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Nomenclatura (reformado de texto retirado da internet)


Aceitam-se três tipos de nomenclaturas para nomear compostos químicos inorgânicos:

 Nomenclatura sistêmica ou estequiométrica: Este sistema de nomenclatura baseia-se em


nomear as substâncias usando prefixos numéricos gregos que indicam a atomicidade da cada um
dos elementos presentes na molécula. A atomicidade indica o número de átomos de um mesmo
elemento em uma molécula, como por exemplo, H 2O u que significa que há um átomo de oxigênio
e dois átomos de hidrogênio presentes na molécula, ainda que em uma fórmula química a
atomicidade também se refere à proporção da cada elemento no que se levam a cabo as reações
para formar o composto; neste estudo de nomenclatura é melhor tomar a atomicidade como o
número de átomos em uma sozinha molécula. A forma de nomear os compostos é prefixo-nome
ie genérico + prefixo-nome ie específico (Veja na secção outras regras nomeie genérico e
específico).

Prefixos gregos Atomicidade


mono- 1
di- 2
tri- 3
tetra- 4
penta- 5
hexa- 6
hepta- 7
octa- 8
nona- (ou eneá) 9
deca- 10

 Nomenclatura Estoque: Este sistema de nomenclatura baseia-se em nomear aos


compostos escrevendo ao final do nome com números romanos a valência atômica do elemento
com “nome específico” (valência ou número de oxidação, é o que indica o número de elétrons que
um átomo põe em jogo em um enlace químico, um número positivo quando tende a ceder os
elétrons e um número negativo quando tende a ganhar elétrons), antepondo a este número,
encerrado entre parêntese, se escreve o nome genérico e o específico do composto desta forma:
nome genérico + de nome do elemento específico + o No. de valência. Normalmente, a não
ser que tenha-se simplificado a fórmula, a valência pode ver-se no subíndice do outro átomo (em
compostos binários e ternários). Os números de valência normalmente colocam-se como
superíndices do átomo em uma fórmula molecular.

Exemplo: Fe2S3. sulfeto de ferro (III) [vê-se a valência III do ferro no subíndice ou
atomicidade do enxofre ].
 Nomenclatura tradicional ou clássica ou funcional: Neste sistema de nomenclatura
indica-se a valência do elemento de nome específico com uma série de prefixos e sufixos gregos.

Quando o elemento só tem uma valência, se usa o sufixo –ico ou simplesmente se coloca o nome
do elemento precedido da sílaba “de”.
Quando tem duas valências diferentes se usam os sufixos - oso e - ico.
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-oso quando o elemento usa a valência menor: Fe +2S-2, ferro com a valência +2, óxido
ferroso
-ico quando o elemento usa a valência maior: Fe 2+3S3-2, ferro com valência +3, óxido férrico
Quando tem três diferentes valências se usam os prefixos e sufixos
hipo - … - oso (para a valência inferior)
-oso (para a valência intermediária)
-ico (para números de valência superior)
Quando tem quatro diferentes valências se usam os prefixos e sufixos
hipo - … - oso (para as valências 1 e 2)
-oso (para a valências 3 e 4)
-ico (para a valências 5 e 7)
per - … - ico (para a valência 7):
Exemplo: Mn2+7Ou7-2 óxido permangánico (já que o manganês tem mais de dois números de
valência e neste composto está a trabalhar com a valência 7).

Outras regras e conceitos gerais

Os compostos (binários e ternários) em sua nomenclatura estão formados por dois nomes: o
genérico e o específico. O nome genérico ou geral é o que indica a que grupo de compostos
pertence a molécula ou sua função química, por exemplo se é um óxido metálico/básico, um
óxido não metálico/ácido, um peróxido, um hidreto, um hidrácido, um oxiácido, um sal haleto, etc.
E o nome específico é o que diferencia às moléculas dentro de um mesmo grupo de compostos.
Pelo geral nos três sistemas de nomenclatura escreve-se primeiro o nome genérico seguido do
específico. Por exemplo, óxido ferroso e óxido férrico, estes dois compostos pertencem ao grupo
dos óxidos e por isso seu nome genérico é óxido e ao mesmo tempo os nomes específicos
ferroso e férrico fazem referência a dois compostos diferentes FeO e Fe2 O3, respectivamente.

Em general, em uma fórmula molecular de um composto coloca-se à esquerda o elemento com


carga ou número de valência positivo (elemento mais eletropositivo) e à direita o que contenha o
número de valência negativo (elemento mais eletronegativo). E ao invés disto, em nomenclatura
se coloca o nome genérico de primeiro, que é o que designa ao elemento da direita (o mais
eletronegativo) e o nome específico em segundo lugar que é o que designa ao elemento da
esquerda (o menos eletronegativo). Por exemplo: óxido de sódio - Na +1 2Ou-2, o nome genérico
óxido faz referência ao segundo elemento da fórmula que é o “oxigênio”, o mais eletronegativo, e
o nome específico “sódio” faz referência ao primeiro elemento da fórmula que é o sódio e o
menos eletronegativo ou mais eletropositivo.

Como se trabalham os números de valência para poder nomear corretamente a um composto


inorgânico? Muitos elementos podem trabalhar com mais de um número de valência, até o
número 7 de valência nos elementos representativos (Nota: recordar que o numero de valência se
mostra como superindice da cada elemento na formula do composto). Com as mesmas fórmulas
moleculares pode-se determinar com que número trabalham os elementos do composto ainda
que neste não se observem. Isto se consegue com o fato que na fórmula de um composto a soma
dos números de valência entre os elementos deve ser igual a zero, o que significa que a molécula
será neutra e sem carga. Contrário a isto ultimo, unicamente quando a fórmula do composto
indique uma carga positiva ou negativa da molécula, o que em cujo caso a molécula passaria a se
chamar um íon (para exemplificar isto ultimo ver a imagem do "ácido nítrico" ao final da secção
oxiácidos, do lado direito da imagem se encontram o ion nitrato e o ion hidrogeno com carga
negativa e positiva, respectivamente).
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Como exemplo para trabalhar com valências: FeO, este composto é um óxido e o oxigênio nos
óxidos trabalha com uma valência de -2, de modo que pára que a molécula seja neutra o ferro
deve somar o número de valências suficientes para que a soma de valências seja zero. Os
números de valência com os que pode trabalhar o ferro são +2 e +3, de modo que, nesta
molécula o ferro vai utilizar a valência +2. Como só há um átomo de ferro e a valência é +2, o
elemento ferro nessa molécula tem carga total de +2 e do mesmo modo como só há um átomo de
oxigênio e trabalha com a valência -2, a carga total deste elemento é de -2. E agora a soma de
valências ou carga tanto faz a zero " (+2) + (-2) = 0". A fórmula com valências para este
composto seria Fe2+O-2.

