6 10
3A 3,2 10
4A 1,8 20
5A 1,0 40
6A 0,56 80
7A 0,32 900
8A 0,18 (não funcionou) 900
9A 0,10 2000
10A 0,056 (não funcionou) 2000
Teflon (after filter) 0 --
3.3.3 MINIVOL
56
3.3.3.1 PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO DO MINIVOL
O Minivol é basicamente controlado por uma bomba através de um timer
programável. O amostrador é equipado para operar a partir de fontes AC ou DC. Para a
amostragem de PM10, o ar é aspirado até o separador de tamanho de partículas e depois até o
meio do filtro. A separação das partículas é realizada por impactação. O crucial para a coleta
de partícula de forma correta é o fluxo de ar que passa diretamente pelo INLET. Para o
Minivol, o fluxo volumétrico deve ser de 5 litros por minuto em condições ambientais.
Neste trabalho o Minivol foi utilizado para amostrar o aerossol em duas modas: (i) moda
grossa, (2,0<da ≤ 10 µm) e (ii) e moda fina, (da ≤ 2,0 µm), assim como descrito no trabalho
de Chan & Kwork (2000).
57
Placa de impactação com anel
Ímãs Removível para fixação do
filtro
Estágio giratório
Placa de orifícios
Estágio estacionário
(a)
Ar aspirado
Tamanho de orifícios
Estágio 1
Placa de impactação
Estágio 2
Estágio N
Filtro
Filtro de teflon
∆C = i =1
2 xn
onde n é o número de filtros utilizados no controle.
A massa final de aerossol em um filtro (Wn) é obtida pela correção da massa total pela
mudança de massa de filtros de controle (chamados brancos)
Wn=Wg+∆C
b) tempo de amostragem (t) é a diferença entre o inicio e o fim, a partir de tempo totalizador
(horímetro). Neste trabalho, a escolha de tempo é em minutos.
59
c) volume de ar amostrado (V) em metros cúbicos, é a média de fluxo (Q) em litros por
minuto, tempo de amostragem em minutos. Conversão de litros para metros cúbico é
0.001
V m3 = 0.001m3 / l x Ql / min x t min
Raios X
Figura 3.4. Emissão de raios-x induzidos por prótons (adaptado de Tsuji et al., 2000)
60
Utilizou-se o sistema PIXE do Laboratório de Análise de Materiais por Feixes Iônicos-
LAMFI (http://www.if.usp.br/lamfi), da Universidade de São Paulo. Na Figura 3.5 é
apresentado um diagrama do sistema PIXE (Minagawa et al., 2001).
Feixe de prótons
Detector Si(Li)
câmara
Eletrodo
supressor
Pre-amplificador Raios X
Integrador de
alvo corrente
amplificador
discriminador
computador
Analisador Multicanal
Os espectros dos raios-X obtidos são analisados com o programa AXIL (Van Espen et
al., 1979), que, através do ajuste das linhas espectrais, permite o cálculo das concentrações
elementares. O espectro típico gerado pelo sistema PIXE é apresentado na Figura 3.6 (Jal et
al., 2001)
Energia (keV)
Contagens
Número de canal
Figura 3.6 . Espectro típico gerado pelo sistema PIXE
61
3.4.3. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE “BLACK-CARBON”
A definição de “black carbon” (BC) corresponde ao carbono na fase particulado. Neste
trabalho foram determinadas as concentrações de BC através da técnica de refletância de luz
utilizando o equipamento Reflectômetro, marca “Diffusion Systems Ltd.”, modelo “Smoke
Stain Reflectometer- Model 43” (Delumea et al., 1980; Longo, 1999). O BC é um composto
predominantemente presente na fração fina do aerossol (Castanho, 1999). Neste trabalho foi
determinada a concentração de BC nos filtros finos coletados com o Minivol.
A técnica de refletância de luz consiste na iluminação do filtro de policarbonato, no qual
foram coletadas partículas de aerossóis, e posterior medição da luz refletida. A quantidade de
luz refletida é utilizada na determinação da porção absorvida pelos aerossóis no filtro, através
da comparação com uma curva de calibração. Esta curva de calibração é obtida a partir de
medidas da refletância de uma série de filtros com diferentes quantidades de black carbon
(Longo, 1999). Essa curva de calibração da luz refletida pela quantidade de black carbon foi
obtida empiricamente por Loureiro et al. (1994) e também utilizada em Castanho (1999). A
curva de calibração é dada pela Equação 3.1, que indica como, a partir da refletância medida,
pode-se determinar a massa de BC presente na atmosfera (Castanho, 1999).
µg A
BC ( ) = (30,90 − 15,454 * log( R) * ) (3.1)
m3 V
onde:
R=refletância (%)
A=área amostrada do filtro utilizando o equipamento Minivol (13,20 cm2)
V= volume de ar amostrado (m3)
Quanto menor a intensidade da luz refletida maior é a quantidade de black carbon
presente na amostra, pois este estaria absorvendo uma parcela maior da luz incidente.
62
foram utilizados na Análise de Fatores. O restante dos cátions e ânions apresentou uma
pequena base de dados. A base de dados para o SO42-, e NH4+ está no Apêndice B.
3.5.2. GASES
As concentrações dos gases foram medidas simultaneamente dentro e fora dos túneis. Os
gases medidos no interior dos túneis foram: monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono
(CO2), NOx, e dióxido de enxofre (SO2). As concentrações de CO2 foram monitoradas
continuamente com registro para médias de 10 minutos.
Os gases CO, NOx e SO2 foram coletados em sacos de “Tedlar”, dentro e fora do túnel
(Gertler et al., 1997), com a aspiração do ar por um compressor com 1 l/min. Os sacos de
Tedlar foram analisados em seguida à amostragem, na estação telemétrica de qualidade do ar
da CETESB, em Congonhas.
As concentrações dos gases NO e NO2 também foram medidas utilizando-se monitores
contínuos de NOx, apenas dentro do túnel Jânio Quadros, sob responsabilidade do Instituto de
Química, grupo da Profa. Lílian Carvalho (Pool et al., 2002).
63
3.6 DADOS METEOROLÓGICOS NO PERÍODO MPASP
O perfil do vento e a turbulência foram medidos utilizando-se o SODAR Doppler
(Nair et al., 2000; Freitas et al., 2000; Ynoue et al., 2000; Nair et al., 2002), também o perfil
do vento foi medido utilizando-se balões.
As variáveis meteorológicas de superfície foram medidas: (i) na estação meteorológica
da Água Funda pela estação do IAG, (ii) na estação meteorológica do Departamento de
Ciências Atmosféricas por uma estação automática, e (iii) na estação meteorológica em
Santana de Paraíba também de forma automática.
A estação meteorológica da Água Funda encontra-se situada no Parque Estadual das
Fontes do Ipiranga (antigo Parque do Estado), bairro da Água Funda, na cidade de São Paulo.
Geograficamente localiza-se na latitude 23°39′S e longitude 46°37′W, desde o início de seus
registros. A série temporal desta estação é bastante longa, inicia-se em 1933. Esta estação
meteorológica possui um rigoroso controle de qualidade, baseado na comparação entre as
medidas de seus instrumentos, tais como o psicrômetro de bulbo seco e termógrafo de anel
bimetálico, além das medidas de valores extremos de temperatura do ar realizados pelos
termômetros de máxima e mínima com capilar de mercúrio e álcool respectivamente.
64
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Na Tabela 4.1.1a são apresentados dados referentes às amostragens realizadas nos túneis
descritos no item 2.1. Foram coletadas 9 amostras nos túneis Jânio Quadros (JQ) e
Maria Maluf (MM), com o amostrador Minivol. As siglas na tabela significam o local
de coleta, sendo JI referente à coleta interna no túnel JQ, JE representa a coleta externa
no túnel JQ, MI para a coleta interna no túnel MM e ME para a coleta externa no túnel
MM. Também nesta tabela estão apresentados os resultados de concentração de material
particulado fino, grosso e inalável para as 9 amostras coletadas. O túnel JQ possui um
extensão de 1200m, com 4m de altura e duas faixas de rolamento. O volume médio
diário é de 58.000 veículos. O túnel MM possui 845m de extensão, 5,6m de altura, 3
faixas de rolamento e um volume de 70.000 veículos diários. O sistema de ventilação é
baseado na concentração de CO fornecida por monitores instalados no interior dos
túneis, que aumenta e diminui a rotação dos ventiladores dos túneis.
Tabela 4.1.1a Período de amostragem de cada uma das 09 amostras coletadas nos túneis Jânio
Quadros e Maria Maluf e suas concentrações de massa utilizando o
equipamento Minivol
No da INICIO FINAL CONCENTRAÇÕES
Amostra DIA HORA DIA HORA FINO GROSSO INAL*
µg/m3 µg/m3 µg/m3 Con formato: Portugués
75,8 116,9 192,7 (Brasil)
1JI 13-ago-01 10:20 13-ago-01 12:00
73,5 84,5 158,0 Con formato: Portugués
(Brasil)
2JI 13-ago-01 12:00 13-ago-01 14:02
3JI 13-ago-01 14:03 13-ago-01 16:00 59,8 58,1 117,9
Con formato: Portugués
4JE 13-ago-01 11:20 13-ago-01 14:00 31,4 11,1 42,5 (Brasil)
5JE 13-ago-01 14:00 13-ago-01 16:00 36,5 17,5 54,0
6MI 10-out-01 7:35 10-out-01 9:49 97,8 98,5 196,3
7MI 10-out-01 9:55 10-out-01 11:51 56,4 50,0 106,4
8ME 10-out-01 7:46 10-out-01 9:48 49,4 12,0 61,4
9ME 10-out-01 9:49 10-out-01 11:30 49,4 8,5 57,9
*INAL=inalável
Na Tabela 4.1.1b são apresentados o número de veículos por hora que circularam
durante as amostragens, por tipo de veículo.
Na Figura 4.1.1 apresenta-se a concentração de massa de aerossóis por amostra, nas
frações fina e grossa, obtida para as 9 amostras coletadas nos túneis. Observa-se que as
concentrações em massa do material particulado (CMP) obtidas no interior dos túneis são
maiores que as CMP externas. Este resultado está de acordo com Kirchstetter et al. (1999),
que estudaram as medidas das concentrações dos poluentes no túnel Caldecott (1100 m de
65
longitude) localizado no leste de San Francisco (EUA), onde os autores obtiveram este
mesmo resultado para a maioria dos poluentes atmosféricos.
Tabela 4.1.1b Número de veículos por hora que circularam durante as amostragens
No da Veículos leves Motos Caminhões ônibus
Amostra
1JI 2234 78
2JI 2684 131
3JI 2856 200
6MI 1292 174 177 10
7MI 1476 173 325 4
Figura 4.1.1. Concentração em massa do material particulado (CMP), nas modas fina e
grossa por amostra, nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf.
66
0,6
0,5
0,4
BC/MPF
0,3
0,2
0,1
0,0
1JI 2JI 3JI 4JE 5JE 6MI 7MI 8ME 9ME
Figura 4.1.2. Razão da concentração de black carbon (BC) na concentração do material
particulado fino (MPF), por amostra.
moda fina
moda grossa
0,5
0,4
somaCE/CMP
0,3
0,2
0,1
0,0
1JI 2JI 3JI 4JE 5JE 6MI 7MI 8ME 9ME
Figura 4.1.3. Participação percentual dos elementos inorgânicos (EI) em relação à massa
total de material particulado (CMP), por amostra.
67
As Figuras 4.1.4 e 4.1.5 apresentam as razões entre as médias percentuais internas
(PCMI) e as médias percentuais externas (PCME), nos túneis Jânio Quadros (JQ) e Maria
Maluf (MM), respectivamente. No túnel JQ a concentração de Fe, na moda fina, apresenta-se
enriquecida (Figura 4.1.4), tendo, como possível causa, a contribuição oriunda do sistema de
ventilação e os próprios veículos. Os elementos traços Si, Fe e BC, na moda fina,
apresentam-se enriquecidos nas amostras coletadas no túnel MM.
68
Tabela 4.1.2a. Compostos e elementos inorgânicos na sua forma oxidada, black carbon (BC) e compostos orgânicos na moda fina (em µg/m3)
No da Al2O3 SiO2 (NH4) 2SO4 NaCl K2O CaO TiO2 MnO2 Fe2O3 NiO Cu2O ZnO Br Pb Inor* Inor/M*(%) BC/M Org*
Amostra *
1JI 1,51 0,90 12,62 0,17 0,35 1,67 0,31 0,23 14,32 0,01 0,47 0,37 0,07 0,03 33,04 43,62 0,35 16,57
2JI 1,32 0,68 6,50 0,17 0,24 1,41 0,26 0,17 13,09 0,44 0,29 0,06 0,00 24,66 33,57 0,26 29,88
3JI 3,97 0,26 0,11 0,84 0,16 0,13 9,60 0,00 0,51 0,05 0,04 15,92 26,60 0,24 29,56
4JE 0,62 0,23 5,68 0,17 0,18 0,57 0,09 0,05 0,43 0,02 0,02 0,26 0,04 0,02 8,37 26,69 0,18 17,38
5JE 0,37 0,00 4,37 0,35 0,35 0,59 0,09 0,03 0,36 0,01 0,02 0,10 0,05 6,67 18,28 0,16 23,82
6MI 1,79 5,77 0,32 0,03 0,25 0,07 0,06 1,61 0,01 0,07 0,23 0,04 0,06 10,31 10,54 0,48 40,83
7MI 1,31 2,54 0,33 0,00 0,16 0,05 0,03 0,37 0,01 0,02 0,11 0,03 0,02 4,97 8,81 0,58 18,60
8ME 2,26 7,73 0,38 0,12 0,24 0,09 0,07 0,47 0,03 0,04 0,36 0,05 0,08 11,92 24,15 0,30 22,72
9ME 0,17 3,80 0,83 0,16 0,42 0,11 0,06 0,61 0,02 0,03 0,23 0,06 0,04 6,53 13,21 0,36 25,31
* Inor= elementos inorgânicos, Org= Compostos orgânicos + água, M= concentração de massa do MPF
Tabela 4.1.2b. Compostos e elementos inorgânicos na sua forma oxidada (em µg/m3) na moda grossa
No da Al2O3 SiO2 (NH4) 2SO4 NaCl K2O CaO TiO2 Cr MnO2 Fe2O3 NiO Cu2O ZnO Pb Inor*
Amostra
1JI 4,67 4,82 4,71 0,72 1,05 10,44 0,62 0,10 0,23 16,65 0,07 0,41 0,59 0,04 45,14
2JI 2,08 2,08 2,17 0,41 0,44 4,47 0,41 0,07 0,17 14,04 0,01 0,43 0,25 0,03 27,07
3JI 2,44 2,11 1,79 0,30 0,45 3,68 0,41 0,06 0,17 12,99 0,38 0,31 0,00 25,09
4JE 1,43 1,52 1,10 0,37 0,19 2,63 0,23 0,06 0,04 1,12 0,02 0,02 0,14 0,02 8,88
5JE 0,94 0,63 0,83 0,13 1,70 0,17 0,09 0,05 0,85 0,00 0,01 0,05 0,02 5,46
6MI 0,89 2,32 5,64 0,48 0,28 2,68 0,27 0,03 0,11 5,56 0,05 0,14 0,37 0,07 19,17
7MI 1,07 2,33 0,27 0,18 1,57 0,18 0,13 0,07 3,25 0,03 0,06 0,16 0,02 9,33
8ME 0,72 1,59 0,38 1,50 0,16 0,15 0,05 0,80 0,09 0,02 0,14 5,59
9ME 0,65 0,58 1,88 0,18 0,06 0,05 1,11 0,04 0,04 0,10 4,70
69
fina JQ
16 grossa JQ
12
PCMI/PCM E
0
CMP Al Si S Cl K Ca Ti Mn Fe Zn Br Pb BC
Figura 4.1.4. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e as médias
percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Jânio Quadros (JQ), nas
frações da moda fina e grossa do aerossol.
fina
2.0 grossa
1.6
PCM I/PCME
1.2
0.8
0.4
0.0
CMP Al Si S Cl K Ca Ti Mn Fe Zn Br Pb BC
Figura 4.1.5. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e as médias
percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Maria Maluf, nas frações da
moda fina e grossa do aerossol.
70
4.3 PARTICIPAÇÃO DOS ELEMENTOS-TRAÇOS NO MATERIAL PARTICULADO
onde:
71
Tabela 4.1.3. Razão entre a concentração de elementos-traços e o MPF* (em %)
No da Al Si S Cl K Ca Ti Mn Fe Ni Cu Zn Br Pb BC
Amostra
1JI 1,05 1,08 4,06 0,13 0,38 1,00 0,31 0,19 13,50 0,01 0,57 0,41 0,09 0,04 34,51
2JI 0,95 0,85 2,16 0,14 0,27 0,88 0,28 0,15 12,73 0,55 0,33 0,08 25,76
3JI 1,62 0,25 0,16 0,64 0,21 0,13 11,46 0,00 0,71 0,09 0,07 23,99
4JE 1,05 0,66 4,42 0,32 0,47 0,83 0,21 0,09 0,98 0,04 0,05 0,70 0,13 0,05 17,91
5JE 0,53 2,92 0,56 0,79 0,73 0,19 0,05 0,70 0,02 0,06 0,22 0,12 16,47
6MI 1,66 1,44 0,19 0,03 0,12 0,06 0,04 1,18 0,01 0,06 0,19 0,05 0,06 47,70
7MI 2,11 1,10 0,34 0,13 0,06 0,03 0,47 0,01 0,03 0,16 0,06 0,03 58,22
8ME 4,16 3,82 0,46 0,20 0,22 0,14 0,08 0,68 0,04 0,07 0,61 0,10 0,17 29,83
9ME 0,32 1,87 0,98 0,27 0,39 0,18 0,08 0,88 0,03 0,06 0,39 0,12 0,08 35,59
* MPF= material particulado fino
72
4.4 DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHO DOS AEROSSÓIS GERADOS POR EMISSÕES
VEICULARES.
Tabela 4.4.1 Informações sobre as amostragens dos aerossóis realizadas nos túneis Jânio
Quadros (MoudiJ) e Maria Maluf (MoudiM) utilizando o MOUDI.
Identificação Data e Data e MOUDI Fluxo médio
Hora início Hora final (l/min)
MoudiJ 1 13/08/01 às 10:20 13/08/01 às 11:55 1 24,6
MoudiJ 2 13/08/01 às 12:05 13/08/01 às 14:00 2 25,15
MoudiJ 3 13/08/01 às 14:00 13/08/01 às 16:00 3 24,85
MoudiM 4 10/10/01 às 07:30 10/10/01 às 09:45* 4 23,9
MoudiM 5 10/10/01 às 10:06 10/10/01 às 11:55 5 22,65
*houve falta de energia das 8h30min até 8h43min.
73
Tabela 4.4.2 Estágios do Impactador em Cascata, com os diâmetros de corte e concentrações em
massa por estágio.
Estágio Diâmetro CONCENTRAÇÕES (µg/m3)
de corte
MoudiJ 1 MoudiJ 2 MoudiJ 3 MoudiM 4 MoudiM 5
(µm)
Inlet 18 75,2 48,6 41,3 27,2 21,2
1A 10 47,4 38,3 27,6 26,8 19,6
A 46,3 18,7 23,4 21,8 28,8
2 5,6
3A 3,2 19,6 11,2 18,7 26,1 22,4
4A 1,8 12,7 7,7 13,2 31,3 20,2
5A 1,0 6,5 4,4 9,3 27,2 19,2
6A 0,56 20,8 4,9 12,0 34,1 27,0
7A 0,32 18,3 13,3 17,7 31,1 34,3
9A 0,10 29,0 20,6 24,7 37,6 48,9
Teflon < 0,1 10,2 7,7 3,1 63,9 59,6
(after filter)
Nas Figuras 4.4.1 à 4.4.2 estão ilustradas as distribuições de massa por estágio de cada
impactador. Observa-se que os túneis Jânio Quadros (JQ) e Maria Maluf (MM) apresentam
diferenças em termos de distribuição de tamanho do aerossol. O túnel JQ apresenta valores
elevados de concentrações de massa na moda grossa (diâmetro de corte (D50) ≥ 1,8 µm) e o túnel
MM apresenta valores elevados das concentrações de massa do material particulado (CMP) na
moda fina (D50 ≤1,0 µm).
Observa-se a presença de duas modas no túnel JQ (Figuras 4.4.1a à 4.4.1b), uma moda
fina com valores elevados da concentração de massa em D50 de 0,1 µm, e na moda grossa em
5,6; 10 e 18 µm.
Observa-se a presença de uma moda no túnel MM (Figuras 4.4.2a à 4.4.2b), com valores
elevados da concentração de massa em D50 ≤0,1 µm e 0,1 µm, devido, muito provavelmente, à
grande participação de BC na concentração de massa do material particulado fino. Esse valor foi
estimado em 55% do MPF (Figura 4.1.2). No estudo do túnel, em Osaka, Japão, Funasaka et al.
(1998) mostraram que o BC foi o elemento predominante para partículas no túnel, caracterizado
por veículos à diesel. Segundo estes autores, o BC participou com 71% para a massa do aerossol
em D50 ≤ 2,0 µm. Também Weingartner et al. (1997) reportaram que a razão entre o BC e a
74
CMP, no interior do túnel Gubrist (3250 m de comprimento) na Alemanha, foi 0,5 à 100 m do
início do túnel e 0,3 à 100 m antes de sair do túnel.
(a) moudiJ 1
CM P(µ g/m )
60
3
40
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâm etro ( µ m)
(b) moudiJ 2
40
CMP(µ g/m )
3
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro ( µ m)
(c) moudiJ 3
40
CMP( µ g/m )
3
30
20
10
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro ( µ m)
Figura 4.4.1 Concentração em massa do material particulado (CMP), por estágio,
localizado no túnel Jânio Quadros, , para os coletores: (a) moudiJ 1, (b) moudiJ 2, (c)
moudiJ 3
75
(a) moudiM 4
CMP(µ g/m )
60
3
40
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro ( µ m)
(b) moudiM 5
60
CM P(µ g/m )
3
40
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâm etro ( µ m )
Figura 4.4.2 Concentração em massa do material particulado (CMP), por estágio,
localizado no túnel Maria Maluf para os coletores: (a) moudiM 4, (b) moudiM 5.
Observa-se nas distribuições acima no túnel Maria Maluf a maior participação de massa
em estágios que correspondem às partículas mais finas. Este comportamento deve ser resultante
da maior contribuição de partículas constituídas por carbono emitidas por motores a diesel.
A Figura 4.4.3 mostra as concentrações totais do aerossol, considerando soma de todos os
estágios, para cada impactador, utilizado nos dois túneis. Observa-se que as concentrações totais
(CT), no túnel Maria Maluf são levemente maiores que as CT no túnel Jânio Quadros.
76
300
CT(µ g/m )
3
200
100
0
moudiJ 1 moudiJ 2 moudiJ 3 moudiM 4 moudiM 5
Amostragem
Figura 4.4.3 Concentrações totais (CT), soma de todos os estágios para cada impactador
para as amostragens nos túneis.
Para o cálculo das ev para cada tipo de túnel, realizou-se a média dos elementos traços
considerando as 3 amostras no túnel Jânio Quadros, para cada estágio, e a média dos elementos
traços considerando as duas amostras do túnel Maria Maluf. A partir das médias dos elementos
traços foram realizados os cálculos das ev, utilizando a Equação 4.3.1. Os resultados são
mostrados nas Tabelas 4.4.3 e 4.4.4. No túnel Jânio Quadros (Tabela 4.4.3), veículos movidos à
gasolina apresentaram altos valores de emissão veicular para os elementos Fe nos estágios 5,6
µm, 1,8 µm, 1,0 µm, 0,56 µm, 0,32 µm e 0,1 µm, , Ca em 3,2, 1,8 e 0,1 µm (associados a
ressuspensão do solo), S na moda fina em 0,32 µm (proveniente do S convertido da fase gás) e Si
em 5,6, 3,2, 1,8 e 1,0 µm.
No túnel Maria Maluf (Tabela 4.4.4), caracterizado pelo tráfego de veículos movidos à
diesel, foram encontrados altos valores de emissão veicular para os elementos Fe em 3,2 µm, 1,8
µm e 1,0 µm de diâmetro de corte; Si em 5,6 µm, 1,8 µm, e 1,0 µm, e 0,32 µm. A base de dados
das concentrações elementares, amostrados nos túneis Jânio Quadros (no dia 13 de agosto de
2001) e Maria Maluf (no dia 10 de outubro de 2001) estão no Apêndice B.
Também foi realizado o cálculo das ev para o ambiente atmosférico, amostragens
realizadas no DCAUSP, no inverno de 1999 (descrito no item 3.1.1). Os resultados das ev para o
inverno de 1999 são mostrados na Tabela 4.4.5. Observa-se altos valores das ev para os
elementos Fe em 1,8 µm, 1,0 µm e 0,56 µm, S para todos os diâmetros de corte e Si em 1,8 µm,
1,0 µm, 0,56 µm, 0,32 µm de diâmetro de corte (Tabela 4.4.5).
77
Tabela 4.4.3 Razão entre a concentração de elementos-traço e a concentração em massa (%) em cada estágio no túnel Jânio Quadros
D50 Si P S Cl K Ca Ti Mn Fe Ni Cu Zn Br Pb
18 0,31 0,01 0,07 0,10 0,04 0,38 0,02 0,01 0,37 0,00 0,02 0,03
10 0,52 0,04 0,10 0,09 0,12 0,83 0,04 0,01 0,92 0,00 0,02 0,03 0,04 0,00
5,6 1,37 0,06 0,37 0,18 0,26 0,00 0,06 4,89 0,01 0,14 0,10 0,05 0,02
3,2 2,34 0,09 0,63 0,33 0,37 1,44 0,14 0,04 0,01 0,46 0,17 0,10 0,05
1,8 1,84 0,13 0,63 0,25 0,24 2,11 0,24 0,09 4,48 0,04 0,57 0,21 0,15 0,06
1,0 1,65 0,17 1,03 0,51 0,13 1,64 0,22 0,13 11,81 0,03 0,51 0,44 0,26 0,03
0,56 0,85 0,10 0,87 0,37 0,24 0,64 0,09 0,07 4,12 0,00 0,24 0,28 0,12 0,04
0,32 0,65 0,09 1,46 0,06 0,40 0,81 0,13 0,05 4,77 0,00 0,30 0,21 0,10 0,04
0,1 0,26 0,05 1,19 0,20 0,30 0,26 0,03 0,04 1,38 0,01 0,09 0,10 0,07 0,03
Tabela 4.4.4 Razão entre a concentração de elementos-traço e a concentração em massa (%) em cada estágio no túnel Maria Maluf
D50 Si P S Cl K Ca Ti Mn Fe Ni Cu Zn Br Pb
18 0,85 0,03 0,03 0,17 0,01 0,01 0,28 0,00 0,07
10 0,47 0,06 0,08 0,08 0,01 0,23 0,02 0,01 0,53 0,00 0,00 0,01 0,07 0,00
5,6 1,34 0,06 0,21 0,06 0,09 0,66 0,08 0,03 2,23 0,02 0,04 0,04 0,07 0,01
3,2 0,86 0,06 0,26 0,00 0,10 0,50 0,09 0,04 3,49 0,03 0,09 0,06 0,07 0,01
1,8 1,28 0,06 0,21 0,02 0,04 0,24 0,05 0,03 1,87 0,02 0,06 0,09 0,04 0,01
1,0 1,61 0,05 0,61 0,06 0,05 0,26 0,06 0,04 2,15 0,01 0,09 0,11 0,08 0,01
0,56 0,30 0,05 0,27 0,04 0,10 0,14 0,04 0,03 0,42 0,00 0,08 0,09 0,06 0,01
0,32 1,24 0,06 1,12 0,00 0,16 0,24 0,05 0,04 1,61 0,01 0,14 0,17 0,06 0,01
0,1 0,74 0,03 0,40 0,03 0,03 0,03 0,00 0,01 0,17 0,00 0,01 0,04 0,04 0,01
78
Tabela 4.4.5 Participação dos elementos traços na concentração em massa por estágio, para amostragens realizadas no inverno
de1999 no DCAUSP
D50 Si S Cl K Ca Ti V Fe Ni Cu Zn Pb Mn
1.8 4,01 1,24 0,33 0,80 0,56 0,17 0,05 1,83 0,05 0,09 0,43 0,05 0,08
1.0 3,62 2,74 0,25 0,63 0,93 0,21 0,04 2,38 0,04 0,09 0,47 0,11 0,07
0.56 1,34 3,62 0,17 0,81 0,37 0,09 0,03 1,28 0,03 0,07 0,50 0,15 0,07
0.32 1,36 5,67 0,20 0,80 0,18 0,04 0,06 0,76 0,03 0,06 0,47 0,17 0,04
0.1 0,50 5,26 0,16 0,55 0,06 0,00 0,04 0,33 0,02 0,05 0,31 0,15 0,02
79
4.5 CONCENTRAÇÃO DE GASES ORIUNDOS DAS EMISSÕES VEICULARES
Tabela 4.5.1 Média aritmética e desvio padrão (entre parênteses) da concentração de CO2
nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf.
Data Túnel CO2 interno (ppm) CO2 externo (ppm)
13/08/2001 Jânio Quadros 448,3 (47,7) 396,1 (16,5)
10/10/2001 Maria Maluf 524,7 (42,7) 411,3 (12,9)
Nas Tabelas 4.5.2 e 4.5.3 são apresentadas as concentrações de CO, NOx e SO2,
medidas nesses túneis. As coletas foram realizadas em sacos de Tedlar e as análises nos
monitores contínuos da estação telemétrica da CETESB, localizada em Congonhas. Os sacos
de Tedlar foram envolvidos em plásticos pretos, para minimizar a incidência de radiação e
portanto as reações químicas no seu interior e levados imediatamente para análise. A base de
dados está apresentada no Apêndice D. Observa-se que a concentração média de CO, no
interior do túnel Maria Maluf, é ligeiramente maior que a concentração média de CO, no
interior do túnel Jânio Quadros (Tabelas 4.5.2a e 4.5.2b). Este resultado está de acordo com o
estudo do Funasaka et al. (1998), que mostraram através da análise de regressão multipla, que
o monóxido de carbono e CO2 originam-se tanto de veículos movidos à gasolina como os
movidos a diesel.
Observa-se que o valor da concentração de NOx, no túnel Maria Maluf, é 2,5 vezes
maior que o valor da concentração de NOx, no interior do túnel Jânio Quadros (Tabelas
4.5.3a e 4.5.3b), indicando a grande emissão de NOx por veículos movidos a diesel. Este
resultado está de acordo com o inventário oficial de emissão veicular. Os veículos leves
movidos a álcool ou gasool emitem treze vezes menos NOx que os veículos movidos à diesel,
Tabela 4.5.4 (Cetesb, 2000). O volume médio de tráfego (veículos por hora) para o período
de amostragem foi de 2591 veículos leves no túnel JQ, enquanto no túnel MM foi de 1384
veículos leves e 251 veículos pesados (considerando-se o sentido Imigrantes-Anchieta).
Assumindo a mesma velocidade média de tráfego nos dois túneis, espera-se que o valor da
concentração de NOx no túnel MM seja duas vezes maior que no túnel JQ, como é observado
nas medidas de NOx nesses túneis.Observa-se que as concentrações de SO2, nos dois túneis,
são muitos parecidas indicando que o SO2 é emitido por ambos veículos á diesel e gasolina.
Em resumo, observa-se que as concentrações dos gases (CO2, CO, NOx, e SO2), no
interior dos túneis, são maiores que as concentrações dos gases no ambiente externo dos
túneis (Tabela 4.5.2 e 4.5.3), como o esperado. Marr et al. (1999) ao estudarem a emissão
veicular experimental no túnel Caldecott (1,1 km de longitude), no norte de Califórnia,
obtiveram os mesmos resultados deste estudo para CO2 e CO.
Tabela 4.5.2a Medidas no interior do túnel Jânio Quadros. (desvio padrão entre parênteses)
Data e hora Túnel CO(ppm) NOx (ppb) SO2 (µg/m3)
Interior Interior Interior
13/08/01 Jânio 7,5(0,2) 408,3(6,3) 33,7(0,0)
(11:20-12:45) Quadros
13/08/01 Jânio 7,6(0,1) 437,6(1,6) 41,5(0,0)
(13:00-14:30) Quadros
Tabela 4.5.4 Fatores médios de emissão dos veículos em uso na RMSP em 2000
(Cetesb, 2001).
FONTE DE EMISSÃO FATOR DE EMISSÃO (g/km)
CO HC NOX SOX MP
FONTES DE EMISSÃO
Tubo de escapamento por tipo de veículos
Gasolina c1 13,1 1,3 0,8 0,16 0,08
Álcool 17,8 2,0 1,1 - -
Diesel2 17,8 2,9 13,0 0,43 0,81
Táxi 4,7 0,5 0,5 0,14 0,07
Motocicleta e similares 19,7 2,6 0,1 0,09 0,05
Emissão do cárter e evaporativa
Gasolina c1 - 2,0 - - -
Álcool - 1,5 - - -
Motocicleta e similares - 1,4 - - -
Pneus (todos os tipos) - - - - 0,07
1=gasolina c: gasolina contendo 22% de álcool anidro e 800 ppm de enxofre (massa)
MP= refere-se ao total de material particulado, sendo que as partículas inaláveis são uma
fração deste total.
CO=monóxido de carbono, HC=hidrocarbonetos totais, NOX= óxidos de nitrogênio, SOX = óxidos de enxofre
Os resultados obtidos de concentração dos poluentes nos túneis estão consistentes com
o inventário de emissão da CETESB, já que em função do número de veículos, considerando
a mesma velocidade média nos dois túneis, esperava-se o dobro da concentração de NOx no
túnel Maria Maluf, como o verificado.
Tabela 4.6.1. Fatores de emissão para elementos-traço na fase particulado fino (em mg/kg),
resultado da emissão por veículos leves. O desvio padrão médio entre
parenteses
Existe uma significativa emissão de enxofre e BC por veículos leves. Observa-se também a
significativa emissão de Al, Si e Cu.
Tabela 4.6.2 Fatores de emissão para os gases NOx e SO2 (em g/kg), resultado da emissão
por veículos leves. O desvio padrão médio entre parenteses
Gases Veículos leves
NOx 11,4 (0,06)
SO2 0,22 (0,05)
4
A Análise de Fatores (AF) foi aplicada aos elementos-traços do Material Particulado
Fino (MPF) amostrados em dois sítios durante a campanha experimental de 1999: no terraço
do edifício principal do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) e no teto da
torre de caixa d’água nas antigas instalações do IAG, no Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga (PEFI), no bairro da Água Funda.
A base de dados ficou composta por 19 variáveis: concentração de BC1, BC2, Al, Si,
P, S, Cl, K, Ca, Ti, V, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Br, Pb e MPF analisadas em 76 amostras, no
IFUSP. Já na estação da Água Funda a base de dados ficou composta por 18 variáveis: BC1,
BC2, Al, Si, P, S, Cl, K, Ca, Ti, V, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Br e MPF analisadas em 74 amostras,
coletadas com o AFG pelo GEPA.
5
Tabela 4.7.1 Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios padrões das variáveis
amostradas no IFUSP, pesos dos fatores da Análise de Fatores com rotação
VARIMAX e comunalidade (h2)
Variáveis* Média Valor Valor Desvio Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 h2
mínimo máximo Padrão
BC 7,3 0,6 26,3 4,5 0,47 0,14 0,52 0,15 0,64 0,94
Al 259,9 6,0 786,1 197,1 0,91 -0,09 -0,07 0,27 0,12 0,93
Si 399,0 17,9 1007,2 242,4 0,96 0,01 0,07 0,17 0,09 0,96
P 23,4 4,6 78,9 13,4 0,45 0,15 0,57 0,31 0,29 0,73
S 1856,8 157,4 10260,4 1767,8 -0,04 0,46 0,51 0,60 -0,31 0,93
Cl 54,6 8,1 197,8 35,3 0,20 0,27 -0,05 0,49 0,63 0,75
K 449,0 33,6 2123,2 379,3 0,65 0,02 0,12 0,67 0,22 0,93
Ca 141,6 12,2 371,8 88,7 0,93 0,06 0,06 -0,03 0,17 0,90
Ti 42,3 1,5 106,8 27,9 0,92 0,01 0,11 0,22 0,2 0,95
V 17,6 1,0 123,8 21,9 0,01 0,15 0,93 0,10 0,08 0,90
Mn 11,0 0,6 29,7 6,1 0,60 0,73 0,16 0,05 -0,07 0,93
Fe 402,0 18,9 925,6 214,8 0,88 0,27 0,24 0,16 0,18 0,96
Ni 9,7 0,5 66,9 11,4 0,04 0,20 0,91 0,12 0,09 0,89
Cu 11,8 0,6 33,1 6,4 0,37 0,57 0,38 0,09 0,47 0,84
Zn 103,6 4,4 369,2 69,9 -0,12 0,92 0,10 0,14 0,12 0,90
Br 11,4 2,5 46,1 7,5 0,26 0,21 0,17 0,87 0,22 0,95
Pb 35,9 2,4 94,9 21,4 0,0 0,79 0,37 0,28 0,31 0,94
MPF 34,4 4,1 135,8 23,9 0,48 0,23 0,46 0,63 0,23 0,94
6
O quarto fator (Fator 4), com altos pesos para Br, K, S e MPF, foi associado à fonte
sulfato secundário de acordo com Castanho (1999) que associou os altos pesos para S e FPM
à fonte sulfato. Entretanto na literatura tem-se também o Br e K associados à emissão
veicular, como por exemplo em Andrade (1993). Neste trabalho também foi observado o Br
nas emissões veiculares dos veículos leves no túnel Jânio Quadros, portanto também este fator
foi associado à fonte emissões veiculares.
