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RAFAEL CARLOS

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Cidades contratam advogados para
receber R$ 90 bi, e honorários abrem
guerra judicial
Dodge defende ação do MPF para barrar contratações

POR VINICIUS SASSINE    


15/07/2018 4:30 / atualizado 15/07/2018 10:31

Alunos têm aula em uma escola no município de Nova Iguaçu, localizado na Baixada Fluminense - Fábio Guimarães /
Agência O Globo

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BRASÍLIA — Bancas de advocacia espalhadas pelo país, grandes e pequenas, tentam
Novo Novo
receber uma fatia bilionária de recursos destinados à educação básica, uma ofensiva
que ganhou a oposição da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Um parecer
dela de 25 de maio, obtido pelo GLOBO, aponta a iniciativa como “gravíssima situação” e
defende que o Ministério Público Federal (MPF) empreenda ações para barrar contratações 60% 30%

desses escritórios de advocacia por prefeituras país afora para agilizar a liberação dos
recursos federais.

LEIA: Partidos gastaram R$ 4,5 milhões com aluguel de aeronaves em 2017

As bancas vêm sendo contratadas por municípios que têm direito a receber da União uma ÚLTIMAS DE BRASIL
complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Partido de Marina Silva
tem rede de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Ao todo, 3,8 mil cidades, em 19 dissidentes e críticas
estados, podem receber quase R$ 90 bilhões, dinheiro que corresponde a uma diferença de internas 15/07/2018 9:44
ressarcimentos do governo federal ao Fundef, o antecessor do Fundeb.

Municípios contratam
escritórios de
PUBLICIDADE advocacia para
receber R$ 90 bilhões
15/07/2018 8:23

A cadeia de Lula virou seu melhor


palanque 15/07/2018 4:30

Disputa entre aliados


ameaça imagem de
bom gestor de
Alckmin 15/07/2018 4:30

inRead invented by Teads

O MPF ingressou com uma ação civil pública na Justiça Federal em São Paulo em 1999,
apontando uma retenção ilegal de recursos pela União. Em 2015, a ação chegou ao fim, sem
possibilidades de recursos, com ganho de causa dos municípios.

LEIA: Câmara gasta R$ 9,9 milhões com aluguel de aeronaves

É nesse contexto que começou a ofensiva de escritórios de advocacia para representar as


prefeituras e assegurar os repasses do Fundeb — convertidos em precatórios (requisição de
pagamento para cobrar órgãos públicos após condenação) — a que passaram a ter direito.
Os honorários cobrados seguem um padrão: 20% do total do dinheiro a ser depositado.
Assim, as bancas tentam receber um montante que pode chegar a R$ 18 bilhões.

A ofensiva dos escritórios levou a uma contraofensiva dos órgãos de controle, como o MPF,
que vêm sedimentando o entendimento de que o dinheiro do Fundeb deve ter uma
destinação exclusiva à educação básica.

LEIA: PGR gasta R$ 318 mil em evento para 120 procuradoras

Primeiro, em agosto de 2017, o plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que
é inconstitucional destinar o dinheiro dos precatórios para pagamentos de honorários.
Depois, no mês seguinte, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os
recursos da complementação da União, no caso de quatro estados, devem estar vinculados a
“ações de desenvolvimento e manutenção do ensino”. Em 7 de junho, uma decisão
monocrática do ministro Edson Fachin, a respeito de um quinto estado, foi na mesma
direção.