Em outro exemplo, no composto Fe2O3 procura-se também um zero na soma de valências para
que a molécula seja neutra, de modo que como há 3 átomos de oxigênio e este trabalha com a
valência -2, o carga total para este elemento na molécula “são o número de átomos do elemento
multiplicado pelo número de valência com o que este trabalha”, que ao todo séria -6. Desta
maneira os átomos de ferro devem de somar valências para fazer zero ao -6 dos oxigênios, na
somatória final. Como há 2 átomos de ferro, este vai trabalhar com o número de valência +3 para
fazer um total de +6, que somados com os -6 dos oxigênios séria igual a zero, que significa um
carga neutro para a molécula. Os números de átomos e valências na molécula são:

No. de átomos de ferro = (2)


No. de valência para a cada um dos átomos de ferro = (+3)
No. de átomos de oxigênio = (3)
No. de valência para a cada um dos átomos de oxigênio = (-2)

A operatória completa ver-se-ia assim: [2(+3)] + [3(-2)] = 0. A fórmula com valências séria Fe 23O3-2.
Como já se tinha explicado anteriormente o número de valências indica os elétrons que se jogam
em um enlace, e neste último composto, Fe 23O3-2, a cada um dos 2 átomos de ferro está a ceder 3
elétrons aos átomos de oxigênio, que ao mesmo tempo a cada um dos 3 oxigênios está a ganhar
2 elétrons. 2 dos 3 átomos de oxigênio recebem 2 elétrons dos 2 átomos de ferro, e o 3er átomo
de oxigênio recebe 2 elétrons, 1 elétron sobrando da cada um dos 2 átomos de ferro.
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Na seguinte tabela apresentam-se os elementos que geralmente se usam para formar compostos. Os
números de valência estão em valor absoluto.
Elemento Símbolo Número de Valência Elemento Símbolo Número de Valência
Alumínio Ao 3 Antimonio Sb 3e5
Arsénico As 3e5 Astato At 1, 3, 5 e 7
Enxofre S 2, 4 e 6 Bario Ba 2
Berilio Bê 2 Bismuto Bi 3e5
Boro B 3 Bromo Br 1e5
Cadmio Cd 2 Cálcio Ca 2
Carbono C 2e4 Cesio Cs 1
Zinco Zn 2 Zirconio Zr 4
Cloro Cl 1, 3, 5 e 7 Cobalto Co 2e3
Cobre Cu 2e1 Cromo Cr 2, 3, 4, 5 e 6
Escandio Sc 3 Estanho Sn 2e4
Estroncio Sr 2 Flúor F 1
Fósforo P 1,3 e 5 Galio Ga 3
Germanio Ge 2,4 e -4 Hafnio Hf 4
Hidrogênio H 1 e -1 Ferro Fé 2e3
Iridio Ir 2, 3, 4 e 6 Itrio E 3
Lantano A 3 Litio Li 1
Magnésio Mg 2 Manganês Mn 2, 3, 4, 6, 7
Mercurio Hg 1e2 Molibdenio Mo 2, 3, 4, 5 e 6
Niobio Nb 3 Níquel Nem 2e3
Nitrogênio N 2, 3, 4 e 5 Ouro Au 1e3
Osmio Vos 2, 3, 4 e 6 Prata Ag 1
Platina Pt 2e4 Chumbo Pb 2e4
Potássio K 1 Renio Re 1, 2, 4, 6 e 7
Rodio Rh 2, 3 e 4 Rubidio Rb 1
Rutenio Ru 2, 3, 4 e 6 Selenio Se 2, 4 e 6
Silício Se 4 Sódio Na 1
Talio Tl 1e3 Tántalo Ta 5
Tecnecio Tc 7 Telurio Te 2, 4 e 6
Titanio Ti 3e4 Vanadio V 2, 3, 4 e 5
Iodo I 1,3, 5 e 7
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Íons
São aqueles átomos ou moléculas carregados eletricamente. Podem ser de carga positiva
(cátions) ou de carga negativa (ânions).

Cátions

São íons com carga positivo. Se são monoatômicos, nomeiam-se simplesmente nomeando o
elemento após a palavra cátion. Por exemplo, Li + cátion lítio. Se o elemento tem vários estados de
oxidação (valências) usam-se números romanos ou os afixos hipo- -oso, -oso , -ico, per- -ico
(tradicional).

Exemplo Nomenclatura Estoque Nomenclatura tradicional


Fe3+ cátion ferro (III) cátion férrico
+
Cu cátion cobre (I) cátion cuproso

Quando se trata de cátions poliatômicos, se distinguem dois casos:

a) Se procedem de oxiácidos acrescenta-se o sufixo -ilo ao nome do oxiácido correspondente em nomenclaturas


tradicional (este pode indicar a valência em números romanos), também se pode nomear no Estoque. É como o
oxiácido sem moléculas de água.

Exemplo Nomenclatura tradicional Nomenclatura Estoque


+
NO2 cátion nitroilo cátion dioxonitrogênio (V)
NO+ cátion nitrosilo cátion monoxonitrogênio (III)
2+
SO cátion sulfinilo ou tionilo cátion monoxoenxofre (IV)
SO22+ cátion sulfonilo ou sulfurilo cátion dioxoenxofre (VI)
+
UO2 cátion uranilo (V) cátion dioxouranio (V)
UO22+ cátion uranilo (VI) cátion dioxouranio (VI)
3+
VO cátion vanadilo (V) cátion monoxovanadio (V)
+
VO 2 cátion vanadilo (IV) cátion dioxovanadio (IV)

b) Se procedem de hidretos, leva o sufixo -onio.

