You are on page 1of 14

8/7/2018 Cheikh Anta Diop - Geledés

Cheikh Anta Diop

Cheikh Anta Diop, nascido em 29 de dezembro de 1923 em Thieytou, falecido em 7 de fevereiro de


1986 em Dakar, foi um historiador e antropólogo senegalês. Em seus estudos, elae enfatizou a
contribuição da África e, em particular, da África negra, à cultura e à civilização mundiais. Hoje
suas teses são contestadas e pouco retomadas na comunidade cientí ca ocidental.[1][2][3]

O Homem e sua Obra

Cheikh Anta Diop nasceu em 29 de dezembro de 1923 em Thieytou, na região de Diourbel


(Senegal). Sua família era de origem aristocrática wolof. Aos 23 anos foi para Paris, a m de
estudar física e química, mas interessou-se também pela história e pelas ciências sociais. Seguiu,
em particular, os cursos de Gaston Bachelard e de Frédéric Joliot Curie.[4] Adotou um ponto de vista
especi camente africano diante da visão de certos autores da época, segundo a qual os africanos
são povos sem passado.

Em 1951, sob a orientação de Marcel Griaule, Diop defendeu uma tese de doutorado na
Universidade de Paris, na qual a rmava que o Egito antigo era povoado por africanos negros[5] e
que a língua e a cultura egípcias se difundiram em seguida na África do Oeste. Em um primeiro
momento não conseguiu reunir uma banca, mas segundo Doué Gnonsoa, sua tese ecoou muito
sob a forma de um livro, Nations nègres et culture, publicado em 1954.[6] Defendeu nalmente seu
doutorado em 1960. Prosseguiu, ao mesmo tempo, uma especialização em física nuclear, no
Laboratório de Química Nuclear do Collège de France. Diop recorreu à sua formação
pluridisciplinar para combinar vários métodos de abordagem.

Apoiou-se em citações de autores antigos como Heródoto[7] e Estrabão para ilustrar sua teoria,
segundo a qual os antigos egípcios apresentavam os mesmos traços físicos que os africanos
negros de hoje (cor da pele, aspecto do cabelo, do nariz e dos lábios). Sua interpretação de dados
de ordem antropológica, como o papel do matriarcado, e de ordem arqueológica levaram-no a
concluir que a cultura egípcia é uma cultura negra. No plano linguístico, considerou em particular
que o wolof, hoje falado na África ocidental, é foneticamente aparentado com a língua egípcia
antiga.

Após obter seu doutorado em 1960, regressou ao Senegal para ensinar na Universidade de Dakar
– mais tarde rebatizada Universidade Cheikh Anta Diop (UCAD)[8] e ali obteve, em 1981, o título
de professor. Desde 1966 criou, naquela universidade, o primeiro laboratório de datação de fósseis
arqueológicos por meio do rádiocarbono[9], em colaboração com o laboratório do Comissariado
Francês Para a Energia Atômica (CEA), de Gif-sur-Yvette. Efetuou igualmente no laboratório testes
de melanina, a partir de amostragens da pele de múmias egípcias, cuja interpretação, segundo
Diop, permitiria con rmar os relatos de autores gregos antigos sobre a melanodermia dos antigos
egípcios.[10]

Na década de 1970, Diop participou do comitê cientí co que dirigia, no âmbito da UNESCO, a
redação de uma História geral da África. Enquanto tal, participou em 1974 do Colóquio
Internacional do Cairo, onde confrontou seus métodos e resultados de suas pesquisas com os dos
principais especialistas mundiais. Em seguida a esse colóquio, foi-lhe con ada a redação do
capítulo consagrado à origem dos antigos egípcios.

O relatório nal[11] do colóquio menciona o acordo dos especialistas – com exceção de um deles –
em relação aos elementos fornecidos por Cheikh Anta Diop e Théophile Obenga a respeito da
liação entre a cultura egípcia antiga e as culturas africanas. Assim, para o professor Jean
Vercoutter: o Egito antigo era africano em sua escrita, em sua cultura e em sua maneira de pensar.
O professor Leclant reconhece esse mesmo caráter africano no temperamento e na maneira de

https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 1/14
pensar dos egípcios. A comunidade cientí ca, entretanto, permaneceu
8/7/2018 dividida
Cheikh Anta sobre a natureza do
Diop - Geledés
povoamento do Egito antigo, composto principalmente por negros até a perda da independência,
para alguns, e segundo outros entendidos, por mestiços.

Desde 1947 Diop engaja-se politicamente a favor da independência dos países africanos e da
constituição de um Estado federal na África. Até 1960 lutou pela independência da África e do
Senegal, contribuindo para a politização de inúmeros intelectuais africanos na França. Entre 1950
e 1953 foi secretário geral dos estudantes do Rassemblement Démocratique Africain[12] e
denunciou desde muito cedo, através de um artigo publicado em La Voix de l´Afrique Noire, a
União francesa que, sob qualquer ângulo que seja encarada, parece ser desfavorável aos
interesses dos africanos. Dando prosseguimento à sua luta em um plano mais cultural, Diop
participou de diferentes congressos de artistas e escritores negros e, em 1960, publicou aquilo que
se tornaria sua plataforma política: Fondements économiques et culturels d´un futur État fédéral en
Afrique Noire.[13]

Segundo Doué Gnonsoa, Diop foi um dos principais instigadores da democratização do debate
político no Senegal, onde aninou a oposição institucional ao regime de Léopold Sédar Senghor,
através da criação de partidos políticos (o FNS em 1961, o RND em 1976), de um jornal de
oposição (Siggi, em seguida rebatizado para Taxaw) e de um sindicato de trabalhadores rurais.
Sua confrontação, no Senegal, com o propugnador da negritude foi um dos episódios intelectuais e
políticos mais marcantes da história contemporânea da África Negra[14].

