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1º) (EsPCEx 2016) – Quanto ao simbolismo, assinale a alternativa correta.

a) O objetivo declarado dos poetas desse movimento literário era um só: desenvolver a
beleza formal à poesia, eliminando o que consideravam os excessos sentimentalistas
românticos que comprometiam a qualidade artística dos poemas. Na base desse projeto
estava a crença de que a função essencial da arte era produzir o belo. O lema adotado –
a arte pela arte – traduz essa crença.
b) A preocupação dos artistas desse período não é mais a análise da sociedade. O
principal interesse é a sondagem do “eu”, a decifração dos caminhos que a intuição e a
sensibilidade podem descortinar, A busca é do eterno místico, não-consciente,
espiritual, imaterial.
c) O desejo de dar um caráter científico à obra literária define as condições de produção
dos textos dessa estética, Os escritores acompanham com interesse as discussões feitas
no campo da biologia e da medicina, acreditando na possibilidade de tornar esse
conhecimento como base para a criação de seus romances.
d) Essa estética substitui a exaltação da nobreza pela valorização do indivíduo e de seu
caráter. Em lugar de louvar a beleza clássica, que exige uma natureza e um físico
perfeito, o artista desse período literário elogia o esforço individual, a sinceridade, o
trabalho. Pouco a pouco, os valores burgueses vão sendo apresentados como modelos
de comportamento social nas obras de arte que começam a ser produzidas.
e) O modelo de vida ideal adotado pelos autores do período envolve a representação
idealizada da Natureza como um espaço acolhedor, primaveril, alegre. Os poemas
apresentam cenários em que a vida rural é sinônimo de tranquilidade e harmonia.
2º) Espcex (Aman) 2014
Quanto à poesia parnasiana, é correto afirmar que se caracteriza por
a) buscar uma linguagem capaz de sugerir a realidade, fazendo, para tanto, uso de
símbolos, imagens, metáforas, sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos, tudo
com a finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo, antilógico e antirracional.
b) cultivar o desprezo pela vida urbana, ressaltando o gosto pela paisagem campestre;
elevar o Ideal de uma vida simples, integrada a natureza; conter nos poemas elementos
da cultura greco-latina; apresentar equilíbrio espiritual, racionalismo.
c) apresentar interesse por temas religiosos, refletindo o conflito espiritual, a morbidez
como forma de acentuar o sentido trágico da vida, além do emprego constante de
figuras de linguagem e de termos requintados.
d) possuir subjetivismo, egocentrismo e sentimentalismo, ampliando a experiência da
sondagem Interior e preparando o terreno para investigação psicológica.
e) pretender ser universal, utilizando-se de uma linguagem objetiva, que busca a
contenção dos sentimentos e a perfeição formal.
ATIVIDADES DE ANÁLISE
Braços (Cruz e Souza)
Braços nervosos, brancas opulências,
Brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
Alvuras castas, virginais alvuras,
Lactescências das raras lactescências.
As fascinantes, mórbidas dormências
Dos teus abraços de letais flexuras,
Produzem sensações de agres torturas,
Dos desejos as mornas florescências.
Braços nervosos, tentadoras serpes
Que prendem, tetanizam como os herpes,
Dos delírios na trêmula corte…
Pompa de carnes tépidas e flóreas,
Braços de estranhas correções marmóreas,
Abertos para o Amor e para a Morte!
1) Forma
2) Tipo de linguagem
3) Metrificação
4) Rimas
5) Figuras de linguagem: Aliteração/ Assonância
6) Figuras de estilo: Sinestesia / Metáfora/ Comparação
7) Referência a uma cor em específico?
8) Que tipo de relação entre amor e morte?

Profissão de Fé - Olavo Bilac


Le poète est cise1eur,
Le ciseleur est poète.
Victor Hugo.
[..]
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A ideia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem
Azul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso,
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.
E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.
Porque o escrever - tanta perícia,
Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
1) Forma
2) Tipo de linguagem
3) Metrificação
4) Rimas
5) Figuras de linguagem:

XIII - Olavo Bilac


"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo? "
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender estrelas".
1) Forma
2) Tipo de linguagem
3) Metrificação
4) Rimas
5) Figuras de linguagem: Aliteração/ Assonância
6) Figuras de estilo: Sinestesia / Metáfora/ Comparação
7) Referência a uma cor em específico?
8) Que tipo de relação entre amor e morte?

VASO GREGO - Alberto de Oliveira


Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois… Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
1) Forma
2) Tipo de linguagem
3) Metrificação
4) Rimas
5) Figuras de linguagem:
6) Figuras de estilo:

SIMBOLISMO
Ismália - Alphonsus de Guimaraens
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava perto do céu,
Estava longe do mar…
E como um anjo pendeu
As asas para voar…
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
1) Forma
2) Tipo de linguagem
3) Metrificação
4) Rimas
5) Figuras de linguagem:

VIOLÕES QUE CHORAM... (CRUZ E SOUSA)


[...]
Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.
Harmonias que pungem, que laceram,
Dedos nervosos e ágeis que percorrem
Cordas e um mundo de dolências geram
Gemidos, prantos, que no espaço morrem...
E sons soturnos, suspiradas mágoas,
Mágoas amargas e melancolias,
No sussurro monótono das águas,
Noturnamente, entre ramagens frias.
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Tudo nas cordas dos violões ecoa
E vibra e se contorce no ar, convulso...
Tudo na noite, tudo clama e voa
Sob a febril agitação de um pulso.
[...]
Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

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