Exemplo Nome
+
H3O hidronio ou oxonio
NH4+ amônio
+
PH 4 fosfonio
+
SbH 4 estibonio
AsH4+ arsonio
+
BiH 4 bismutonio
H2S+ sulfonio
6

H2Cl+ cloronio

Óxidos (compostos binários com oxigênio)


São compostos químicos inorgânicos diatômicos ou binários formados pela união do oxigênio
com outro elemento diferente dos gases nobres. Segundo se este elemento é metal ou não metal
serão óxidos básicos ou óxidos ácidos. O oxigênio sempre tem valência -2 com excepção nos
peróxidos (ion peróxido enlaçado com um metal) onde o oxigênio utiliza valência “-1”. Os óxidos
podem-se nomear em qualquer dos três sistemas de nomenclaturas; se utiliza-se o sistema
Estoque o número romano tanto faz à valência do elemento diferente do oxigênio, se utiliza-se o
sistema tradicional os sufixos e prefixo designam-se de acordo à valência do elemento diferente
do oxigênio e se utiliza-se a nomenclatura sistemática não se têm em conta as valências, senão
que, se escrevem os prefixos na cada elemento de acordo a seus atomicidades na fórmula
molecular.

Óxidos básicos (metálicos)

São aqueles óxidos que se produzem entre o oxigênio e um metal quando o oxigênio trabalha
com um número de valência -2. Sua fórmula geral é: Metal + O. Na nomenclatura Estoque os
compostos nomeiam-se com as regras gerais antepondo como nome genérico a palavra óxido
precedido pelo nome do metal e seu número de valência. Na nomenclatura tradicional nomeiam-
se com o sufixo -ouso e -ico dependendo da menor ou maior valência do metal que acompanha
ao oxigênio. E na nomenclatura sistemática utilizam-se as regras gerais com a palavra óxido
como nome genérico.

Na nomenclatura tradicional para os óxidos que se enlaçam com metais que têm mais de dois
números de valência se utilizam as seguintes regras: metais com números de valência até o 3
nomeiam-se com as regras dos óxidos e os metais com números de valência iguais a 4 e maiores
nomeiam-se com as regras dos anidridos. Exemplos: V2+3O3-2 nomeia-se como óxido, óxido
vanádico; V2+5O5-2 nomeia-se como anidrido, anidrido vanádico. Os átomos de vanadio com
número de valência 2 (-oso) e 3 (-ico) nomeiam-se como óxidos e os átomos de vanadio com
números de valência 4 (-oso) e 5 (-ico) como anidridos.

Metal + Oxigênio → Óxido básico


4Fe + 3O2 → 2Fe2O3
Composto Nomenc. sistemática Nomenc. Estoque Nomenc. tradicional
monóxido de dipotássio ou óxido de potássio (I) ou óxido potásico ou óxido
K2O
óxido de dipotássio óxido de potássio de potássio
Fe2O3 trióxido de dihierro óxido de ferro (III) óxido férrico
FéO monóxido de ferro óxido de ferro (II) óxido ferroso
SnO2 dióxido de estaño óxido de estaño (IV) óxido estánico

Quando os não metais, nitrogênio e fósforo, trabalham com números de valência 4 e 2 enquanto
se enlaçam com o oxigênio se formam óxidos (ver a secção de anidridos, penúltimo parágrafo).
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Óxidos ácidos ou anidridos (não metálicos)

São aqueles formados pela combinação do oxigênio com um não metal. Sua fórmula geral é Não-
Metal + O. Neste caso, a nomenclatura tradicional emprega a palavra anidrido em lugar de óxido,
a exceção de alguns óxidos de nitrogênio e fósforo. A nomenclatura sistemática e o Estoque
nomeiam aos compostos com as mesmas regras que nos óxidos metálicos. Na nomenclatura
tradicional nomeiam-se com os seguintes sufixos e prefixos.

hipo - … - oso (para números de valência 1 e 2)


-oso (para números de valência 3 e 4)
-ico (para números de valência 5 e 6)
per - … - ico (para o número de valência 7)
Não metal + Oxigênio → Anidrido
2S + 3Ou2 → 2SOu3
Composto Nomenc. sistem. Nomenc. Estoque Nomenc. tradicional
Cl2O óxido de dicloro ou monóxido de dicloro óxido de cloro (I) anidrido hipocloroso
SO3 trióxido de enxofre óxido de enxofre (VI) anidrido sulfúrico
Cl2O7 heptóxido de dicloro óxido de cloro (VII) anidrido perclórico

Quando o flúor reage com o oxigênio se cria um composto diferente já que o oxigênio deixa de
ser o elemento mais eletronegativo, diferente a como passa com todos os óxidos onde o oxigênio
é o elemento mais eletronegativo. O único elemento mais eletronegativo que o oxigênio é o flúor
com 4.0 enquanto o oxigênio tem 3.5. De modo que o composto deixa de chamar-se óxido e
nomeia-se como fluoreto de oxigênio para o sistema tradicional, fluoreto de oxigênio (II) para o
sistema Estoque e difluoreto de oxigênio para o sistemático. A fórmula é O -2F2-1. Os óxidos de
nitrogênio, ao igual que os óxidos do enxofre, são importantes por sua participação na chuva
ácida. Com o termo óxido de nitrogênio faz-se alusão a qualquer dos seguintes:

 Óxido nítrico ou Óxido de nitrogênio (II), de fórmula NO.


 Dióxido de nitrogênio, de fórmula NO2.
 Óxido nitroso ou Monóxido de dinitrogênio, de fórmula N2O.
 Trióxido de dinitrogênio, de fórmula N2O3.
 Tetróxido de dinitrogênio, de fórmula N2O4.
 Pentóxido de dinitrogênio, de fórmula N2O5.

Entre as exceções às regras de anidridos para a nomenclatura tradicional estão os óxidos de


nitrogênio e óxidos de fósforo. Estes compostos nomeiam-se assim:

 N21O-2 Anidrido hiponitroso

 N2O-2 Óxido hiponitroso

 N23O3-2 Anidrido nitroso

 N24O4-2 Óxido nitroso

 N4O2-2 Óxido nitroso


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 N25O5-2 Anidrido nítrico

 P23O3-2 Anidrido fosforoso

 P4O2-2 Óxido fosforoso

 P25O5-2 Anidrido fosfórico

Quando os metais com mais de dois números de valência e que trabalham com os
números de valência iguais ou maiores a 4 enquanto se enlaçam com o oxigênio, formam
anidridos (ver a secção de óxidos básicos, segundo parágrafo).