O quinto fator (Fator 5), com altos pesos para os elementos BC, Cl e Cu foi associado
à fonte emissões veiculares. Castanho (1999), também associou os altos pesos para os
elementos BC e Cu à esse tipo de fonte, principalmente aqueles movidos à diesel.
As medidas realizadas nos túneis possibilitaram uma identificação mais precisa da
participação de elementos traços dessa fonte no ar ambiente. Do estudo realizado, pode-se
concluir por uma nova estimativa do impacto das fontes veiculares, com uma participação
significativa dessa fonte nas concentrações de material particulado fino na atmosfera de São
Paulo
7
Tabela 4.7.2a. Perfis das fontes (em ng/µg) para o Material Particulado Fino no IFUSP
Ressuspensão Indústrias + Óleo Emissões Emissões
Do solo Emissões Combustível veiculares + Veiculares
veiculares sulfato
BC 184,4 54,9 203,9 58,8 251,0
Al 19,8 0,0 0 4,5 5,4
Si 25,8 0,6 2 3,5 5
P 0,5 0,4 0,7 0,3 0,7
S 0 163,9 90,9 78,1 0
Cl 0,7 1,8 0 1,2 4,3
K 20,5 1,3 4 16,1 14,5
Ca 8,7 12,3 0,6 0 3,3
Ti 2,7 0,1 0,3 0,5 1,2
V 0 0,6 1,8 0,1 0,3
Mn 0,4 1,0 0,1 0 0
Fe 20,7 13,3 5,9 2,9 8,8
Ni 0 0,4 0,9 0,1 0,2
Cu 0,2 0,7 0,2 0 0,6
Zn 0 12,9 0,7 0,7 1,7
Br 0,2 0,3 0,1 0,4 0,3
Pb 0 3,5 0,8 0,5 1,4
Esses resultados são apresentados, também, em forma gráfica na figura 4.7.1. Outro
procedimento para obtenção das assinaturas das fontes foi utilizado com o objetivo de obter a
participação em massa das fontes identificadas. Os resultados estão apresentados no Apêndice
E, o procedimento está descrito no item 2.5 (Metodologia).
8
(a)
Fonte 1
100
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V M n Fe Ni Cu Zn Br Pb
Elem entos
(b)
Fonte 2
100
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V Mn Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
(c)
Fonte 3
100
10
1
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V Mn Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
Figura 4.7.1. Perfis das fontes calculadas para o MPF, no IFUSP: (a) ressuspensão do solo
(fonte 1), (b) indústrias e veículos (fonte 2), (c) óleo combustível (fonte 3), (d) veículos e
sulfato (fonte 4), e (e) veículos (fonte 5).
9
(d)
Fonte 4
100
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V Mn Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
(e)
100 Fonte 5
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V Mn Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
Figura 4.7.1. continuação (d-e)
10
Tabela 4.7.3 Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios-padrões das variáveis
amostradas na Água Funda, pesos dos fatores da Análise de Fatores com
rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Variáveis Média Mínimo Máximo Desvio Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 h2
Padrão
BC1* 7,2 0,9 20,0 4,4 0,41 0,19 0,50 0,67 0,90
BC2* 7,1 0,7 23,1 4,8 0,42 0,14 0,51 0,66 0,89
Al 291,9 36,8 821,9 215,4 0,90 -0,09 -0,03 0,36 0,95
Si 440,2 21,6 993,6 260,1 0,93 0,08 0,12 0,26 0,95
P 24,6 7,3 72,8 12,4 0,33 0,60 0,21 0,48 0,74
S 2280,7 126,2 11291,4 2020,6 -0,12 0,87 -0,08 0,18 0,81
Cl 91,1 5,0 381,7 82,1 0,05 0,09 0,82 0,28 0,76
K 521,1 25,1 1720,4 368,3 0,55 0,12 0,04 0,76 0,90
Ca 139,9 9,6 354,4 81,4 0,89 0,09 0,21 0,18 0,88
Ti 47,6 2,7 121,8 29,5 0,90 0,06 0,09 0,35 0,94
V 13,7 0,08 57,21 10,9 0,09 0,89 0,33 0,08 0,92
Mn 19,5 1,2 71,6 13,1 0,37 0,32 0,76 0,02 0,82
Fe 492,9 19,1 1128,4 270,8 0,85 0,18 0,36 0,23 0,94
Ni 8,2 0,64 31,5 5,9 0,13 0,81 0,41 0,11 0,85
Cu 14,9 0,6 49,7 9,3 0,29 0,08 0,67 0,35 0,66
Zn 206,1 5,8 794,9 181,5 -0,05 0,20 0,91 0,05 0,87
Br 15,2 ,0 58,5 10,1 0,29 0,19 0,23 0,80 0,81
MPF* 38,6 5,5 121,8 24,4 0,48 0,48 0,15 0,69 0,96
11
alto peso para o elemento K que foi relacionado à fonte vegetação também abundante
na região de observação.
Tabela 4.7.4 Perfis das fontes (em ng/µg) para o material particulado fino amostrado no
PEFI.
Ressuspensão do solo Óleo combustível Emissões industriais Emissões veiculares
+ + +
vegetação Emissões veiculares vegetação
12
No período de 1983 à 1984 (inverno de 1983, verão de 1984 e inverno de 1984), foram
realizadas campanhas de amostragem no IFUSP, utilizando o Amostrador de Particulado Fino
e Grosso (AFG), pelo Grupo de Estudo de Poluição do Ar (GEPA), do Instituto de Física da
USP. As fontes identificadas por Andrade (1986) são apresentadas nas Tabelas 4.8.1, para o
Material Particulado Fino (MPF), e 4.8.2, para o Material Particulado Grosso (MPG).
Tabela 4.8.1 Fontes identificadas e sua participação no MPF amostrada no IFUSP, em 1983-
1984 (Andrade,1986).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação das fontes (%)
F1 Na e Zn Queima de derivados de petróleo 43.9
F2 Ti Solo 17.1
F3 Mn e K Metalurgia 31.4
F4 V Queima de óleo combustível 5.7
F5 Cu Queima de derivados de petróleo 2.9
Tabela 4.8.3 Fontes identificadas e sua participação no MPF, em 1986 (Andrade, 1993)
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Al, Si, Ca, Ti e Solo 27,4 Con formato: Italiano (Italia)
Fe
F2 V e Ni Queima de óleo combustível 19,2
F3 Mn e K Não identificada 4,1
F4 S, Pb e Br Emissão veicular 34,5
F5 Zn , Cu e Pb Fundições 9,8
13
Tabela 4.8.4 Fontes identificadas para o MPG amostrado no IFUSP em 1986 (Andrade,
1993).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação das fontes (%)
F1 Al, Si, K, Ca, Ti e Fe Ressuspensão do solo 56,9 Con formato: Italiano (Italia)
F2 V, Ni, P, K, Ca, Sr e Zr Queima de óleo 21,8
combustível
F3 Mn e Cu Industriais 9,8
F4 Na e Cl Marinha 3,6
14
Tabela 4.8.7 Fontes identificadas e sua participação para o MPF, em 1994 (Sánchez- Ccoyllo
& Andrade, 2001).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Cu e BC Veículos leves 35,5
Pb e Zn Incineradores
F2 Ca e Ti Solo 21,7
K e Br Vegetação
F3 S, V e Ni Queima de óleo 42,8
combustível
Tabela 4.8.8 Fontes identificadas para o MPF, amostrados na FMUSP, em 1997 (Castanho &
Artaxo, 2001).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Al, Si, Ca, Ti e Fe Ressuspensão do solo 20 Con formato: Italiano (Italia)
F2 Cu, Bc e Pb Emissões veiculares 28
F3 S, MPF e K Sulfatos 23
F4 V e Ni Queima de óleo 18
combustível
F5 Zn, Pb e Mn Emissões industriais 5
F6 Ti, Ca, Mn e Fe Ressuspensão do solo 5
15
Tabela 4.8.11 Fontes identificadas para o MPG, amostrado no IFUSP, no verão de
1998 (Castanho, 1999).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Pb, Zn, S e Cu Emissões industriais 16
F2 Fe, Ti e Ca Ressuspensão de solo 49
F3 P Não identificada 29
F4 Cl Não identificada 6
Tabela 4.8.12 Fontes identificadas para o MPF, amostrado no IFUSP, no inverno de 1999
(este trabalho).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Al, Si ,Ca, Ti e Fe Ressuspensão do solo 38,8 Con formato: Italiano (Italia)
F2 Mn, Zn e Pb Emissões industriais 21,0
Cu Emissões veiculares
F3 V e Ni Queima de óleo combustível 11,7
F4 Br Emissões veiculares 16,6
S e MPF Sulfato
F5 BC, Cl e Cu Emissões veiculares 13,2
Tabela 4.8.13. Fontes identificadas para o MPF, amostrados no PEFI, no inverno de 1999
(este trabalho).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação das fontes (%)
F1 Fe,Ti,Ca,Si e Al Ressuspensão do solo 27,4 Con formato: Italiano (Italia)
F2 V,Ni e S Queima de óleo combustível + 24,8
P Vegetação
F3 Zn e Mn Emissões industriais + 30,5 Con formato: Italiano (Italia)
Cu, Cl e BC Emissões veiculares
F4 Br, BC e MPF Emissões veiculares + 30,9
K Vegetação
16
Nesta seção serão apresentados resultados obtidos a partir das amostragens de
distribuição de massa por tamanho do aerossol, obtidos por meio do uso do Impactador em
Cascata MOUDI.
17
Tabela 4.10.1 Autovalores, variância explicada pela Análise de Fatores, dos dados de MPF
do MOUDI, antes da rotação VARIMX.
Fator Autovalor Variância explicada Variância explicada
Acumulada
1 5,58 34,85 34,85
2 3,66 22,87 57,72
3 1,37 8,55 66,27
4 1,19 7,44 73,71
5 0,92 5,75 79,47
6 0,61 3,84 83,31
18
Si S
500
400
300 300
3
ng/m
200
200
3
ng/m
100
100
0
0 .1 0.32 0.56 1 1.8
0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 diâmetro ( µ m)
diâm etro( µ m)
Cl K
70
25 60
20 50
40
3
15
3
ng/m
30
ng/m
10 20
5 10
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
Ca Ti
20
80
16
60
12
3
40
ng/m
ng/m
8
20 4
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
V Fe
4 200
3 150
3
3
100
ng/m
2
ng/m
1 50
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0 .1 0.32 0.56 1 1.8
diâmetro( µ m) diâmetro( µ m)
Ni Cu
4 8
3 6
3
3
2 4
ng/m
ng/m
1 2
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
diâmetro( µ m) diâmetro( µ m)
19
Zn Pb
40 12
30 8
3
ng/m
3
20
ng/m
4
10
0
0 0.1 0.32 0.56 1 1.8
0.1 0.32 0.56 1 1.8
diâmetro ( µ m)
diâm etro( µ m )
Mn FPM
10
6 8
6
4
3
3
ng/m
ng/m
4
2 2
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
diâmetro ( µ m) diâmetro ( µ m)
+ 2-
NH 4 SO 4
0,8 1,0
0,6 0,8
0,6
3
0,4
µ g/m
µ g/m
0,4
0,2
0,2
0,0 0,0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
20
Tabela 4.10.2 Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios-padrões (em ng/m3)
das variáveis amostradas no DCAUSP, pesos dos fatores da Análise de Fatores
com rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Variá- N Média Mínimo Máximo Desvio Fator Fator Fator Fator Fator h2
veis Padrão 1 2 3 4 5
Si 71 191,4 9,2 792,7 208,1 0,87 -0,20 0,10 0,07 0,05 0,82
S 70 326,2 32,5 818,3 226,2 -0,21 0,86 0,06 0,09 0,09 0,80
Cl 66 21,0 2,1 60,6 13,4 0,10 -0,51 -0,10 0,46 0,37 0,63
K 65 68,2 7,2 171,3 38,5 0,08 0,04 0,90 0,13 0,01 0,84
Ca 55 48,1 1,9 194,5 54,0 0,89 -0,16 0,06 0,19 0,18 0,88
Ti 52 12,7 1,0 51,3 12,8 0,89 -0,14 0,04 0,16 -0,02 0,84
V 60 4,4 0,5 14,0 3,4 0,08 0,22 0,20 0,87 0,05 0,86
Fe 68 121,4 5,0 457,9 115,5 0,88 -0,14 -0,01 0,12 0,26 0,88
Ni 69 3,1 0,5 8,1 2,2 0,39 -0,02 0,20 0,79 0,08 0,81
Cu 72 6,2 0,9 15,8 4,2 0,45 -0,07 0,39 0,49 0,33 0,71
Zn 67 40,2 9,4 95,5 18,7 0,20 0,08 0,03 0,13 0,87 0,82
Pb 72 10,7 0,6 24,6 6,3 -0,22 0,50 0,45 0,36 0,26 0,71
Mn 73 4,8 0,3 11,5 3,0 0,57 -0,16 0,16 0,02 0,56 0,69
*FPM 68 9,2 0,7 20,0 4,7 0,12 0,18 0,86 0,16 0,03 0,81
*SO42- 63 0,5 0,0 1,6 0,4 -0,13 0,84 0,12 0,03 -0,14 0,76
*NH4+ 66 0,8 0,1 2,1 0,6 -0,16 0,91 0,04 0,02 0,04 0,86
22
4.11 IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES REMOTAS UTILIZANDO A ANÁLISE DE
TRAJETÓRIAS
O modelo RAMS, na versão 4.3, foi rodado numa máquina IBM, no IAGUSP, na sua
forma não hidrostática, anelástica e com esquema numérico híbrido que permite o uso de
passos de tempo mais longos (Walko et al., 2000; Silva Dias & Machado, 1997). Foram
utilizadas duas grades tridimensionais aninhadas, sendo uma de menor resolução (64 km), a
grade principal, uma segunda grade de resolução fina (16 km), aninhada na primeira. A
aplicação de grades aninhadas possibilita representar um domínio pequeno dentro de um
maior (Pielke et al., 1992). Existe a interação entre as grades na qual as grades mais grossas
fornecem as informações de grande escala para as grades aninhadas e, da mesma forma, as
informações simuladas nas grades de maior resolução são transferidas e afetam o ambiente de
escala maior das grades mais grossas (Menezes, 1997; Tremback & Walko, 2002 ). A grade
grossa (grade 1) foi rodada entre as longitudes de 73,5° W e 32° W e entre as latitudes de
3,5° S e 40,0° S. Neste caso, a grade horizontal do modelo RAMS possui 75 pontos na
direção leste-oeste, 68 pontos na direção norte-sul, e é centrada em 23,6° S e 53° W. O
domínio para grade 2 ficou limitado pelas longitudes (49,5°W e 42,3°W) e pelas latitudes
(22°S e 26,1°S). Essa grade horizontal do modelo RAMS constituí-se de 46 pontos na
direção leste-oeste, 38 pontos na direção norte-sul, e é centrada em 23,6°S e 46,4°W.
Na resolução vertical têm-se 32 níveis para as duas grades com
resolução telescópica. Inicia-se com um espaçamento vertical (∆z) mínimo de 90 m no
primeiro nível próximo à superfície, que logo é sucessivamente incrementado pelo fator 1,2
até atingir a altura de 1000 m acima do solo. A partir desse nível mantém-se constante a
resolução vertical até o topo do modelo. Essas características apresentam-se resumidas nas
Tabelas 9.11.1 e 9.11.2.
O passo de tempo (∆t) usado nas integrações é apresentado na tabela acima. O valor
foi escolhido de modo a satisfazer o critério de estabilidade de Courant Friedrichs Lewy
(CFL) (Haltiner e Williams, 1980). Esta, conhecida como “condição CFL”, pode ser escrita
como segue:
cmax ∆t < 1
∆x
onde C max representa a propagação de ondas de gravidade associados ao modo externo
(velocidade de fase da ordem de 300 m/s) ou a velocidade de propagação das ondas sonoras
(velocidade aproximada de 340 m/s). ∆x representa a resolução horizontal. Uma descrição
mais detalhada a respeito da condição CFL pode ser encontrada em Ibañez (1995).
Os esquemas de parametrização contidos no código do modelo, que foram ativados
neste estudo com espaçamento de 64 km e 16 km na direção x e y, foram: parametrização de
radiação solar e terrestre ( tipo 3, desenvolvido por Harrington, 1997); modelo de solo
/vegetação (tipo de vegetação árvore com folha larga e persistente, Tremback & Kesller,
1985); parametrização de turbulência deformação anisotrópica na direção horizontal
(Smagorinsky, 1963), o esquema de fechamento de segunda ordem de Mellor & Yamada
(1982) na vertical, que utiliza a energia cinética turbulenta; parametrização de microfísica de
nuvens para todas as fases de água (vapor, líquida e gelo) (Meyers et al., 1997);
parametrização de convecção úmida do tipo Kuo (Tremback, 1990).
O cálculo das trajetórias, descrito no item 2.6 (Capítulo II da metodologia) para o
período de junho a agosto de 1999 foi realizado a partir do campo do vento simulado com
resolução horizontal de 64 km (grade 1). Exemplos dessas trajetórias são apresentados nas
Figuras 4.11.1 a 4.11.3
24
Figura 4.11.1 Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 1 à 15 de junho de 1999, às
00 UTC chegando a 100 m acima da superfície. A escala de cores representa a altura acima
do nível do mar (m) da parcela de ar e cada ponto negro sobre a trajetória indica cada 24
horas de integração referente à trajetória.
25
Figura 4.11.3 Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 16 à 30 de junho de 1999,
às 12 UTC atingindo a 100 m acima da superfície. A escala de cores representa a altura acima
do nível do mar (m) da parcela de ar e cada ponto negro sobre a trajetória indica cada 24
horas de integração referente à trajetória.
Tabela 4.11.2a Freqüência de ocorrência das trajetórias, segundo suas origens, no inverno de
1999.
ORIGEM DA TRAJETÓRIA OCORRÊNCIA
Período NE SE SW NW N0 de casos
Junho 79 8 61 152 300
Julho 109 41 40 120 310
Agosto 99 60 69 67 295
Total 287 109 170 339 905
Porcentagem 32% 12% 19% 37%
26
Do total de 905 trajetórias, foram identificados 74 dias-núcleo conforme descrito no
item 2.7. Os horários das 00 UTC ou 12 UTC, em que as trajetórias eram provenientes de uma
única direção, foram denominados como dias- núcleo. As datas destes dias-núcleo estão no
apêndice F. Para cada dado destes dias-núcleo, as análises das trajetórias estão no Apêndice
G.
Considerando ambos horários 00 e 12 UTC, em 8% dos dias-núcleo as trajetórias
originaram-se do quadrante SE, 19% do quadrante SW, 42% do quadrante NW e 31% do
quadrante NE (Tabela 4.11.2b e Figura 4.11.4b).
Tabela 4.11.2b Número de ocorrência de dias classificados como dias-núcleo das trajetórias
de chegada considerando ambos horários (00 e 12 UTC), no inverno de 1999.
Período NE SE SW NW N0 de casos
Junho 6 0 8 14 28
Julho 7 4 3 12 26
Agosto 10 2 3 5 20
Total 23 6 14 31 74
Porcentagem 31% 8.% 19% 42%
27
Estes dias-núcleo considerados separadamente para as 00 e 12 UTC foram analisados
com relação à concentração de O3 (Figura 4.11.6), CO (Figura 4.11.7) e material particulado
inalável (Figura 4.11.8). Para cada evento dos dias-núcleo (Apêndice F) foram calculadas
médias de concentrações de O3, CO e material particulado inalável, utilizando-se 5 horários (2
horários antes, o mesmo horário e 2 horários depois em relação aos horários das 00 e/ou 12
UTC). Esses valores médios das concentrações destes poluentes são mostrados no Apêndice
H. Finalmente, as concentrações médias de O3, CO e PM10 correlacionadas com as trajetórias
foram as obtidas a partir das médias dos 5 horários acima descritos. Essas concentrações
médias de O3, CO e PM10 são mostradas nas Tabelas 4.11.4a à 4.11.6 e nas Tabelas 4.11.7 e
4.11.8, abaixo.
As análises das trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, durante o inverno de 1999
sugerem que os precursores de ozônio, assim como o próprio ozônio, têm uma tendência de
apresentar concentrações mais elevadas quando as trajetórias são de NE. Esse efeito é
observado de forma mais evidente nas estações de São Miguel Paulista e São Caetano do Sul
às 00 UTC (Tabela 4.11.4a e Figura 4.11.6a). Como a estação de São Miguel Paulista está
localizada à NE da RMSP, pode-se observar o sinal do transporte do ozônio ou de seus
precursores produzidos no Vale do Paraíba. Nas demais estações de monitoramento na
RMSP, fica mais evidente o processo de mistura com as fontes locais.
O mesmo comportamento ocorre nas estações São Miguel Paulista, São Caetano do
Sul e Moóca às 12 UTC (Tabela 4.11.4b e Figura 4.11.6b). Nas demais estações predominam
fontes locais.
Para ambos horários 00 e 12 UTC, nas trajetórias NE, SE, SW e NW não foi
observada a presença de transporte de CO de longa distância, na RMSP. Portanto,
predominam as fontes locais, isto é, as emissões das fontes veiculares. (Tabela 4.11.5 e
4.11.6, Figura 4.11.7).
Tabela 4.11.4a Concentrações médias de ozônio e desvios padrões (em µg/m3) medidas para
diferentes tipos de trajetória, às 0000UTC.
S.M.Paulista S.Caetano S P.D. Pedro Osasco Ibirapuera Moóca
NE 39,7(22,7) 28,9(18,1) 13,2(5,6) 7,8(4,6) 48,1(31,9) 18,1(15,1)
SE 18,4(14,4) 19,3(14,2) 5,3(5) 7,9(2,9) 50,9(34,7) 25,2(14,9)
SW 30,2(12) 19,6(10,9) 15,1(4,8) 9,5(3,7) 57,8(37,7) 15,6(10,5)
NW 18,5(8,6) 14,3(10,9) 13,2(8,3) 9,1(3) 28,0(25,4) 11,9(10,6)
Tabela 4.11.5 Concentrações médias de CO e desvios padrões (em ppm) medidas para
diferentes tipos de trajetórias, às 0000UTC
P.D. S. Lapa Congonhas C. César Centro Ibirapuera
Pedro Caetano S
NE 3,1(2) 2,8(1,9) 4,0 (2,9) 4,8(2,2) 2,7(1,7) 4,0(2,6) 2,2(1,6)
SE 2,1(0,9) 2,5(0,9) 2,0(0,8) 3,8(0,9) 2,5(0,6) 2,9(1,1) 1,6(0,6)
SW 1,5(1) 1,4(0,9) 1,7(1,6) 3,2(1,3) 2,0(1,6) 2,5(1,5) 1,2(1)
NW 2,3(0,8) 2,1(1,2) 2,4(1,6) 3,5(1,1) 2,4(1,1) 2,7(1) 1,5(0,8)
Tabela 4.11.6 Concentrações médias de CO e desvios padrões (em ppm) medidas para
diferentes tipos de trajetórias, às 1200 UTC.
P. D. Pedro S. Caetano Lapa Congonhas C. César Centro Ibirapuera
S
NE 1,8(1,1) 1,8 (1,1) 2,5 (1,8) 3,2(2) 2,3 (1,2) 2,1 (0,8) 1,2 (0,8)
SE 1,6(0,6) 1,7 (0,7) 2,2 (1,1) 2,0 (0,9) 3,0 (1,1) 2,0 (0,5) 1,2 (0,5)
SW 2,2(1,3) 1,8(1) 2,8 (1,4) 4,0 (2,1) 3,1 (1,6) 2,7 (1,2) 1,8 (1,3)
NW 1,9(1,3) 1,9 (1,5) 2,4 (1,5) 3,4 (1,8) 2,6 (1,4) 2,6 (1,2) 1,4 (1,1)
29
(a)
(b)
Figura 4.11.4. Freqüência de ocorrência de tipos de trajetórias: (a) todas as trajetórias (b)
para dias-núcleo considerando juntamente os horários de 00 e 12 UTC.
30
(a)
(b)
Figura 4.11.5. Classificação segundo a origem das trajetórias para os dias-núcleo: (a) às 00
UTC e (b) às 12 UTC.
(a)
31
SMP
SCS
80 PDP
Osasco
70
Ibira
60 Moóca
50
o3(µg/m )
3
40
30
20
10
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
(b)
SMP
SCS
50 PDP
Osasco
40
Ibira
Moóca
O3(µg/m )
30
3
20
10
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
Figura 4.11.6. Concentração média de ozônio para os dias-núcleo (a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC.
As barras indicam o desvio padrão.
(a)
32
PDP
SCS
8 Lapa
Congo
concentração de CO(ppm)
7
Cesar
6 Centro
Ibira
5
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
(b)
PDP
SCS
8 Lapa
Congo
concentração de CO (ppm)
7
Cesar
6 Centro
Ibira
5
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
Figura 4.11.7. Concentração média de CO para os dias-núcleo: (a) às 00 UTC e (b) às 12
UTC. As barras indicam o desvio padrão.
33
4.11.3. IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES REMOTAS UTILIZANDO OS AEROSSÓIS
ATMOSFÉRICOS MEDIDOS EM SÃO PAULO
Tabela 4.11.7. Concentração média de PM10 (em µg/m3) medida e respectivo desvio padrão
(entre parênteses) para diferentes classes de trajetórias às 00UTC.
Cambuci Santana Diadema N. Senhora Ó Penha
NE 65 (31) 70 (28) 50 (38) 74 (40) 68 (29)
SE 42 (25) 73 (14) 34 (10) 56 (34) 51 (18)
SW 38 (16) 58 (16) 19 (12) 51 (37) 37 (19)
NW 44 (19) 59 (19) 31 (17) 45 (27) 48 (30)
Tabela 4.11.8. Concentração média de PM10 (em µg/m3) medida e desvio padrão (entre
parênteses) para diferentes classes de trajetórias às 1200 UTC
Cambuci Santana Diadema N. Senhora Ó Penha
NE 55 (33) 70 (20) 42 (28) 50 (29) 52 (26)
SE 53 (14) 73 (0.5) 36 (10) 63 (6) 40 (15)
SW 51 (23) 69 (13) 44 (24) 52 (17) 49 (25)
NW 46 (37) 53 (15) 41 (38) 48 (31) 40 (24)
34
(a)
Cambuci
Santana
120 Diadema
Nsenhora
100 Penha
80
PM10 (µg/m )
3
60
40
20
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
(b)
Cam buci
Santana
100 Diadema
Nsenhora
80 Penha
PM 10 ( µ g/m )
60
3
40
20
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
Figura 4.11.8. Concentração média de massa do material particulado (PM10) para os dias-
núcleo (a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC. As barras indicam o desvio padrão.
35
A análise descrita nestas seções refere-se a um estudo climatológico, relacionada com
valores médios. A seguir são apresentados estudos de caso para períodos com ocorrência de
alta concentração de poluentes. Para esses casos foi utilizada uma melhor resolução na
modelagem com o modelo atmosférico RAMS.
36
4.12. ESTUDO DE CASO: TRAJETÓRIAS DE PARCELAS DE AR COM ALTA
RESOLUÇÃO EM SÃO PAULO
A versão do modelo RAMS utilizada neste estudo de caso foi a versão 4a, paralela
(Pielke et al., 1992). Neste estudo de caso foram utilizados dois tipos de espaçamento na
direção x e y: resolução de 20 km na malha grossa e resolução de 5 km na malha fina.
Os esquemas de parametrização contidos no código do modelo que foram ativados
neste estudo de caso foram: parametrização de radiação solar e terrestre (tipo 1, Chen e
Cotton); parametrização de solo e vegetação (tipo de solo: franco argiloso arenoso e tipo de
vegetação: árvore com folha larga e persistente, Tremback, 1985); parametrização de
turbulência (deformação anisotrópica, Smagorinsky, 1963); parametrização de microfísica de
nuvens (para as substância de água em várias formas: gotículas de nuvens, chuva, gelo
primário, neve, agregados, granizo e graupel, tipo 3, Flatau et al., 1989); parametrização de
convecção úmida do tipo Kuo (Kuo, 1974). Os pontos de grade de baixa resolução, próximos
às fronteiras, sofrem influência das análises em pontos de grade do CPTEC (1.875° de
resolução), na forma de um termo de decaimento exponencial com escala temporal de 3600 s.
Este termo de decaimento é máximo na fronteira e anula-se a uma distância de
aproximadamente 5 pontos de grade da fronteira (100 km). A inicialização do modelo foi
realizada também com assimilação em pontos de grade, das informações provenientes da
análise global fornecida pelo CPTEC na resolução de 1.875°.
A grade de resolução grosseira foi localizada entre longitudes 57° W e 42.5° W e
latitudes 19,2° S e 27,3° S. Neste caso a grade horizontal do modelo do RAMS possui 82
pontos na direção leste-oeste, 46 pontos na direção norte-sul, e foi centrada em 23,5° S e 50°
W (Figura 14.2.1a). A grade de resolução fina foi rodada para longitudes entre 48,4° W e
44,8° W e latitudes 22,2° S e 24,5° S. Essa grade horizontal utiliza 74 pontos na direção
leste-oeste, e 54 pontos na direção norte-sul, centrada em 23°33′ S e 46°39′ W (Figura
14.2.1b). Na Figura 14.2.1 são apresentadas ainda a distribuição das grades e a respectiva
topografia. Neste estudo de caso as trajetórias de parcelas de ar foram calculadas com base no
vento simulado com resolução horizontal de 5 km, descrito no item 4.12.2 abaixo.
37
(a) resolução de 20 km
(b) resolução de 5 km
Figura 14.2.1 Distribuição das grades e a respectiva topografia. A sigla SP sobre a mapa
indica a cidade de São Paulo.
38
4.12.2 TRAJETÓRIAS DE PARCELAS DE AR NO PERÍODO INTENSIVO DO MPASP
Alguns eventos de concentração de poluentes foram estudados com mais detalhe para
avaliação da origem de suas fontes. São apresentadas as análises das trajetórias de chegada
(backward trajectories) na cidade de São Paulo (SP), de parcelas de ar que chegam a 200 m
acima da superfície, com a finalidade de se avaliar a origem das massas de ar sobre SP, no
período de 25 de julho à 12 de agosto de 1999 (vide Figura 4.12.2-4.12.4). A escala de cores
representa a altura do nível do mar (em m) da parcela de ar e cada ponto negro sobre a
trajetória representa 6 horas de integração. Análises de trajetórias podem ser utilizadas para
indicarem o transporte de poluentes (Harrison et al., 2000).
A Figura 4.12.2a apresenta a trajetória da parcela de ar atingindo 200 m acima da
cidade de São Paulo, no dia 25/07/99 às 18 HL. A origem de parcela do ar estava
localizada na cidade de São Roque, que em seguida deslocou-se na direção leste (E)
atingindo SP. Nesse dia ocorreu baixa concentração de CO na RMSP. A Figura 4.12.2b
apresenta a trajetória de chegada da massa de ar em SP, no dia 26/07/99 às 15 HL, onde
podemos observar que a origem desta parcela localizava-se próxima à cidade de
Campinas, e que depois atingiu SP com direção NW. Dessa forma o CO gerado por
queimadas pode ter sido transportado até SP, contribuindo para o valor mais elevado de
concentração desse composto (Figura 4.12.5). A Figura 4.12.2c apresenta a trajetória de
chegada em SP, para o dia 27/07/99 às 03 HL. Observa-se que a origem da parcela do
ar que atinge SP é também a cidade de Campinas. A parcela de ar que chegou a SP, teve
origem em 1000 m acima da superfície (6 horas antes de chegar à SP), deslocou-se,
então, na direção SE. Duas horas antes dessa parcela chegar à SP tinha uma altura de
300 m acima da superfície, enquanto nesse dia 27/07/99 às 01 HL a altura da camada
limite noturna (CLN) tinha o valor de 400 m. Quando essa parcela atingiu SP com
direção NW a 200 m acima da superfície, a altura da camada limite noturna medida pelo
SODAR Doppler era o valor de 300 m. O fato das trajetórias de chegada estarem dentro
da CLN, pode ser indicativo de transporte de gases e aerossóis gerados pelas queimadas
de cana-de-açúcar em Campinas, para a SP. O dia 27/07 foi caracterizado por uma
condição sinótica pré-frontal em SP.
A Figura 4.12.2d apresenta a trajetória da parcela de ar, chegando à cidade de SP no
dia 28/07/99 às 18 HL. Observa-se que essa parcela tem sua origem 6 horas antes sobre o
Oceano Atlântico a 200 metros acima da superfície. Esta parcela inicialmente desloca-se em
direção a Cubatão. Depois a parcela de ar chegou à cidade de SP com direção SE.
39
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
Figura 4.12.2. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, atingindo 200 m acima
da superfície (a) 25/07 às 18 HL, (b) 26/07 às 15 HL, (c) 27/07 às 03 HL, (d) 28/07 às 18 HL,
(e) 29/07 às 18 HL, (f) 30/07 às 18 HL, (g) 31/07 às 12 HL e (h) 02/08 às 18 HL. A escala de
cores representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
40
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
Figura 4.12.3. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, atingindo 200 m acima
da superfície: (a) 03/08 às 18 HL, (b) 04/08 às 12 HL, (c) 05/08 às 18 HL, (d) 06/08 às 15 HL,
(e) 07/08 às 09 HL, (f) 08/08 às 09 HL, (g) 09/08 às 12 HL e (h) 10/08 às 21 HL. A escala de
cores representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
41
(a) (b)
Figura 4.12.4. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999 atingindo 200 m acima
da superfície: (a) 11/08 às 15 HL, (b) 12/08 às 18 HL. A escala de cores representa a altura
acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a trajetória, 6 horas de
integração referente à trajetória.
A Figura 4.12.3a apresenta uma trajetória de chegada em SP, também com direção de
SE, no dia 3 de agosto às 18 HL. A Figura 4.12.3c apresenta a trajetória de parcela de ar que
atinge a RMSP, 200 m acima da superfície, no dia 5 de agosto às 18 HL após 6 horas. Nesta
figura observa-se que a parcela de ar que chega para RMSP tem sua origem sobre o Oceano
Atlântico a 200 metros da superfície. Esta parcela inicialmente deslocou-se em direção a
Cubatão. Em seguida chega na RMSP com direção SE, indicando um eventual transporte para
a RMSP dos poluentes gerados na região de Cubatão. No dia 5/08 (estudado com mais detalhe
no item 4.12.3 abaixo), a RMSP, estava sob influência da Alta Subtropical do Atlântico Sul
(ASAS), quando ocorreu um evento de valor elevado de CO, na estação de Osasco (Figura
4.12.5). Nesse dia a Frente Fria (FF) estava sobre ao norte da Argentina. A Figura 4.12.3d
apresenta a trajetória de chegada em SP, para o dia 6 de agosto às 15 HL, quando, também, a
RMSP sofria a influência da ASAS. Nesse dia a FF estava no Uruguai. Na Figura 4.12.3e é
apresentada a trajetória de chegada na cidade de São Paulo no dia 07/08/99 às 09 HL, quando
a origem dessa parcela estava situada na cidade de Campinas. Essa parcela de ar que atingiu
SP, origina-se a 500 m acima da superfície, sendo a altura da CM nesse dia às 09 HL era o
valor de 900 m. Essa parcela inicialmente deslocou-se na direção SE depois atingiu SP com
direção NW, e assim, mais uma vez, indicando que os poluentes gerados pelas queimadas
podem ter sido transportados até SP. Entretanto, no dia 7 de agosto, ocorreram três sistemas
sinóticos: ASAS às 00 UTC, Pré-frontal às 12 UTC, e Frente fria (Figura 4.12.6b), com forte
velocidade do vento próximo à superfície. Na Figura 4.12.3f é apresentada a trajetória de
chegada em SP, no dia 8 de agosto às 09 HL. Nessa Figura observa-se uma frente fria,
caracterizando a RMSP com uma condição sinótica de FF com forte velocidade do vento, e
portanto, os poluentes ficaram com baixas concentrações (vide Figura 4.12.5). No período de
42
09/08/99, às 00 UTC até 10/08/99 às 1200 UTC, a RMSP estava com uma condição sinótica
Pós-frontal (Tabela 4.12.6), influenciando São Paulo com vento de SE (Figura 4.12.6c) e o
CO apresentou baixa concentração (Figura 4.12.5). A Figura 4.12.3h apresenta a trajetória de
chegada a SP no dia 10/08/99 às 21 HL, com a parcela de ar que atingiu SP vindo da direção
NW, oriunda da cidade de Campinas. Nesse dia, ocorreu um valor elevado da concentração de
CO e houve, na RMSP, a Alta Subtropical do Atlântico Sul, com velocidade do vento fraca,
dificultando a dispersão dos poluentes.