O mapa da mina
Como o dinheiro da educação é disputado

1
3.800 municípios obtiveram na Justiça o
direito de receber da União quase R$ 90 bi
referentes a uma diferença de
ressarcimentos ao Fundef, antecessor do
Fundeb
AP

AM
PA MA CE RN
PB
PI PE
RO TO AL
MT BA SE
GO
MS MG

PR

2
Escritórios de advocacia se oferecem para
representar as prefeituras e assegurar o
repasses dos valores. Três escritórios têm
mais de 400 prefeituras em suas carteiras de
clientes, a maioria deles na região Nordeste.
Um único escritório, se conseguir garantir a
continuidade dos contratos, pode receber
mais de R$ 1 bilhão

3
O honorário padrão de 20% do total a ser
depositado nos cofres das prefeituras
poderia garantir às bancas R$ 18 bilhões

4
Órgãos de controle, como o Ministério
Público Federal e o Tribunal de Contas
da União entendem que o dinheiro do
Fundeb se destina exclusivamente à
educação básica e não pode pagar
honorários advocatícios

TRÊS ESCRITÓRIOS, 400 CIDADES

Há ainda recomendações do MPF em cinco estados — Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe


e Rondônia — contra a destinação do dinheiro a honorários advocatícios. Municípios nesses
estados chegaram a efetivar a contratação de escritórios. O MPF também expediu
orientações com aplicação geral, a partir de iniciativas de colegiados que funcionam no
âmbito da Procuradoria-Geral da República (PGR). Existem ainda posições contrárias da
Advocacia Geral da União (AGU), do Ministério da Transparência e Controladoria Geral da
União (CGU), de MPs e tribunais de contas locais.

Em maio, a procuradora-geral da República manifestou num parecer a mesma posição. “O


MPF defende que, assim como as verbas do Fundef tinham aplicação vinculada a ações de
educação, os valores agora repassados aos municípios em razão de sentença judicial devem
ser igualmente utilizados exclusivamente para essa finalidade, sem a possibilidade de ser
gasta parte da verba para pagamento de honorário advocatício”, escreveu Dodge no parecer.

Nesse cenário, bancas de advocacia passaram a atuar em diferentes frentes


Veja também para ver assegurada a prestação de serviços aos municípios. O GLOBO
Ministério do Trabalho identificou que apenas três escritórios têm mais de 400 prefeituras em suas
fraudava documentos para
atender pedidos de Marun, carteiras, a maioria na região Nordeste. Um único escritório, se conseguir
conclui PF
garantir a continuidade dos contratos, pode receber mais de R$ 1 bilhão.

No Pará, Bolsonaro
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Em reunião com 'blocão', Uma iniciativa apontada como estratégica para a continuidade dos serviços
Ciro fala em ajustar
advocatícios é um processo no Conselho Nacional do Ministério Público
discurso para atrair o DEM
(CNMP), movido pela Associação Paraibana da Advocacia Municipalista
(Apam). A iniciativa visa a impedir que o MP expeça recomendações para
que as prefeituras não contratem escritórios de advocacia sem licitação. O parecer de Dodge
é dentro desse processo. O CNMP é presidido pela procuradora-geral da República. O
conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, que ocupa o cargo por indicação do
Senado, mais especificamente de Renan Calheiros (MDB-AL), deu liminar favorável aos
advogados.

Em sessão no último dia 26, a maioria do CNMP derrubou a liminar em plenário. Ficaram
vencidos Bandeira de Mello, relator do processo; o conselheiro Gustavo Rocha, indicado
pela Câmara e integrante do primeiro escalão do governo de Michel Temer; e o conselheiro
Leonardo Accioly da Silva, indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Não houve
exame do mérito, que será analisado em agosto, depois do recesso do Judiciário.

A posição de Dodge, contrária à destinação de fatia dos recursos da educação aos


escritórios, está expressa no voto que ela levará a plenário em agosto. Ela decidiu “expor a
gravíssima situação que consubstanciou um dos motivos determinantes para a atuação do
MP da Paraíba no sentido de evitar as contratações ocorridas ao arrepio da legislação
pertinente”.