Peróxidos

Os peróxidos são obtidos quando reage um óxido com o oxigênio monoatômico e se caracterizam
por levar o grupo peróxido ou união peroxídica (-o-o-). São compostos diatômicos em onde
participam o grupo peróxido e um metal. A fórmula geral dos peróxidos é Metal + (O -1) 2-2. No
sistema tradicional utiliza-se o nome peróxido em lugar de óxido e agrega-se o nome do metal
com as regras gerais para os óxidos nesta nomenclatura. Nas nomenclaturas Estoque e
sistemática nomeiam-se os compostos com as mesmas regras gerais para os óxidos.

Não todos os metais formam peróxidos e habitualmente o fazem os do grupo 1A e 2A de a tabela


periódica (alcalinos e alcalino terrosos).

Metal + Grupo peróxido → Peróxido


2Li+1 + (O)2-2 → Li2(O)2
Nomenc.
Composto Nomenc. Estoque Nomenc. tradicional
sistemática
dióxido de óxido de hidrogênio (I) ou óxido de peróxido de
H2O2
dihidrogênio hidrogênio hidrogênio
CaO2 dióxido de cálcio dióxido de cálcio (II) peróxido de cálcio
ZnO2 dióxido de zinco óxido de cinc (II) peróxido de zinco

Superóxidos

Também chamados hiperóxidos, são compostos binários que contêm o grupo ou anión
superóxido, a fórmula geral é Metal + (O 2)-1 Aparentemente, o oxigênio tem valência -1/2.
Geralmente o grupo superóxido reage com os elementos alcalinos e alcalinotérreos.

Nomeiam-se como os peróxidos tão só mudando peróxido por superóxido ou hiperóxido.

Metal + Grupo superóxido → Superóxido


Li+1 + (O2)-1 → LiO2
Composto Nomenclatura
KO2 superóxido ou hiperóxido de potássio
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CaO4 ou Ca (O2)2 superóxido de cálcio


CdO4 superóxido de cadmio
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Hidretos (Compostos binários com hidrogênio)


Hidretos metálicos

São compostos binários ou diatômicos formados por hidrogênio e um metal. Nestes compostos, o
hidrogênio sempre tem valência -1. Nomeiam-se com a palavra hidreto. Sua fórmula geral é Metal
+ H. Para nomear estes compostos no sistema tradicional utiliza-se a palavra hidreto e agrega-se
o nome do metal com os prefixos -ouso ou -ico com as regras gerais para esta nomenclatura.
Para os sistemas Estoque e sistemático utilizam-se as regras gerais com a palavra hidreto como
nome genérico.

Metal + Hidrogênio → Hidreto metálico


2K + H2 → 2KH
Composto Nomenc. sistemática Nomenc. Estoque Nomenc. tradicional
monohidreto de potássio ou hidreto de potássio (I) ou hidreto potásico ou hidreto
KH
hidreto de potássio hidreto de potássio de potássio
NiH3 trihidreto de níquel hidreto de níquel (III) hidreto niquélico
PbH4 tetrahidreto de chumbo hidreto de chumbo (IV) hidreto plúmbico

Hidrácidos e hidretos não metálicos

Os hidrácidos (compostos binários ácidos) e hidretos não metálicos são compostos formados
entre o hidrogênio e um não metal das famílias VIA e VIIA . Os elementos destas duas famílias
que podem formar hidrácidos e hidretos não metálicos são: S, Se, Te, F, Cl, I e Br, que pelo geral
trabalham com o menor número de oxidação, -2 para os primeiros e -1 para os halogênios. Estes
compostos nomeiam-se no sistema tradicional e de forma diferente segundo se estão dissolvidos
(estado aquoso) ou em estado puro (estado gasoso). Os hidrácidos pertencem ao grupo dos
ácidos.

Os hidretos não metálicos são os que se encontram em estado gasoso ou estado puro e se
nomeiam agregando ao não metal o sufixo -eto e a palavra hidrogênio precedido da sílaba “de”.
Neste caso o nome genérico é para o elemento mais eletropositivo que seria o do hidrogênio e o
nome especifico é para o elemento mais eletronegativo que seria o do não metal, por exemplo H +1
Br-1 (g) brometo de hidrogênio, brometo como nome especifico e hidrogênio como nome genérico.

Não metal + Hidrogênio → Hidreto não metálico


Cl2 + H2 → 2HCl(g)

Os hidrácidos provem de dissolver em água aos hidretos não metálicos e por essa mesma razão
são estes os que se encontram em estado aquoso. Nomeiam-se com a palavra ácido, como
nome genérico, e como nome específico se escreve o nome do não metal e se lhe agrega o
sufixo –ídrico. Ao igual que em estado gasoso o nome genérico é nomeado pelo elemento mais
eletropositivo.

Hidreto Não metálico + Água → Hidrácido


HCl(g) + H2O → H+1 + Cl-1
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Composto em estado puro em dissolução


HCl cloreto de hidrogênio ácido clorídrico
HF fluoreto de hidrogênio ácido fluorídrico
HBr brometo de hidrogênio ácido bromídrico
HI iodeto de hidrogênio ácido iodídrico
H2S sulfeto de hidrogênio ácido sulfídrico
H2Se seleneto de hidrogênio ácido selenídrico
H2Te telureto de hidrogênio ácido telurídrico

Outros Hidretos

Estes hidrácidos ou hidretos não metálicos são compostos binários de hidrogênio e uns
elementos da família V que se enlaçam seguindo a fórmula Não Metal + H3. A estes compostos
chama-se-lhes por seus nomes comuns, ainda que muito raramente nomeia-se-lhes com as
regras de nomenclatura dos hidretos (metálicos). Nestes hidretos não metálicos o hidrogênio é o
elemento mais eletronegativo no composto.

Não metal + Hidrogênio → Hidreto não metálico


N2 + 3H2 → 2NH3
Composto Nome
NH3 amoníaco ou trihidreto de nitrogênio
PH3 fosfina ou trihidreto de fósforo
AsH3 arsina ou trihidreto de arsénico
SbH3 estibina ou trihidreto de antimonio
BiH3 bismutina ou trihidreto de bismuto

Boranos

São compostos binários entre o hidrogênio e o boro que geralmente se enlaçam seguindo a
fórmula BnHn+4. Estes compostos não se nomeiam em um sistema de nomenclatura específico já
que as regras para os nomear são especiais. Utiliza-se a palavra borano com um prefixo
numérico grego (tabela de prefixos) que depende do número de átomos de borano presentes na molécula.