A Figura 4.12.4 apresenta a trajetória de parcela de ar de chegada em SP a 200 m
acima da superfície no dia 11 de agosto às 15 HL (Figura 4.12.4a) e 12 de agosto (Figura
4.12.4b) às 18 HL, onde observa-se circulação anticiclônica devido a presença da ASAS.
Nesses dias, a RMSP estava sob a influência de uma condição sinótica associada à ASAS
(Figura 4.12.6d), com velocidade fraca do vento e ausência de precipitação, desfavorecendo a
dispersão dos poluentes e assim, nesse período ocorreram altas concentrações de CO (Figura
4.12.5).
43
12
CO (ppm) -Lapa
0
48 96 144 192 240 288 336 384 432 480
18
CO (ppm) - Congonhas
9
0
48 96 144 192 240 288 336 384 432 480
16
CO (ppm)- Ibirapuera
0
48 96 144 192 240 288 336 384 432 480
12
CO (ppm) – Cerqueira Cesar
0
48 96 144 192 240 288 336 384 432 480
12
CO (ppm) - Osasco
0
48 96 144 192 240 288 336 384 432 480
16
CO (ppm) – Parque D. Pedro II
0
48 96 144 192 240 288 336 384 432 480
20
CO (ppm)- Centro
10
0
25 27
48 29
96 31
144 2
192 4
240 6
288 8
336 10
384 12
432 14
480
44
(a) (b)
C (d)
Figura 4.12.6 Condição sinótica para os dias 7, 8 e 11 de agosto de 1999 na RMSP (a) Pré-
frontal no dia 07/08 às 12 UTC, (b) Frente Fria no dia 07/08 às 18 UTC, (c) Pós-frontal no
dia 08/08 ás 12 UTC, e (d) Alta Subtropical do Atlântico Sul no dia 11/08 às 00 UTC.
45
Tabela 4.12.1. Condições sinóticas na RMSP de 2 à 14 de agosto de 1999.
Data Condição sinótica
02/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul (ASAS)
02/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
03/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
03/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
04/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
04/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
05/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
05/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
06/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
06/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
07/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
07/08/99 às 12 UTC Pré-frontal
07/08/99 às 18 UTC Frente Fria (FF)
08/08/99 às 00 UTC Frente Fria
08/08/99 às 12 UTC Frente Fria
09/08/99 às 00 UTC Pós-frontal
09/08/99 às 12 UTC Pós-frontal
10/08/99 às 00 UTC Pós-frontal
10/08/99 às 12 UTC Pós-frontal
11/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
11/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
12/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
12/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
13/08/99 às 00 UTC Pré-Frontal
13/08/99 às 12 UTC Pré-Frontal
14/08/99 às 00 UTC Frente Fria
14/08/99 às 12 UTC Pós-frontal
46
4.12.3. ESTUDO DE CASO PARA A TRAJETÓRIA DE SE: 5 DE AGOSTO DE 1999
O dia 5 de agosto de 1999 apresentou uma condição sinótica de Alta Subtropical do
Atlântico Sul, com centro no Oceano Atlântico a sudeste de São Paulo (Figura 4.12.3.1(a) e
4.12.3.1(b)), onde observa-se que a frente fria estava localizada sobre a Argentina.
(a) (b)
Figura 4.12.3.1. Imagem de satélite GOES-8 no canal IR no dia 05/08/99 (a) às 1200
UTC e (b) às 18 UTC. Nota-se a frente fria sobre a Argentina.
3.0
2.5
2.0 6/08/99
5/08/99
CO(ppm)
1.5
1.0
0.5
0.0
0 4
4 8
8 12
12 16
16 20
20 24
24 28
4 32
8 36
12 40
16 44
20 48
24
horas
Figura 4.12.3.2 Evolução diária de Monóxido do Carbono nos dias 05/08/9 e
06/08/99 na estação de São Caetano de Sul.
4.0
3.5
3.0
2.5
CO(ppm)
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
0 4
4 8
8 12
12 16
16 20
20 24
24 28
4 32
8 36
12 40
16 44
20 48
24
horas
48
Figura 4.12.3.3 Evolução diária da concentração de Monóxido de Carbono no dia
05/08/99 e 06/08/99 na estação Parque Dom Pedro II.
1800
1600 6/08/99
5/08/99
1400
1200
altura (m )
1000
800
600
400
200
0 416 8 32 1248 1664 2080 24
96 4112 8128 12
144 16
160 20
176 24
192
horas
49
Figura 4.12.3.5. Altura da camada limite planetária para os dias 05 e 06/08
medida a partir do SODAR Doppler.
330 (a)
328
θ e em Kelvin
326
324
322
320
318
00 24 48 12
6 16
8 20
10 24
12 28
14 32
16 36
18 40
20 44
22 48
24
horas
14 (b)
13
Td (°C)
12
11
10
9
00 4
2 48 12
6 16
8 20
10 24
12 28
14 32
16 36
18 40
20 44
22 48
24
horas
Figura 4.12.3.6. Evolução temporal da temperatura no dia 5/08/99 na estação
Meteorológica do Departamento de Ciências Atmosféricas. A Figura (a) refere-se à
temperatura potencial equivalente (θe), enquanto a Figura (b) corresponde a
temperatura de ponto de orvalho (Td).
51
Figura 4.12.4.2. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 27 de julho de
1999. A linha tracejada central representa o cruzamento com o Equador às 1751 HL, em
longitude 48,62W (Fonte INPE)
Figura 4.12.4.3. Campo de vento horizontal (m/s), no nível de 1000 hPa, no dia 27 de julho
de 1999.
52
Figura 4.12.4.4. Imagem de satélite no canal IR, no dia 27/07/99, às 12 UTC.
PM 10(Parque D . Pedro)
300
PM 10 (O sasco)
200
100
0
0 4
52 8
56 12
60 16
64 20
68 24
72
1600
1200
altura (m )
800
400
0
0 4 040 4 186 4132
2 41468 42604 24 840
Figura 4.12.4.6. Altura da camada limite planetária para o dia 27 de julho de 1999,
obtida a partir do SODAR DOPPLER.
53
47.7W 47.1W 46.5W 45.9W 45.3W
Figura 4.12.4.7.- Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo, a 200 m acima da
superfície, no dia 07 de agosto de 1999 às 21:00 LT. A escala de cores representa a altura
acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a trajetória, 6 horas de
integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4.8. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 7 de agosto de
1999. A linha tracejada representa o cruzamento com o Equador às 1705 HL na longitude
de 37,51W e o cruzamento com o Equador às 1847 HL na longitude 62,77W (fonte INPE)
54
20
CO -Centro
CO -Lapa
15
10
0
316 320 324 328 332 336
4 8 12 16 20 24
Figura 4.12.4.9. Variação horária do CO no dia 7 de agosto de 1999.
1600
1200
altura (m )
800
400
0
0 1 445 6 1 487 2 114 2
88 115 6
04 1 52
2 00 125 4
36
55
Em resumo pode-se considerar que com uma condição sinótica de Alta Subtropical do
Atlântico Sul existem evidências, pela análise de trajetórias de parcelas do ar com resolução
de 5 km, que os poluentes gerados nas regiões de Cubatão e São Caetano de Sul possam estar
sendo transportados para a RMSP.
Já para dias poluídos tais como 27 de julho e 7 de agosto de 1999, as análises das
trajetórias de NW mostraram que a origem das parcelas de ar que atingem São Paulo são do
interior do Estado de São Paulo, onde ocorrem maior número de queimadas.
56
CAPÍTULO V
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
5.1. INTRODUÇÃO
Este trabalho teve como principal objetivo avaliar a importância relativa das fontes
locais e remotas de poluentes para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Para
resolver o difícil problema de identificação das fontes veiculares de aerossóis na RMSP,
utilizou-se uma metodologia baseada em modelos receptores e em resultados experimentais
de amostragens realizadas em túneis. Já para analisar a influência de fontes remotas de
poluentes para a RMSP utilizou-se a análise das trajetórias de parcelas de ar. Os dados das
concentrações dos poluentes e as variáveis meteorológicas medidas, utilizadas para atingir os
objetivos deste trabalho, correspondem aos dados coletados na primeira fase do projeto
temático “Meteorologia e Poluição do Ar em São Paulo” (MPASP), com recursos da
“Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo” (processo número 96/01403-4), no
período de junho a agosto de 1999.
A seguir, será apresentado um resumo dos principais resultados deste trabalho,
iniciando-se com os resultados da parte da identificação das fontes locais, incluindo a
avaliação dos fatores de emissão em túneis e métodos multivariados. Na seqüência,
apresentam-se os resultados da análise de trajetórias de chegada na RMSP, no período de
junho a agosto de 1999. Finalmente, apresentam-se os resultados de estudo de casos das
trajetórias de parcelas de ar com alta resolução para o período da primeira campanha intensiva
de medidas do projeto temático MPASP, que foi realizada entre os dias 02 e 12 de agosto de
1999.
57
8155µg/kg, Si de 8643µg/kg, S de 10973,7 µg/kg, Ca de 5597µg/kg, Ti de 2043µg/kg, Mn de
1473,3µg/kg, Cu de 6677,6µg/kg, Zn de 2953µg/kg, Br de 290µg/kg, Pb de 326 µg/kg e BC
de 235785µg/kg. Para os gases NOx e SO2 os fatores de emissão, também para os veículos
leves, foram de 11,4g/kg e de 0,22g/kg, respectivamente.
Observou-se pouca diferença entre as medidas realizadas no interior do túnel Maria
Maluf quando comparadas com as medidas externas, sendo que isso foi atribuído ao ponto de
amostragem externo ter sido muito próximo ao túnel. Em razão disto não foi possível o
cálculo das emissões veiculares provenientes dos veículos pesados.
As medidas externas e internas de concentração dos poluentes foram utilizadas para a
determinação dos fatores de emissão (emissões veiculares). Essas informações serviram de
base para a caracterização das fontes obtidas pelos métodos multivariados. Com essas
informações pode-se fazer uma nova estimativa da participação dessa fonte para o material
particulado medido nas amostras de ar.
59
Estes dias-núcleo, considerando separadamente os horários 00 e 12 UTC, foram
analisados com relação à concentração de O3, CO e Material Particulado Inalável (PM10).
Para cada dia-núcleo, foram calculadas médias das concentrações de O3, CO e PM10, para 5
horários (2 horários antes, o mesmo horário e 2 horários depois, em relação aos horários das
00 e/ou 12 UTC). Finalmente, as concentrações médias de O3, CO e PM10 correlacionadas
com as trajetórias foram as médias obtidas a partir das médias dos 5 horários acima descritos.
As análises das trajetórias de chegada dos dias-núcleo na RMSP, durante o inverno de
1999, sugerem que os precursores de ozônio, assim como o próprio ozônio, têm uma
tendência de apresentar concentrações mais elevadas quando as trajetórias são de NE. Esse
efeito é observado de forma mais evidente nas estações de São Miguel Paulista e São
Caetano do Sul, às 00 UTC. O mesmo comportamento ocorre nas estações São Miguel
Paulista, São Caetano do Sul e Moóca, às 12 UTC, sendo que nas demais estações
predominam fontes locais.
Pela análise de trajetórias não foi possível detectar um sinal de transporte de CO de
longa distância para a RMSP, pois há um predomínio das fontes locais, isto é, as emissões das
fontes veiculares.
Observou-se nas análises das trajetórias dos dias-núcleo no horário de 00 UTC, para
trajetórias de NE, um sinal de transporte da concentração de massa do material particulado
(MP) nas estações de Cambuci e Diadema. Também notou-se para as trajetórias de SE, um
sinal de transporte da concentração de massa do MP na estação de Santana. Para as trajetórias
de SW e NW não foi observado transporte de longa distância para a RMSP. Para o horário
das 12 UTC, nas trajetórias NE, SE, SW e NW não foi observada a presença de transporte da
concentração de massa dos aerossóis de longa distância para a RMSP.
Para dias poluídos tais como, 27 de julho e 7 de agosto de 1999, as análises das
trajetórias de NW mostraram que a origem das parcelas de ar que atingem São Paulo é do
interior do Estado de São Paulo. Um ponto a ser considerado é a espessura da camada limite
planetária (CLP), que nos estudos de casos realizados (trajetórias chegando dentro da CLP)
60
sempre foi mais profunda que a altura de chegada da trajetória, confirmando as hipóteses
apresentadas referentes à contribuição de fontes remotas para a concentração de poluentes na
RMSP.
61
5.5. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Durante a realização deste trabalho foram constatadas várias deficiências
principalmente com realização à base de dados de poluentes atmosféricos. Pontos que foram
considerados importantes estão enumerados abaixo, para realização futura:
i) determinar experimentalmente as assinaturas da fonte solo para o solo característico da
RMSP;
ii) avaliar o perfil vertical da concentração de ozônio, com sondagens e medidas com avião
para quantificar o transporte dos poluentes;
iii)ampliar a metodologia para calcular as trajetórias de chegada (backward trajectories) para
que levem em conta os processos físicos e químicos que ocorrem ao longo destas,
considerando uma implementação de um módulo de descrição da deposição úmida ao
longo de trajetórias;
iv) utilizar o método de estatísticas de trajetórias (desenvolvido por Stohl, 1996) para a
identificação de áreas fontes. Essa metodologia utiliza concentrações de poluentes
atmosféricos medidas nos receptores e seu correspondente backward trajectories;
v) estimar o impacto das emissões atmosféricas das fontes poluidoras de São Paulo nas
regiões vizinhas;
vi) realizar medidas em locais afastados das fontes de poluentes;
vii) realizar novos estudos experimentais nos túneis, com uma melhor estatística de dados,
para levantamento das emissões de veículos pesados e
viii) cálculo da função de influência utilizando o método Lagrangeano Inverso.
62
63
APÊNDICE A
∂ς 1 ∂ ( ρ 0 ui ς )
=
' '
∂t turb ρ 0 ∂ xi
momento uj através do momento ui, ui' ς ' é o fluxo turbulento transportando o escalar ζ
∂u ∂v ∂v ∂u
| D h |= 2 + 2 + +
2 2 2
∂
x ∂y ∂ x ∂y
2. PARAMETRIZAÇÃO DE CUMULUS
A contribuição devido à convecção úmida às variáveis na escala resolvida pelo modelo
RAMS, é chamado de parametrização de cumulus.
A parametrização de cumulus no RAMS utiliza o método de Kuo (1965), baseado na
observação da existência de uma forte correlação entre a precipitação convectiva e a
convergência total de larga escala de vapor d’água em uma coluna atmosférica (Molinari e
Corsetti, 1985, Tremback, 1990, e Freitas, 1999). Segundo Freitas (1999) o esquema é
baseado na hipótese do equilíbrio, na qual a convecção ocorre para consumir a instabilidade
convectiva fornecida pela larga escala, transportando calor e umidade.
As contribuições às tendências locais de temperatura potencial de água líquida e razão
de mistura total de água devidas à convecção úmida são dadas pelas equações:
∂θ il L(1 − b) I
∂t = ρ π
Q1
con ∫zg Q1 dz
zct
0
e
∂rT
=
L( I Q2
∂t con ρ 0 ∫zg Q2 dz
zct
3. PARAMETRIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE
Os fluxos turbulentos de momento, calor sensível e latente são trocados entre a
atmosfera e a superfície. A descrição detalhada de parametrização de superfície pode ser
encontrada em Freitas (1999).
a U ∆θ
2
θ* =
z
F h ( , RiB)
u* z0
a U ∆r
2
r* =
z
F h ( , R iB
u* z0
onde:
a2 =
k2
z
ln
2
z
0
∆θ = θ ( z ) − θ s
∆r = r ( z ) − r s
U = u (2z ) + v 2( z )
k é a constante de von Karmann (0,35), z é altura acima da superfície do nível mais baixo do
modelo e z0 é o parâmetro de rugosidade. As expressões para Fh e Fm são:
a) caso estável
1
Fm =
2b RiB
1+
1 + d RiB
66
1
Fh =
1 + 3b R iB 1 + d R iB
b) caso instável
2b RiB
Fm =1−
z
1 + 2 cm | R iB |
z0
3b RiB
Fh =1−
z
1 + 3 ch | RiB |
z0
onde b=5, d=5, cm=5, cs=5, e RiB é o número de Richarson “bulk” dado por
gz∆θ
RiB =
(θ + θ s ) U
1 2
2 ( z)
SUPERFÍCIE DE ÁGUA
A temperatura da água é mantida constante no tempo, podendo ser inicializada via
parâmetro constante do RAMSIN ou interpolada a partir de dados de temperatura da
superfície do mar, para inicialização horizontal heterogênea. A umidade na superfície é a
razão de mistura de saturação definida na pressão e temperatura da água em superfície
(Longo, 1999)
SUPERFÍCIE SOLO NÚ
Para a superfície de solo nú os fluxos de calor e umidade dentro do solo são obtidos
utilizando um modelo de multicamadas que prognostica temperaturas e umidades (McCumber
e Pielke,1981 e Tremback e Kessler, 1985).
67
VEGETAÇÃO COM SOLO SOMBREADO
Para a superfície de vegetação, o modelo de interação vegetação-atmosfera é baseado
em Avisar e Pielke (1989).
' ' v 2
vw =− u
U *
2 η
w' w' = −(0,27 q0 − 1,18 ) u*2
ψ
onde
1 −η
q02 = 6,25
ψ
(1 − 3,21η)(1 − 2,18η)
ψ2 =
(1 − 2,86)
ξ
η=
φ m (ξ )
1 + 4,7ξ se ξ ≥ 0
(estável )
φ m (ξ ) = (1−15ξ )−1 / 4 se − 0,5 < ξ < 0
(instável )
ξ =
z
L
θ u *2
L= é o comprimento de Moni-Obukhov
gk θ *
θ w = −θ * u *
' '
68
' '
r w = − r * u*
4. ESQUEMAS DE RADIAÇÃO
Para a parametrização da radiação de onda curta e onda longa foi utilizada a
desenvolvida por Harrington (1977). A parametrização de Harrington (1977) considera as
seguintes formas de condensação: gotículas de nuvem, chuva, gelo primário, neve, agregados,
granizo e graupel (espécie de granizo) assim como vapor de água, e utiliza a informação
sobre a região de crescimento de cristal de gelo.
Outros esquemas de radiação como o de Mahrer & Pielke (1977) ignoram o conteúdo
de água líquida e de gelo na atmosfera, embora este esquema leve em conta o vapor de água.
O esquema de Chen & Cotton (1983) leva em conta a condensação na atmosfera, mas não
ocorre se este for nas gotas da nuvem, chuva ou gelo. Sendo esta a maior limitação deste
esquema (Walko & Tremback 2001).
69
APÊNDICE B
Tabela B.1: Elementos traços (em ng/m3) e 1 cátion e 1 ânion e MPF (µg/m3) identificados
nas amostras coletadas com o Moudi
i D50 Si S Cl K Ca Ti V Fe Ni Cu Zn Pb Mn FPM NH4+
0.1 541,24 8,41 51,31 4,71 16,76 2,09 2 11,92 9,4 1,26 8,56 1,51
0.32 17,62 5,92 37,06 1,62 16,92 0,72 0,88 12,57 4,36 1,66 5,83 1,64
0.56 36,45 6,41 32,18 8,78 1,56 1,85 40,41 0,93 2,43 35,95 7,49 2,97 7,75
1 69,49 553,79 13,69 22,18 32 5,72 1,57 87,4 1,17 2,35 51,43 6,46 3,28 3,88 0,57
1.8 156 103,04 58,98 29,27 77,3 12,93 2,85 177,56 1,24 3,53 25,7 3,65 3,92 3,57 0,05
0.1 84,74 556,19 10,68 62,92 7,58 4,5 45,18 3,2 2,58 28,44 14,28 2,53 12,8 1,01
0.32 65,66 348,79 9,04 31,43 7,49 46,54 1,15 2,21 25,22 6,06 2,61 5,64 1,01
0.56 69,42 354,39 10,68 30,78 26 4,05 79,7 1,03 2,92 52,44 5,51 3,82 4,15 0,42
1 189,6 127,22 23,63 27,73 68,6 9,82 131,08 1,42 2,52 47,84 3,55 5,06 9,57 0,07
1.8 233,2 163,87 29,06 34,11 85,4 12,08 163,73 2,06 3,32 58,83 4,41 6,22 9,93
0.1 12,31 490,92 6,86 71,7 4,37 19,51 1,71 1,62 24,26 14,04 1,56 10,7 1,36
0.32 18,07 586,7 7,76 41,05 4,41 0,96 27,03 0,78 1,82 37,57 7,41 1,76 5,85 0,96
0.56 35,99 630,11 15,15 40,23 14,4 2,43 1,03 79,09 1,42 3,44 17,43 4,71 5,21 0,72
1 62,58 247,8 50,85 38,34 28,8 4 112,39 1,75 3,45 12,01 5,56 4,38 0,08
1.8 139 95,24 58,8 29,8 65,6 12,01 2,17 169,41 3,72 4,51 64,12 3,14 4,74 3,94 0,07
0.1 54,7 673 18,49 117,1 12,8 2,1 54,77 3,11 7,35 41,08 5,17 0,66
0.32 98,67 774,11 15,68 81,05 13,3 3,86 2,82 80,95 1,13 6,76 52,63 16 6,72 12,4 0,52
0.56 86,57 625,51 19,23 63,77 21,3 6,08 119,7 1,64 7,01 95,49 18,16 7,99 8,9 1
1 276,8 391,9 46,22 56,8 83,3 19,01 227,4 2,19 8,96 13,9 10,9 10,3 0,62
1.8 502,1 111,2 32,07 60,66 173 35,29 3,18 376,31 4,63 9,72 6,18 8,77 11,1 0,15
0.1 26,54 669,83 18,48 117,7 6,95 29,33 3,87 33,76 23,75 1,45 17,3 1,4
0.32 29,74 526,31 23,85 65,44 14 1,72 7,49 43,41 4,49 3,83 58 15,88 2,43 8,84 0,78
0.56 54,94 385,85 48,59 20,8 3,84 3,76 70,06 3,1 7,46 15,09 4,41 6,52 0,3
1 143,6 174,9 35,08 48,3 11,87 5,45 150,67 5,51 6,17 74,95 8,41 6,75 4,76 0,01
1.8 304,8 73,92 44 109 24,36 5,24 257,03 7,35 6,32 26,41 3,58 6,03 4,44 0,01
71
APÊNDICE C
Concentrações de CO2 (em ppm) medido no túnel Jânio Quadros (J.Q)
no día 13 de agosto de 2001
72
Continuação de apêndice C
73
APÊNDICE D
Medidas no Túnel Jânio Quadros no dia 13 de agosto de 2001.
Coletas feitas com os sacos de Tedlar
74
Continuação do APÊNDICE D (medidas no Túnel Maria Maluf no dia 10/10/2001)
Interior do tunel
8:00-9:48h 9:55-11:55h
CO(ppm) Nox (ppb) SO2(ug/m3) CO(ppm) NOx (ppb) SO2 (ug/m3)
11,10 1019,78 29,56 12,66 1178 58,73
11,13 1019,78 28,91 12,66 1179,98 58,73
11,14 1017,34 28,92 12,66 1180,5 59,2
11,13 1018,78 27,89 12,66 1182,9 58,7
11,20 1019,78 28 12,71 1184,9 58,7
11,15 1019,78 28,41 12,72 1182,9 57,1
11,14 1019,78 28,41 12,66 1178 56,9
11,14 1022,22 28,41 1180 57,6
1021,73 28,92 1179,9 57,6
1022,22 1182,9 57,1
1021,73 1182,9 57,6
1019,78
75
APÊNDICE E
Assinaturas das fontes: elementos traços (em ng) e MPF e BC (em µg) no IFUSP: método de
Yamasoe (1994) descrito no item 2.5.
Ressuspensão Industriais Óleo Emissões Emissões
Do solo Combustível Veiculares Veiculares
BC* 2,82 1,20 1,08 0,31 1,82
Al 252,09 -24,58 -11,74 19,57 23,11
Si 322,44 26,99 7,84 17,07 19,62
P 9,01 4,86 3,24 1,95 3,71
S 19,02 1189,22 354,44 530,92 -266,97
Cl 14,01 14,13 1,02 4,73 20,61
K 262,81 -2,93 13,43 102,05 88,74
Ca 115,60 10,02 3,77 -2,92 12,0
Ti 35,29 0,19 0,71 2,12 4,22
V 0,91 5,60 9,16 1,12 1,11
Mn 4,24 6,66 0,49 0,29 -0,53
Fe 254,41 91,20 22,38 11,73 24,71
Ni 0,54 3,37 4,69 0,63 0,60
Cu 3,35 5,00 1,31 0,08 2,17
Zn -13,11 99,08 0,68 4,91 10,62
Br 3,48 2,57 0,55 2,20 2,45
Pb 0,40 25,72 3,15 1,84 5,10
MPF* 13,36 7,21 4,03 5,70 4,54
* BC e FPM em µg
76
APÊNDICE F
Tabela F.1: Datas de ocorrência dos dias-núcleos (descrito no item 2.7) do mês de
junho de 1999.
Dia/mês/ano Hora (UTC) Tipo de trajetória
03/06/99 00 NE
03/06/99 12 NE
04/06/99 00 NW
07/06/99 00 SW
09/06/99 12 NE
11/06/99 00 NE
13/06/99 12 NW
14/06/99 00 NW
14/06/99 12 NW
15/06/99 00 NW
15/06/99 12 NE
16/06/99 00 NE
17/06/99 12 SW
18/06/99 00 SW
18/06/99 12 SW
19/06/99 12 NW
20/06/99 00 NW
21/06/99 00 NW
21/06/99 12 NW
22/06/99 00 NW
22/06/99 12 SW
23/06/99 00 SW
23/06/99 12 SW
24/06/99 12 SW
25/06/99 12 NW
26/06/99 00 NW
26/06/99 12 NW
30/06/99 12 NW
77
Tabela F.2: Datas de ocorrência dos dias-núcleos (descrito no item 2.7) do mês de julho de
1999.
04/07/99 00 NE
07/07/99 12 NE
10/07/99 12 SW
11/07/99 00 SW
12/07/99 12 SW
13/07/99 00 SE
14/07/99 00 SE
14/07/99 12 SE
15/07/99 12 SE
16/07/99 12 NE
17/07/99 00 NE
17/07/99 12 NW
18/07/99 00 NW
18/07/99 12 NW
19/07/99 00 NW
19/07/99 12 NW
20/07/99 00 NW
20/07/99 12 NW
21/07/99 12 NE
22/07/99 12 NW
23/07/99 12 NW
25/07/99 00 NW
26/07/99 00 NW
26/07/99 12 NW
28/07/99 12 NE
29/07/99 12 NE
78
Tabela F.3: Datas de ocorrência do dias-núcleos (descrito no item 2.7) do mês de agosto de
1999 .
Dia/mês/ano Hora (UTC) Tipo de trajetória
01/08/99 12 NW
02/08/99 00 NW
02/08/99 12 NW
03/08/99 12 SW
04/08/99 00 SW
06/08/99 12 SW
08/08/99 12 NE
13/08/99 12 NW
18/08/99 00 SE
23/08/99 00 SE
24/08/99 00 NE
25/08/99 00 NE
25/08/99 12 NE
26/08/99 00 NE
26/08/99 12 NE
27/08/99 00 NE
27/08/99 12 NE
28/08/99 00 NE
28/08/99 12 NE
30/08/99 00 NW
79
APÊNDICE G
03 de junho de 1999 às 00 UTC 03 de junho de 1999 às 12 UTC
80
13 de junho de 1999 às 12 UTC 14 de junho de 1999 às 00 UTC
81
17 de junho de 1999 às 12 UTC 18 de junho de 1999 às 00 UTC
82
21 de junho de 1999 às 12 UTC 22 de junho de 1999 às 00 UTC
83
25 de junho de 1999 às 12 UTC 26 de junho de 1999 às 00 UTC
84
10 de julho de 1999 às 12 UTC 11 de julho de 1999 às 00 UTC
85
19 de julho de 1999 às 00 UTC 19 de julho de 1999 às 12 UTC
86
23 de julho de 1999 às 12 UTC 25 de julho de 1999 às 00 UTC
87
02 de agosto de 1999 às 00 UTC 02 de agosto de 1999 às 12 UTC
88
25 de agosto de 1999 às 00 UTC 25 de agosto de 1999 às 12 UTC
89
28 de agosto de 1999 às 00 UTC 28 de agosto de 1999 às 12 UTC
90
APÊNDICE H
Tabela H.1: Médias da concentração de ozônio (em µg/m3) para os dias-núcleos do apêndice
F.1 para diferentes estações da Cetesb (mês de junho)
Dia/mês/ano Hora Tipo de SMP SCS PDP Osasco Ibira Moóca
(UTC) trajetória
03/06/99 00 NE 44,8 12,0 15,6 5,9 9,3 18,8
03/06/99 12 NE 39,0 30,8 23,4 14,6 42,9 19,8
04/06/99 00 NW 17,7 12,9 13,5 9,1 9,2 6,5
07/06/99 00 SW 32,7 30,0 23,1 13,9 9,1 21,5
09/06/99 12 NE 21,9 18,4 17,5 9,6 63,3 12,2
11/06/99 00 NE 13,2 10,8 14,0 5,7 16,1 5,5
13/06/99 12 NW 16,6 24,2 26,7 13,4 10,0 23,0
14/06/99 00 NW 34,1 37,4 26,4 11,6 32,1 29,3
14/06/99 12 NW 24,8 15,2 17,2 9,4 9,6 13,5
15/06/99 00 NW 10,3 10,3 11,3 5,0 43,0 3,7
15/06/99 12 NE 16,0 11,8 14,7 10,0 9,4 6,8
16/06/99 00 NE 28,3 12,1 12,5 5,6 55,5 5,8
17/06/99 12 SW 12,8 14,7 20,6 11,5 7,6 12,2
18/06/99 00 SW 12,6 4,4 13,7 10,5 83,6 4,7
18/06/99 12 SW 11,5 0,0 15,0 10,6 9,1 5,3
19/06/99 12 NW 23,9 8,9 24,4 9,6 11,0 15,9
20/06/99 00 NW 14,3 0,7 11,4 6,9 77,7 3,5
21/06/99 00 NW 8,8 11,5 5,2 63,2 2,2
21/06/99 12 NW 20,1 0,0 18,7 11,9 11,7 6,8
22/06/99 00 NW 9,5 1,3 13,0 7,6 44,1 4,3
22/06/99 12 SW 13,6 9,3 15,4 8,2 16,1 9,4
23/06/99 00 SW 8,0 0,6 12,0 7,0 24,9 3,5
23/06/99 12 SW 10,5 6,1 2,6 9,6 18,9 6,3
24/06/99 12 SW 9,5 11,0 4,7 11,0 23,2 7,8
25/06/99 12 NW 15,6 13,9 7,8 14,1 32,2 11,3
26/06/99 00 NW 21,7 14,8 2,6 8,4 9,0 9,9
26/06/99 12 NW 29,4 17,2 7,7 10,3 43,1 21,8
30/06/99 12 NW 20,3 15,6 5,5 16,7 88,5 10,7
Onde: SMP= São Miguel Paulista, Ibira=Ibirapuera,
SMP= São Miguel Paulista; SCS= São Caetano do Sul; PDP= Parque dom Pedro II
91
Tabela H.2: Médias da concentração de ozônio (em µg/m3) para os dias-núcleos do apêndice
F.2 para diferentes estações da Cetesb (mês de Julho)
Dia/mês/ano Hora Tipo de SMP SCS PDP Osasco Ibira Moóca
(UTC) trajetória
04/07/99 00 NE 23,5 6,2 3,6 13,7 16,2 4,0
07/07/99 12 NE 14,2 4,3 0,6 9,1 9,1 1,4
10/07/99 12 SW 37,9 26,2 20,1 17,3 7,4 26,4
11/07/99 00 SW 38,8 19,8 15,5 11,6 83,4 23,6
12/07/99 12 SW 26,0 18,9 10,3 14,3 11,1 14,9
13/07/99 00 SE 9,4 7,4 0,5 9,0 77,7 0,5
14/07/99 00 SE 7,8 9,2 1,5 10,7 63,4 0,6
14/07/99 12 SE 10,7 18,4 6,3 12,1 11,9 12,6
15/07/99 12 SE 12,1 19,3 11,2 15,0 16,1 8,2
16/07/99 12 NE 7,1 17,8 18,1 7,4 18,7 7,7
17/07/99 00 NE 5,3 13,3 17,6 0,0 10,8 3,7
17/07/99 12 NW 7,5 23,5 16,2 0,0 23,1 6,4
18/07/99 00 NW 7,3 35,5 27,4 0,0 9,5 34,0
18/07/99 12 NW 21,5 26,4 14,9 0,0 32,1 27,8
19/07/99 00 NW 19,4 14,9 5,6 0,0 9,1 12,9
19/07/99 12 NW 13,1 18,9 10,8 0,0 42,8 12,7
20/07/99 00 NW 1,2 7,4 5,6 7,5 9,1 1,1
20/07/99 12 NW 7,8 23,1 12,4 14,1 55,2 10,3
21/07/99 12 NE 4,4 16,0 10,1 12,8 70,2 0,0
22/07/99 12 NW 19,0 18,4 5,2 10,2 83,3 11,0
23/07/99 12 NW 9,1 18,3 5,8 10,7 88,0 10,7
25/07/99 00 NW 0,0 13,0 3,3 10,2 10,9 1,9
26/07/99 00 NW 4,1 14,0 3,1 13,8 11,7 6,2
26/07/99 12 NW 9,3 25,3 7,9 14,5 44,3 9,5
28/07/99 12 NE 17,4 30,9 8,6 13,0 10,7 18,6
29/07/99 12 NE 37,3 32,6 26,5 18,0 9,4 45,5
92
Tabela H.3: Médias da concentração de ozônio (em µg/m3) para os dias-núcleo do apêndice
F.3 para diferentes estações da Cetesb (mês de Agosto).