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LEIA: Pagamento de supersalário a servidores públicos poderá levar à prisão
-45% -33%

Responsável por ingressar com a ação no CNMP, o presidente da Associação Paraibana da


Advocacia Municipalista, Marco Aurélio Villar, nega que o objetivo seja garantir a
destinação de dinheiro do Fundeb para honorários.
-42% -22% -34% -47% -34%

— A discussão posta no conselho não teve início com o Fundeb, mas com recomendações do
MP para que houvesse rescisão de contratos com escritórios. Não discutimos pagamento, só
contratação. Se isso for discutido em plenário, vou suscitar questão de ordem e dizer que o
pleito da Apam não diz respeito a isso.

O advogado critica a iniciativa de escritórios na busca por honorários dos caso do Fundeb:

— Eles pegaram o processo em fase final só para receber (honorários). Isso deve ser
avaliado pelo Judiciário. Os municípios podem resolver essa questão do recebimento dos
precatórios sozinhos.

"BRIGA LONGE DE ACABAR"

O processo no TCU que tratou da questão analisou a situação de municípios no Maranhão


que contrataram escritórios para receber o dinheiro. Um único escritório, o João Azêdo e
Brasileiro Sociedade de Advogados, sediado em Teresina, foi contratado por 105
municípios, como consta de relatório do tribunal. Outras cinco prefeituras contrataram
mais dois escritórios. O montante envolvido é de R$ 7 bilhões. “Desse valor, R$ 1,4 bilhão
seria então destinado ao pagamento dos honorários dos três escritórios contratados”,
escreveram os auditores.

A iniciativa acabou barrada pelo TCU. Ao GLOBO, um dos sócios do escritório, João Ulisses
Azêdo, afirma que apenas 20 dos 105 municípios chegaram a efetivar a contratação:

— A decisão de 2015 é consequência, na verdade, de 15 anos de trabalho. Posso certificar


que esses R$ 90 bilhões não existem. E que esses R$ 7 bilhões do Maranhão são um
número para impressionar o Judiciário. A AGU vem embargando as execuções de
pagamentos, e essa briga está longe de acabar.

PGR CRITÍCIA ESCRITÓRIOS E OAB FAZ DEFESA

A procuradora da República Niedja Kaspary, que integra o grupo de trabalho de educação


da Procuradoria-Geral da República (PGR) que monitora os repasses do Fundeb, não tem
dúvidas: a iniciativa dos escritórios de advocacia não tem respaldo legal.

— Escritórios estão enriquecendo com dinheiro público. E eles vão até o final. É muito
dinheiro, e no Brasil inteiro — diz.

Para Niedja, a atuação do Ministério Público Federal é no sentido de garantir que todo o
dinheiro seja gasto exclusivamente na educação básica.

— Se o município contratar um escritório de advocacia, que pague os honorários com


recursos próprios — afirma.

Em outra frente, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, diz ao GLOBO que a
instituição é “intransigente na defesa das prerrogativas e dos honorários da advocacia, tanto
em causas simples como nas mais complexas”.

— É grave ofensa à advocacia e ao direito constitucional à remuneração pelo trabalho


qualquer medida que vise a criminalizar o serviço efetivamente prestado por advogados que
atuam, há mais de uma década, em favor de municípios em ações individuais sobre o
Fundef. Graças ao trabalho desses profissionais, a população carente será beneficiada —
defendeu.

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Segundo Lamachia, muitos municípios optaram por contratar advogados para executar os
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títulos, o que demanda pagamento de honorários.

— A verba líquida que entra nos cofres dos municípios é vinculada à educação. Mas essa
vinculação não atinge os honorários advocatícios e, portanto, não impede que sejam
destacados nos precatórios e pagos a quem viabilizou o recebimento dos créditos — sustenta
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o presidente nacional da OAB.

O GLOBO tentou saber a posição do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Veeam® Software VISIT SITE

(FNDE) sobre os repasses do Fundeb aos municípios e sobre a atuação dos escritórios de
advocacia. O FNDE é vinculado ao Ministério da Educação e responsável por fazer as
complementações da União ao Fundeb. A reportagem enviou as perguntas à assessoria do
FNDE no início da tarde da última quinta-feira, mas não houve retorno até o fechamento
desta edição.

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