Composto Nome
BH3 monoborano ou borano
B2H6 diborano
B3H7 triborano
B4H8 tetraborano
B10H14 decaborano

Silanos
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São compostos binários de hidrogênio e silício que se enlaçam geralmente seguindo a fórmula
SenH2n+2. Os silanos ao igual que os boranos não têm um sistema de nomenclatura específico para ser nomeados e
utilizam as mesmas regras de nomenclatura, com a palavra silano como base.

Composto Nome
SeH4 monosilano, silano ou tetrahidreto de silano
Se2H6 disilano
Se3H8 trisilano
Se4H10 tetrasilano
Se10H22 decasilano

Germanos

São compostos binários de hidrogênio e germânio que se enlaçam geralmente seguindo a


mesma fórmula que os silanos GenH2n+2. Os germanos ao igual que os boranos e silanos não têm um sistema
de nomenclatura específico para ser nomeados e utilizam as mesmas regras de nomenclatura que os silanos, com a
palavra germano como base.

Composto Nome
GeH4 monogermano, germano ou tetrahidreto de germano
Ge2H6 digermano
Ge3H8 trigermano
Ge4H10 tetragermano
Ge10H22 decagermano
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Ácidos

Os ácidos são compostos que se originam por combinação da água com um anidrido ou óxido
ácido, ou bem por dissolução de certos hidretos não metálicos em água. No primeiro caso
denominam-se oxácidos e no segundo, hidrácidos. Ácido, também é toda a substância que em
solução aquosa se ioniza, libertando cátions hidrogênio.

Oxiácidos (compostos ternários ácidos)


Também chamados oxiácidos e oxiácidos, são compostos ternários originados da combinação
da água com um anidrido ou óxido ácido. A fórmula geral para os oxácidos é H + Não Metal + O.
No sistema tradicional nomeia-se-lhes com as regras gerais para os anidridos substituindo a
palavra anidrido por ácido (já que dos anidridos originam-se). Para o sistema Estoque nomeia-se
ao não metal com o sufixo –ato, logo o número de valência do não metal e por último se agrega
“de hidrogênio”. E para a nomenclatura sistemática indica-se o número de átomos de oxigênio
com o prefixo correspondente (segundo regras gerais para este sistema) seguido da partícula
“oxo” unida ao nome do não metal e o sufixo –ato, por último se agrega ao nome as palavras “de
hidrogênio”.

Anidrido + Água → oxácido


SO3 + H2Ou → H2SO4
Composto Nomenclatura sistemática Nom. Estoque Nom. tradicional
ácido tetraoxosulfato ou tetraoxosulfato de sulfato (VI) de
H2SO4 ácido sulfúrico
hidrogênio hidrogênio
ácido tetraoxoclórato ou tretraoxoclórato de clorato (VII) de
HClO4 ácido perclórico
hidrogênio hidrogênio
ácido dioxosulfato ou dioxosulfato de sulfato (II) de ácido
H2SO2
hidrogênio hidrogênio hiposulfetoso

Como se indica na secção dos anidridos, o nitrogênio e o fósforo não formam anidridos quando
se enlaçam com o oxigênio, enquanto estes trabalham com os números de valência 4 e 2, se não
que formam óxidos e por esta razão o nitrogênio e o fósforo não podem formar oxácidos com
estes números de valência.

Já que para nomear aos compostos precisa-se saber com que números de valência trabalham os
elementos, uma maneira muito fácil para determinar os números, segundo a fórmula molecular, é
somando os números de valência do oxigênio e o hidrogênio propondo uma equação para a
valência do não metal, já que a soma de carga ou valências deve ser zero pára que a molécula
seja neutra (ver a secção regras gerais). Como se descreve anteriormente a formula general para
estes compostos é H + Não Metal + O, onde o oxigênio é o elemento mais eletronegativo e o
hidrogênio e o não metal são os elementos mais eletropositivos. O hidrogênio trabalha com a
valência +1 e o oxigênio com a valência -2, sempre nestes compostos. Por exemplo: H2SO4,
como há 4 átomos de oxigênio e este trabalha com -2, ao todo para os oxigênios o carga sério de
-8. Da mesma maneira, como há 2 hidrogênios e este trabalha com valência +1 o carga para este
elemento é de +2. Como a soma dos carga deve ser igual a zero, então o enxofre trabalhasse
com a valência +6. Os elementos com valências e a operatoria seriam: H 2+1 + S+6 + Ou4-2 => (+1)2
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+ (+6) + (-2)4 = 0. Como o enxofre trabalha com +6 sua terminação ou sufixo seria –ico e o
composto nomear-se-ia “ácido sulfúrico”.

Por outra parte, certos anidridos podem formar até três oxácidos diferentes dependendo de
quantas moléculas de água agreguem-se por molécula de anidrido. Em outras palavras, em
certos oxácidos especiais, um sozinho “não metal” com uma sozinha valência pode formar até
três oxácidos. Estes não metais são o boro, fósforo, arsénico e o antimonio. Para diferenciar a
estes oxácidos no sistema tradicional utilizam-se três prefixos dependendo de quantas moléculas
de água agregam-se pela cada uma molécula de anidrido. Estes são:

meta-… (1 molécula de água)


piro-… (2 moléculas de água)
orto-… (3 moléculas de água) este prefixo pode-se ignorar

O silício e o iodo também podem formar oxiácidos com mais de uma molécula de água, em dois casos
especiais.

Composto Nom. sistemática Nom. Estoque Nom. tradicional


P2O5 + H2O → ácido trioxofosfato (V) ou trioxofosfato (V) de
ácido metafosfórico
2HPO3 trioxofosfato de hidrogênio (V) hidrogênio
P2O5 + 2H2O → ácido heptaoxofosfato (V) ou heptaoxofosfato (V) de
ácido pirofosfórico
H4P2O7 heptaoxofosfato de hidrogênio (V) hidrogênio
P2O5 + 3H2O → ácido tetraoxofosfato (V) ou tetraoxofosfato (V) de ácido ortofosfórico ou
2H3PO4 tetraoxofosfato de hidrogênio (V) hidrogênio ácido fosfórico
I2O7 + 5H2O → ácido hexaoxoyodato (VII) ou hexaoxoyodato (VII) de
ácido ortoperyódico
2H5IO6 hexaoxoyodato de hidrogênio (VII) hidrogênio
SeO2 + 3H2O → ácido tetraoxosilisato (IV) ou tetraoxosilisato (IV) de ácido ortosilicico ou
H6SeO5 tetraoxosilisato de hidrogênio (IV) hidrogênio ácido silicico

Como se descreve previamente os oxiácidos são formados por um anidrido (não metal +
oxigênio) e o hidrogênio, mas como se indica nas secções de anidridos e óxidos básicos alguns
metais, também podem formar anidridos, e por esta razão, também podem formar oxi ácidos.