Dia/mês/ano Hora Tipo de SMP SCS PDP Osasco Ibira Moóca
(UTC) trajetória
01/08/99 12 NW 29,0 25,3 22,7 18,2 9,1 33,0
02/08/99 00 NW 12,3 12,4 0,1 6,2 70,1 0,8
02/08/99 12 NW 4,7 11,0 1,9 8,9 7,5 3,7
03/08/99 12 SW 39,1 29,2 17,6 11,7 9,0 26,9
04/08/99 00 SW 36,6 24,0 11,2 4,6 88,1 24,7
06/08/99 12 SW 17,2 26,2 7,3 8,3 11,6 14,9
08/08/99 12 NE 36,5 48,0 22,3 15,6 18,6 42,7
13/08/99 12 NW 15,7 30,0 0,0 10,5 69,9 11,9
18/08/99 00 SE 17,2 22,7 2,5 3,9 11,6 14,6
23/08/99 00 SE 39,1 38,1 12,0 8,1 0,0 35,7
24/08/99 00 NE 60,4 61,2 21,9 13,2 54,9 48,6
25/08/99 00 NE 56,7 47,2 16,8 5,4 69,9 37,0
25/08/99 12 NE 49,2 61,0 19,9 12,1 7,5 41,4
26/08/99 00 NE 13,3 31,6 14,4 11,0 83,1 14,5
26/08/99 12 NE 35,0 48,0 10,9 14,2 9,0 16,2
27/08/99 00 NE 79,4 36,2 4,5 12,8 87,9 21,6
27/08/99 12 NE 50,2 39,2 10,0 7,4 10,9 22,6
28/08/99 00 NE 37,4 36,0 11,2 4,4 77,3 21,2
28/08/99 12 NE 58,8 57,2 30,7 15,8 10,8 52,6
30/08/99 00 NW 28,3 18,5 0,9 3,1 43,9 6,9
93
Tabela H.4: Médias da concentração de Monóxido de Carbono (em ppm) para os dias-
núcleos do apêndice F.1 para diferentes estações da Cetesb
Dia/mês/ano Hora Tipo de PDP SCS Lapa Congo Cesar Centro Ibira
(UTC) trajetória
03/06/99 00 NE 1,3 1,7 0,0 4,1 1,9 3,2 0,0
03/06/99 12 NE 1,2 0,8 0,0 1,7 1,0 1,0 0,0
04/06/99 00 NW 2,6 2,4 0,0 4,5 1,9 3,2 0,0
07/06/99 00 SW 0,6 0,7 0,4 2,7 0,6 1,3 0,5
09/06/99 12 NE 1,1 1,0 1,6 1,3 2,0 1,5 0,7
11/06/99 00 NE 3,9 2,4 3,8 6,3 3,2 4,5 1,9
13/06/99 12 NW 1,5 1,6 1,6 3,0 1,7 1,7 1,4
14/06/99 00 NW 0,6 0,8 0,5 2,8 0,6 1,3 0,6
14/06/99 12 NW 1,3 1,4 1,1 3,5 2,3 2,6 1,0
15/06/99 00 NW 1,6 1,9 1,6 2,4 3,6 2,6 1,6
15/06/99 12 NE 1,9 1,6 1,0 6,0 1,8 3,1 1,3
16/06/99 00 NE 1,5 1,9 1,5 3,5 1,8 2,7 1,1
17/06/99 12 SW 3,6 0,0 3,6 6,2 5,0 3,7 3,2
18/06/99 00 SW 2,7 0,0 3,0 3,8 4,2 4,1 2,5
18/06/99 12 SW 2,2 0,0 2,8 2,8 3,2 2,4 1,7
19/06/99 12 NW 2,9 0,0 3,5 4,5 3,0 3,8 2,6
20/06/99 00 NW 1,6 2,2 1,7 2,6 2,1 2,2 1,4
21/06/99 00 NW 2,5 2,2 3,0 3,8 2,5 2,2 1,8
21/06/99 12 NW 2,4 1,8 4,3 4,2 3,7 2,7 1,1
22/06/99 00 NW 2,5 1,8 4,0 6,2 2,3 4,0 1,3
22/06/99 12 SW 2,0 1,7 3,3 5,9 2,5 3,4 1,7
23/06/99 00 SW 2,8 2,6 4,0 5,1 3,3 4,0 2,1
23/06/99 12 SW 3,3 2,5 3,7 4,8 4,4 3,9 2,3
24/06/99 12 SW 4,4 3,8 5,5 7,1 5,3 4,6 4,4
25/06/99 12 NW 5,3 4,1 5,4 4,9 3,9 5,2 2,2
26/06/99 00 NW 2,3 3,6 2,0 3,1 1,9 3,8 1,6
26/06/99 12 NW 1,1 1,1 1,5 0,5 1,0 1,8 0,7
30/06/99 12 NW 1,3 1,0 1,4 4,7 1,1 2,4 0,6
94
Tabela H.5: Médias da concentração de Monóxido de Carbono (em ppm) para os dias-
núcleos do apêndice F.2 para diferentes estações da Cetesb
Dia/mês/ano Hora Tipo de PDP SCS Lapa Congo Cesar Centro Ibira
(UTC) trajetória
04/07/99 00 NE 3,0 2,0 4,1 2,8 1,6 2,2 1,0
07/07/99 12 NE 1,4 1,5 1,7 2,8 2,2 2,4 1,0
10/07/99 12 SW 0,9 0,9 1,1 1,3 0,7 1,4 0,4
11/07/99 00 SW 0,7 1,1 0,6 1,6 0,9 1,2 0,5
12/07/99 12 SW 0,8 1,2 1,6 1,4 1,8 1,5 0,6
13/07/99 00 SE 1,9 2,3 1,9 4,4 2,2 3,0 1,3
14/07/99 00 SE 3,3 3,6 2,7 3,7 3,2 4,4 2,2
14/07/99 12 SE 1,2 1,2 1,4 1,4 2,3 1,6 0,9
15/07/99 12 SE 2,0 2,2 3,0 2,7 3,8 2,4 1,6
16/07/99 12 NE 0,0 2,7 6,3 6,4 3,7 3,0 3,1
17/07/99 00 NE 7,3 5,6 8,9 8,7 5,9 9,7 4,7
17/07/99 12 NW 3,4 3,0 4,2 5,5 2,8 3,1 2,9
18/07/99 00 NW 0,7 1,0 0,4 2,6 0,2 1,3 0,5
18/07/99 12 NW 0,7 0,7 0,6 1,5 0,7 1,0 0,4
19/07/99 00 NW 1,0 1,3 0,9 2,5 0,9 1,7 0,6
19/07/99 12 NW 1,1 1,3 1,9 1,5 2,5 1,6 0,8
20/07/99 00 NW 2,8 2,9 3,6 4,7 3,1 3,9 2,1
20/07/99 12 NW 2,6 2,2 2,2 2,7 3,2 2,2 1,8
21/07/99 12 NE 3,8 4,6 4,4 5,3 3,5 3,0 1,3
22/07/99 12 NW 1,2 1,0 1,2 3,4 1,8 2,2 0,6
23/07/99 12 NW 1,2 1,1 0,0 1,4 2,4 1,7 0,8
25/07/99 00 NW 3,5 4,6 5,6 3,6 4,7 3,0 3,0
26/07/99 00 NW 2,7 4,1 2,9 2,7 3,2 2,4 1,8
26/07/99 12 NW 2,5 2,1 3,1 3,1 3,5 2,0 1,8
28/07/99 12 NE 1,1 0,0 1,1 4,4 1,1 2,1 0,6
29/07/99 12 NE 1,0 1,3 1,2 2,0 1,0 1,5 0,7
95
Tabela H.6: Médias da concentração de Monóxido de Carbono (em ppm) para os dias-
núcleos do apêndice F.3 para diferentes estações da Cetesb
Dia/mês/ano Hora Tipo de PDP SCS Lapa Congo Cesar Centro Ibira
(UTC) trajetória
01/08/99 12 NW 0,5 0,6 0,4 0,8 0,7 0,4 0,4
02/08/99 00 NW 1,1 1,1 1,3 2,9 1,5 1,4 0,9
02/08/99 12 NW 1,5 1,3 1,6 1,9 2,3 2,1 1,0
03/08/99 12 SW 1,2 1,1 1,0 3,8 1,5 2,0 0,7
04/08/99 00 SW 0,9 1,1 0,8 3,1 0,9 1,7 0,7
06/08/99 12 SW 1,9 1,7 2,2 2,3 3,1 1,7 1,3
08/08/99 12 NE 0,5 0,4 0,1 1,4 0,4 0,8 0,3
13/08/99 12 NW 0,0 6,1 5,1 7,5 6,6 5,1 4,3
18/08/99 00 SE 1,0 1,3 0,9 2,5 1,9 2,0 0,8
23/08/99 00 SE 2,1 2,8 2,3 4,6 2,9 2,2 1,9
24/08/99 00 NE 1,3 1,3 0,6 3,2 1,2 2,2 0,6
25/08/99 00 NE 1,2 1,5 1,2 3,4 1,5 2,1 0,9
25/08/99 12 NE 1,5 1,6 2,0 1,7 2,8 1,6 1,0
26/08/99 00 NE 7,0 6,3 7,0 8,4 5,3 7,6 4,3
26/08/99 12 NE 4,0 2,4 4,8 4,8 4,2 3,0 2,4
27/08/99 00 NE 3,6 4,4 4,8 4,8 3,8 3,4 3,0
27/08/99 12 NE 2,2 1,6 2,4 2,6 3,4 2,6 1,2
28/08/99 00 NE 1,4 1,2 0,4 3,0 1,2 2,4 0,2
28/08/99 12 NE 1,0 0,6 0,8 0,8 0,0 0,6 0,2
30/08/99 00 NW 2,3 2,4 1,7 4,7 2,2 2,7 2,0
96
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108
109
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE ASTRONOMIA, GEOFÍSICA E CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS
TESE DE DOUTORADO
São Paulo SP
Novembro de 2002
À Teodora e Victor
meus pais
2
ÍNDICE
Página:
Agradecimentos Vi
Resumo viii
Abstract ix
Lista de abreviaturas x
Lista de símbolos e abreviaturas xii
Lista de figuras xiii
Lista de tabelas xvi
Introdução 1
Capítulos:
Capítulo I- Os poluentes atmosféricos 3
1.1 Aerossóis atmosféricos 3
1.1.a Definição 3
1.1.b Características físicas 3
1.1.c Parâmetros de qualidade do ar 4
1.1.d Fontes dos aerossóis atmosféricos 4
1.2 Padrões de qualidade do ar 7
1.3 Região Metropolitana de São Paulo 8
1.3.1 Características gerais do relevo da região 8
1.3.2 Caracterização climática e influência das circulações remotas 9
1.4 Identificação das fontes remotas 10
1.4.1 A poluição em áreas remotas: queimadas 11
1.5 Fontes locais de poluentes 12
Capítulo II- Metodologia 15
2.1 Avaliação das emissões veiculares em túneis 15
2.1.1 Fatores de emissão dos poluentes 15
2.2 Modelo receptor 16
2.3 Modelo de análise de fatores 16
2.3.1 Determinação do número de fatores retidos 18
2.3.2 Rotação de fatores retidos 18
2.4 Análise de Componentes Principais (ACP) 19
2.5 A Análise de Componentes Principais Absolutos (ACPA 19
2.5.1 Obtenção dos perfis absolutos 21
2.6 Trajetórias de parcelas do ar 21
2.6.1 Trajetória de saída (forward trajectory) 22
2.6.2 Trajetórias de chegada (backward trajectory) 22
2.6.3 Modelo de trajetórias de parcelas de ar 23
2.6.4 Incertezas associadas ao cálculo de trajetórias de parcelas de ar 23
2.6.5 Erro de truncamento 24
2.7 Classificação das trajetórias de parcelas do ar 24
2.8 O modelo RAMS 25
2.8.1 Sistemas de equações para o RAMS 26
2.8.2 Advecção na escala resolvida pela grade 29
2.9 Opções gerais 29
2.9.1 Estrutura de grade 29
2.9.2 Sistema de coordenadas 30
2.9.3 Assimilação de dados observacionais 30
3
2.9.4 Nudging 30
2.10 Características de superfície utilizadas no RAMS na versão 4.3 31
Capítulo III- Parte experimental 32
3.1 Objetivos do experimento MPASP 32
3.2 Campanhas experimentais 32
3.2.1 Amostragem de aerossóis 33
3.2.2 Amostragem dos gases 34
3.3 Equipamentos para amostragem do aerossol 35
3.3.1 O Amostrador de Particulado Fino e Grosso (AFG) 35
3.3.2 Impactador em Cascata Com Deposição Uniforme (MOUDI) 37
3.3.2.1 Princípio de operação do MOUDI 37
3.3.3 Minivol 38
3.3.3.1 Princípio de operação do MINIVOL 39
3.4 Método analítico 41
3.4.1 Análise gravimétrica 41
3.4.2 Análise elementar pelo método PIXE 42
3.4.3 Determinação da concentração de “black-carbon” 44
3.4.4 Cromatografia iônica 44
3.5 Medidas realizadas nos túneis 45
3.5.1 Material particulado 45
3.5.2 Gases 45
3.6 Dados meteorológicos no período MPASP 46
3.7 Dados dos poluentes para a identificação das fontes remotas 46
3.7.1 Dados dos CO e O3 46
3.7.2 Dados do PM10 46
Capítulo IV- Apresentação e análise dos resultados 47
4.1 Concentração de material particulado no interior dos túneis 47
4.2 Composição elementar dos aerossóis 49
4.3 Participação dos elementos-traço no material particulado 53
4.4 Distribuição de tamanho dos aerossóis gerados por emissões veiculares 55
4.4.1 Resultados da gravimetria 55
4.4.2 Contribuições das emissões veiculares considerando a distribuição de 59
tamanho
4.5 Concentração de gases oriundos das emissões veiculares 62
4.6 Estimativa da emissão de material particulado e gases (NOx e SO2) pelos 65
veículos
4.7 Identificação das fontes locais por análise de fatores 66
4.7.1 Resultados da análise de fatores no IFUSP 66
4.7.1.a Identificação das fontes no IFUSP 67
4.7.1.b Resultado da análise de componentes principais absolutos no 68
IFUSP
4.7.2 Resultados das análises de fatores para as amostras obtidas no PEFI 71
4.7.2.a Identificação das fontes no PEFI 72
4.7.2.b Perfis das fontes no PEFI 73
4.8 Evolução da identificação de fontes na RMSP com o uso de métodos 74
multivariados
4.9 Caracterização do aerossol atmosférico a partir da distribuição de tamanho 78
4.10 Análise de fator dos dados do MOUDI 79
4.10.1 Identificação das fontes do MPF coletado com o MOUDI 82
4
4.11 Identificação das fontes remotas utilizando a análise de trajetórias 84
4.11.1 Configuração do modelo RAMS 84
4.11.2 Análise de trajetórias 87
4.11.3 Identificação das fontes remotas utilizando os aerossóis 95
atmosféricos medidos em São Paulo
4.12 Estudo de caso: trajetórias de parcelas de ar com alta resolução em São 99
Paulo
4.12.1 Configuração do modelo RAMS com alta resolução 99
4.12.2 Trajetórias de parcelas de ar no período intensivo MPASP 101
4.12.3 Estudo de caso para a trajetória de SE: 5 de agosto de 1999 109
4.12.4 Estudo de caso para trajetória de NW 112
Capítulo V- Discussões e conclusões 119
5.1 Introdução 119
5.2 Identificação das fontes locais 119
5.2.1 Emissões veiculares em túneis 119
5.2.2 Métodos multivariados 120
5.3 Climatologia da análise de trajetórias de ar de chegada na RMSP no 121
período de junho a agosto de 1999
5.4 Estudo de casos das trajetórias de parcelas de ar com alta resolução no 123
período intensivo MPASP
5.5 Sugestões para pesquisas futuras 124
Apêndice A 125
Apêndice B 131
Apêndice C 134
Apêndice D 136
Apêndice E 138
Apêndice F 139
Apêndice G 142
Apêndice H 154
Referências bibliográficas 160
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente à minha orientadora Profa. Dra. Maria de Fátima Andrade
pela excelente orientação, paciência, revisão de texto, e por brindar-me uma excelente
facilidade de trabalho e pela amizade.
Também, em especial, agradeço ao Prof. Dr. Pedro Leite Silva Dias pela excelente
co-orientação deste trabalho, por ter sempre me encorajado, pelas valiosas discussões, pela
revisão de texto, e também por ter me brindado excelentes facilidades de trabalho e amizade.
Agradeço a banca examinadora: Prof. Dr. Celso Orsini (IF/USP), Profa. Dra. Lilian
Carvalho (IQ/USP), Prof. Dr. Roberto Guardani (EP/USP), Dr. Saulo Freitas (IAG/USP),
Profa. Dra. Maria Andrade, Prof. Dr. Américo Kerr (IF/USP) e Prof. Dr. Fábio Gonçalves
(IAG/USP).
Agradeço à Ana Lúcia Loureiro, do GEPA, pelas instruções sobre o método analítico
da análise gravimétria e na obtenção da concentração de massa de black carbon.
Agradeço à Rosana Astolfo, pelas análises de cátions e ânions nas soluções aquosas e
pela leitura de texto.
6
A todos os amigos e colegas do IAG, em especial à Andréa Cardoso, Leila Martins,
João Maia, Edmilson Freitas, Marcelo Corrêa, Carlos Raupp, André Souza, Simone Ferraz,
Simone Costa, Rita Ynoue, Ricardo Hallack, Karla Longo, Marcos Longo, Marcelo
Schneider, Everaldo Souza e Regina Miranda.
7
RESUMO
O presente trabalho visou a identificação das fontes locais e o impacto das fontes
remotas para compostos do aerossol atmosférico da Região Metropolitana de São Paulo
(RMSP). Para a identificação das fontes locais utilizou-se o modelo receptor de Análise de
Fatores (AF) sendo as fontes veiculares identificadas nessa modelagem, verificadas através
das medidas experimentais em túneis. Já para a identificação da contribuição das fontes
remotas utilizou-se a análise de trajetórias de parcelas de ar.
A AF foi aplicada à base de dados de Material Particulado Fino (MPF), amostrado na
área urbana (campus da USP no Butantã) e suburbana/floresta (Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga). Essas bases de dados foram obtidas durante a primeira campanha de medições do
projeto temático “Meteorologia e Poluição do Ar em São Paulo”, no inverno de 1999.
Medidas de emissões do Material Particulado Inalável (PM10), NOx, CO e SO2 foram
coletadas em dois túneis: Jânio Quadros (JQ) e Maria Maluf (MM). O primeiro túnel
apresenta tráfego de veículos leves. O segundo apresenta tráfego de veículos leves e veículos
pesados movidos à diesel. As medidas foram realizadas nos dias 13 de agosto e 10 de outubro
de 2001, para o JQ e MM respectivamente. As concentrações de poluentes dentro dos túneis
foram coletadas durante horários de tráfego, e concentração de poluentes de fundo foram
medidas fora dos túneis no mesmo horário. Para o PM10, as coletas foram realizadas no
interior e fora dos túneis, utilizando o equipamento Minivol. Os gases NOx, CO e SO2 foram
coletados em sacos de ″Tedlar″ dentro e fora dos túneis.
As trajetórias de parcelas que chegam na RMSP foram obtidas utilizando-se o Modelo de
Trajetória Cinemática em 3D. Esse modelo utiliza o campo do vento tridimensional obtido
por modelagem numérica da atmosfera, através do Regional Atmospheric Modeling Sytem
(RAMS). Uma classificação da análise de trajetórias foi desenvolvida neste trabalho para cada
dia, nos horários de 00 e 12 UTC. Para cada horário foram calculadas 5 trajetórias de chegada
em pontos definidos por um quadrado, centrado na cidade de São Paulo. Quando todas as 5
trajetórias originavam-se da mesma direção, eram agrupadas e esse dia classificado como dia-
núcleo. Esses dias foram estudados com relação aos gases CO, O3 e o PM10, no período de
junho a agosto de 1999.
Aplicando-se o modelo receptor a base de dados de MPF, 5 fontes locais na área
urbana foram identificadas : ressuspensão de solo, emissões industriais, emissões veiculares,
queima de óleo combustível e aerossol secundário (sulfato). Enquanto na área
suburbana/floresta as fontes locais foram: ressuspensão de solo, queima de óleo combustível,
vegetação, emissões industriais e emissões veiculares. Neste trabalho avaliou-se o grande
impacto das fontes automotivas na emissão de material particulado.
A partir de estudo nos túneis observou-se que o MPF para os dois tipos de tráfego, é
composto principalmente de Black Carbon (BC). No MPF a concentração de BC foi de 29%
no túnel JQ e 55% no túnel MM. O valor da concentração de NOx, no túnel MM, é 2,5 vezes
maior que o valor da concentração de NOx no interior do túnel JQ, indicando que essa grande
emissão deve-se aos veículos movidos à diesel, confirmando o inventário oficial da
CETESB.
As análises das trajetórias de chegada na RMSP sugerem o sinal do transporte dos
precursores do ozônio, assim como o próprio ozônio, a partir do Vale do Paraíba.
8
ABSTRACT
The aim of this study was to identify local sources and to evaluate the impact of
remote sources in the Metropolitan Area of São Paulo (MASP). In order to identify local
sources, Factor Analysis (FA) receptor modeling was applied. Vehicle emissions identified by
FA were evaluated by comparison with vehicle emissions measured in tunnels. In order to
identify the contribution of remote sources, backward trajectories air parcels analysis was
employed.
The FA was applied to the Fine Particulate Matter (FPM) data set sampled in the
urban area of the city of São Paulo (on the campus of the University of São Paulo) and in the
suburban/forest (PEFI) area. These data sets were obtained during the first intensive campaign
of measurements of a thematic project “ Meteorology and Air Pollution in São Paulo” in the
winter of 1999.
Measurements of vehicle emissions in road tunnels located in the MASP were taken.
On August 13, 2001 and October 10, 2001, respectively, measurements of the inhalable
particulate matter (PM10), NOx, CO, and SO2 emissions were made in two tunnels: one
carried light-duty vehicles, and the other carried both light-duty vehicles and heavy-duty
diesel trucks. Tunnel pollutant concentrations were measured in the traffic (inside the
tunnels), and background pollutant concentrations were measured at the fresh air (near tunnel
exits). Concentrations of PM10 were measured with a Minivol. Concentrations of NOx, CO
and SO2 were collected inside and outside the tunnels using a “Tedlar” bag.
Air-mass backward trajectories in MASP were calculated using a three-dimensional
kinematic trajectory model. The trajectories were obtained using wind fields generated by the
Regional Atmospheric Modeling System (RAMS). In this study, an ensemble of back
trajectories were calculated every 12h (00 and 12 UTC) for five defined points in the MASP
area, all within the city of São Paulo. Each day´s ensemble of five trajectories was examined.
When all five trajectories originated from the same direction, that day was classified as a
“core” day. These days’ results were studied for concentrations of CO, O3 and PM10
measured from June to August, 1999.
Applying receptor modeling to the FPM data set, emission sources in the urban area of
the MASP were identified as: resuspended soil dust, industrial emissions, motor vehicles, oil
combustion and sulfates. The sources in the suburban/forest area were identified as:
resuspended soil dust, industrial emissions, motor vehicles, oil combustion and vegetation.
This work seeks to evaluate the extent of the impact of vehicular sources on the
concentrations of particulate matter. From the tunnels study it was observed that FPM
emissions from both vehicles classes were composed mostly of black carbon (BC). Particulate
matter derived from diesel contained more BC (55% of FPM mass) than light-duty fine
particle emissions (29% of FPM mass). As expected, due to the greater emission of NOx from
diesel vehicles, concentrations of NOx inside the heavy-duty traffic tunnel were higher than
those found inside the light duty fleet tunnel.
Back trajectories in the MASP suggest transport of ozone precursors andO3 from the
Paraiba Valley to the ambient air.
9
LISTA DE ABREVIATURAS
CO Monóxido de carbono
O3 Ozônio
JQ Jânio Quadros
MM Maria Maluf
BC black carbon
AF Análise de Fatores
10
CO2 Dióxido de carbono
S Direção Sul
NE Direção Nordeste
N Direção Norte
E Direção Este
SE Direção Sudeste
NW Direção Noroeste
SW Direção Sudoeste
W Direção Oeste
HL Hora Local
11
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
ρ Densidade
θ Temperatura potencial
Da Diâmetro aerodinâmico
π Função de Exner
ς Vorticidade relativa
12
LISTA DE FIGURAS
Figura: Página:
Figura 1.1. Esquema idealizado da distribuição de tamanho de massa do 5
aerossol (adaptado do Brasseur et al., 1999)
Figura 1.2. Região Metropolitana de São Paulo. Mostrando a cidade de São Paulo e os 9
38 municípios. Fonte: http://www.prodam.sp.gov.br/spn/muspregm/regiao.htm
Figura 3.1. A localização das estações de rede automática (fonte: Cetesb,2001) 34
Figura 3.2a. Visão explodida do Amostrador de Finos e Grossos, AFG. (fonte, 36
Tabacniks, 1991)
Figura 3.2b. Arranjo experimental de amostragem com o AFG. (Fonte: 36
Castanho, 1999)
Figura 3.3. Princípio físico de operação do MOUDI: (a) para n-ésimo estágio, 40
(b) para os todos os estágios.
Figura 3.4. Emissão de raios-x induzidos por prótons (adaptado de Tsuji et al., 42
2000)
Figura. 3.5. O sistema PIXE 43
Figura 3.6. O espectro típico gerado pelo sistema PIXE 43
Figura 4.1.1. Concentração em massa do material particulado (CMP), nas 48
modas fina e grossa por amostra, nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf.
Figura 4.1.2. Razão da concentração de black carbon (BC) na concentração do 49
material particulado fino (MPF), por amostra
Figura 4.1.3. Participação percentual dos elementos inorgânicos (EI) em 50
relação à massa total de material particulado (CMP), por amostra.
Figura 4.1.4. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e 52
as médias percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Jânio
Quadros (JQ), nas frações da moda fina e grossa do aerossol.
Figura 4.1.5. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e 52
as médias percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Maria
Maluf, nas frações de moda fina e grossa do aerossol.
Figura 4.4.1. Concentração em massa do material particulado (CMP), por 57
estágio, localizado no túnel Jânio Quadros, , para os coletores: (a) moudiJ 1,
(b) moudiJ 2, (c) moudiJ 3
Figura 4.4.2. Concentração em massa do material particulado (CMP), por 58
estágio, localizado no túnel Maria Maluf para os coletores: (a) moudiM 4,
(b) moudiM 5.
Figura 4.4.3. Concentrações totais (CT), soma de todos os estágios para cada 59
impactador para as amostragens nos túneis.
Figura 4.7.1. Perfis das fontes calculadas para o MPF, no IFUSP: (a) 70
ressuspensão do solo (fonte 1), (b) indústrias e veículos (fonte 2), (c) óleo
combustível (fonte 3), (d) veículos e sulfato (fonte 4), e (e) veículos (fonte 5).
Figura 4.9. Distribuição de tamanho em massa para os elementos-traços 80
amostrados durante o MPASP
Figura 4.11.1. Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 1 à 15 de 86
junho de 1999, `as 00 UTC chegando a 100 m acima da superfície. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (m) da parcela de ar e cada
ponto negro sobre a trajetória indica cada 24 horas de integração referente à
trajetória.
13
Figura 4.11.2. Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 16 à 30 de 86
junho de 1999, `as 00 UTC chegando a 100 m acima da superfície. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (m) da parcela de ar e cada
ponto negro sobre a trajetória indica cada 24 horas de integração referente à
trajetória.
Figura 4.11.3. Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 16 à 30 de 87
junho de 1999, `as 12 UTC atingindo a 100 m acima da superfície. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (m) da parcela de ar e cada
ponto negro sobre a trajetória indica cada 24 horas de integração referente à
trajetória.
Figura 4.11.4. Freqüência de ocorrência de tipos de trajetórias: (a) todas as 91
trajetórias (b) para dias-núcleos considerando juntamente os horários de 00 e
12 UTC.
Figura 4.11.5. Classificação segundo a origem das trajetórias para os dias-núcleo: 92
(a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC.
Figura 4.11.6. Concentração média de ozônio para os dias-núcleos (a) às 00 UTC e (b) 93
às 12 UTC. As barras indicam o desvio padrão.
Figura 4.11.7. Concentração média de CO para os dias-núcleos: (a) às 00 UTC 94
e (b) às 12 UTC. As barras indicam o desvio padrão.
Figura 4.11.8. Concentração média de massa do material particulado (PM10) 96
para os dias- núcleos (a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC. As barras indicam o
desvio padrão.
Figura 14.2.1. Distribuição das grades e a respectiva topografia. A sigla SP 100
sobre a mapa indica a cidade de São Paulo.
Figura 4.12.2. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, atingindo 102
200 m acima da superfície (a) 25/07 às 18 HL, (b) 26/07 às 15 HL, (c) 27/07
às 03 HL, (d) 28/07 às 18 HL, (e) 29/07 às 18 HL, (f) 30/07 às 18 HL, (g)
31/07 às 12 HL e (h) 02/08 às 18 HL. A escala de cores representa a altura
acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.3. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, 103
atingindo 200 m acima da superfície: (a) 03/08 às 18 HL, (b) 04/08 às 12 HL,
(c) 05/08 às 18 HL, (d) 06/08 às 15 HL, (e) 07/08 às 09 HL, (f) 08/08 às 09
HL, (g) 09/08 às 12 HL e (h) 10/08 às 21 HL. A escala de cores representa a
altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999 atingindo 104
200 m acima da superfície: (a) 11/08 às 15 HL, (b) 12/08 às 18 HL. A escala
de cores representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada
ponto negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.5. Variação temporal de CO, medido em várias estações da 106
CETESB para o período de 25/07 a 15/08 de 1999.
Figura 4.12.6. Condição sinótica para os dias 7, 8 e 11 de agosto de 1999 na 107
RMSP (a) Pré-frontal no dia 07/08 às 12 UTC, (b) Frente Fria no dia 07/08 às
18 UTC, (c) Pós-frontal no dia 08/08 ás 12 UTC, e (d) Alta Subtropical do
Atlântico Sul no dia 11/08 às 00 UTC.
Figura 4.12.3.1. Imagem de satélite GOES-8 no canal IR no dia 05/08/99 (a) às 109
1200 UTC e (b) às 18 UTC. Nota-se a frente fria sobre a Argentina.
14
Figura 4.12.3.2. Evolução diária de Monóxido do Carbono nos dias 05/08/9 e 110
06/08/99 na estação de São Caetano de Sul.
Figura 4.12.3.3. Evolução diária da concentração de Monóxido de Carbono no 110
dia 05/08/99 e 06/08/99 na estação Parque Dom Pedro II.
Figura 4.12.3.4. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo da parcela de ar 111
a 200 m acima da superfície no dia 05/08 às 18 HL. A escala de cores
representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto
negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.3.5. Altura da camada limite planetária para os dias 05 e 06/08 111
medida a partir do SODAR Doppler.
Figura 4.12.3.6. Evolução temporal da temperatura no dia 5/08/99 na estação 112
Meteorológica do Departamento de Ciências Atmosféricas. A Figura (a)
refere-se à temperatura potencial equivalente (θe), enquanto a Figura (b)
corresponde a temperatura de ponto de orvalho (Td).
Figura 4.12.4.1. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo a 200 m acima 113
da superfície, no dia 27 de julho de 1999, às 3 HL. A escala de cores
representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto
negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4.2. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 27 de 114
julho de 1999. A linha tracejada central representa o cruzamento com o
Equador às 1751 HL, em longitude 48,62W (Fonte INPE)
Figura 4.12.4.3. Campo de vento horizontal (m/s), no nível de 1000 hPa, no 114
dia 27 de julho de 1999.
Figura 4.12.4.4. Imagem de satélite no canal IR, no dia 27/07/99, às 12 UTC. 115
Figura 4.12.4.5. Variação temporal do material particulado inalável no dia 27 de 115
julho de 1999.
Figura 4.12.4.6. Altura da camada limite planetária para o dia 27 de julho de 115
1999, obtida a partir do SODAR DOPPLER.
Figura 4.12.4.7. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo, a 200 m acima 116
da superfície, no dia 07 de agosto de 1999 às 21:00 LT. A escala de cores
representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto
negro sobre a trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4.8. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 7 de 116
agosto de 1999. A linha tracejada representa o cruzamento com o Equador às
1705 HL na longitude de 37,51W e o cruzamento com o Equador às 1847 HL
na longitude 62,77W (fonte INPE)
Figura 4.12.4.9. Variação horária do CO no dia 7 de agosto de 1999. 117
Figura 4.12.4.10. Imagem de satélite no canal IR no dia 7 de agosto de 1999 às 117
12 UTC
Figura 4.12.4.11. Altura de camada limite planetária para o 7 de agosto de 1999 117
15
LISTA DE TABELAS
Tabelas: Página:
Tabela 1.1. Principais fontes do aerossol atmosférico e sua estimativa de 6
emissão global
Tabela 1.2. Padrões nacionais de qualidade do ar (CETESB,2000) 8
Tabela 1.3. Critérios para episódios agudos de poluição do ar (CETESB, 2000) 8
Tabela 1.4. Estimativa da emissão das fontes de poluição do ar na RMSP em 13
2001
Tabela 3.1. Parâmetros medidos na Campanha de inverno de 1999. 33
Tabela 3.2. Rede automática de monitoramento atmosférico da CETESB (Fonte: 35
Cetesb,2000)
Tabela 3.3. Diâmetro de corte para o impactador tipo MOUDI 37
Tabela 3.4. Informações sobre as amostragens dos elementos-traços realizadas 38
com o MOUDI, durante o MPASP de 03 a 12 de agosto de 1999.
Tabela 4.1.1a. Período de amostragem de cada uma das 09 amostras coletadas 47
nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf e suas concentrações de massa
utilizando o equipamento Minivol
Tabela 4.1.1b. Número de veículos por hora que circularam durante as 48
amostragens
Tabela 4.1.2a. Compostos e elementos inorgânicos na sua forma oxidada, black 51
carbon (BC) e compostos orgânicos na moda fina (em µg/m ) 3
16
Tabela 4.6.2. Fatores de emissão para os gases NOx e SO2 (em g/kg), resultado 66
da emissão por veículos leves.
Tabela 4.7.1. Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios padrões 67
das variáveis amostradas no IFUSP, pesos dos fatores da Análise de Fatores
com rotação VARIMAX e comunalidade (h2)
Tabela 4.7.2a. Perfis das fontes (em ng/µg) para o Material Particulado Fino 69
no IFUSP
Tabela 4.7.3. Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios-padrões 72
das variáveis amostradas na Água Funda, pesos dos fatores da Análise de
Fatores com rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Tabela 4.7.4. Perfis das fontes (em ng/µg) para o material particulado fino 73
amostrado no PEFI.
Tabela 4.8.1. Fontes identificadas e sua participação no MPF amostrada no 74
IFUSP, em 1983-1984 (Andrade,1986).
Tabela 4.8.2. Fontes identificadas e sua participação no MPG, em 1983-1984 74
(Andrade,1986).
Tabela 4.8.3. Fontes identificadas e sua participação no MPF, em 1986 75
(Andrade, 1993)
Tabela 4.8.4. Fontes identificadas para o MPG amostrado no IFUSP em 1986 75
(Andrade, 1993).
Tabela 4.8.5. Fontes identificadas e sua participação no MPF-SPACEX em 75
1989 (Andrade et al.1994).
Tabela 4.8.6. Fontes identificadas para o MPG-SPACEX, amostrado em 1989 76
(Andrade et al.1994).
Tabela 4.8.7. Fontes identificadas e sua participação para o MPF, em 1994 76
(Sánchez- Ccoyllo & Andrade, 2001).
Tabela 4.8.8. Fontes identificadas para o MPF, amostrados na FMUSP, em 1997 76
(Castanho & Artaxo, 2001).
Tabela 4.8.9. Fontes identificadas para o MPG, amostrado na FMUSP, em 1997 77
(Castanho,1999).
Tabela 4.8.10. Fontes identificadas para o MPF, amostrado no IFUSP, no 77
verão de 1998 (Castanho & Artaxo, 2001).
Tabela 4.8.11. Fontes identificadas para o MPG, amostrado no IFUSP, no 77
verão de 1998 (Castanho,1999).
Tabela 4.8.12. Fontes identificadas para o MPF, amostrado no IFUSP, no 77
inverno de 1999 (este trabalho).
Tabela 4.8.13. Fontes identificadas para o MPF, amostrados no PEFI, no 78
inverno de 1999 (este trabalho).
Tabela 4.10.1. Autovalores, variância explicada, pela Análise de Fatores, dos 79
dados de MPF do MOUDI, antes da rotação VARIMX.
Tabela 4.10.2. Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios- 82
padrões (em ng/m3) das variáveis amostradas no DCAUSP, pesos dos fatores
da Análise de Fatores com rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Tabela 9.11.1. As grades do modelo foram construídas da seguinte maneira: na 84
horizontal
Tabela 9.11.2. As grades do modelo RAMS construídas na vertical 85
Tabela 4.11.2a Freqüência de ocorrência das trajetórias, segundo suas origens, 88
no inverno de 1999.
17
Tabela 4.11.2b. Número de ocorrência de dias classificados como dias-núcleo 88
das trajetórias de chegada considerando ambos horários (00 e 12 UTC), no
inverno de 1999.
Tabela 4.11.3a Freqüência de ocorrência dos dias-núcleo de tipos diferentes de 89
trajetória às 00 UTC no inverno de 1999.
Tabela 4.11.3b. Freqüência de ocorrência dos dias-núcleo de tipos diferentes 89
de trajetória às 12 UTC no inverno de 1999.
Tabela 4.11.4a Concentrações médias de ozônio e desvios padrões (em µg/m3 ) 90
medidas para diferentes tipos de trajetória, às 0000UTC.
Tabela 4.11.4b. Concentrações médias de ozônio e desvios padrões (em 90
µg/m ) em medidas para diferentes tipos de trajetórias, às 1200UTC.
3
18
INTRODUÇÃO
19
iii) analisar a influência de fontes remotas de poluentes para a RMSP, através da análise
das trajetórias de parcelas de ar. Essas trajetórias permitem a identificação da origem
da massa de ar que chega à RMSP.
Para o bom entendimento do estudo aqui proposto, é adequado relembrar em um
primeiro capítulo algumas generalidades e definições acerca dos poluentes atmosféricos. Ou
seja, as fontes de poluentes atmosféricos, suas propriedades mais importantes e sua
classificação, incluindo a apresentação dos padrões de qualidade do ar, caracterização da
RMSP e as descrições das metodologias usadas para a identificação de fontes locais e
remotas. No capítulo seguinte será apresentada a metodologia necessária para que os objetivos
propostos sejam atingidos. No capítulo III é apresentada a parte experimental incluindo as
medidas nos túneis. No capítulo IV serão apresentados os resultados e, no último capítulo as
discussões e conclusões.