Composto Nomenclatura sistemática Nom. Estoque Nom. tradicional


ácido tetraoxocromato ou tetraoxocromato de cromato (VI) de
H2CrO4 ácido crómico
hidrogênio hidrogênio
ácido trioxomanganato ou trioxomanganato de manganato (IV) de
H2MnO3 ácido manganoso
hidrogênio hidrogênio
ácido tetraoxomanganato ou manganato (VI) de
H2MnO4 ácido mangánico
tetraoxomanganato de hidrogênio hidrogênio
ácido tetraoxomanganato (VII) ou manganato (VII) de ácido
HMnO4
tetraoxomanganato de hidrogênio (VII) hidrogênio permangánico
ácido trioxovanadato (V) ou trioxovanadato de vanadato (V) de
HVO3 ácido vanádico
hidrogênio (V) hidrogênio

Os oxiácidos são compostos que apresentam uniões covalentes, mas quando se dissolvem em
água cedem facilmente íons H+1 (prótons). Isto se deve a que a água, pela natureza polar de suas
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moléculas, tem tendência a romper as uniões covalentes polares dos ácidos, com formação de
íons H+1 e do anion ácido correspondente. Por exemplo, o ácido nítrico que se dissolve em água
dá lugar a um anion nitrato e um cátion hidrogênio.

(Água)……….
HNO3 →→→→ NO3-1 + H+1

A ionização de um oxiácido ao dissolver-se em água é um exemplo de processo que se cumpre


em ambos sentidos, isto é que, ao mesmo tempo que se formam íons a partir do ácido, este se
regenera constantemente pela união de ânions e cátions. Os processos desta natureza
denominam-se reversíveis.

……….
(Água)
HNO3 →→→→ NO3-1 + H+1
……….(Água)
NO3 + H+1 →→→→ HNO3
-1

Poliácidos
Trata-se daqueles oxiácidos que resultam da união de 2 ou 3 moléculas de oxiácidos com a perda
de uma molécula de água pela cada união que se realize. É como se fossem dímeros ou
trímeros.

Nomeiam-se indicando o número de moléculas de ácido que se uniram com um prefixo (Nomenclatura tradicional)
ou indicando com prefixos o número de átomos do não metal ou metal nos poucos casos em que ocorre (demais
nomenclaturas).

Exemplo Nom. Estoque Nom. sistemática Nom. tradicional


H2S2O7 ácido heptaoxodisulfúrico (VI) heptaoxodisulfato (VI) de hidrogênio ácido disulfúrico
H2Cr2O7 ácido heptaoxodicrómico (VI) heptaoxodicromato (VI) de hidrogênio ácido dicrómico
H5P3O10 ácido decaoxotrifosfato (V) decaoxotrifosfato (V) de hidrogênio ácido trifosfórico

Os sais dos poliácidos nomeiam-se de forma análoga às oxisales.

Exemplo Nomenclatura sistemática e funcional Nomenclatura tradicional


CaCr2O7 heptaoxodicromato (VI) de cálcio dicromato cálcico ou de cálcio
Mg2P2O7 heptaoxodifosfato (V) de magnésio difosfato magnesico
Na2S2O7 heptaoxodisulfato (VI) de sódio disulfato sódico

Peroxiácidos
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São aqueles oxiácidos que têm substituído um oxigênio por um grupo peroxo Ou 2-. Sua fórmula
não se simplifica.

Na nomenclatura tradicional (a mais frequente) acrescenta-se peroxo-, e nas restantes indica-se com -peroxo- o
oxigênio substituído. Se à hora de formular pudesse ter confusão com outro oxiácido, indica-se o grupo peroxo entre
parêntese.

Nomenclatura Nomenclatura
Exemplo Nomenclatura Estoque
sistemática tradicional
ácido trioxoperoxosulfúrico trioxoperoxosulfato (VI) de
H2SO5 ácido peroxosulfúrico
(VI) hidrogênio
HOONO ou ácido monoxoperoxonítrico monoxoperoxonitrato (V) de
ácido peroxonítrico
HNO(O2) (V) hidrogênio
monoxoperoxoborato (V) de
H3BO3 ácido monoxoperoxobórico ácido peroxobórico
hidrogênio

As peroxisais nomeiam-se de forma análoga às oxisais

Exemplo Nomenclatura sistemática e Estoque Nomenclatura tradicional


K2S2O8 hexaoxoperoxodisulfato (VI) de potássio peroxodisulfato de potássio
Ba[NO(O2)]2 oxoperoxonitrato (III) de bario peroxonitrito de bario ou bárico
CaSO5 tetraoxoperoxosulfato (VI) de cálcio peroxosulfato de cálcio

Tioácidos
São aqueles oxiácidos que resultam da substituição de um ou vários oxigênios por enxofres.
Nomeiam-se com o prefixo tio- seguido pelo ácido de origem (nomenclatura tradicional) ou -tio- na
sistemática e de Estoque, indicando com um prefixo o número de oxigênios restantes. Se escreve-se tio sem prefixo
numérico na nomenclatura tradicional, está a indicar-se que se substituíram todos os O por S, excepto no caso dos
tioácidos do enxofre (aqui tio=monotio).

Fórmula Geral:
R.CO.SH ou R.CS.OH
Nomenclatura Nomenclatura
Exemplo Nomenclatura Estoque
sistemática tradicional
H2S2O3 ácido trioxotiosulfúrico trioxotiosulfato (VI) de hidrogênio ácido tiosulfúrico
HNSO2 ácido dioxotionítrico (V) dioxotionitrato (V) de hidrogênio ácido tionítrico
dioxoditiofosfato (V) de
H3PS2O2 ácido dioxoditiofosfórico (V) ácido ditiofosfórico
hidrogênio
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Hidróxidos (compostos ternários básicos)


São compostos formados pela união de um óxido básico com água. Caracterizam-se por ter em
solução aquosa o radical ou grupo oxidrilo ou hidroxilo OH-1. Para nomeá-los escreve-se com a
palavra genérica hidróxido, seguida do nome do metal eletropositivo terminado em oso ou -ico
segundo as regras gerais para o sistema tradicional. A fórmula geral é Metal + (OH) -1x. Na
nomenclatura Estoque e sistemática nomeiam-se com o nome genérico hidróxido e as
respectivas regras gerais.