20
CAPÍTULO I
OS POLUENTES ATMOSFÉRICOS
1
O termo black carbon é chamado também Carbono Elementar. Uma das possíveis traduções para o português
desse termo seria “negro de fumo”, neste trabalho optou-se por manter o termo em inglês.
21
moda grossa ou vice versa. Estas são modas relativamente estáveis, governadas por
propriedades físicas e químicas próprias e relativamente independentes (Seinfeld & Pandis,
1998). A figura 1.1 mostra um diagrama das principais fontes, sorvedouros e processos na
atmosfera dos aerossóis atmosféricos, para as distribuições de tamanho. As partículas da
moda fina são, geralmente, formadas por processos químicos (processos de combustão
seguido por conversão gás-partícula). As partículas da moda grossa são, em geral, formadas
por processos mecânicos: ressuspensão de poeira do solo pela ação do vento e aerossol
marinho gerado pela interação do vento com a superfície do mar (Yamasoe, 1999; Seinfeld &
Pandis, 1998).
22
Conversão química de
gases para vapores
Vapor Quente pouco voláteis
Condensação
Vapores pouco
voláteis
Partículas primárias
Nucleação
coagulação homogênea Poeira
+
Crescimento por spray marinho
Agregados condensação de núcleos +
vulcões
+
GOTAS
plantas
coagulação
coagulação
Remoção
pela
chuva sedimentação
23
Tabela 1.1. Principais fontes do aerossol atmosférico e sua estimativa de emissão global
FONTE FLUXO MODAS DE AEROSSOL
ESTIMADO (Tg/ano)
NATURAL
Primária
Poeira do solo (aerossol mineral) 1500 Principalmente grosso
Spray marinho 1300 Grosso
Atividade Vulcânica 30 Grosso
Decomposição biológica 50 Grosso
Secundário
Sulfatos a partir de gases biogênicas 130 Fino
Sulfatos a partir de SO2 vulcânico 20 Fino
Matéria orgânica a partir de VOC biogênicos 60 Fino
Nitratos a partir de NOx 30 Fino e grosso
TOTAL NATURAL 3100
ANTROPOGÊNICO
Primário
Poeira industrial 100 Fino e grosso
Carbono elementar 10 Principalmente fino
Secundário
Sulfatos provenientes de SO2 190 Fino
Queima de biomassa 90 Fino
Nitratos provenientes de NOx 50 Principalmente grosso
Orgânicos provenientes de VOC antropogênico 10 Fino
TOTAL NATROPOGÊNICAS 450
Tg=Teragrama (1012), VOC (carbono orgânico volátil)
Fonte: Kiehl & Rodhe (1995)
25
Tabela 1.2. Padrões nacionais de qualidade do ar (CETESB, 2000)
POLUENTE TEMPO DE PADRÃO PADRÃO MÉTODO DE
AMOSTRAGEM PRIMÁRIO SECUNDÁRIO MEDIÇÃO
(µg/m3) (µg/m3)
Partículas totais em 24 horas 240 150 amostrador de
suspensão MGA 80 60 grandes volumes
Partículas inaláveis 24 horas 150 150 Separação
MAA 50 50 inercia/filtro
Fumaça 24 horas 150 100 refletância
MAA 60 40
Dióxido de enxofre 24 horas 365 100 Pararosanilina
MAA 80 40
Dióxido de 1hora 320 190 quimiluminescência
nitrogênio MAA 100 100
Monóxido de 1 hora 40,000(35 ppm) 40,000(35 ppm) Infravermelho não
carbono 8 horas 10,000( 9 ppm) 10,000( 9 ppm) dispersivo
26
Figura 1.2 Região Metropolitana de São Paulo. Mostrando a cidade de São Paulo e os 38
municípios. Fonte: http://www.prodam.sp.gov.br/spn/muspregm/regiao.htm
27
atmosféricos. Os resultados mostraram que esta técnica é capaz de realizar previsões
eficientes da TSP mensal, inclusive de longo prazo (pelo menos até 3 meses).
Segundo Cardoso (2001), o Oceano Atlântico (AO) destacou-se em termos de valores
dos coeficientes de correlações (CCs), particularmente nas regiões próximas à costa sul e
sudeste do Brasil, que estão associados aos CCs positivos do dipolo de correlações
significativas, no período de maio a setembro de 1950 a 1996. Para o oceano Pacífico,
também houve, no período de maio a julho, a presença de um dipolo de correlações
significativas.
Os anticiclones subtropicais são sistemas de bom tempo que se formam sobre oceanos
e, em média, em torno de 30° de latitude Norte e Sul (centrados em latitudes subtropicais). No
Hemisfério Sul (HS), as altas do Atlântico Sul, do Pacífico Sul e do Sul do Oceano Índico
estendem-se verticalmente (acima de 10 km de altura) da superfície oceânica à tropopausa e
consistem de extensas áreas de ar subsidente seco e quente (Moran & Morgan, 1994). No
anticiclone, a subsidência do ar e a divergência dos ventos em superfície favorecem a
formação de uma massa de ar uniforme e inibem a formação de nuvens.
Ito (1999), utilizou um procedimento automatizado para localizar e seguir centros de
alta pressão e o aplicou para 15 anos (1982-1996) da série de dados de pressão reduzida ao
nível médio do mar pertencentes à Reanálise (Kalnay et al., 1996; Kistler et al., 2001) do
NCEP (National Center for Environmental Prediction), para examinar o comportamento da
Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Seus resultados mostraram que a ASAS é
continuamente alimentada por anticiclones extratropicais formados sobre o continente sul
americano, ao passo que os sistemas frontais tendem a deslocá-la, enfraquecendo a sua
estrutura. Além disso, análises verticais comprovaram a contribuição direta da célula de
Hadley na manutenção do anticiclone. As análises dos campos de vorticidade potencial
isentrópica e vento na superfície isentrópica de 310K mostraram que as massas de ar,
originadas da troposfera superior, descem no lado leste da ASAS e incorporam-se à sua
estrutura.
28
identificar a região de fonte potencial para os poluentes medidos no receptor (Branko et al.,
1998).
Medidas da composição de poluição atmosférica nas estações de qualidade do ar,
realizadas por programas de monitoramento de longo termo, mostram que as concentrações
variam na escala de tempo de minutos a décadas. Algumas dessas mudanças são claramente
relacionadas ao ciclo anual ou à mudança sazonal no padrão de emissão ou transporte de
gases traços, mas, em escala de tempo de dias, é fortemente associada à história imediata da
parcela de ar antes desta chegar ao lugar de amostragem. Com a finalidade de entender os
diferentes processos que contribuem para mudanças nas concentrações de elementos-traços da
atmosfera, o primeiro passo é dividir a base de dados medida em categorias. Existem duas
propostas principais para esta classificação de dados medidos: classificação baseada na
condição meteorológica e classificação baseada na origem da parcela de ar (Stohl, 1996).
Também o cálculo de trajetórias de parcelas de ar de chegada (integração num
intervalo de tempo decrescente) para uma determinada região tem sido utilizado para a
interpretação de fontes de espécies químicas (Cape et al., 2000; Longo, 1999). Trajetórias de
parcelas de ar têm sido usadas em estudos atmosféricos, principalmente com relação ao
transporte de gases traços e material particulado emitidos por queimadas, por exemplos por
Kaufman et al. (1998) e Freitas (1999).
As concentrações medidas nas estações de qualidade do ar variam não apenas devido
às fontes locais, mas também em função das contribuições remotas, que precisam ser
consideradas. Um fator externo que contribui para as flutuações nos níveis de poluentes é a
massa de ar que chega à São Paulo após passar por vários locais que têm diferentes emissões
de poluentes. Para traçar a história de uma massa de ar, trajetórias de chegada ao local do
receptor são construídas e dão subsídios para a identificação das fontes regionais de poluição
do ar e das fontes específicas (Man & Shih, 2001).
29
de cana-de-açúcar, e em restos de colheitas; c) pastagens, por exemplo, para renovar a
pastagem nativa.
As queimadas na Amazônia são as maiores fontes de gases e aerossóis atmosféricos, os
quais geram mudanças na química da atmosfera e mudanças no clima (Goldammer & Crutzen
& Carmichael, 1992; Ward & Radke, 1992). Os gases traços majoritários emitidos para a
atmosfera são: CO, CH4, NO, CO2, CH3CL, CH3Br, que são produzidos em quantidades
significativas durante o período da queima de biomassa (floresta e cerrado) (Crutzen &
Carmichael, 1992). Os aerossóis emitidos, nesse processo, são: K, Ca, S, Cl, P, Si, Al, Mg,
Fe, Mn, Ti, Zn, Ni, Pb, V, Cr, Br, Rb, Sr e black carbon-BC (Crutzen & Andreae, 1990;
Artaxo, 1992).
Segundo Aires (2001), há regiões no Brasil onde ocorre muita queima de biomassa
(Brasil Central) e regiões onde quase não há queimadas (Região Sul). No entanto, nestas
regiões de pouca queima medem-se, às vezes, concentrações elevadas de gases-traços
associados às queimadas. A hipótese é que as regiões onde ocorrem muitas queimadas ou
regiões fonte, exportam os gases gerados na combustão da matéria orgânica para regiões
onde não existem fontes significativas. Ainda segundo Aires (2001), o monóxido de carbono
é um produto imediato da queima da biomassa, que independe de processos fotoquímicos
como o ozônio. Segundo Crutzen et al. (1979), o principal gás-traço emitido pelas queimadas
é o CO. Segundo ele as medidas de CO e O3 troposférico em baixas latitudes podem ser
influenciadas por queimadas na estação seca.
30
Nos túneis a ventilação inadequada combinada com o alto fluxo de veículos, resulta
em concentrações elevadas dos poluentes atmosféricos, que podem causar sérios riscos a
saúde (EL-Fadel & Hashisho, 2000).
Em uma atmosfera urbana, o NO2 é formado pela reação de NO com ozônio (O3). No
interior do túnel embora seja encontrada uma alta concentração de NO, o O3 não é formado
devido à falta de radiação solar e portanto não há conversão significativa de NO a NO2.
Entretanto, um problema adicional nos túneis é a elevada proporção de NO2 devido à
oxidação térmica de NO (Barrefors, 1996). Essa característica permite considerar que as
reações de decomposição das espécies emitidas sejam suficientemente lentas. Dessa forma
pode-se supor, com boa aproximação, que as medidas referem-se às emissões primárias no
túnel.
Tabela 1.4 Estimativa da emissão das fontes de poluição do ar na RMSP em 2001
FONTE DE EMISSÃO EMISSÃO (1000 t/ano)
CO HC NOX SOX MP4
MÓVEIS
Tubo de escapamento de veículos
Gasolina c1 780,8 82,5 44,4 10,2 5,1
Álcool 207,5 23,1 12,7
Diesel2 433,3 70,6 316,5 10,9 19,7
Táxi
MOTOCICLETA E SIMILARES
Cárter e evaporativa
Gasolina c1 131,6
Álcool 17,3
Motocicleta e similares 15,5
Pneus3 (todos os tipos)
Operações de transferência de combustível
Gasolina c1 12,6
Álcool 0,4
FIXA
Operação de processo industrial 38,65 12,05 14,05 17,16 31,66
(número de indústrias inventariadas) 750 800 740 245 308
TOTAL 1681,2 395,0 389,4 39,47 65,37
1=gasolina c: gasolina contendo 22% de álcool anidro e 800 ppm de enxofre (massa)
2=Diesel:1100 ppm enxofre (massa)
3=emissão composta para o ar (partículas) e para o solo (impregnação)
4=MP refere-se ao total de material particulado, sendo que as partículas inaláveis são uma fração deste total.
5=Ano de consolidação do inventário:1990
6= Ano de consolidação do inventário:1998
7=Estas indústrias representam mais de 90% das emissões totais
CO=monóxido de carbono, HC=hidrocarbonetos totais, NOX= óxidos de nitrogênio, SOX= óxidos de enxofre.
Com relação aos efeitos de curto período de tempo, o dióxido de nitrogênio é o mais
crítico poluente de ar urbano. O NOx afeta órgãos do sistema respiratório sendo que os
asmáticos e crianças são, particularmente, mais suscetíveis (Barrefors, 1996).
31
Experimentos em túneis foram realizados por outros pesquisadores (Pool et al., 2002;
Gertler & Pierson, 1996; Kirchstetter et al., 1999; Gertler et al., 1997) para estudar as
emissões veiculares, pois a atmosfera de um túnel fornece condições apropriadas para a
medida in situ da composição média dessas emissões.
32
CAPÍTULO II
METODOLOGIA
A seguir serão descritas as metodologias de análise de dados utilizadas para
atendimento aos objetivos propostos. Inicia-se com a metodologia para estimativa das
emissões veiculares, seguida pela descrição dos modelos receptores e do procedimento de
cálculo de trajetórias.
33
∆[ p ]
E p = 10 6 × ω c
∆[CO2 ] + ∆[CO]
34
onde N é o número total de amostras e n é o número de variáveis. Neste trabalho, n é a
concentração dos poluentes em torno de 20, portanto a condição mínima é que N seja maior
que 52.
O modelo de Análise de Fatores (Harman, 1976; Henry, 1991) pode ser expresso
como:
Z ji = ∑ a jp Fpi + d j U ji
m
(i= 1,2, ..., N; j = 1,2, ..., n; m= 1,2 ..., n) (2.2)
p =1
onde Zji é a matriz de dados padronizadas. Fpi é a matriz fator comum p para um indivíduo i
(amostragem do aerossol), N é o número total de amostras, n é o número de variáveis
observadas e m é o número de variáveis latentes. O termo a jp é a matriz dos “component
loadings” após a normalização e djUji é a matriz do erro residual na representação teórica da
medida observada. A Análise de Fatores típica é usada quando o número de variáveis latentes
é menor que o de variáveis observadas (Kessler et al., 1992; Harman, 1976).
O primeiro passo na AF é obter a matriz de correlação (R′) a partir da variável
observada (Xji) (Wolff & Korsog, 1985). O segundo passo na AF é a transformação das
variáveis observadas para variáveis padronizadas com média zero e variância 1 (Thurston &
Spengler, 1981; Henry, 1991) da seguinte maneira:
x ji − x j
z ji = (2.3)
σj
( ∑ (x j − x j)
1 N 2
σ j= ) (2.4)
N − 1 j =1
35
AUTOVETORES E AUTOVALORES
O quarto passo na AF consiste em obter os autovetores e autovalores a partir da matriz
da correlação (R). O autovetor de R é o vetor u , desta maneira:
Ru=uλ (2.5)
onde λ é o autovalor escalar não conhecido. Dessa forma, o objetivo é encontrar o vetor Ru
que é proporcional ao vetor u. A equação 2.5 pode ser escrita como a seguir:
Ru-uλ=0
ou
(R-λI)u=0, nota-se u ≠ 0. Desse modo
R-λI=0 2.6)
Existe a solução desta equação 2.6 somente se o determinante for zero
|R-λI|=0
Desse modo a matriz de correlação (R)pXp pode ser apresentada em termos de seus
autovalores (λ) e autovetores (u)
R = λ1 u1 u1 + λ 2 u 2 u 2 + ... + λ p u p u p
' ' '
(2.7)
36
mais próximos de um (Thurston & Spengler, 1985). Segundo esses autores a independência
dos fatores é preservada sob rotação varimax.
( )
A pxn = S t S
−1 t
pxp S pxN C Nxn
2.10
onde:
CNxn é a matriz das concentrações medidas iniciais;
37
(Sc)nxn é a matriz diagonal contendo as estimativas dos desvios padrões de cada uma das
variáveis;
B é o valor da matriz rodada para um elemento j no fator p;
σ 1 0 ...0
Sc = 0 σ 2 ...0
2.11
M M
M
0 0 ..σ n
onde
Sk = ∑ S ik ,
1 N
1<k<p 2.13
N i =1
38
2. 5.1 OBTENÇÃO DOS PERFIS ABSOLUTOS
Os perfis das fontes identificadas (ajp) para cada elemento também são obtidos através
do método aplicado por Keiding et al. (1986) da seguinte forma:
S j B jp
a jp = 2.15
S PM C p
onde:
Sj é o desvio padrão da distribuição de concentração de elemento j;
Bjp é o valor da matriz rodada para um elemento j no fator p;
SPM é o desvio padrão da distribuição da concentração de massa do material particulado;
Cp é valor da matriz rodada da concentração de massa do material particulado no fator p.
39
yn= y0+0.5 ∆ t.( V(x0, y0, z0, t) + V(xn-1, yn-1, zn-1, t+ ∆ t)) (2.17e)
zn= z0+0.5 ∆ t.( W(x0, y0, z0, t) + W(xn-1, yn-1, zn-1, t+ ∆ t) (2.17f)
t1 → →
r (t1) = r (t 0) + ∫to V r (t ), t dt
→ →
(2.18a),
→ →
Onde r (t1) é a posição da parcela de ar no tempo t1, partindo da posição r (t 0) e sendo
transportada pelo campo do vento V(U,V,Z) (Haagenson et al., 1997; Freitas, 1999; Longo,
1999).
(2.18b)
As trajetórias de chegada, em SP, foram calculadas chegando diariamente às 0000 e
1200 UTC para o inverno de 1999 (junho, julho e agosto). Massas de ar chegando a 1 km
acima da superfície foram escolhidas para que o impacto da topografia local fosse reduzido
(Man & Shih, 2001).
Com a finalidade de minimizar as incertezas nas análises de trajetórias, quatro
trajetórias foram geradas com ponto de chegada em intervalos de 0.5°, localizadas ao N, S, E
e W da cidade de São Paulo e mais um ponto de chegada centrado na cidade de São Paulo. O
40
conjunto gerado para base de dados constituiu-se em 905 trajetórias tridimensionais durante
o período de 3 meses.
41
de trajetórias. Stohl & Seibert (1997) argumentaram também que as trajetórias cinemáticas
são mais precisas que todos outros tipos de trajetórias.
Segundo Longo (1999), comparações realizadas em trajetórias cinemáticas (com
campo de vento analítico e que apresentam solução analítica (exata) para as trajetórias),
mostrou que o método é bastante preciso para integrações temporais da ordem de semanas na
escala espacial de 80 km. Entretanto, a incerteza no cálculo de trajetórias de parcelas de ar
está associada às incertezas na determinação do campo do vento em situações reais. Entre os
fatores que influenciam na determinação dos campos de vento são: (i) incertezas associadas às
análises do CPTEC, utilizadas como condições iniciais e de contorno, (ii) limitação
computacional e consequentemente limitação na definição da resolução espacial e temporal da
simulação, resultando na exclusão de importantes processos físicos da escala resolvida do
modelo, os quais são parametrizados e carregam as incertezas associadas com estas
parametrizações, e (iii) processos físicos ainda não completamente compreendidos e não
incluídos no problema, como influências diretas das partículas de aerossóis no balanço
radiativo da atmosfera, processos de microfísica de nuvens, entre outros.
43
hidrometeoros na fase líquida e gelo, troca de calor sensível e latente entre a atmosfera e
superfície (camada do solo múltipla, incluindo o papel da vegetação e água na superfície),
efeitos cinemáticos de topografia, e convecção de cumulus. O código foi escrito quase
exclusivamente em FORTRAN e algumas partes em linguagem C (Tremback & Walko, 2001;
Pielke et al. 1992).
b) Equação de movimento
→
∂v → → → → → →
= − v .∇ v − ∇p − g k − 2 Ω x v + F
1
(2.19b)
∂t ρ
→ → → →
gradiente de pressão, −g k é a força de gravidade, − 2Ωx v é a força de Coriolis e F é a força
interna de atrito entre as camadas do fluido.
44
onde rn se refere à razão de mistura da água na fase n (sólida, líquida ou gasosa) e Qrn
expressa os processos físicos de transformação de fase de água, e perda ou ganho por
precipitação para as fases sólida e líquida.
onde φ representa o valor médio de φ dentro de intervalo de tempo ∆t (passo no tempo) e dos
intervalos espaciais ∆x, ∆y, ∆z (espaçamento da grade) a ser resolvida pelo modelo numérico.
φ ′′ é o desvio de φ a partir desse valor médio (perturbação nas escalas subgrade).
onde φ0 é valor do estado básico da atmosfera, obtido com uma média sobre φ numa escala
maior que a escala em estudo e φm é o desvio associado à mesoescala. O estado básico é
horizontalmente homogêneo e seco, obedecendo a lei de gás ideal, equilíbrio hidrostático e
estando em balanço geostrófico.
No estado médio, considera-se, (i) o termo de transporte como sendo a soma das
contribuições associadas a advecção na escala resolvida e ao transporte turbulento na camada
limite planetária; e (ii) que os termos Q0 e Qrn nas equações 2.19c e 2.19d, respectivamente,
possuem contribuições do transporte convectivo, convergência de radiação e de microfisica,
na escala não resolvida. As seguintes equações são válidas para o estado médio (onde o índice
0 refere-se ao estado básico e o índice m ao desvio).
i) A equação do momento é dada por
∂ ui ∂u ∂u 1 ∂ pm ρ m
= i + i − −( + r T ) gδi ,3 + ε ijk f k u i
∂t ∂t adv ∂t turb ρ 0 ∂ xi ρ0
onde xi é uma das coordenadas espaciais, ui é uma das componentes da velocidade na
escala resolvida, fk é o parâmetro de coriolis, e rT é a razão de mistura da água total que
inclui as razões de mistura da água nas fases sólida (rgelo), líquida (rliq) e gasosa (rv), ou
seja:
r T = r gelo + rliq + rv
δi,3 = (0 0 1)
0 1
1
= −1 1
ε ijk 0
−1 −1 0
∂θ il ∂θ il ∂θ ∂θ ∂θ ∂θ
= + il + il + il + il
∂t ∂t
adv ∂t turb ∂t con ∂t rad ∂t microf
onde θil é a temperatura potencial de água líquida e gelo, a qual se conserva em mudançãs
de fase da água, definida através da relação semi-empérica (Tripoli & Cotton, 1982):
Llv r liq + L gv r gelo
θ = θ il [1 + ]
C p max(T ,253)
46
com Llv e Lgv sendo o calor latente (J/kg) de vaporização e de sublimação, respectivamente.
iii) Equação de Poison
T = θ ( p / p 0)
R / Cp
onde os índices "adv" (advecção na escala resolvida), "turb" (transporte turbulento na camada
limite planetária), "con" (transporte convectivo não resolvido), "rad" (convergência de
radiação) e "microf" (parametrização de microfísica).
48
onde φ é o valor atual da variável calculada pelo modelo, φ0 é o valor desta variável na
−
análise, τ é a escala de tempo da forçante, que define a sua intensidade, e ϖ(k,i,j) é um termo
3D, que determina as regiões do domínio em que este procedimento se realizará. Em um certo
instante de tempo t do modelo, o valor da variável observada φ0(t) é obtido através de uma
interpolação linear no tempo entre os valores de φ0 em duas análises consecutivas (Pielke et.
al., 1992, Longo, 1999). As escalas de tempo de nudging são divididas em três: no centro
(tnudcent), numa banda lateral (tnudlat) e uma banda no topo do modelo (tnudtop). As
escalas de tempo são definidas pelo usuário e possibilitam a construção do termo ϖ(k,i,j)/ τ
Neste trabalho os valores de tnudcent, tnudla e tnudtop foram 86400 s, 1800 s e 10800 s
respectivamente.
b)VEGETAÇÃO
Os dados da vegetação são globais com resolução horizontal de 30 segundos grau, ou
aproximadamente de 1km. A fonte de dados usada é do IGBP (International Geosphere-
Biosphere Programe) (http://www.cnrm.meteo.fr/igbp). Esses dados são obtidos com base em
medidas com radiômetro de alta reasolução chamado AVHRR ( Advanced Very High
Resolution Radiometer).
c) TOPOGRAFIA
A base de dados de topografia é global com resolução horizontal de 30 segundos de grau
ou aproximadamente 1 km. Os dados são do GLCC- Global Land Cover Characterization
(http://edcdaac.usgs.gov/glcc/glcc.html) (Liston & Pielke, 2001).
49
CAPÍTULO III
PARTE EXPERIMENTAL
50
Tabela 3.1, abaixo apresentam-se as principais medidas realizadas e os respectivos grupos de
pesquisa responsáveis.
NOx, NH3, BEN, TOL, PXY, GEPA Com o DOAS, adquirido dentro Automático*
MXY, FEN, O3, SO2, FOR, deste temático
HNO, NO3
Carbono total e suas frações GEPA Aetalômetro Automático
“soot” e orgânico
Material Particulado Inalável GEPA TEOM Automático
Aldeídos, Ácidos Carboxílicos LEMA-I.Q. Com materiais de consumo Cromatografia de
e Álcoois na fase gasosa, adquiridos neste temático íons com
condutividade
elétrica, HPLC,
CG/FID/TD
Ânions, cátions e orgânicos LEMA-I.Q. Com materiais de consumo Cromatografia
que compõem o material adquiridos neste temático
particulado
O3, CO, NOx IPEN Com monitores automáticos Automático
adquiridos neste temático
Material Particulado GEPA PARTISOL, adquirido neste Automático
temático
*O termo automático utilizado aqui significa que o equipamento monitora a espécie praticamente em tempo real.
GEPA= Grupo de Estudos de Poluição do Ar; LEMA-IQ= Laboratório de Estudos do Meio Ambiente – Instituto
de Química; IPEN= Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares; PIXE= Proton Induced X-ray Emission;
DOAS= Differential Optical Absorption Spectrometer; TEOM= Tapered Element Oscillating Microscale;
HPLC= Hight Performance Liquid Chromatography; CG/FID= Cromatografia Gasosa/Flame Ionization
Detector; PARTISOL= amostrador de ar seqüencial para coleta simultânea de particulado fino e grosso; BEN=
benzeno; TOL= tolueno; PXY=p-xileno; MXY= m-xileno; FEN= fenóis; FOR= formaldeído.
52
Tabela 3.2 Rede automática de monitoramento atmosférico da CETESB (Fonte: Cetesb,
2000)
No de Estações PI SO2 NO NO2 Nox CO CH4 HCNM O3 UR T V D P
estação
01 Parque D Pedro X X X X X X X X X X X X X X
II
02 Santana X X X X
03 Moóca X X X X
04 Cambuci X
05 Ibirapuera X X X X X X X X X X X X
06 Nossa Senhora X
Do Ó
07 São Caetano X X X X X X X X XX X X X X X
Do Sul
08 Congonhas X X X X X X X
09 Lapa X X X X X X X X X
10 Cerqueira X X X X X X
César
11 Penha X
12 Centro X X X X X X
13 Guarulhos X X X
14 Santo André – X X X X
Centro
15 Diadema X X
16 Santo Amaro X X X X
17 Osasco X X X X X X X X X
18 Santo André- X X X
Capuava
19 São Bernardo X X X
Do Campo
20 Tobão da Serra X
21 São Miguel X X X X X X
Paulista
22 Mauá X X X X X
24 Cubatão-Centro X X X X X X X X X X X
25 Cubatão- Vila X X X X
Parisi
27 Pinheiros X X X X X X
PI-Partículas Inaláveis
HCNM – Hidrocarbonetos menos metano
V– velocidade do vento; D- Direção do vento ; UR- Umidade Relativa; P- Pressão Atmosférica; T- temperatura.
Radiação total e Ultravioleta são medidas somente na estação Ibirapuera.
FILTRO NUCLEPORE
DE 8,0 µ m
FILTRO NUCLEPORE
DE 0,4 µ m
Figura 3.2b. Arranjo experimental de amostragem com o AFG. (Fonte, Castanho, 1999)
54
3.3.2. IMPACTADOR EM CASCATA COM DEPOSIÇÃO UNIFORME (MOUDI)
O MOUDI (Micro Orifice Uniform Deposit Impactor) permite avaliar a concentração do
material depositado até PM10 (diâmetro aerodinâmico menor que 10 µm) e também permite a
separação física das partículas em diferentes frações de tamanho (Marple et al., 1991). Neste
trabalho foi utilizado o MOUDI de 10 estágios (modelo 110), desenvolvido nos EUA (Marple
et al., 1991). Aqui a inclusão de inlet e after-filter permite a coleta de partículas em 12 frações
de tamanho entre < 0,056 µm e 18 µm, como na tabela 3.3 (Allen et al., 2001). Nas
superfícies do impactador foram utilizados filtros de policarbonato (Nuclepore), de 47 mm de
diâmetro com poros de 8 µm. O fluxo de ar foi de 24.8 litros por minuto (l/min). Neste
trabalho os diâmetros de corte (D50) do impactador que funcionaram foram: 18µm (Inlet);
10µm; 5,6µm; 3,2µm; 1,8µm; 1,0µm; 0,56µm; 0,32µm e 0,1µm. Um PVC pequeno foi utilizado
para proteger o impactador da chuva. O inlet tem como propósito limitar as partículas que
entram no impactador. Neste trabalho o filtro final de teflon (after filter ), de 37 mm de
diâmetro, permite a coleta de todas as partículas menores que 0,1µm.
1A 10 1
2A 5,6 10
3A 3,2 10
4A 1,8 20
5A 1,0 40
6A 0,56 80
7A 0,32 900
8A 0,18 (não funcionou) 900
9A 0,10 2000
10A 0,056 (não funcionou) 2000
Teflon (after filter) 0 --
3.3.3 MINIVOL
56
3.3.3.1 PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO DO MINIVOL
O Minivol é basicamente controlado por uma bomba através de um timer
programável. O amostrador é equipado para operar a partir de fontes AC ou DC. Para a
amostragem de PM10, o ar é aspirado até o separador de tamanho de partículas e depois até o
meio do filtro. A separação das partículas é realizada por impactação. O crucial para a coleta
de partícula de forma correta é o fluxo de ar que passa diretamente pelo INLET. Para o
Minivol, o fluxo volumétrico deve ser de 5 litros por minuto em condições ambientais.
Neste trabalho o Minivol foi utilizado para amostrar o aerossol em duas modas: (i) moda
grossa, (2,0<da ≤ 10 µm) e (ii) e moda fina, (da ≤ 2,0 µm), assim como descrito no trabalho
de Chan & Kwork (2000).
57
Placa de impactação com anel
Ímãs Removível para fixação do
filtro
Estágio giratório
Placa de orifícios
Estágio estacionário
(a)
Ar aspirado
Tamanho de orifícios
Estágio 1
Placa de impactação
Estágio 2
Estágio N
Filtro
Filtro de teflon
∆C = i =1
2 xn
onde n é o número de filtros utilizados no controle.
A massa final de aerossol em um filtro (Wn) é obtida pela correção da massa total pela
mudança de massa de filtros de controle (chamados brancos)
Wn=Wg+∆C
b) tempo de amostragem (t) é a diferença entre o inicio e o fim, a partir de tempo totalizador
(horímetro). Neste trabalho, a escolha de tempo é em minutos.
59
c) volume de ar amostrado (V) em metros cúbicos, é a média de fluxo (Q) em litros por
minuto, tempo de amostragem em minutos. Conversão de litros para metros cúbico é
0.001
V m3 = 0.001m3 / l x Ql / min x t min
Raios X
Figura 3.4. Emissão de raios-x induzidos por prótons (adaptado de Tsuji et al., 2000)
60
Utilizou-se o sistema PIXE do Laboratório de Análise de Materiais por Feixes Iônicos-
LAMFI (http://www.if.usp.br/lamfi), da Universidade de São Paulo. Na Figura 3.5 é
apresentado um diagrama do sistema PIXE (Minagawa et al., 2001).
Feixe de prótons
Detector Si(Li)
câmara
Eletrodo
supressor
Pre-amplificador Raios X
Integrador de
alvo corrente
amplificador
discriminador
computador
Analisador Multicanal
Os espectros dos raios-X obtidos são analisados com o programa AXIL (Van Espen et
al., 1979), que, através do ajuste das linhas espectrais, permite o cálculo das concentrações
elementares. O espectro típico gerado pelo sistema PIXE é apresentado na Figura 3.6 (Jal et
al., 2001)
Energia (keV)
Contagens
Número de canal
Figura 3.6 . Espectro típico gerado pelo sistema PIXE
61
3.4.3. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE “BLACK-CARBON”
A definição de “black carbon” (BC) corresponde ao carbono na fase particulado. Neste
trabalho foram determinadas as concentrações de BC através da técnica de refletância de luz
utilizando o equipamento Reflectômetro, marca “Diffusion Systems Ltd.”, modelo “Smoke
Stain Reflectometer- Model 43” (Delumea et al., 1980; Longo, 1999). O BC é um composto
predominantemente presente na fração fina do aerossol (Castanho, 1999). Neste trabalho foi
determinada a concentração de BC nos filtros finos coletados com o Minivol.
A técnica de refletância de luz consiste na iluminação do filtro de policarbonato, no qual
foram coletadas partículas de aerossóis, e posterior medição da luz refletida. A quantidade de
luz refletida é utilizada na determinação da porção absorvida pelos aerossóis no filtro, através
da comparação com uma curva de calibração. Esta curva de calibração é obtida a partir de
medidas da refletância de uma série de filtros com diferentes quantidades de black carbon
(Longo, 1999). Essa curva de calibração da luz refletida pela quantidade de black carbon foi
obtida empiricamente por Loureiro et al. (1994) e também utilizada em Castanho (1999). A
curva de calibração é dada pela Equação 3.1, que indica como, a partir da refletância medida,
pode-se determinar a massa de BC presente na atmosfera (Castanho, 1999).
µg A
BC ( 3
) = (30,90 − 15,454 * log( R ) * ) (3.1)
m V
onde:
R=refletância (%)
A=área amostrada do filtro utilizando o equipamento Minivol (13,20 cm2)
V= volume de ar amostrado (m3)
Quanto menor a intensidade da luz refletida maior é a quantidade de black carbon
presente na amostra, pois este estaria absorvendo uma parcela maior da luz incidente.
62
foram utilizados na Análise de Fatores. O restante dos cátions e ânions apresentou uma
pequena base de dados. A base de dados para o SO42-, e NH4+ está no Apêndice B.
3.5.2. GASES
As concentrações dos gases foram medidas simultaneamente dentro e fora dos túneis. Os
gases medidos no interior dos túneis foram: monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono
(CO2), NOx, e dióxido de enxofre (SO2). As concentrações de CO2 foram monitoradas
continuamente com registro para médias de 10 minutos.
Os gases CO, NOx e SO2 foram coletados em sacos de “Tedlar”, dentro e fora do túnel
(Gertler et al., 1997), com a aspiração do ar por um compressor com 1 l/min. Os sacos de
Tedlar foram analisados em seguida à amostragem, na estação telemétrica de qualidade do ar
da CETESB, em Congonhas.
As concentrações dos gases NO e NO2 também foram medidas utilizando-se monitores
contínuos de NOx, apenas dentro do túnel Jânio Quadros, sob responsabilidade do Instituto de
Química, grupo da Profa. Lílian Carvalho (Pool et al., 2002).
63
3.6 DADOS METEOROLÓGICOS NO PERÍODO MPASP
O perfil do vento e a turbulência foram medidos utilizando-se o SODAR Doppler
(Nair et al., 2000; Freitas et al., 2000; Ynoue et al., 2000; Nair et al., 2002), também o perfil
do vento foi medido utilizando-se balões.
As variáveis meteorológicas de superfície foram medidas: (i) na estação meteorológica
da Água Funda pela estação do IAG, (ii) na estação meteorológica do Departamento de
Ciências Atmosféricas por uma estação automática, e (iii) na estação meteorológica em
Santana de Paraíba também de forma automática.
A estação meteorológica da Água Funda encontra-se situada no Parque Estadual das
Fontes do Ipiranga (antigo Parque do Estado), bairro da Água Funda, na cidade de São Paulo.
Geograficamente localiza-se na latitude 23°39′S e longitude 46°37′W, desde o início de seus
registros. A série temporal desta estação é bastante longa, inicia-se em 1933. Esta estação
meteorológica possui um rigoroso controle de qualidade, baseado na comparação entre as
medidas de seus instrumentos, tais como o psicrômetro de bulbo seco e termógrafo de anel
bimetálico, além das medidas de valores extremos de temperatura do ar realizados pelos
termômetros de máxima e mínima com capilar de mercúrio e álcool respectivamente.
64
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Na Tabela 4.1.1a são apresentados dados referentes às amostragens realizadas nos túneis
descritos no item 2.1. Foram coletadas 9 amostras nos túneis Jânio Quadros (JQ) e
Maria Maluf (MM), com o amostrador Minivol. As siglas na tabela significam o local
de coleta, sendo JI referente à coleta interna no túnel JQ, JE representa a coleta externa
no túnel JQ, MI para a coleta interna no túnel MM e ME para a coleta externa no túnel
MM. Também nesta tabela estão apresentados os resultados de concentração de material
particulado fino, grosso e inalável para as 9 amostras coletadas. O túnel JQ possui um
extensão de 1200m, com 4m de altura e duas faixas de rolamento. O volume médio
diário é de 58.000 veículos. O túnel MM possui 845m de extensão, 5,6m de altura, 3
faixas de rolamento e um volume de 70.000 veículos diários. O sistema de ventilação é
baseado na concentração de CO fornecida por monitores instalados no interior dos
túneis, que aumenta e diminui a rotação dos ventiladores dos túneis.
Tabela 4.1.1a Período de amostragem de cada uma das 09 amostras coletadas nos túneis Jânio
Quadros e Maria Maluf e suas concentrações de massa utilizando o
equipamento Minivol
No da INICIO FINAL CONCENTRAÇÕES
Amostra DIA HORA DIA HORA FINO GROSSO INAL*
µg/m 3
µg/m 3
µg/m3
1JI 13-ago-01 10:20 13-ago-01 12:00 75,8 116,9 192,7
2JI 13-ago-01 12:00 13-ago-01 14:02 73,5 84,5 158,0
3JI 13-ago-01 14:03 13-ago-01 16:00 59,8 58,1 117,9
4JE 13-ago-01 11:20 13-ago-01 14:00 31,4 11,1 42,5
5JE 13-ago-01 14:00 13-ago-01 16:00 36,5 17,5 54,0
6MI 10-out-01 7:35 10-out-01 9:49 97,8 98,5 196,3
7MI 10-out-01 9:55 10-out-01 11:51 56,4 50,0 106,4
8ME 10-out-01 7:46 10-out-01 9:48 49,4 12,0 61,4
9ME 10-out-01 9:49 10-out-01 11:30 49,4 8,5 57,9
*INAL=inalável
Na Tabela 4.1.1b são apresentados o número de veículos por hora que circularam
durante as amostragens, por tipo de veículo.
Na Figura 4.1.1 apresenta-se a concentração de massa de aerossóis por amostra, nas
frações fina e grossa, obtida para as 9 amostras coletadas nos túneis. Observa-se que as
concentrações em massa do material particulado (CMP) obtidas no interior dos túneis são
maiores que as CMP externas. Este resultado está de acordo com Kirchstetter et al. (1999),
que estudaram as medidas das concentrações dos poluentes no túnel Caldecott (1100 m de
65
longitude) localizado no leste de San Francisco (EUA), onde os autores obtiveram este
mesmo resultado para a maioria dos poluentes atmosféricos.
Tabela 4.1.1b Número de veículos por hora que circularam durante as amostragens
No da Veículos leves Motos Caminhões ônibus
Amostra
1JI 2234 78
2JI 2684 131
3JI 2856 200
6MI 1292 174 177 10
7MI 1476 173 325 4
Figura 4.1.1. Concentração em massa do material particulado (CMP), nas modas fina e
grossa por amostra, nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf.
66
0,6
0,5
0,4
BC/MPF
0,3
0,2
0,1
0,0
1JI 2JI 3JI 4JE 5JE 6MI 7MI 8ME 9ME
Figura 4.1.2. Razão da concentração de black carbon (BC) na concentração do material
particulado fino (MPF), por amostra.
moda fina
moda grossa
0,5
0,4
somaCE/CMP
0,3
0,2
0,1
0,0
1JI 2JI 3JI 4JE 5JE 6MI 7MI 8ME 9ME
Figura 4.1.3. Participação percentual dos elementos inorgânicos (EI) em relação à massa
total de material particulado (CMP), por amostra.
67
As Figuras 4.1.4 e 4.1.5 apresentam as razões entre as médias percentuais internas
(PCMI) e as médias percentuais externas (PCME), nos túneis Jânio Quadros (JQ) e Maria
Maluf (MM), respectivamente. No túnel JQ a concentração de Fe, na moda fina, apresenta-se
enriquecida (Figura 4.1.4), tendo, como possível causa, a contribuição oriunda do sistema de
ventilação e os próprios veículos. Os elementos traços Si, Fe e BC, na moda fina,
apresentam-se enriquecidos nas amostras coletadas no túnel MM.
68
Tabela 4.1.2a. Compostos e elementos inorgânicos na sua forma oxidada, black carbon (BC) e compostos orgânicos na moda fina (em µg/m3)
No da Al2O3 SiO2 (NH4)2SO4 NaCl K2O CaO TiO2 MnO2 Fe2O3 NiO Cu2O ZnO Br Pb Inor* Inor/M*(%) BC/M Org*
Amostra *
1JI 1,51 0,90 12,62 0,17 0,35 1,67 0,31 0,23 14,32 0,01 0,47 0,37 0,07 0,03 33,04 43,62 0,35 16,57
2JI 1,32 0,68 6,50 0,17 0,24 1,41 0,26 0,17 13,09 0,44 0,29 0,06 0,00 24,66 33,57 0,26 29,88
3JI 3,97 0,26 0,11 0,84 0,16 0,13 9,60 0,00 0,51 0,05 0,04 15,92 26,60 0,24 29,56
4JE 0,62 0,23 5,68 0,17 0,18 0,57 0,09 0,05 0,43 0,02 0,02 0,26 0,04 0,02 8,37 26,69 0,18 17,38
5JE 0,37 0,00 4,37 0,35 0,35 0,59 0,09 0,03 0,36 0,01 0,02 0,10 0,05 6,67 18,28 0,16 23,82
6MI 1,79 5,77 0,32 0,03 0,25 0,07 0,06 1,61 0,01 0,07 0,23 0,04 0,06 10,31 10,54 0,48 40,83
7MI 1,31 2,54 0,33 0,00 0,16 0,05 0,03 0,37 0,01 0,02 0,11 0,03 0,02 4,97 8,81 0,58 18,60
8ME 2,26 7,73 0,38 0,12 0,24 0,09 0,07 0,47 0,03 0,04 0,36 0,05 0,08 11,92 24,15 0,30 22,72
9ME 0,17 3,80 0,83 0,16 0,42 0,11 0,06 0,61 0,02 0,03 0,23 0,06 0,04 6,53 13,21 0,36 25,31
* Inor= elementos inorgânicos, Org= Compostos orgânicos + água, M= concentração de massa do MPF
Tabela 4.1.2b. Compostos e elementos inorgânicos na sua forma oxidada (em µg/m3) na moda grossa
No da Al2O3 SiO2 (NH4)2SO4 NaCl K2O CaO TiO2 Cr MnO2 Fe2O3 NiO Cu2O ZnO Pb Inor*
Amostra
1JI 4,67 4,82 4,71 0,72 1,05 10,44 0,62 0,10 0,23 16,65 0,07 0,41 0,59 0,04 45,14
2JI 2,08 2,08 2,17 0,41 0,44 4,47 0,41 0,07 0,17 14,04 0,01 0,43 0,25 0,03 27,07
3JI 2,44 2,11 1,79 0,30 0,45 3,68 0,41 0,06 0,17 12,99 0,38 0,31 0,00 25,09
4JE 1,43 1,52 1,10 0,37 0,19 2,63 0,23 0,06 0,04 1,12 0,02 0,02 0,14 0,02 8,88
5JE 0,94 0,63 0,83 0,13 1,70 0,17 0,09 0,05 0,85 0,00 0,01 0,05 0,02 5,46
6MI 0,89 2,32 5,64 0,48 0,28 2,68 0,27 0,03 0,11 5,56 0,05 0,14 0,37 0,07 19,17
7MI 1,07 2,33 0,27 0,18 1,57 0,18 0,13 0,07 3,25 0,03 0,06 0,16 0,02 9,33
8ME 0,72 1,59 0,38 1,50 0,16 0,15 0,05 0,80 0,09 0,02 0,14 5,59
9ME 0,65 0,58 1,88 0,18 0,06 0,05 1,11 0,04 0,04 0,10 4,70
69
fina JQ
16 grossa JQ
12
PCM I/PC M E
0
CMP Al Si S Cl K Ca Ti Mn Fe Zn Br Pb BC
Figura 4.1.4. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e as médias
percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Jânio Quadros (JQ), nas
frações da moda fina e grossa do aerossol.
fina
2.0 grossa
1.6
PCM I/PCM E
1.2
0.8
0.4
0.0
C MP Al Si S Cl K Ca Ti Mn Fe Zn Br Pb BC
Figura 4.1.5. Razão entre as médias percentuais das medidas internas (PCMI) e as médias
percentuais obtidas nas medidas externas (PCME), no túnel Maria Maluf, nas frações da
moda fina e grossa do aerossol.
70
4.3 PARTICIPAÇÃO DOS ELEMENTOS-TRAÇOS NO MATERIAL PARTICULADO
onde:
71
Tabela 4.1.3. Razão entre a concentração de elementos-traços e o MPF* (em %)
No da Al Si S Cl K Ca Ti Mn Fe Ni Cu Zn Br Pb BC
Amostra
1JI 1,05 1,08 4,06 0,13 0,38 1,00 0,31 0,19 13,50 0,01 0,57 0,41 0,09 0,04 34,51
2JI 0,95 0,85 2,16 0,14 0,27 0,88 0,28 0,15 12,73 0,55 0,33 0,08 25,76
3JI 1,62 0,25 0,16 0,64 0,21 0,13 11,46 0,00 0,71 0,09 0,07 23,99
4JE 1,05 0,66 4,42 0,32 0,47 0,83 0,21 0,09 0,98 0,04 0,05 0,70 0,13 0,05 17,91
5JE 0,53 2,92 0,56 0,79 0,73 0,19 0,05 0,70 0,02 0,06 0,22 0,12 16,47
6MI 1,66 1,44 0,19 0,03 0,12 0,06 0,04 1,18 0,01 0,06 0,19 0,05 0,06 47,70
7MI 2,11 1,10 0,34 0,13 0,06 0,03 0,47 0,01 0,03 0,16 0,06 0,03 58,22
8ME 4,16 3,82 0,46 0,20 0,22 0,14 0,08 0,68 0,04 0,07 0,61 0,10 0,17 29,83
9ME 0,32 1,87 0,98 0,27 0,39 0,18 0,08 0,88 0,03 0,06 0,39 0,12 0,08 35,59
* MPF= material particulado fino
72
4.4 DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHO DOS AEROSSÓIS GERADOS POR EMISSÕES
VEICULARES.
Tabela 4.4.1 Informações sobre as amostragens dos aerossóis realizadas nos túneis Jânio
Quadros (MoudiJ) e Maria Maluf (MoudiM) utilizando o MOUDI.
Identificação Data e Data e MOUDI Fluxo médio
Hora início Hora final (l/min)
MoudiJ 1 13/08/01 às 10:20 13/08/01 às 11:55 1 24,6
MoudiJ 2 13/08/01 às 12:05 13/08/01 às 14:00 2 25,15
MoudiJ 3 13/08/01 às 14:00 13/08/01 às 16:00 3 24,85
MoudiM 4 10/10/01 às 07:30 10/10/01 às 09:45* 4 23,9
MoudiM 5 10/10/01 às 10:06 10/10/01 às 11:55 5 22,65
*houve falta de energia das 8h30min até 8h43min.
73
Tabela 4.4.2 Estágios do Impactador em Cascata, com os diâmetros de corte e concentrações em
massa por estágio.
Estágio Diâmetro CONCENTRAÇÕES (µg/m3)
de corte
MoudiJ 1 MoudiJ 2 MoudiJ 3 MoudiM 4 MoudiM 5
(µm)
Inlet 18 75,2 48,6 41,3 27,2 21,2
A 47,4 38,3 27,6 26,8 19,6
1 10
A 46,3 18,7 23,4 21,8 28,8
2 5,6
A 19,6 11,2 18,7 26,1 22,4
3 3,2
A 12,7 7,7 13,2 31,3 20,2
4 1,8
A 6,5 4,4 9,3 27,2 19,2
5 1,0
6A 0,56 20,8 4,9 12,0 34,1 27,0
A 18,3 13,3 17,7 31,1 34,3
7 0,32
9A 0,10 29,0 20,6 24,7 37,6 48,9
Teflon < 0,1 10,2 7,7 3,1 63,9 59,6
(after filter)
Nas Figuras 4.4.1 à 4.4.2 estão ilustradas as distribuições de massa por estágio de cada
impactador. Observa-se que os túneis Jânio Quadros (JQ) e Maria Maluf (MM) apresentam
diferenças em termos de distribuição de tamanho do aerossol. O túnel JQ apresenta valores
elevados de concentrações de massa na moda grossa (diâmetro de corte (D50) ≥ 1,8 µm) e o túnel
MM apresenta valores elevados das concentrações de massa do material particulado (CMP) na
moda fina (D50 ≤1,0 µm).
Observa-se a presença de duas modas no túnel JQ (Figuras 4.4.1a à 4.4.1b), uma moda
fina com valores elevados da concentração de massa em D50 de 0,1 µm, e na moda grossa em
5,6; 10 e 18 µm.
Observa-se a presença de uma moda no túnel MM (Figuras 4.4.2a à 4.4.2b), com valores
elevados da concentração de massa em D50 ≤0,1 µm e 0,1 µm, devido, muito provavelmente, à
grande participação de BC na concentração de massa do material particulado fino. Esse valor foi
estimado em 55% do MPF (Figura 4.1.2). No estudo do túnel, em Osaka, Japão, Funasaka et al.
(1998) mostraram que o BC foi o elemento predominante para partículas no túnel, caracterizado
por veículos à diesel. Segundo estes autores, o BC participou com 71% para a massa do aerossol
em D50 ≤ 2,0 µm. Também Weingartner et al. (1997) reportaram que a razão entre o BC e a
74
CMP, no interior do túnel Gubrist (3250 m de comprimento) na Alemanha, foi 0,5 à 100 m do
início do túnel e 0,3 à 100 m antes de sair do túnel.
(a) moudiJ 1
CMP( µ g/m )
60
3
40
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro (µ m)
(b) moudiJ 2
40
CMP(µ g/m )
3
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro (µ m)
(c) moudiJ 3
40
CMP(µ g/m )
3
30
20
10
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro (µ m)
Figura 4.4.1 Concentração em massa do material particulado (CMP), por estágio,
localizado no túnel Jânio Quadros, , para os coletores: (a) moudiJ 1, (b) moudiJ 2, (c)
moudiJ 3
75
(a) moudiM 4
60
CMP( µ g/m )
3
40
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro ( µ m)
(b) moudiM 5
60
CMP( µ g/m )
3
40
20
0
< 0.1 0.1 0.32 0.56 1.0 1.8 3.2 5.6 10 18
diâmetro ( µ m)
Figura 4.4.2 Concentração em massa do material particulado (CMP), por estágio,
localizado no túnel Maria Maluf para os coletores: (a) moudiM 4, (b) moudiM 5.
Observa-se nas distribuições acima no túnel Maria Maluf a maior participação de massa
em estágios que correspondem às partículas mais finas. Este comportamento deve ser resultante
da maior contribuição de partículas constituídas por carbono emitidas por motores a diesel.
A Figura 4.4.3 mostra as concentrações totais do aerossol, considerando soma de todos os
estágios, para cada impactador, utilizado nos dois túneis. Observa-se que as concentrações totais
(CT), no túnel Maria Maluf são levemente maiores que as CT no túnel Jânio Quadros.
76
CT(µ g/m ) 300
3
200
100
0
moudiJ 1 moudiJ 2 moudiJ 3 moudiM 4 moudiM 5
Amostragem
Figura 4.4.3 Concentrações totais (CT), soma de todos os estágios para cada impactador
para as amostragens nos túneis.
Para o cálculo das ev para cada tipo de túnel, realizou-se a média dos elementos traços
considerando as 3 amostras no túnel Jânio Quadros, para cada estágio, e a média dos elementos
traços considerando as duas amostras do túnel Maria Maluf. A partir das médias dos elementos
traços foram realizados os cálculos das ev, utilizando a Equação 4.3.1. Os resultados são
mostrados nas Tabelas 4.4.3 e 4.4.4. No túnel Jânio Quadros (Tabela 4.4.3), veículos movidos à
gasolina apresentaram altos valores de emissão veicular para os elementos Fe nos estágios 5,6
µm, 1,8 µm, 1,0 µm, 0,56 µm, 0,32 µm e 0,1 µm, , Ca em 3,2, 1,8 e 0,1 µm (associados a
ressuspensão do solo), S na moda fina em 0,32 µm (proveniente do S convertido da fase gás) e Si
em 5,6, 3,2, 1,8 e 1,0 µm.
No túnel Maria Maluf (Tabela 4.4.4), caracterizado pelo tráfego de veículos movidos à
diesel, foram encontrados altos valores de emissão veicular para os elementos Fe em 3,2 µm, 1,8
µm e 1,0 µm de diâmetro de corte; Si em 5,6 µm, 1,8 µm, e 1,0 µm, e 0,32 µm. A base de dados
das concentrações elementares, amostrados nos túneis Jânio Quadros (no dia 13 de agosto de
2001) e Maria Maluf (no dia 10 de outubro de 2001) estão no Apêndice B.
Também foi realizado o cálculo das ev para o ambiente atmosférico, amostragens
realizadas no DCAUSP, no inverno de 1999 (descrito no item 3.1.1). Os resultados das ev para o
inverno de 1999 são mostrados na Tabela 4.4.5. Observa-se altos valores das ev para os
elementos Fe em 1,8 µm, 1,0 µm e 0,56 µm, S para todos os diâmetros de corte e Si em 1,8 µm,
1,0 µm, 0,56 µm, 0,32 µm de diâmetro de corte (Tabela 4.4.5).
77
Tabela 4.4.3 Razão entre a concentração de elementos-traço e a concentração em massa (%) em cada estágio no túnel Jânio Quadros
D50 Si P S Cl K Ca Ti Mn Fe Ni Cu Zn Br Pb
18 0,31 0,01 0,07 0,10 0,04 0,38 0,02 0,01 0,37 0,00 0,02 0,03
10 0,52 0,04 0,10 0,09 0,12 0,83 0,04 0,01 0,92 0,00 0,02 0,03 0,04 0,00
5,6 1,37 0,06 0,37 0,18 0,26 0,00 0,06 4,89 0,01 0,14 0,10 0,05 0,02
3,2 2,34 0,09 0,63 0,33 0,37 1,44 0,14 0,04 0,01 0,46 0,17 0,10 0,05
1,8 1,84 0,13 0,63 0,25 0,24 2,11 0,24 0,09 4,48 0,04 0,57 0,21 0,15 0,06
1,0 1,65 0,17 1,03 0,51 0,13 1,64 0,22 0,13 11,81 0,03 0,51 0,44 0,26 0,03
0,56 0,85 0,10 0,87 0,37 0,24 0,64 0,09 0,07 4,12 0,00 0,24 0,28 0,12 0,04
0,32 0,65 0,09 1,46 0,06 0,40 0,81 0,13 0,05 4,77 0,00 0,30 0,21 0,10 0,04
0,1 0,26 0,05 1,19 0,20 0,30 0,26 0,03 0,04 1,38 0,01 0,09 0,10 0,07 0,03
Tabela 4.4.4 Razão entre a concentração de elementos-traço e a concentração em massa (%) em cada estágio no túnel Maria Maluf
D50 Si P S Cl K Ca Ti Mn Fe Ni Cu Zn Br Pb
18 0,85 0,03 0,03 0,17 0,01 0,01 0,28 0,00 0,07
10 0,47 0,06 0,08 0,08 0,01 0,23 0,02 0,01 0,53 0,00 0,00 0,01 0,07 0,00
5,6 1,34 0,06 0,21 0,06 0,09 0,66 0,08 0,03 2,23 0,02 0,04 0,04 0,07 0,01
3,2 0,86 0,06 0,26 0,00 0,10 0,50 0,09 0,04 3,49 0,03 0,09 0,06 0,07 0,01
1,8 1,28 0,06 0,21 0,02 0,04 0,24 0,05 0,03 1,87 0,02 0,06 0,09 0,04 0,01
1,0 1,61 0,05 0,61 0,06 0,05 0,26 0,06 0,04 2,15 0,01 0,09 0,11 0,08 0,01
0,56 0,30 0,05 0,27 0,04 0,10 0,14 0,04 0,03 0,42 0,00 0,08 0,09 0,06 0,01
0,32 1,24 0,06 1,12 0,00 0,16 0,24 0,05 0,04 1,61 0,01 0,14 0,17 0,06 0,01
0,1 0,74 0,03 0,40 0,03 0,03 0,03 0,00 0,01 0,17 0,00 0,01 0,04 0,04 0,01
78
Tabela 4.4.5 Participação dos elementos traços na concentração em massa por estágio, para amostragens realizadas no inverno
de1999 no DCAUSP
D50 Si S Cl K Ca Ti V Fe Ni Cu Zn Pb Mn
1.8 4,01 1,24 0,33 0,80 0,56 0,17 0,05 1,83 0,05 0,09 0,43 0,05 0,08
1.0 3,62 2,74 0,25 0,63 0,93 0,21 0,04 2,38 0,04 0,09 0,47 0,11 0,07
0.56 1,34 3,62 0,17 0,81 0,37 0,09 0,03 1,28 0,03 0,07 0,50 0,15 0,07
0.32 1,36 5,67 0,20 0,80 0,18 0,04 0,06 0,76 0,03 0,06 0,47 0,17 0,04
0.1 0,50 5,26 0,16 0,55 0,06 0,00 0,04 0,33 0,02 0,05 0,31 0,15 0,02
79
4.5 CONCENTRAÇÃO DE GASES ORIUNDOS DAS EMISSÕES VEICULARES
Tabela 4.5.1 Média aritmética e desvio padrão (entre parênteses) da concentração de CO2
nos túneis Jânio Quadros e Maria Maluf.
Data Túnel CO2 interno (ppm) CO2 externo (ppm)
13/08/2001 Jânio Quadros 448,3 (47,7) 396,1 (16,5)
10/10/2001 Maria Maluf 524,7 (42,7) 411,3 (12,9)
Nas Tabelas 4.5.2 e 4.5.3 são apresentadas as concentrações de CO, NOx e SO2,
medidas nesses túneis. As coletas foram realizadas em sacos de Tedlar e as análises nos
monitores contínuos da estação telemétrica da CETESB, localizada em Congonhas. Os sacos
de Tedlar foram envolvidos em plásticos pretos, para minimizar a incidência de radiação e
portanto as reações químicas no seu interior e levados imediatamente para análise. A base de
dados está apresentada no Apêndice D. Observa-se que a concentração média de CO, no
interior do túnel Maria Maluf, é ligeiramente maior que a concentração média de CO, no
interior do túnel Jânio Quadros (Tabelas 4.5.2a e 4.5.2b). Este resultado está de acordo com o
estudo do Funasaka et al. (1998), que mostraram através da análise de regressão multipla, que
o monóxido de carbono e CO2 originam-se tanto de veículos movidos à gasolina como os
movidos a diesel.
Observa-se que o valor da concentração de NOx, no túnel Maria Maluf, é 2,5 vezes
maior que o valor da concentração de NOx, no interior do túnel Jânio Quadros (Tabelas
4.5.3a e 4.5.3b), indicando a grande emissão de NOx por veículos movidos a diesel. Este
resultado está de acordo com o inventário oficial de emissão veicular. Os veículos leves
movidos a álcool ou gasool emitem treze vezes menos NOx que os veículos movidos à diesel,
Tabela 4.5.4 (Cetesb, 2000). O volume médio de tráfego (veículos por hora) para o período
de amostragem foi de 2591 veículos leves no túnel JQ, enquanto no túnel MM foi de 1384
veículos leves e 251 veículos pesados (considerando-se o sentido Imigrantes-Anchieta).
Assumindo a mesma velocidade média de tráfego nos dois túneis, espera-se que o valor da
concentração de NOx no túnel MM seja duas vezes maior que no túnel JQ, como é observado
nas medidas de NOx nesses túneis.Observa-se que as concentrações de SO2, nos dois túneis,
são muitos parecidas indicando que o SO2 é emitido por ambos veículos á diesel e gasolina.
Em resumo, observa-se que as concentrações dos gases (CO2, CO, NOx, e SO2), no
interior dos túneis, são maiores que as concentrações dos gases no ambiente externo dos
túneis (Tabela 4.5.2 e 4.5.3), como o esperado. Marr et al. (1999) ao estudarem a emissão
veicular experimental no túnel Caldecott (1,1 km de longitude), no norte de Califórnia,
obtiveram os mesmos resultados deste estudo para CO2 e CO.
Tabela 4.5.2a Medidas no interior do túnel Jânio Quadros. (desvio padrão entre parênteses)
Data e hora Túnel CO(ppm) NOx (ppb) SO2 (µg/m3)
Interior Interior Interior
13/08/01 Jânio 7,5(0,2) 408,3(6,3) 33,7(0,0)
(11:20-12:45) Quadros
13/08/01 Jânio 7,6(0,1) 437,6(1,6) 41,5(0,0)
(13:00-14:30) Quadros
Tabela 4.5.4 Fatores médios de emissão dos veículos em uso na RMSP em 2000
(Cetesb, 2001).
FONTE DE EMISSÃO FATOR DE EMISSÃO (g/km)
CO HC NOX SOX MP
FONTES DE EMISSÃO
Tubo de escapamento por tipo de veículos
Gasolina c1 13,1 1,3 0,8 0,16 0,08
Álcool 17,8 2,0 1,1 - -
2
Diesel 17,8 2,9 13,0 0,43 0,81
Táxi 4,7 0,5 0,5 0,14 0,07
Motocicleta e similares 19,7 2,6 0,1 0,09 0,05
Emissão do cárter e evaporativa
Gasolina c1 - 2,0 - - -
Álcool - 1,5 - - -
Motocicleta e similares - 1,4 - - -
Pneus (todos os tipos) - - - - 0,07
1=gasolina c: gasolina contendo 22% de álcool anidro e 800 ppm de enxofre (massa)
MP= refere-se ao total de material particulado, sendo que as partículas inaláveis são uma
fração deste total.
CO=monóxido de carbono, HC=hidrocarbonetos totais, NOX= óxidos de nitrogênio, SOX= óxidos de enxofre
Os resultados obtidos de concentração dos poluentes nos túneis estão consistentes com
o inventário de emissão da CETESB, já que em função do número de veículos, considerando
a mesma velocidade média nos dois túneis, esperava-se o dobro da concentração de NOx no
túnel Maria Maluf, como o verificado.
Tabela 4.6.1. Fatores de emissão para elementos-traço na fase particulado fino (em mg/kg),
resultado da emissão por veículos leves. O desvio padrão médio entre
parenteses
Existe uma significativa emissão de enxofre e BC por veículos leves. Observa-se também a
significativa emissão de Al, Si e Cu.
Tabela 4.6.2 Fatores de emissão para os gases NOx e SO2 (em g/kg), resultado da emissão
por veículos leves. O desvio padrão médio entre parenteses
Gases Veículos leves
NOx 11,4 (0,06)
SO2 0,22 (0,05)
4
A Análise de Fatores (AF) foi aplicada aos elementos-traços do Material Particulado
Fino (MPF) amostrados em dois sítios durante a campanha experimental de 1999: no terraço
do edifício principal do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) e no teto da
torre de caixa d’água nas antigas instalações do IAG, no Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga (PEFI), no bairro da Água Funda.
A base de dados ficou composta por 19 variáveis: concentração de BC1, BC2, Al, Si,
P, S, Cl, K, Ca, Ti, V, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Br, Pb e MPF analisadas em 76 amostras, no
IFUSP. Já na estação da Água Funda a base de dados ficou composta por 18 variáveis: BC1,
BC2, Al, Si, P, S, Cl, K, Ca, Ti, V, Mn, Fe, Ni, Cu, Zn, Br e MPF analisadas em 74 amostras,
coletadas com o AFG pelo GEPA.
5
Tabela 4.7.1 Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios padrões das variáveis
amostradas no IFUSP, pesos dos fatores da Análise de Fatores com rotação
VARIMAX e comunalidade (h2)
Variáveis* Média Valor Valor Desvio Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 h2
mínimo máximo Padrão
BC 7,3 0,6 26,3 4,5 0,47 0,14 0,52 0,15 0,64 0,94
Al 259,9 6,0 786,1 197,1 0,91 -0,09 -0,07 0,27 0,12 0,93
Si 399,0 17,9 1007,2 242,4 0,96 0,01 0,07 0,17 0,09 0,96
P 23,4 4,6 78,9 13,4 0,45 0,15 0,57 0,31 0,29 0,73
S 1856,8 157,4 10260,4 1767,8 -0,04 0,46 0,51 0,60 -0,31 0,93
Cl 54,6 8,1 197,8 35,3 0,20 0,27 -0,05 0,49 0,63 0,75
K 449,0 33,6 2123,2 379,3 0,65 0,02 0,12 0,67 0,22 0,93
Ca 141,6 12,2 371,8 88,7 0,93 0,06 0,06 -0,03 0,17 0,90
Ti 42,3 1,5 106,8 27,9 0,92 0,01 0,11 0,22 0,2 0,95
V 17,6 1,0 123,8 21,9 0,01 0,15 0,93 0,10 0,08 0,90
Mn 11,0 0,6 29,7 6,1 0,60 0,73 0,16 0,05 -0,07 0,93
Fe 402,0 18,9 925,6 214,8 0,88 0,27 0,24 0,16 0,18 0,96
Ni 9,7 0,5 66,9 11,4 0,04 0,20 0,91 0,12 0,09 0,89
Cu 11,8 0,6 33,1 6,4 0,37 0,57 0,38 0,09 0,47 0,84
Zn 103,6 4,4 369,2 69,9 -0,12 0,92 0,10 0,14 0,12 0,90
Br 11,4 2,5 46,1 7,5 0,26 0,21 0,17 0,87 0,22 0,95
Pb 35,9 2,4 94,9 21,4 0,0 0,79 0,37 0,28 0,31 0,94
MPF 34,4 4,1 135,8 23,9 0,48 0,23 0,46 0,63 0,23 0,94
6
O quarto fator (Fator 4), com altos pesos para Br, K, S e MPF, foi associado à fonte
sulfato secundário de acordo com Castanho (1999) que associou os altos pesos para S e FPM
à fonte sulfato. Entretanto na literatura tem-se também o Br e K associados à emissão
veicular, como por exemplo em Andrade (1993). Neste trabalho também foi observado o Br
nas emissões veiculares dos veículos leves no túnel Jânio Quadros, portanto também este fator
foi associado à fonte emissões veiculares.
O quinto fator (Fator 5), com altos pesos para os elementos BC, Cl e Cu foi associado
à fonte emissões veiculares. Castanho (1999), também associou os altos pesos para os
elementos BC e Cu à esse tipo de fonte, principalmente aqueles movidos à diesel.
As medidas realizadas nos túneis possibilitaram uma identificação mais precisa da
participação de elementos traços dessa fonte no ar ambiente. Do estudo realizado, pode-se
concluir por uma nova estimativa do impacto das fontes veiculares, com uma participação
significativa dessa fonte nas concentrações de material particulado fino na atmosfera de São
Paulo
7
Tabela 4.7.2a. Perfis das fontes (em ng/µg) para o Material Particulado Fino no IFUSP
Ressuspensão Indústrias + Óleo Emissões Emissões
Do solo Emissões Combustível veiculares + Veiculares
veiculares sulfato
BC 184,4 54,9 203,9 58,8 251,0
Al 19,8 0,0 0 4,5 5,4
Si 25,8 0,6 2 3,5 5
P 0,5 0,4 0,7 0,3 0,7
S 0 163,9 90,9 78,1 0
Cl 0,7 1,8 0 1,2 4,3
K 20,5 1,3 4 16,1 14,5
Ca 8,7 12,3 0,6 0 3,3
Ti 2,7 0,1 0,3 0,5 1,2
V 0 0,6 1,8 0,1 0,3
Mn 0,4 1,0 0,1 0 0
Fe 20,7 13,3 5,9 2,9 8,8
Ni 0 0,4 0,9 0,1 0,2
Cu 0,2 0,7 0,2 0 0,6
Zn 0 12,9 0,7 0,7 1,7
Br 0,2 0,3 0,1 0,4 0,3
Pb 0 3,5 0,8 0,5 1,4
Esses resultados são apresentados, também, em forma gráfica na figura 4.7.1. Outro
procedimento para obtenção das assinaturas das fontes foi utilizado com o objetivo de obter a
participação em massa das fontes identificadas. Os resultados estão apresentados no Apêndice
E, o procedimento está descrito no item 2.5 (Metodologia).
8
(a)
Fonte 1
100
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V M n Fe Ni Cu Zn Br Pb
E lem entos
(b)
Fonte 2
100
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V M n Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
(c)
Fonte 3
100
10
1
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V M n Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
Figura 4.7.1. Perfis das fontes calculadas para o MPF, no IFUSP: (a) ressuspensão do solo
(fonte 1), (b) indústrias e veículos (fonte 2), (c) óleo combustível (fonte 3), (d) veículos e
sulfato (fonte 4), e (e) veículos (fonte 5).
9
(d)
Fonte 4
100
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V M n Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
(e)
100 Fonte 5
10
ng/µ g
0.1
0.01
BC Al Si P S Cl K Ca Ti V M n Fe Ni Cu Zn Br
Elem entos
Figura 4.7.1. continuação (d-e)
10
Tabela 4.7.3 Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios-padrões das variáveis
amostradas na Água Funda, pesos dos fatores da Análise de Fatores com
rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Variáveis Média Mínimo Máximo Desvio Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 h2
Padrão
BC1* 7,2 0,9 20,0 4,4 0,41 0,19 0,50 0,67 0,90
BC2* 7,1 0,7 23,1 4,8 0,42 0,14 0,51 0,66 0,89
Al 291,9 36,8 821,9 215,4 0,90 -0,09 -0,03 0,36 0,95
Si 440,2 21,6 993,6 260,1 0,93 0,08 0,12 0,26 0,95
P 24,6 7,3 72,8 12,4 0,33 0,60 0,21 0,48 0,74
S 2280,7 126,2 11291,4 2020,6 -0,12 0,87 -0,08 0,18 0,81
Cl 91,1 5,0 381,7 82,1 0,05 0,09 0,82 0,28 0,76
K 521,1 25,1 1720,4 368,3 0,55 0,12 0,04 0,76 0,90
Ca 139,9 9,6 354,4 81,4 0,89 0,09 0,21 0,18 0,88
Ti 47,6 2,7 121,8 29,5 0,90 0,06 0,09 0,35 0,94
V 13,7 0,08 57,21 10,9 0,09 0,89 0,33 0,08 0,92
Mn 19,5 1,2 71,6 13,1 0,37 0,32 0,76 0,02 0,82
Fe 492,9 19,1 1128,4 270,8 0,85 0,18 0,36 0,23 0,94
Ni 8,2 0,64 31,5 5,9 0,13 0,81 0,41 0,11 0,85
Cu 14,9 0,6 49,7 9,3 0,29 0,08 0,67 0,35 0,66
Zn 206,1 5,8 794,9 181,5 -0,05 0,20 0,91 0,05 0,87
Br 15,2 ,0 58,5 10,1 0,29 0,19 0,23 0,80 0,81
MPF* 38,6 5,5 121,8 24,4 0,48 0,48 0,15 0,69 0,96
11
alto peso para o elemento K que foi relacionado à fonte vegetação também abundante
na região de observação.
Tabela 4.7.4 Perfis das fontes (em ng/µg) para o material particulado fino amostrado no
PEFI.
Ressuspensão do solo Óleo combustível Emissões industriais Emissões veiculares
+ + +
vegetação Emissões veiculares vegetação
12
No período de 1983 à 1984 (inverno de 1983, verão de 1984 e inverno de 1984), foram
realizadas campanhas de amostragem no IFUSP, utilizando o Amostrador de Particulado Fino
e Grosso (AFG), pelo Grupo de Estudo de Poluição do Ar (GEPA), do Instituto de Física da
USP. As fontes identificadas por Andrade (1986) são apresentadas nas Tabelas 4.8.1, para o
Material Particulado Fino (MPF), e 4.8.2, para o Material Particulado Grosso (MPG).