Óxido básico + Água → Hidróxido


Na2O + H2O → 2Na(OH)
Nomenclatura
Composto Nomenclatura Estoque Nomenclatura tradicional
sistemática
hidróxido de monolitio ou hidróxido de litio (I) ou
LiOH hidróxido lítico
de litio hidróxido de litio
Pb (OH)2 dihidróxido de chumbo hidróxido de chumbo (II) hidróxido plumboso
hidróxido alumínico ou hidróxido
Ao (OH)3 trihidróxido de alumínio hidróxido de alumínio (III)
de alumínio

Os hidróxidos quando se dissolvem em água se ionizam formando cátions metal e íons hidroxilo
ou oxidrilo. Este processo de ionização é reversível, isto é que bem como se forma os cátions
metal e íons hidroxilo a partir de um hidróxido, inversamente, também se podem formar
hidróxidos a partir dos cátions e íons já mencionados.

……..
(Água)
Na(OH) →→→→ Na+1 + (OH)-1
……..(Água)
Na + (OH)-1 →→→→ Na(OH)
+1

Um caso especial constitui-o o hidróxido de amônio. O amoníaco é um gás muito solúvel em


água, sua fórmula é NH3. Ao dissolver-se reage com a água formando o composto hidróxido de
amônio. Este processo é reversível.

…..(Água)
NH3 + H2O →→→→ NH4(OH)
(Água)…..
NH4(OH) →→→→ NH3 + H2O
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Sais
Os sais são compostos que resultam da combinação de substâncias ácidas com substâncias
básicas. Os sais compreendem tanto compostos binários ou diatômicos, como ternários. E há
diferentes tipos ou formas de classificá-las que são: sais neutros, sais ácidas, sais básicos e sais
mistos.

Sais neutros

Os sais neutros são compostos formados pela reação de um ácido com um hidróxido (composto
ternário básico) formando também água. Entre os sais neutros encontram-se as binárias e as
ternarias, que se diferenciam entre se pelo ácido com o que reagem, sendo estes um hidrácido ou
um oxácido.

Quando reage um ácido com um hidróxido para formar um sal neutro se combinam todos os
cátions hidronio (H+1) com todos os aníons hidroxilo (OH -1). Os cátions H+1 são os que dão a
propriedade de ácido aos hidrácidos e oxácidos, e os aníons OH -1 são os que dão propriedade de
base aos hidróxidos, e quando estes ácidos e bases reagem dão lugar a uma neutralización,
que é a formação de água, e os íons restantes da reação formam um sal. É por esta razão que
estes sais recebem o nome de "neutras". Ver as equações abaixo mostradas.

Os sais neutros binários ou haletos são compostos formados por um hidrácido e um hidróxido.
Para nomear no sistema tradicional, estoque e sistemático aplicam-se as regras gerais usando o
nome do não metal com o sufixo –eto como nome genérico e o nome do metal como nome
especifico.

Nas duas primeiras equações apresenta-se o processo completo para a formação de um sal
neutro binário e em ultimas duas se exemplifica por separado a neutralização e a formação do sal
neutro.

Hidrácido + Hidróxido → Água + Saia neutra


HCl + Na(OH) → H2O + NaCl
H + Cl-1 + Na+1 + (OH)-1 → H2O + NaCl
+1

H+1 + (OH)-1 → H2O


Cl-1 + Na+1 → NaCl
Nomenclatura
Composto Nomenclatura Estoque Nomenclatura tradicional
sistemática
cloreto de sódio (I) ou cloreto de cloreto sódico ou cloreto de
NaCl cloreto de sódio
sódio sódio
CaF2 difluoreto de cálcio fluoreto de cálcio (II) fluoreto cálcico
FeCl3 tricloreto de ferro cloreto de ferro (III) cloreto férrico
CoS monosulfeto de cobalto sulfeto de cobalto (II) sulfeto cobaltoso
Nota: para a correta nomeação destes compostos fazer ênfase em que os não metais dos
hidrácidos trabalham com a menor valência (1 e 2), e como são os hidrácidos que reagem
com os hidróxidos para formar estes sais neutros. É por isto que no caso do FeCl3 o ferro
trabalho com a valência +3 e o "não metal" cloro trabalha com -1, ainda que o cloro possua
as valências 1, 3, 5 e 7.
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Os sais neutros ternarios são compostos formados por um hidróxido e um oxiácido. A


denominação que recebem os sais prove do nome do ácido que as origina. Para nomear um sal
quando deriva de um ácido cujo nome especifico termina em oso, se substitui dita terminação por
-ito . Analogamente quando o nome especifico do ácido termina em –ico, se substitui por -ato .

Outra maneira para saber quando utilizar os sufixos –ito ou –ato, em lugar de determinar de que
ácido prove o sal neutro, para assim a nomear; determina-se o número de valência com o que
trabalha o não metal no composto. O procedimento é similar ao utilizado nos oxiácidos (secção
oxiácidos, terceiro parágrafo). Os pontos que há que ter em quanta são: o elemento mais
eletropositivo é o oxigênio e os elementos menos eletronegativos são o metal e o não metal
diferente do oxigênio; na fórmula molecular o metal vai à esquerda, o não metal vai ao centro e o
oxigênio vai à direita; o oxigênio trabalha com o número de valência -2; os elementos que
formassem o radical são o não metal e o oxigênio, o que significa que a soma de valências ou
carga entre estes dois será um número negativo; a soma de carga entre os três elementos ou
entre o metal e o radical será igual a zero, o que significa que a molécula é neutra.