Tabela 4.8.1 Fontes identificadas e sua participação no MPF amostrada no IFUSP, em 1983-
1984 (Andrade,1986).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação das fontes (%)
F1 Na e Zn Queima de derivados de petróleo 43.9
F2 Ti Solo 17.1
F3 Mn e K Metalurgia 31.4
F4 V Queima de óleo combustível 5.7
F5 Cu Queima de derivados de petróleo 2.9
Tabela 4.8.3 Fontes identificadas e sua participação no MPF, em 1986 (Andrade, 1993)
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Al, Si, Ca, Ti e Solo 27,4
Fe
F2 V e Ni Queima de óleo combustível 19,2
F3 Mn e K Não identificada 4,1
F4 S, Pb e Br Emissão veicular 34,5
F5 Zn , Cu e Pb Fundições 9,8
13
Tabela 4.8.4 Fontes identificadas para o MPG amostrado no IFUSP em 1986 (Andrade,
1993).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação das fontes (%)
F1 Al, Si, K, Ca, Ti e Fe Ressuspensão do solo 56,9
F2 V, Ni, P, K, Ca, Sr e Zr Queima de óleo 21,8
combustível
F3 Mn e Cu Industriais 9,8
F4 Na e Cl Marinha 3,6
14
Tabela 4.8.7 Fontes identificadas e sua participação para o MPF, em 1994 (Sánchez- Ccoyllo
& Andrade, 2001).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Cu e BC Veículos leves 35,5
Pb e Zn Incineradores
F2 Ca e Ti Solo 21,7
K e Br Vegetação
F3 S, V e Ni Queima de óleo 42,8
combustível
Tabela 4.8.8 Fontes identificadas para o MPF, amostrados na FMUSP, em 1997 (Castanho &
Artaxo, 2001).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Al, Si, Ca, Ti e Fe Ressuspensão do solo 20
F2 Cu, Bc e Pb Emissões veiculares 28
F3 S, MPF e K Sulfatos 23
F4 V e Ni Queima de óleo 18
combustível
F5 Zn, Pb e Mn Emissões industriais 5
F6 Ti, Ca, Mn e Fe Ressuspensão do solo 5
15
Tabela 4.8.11 Fontes identificadas para o MPG, amostrado no IFUSP, no verão de
1998 (Castanho, 1999).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Pb, Zn, S e Cu Emissões industriais 16
F2 Fe, Ti e Ca Ressuspensão de solo 49
F3 P Não identificada 29
F4 Cl Não identificada 6
Tabela 4.8.12 Fontes identificadas para o MPF, amostrado no IFUSP, no inverno de 1999
(este trabalho).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação da fonte (%)
F1 Al, Si ,Ca, Ti e Fe Ressuspensão do solo 38,8
F2 Mn, Zn e Pb Emissões industriais 21,0
Cu Emissões veiculares
F3 V e Ni Queima de óleo combustível 11,7
F4 Br Emissões veiculares 16,6
S e MPF Sulfato
F5 BC, Cl e Cu Emissões veiculares 13,2
Tabela 4.8.13. Fontes identificadas para o MPF, amostrados no PEFI, no inverno de 1999
(este trabalho).
Fator Elementos-traço Fonte identificada Participação das fontes (%)
F1 Fe,Ti,Ca,Si e Al Ressuspensão do solo 27,4
F2 V,Ni e S Queima de óleo combustível + 24,8
P Vegetação
F3 Zn e Mn Emissões industriais + 30,5
Cu, Cl e BC Emissões veiculares
F4 Br, BC e MPF Emissões veiculares + 30,9
K Vegetação
16
Nesta seção serão apresentados resultados obtidos a partir das amostragens de
distribuição de massa por tamanho do aerossol, obtidos por meio do uso do Impactador em
Cascata MOUDI.
17
Tabela 4.10.1 Autovalores, variância explicada pela Análise de Fatores, dos dados de MPF
do MOUDI, antes da rotação VARIMX.
Fator Autovalor Variância explicada Variância explicada
Acumulada
1 5,58 34,85 34,85
2 3,66 22,87 57,72
3 1,37 8,55 66,27
4 1,19 7,44 73,71
5 0,92 5,75 79,47
6 0,61 3,84 83,31
18
Si S
500
400
300 300
3
ng/m
200
200
3
ng/m
100
100
0
0.1 0.32 0.56 1 1.8
0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 diâm etro ( µ m)
diâm etro(µ m )
Cl K
70
25 60
20 50
40
3
15
3
ng/m
ng/m
30
10 20
5 10
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
Ca Ti
20
80
16
60
12
3
40
ng/m
ng/m
8
20 4
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
V Fe
4 200
3 150
3
3
100
ng/m
2
ng/m
1 50
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8
0.1 0.32 0.56 1 1.8
diâmetro( µ m) diâmetro(µ m)
Ni Cu
4 8
3 6
3
3
2 4
ng/m
ng/m
1 2
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
diâmetro( µ m) diâmetro( µ m)
19
Zn Pb
40 12
30 8
3
ng/m
3
20
ng/m
4
10
0
0 0.1 0.32 0.56 1 1.8
0.1 0.32 0.56 1 1.8
diâm etro (µ m )
diâmetro( µ m)
Mn FPM
10
6 8
6
4
3
3
ng/m
4
ng/m
2 2
0 0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
diâmetro (µ m) diâmetro (µ m)
+ 2-
NH 4 SO 4
0,8 1,0
0,6 0,8
0,6
3
0,4
µ g/m
µ g/m
0,4
0,2 0,2
0,0 0,0
0.1 0.32 0.56 1 1.8 0.1 0.32 0.56 1 1.8
20
Tabela 4.10.2 Média aritmética, valor mínimo, valor máximo e desvios-padrões (em ng/m3)
das variáveis amostradas no DCAUSP, pesos dos fatores da Análise de Fatores
com rotação VARIMAX e comunalidade (h2).
Variá- N Média Mínimo Máximo Desvio Fator Fator Fator Fator Fator h2
veis Padrão 1 2 3 4 5
Si 71 191,4 9,2 792,7 208,1 0,87 -0,20 0,10 0,07 0,05 0,82
S 70 326,2 32,5 818,3 226,2 -0,21 0,86 0,06 0,09 0,09 0,80
Cl 66 21,0 2,1 60,6 13,4 0,10 -0,51 -0,10 0,46 0,37 0,63
K 65 68,2 7,2 171,3 38,5 0,08 0,04 0,90 0,13 0,01 0,84
Ca 55 48,1 1,9 194,5 54,0 0,89 -0,16 0,06 0,19 0,18 0,88
Ti 52 12,7 1,0 51,3 12,8 0,89 -0,14 0,04 0,16 -0,02 0,84
V 60 4,4 0,5 14,0 3,4 0,08 0,22 0,20 0,87 0,05 0,86
Fe 68 121,4 5,0 457,9 115,5 0,88 -0,14 -0,01 0,12 0,26 0,88
Ni 69 3,1 0,5 8,1 2,2 0,39 -0,02 0,20 0,79 0,08 0,81
Cu 72 6,2 0,9 15,8 4,2 0,45 -0,07 0,39 0,49 0,33 0,71
Zn 67 40,2 9,4 95,5 18,7 0,20 0,08 0,03 0,13 0,87 0,82
Pb 72 10,7 0,6 24,6 6,3 -0,22 0,50 0,45 0,36 0,26 0,71
Mn 73 4,8 0,3 11,5 3,0 0,57 -0,16 0,16 0,02 0,56 0,69
*FPM 68 9,2 0,7 20,0 4,7 0,12 0,18 0,86 0,16 0,03 0,81
*SO42- 63 0,5 0,0 1,6 0,4 -0,13 0,84 0,12 0,03 -0,14 0,76
*NH4+ 66 0,8 0,1 2,1 0,6 -0,16 0,91 0,04 0,02 0,04 0,86
22
4.11 IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES REMOTAS UTILIZANDO A ANÁLISE DE
TRAJETÓRIAS
O modelo RAMS, na versão 4.3, foi rodado numa máquina IBM, no IAGUSP, na sua
forma não hidrostática, anelástica e com esquema numérico híbrido que permite o uso de
passos de tempo mais longos (Walko et al., 2000; Silva Dias & Machado, 1997). Foram
utilizadas duas grades tridimensionais aninhadas, sendo uma de menor resolução (64 km), a
grade principal, uma segunda grade de resolução fina (16 km), aninhada na primeira. A
aplicação de grades aninhadas possibilita representar um domínio pequeno dentro de um
maior (Pielke et al., 1992). Existe a interação entre as grades na qual as grades mais grossas
fornecem as informações de grande escala para as grades aninhadas e, da mesma forma, as
informações simuladas nas grades de maior resolução são transferidas e afetam o ambiente de
escala maior das grades mais grossas (Menezes, 1997; Tremback & Walko, 2002 ). A grade
grossa (grade 1) foi rodada entre as longitudes de 73,5° W e 32° W e entre as latitudes de
3,5° S e 40,0° S. Neste caso, a grade horizontal do modelo RAMS possui 75 pontos na
direção leste-oeste, 68 pontos na direção norte-sul, e é centrada em 23,6° S e 53° W. O
domínio para grade 2 ficou limitado pelas longitudes (49,5°W e 42,3°W) e pelas latitudes
(22°S e 26,1°S). Essa grade horizontal do modelo RAMS constituí-se de 46 pontos na
direção leste-oeste, 38 pontos na direção norte-sul, e é centrada em 23,6°S e 46,4°W.
Na resolução vertical têm-se 32 níveis para as duas grades com
resolução telescópica. Inicia-se com um espaçamento vertical (∆z) mínimo de 90 m no
primeiro nível próximo à superfície, que logo é sucessivamente incrementado pelo fator 1,2
até atingir a altura de 1000 m acima do solo. A partir desse nível mantém-se constante a
resolução vertical até o topo do modelo. Essas características apresentam-se resumidas nas
Tabelas 9.11.1 e 9.11.2.
O passo de tempo (∆t) usado nas integrações é apresentado na tabela acima. O valor
foi escolhido de modo a satisfazer o critério de estabilidade de Courant Friedrichs Lewy
(CFL) (Haltiner e Williams, 1980). Esta, conhecida como “condição CFL”, pode ser escrita
como segue:
cmax ∆t < 1
∆x
onde C max representa a propagação de ondas de gravidade associados ao modo externo
(velocidade de fase da ordem de 300 m/s) ou a velocidade de propagação das ondas sonoras
(velocidade aproximada de 340 m/s). ∆x representa a resolução horizontal. Uma descrição
mais detalhada a respeito da condição CFL pode ser encontrada em Ibañez (1995).
Os esquemas de parametrização contidos no código do modelo, que foram ativados
neste estudo com espaçamento de 64 km e 16 km na direção x e y, foram: parametrização de
radiação solar e terrestre ( tipo 3, desenvolvido por Harrington, 1997); modelo de solo
/vegetação (tipo de vegetação árvore com folha larga e persistente, Tremback & Kesller,
1985); parametrização de turbulência deformação anisotrópica na direção horizontal
(Smagorinsky, 1963), o esquema de fechamento de segunda ordem de Mellor & Yamada
(1982) na vertical, que utiliza a energia cinética turbulenta; parametrização de microfísica de
nuvens para todas as fases de água (vapor, líquida e gelo) (Meyers et al., 1997);
parametrização de convecção úmida do tipo Kuo (Tremback, 1990).
O cálculo das trajetórias, descrito no item 2.6 (Capítulo II da metodologia) para o
período de junho a agosto de 1999 foi realizado a partir do campo do vento simulado com
resolução horizontal de 64 km (grade 1). Exemplos dessas trajetórias são apresentados nas
Figuras 4.11.1 a 4.11.3
24
Figura 4.11.1 Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 1 à 15 de junho de 1999, às
00 UTC chegando a 100 m acima da superfície. A escala de cores representa a altura acima
do nível do mar (m) da parcela de ar e cada ponto negro sobre a trajetória indica cada 24
horas de integração referente à trajetória.
25
Figura 4.11.3 Trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, de 16 à 30 de junho de 1999,
às 12 UTC atingindo a 100 m acima da superfície. A escala de cores representa a altura acima
do nível do mar (m) da parcela de ar e cada ponto negro sobre a trajetória indica cada 24
horas de integração referente à trajetória.
Tabela 4.11.2a Freqüência de ocorrência das trajetórias, segundo suas origens, no inverno de
1999.
ORIGEM DA TRAJETÓRIA OCORRÊNCIA
Período NE SE SW NW N0 de casos
Junho 79 8 61 152 300
Julho 109 41 40 120 310
Agosto 99 60 69 67 295
Total 287 109 170 339 905
Porcentagem 32% 12% 19% 37%
26
Do total de 905 trajetórias, foram identificados 74 dias-núcleo conforme descrito no
item 2.7. Os horários das 00 UTC ou 12 UTC, em que as trajetórias eram provenientes de uma
única direção, foram denominados como dias- núcleo. As datas destes dias-núcleo estão no
apêndice F. Para cada dado destes dias-núcleo, as análises das trajetórias estão no Apêndice
G.
Considerando ambos horários 00 e 12 UTC, em 8% dos dias-núcleo as trajetórias
originaram-se do quadrante SE, 19% do quadrante SW, 42% do quadrante NW e 31% do
quadrante NE (Tabela 4.11.2b e Figura 4.11.4b).
Tabela 4.11.2b Número de ocorrência de dias classificados como dias-núcleo das trajetórias
de chegada considerando ambos horários (00 e 12 UTC), no inverno de 1999.
Período NE SE SW NW N0 de casos
Junho 6 0 8 14 28
Julho 7 4 3 12 26
Agosto 10 2 3 5 20
Total 23 6 14 31 74
Porcentagem 31% 8.% 19% 42%
27
Estes dias-núcleo considerados separadamente para as 00 e 12 UTC foram analisados
com relação à concentração de O3 (Figura 4.11.6), CO (Figura 4.11.7) e material particulado
inalável (Figura 4.11.8). Para cada evento dos dias-núcleo (Apêndice F) foram calculadas
médias de concentrações de O3, CO e material particulado inalável, utilizando-se 5 horários (2
horários antes, o mesmo horário e 2 horários depois em relação aos horários das 00 e/ou 12
UTC). Esses valores médios das concentrações destes poluentes são mostrados no Apêndice
H. Finalmente, as concentrações médias de O3, CO e PM10 correlacionadas com as trajetórias
foram as obtidas a partir das médias dos 5 horários acima descritos. Essas concentrações
médias de O3, CO e PM10 são mostradas nas Tabelas 4.11.4a à 4.11.6 e nas Tabelas 4.11.7 e
4.11.8, abaixo.
As análises das trajetórias de chegada na cidade de São Paulo, durante o inverno de 1999
sugerem que os precursores de ozônio, assim como o próprio ozônio, têm uma tendência de
apresentar concentrações mais elevadas quando as trajetórias são de NE. Esse efeito é
observado de forma mais evidente nas estações de São Miguel Paulista e São Caetano do Sul
às 00 UTC (Tabela 4.11.4a e Figura 4.11.6a). Como a estação de São Miguel Paulista está
localizada à NE da RMSP, pode-se observar o sinal do transporte do ozônio ou de seus
precursores produzidos no Vale do Paraíba. Nas demais estações de monitoramento na
RMSP, fica mais evidente o processo de mistura com as fontes locais.
O mesmo comportamento ocorre nas estações São Miguel Paulista, São Caetano do
Sul e Moóca às 12 UTC (Tabela 4.11.4b e Figura 4.11.6b). Nas demais estações predominam
fontes locais.
Para ambos horários 00 e 12 UTC, nas trajetórias NE, SE, SW e NW não foi
observada a presença de transporte de CO de longa distância, na RMSP. Portanto,
predominam as fontes locais, isto é, as emissões das fontes veiculares. (Tabela 4.11.5 e
4.11.6, Figura 4.11.7).
Tabela 4.11.4a Concentrações médias de ozônio e desvios padrões (em µg/m3) medidas para
diferentes tipos de trajetória, às 0000UTC.
S.M.Paulista S.Caetano S P.D. Pedro Osasco Ibirapuera Moóca
NE 39,7(22,7) 28,9(18,1) 13,2(5,6) 7,8(4,6) 48,1(31,9) 18,1(15,1)
SE 18,4(14,4) 19,3(14,2) 5,3(5) 7,9(2,9) 50,9(34,7) 25,2(14,9)
SW 30,2(12) 19,6(10,9) 15,1(4,8) 9,5(3,7) 57,8(37,7) 15,6(10,5)
NW 18,5(8,6) 14,3(10,9) 13,2(8,3) 9,1(3) 28,0(25,4) 11,9(10,6)
Tabela 4.11.5 Concentrações médias de CO e desvios padrões (em ppm) medidas para
diferentes tipos de trajetórias, às 0000UTC
P.D. S. Lapa Congonhas C. César Centro Ibirapuera
Pedro Caetano S
NE 3,1(2) 2,8(1,9) 4,0 (2,9) 4,8(2,2) 2,7(1,7) 4,0(2,6) 2,2(1,6)
SE 2,1(0,9) 2,5(0,9) 2,0(0,8) 3,8(0,9) 2,5(0,6) 2,9(1,1) 1,6(0,6)
SW 1,5(1) 1,4(0,9) 1,7(1,6) 3,2(1,3) 2,0(1,6) 2,5(1,5) 1,2(1)
NW 2,3(0,8) 2,1(1,2) 2,4(1,6) 3,5(1,1) 2,4(1,1) 2,7(1) 1,5(0,8)
Tabela 4.11.6 Concentrações médias de CO e desvios padrões (em ppm) medidas para
diferentes tipos de trajetórias, às 1200 UTC.
P. D. Pedro S. Caetano Lapa Congonhas C. César Centro Ibirapuera
S
NE 1,8(1,1) 1,8(1,1) 2,5(1,8) 3,2(2) 2,3(1,2) 2,1(0,8) 1,2(0,8)
SE 1,6(0,6) 1,7(0,7) 2,2(1,1) 2,0(0,9) 3,0(1,1) 2,0(0,5) 1,2(0,5)
SW 2,2(1,3) 1,8(1) 2,8(1,4) 4,0(2,1) 3,1(1,6) 2,7(1,2) 1,8(1,3)
NW 1,9(1,3) 1,9(1,5) 2,4(1,5) 3,4(1,8) 2,6(1,4) 2,6(1,2) 1,4(1,1)
29
(a)
(b)
Figura 4.11.4. Freqüência de ocorrência de tipos de trajetórias: (a) todas as trajetórias (b)
para dias-núcleo considerando juntamente os horários de 00 e 12 UTC.
30
(a)
(b)
Figura 4.11.5. Classificação segundo a origem das trajetórias para os dias-núcleo: (a) às 00
UTC e (b) às 12 UTC.
(a)
31
SMP
SCS
80 PDP
Osasco
70
Ibira
60 Moóca
50
o3(µg/m )
3
40
30
20
10
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
(b)
SMP
SCS
50 PDP
Osasco
40
Ibira
Moóca
O3(µg/m )
30
3
20
10
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
Figura 4.11.6. Concentração média de ozônio para os dias-núcleo (a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC.
As barras indicam o desvio padrão.
(a)
32
PDP
SCS
8 Lapa
Congo
concentração de CO(ppm)
7
Cesar
6 Centro
Ibira
5
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
(b)
PDP
SCS
8 Lapa
Congo
concentração de CO (ppm)
7
Cesar
6 Centro
Ibira
5
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
Figura 4.11.7. Concentração média de CO para os dias-núcleo: (a) às 00 UTC e (b) às 12
UTC. As barras indicam o desvio padrão.
33
4.11.3. IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES REMOTAS UTILIZANDO OS AEROSSÓIS
ATMOSFÉRICOS MEDIDOS EM SÃO PAULO
Tabela 4.11.7. Concentração média de PM10 (em µg/m3) medida e respectivo desvio padrão
(entre parênteses) para diferentes classes de trajetórias às 00UTC.
Cambuci Santana Diadema N. Senhora Ó Penha
NE 65 (31) 70 (28) 50 (38) 74 (40) 68 (29)
SE 42 (25) 73 (14) 34 (10) 56 (34) 51 (18)
SW 38 (16) 58 (16) 19 (12) 51 (37) 37 (19)
NW 44 (19) 59 (19) 31 (17) 45 (27) 48 (30)
Tabela 4.11.8. Concentração média de PM10 (em µg/m3) medida e desvio padrão (entre
parênteses) para diferentes classes de trajetórias às 1200 UTC
Cambuci Santana Diadema N. Senhora Ó Penha
NE 55 (33) 70 (20) 42 (28) 50 (29) 52 (26)
SE 53 (14) 73 (0.5) 36 (10) 63 (6) 40 (15)
SW 51 (23) 69 (13) 44 (24) 52 (17) 49 (25)
NW 46 (37) 53 (15) 41 (38) 48 (31) 40 (24)
34
(a)
Cambuci
Santana
120 Diadema
Nsenhora
100 Penha
80
PM10 (µg/m )
3
60
40
20
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
(b)
Cam buci
Santana
100 Diadema
Nsenhora
80 Penha
PM 10 (µ g/m )
60
3
40
20
0
NE SE SW NW
Tipo de trajetória
Figura 4.11.8. Concentração média de massa do material particulado (PM10) para os dias-
núcleo (a) às 00 UTC e (b) às 12 UTC. As barras indicam o desvio padrão.
35
A análise descrita nestas seções refere-se a um estudo climatológico, relacionada com
valores médios. A seguir são apresentados estudos de caso para períodos com ocorrência de
alta concentração de poluentes. Para esses casos foi utilizada uma melhor resolução na
modelagem com o modelo atmosférico RAMS.
36
4.12. ESTUDO DE CASO: TRAJETÓRIAS DE PARCELAS DE AR COM ALTA
RESOLUÇÃO EM SÃO PAULO
A versão do modelo RAMS utilizada neste estudo de caso foi a versão 4a, paralela
(Pielke et al., 1992). Neste estudo de caso foram utilizados dois tipos de espaçamento na
direção x e y: resolução de 20 km na malha grossa e resolução de 5 km na malha fina.
Os esquemas de parametrização contidos no código do modelo que foram ativados
neste estudo de caso foram: parametrização de radiação solar e terrestre (tipo 1, Chen e
Cotton); parametrização de solo e vegetação (tipo de solo: franco argiloso arenoso e tipo de
vegetação: árvore com folha larga e persistente, Tremback, 1985); parametrização de
turbulência (deformação anisotrópica, Smagorinsky, 1963); parametrização de microfísica de
nuvens (para as substância de água em várias formas: gotículas de nuvens, chuva, gelo
primário, neve, agregados, granizo e graupel, tipo 3, Flatau et al., 1989); parametrização de
convecção úmida do tipo Kuo (Kuo, 1974). Os pontos de grade de baixa resolução, próximos
às fronteiras, sofrem influência das análises em pontos de grade do CPTEC (1.875° de
resolução), na forma de um termo de decaimento exponencial com escala temporal de 3600 s.
Este termo de decaimento é máximo na fronteira e anula-se a uma distância de
aproximadamente 5 pontos de grade da fronteira (100 km). A inicialização do modelo foi
realizada também com assimilação em pontos de grade, das informações provenientes da
análise global fornecida pelo CPTEC na resolução de 1.875°.
A grade de resolução grosseira foi localizada entre longitudes 57° W e 42.5° W e
latitudes 19,2° S e 27,3° S. Neste caso a grade horizontal do modelo do RAMS possui 82
pontos na direção leste-oeste, 46 pontos na direção norte-sul, e foi centrada em 23,5° S e 50°
W (Figura 14.2.1a). A grade de resolução fina foi rodada para longitudes entre 48,4° W e
44,8° W e latitudes 22,2° S e 24,5° S. Essa grade horizontal utiliza 74 pontos na direção
leste-oeste, e 54 pontos na direção norte-sul, centrada em 23°33′ S e 46°39′ W (Figura
14.2.1b). Na Figura 14.2.1 são apresentadas ainda a distribuição das grades e a respectiva
topografia. Neste estudo de caso as trajetórias de parcelas de ar foram calculadas com base no
vento simulado com resolução horizontal de 5 km, descrito no item 4.12.2 abaixo.
37
(a) resolução de 20 km
(b) resolução de 5 km
Figura 14.2.1 Distribuição das grades e a respectiva topografia. A sigla SP sobre a mapa
indica a cidade de São Paulo.
38
4.12.2 TRAJETÓRIAS DE PARCELAS DE AR NO PERÍODO INTENSIVO DO MPASP
Alguns eventos de concentração de poluentes foram estudados com mais detalhe para
avaliação da origem de suas fontes. São apresentadas as análises das trajetórias de chegada
(backward trajectories) na cidade de São Paulo (SP), de parcelas de ar que chegam a 200 m
acima da superfície, com a finalidade de se avaliar a origem das massas de ar sobre SP, no
período de 25 de julho à 12 de agosto de 1999 (vide Figura 4.12.2-4.12.4). A escala de cores
representa a altura do nível do mar (em m) da parcela de ar e cada ponto negro sobre a
trajetória representa 6 horas de integração. Análises de trajetórias podem ser utilizadas para
indicarem o transporte de poluentes (Harrison et al., 2000).
A Figura 4.12.2a apresenta a trajetória da parcela de ar atingindo 200 m acima da
cidade de São Paulo, no dia 25/07/99 às 18 HL. A origem de parcela do ar estava
localizada na cidade de São Roque, que em seguida deslocou-se na direção leste (E)
atingindo SP. Nesse dia ocorreu baixa concentração de CO na RMSP. A Figura 4.12.2b
apresenta a trajetória de chegada da massa de ar em SP, no dia 26/07/99 às 15 HL, onde
podemos observar que a origem desta parcela localizava-se próxima à cidade de
Campinas, e que depois atingiu SP com direção NW. Dessa forma o CO gerado por
queimadas pode ter sido transportado até SP, contribuindo para o valor mais elevado de
concentração desse composto (Figura 4.12.5). A Figura 4.12.2c apresenta a trajetória de
chegada em SP, para o dia 27/07/99 às 03 HL. Observa-se que a origem da parcela do
ar que atinge SP é também a cidade de Campinas. A parcela de ar que chegou a SP, teve
origem em 1000 m acima da superfície (6 horas antes de chegar à SP), deslocou-se,
então, na direção SE. Duas horas antes dessa parcela chegar à SP tinha uma altura de
300 m acima da superfície, enquanto nesse dia 27/07/99 às 01 HL a altura da camada
limite noturna (CLN) tinha o valor de 400 m. Quando essa parcela atingiu SP com
direção NW a 200 m acima da superfície, a altura da camada limite noturna medida pelo
SODAR Doppler era o valor de 300 m. O fato das trajetórias de chegada estarem dentro
da CLN, pode ser indicativo de transporte de gases e aerossóis gerados pelas queimadas
de cana-de-açúcar em Campinas, para a SP. O dia 27/07 foi caracterizado por uma
condição sinótica pré-frontal em SP.
A Figura 4.12.2d apresenta a trajetória da parcela de ar, chegando à cidade de SP no
dia 28/07/99 às 18 HL. Observa-se que essa parcela tem sua origem 6 horas antes sobre o
Oceano Atlântico a 200 metros acima da superfície. Esta parcela inicialmente desloca-se em
direção a Cubatão. Depois a parcela de ar chegou à cidade de SP com direção SE.
39
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
Figura 4.12.2. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, atingindo 200 m acima
da superfície (a) 25/07 às 18 HL, (b) 26/07 às 15 HL, (c) 27/07 às 03 HL, (d) 28/07 às 18 HL,
(e) 29/07 às 18 HL, (f) 30/07 às 18 HL, (g) 31/07 às 12 HL e (h) 02/08 às 18 HL. A escala de
cores representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
40
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
Figura 4.12.3. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999, atingindo 200 m acima
da superfície: (a) 03/08 às 18 HL, (b) 04/08 às 12 HL, (c) 05/08 às 18 HL, (d) 06/08 às 15 HL,
(e) 07/08 às 09 HL, (f) 08/08 às 09 HL, (g) 09/08 às 12 HL e (h) 10/08 às 21 HL. A escala de
cores representa a altura acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a
trajetória, 6 horas de integração referente à trajetória.
41
(a) (b)
Figura 4.12.4. Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo em 1999 atingindo 200 m acima
da superfície: (a) 11/08 às 15 HL, (b) 12/08 às 18 HL. A escala de cores representa a altura
acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a trajetória, 6 horas de
integração referente à trajetória.
A Figura 4.12.3a apresenta uma trajetória de chegada em SP, também com direção de
SE, no dia 3 de agosto às 18 HL. A Figura 4.12.3c apresenta a trajetória de parcela de ar que
atinge a RMSP, 200 m acima da superfície, no dia 5 de agosto às 18 HL após 6 horas. Nesta
figura observa-se que a parcela de ar que chega para RMSP tem sua origem sobre o Oceano
Atlântico a 200 metros da superfície. Esta parcela inicialmente deslocou-se em direção a
Cubatão. Em seguida chega na RMSP com direção SE, indicando um eventual transporte para
a RMSP dos poluentes gerados na região de Cubatão. No dia 5/08 (estudado com mais detalhe
no item 4.12.3 abaixo), a RMSP, estava sob influência da Alta Subtropical do Atlântico Sul
(ASAS), quando ocorreu um evento de valor elevado de CO, na estação de Osasco (Figura
4.12.5). Nesse dia a Frente Fria (FF) estava sobre ao norte da Argentina. A Figura 4.12.3d
apresenta a trajetória de chegada em SP, para o dia 6 de agosto às 15 HL, quando, também, a
RMSP sofria a influência da ASAS. Nesse dia a FF estava no Uruguai. Na Figura 4.12.3e é
apresentada a trajetória de chegada na cidade de São Paulo no dia 07/08/99 às 09 HL, quando
a origem dessa parcela estava situada na cidade de Campinas. Essa parcela de ar que atingiu
SP, origina-se a 500 m acima da superfície, sendo a altura da CM nesse dia às 09 HL era o
valor de 900 m. Essa parcela inicialmente deslocou-se na direção SE depois atingiu SP com
direção NW, e assim, mais uma vez, indicando que os poluentes gerados pelas queimadas
podem ter sido transportados até SP. Entretanto, no dia 7 de agosto, ocorreram três sistemas
sinóticos: ASAS às 00 UTC, Pré-frontal às 12 UTC, e Frente fria (Figura 4.12.6b), com forte
velocidade do vento próximo à superfície. Na Figura 4.12.3f é apresentada a trajetória de
chegada em SP, no dia 8 de agosto às 09 HL. Nessa Figura observa-se uma frente fria,
caracterizando a RMSP com uma condição sinótica de FF com forte velocidade do vento, e
portanto, os poluentes ficaram com baixas concentrações (vide Figura 4.12.5). No período de
42
09/08/99, às 00 UTC até 10/08/99 às 1200 UTC, a RMSP estava com uma condição sinótica
Pós-frontal (Tabela 4.12.6), influenciando São Paulo com vento de SE (Figura 4.12.6c) e o
CO apresentou baixa concentração (Figura 4.12.5). A Figura 4.12.3h apresenta a trajetória de
chegada a SP no dia 10/08/99 às 21 HL, com a parcela de ar que atingiu SP vindo da direção
NW, oriunda da cidade de Campinas. Nesse dia, ocorreu um valor elevado da concentração de
CO e houve, na RMSP, a Alta Subtropical do Atlântico Sul, com velocidade do vento fraca,
dificultando a dispersão dos poluentes.
A Figura 4.12.4 apresenta a trajetória de parcela de ar de chegada em SP a 200 m
acima da superfície no dia 11 de agosto às 15 HL (Figura 4.12.4a) e 12 de agosto (Figura
4.12.4b) às 18 HL, onde observa-se circulação anticiclônica devido a presença da ASAS.
Nesses dias, a RMSP estava sob a influência de uma condição sinótica associada à ASAS
(Figura 4.12.6d), com velocidade fraca do vento e ausência de precipitação, desfavorecendo a
dispersão dos poluentes e assim, nesse período ocorreram altas concentrações de CO (Figura
4.12.5).
43
12
CO (ppm) -Lapa
18
CO (ppm) - Congonhas
9
16
CO (ppm)- Ibirapuera
0
48 96 144 192 240 288 336 384 432 480
12
CO (ppm) – Cerqueira Cesar
12
CO (ppm) - Osasco
16
CO (ppm) – Parque D. Pedro II
20
CO (ppm)- Centro
10
0
25 27
48 29
96 31
144 2
192 4
240 6
288 8
336 10
384 12
432 14
480
44
(a) (b)
C (d)
Figura 4.12.6 Condição sinótica para os dias 7, 8 e 11 de agosto de 1999 na RMSP (a) Pré-
frontal no dia 07/08 às 12 UTC, (b) Frente Fria no dia 07/08 às 18 UTC, (c) Pós-frontal no
dia 08/08 ás 12 UTC, e (d) Alta Subtropical do Atlântico Sul no dia 11/08 às 00 UTC.
45
Tabela 4.12.1. Condições sinóticas na RMSP de 2 à 14 de agosto de 1999.
Data Condição sinótica
02/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul (ASAS)
02/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
03/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
03/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
04/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
04/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
05/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
05/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
06/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
06/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
07/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical do Atlântico Sul
07/08/99 às 12 UTC Pré-frontal
07/08/99 às 18 UTC Frente Fria (FF)
08/08/99 às 00 UTC Frente Fria
08/08/99 às 12 UTC Frente Fria
09/08/99 às 00 UTC Pós-frontal
09/08/99 às 12 UTC Pós-frontal
10/08/99 às 00 UTC Pós-frontal
10/08/99 às 12 UTC Pós-frontal
11/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
11/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
12/08/99 às 00 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
12/08/99 às 12 UTC Alta Subtropical de Atlântico Sul
13/08/99 às 00 UTC Pré-Frontal
13/08/99 às 12 UTC Pré-Frontal
14/08/99 às 00 UTC Frente Fria
14/08/99 às 12 UTC Pós-frontal
46
4.12.3. ESTUDO DE CASO PARA A TRAJETÓRIA DE SE: 5 DE AGOSTO DE 1999
O dia 5 de agosto de 1999 apresentou uma condição sinótica de Alta Subtropical do
Atlântico Sul, com centro no Oceano Atlântico a sudeste de São Paulo (Figura 4.12.3.1(a) e
4.12.3.1(b)), onde observa-se que a frente fria estava localizada sobre a Argentina.
(a) (b)
Figura 4.12.3.1. Imagem de satélite GOES-8 no canal IR no dia 05/08/99 (a) às 1200
UTC e (b) às 18 UTC. Nota-se a frente fria sobre a Argentina.
3.0
2.5
2.0 6/08/99
5/08/99
CO (ppm)
1.5
1.0
0.5
0.0
0 4
4 8
8 12
12 16
16 20
20 24
24 28
4 32
8 36
12 40
16 44
20 48
24
horas
Figura 4.12.3.2 Evolução diária de Monóxido do Carbono nos dias 05/08/9 e
06/08/99 na estação de São Caetano de Sul.
4.0
3.5
3.0
2.5
CO(ppm)
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
0 4
4 8
8 12
12 16
16 20
20 24
24 28
4 32
8 36
12 40
16 44
20 48
24
horas
48
Figura 4.12.3.3 Evolução diária da concentração de Monóxido de Carbono no dia
05/08/99 e 06/08/99 na estação Parque Dom Pedro II.
1800
1600 6/08/99
5/08/99
1400
1200
altura (m )
1000
800
600
400
200
0 416 8 32 1248 1664 20
80 24
96 4112 8128 12
144 16
160 20
176 24
192
horas
49
Figura 4.12.3.5. Altura da camada limite planetária para os dias 05 e 06/08
medida a partir do SODAR Doppler.
330 (a)
328
θ e em Kelvin
326
324
322
320
318
0
0 24 48 12
6 16
8 20
10 24
12 28
14 32
16 36
18 40
20 44
22 48
24
horas
14 (b)
13
Td (°C )
12
11
10
9
00 4
2 48 12
6 16
8 20
10 24
12 28
14 32
16 36
18 40
20 44
22 48
24
horas
Figura 4.12.3.6. Evolução temporal da temperatura no dia 5/08/99 na estação
Meteorológica do Departamento de Ciências Atmosféricas. A Figura (a) refere-se à
temperatura potencial equivalente (θe), enquanto a Figura (b) corresponde a
temperatura de ponto de orvalho (Td).
51
Figura 4.12.4.2. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 27 de julho de
1999. A linha tracejada central representa o cruzamento com o Equador às 1751 HL, em
longitude 48,62W (Fonte INPE)
Figura 4.12.4.3. Campo de vento horizontal (m/s), no nível de 1000 hPa, no dia 27 de julho
de 1999.
52
Figura 4.12.4.4. Imagem de satélite no canal IR, no dia 27/07/99, às 12 UTC.
300
PM 10 (Parque D. Pedro)
PM 10 (Osasco)
200
100
0
0 4
52 8
56 12
60 16
64 20
68 24
72
1600
1200
altura (m )
800
400
0
0 4 040 4 186 4132
2 41468 42604 2
4 840
Figura 4.12.4.6. Altura da camada limite planetária para o dia 27 de julho de 1999,
obtida a partir do SODAR DOPPLER.
53
47.7W 47.1W 46.5W 45.9W 45.3W
Figura 4.12.4.7.- Trajetória de chegada na Cidade de São Paulo, a 200 m acima da
superfície, no dia 07 de agosto de 1999 às 21:00 LT. A escala de cores representa a altura
acima do nível do mar (em m) da parcela e cada ponto negro sobre a trajetória, 6 horas de
integração referente à trajetória.
Figura 4.12.4.8. Detecção de queimadas pelo satélite NOAA 12, no dia 7 de agosto de
1999. A linha tracejada representa o cruzamento com o Equador às 1705 HL na longitude
de 37,51W e o cruzamento com o Equador às 1847 HL na longitude 62,77W (fonte INPE)
54
20
CO-Centro
CO -Lapa
15
10
0
316
4 320
8 324
12 328
16 332
20 336
24
Figura 4.12.4.9. Variação horária do CO no dia 7 de agosto de 1999.
1600
1200
altura (m)
800
400
0
0 1 445 6 1 487 2 114 2
88 115 6
04 1 52200 125 4
36
55
Em resumo pode-se considerar que com uma condição sinótica de Alta Subtropical do
Atlântico Sul existem evidências, pela análise de trajetórias de parcelas do ar com resolução
de 5 km, que os poluentes gerados nas regiões de Cubatão e São Caetano de Sul possam estar
sendo transportados para a RMSP.
Já para dias poluídos tais como 27 de julho e 7 de agosto de 1999, as análises das
trajetórias de NW mostraram que a origem das parcelas de ar que atingem São Paulo são do
interior do Estado de São Paulo, onde ocorrem maior número de queimadas.
56
CAPÍTULO V
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
5.1. INTRODUÇÃO
Este trabalho teve como principal objetivo avaliar a importância relativa das fontes
locais e remotas de poluentes para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Para
resolver o difícil problema de identificação das fontes veiculares de aerossóis na RMSP,
utilizou-se uma metodologia baseada em modelos receptores e em resultados experimentais
de amostragens realizadas em túneis. Já para analisar a influência de fontes remotas de
poluentes para a RMSP utilizou-se a análise das trajetórias de parcelas de ar. Os dados das
concentrações dos poluentes e as variáveis meteorológicas medidas, utilizadas para atingir os
objetivos deste trabalho, correspondem aos dados coletados na primeira fase do projeto
temático “Meteorologia e Poluição do Ar em São Paulo” (MPASP), com recursos da
“Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo” (processo número 96/01403-4), no
período de junho a agosto de 1999.
A seguir, será apresentado um resumo dos principais resultados deste trabalho,
iniciando-se com os resultados da parte da identificação das fontes locais, incluindo a
avaliação dos fatores de emissão em túneis e métodos multivariados. Na seqüência,
apresentam-se os resultados da análise de trajetórias de chegada na RMSP, no período de
junho a agosto de 1999. Finalmente, apresentam-se os resultados de estudo de casos das
trajetórias de parcelas de ar com alta resolução para o período da primeira campanha intensiva
de medidas do projeto temático MPASP, que foi realizada entre os dias 02 e 12 de agosto de
1999.
57
8155µg/kg, Si de 8643µg/kg, S de 10973,7 µg/kg, Ca de 5597µg/kg, Ti de 2043µg/kg, Mn de
1473,3µg/kg, Cu de 6677,6µg/kg, Zn de 2953µg/kg, Br de 290µg/kg, Pb de 326 µg/kg e BC
de 235785µg/kg. Para os gases NOx e SO2 os fatores de emissão, também para os veículos
leves, foram de 11,4g/kg e de 0,22g/kg, respectivamente.
Observou-se pouca diferença entre as medidas realizadas no interior do túnel Maria
Maluf quando comparadas com as medidas externas, sendo que isso foi atribuído ao ponto de
amostragem externo ter sido muito próximo ao túnel. Em razão disto não foi possível o
cálculo das emissões veiculares provenientes dos veículos pesados.
As medidas externas e internas de concentração dos poluentes foram utilizadas para a
determinação dos fatores de emissão (emissões veiculares). Essas informações serviram de
base para a caracterização das fontes obtidas pelos métodos multivariados. Com essas
informações pode-se fazer uma nova estimativa da participação dessa fonte para o material
particulado medido nas amostras de ar.
59
Estes dias-núcleo, considerando separadamente os horários 00 e 12 UTC, foram
analisados com relação à concentração de O3, CO e Material Particulado Inalável (PM10).
Para cada dia-núcleo, foram calculadas médias das concentrações de O3, CO e PM10, para 5
horários (2 horários antes, o mesmo horário e 2 horários depois, em relação aos horários das
00 e/ou 12 UTC). Finalmente, as concentrações médias de O3, CO e PM10 correlacionadas
com as trajetórias foram as médias obtidas a partir das médias dos 5 horários acima descritos.
As análises das trajetórias de chegada dos dias-núcleo na RMSP, durante o inverno de
1999, sugerem que os precursores de ozônio, assim como o próprio ozônio, têm uma
tendência de apresentar concentrações mais elevadas quando as trajetórias são de NE. Esse
efeito é observado de forma mais evidente nas estações de São Miguel Paulista e São
Caetano do Sul, às 00 UTC. O mesmo comportamento ocorre nas estações São Miguel
Paulista, São Caetano do Sul e Moóca, às 12 UTC, sendo que nas demais estações
predominam fontes locais.
Pela análise de trajetórias não foi possível detectar um sinal de transporte de CO de
longa distância para a RMSP, pois há um predomínio das fontes locais, isto é, as emissões das
fontes veiculares.
Observou-se nas análises das trajetórias dos dias-núcleo no horário de 00 UTC, para
trajetórias de NE, um sinal de transporte da concentração de massa do material particulado
(MP) nas estações de Cambuci e Diadema. Também notou-se para as trajetórias de SE, um
sinal de transporte da concentração de massa do MP na estação de Santana. Para as trajetórias
de SW e NW não foi observado transporte de longa distância para a RMSP. Para o horário
das 12 UTC, nas trajetórias NE, SE, SW e NW não foi observada a presença de transporte da
concentração de massa dos aerossóis de longa distância para a RMSP.
Para dias poluídos tais como, 27 de julho e 7 de agosto de 1999, as análises das
trajetórias de NW mostraram que a origem das parcelas de ar que atingem São Paulo é do
interior do Estado de São Paulo. Um ponto a ser considerado é a espessura da camada limite
planetária (CLP), que nos estudos de casos realizados (trajetórias chegando dentro da CLP)
60
sempre foi mais profunda que a altura de chegada da trajetória, confirmando as hipóteses
apresentadas referentes à contribuição de fontes remotas para a concentração de poluentes na
RMSP.
61
5.5. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Durante a realização deste trabalho foram constatadas várias deficiências
principalmente com realização à base de dados de poluentes atmosféricos. Pontos que foram
considerados importantes estão enumerados abaixo, para realização futura:
i) determinar experimentalmente as assinaturas da fonte solo para o solo característico da
RMSP;
ii) avaliar o perfil vertical da concentração de ozônio, com sondagens e medidas com avião
para quantificar o transporte dos poluentes;
iii)ampliar a metodologia para calcular as trajetórias de chegada (backward trajectories) para
que levem em conta os processos físicos e químicos que ocorrem ao longo destas,
considerando uma implementação de um módulo de descrição da deposição úmida ao
longo de trajetórias;
iv) utilizar o método de estatísticas de trajetórias (desenvolvido por Stohl, 1996) para a
identificação de áreas fontes. Essa metodologia utiliza concentrações de poluentes
atmosféricos medidas nos receptores e seu correspondente backward trajectories;
v) estimar o impacto das emissões atmosféricas das fontes poluidoras de São Paulo nas
regiões vizinhas;
vi) realizar medidas em locais afastados das fontes de poluentes;
vii) realizar novos estudos experimentais nos túneis, com uma melhor estatística de dados,
para levantamento das emissões de veículos pesados e
viii) cálculo da função de influência utilizando o método Lagrangeano Inverso.
62
63
APÊNDICE A
∂ς 1 ∂( ρ 0 ui ς )
=
' '
∂t turb ρ 0 ∂ xi
momento uj através do momento ui, u 'i ς ' é o fluxo turbulento transportando o escalar ζ
K mh = (cs x ∆x ) | D h |
∂u ∂v ∂v ∂u
| D h |= 2 + 2 + +
2 2 2
∂
x ∂y ∂x ∂y
2. PARAMETRIZAÇÃO DE CUMULUS
A contribuição devido à convecção úmida às variáveis na escala resolvida pelo modelo
RAMS, é chamado de parametrização de cumulus.
A parametrização de cumulus no RAMS utiliza o método de Kuo (1965), baseado na
observação da existência de uma forte correlação entre a precipitação convectiva e a
convergência total de larga escala de vapor d’água em uma coluna atmosférica (Molinari e
Corsetti, 1985, Tremback, 1990, e Freitas, 1999). Segundo Freitas (1999) o esquema é
baseado na hipótese do equilíbrio, na qual a convecção ocorre para consumir a instabilidade
convectiva fornecida pela larga escala, transportando calor e umidade.
As contribuições às tendências locais de temperatura potencial de água líquida e razão
de mistura total de água devidas à convecção úmida são dadas pelas equações:
∂θ il L(1 − b) I
∂t = ρ π
Q1
con ∫zg Q1 dz
zct
0
e
∂r T
=
L( I Q2
∂t con ρ 0 ∫zg Q 2 dz
zct
3. PARAMETRIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE
Os fluxos turbulentos de momento, calor sensível e latente são trocados entre a
atmosfera e a superfície. A descrição detalhada de parametrização de superfície pode ser
encontrada em Freitas (1999).
a U ∆θ
2
θ* =
z
F h ( , RiB)
u* z0
a U ∆r
2
r* =
z
F h ( , RiB
u* z0
onde:
a2 =
2
k
z
ln
2
z
0
∆θ = θ ( z ) − θ s
∆r = r ( z ) − r s
U = u 2( z ) + v (2z )
k é a constante de von Karmann (0,35), z é altura acima da superfície do nível mais baixo do
modelo e z0 é o parâmetro de rugosidade. As expressões para Fh e Fm são:
a) caso estável
1
Fm =
2b RiB
1+
1 + d RiB
66
1
Fh =
1 + 3b RiB 1 + d R iB
b) caso instável
2b RiB
Fm = 1−
z
1 + 2 cm | RiB |
z0
3b RiB
Fh = 1−
z
1 + 3 ch | RiB |
z0
onde b=5, d=5, cm=5, cs=5, e RiB é o número de Richarson “bulk” dado por
gz∆θ
RiB =
(θ ( z ) + θ s ) U
1 2
2
SUPERFÍCIE DE ÁGUA
A temperatura da água é mantida constante no tempo, podendo ser inicializada via
parâmetro constante do RAMSIN ou interpolada a partir de dados de temperatura da
superfície do mar, para inicialização horizontal heterogênea. A umidade na superfície é a
razão de mistura de saturação definida na pressão e temperatura da água em superfície
(Longo, 1999)
SUPERFÍCIE SOLO NÚ
Para a superfície de solo nú os fluxos de calor e umidade dentro do solo são obtidos
utilizando um modelo de multicamadas que prognostica temperaturas e umidades (McCumber
e Pielke,1981 e Tremback e Kessler, 1985).
67
VEGETAÇÃO COM SOLO SOMBREADO
Para a superfície de vegetação, o modelo de interação vegetação-atmosfera é baseado
em Avisar e Pielke (1989).
' ' v 2
vw=− u
U *
2 η 2
w' w' = −(0,27 q0 − 1,18 )u
ψ *
onde
2 1 −η
q0 = 6,25
ψ
ξ
η=
φ m (ξ )
1 + 4,7ξ se ξ ≥ 0
(estável)
φ m (ξ ) = (1−15ξ )−1 / 4 se − 0,5 < ξ < 0
(instável)
ξ =
z
L
θ u*2
L= é o comprimento de Moni-Obukhov
gk θ *
θ ' w' = −θ * u*
68
' '
r w = − r * u*
4. ESQUEMAS DE RADIAÇÃO
Para a parametrização da radiação de onda curta e onda longa foi utilizada a
desenvolvida por Harrington (1977). A parametrização de Harrington (1977) considera as
seguintes formas de condensação: gotículas de nuvem, chuva, gelo primário, neve, agregados,
granizo e graupel (espécie de granizo) assim como vapor de água, e utiliza a informação
sobre a região de crescimento de cristal de gelo.
Outros esquemas de radiação como o de Mahrer & Pielke (1977) ignoram o conteúdo
de água líquida e de gelo na atmosfera, embora este esquema leve em conta o vapor de água.
O esquema de Chen & Cotton (1983) leva em conta a condensação na atmosfera, mas não
ocorre se este for nas gotas da nuvem, chuva ou gelo. Sendo esta a maior limitação deste
esquema (Walko & Tremback 2001).
69
APÊNDICE B
Tabela B.1: Elementos traços (em ng/m3) e 1 cátion e 1 ânion e MPF (µg/m3) identificados
nas amostras coletadas com o Moudi
i D50 Si S Cl K Ca Ti V Fe Ni Cu Zn Pb Mn FPM NH4+
0.1 541,24 8,41 51,31 4,71 16,76 2,09 2 11,92 9,4 1,26 8,56 1,51
0.32 17,62 5,92 37,06 1,62 16,92 0,72 0,88 12,57 4,36 1,66 5,83 1,64
0.56 36,45 6,41 32,18 8,78 1,56 1,85 40,41 0,93 2,43 35,95 7,49 2,97 7,75
1 69,49 553,79 13,69 22,18 32 5,72 1,57 87,4 1,17 2,35 51,43 6,46 3,28 3,88 0,57
1.8 156 103,04 58,98 29,27 77,3 12,93 2,85 177,56 1,24 3,53 25,7 3,65 3,92 3,57 0,05
0.1 84,74 556,19 10,68 62,92 7,58 4,5 45,18 3,2 2,58 28,44 14,28 2,53 12,8 1,01
0.32 65,66 348,79 9,04 31,43 7,49 46,54 1,15 2,21 25,22 6,06 2,61 5,64 1,01
0.56 69,42 354,39 10,68 30,78 26 4,05 79,7 1,03 2,92 52,44 5,51 3,82 4,15 0,42
1 189,6 127,22 23,63 27,73 68,6 9,82 131,08 1,42 2,52 47,84 3,55 5,06 9,57 0,07
1.8 233,2 163,87 29,06 34,11 85,4 12,08 163,73 2,06 3,32 58,83 4,41 6,22 9,93
0.1 12,31 490,92 6,86 71,7 4,37 19,51 1,71 1,62 24,26 14,04 1,56 10,7 1,36
0.32 18,07 586,7 7,76 41,05 4,41 0,96 27,03 0,78 1,82 37,57 7,41 1,76 5,85 0,96
0.56 35,99 630,11 15,15 40,23 14,4 2,43 1,03 79,09 1,42 3,44 17,43 4,71 5,21 0,72
1 62,58 247,8 50,85 38,34 28,8 4 112,39 1,75 3,45 12,01 5,56 4,38 0,08
1.8 139 95,24 58,8 29,8 65,6 12,01 2,17 169,41 3,72 4,51 64,12 3,14 4,74 3,94 0,07
0.1 54,7 673 18,49 117,1 12,8 2,1 54,77 3,11 7,35 41,08 5,17 0,66
0.32 98,67 774,11 15,68 81,05 13,3 3,86 2,82 80,95 1,13 6,76 52,63 16 6,72 12,4 0,52
0.56 86,57 625,51 19,23 63,77 21,3 6,08 119,7 1,64 7,01 95,49 18,16 7,99 8,9 1
1 276,8 391,9 46,22 56,8 83,3 19,01 227,4 2,19 8,96 13,9 10,9 10,3 0,62
1.8 502,1 111,2 32,07 60,66 173 35,29 3,18 376,31 4,63 9,72 6,18 8,77 11,1 0,15
0.1 26,54 669,83 18,48 117,7 6,95 29,33 3,87 33,76 23,75 1,45 17,3 1,4
0.32 29,74 526,31 23,85 65,44 14 1,72 7,49 43,41 4,49 3,83 58 15,88 2,43 8,84 0,78
0.56 54,94 385,85 48,59 20,8 3,84 3,76 70,06 3,1 7,46 15,09 4,41 6,52 0,3
1 143,6 174,9 35,08 48,3 11,87 5,45 150,67 5,51 6,17 74,95 8,41 6,75 4,76 0,01
1.8 304,8 73,92 44 109 24,36 5,24 257,03 7,35 6,32 26,41 3,58 6,03 4,44 0,01
71
APÊNDICE C
Concentrações de CO2 (em ppm) medido no túnel Jânio Quadros (J.Q)
no día 13 de agosto de 2001
72
Continuação de apêndice C
73
APÊNDICE D
Medidas no Túnel Jânio Quadros no dia 13 de agosto de 2001.
Coletas feitas com os sacos de Tedlar
74
Continuação do APÊNDICE D (medidas no Túnel Maria Maluf no dia 10/10/2001)
Interior do tunel
8:00-9:48h 9:55-11:55h
CO(ppm) Nox (ppb) SO2(ug/m3) CO(ppm) NOx (ppb) SO2 (ug/m3)
11,10 1019,78 29,56 12,66 1178 58,73
11,13 1019,78 28,91 12,66 1179,98 58,73
11,14 1017,34 28,92 12,66 1180,5 59,2
11,13 1018,78 27,89 12,66 1182,9 58,7
11,20 1019,78 28 12,71 1184,9 58,7
11,15 1019,78 28,41 12,72 1182,9 57,1
11,14 1019,78 28,41 12,66 1178 56,9
11,14 1022,22 28,41 1180 57,6
1021,73 28,92 1179,9 57,6
1022,22 1182,9 57,1
1021,73 1182,9 57,6
1019,78
75
APÊNDICE E
Assinaturas das fontes: elementos traços (em ng) e MPF e BC (em µg) no IFUSP: método de
Yamasoe (1994) descrito no item 2.5.
Ressuspensão Industriais Óleo Emissões Emissões
Do solo Combustível Veiculares Veiculares
BC* 2,82 1,20 1,08 0,31 1,82
Al 252,09 -24,58 -11,74 19,57 23,11
Si 322,44 26,99 7,84 17,07 19,62
P 9,01 4,86 3,24 1,95 3,71
S 19,02 1189,22 354,44 530,92 -266,97
Cl 14,01 14,13 1,02 4,73 20,61
K 262,81 -2,93 13,43 102,05 88,74
Ca 115,60 10,02 3,77 -2,92 12,0
Ti 35,29 0,19 0,71 2,12 4,22
V 0,91 5,60 9,16 1,12 1,11
Mn 4,24 6,66 0,49 0,29 -0,53
Fe 254,41 91,20 22,38 11,73 24,71
Ni 0,54 3,37 4,69 0,63 0,60
Cu 3,35 5,00 1,31 0,08 2,17
Zn -13,11 99,08 0,68 4,91 10,62
Br 3,48 2,57 0,55 2,20 2,45
Pb 0,40 25,72 3,15 1,84 5,10
MPF* 13,36 7,21 4,03 5,70 4,54
* BC e FPM em µg
76
APÊNDICE F
Tabela F.1: Datas de ocorrência dos dias-núcleos (descrito no item 2.7) do mês de
junho de 1999.
Dia/mês/ano Hora (UTC) Tipo de trajetória
03/06/99 00 NE
03/06/99 12 NE
04/06/99 00 NW
07/06/99 00 SW
09/06/99 12 NE
11/06/99 00 NE
13/06/99 12 NW
14/06/99 00 NW
14/06/99 12 NW
15/06/99 00 NW
15/06/99 12 NE
16/06/99 00 NE
17/06/99 12 SW
18/06/99 00 SW
18/06/99 12 SW
19/06/99 12 NW
20/06/99 00 NW
21/06/99 00 NW
21/06/99 12 NW
22/06/99 00 NW
22/06/99 12 SW
23/06/99 00 SW
23/06/99 12 SW
24/06/99 12 SW
25/06/99 12 NW
26/06/99 00 NW
26/06/99 12 NW
30/06/99 12 NW
77
Tabela F.2: Datas de ocorrência dos dias-núcleos (descrito no item 2.7) do mês de julho de
1999.
04/07/99 00 NE
07/07/99 12 NE
10/07/99 12 SW
11/07/99 00 SW
12/07/99 12 SW
13/07/99 00 SE
14/07/99 00 SE
14/07/99 12 SE
15/07/99 12 SE
16/07/99 12 NE
17/07/99 00 NE
17/07/99 12 NW
18/07/99 00 NW
18/07/99 12 NW
19/07/99 00 NW
19/07/99 12 NW
20/07/99 00 NW
20/07/99 12 NW
21/07/99 12 NE
22/07/99 12 NW
23/07/99 12 NW
25/07/99 00 NW
26/07/99 00 NW
26/07/99 12 NW
28/07/99 12 NE
29/07/99 12 NE
78
Tabela F.3: Datas de ocorrência do dias-núcleos (descrito no item 2.7) do mês de agosto de
1999.
Dia/mês/ano Hora (UTC) Tipo de trajetória
01/08/99 12 NW
02/08/99 00 NW
02/08/99 12 NW
03/08/99 12 SW
04/08/99 00 SW
06/08/99 12 SW
08/08/99 12 NE
13/08/99 12 NW
18/08/99 00 SE
23/08/99 00 SE
24/08/99 00 NE
25/08/99 00 NE
25/08/99 12 NE
26/08/99 00 NE
26/08/99 12 NE
27/08/99 00 NE
27/08/99 12 NE
28/08/99 00 NE
28/08/99 12 NE
30/08/99 00 NW
79
APÊNDICE G
03 de junho de 1999 às 00 UTC 03 de junho de 1999 às 12 UTC
80
13 de junho de 1999 às 12 UTC 14 de junho de 1999 às 00 UTC
81
17 de junho de 1999 às 12 UTC 18 de junho de 1999 às 00 UTC
82
21 de junho de 1999 às 12 UTC 22 de junho de 1999 às 00 UTC
83
25 de junho de 1999 às 12 UTC 26 de junho de 1999 às 00 UTC
84
10 de julho de 1999 às 12 UTC 11 de julho de 1999 às 00 UTC
85
19 de julho de 1999 às 00 UTC 19 de julho de 1999 às 12 UTC
86
23 de julho de 1999 às 12 UTC 25 de julho de 1999 às 00 UTC
87
02 de agosto de 1999 às 00 UTC 02 de agosto de 1999 às 12 UTC
88
25 de agosto de 1999 às 00 UTC 25 de agosto de 1999 às 12 UTC
89
28 de agosto de 1999 às 00 UTC 28 de agosto de 1999 às 12 UTC
90
APÊNDICE H
Tabela H.1: Médias da concentração de ozônio (em µg/m3) para os dias-núcleos do apêndice
F.1 para diferentes estações da Cetesb (mês de junho)
Dia/mês/ano Hora Tipo de SMP SCS PDP Osasco Ibira Moóca
(UTC) trajetória
03/06/99 00 NE 44,8 12,0 15,6 5,9 9,3 18,8
03/06/99 12 NE 39,0 30,8 23,4 14,6 42,9 19,8
04/06/99 00 NW 17,7 12,9 13,5 9,1 9,2 6,5
07/06/99 00 SW 32,7 30,0 23,1 13,9 9,1 21,5
09/06/99 12 NE 21,9 18,4 17,5 9,6 63,3 12,2
11/06/99 00 NE 13,2 10,8 14,0 5,7 16,1 5,5
13/06/99 12 NW 16,6 24,2 26,7 13,4 10,0 23,0
14/06/99 00 NW 34,1 37,4 26,4 11,6 32,1 29,3
14/06/99 12 NW 24,8 15,2 17,2 9,4 9,6 13,5
15/06/99 00 NW 10,3 10,3 11,3 5,0 43,0 3,7
15/06/99 12 NE 16,0 11,8 14,7 10,0 9,4 6,8
16/06/99 00 NE 28,3 12,1 12,5 5,6 55,5 5,8
17/06/99 12 SW 12,8 14,7 20,6 11,5 7,6 12,2
18/06/99 00 SW 12,6 4,4 13,7 10,5 83,6 4,7
18/06/99 12 SW 11,5 0,0 15,0 10,6 9,1 5,3
19/06/99 12 NW 23,9 8,9 24,4 9,6 11,0 15,9
20/06/99 00 NW 14,3 0,7 11,4 6,9 77,7 3,5
21/06/99 00 NW 8,8 11,5 5,2 63,2 2,2
21/06/99 12 NW 20,1 0,0 18,7 11,9 11,7 6,8
22/06/99 00 NW 9,5 1,3 13,0 7,6 44,1 4,3
22/06/99 12 SW 13,6 9,3 15,4 8,2 16,1 9,4
23/06/99 00 SW 8,0 0,6 12,0 7,0 24,9 3,5
23/06/99 12 SW 10,5 6,1 2,6 9,6 18,9 6,3
24/06/99 12 SW 9,5 11,0 4,7 11,0 23,2 7,8
25/06/99 12 NW 15,6 13,9 7,8 14,1 32,2 11,3
26/06/99 00 NW 21,7 14,8 2,6 8,4 9,0 9,9
26/06/99 12 NW 29,4 17,2 7,7 10,3 43,1 21,8
30/06/99 12 NW 20,3 15,6 5,5 16,7 88,5 10,7
Onde: SMP= São Miguel Paulista, Ibira=Ibirapuera,
SMP= São Miguel Paulista; SCS= São Caetano do Sul; PDP= Parque dom Pedro II
91
Tabela H.2: Médias da concentração de ozônio (em µg/m3) para os dias-núcleos do apêndice
F.2 para diferentes estações da Cetesb (mês de Julho)
Dia/mês/ano Hora Tipo de SMP SCS PDP Osasco Ibira Moóca
(UTC) trajetória
04/07/99 00 NE 23,5 6,2 3,6 13,7 16,2 4,0
07/07/99 12 NE 14,2 4,3 0,6 9,1 9,1 1,4
10/07/99 12 SW 37,9 26,2 20,1 17,3 7,4 26,4
11/07/99 00 SW 38,8 19,8 15,5 11,6 83,4 23,6
12/07/99 12 SW 26,0 18,9 10,3 14,3 11,1 14,9
13/07/99 00 SE 9,4 7,4 0,5 9,0 77,7 0,5
14/07/99 00 SE 7,8 9,2 1,5 10,7 63,4 0,6
14/07/99 12 SE 10,7 18,4 6,3 12,1 11,9 12,6
15/07/99 12 SE 12,1 19,3 11,2 15,0 16,1 8,2
16/07/99 12 NE 7,1 17,8 18,1 7,4 18,7 7,7
17/07/99 00 NE 5,3 13,3 17,6 0,0 10,8 3,7
17/07/99 12 NW 7,5 23,5 16,2 0,0 23,1 6,4
18/07/99 00 NW 7,3 35,5 27,4 0,0 9,5 34,0
18/07/99 12 NW 21,5 26,4 14,9 0,0 32,1 27,8
19/07/99 00 NW 19,4 14,9 5,6 0,0 9,1 12,9
19/07/99 12 NW 13,1 18,9 10,8 0,0 42,8 12,7
20/07/99 00 NW 1,2 7,4 5,6 7,5 9,1 1,1
20/07/99 12 NW 7,8 23,1 12,4 14,1 55,2 10,3
21/07/99 12 NE 4,4 16,0 10,1 12,8 70,2 0,0
22/07/99 12 NW 19,0 18,4 5,2 10,2 83,3 11,0
23/07/99 12 NW 9,1 18,3 5,8 10,7 88,0 10,7
25/07/99 00 NW 0,0 13,0 3,3 10,2 10,9 1,9
26/07/99 00 NW 4,1 14,0 3,1 13,8 11,7 6,2
26/07/99 12 NW 9,3 25,3 7,9 14,5 44,3 9,5
28/07/99 12 NE 17,4 30,9 8,6 13,0 10,7 18,6
29/07/99 12 NE 37,3 32,6 26,5 18,0 9,4 45,5
92
Tabela H.3: Médias da concentração de ozônio (em µg/m3) para os dias-núcleo do apêndice
F.3 para diferentes estações da Cetesb (mês de Agosto).
Dia/mês/ano Hora Tipo de SMP SCS PDP Osasco Ibira Moóca
(UTC) trajetória
01/08/99 12 NW 29,0 25,3 22,7 18,2 9,1 33,0
02/08/99 00 NW 12,3 12,4 0,1 6,2 70,1 0,8
02/08/99 12 NW 4,7 11,0 1,9 8,9 7,5 3,7
03/08/99 12 SW 39,1 29,2 17,6 11,7 9,0 26,9
04/08/99 00 SW 36,6 24,0 11,2 4,6 88,1 24,7
06/08/99 12 SW 17,2 26,2 7,3 8,3 11,6 14,9
08/08/99 12 NE 36,5 48,0 22,3 15,6 18,6 42,7
13/08/99 12 NW 15,7 30,0 0,0 10,5 69,9 11,9
18/08/99 00 SE 17,2 22,7 2,5 3,9 11,6 14,6
23/08/99 00 SE 39,1 38,1 12,0 8,1 0,0 35,7
24/08/99 00 NE 60,4 61,2 21,9 13,2 54,9 48,6
25/08/99 00 NE 56,7 47,2 16,8 5,4 69,9 37,0
25/08/99 12 NE 49,2 61,0 19,9 12,1 7,5 41,4
26/08/99 00 NE 13,3 31,6 14,4 11,0 83,1 14,5
26/08/99 12 NE 35,0 48,0 10,9 14,2 9,0 16,2
27/08/99 00 NE 79,4 36,2 4,5 12,8 87,9 21,6
27/08/99 12 NE 50,2 39,2 10,0 7,4 10,9 22,6
28/08/99 00 NE 37,4 36,0 11,2 4,4 77,3 21,2
28/08/99 12 NE 58,8 57,2 30,7 15,8 10,8 52,6
30/08/99 00 NW 28,3 18,5 0,9 3,1 43,9 6,9
93
Tabela H.4: Médias da concentração de Monóxido de Carbono (em ppm) para os dias-
núcleos do apêndice F.1 para diferentes estações da Cetesb
Dia/mês/ano Hora Tipo de PDP SCS Lapa Congo Cesar Centro Ibira
(UTC) trajetória
03/06/99 00 NE 1,3 1,7 0,0 4,1 1,9 3,2 0,0
03/06/99 12 NE 1,2 0,8 0,0 1,7 1,0 1,0 0,0
04/06/99 00 NW 2,6 2,4 0,0 4,5 1,9 3,2 0,0
07/06/99 00 SW 0,6 0,7 0,4 2,7 0,6 1,3 0,5
09/06/99 12 NE 1,1 1,0 1,6 1,3 2,0 1,5 0,7
11/06/99 00 NE 3,9 2,4 3,8 6,3 3,2 4,5 1,9
13/06/99 12 NW 1,5 1,6 1,6 3,0 1,7 1,7 1,4
14/06/99 00 NW 0,6 0,8 0,5 2,8 0,6 1,3 0,6
14/06/99 12 NW 1,3 1,4 1,1 3,5 2,3 2,6 1,0
15/06/99 00 NW 1,6 1,9 1,6 2,4 3,6 2,6 1,6
15/06/99 12 NE 1,9 1,6 1,0 6,0 1,8 3,1 1,3
16/06/99 00 NE 1,5 1,9 1,5 3,5 1,8 2,7 1,1
17/06/99 12 SW 3,6 0,0 3,6 6,2 5,0 3,7 3,2
18/06/99 00 SW 2,7 0,0 3,0 3,8 4,2 4,1 2,5
18/06/99 12 SW 2,2 0,0 2,8 2,8 3,2 2,4 1,7
19/06/99 12 NW 2,9 0,0 3,5 4,5 3,0 3,8 2,6
20/06/99 00 NW 1,6 2,2 1,7 2,6 2,1 2,2 1,4
21/06/99 00 NW 2,5 2,2 3,0 3,8 2,5 2,2 1,8
21/06/99 12 NW 2,4 1,8 4,3 4,2 3,7 2,7 1,1
22/06/99 00 NW 2,5 1,8 4,0 6,2 2,3 4,0 1,3
22/06/99 12 SW 2,0 1,7 3,3 5,9 2,5 3,4 1,7
23/06/99 00 SW 2,8 2,6 4,0 5,1 3,3 4,0 2,1
23/06/99 12 SW 3,3 2,5 3,7 4,8 4,4 3,9 2,3
24/06/99 12 SW 4,4 3,8 5,5 7,1 5,3 4,6 4,4
25/06/99 12 NW 5,3 4,1 5,4 4,9 3,9 5,2 2,2
26/06/99 00 NW 2,3 3,6 2,0 3,1 1,9 3,8 1,6
26/06/99 12 NW 1,1 1,1 1,5 0,5 1,0 1,8 0,7
30/06/99 12 NW 1,3 1,0 1,4 4,7 1,1 2,4 0,6
94
Tabela H.5: Médias da concentração de Monóxido de Carbono (em ppm) para os dias-
núcleos do apêndice F.2 para diferentes estações da Cetesb
Dia/mês/ano Hora Tipo de PDP SCS Lapa Congo Cesar Centro Ibira
(UTC) trajetória
04/07/99 00 NE 3,0 2,0 4,1 2,8 1,6 2,2 1,0
07/07/99 12 NE 1,4 1,5 1,7 2,8 2,2 2,4 1,0
10/07/99 12 SW 0,9 0,9 1,1 1,3 0,7 1,4 0,4
11/07/99 00 SW 0,7 1,1 0,6 1,6 0,9 1,2 0,5
12/07/99 12 SW 0,8 1,2 1,6 1,4 1,8 1,5 0,6
13/07/99 00 SE 1,9 2,3 1,9 4,4 2,2 3,0 1,3
14/07/99 00 SE 3,3 3,6 2,7 3,7 3,2 4,4 2,2
14/07/99 12 SE 1,2 1,2 1,4 1,4 2,3 1,6 0,9
15/07/99 12 SE 2,0 2,2 3,0 2,7 3,8 2,4 1,6
16/07/99 12 NE 0,0 2,7 6,3 6,4 3,7 3,0 3,1
17/07/99 00 NE 7,3 5,6 8,9 8,7 5,9 9,7 4,7
17/07/99 12 NW 3,4 3,0 4,2 5,5 2,8 3,1 2,9
18/07/99 00 NW 0,7 1,0 0,4 2,6 0,2 1,3 0,5
18/07/99 12 NW 0,7 0,7 0,6 1,5 0,7 1,0 0,4
19/07/99 00 NW 1,0 1,3 0,9 2,5 0,9 1,7 0,6
19/07/99 12 NW 1,1 1,3 1,9 1,5 2,5 1,6 0,8
20/07/99 00 NW 2,8 2,9 3,6 4,7 3,1 3,9 2,1
20/07/99 12 NW 2,6 2,2 2,2 2,7 3,2 2,2 1,8
21/07/99 12 NE 3,8 4,6 4,4 5,3 3,5 3,0 1,3
22/07/99 12 NW 1,2 1,0 1,2 3,4 1,8 2,2 0,6
23/07/99 12 NW 1,2 1,1 0,0 1,4 2,4 1,7 0,8
25/07/99 00 NW 3,5 4,6 5,6 3,6 4,7 3,0 3,0
26/07/99 00 NW 2,7 4,1 2,9 2,7 3,2 2,4 1,8
26/07/99 12 NW 2,5 2,1 3,1 3,1 3,5 2,0 1,8
28/07/99 12 NE 1,1 0,0 1,1 4,4 1,1 2,1 0,6
29/07/99 12 NE 1,0 1,3 1,2 2,0 1,0 1,5 0,7
95
Tabela H.6: Médias da concentração de Monóxido de Carbono (em ppm) para os dias-
núcleos do apêndice F.3 para diferentes estações da Cetesb
Dia/mês/ano Hora Tipo de PDP SCS Lapa Congo Cesar Centro Ibira
(UTC) trajetória
01/08/99 12 NW 0,5 0,6 0,4 0,8 0,7 0,4 0,4
02/08/99 00 NW 1,1 1,1 1,3 2,9 1,5 1,4 0,9
02/08/99 12 NW 1,5 1,3 1,6 1,9 2,3 2,1 1,0
03/08/99 12 SW 1,2 1,1 1,0 3,8 1,5 2,0 0,7
04/08/99 00 SW 0,9 1,1 0,8 3,1 0,9 1,7 0,7
06/08/99 12 SW 1,9 1,7 2,2 2,3 3,1 1,7 1,3
08/08/99 12 NE 0,5 0,4 0,1 1,4 0,4 0,8 0,3
13/08/99 12 NW 0,0 6,1 5,1 7,5 6,6 5,1 4,3
18/08/99 00 SE 1,0 1,3 0,9 2,5 1,9 2,0 0,8
23/08/99 00 SE 2,1 2,8 2,3 4,6 2,9 2,2 1,9
24/08/99 00 NE 1,3 1,3 0,6 3,2 1,2 2,2 0,6
25/08/99 00 NE 1,2 1,5 1,2 3,4 1,5 2,1 0,9
25/08/99 12 NE 1,5 1,6 2,0 1,7 2,8 1,6 1,0
26/08/99 00 NE 7,0 6,3 7,0 8,4 5,3 7,6 4,3
26/08/99 12 NE 4,0 2,4 4,8 4,8 4,2 3,0 2,4
27/08/99 00 NE 3,6 4,4 4,8 4,8 3,8 3,4 3,0
27/08/99 12 NE 2,2 1,6 2,4 2,6 3,4 2,6 1,2
28/08/99 00 NE 1,4 1,2 0,4 3,0 1,2 2,4 0,2
28/08/99 12 NE 1,0 0,6 0,8 0,8 0,0 0,6 0,2
30/08/99 00 NW 2,3 2,4 1,7 4,7 2,2 2,7 2,0
96
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