Por exemplo: Ca(ClO3)2. Em resumem o procedimento baseia-se em determinar o carga do


radical, que será negativo, e com isto se pode estabelecer o número com o que deve trabalhar o
metal, para que a soma entre este e o radical seja zero. Como primeiro passo há que determinar
o carga do radical; como há 3 oxigênios no radical e a cada oxigênio trabalha com -2 o carga total
dos oxigênios em um radical é de -6; como há 1 cloro no radical e a soma de valências entre o
oxigeno e o cloro deve ser negativo, o cloro trabalhasse com +5 de valência. Para provar que o
cloro deve trabalhar com +5 unicamente, neste composto, se faz a operação com a cada número
de valência do cloro; se o cloro trabalhasse com +1, a somatória com o carga -6 dos oxigênios
seria igual a -5, sendo este -5 o carga da cada radical e como há dois, os radicais somariam um
carga de -10, de modo que o cálcio para fazer neutra a molécula deveria trabalhar com um
número de valência +10, o qual não existe, então o cloro não pode trabalhar com -1 no radical; se
o cloro trabalharia com o +3 ocorreria o mesmo, o cálcio deveria de ter a valência +6, a qual não
existe; e se o cloro trabalhasse com +6 a somatória de valências entre o cloro e os oxigênios
séria zero, o qual não é correto já que o radical deve ter carga negativa. Já que o cloro trabalha
com +5 o carga dos dois radicais é de -2 e o cálcio teria que usar a valência +2 para fazer zero o
carga e neutra a molécula. Quando em uma molécula há somente um radical se ignoram os
parênteses da fórmula

No sistema tradicional utiliza-se como nome genérico o nome do não metal, elemento
proporcionado pelo oxiácido, com o sufixo correspondente a seu número de valência e como
nome especifico o nome do metal, elemento proporcionado pelo hidróxido. Segundo o número de
valência do não metal no sal ou no oxiácido do que prove os sufixos são:

hipo - … - oso (para números de valência 1 e 2) hipo - … - ito


… -oso (para números de valência 3 e 4) … - ito
… -ico (para números de valência 5 e 6) … - ato
per - … - ico (para o número de valência 7) per - … - ato
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No exemplo anterior, Ca(ClO3)2, como o cloro trabalha com a valência +5, o composto se nomeia
Clorato de cálcio. No sistema Estoque utiliza-se como nome genérico o nome do não metal com o
prefixo correspondente ao número de oxigênios presentes por radical no composto (segundo a
tabela de prefixos gregos), e a partícula “oxo”, mais o sufixo ato. Após o nome geral indica-se a
valência do não metal com números romanos, e depois como nome especifico se utiliza o nome
do metal.

Oxácido + Hidróxido → Água + Saia neutro


H3PO4 + 3Na(OH) → 3H2O + Na3PO4
Composto Nom. Estoque Nom. tradicional
Na3PO4 tetraoxofosfato (V) de sódio fosfato de sódio ou ortofosfato de sódio
CaSO4 tetraoxosulfato (VI) de cálcio sulfato de cálcio
NaClO4 tetraoxoclorato (VII) sódio perclorato de sódio
Mg(BrO)2 monoxobromato (I) de magnésio hipobromito de magnésio

Sais ácidos

Os sais ácidos são compostos quaternários que resultam da substituição parcial dos hidrogênios
de um ácido por átomos metálicos. Os ácidos devem apresentar dois ou mais hidrogênios em sua
molécula para formar estes sais. Para nomear no sistema tradicional seguem-se as regras dos
sais neutros ternarias agregando a palavra “hidrogênio” dantes do nome do metal. E para nomear
no sistema Estoque e sistemático usam-se as regras gerais para os sais neutros ternarias, nestes
dois sistemas, agregando a palavra “hidrogênio” dantes do nome do metal. Para poder encontrar
a valência do não metal para assim poder nomear corretamente o sal se pode usar o método
utilizado nos compostos de sais neutros ternarias, tendo em conta: que o oxigeno trabalha com
valência -2; o hidrogênio trabalha com valência +1; estes compostos seguem a fórmula geral
Metal + Hidrogênio + Não Metal + Oxigenio; os elementos que trabalhassem com valências
positivas são o metal, o hidrogênio e o não metal por ser os mais eletropositivos e o elemento que
trabalha com valência negativa é o oxigeno.

Ácido + Hidróxido → Água + Saia ácida


H2SO4 + Na(OH) → H2O + NaHSO4
Composto Nom. Estoque e sistemática Nom. tradicional
NaHSO4 tetraoxosulfato de hidrogênio e sódio sulfato de hidrogênio e sódio
KHCO3 trioxocarbonato de hidrogênio e potássio carbonato de hidrogênio e potássio

Sais básicos

Estes sais são compostos que resultam de substituir parcialmente os oxidrilos de um hidróxido
pelos ânions de um ácido. Para nomear no sistema tradicional depende de se o ácido é binário ou
ternário, isto é que se trata de um hidróxido ou um hidrácido. Quando o ácido é um hidrácido se
utiliza o nome do não metal com seu sufixo eto e se lhe antepõe o prefixo “hidroxo” para o nome
geral e como nome especifico o nome do metal. E quando o ácido é um hidróxido, como nome
geral, se utiliza o nome do não metal com o prefixo “hidroxo” e seu correspondente sufixo
segundo seu valência (como se indica na secção dos sais neutros ternarias), e como nome
especifico o nome do metal.
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Ácido + Hidróxido → Água + Sal básico


HNO3 + Ca(OH)2 → H2O + Ca(OH)NO3
Composto Nomenclatura tradicional
Mg(OH)Cl hidroxocloreto de magnésio
Ca(OH)NO3 hidroxonitrato de cálcio

Sais mistos

Os sais mistos são compostos resultado de substituir os hidrogênios de um ácido por átomos
metálicos diferentes de hidróxidos. As regras para nomear os sais mistos no sistema tradicional
são análogas aos sais ácidas.

Ácido + Hidróxido1 + Hidróxido2 → Água + Sal misto


H2SO4 + Na(OH) + K(OH) → 2H2O + NaKSO4
Composto Nomenclatura tradicional
NaKSO4 tetraoxosulfato de sódio e potássio
CaNaPO4(OH) ortofosfato de cálcio e sódio

As tiosais nomeiam-se de forma análoga às oxisales.

Exemplo Nomenclatura sistemática e estoque Nomenclatura tradicional


FeS2O3 trioxotiosulfato (VI) de ferro (II) tiosulfato ferroso
Al2(HPS4)3 hidrogêniotetratiofosfato (V) de alumínio hidrogêniotiofosfato de alumínio
Na3PS3O oxotritiofosfato (V) de sódio tritiofosfato de sódio

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