Cheikh Anta Diop morreu enquanto dormia em Dakar, em 7 de fevereiro de 1986. Ao lado de
Théophile Obenga e Asante Kete Molefe, é considerado um dos inspiradores da corrente
epistemológica da afrocentricidade. Em 1996, por ocasião do Primeiro Festival Mundial das Artes
Negras de Dakar, Diop foi distinguido como « o autor africano mais in uente do século XX[15] . Em 8
de fevereiro de 2008 o Ministro da Cultura, Mame Birame Diouf, inaugurou um mausoléu que
perpetua a memória do pesquisador na localidade de Thieytou, sua aldeia natal, onde ele repousa.
[16]
. Este mausoléu consta da lista dos sítios e monumentos tombados no Senegal[17].

A Teoria Historiográ ca de Cheikh Anta Diop

Chekih Anta Diop reuniu os resultados de suas investigações na última obra que publicou antes de
morrer, intitulada Civilisation ou barbarie, anthropologie sans complaisance[18] (Civilização ou bar
bárie, antropologia sem condescendência), na qual expõe sua teoria historiográ ca, tentando
responder as principais críticas que sua obra suscitou entre os historiadores e egiptólogos de má
fé.[19]

Anterioridade das Civilizações Negras

De acordo com Diop[20], o homem (homo sapiens) surgiu sob as latitudes tropicais de África, na
região dos Grandes Lagos. A cadeia de hominização africana seria a única completa, a mais
antiga e, igualmente, a mais prolí ca. Em outros lugares seriam encontrados fósseis humanos
representando elos esparsos de uma sequência de hominização incerta.

Diop coloca que os primeiros homo sapiens deviam provavelmente ser de fenotipo negro porque,
segundo a regra de Gloger, os seres vivos originários das latitudes tropicais segregam mais
melanina em sua epiderme, a m de se protegerem dos raios solares. Isto lhes proporciona uma tez
com nuances mais escuras (ou menos claras). Para ele, durante milênios houve na terra somente
negros[20], e em nenhum outro lugar do mundo que não a África, onde as mais antigas ossadas de
homens modernos descobertas têm mais de 150.000 anos[21], enquanto que, em outros locais, os
mais antigos fósseis humanos (por exemplo, o Oriente Médio) têm cerca de 100.000 anos.

Segundo Günter Bräuer, os fósseis humanos são mais antigos na medida em que se encontram na
África, no coração do continente. São mais recentes na medida em que se encontram fora dela,
longe da África[22]. De acordo com Yves Coppens, até agora não foi apresentada exceção alguma
à esta regra de coerência da teoria Out of Africa , que continua sendo a única a apresentar um
grau tão elevado de estabilidade[23].
https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 2/14
Se a África é o berço da humanidade então, segundo Diop, osCheikh
8/7/2018 mais antigos
Anta Diopfenômenos
- Geledés
civilizatórios devem ter ocorrido necessariamente naquele continente[24]. De acordo com Nathalie
Michalon, nascida na África[25], ali o homem experimentou as mais antigas técnicas culturais antes
de conquistar o planeta, precisamente graças a elas. Assim, a confecção de utensílios (líticos), a
cerâmica, a sedentarizaçãoo, a domesticação, a agricultura, o cozimento etc. existiram na África
antes do que em qualquer outro lugar do mundo[26].

Segundo Diop[27], como a África possui uma superfície aproximada de trinta milhões de
quilômetros quadrados, imagina-se que a hominização de todo esse espaço deve ter-se realizado
durante milhares e milhares de anos. Assim, os fósseis/fenômenos humanos da metade sul da
África são, em geral, mais antigos dos que os da metade norte. De acordo com um boletim do
Instituto Francês da África Negra, essa imensidade geográ ca do primeiro meio-ambiente do
homo sapiens, levando-se em conta sua grande diversidade climática, teve como consequê ncia
diferenciar, desde muito cedo, a humanidade africana, dos pontos de vista fenotípico e
morfológico.[27].

No m de milhares de anos, colônias humanas teriam emigrado para as regiões limítrofes da


África, onde se localizam os mais antigos fósseis humanos após os da África, isto é, na Ásia
meridional e na Europa meridional. A principal causa natural das primeiras migrações humanas
consistiria de evoluções climáticas: na sucessão de períodos chuvosos e de seca na África,
correspondendo respectivamente a períodos de glaciação e/ou precipitação em suas regiões
limítrofes, na Europa meridional e no Oriente Médio. Segundo Diop, o homo sapiens teria seguido,
nos primeiros tempos, a disponibilidade natural dos recursos alimentares, animais e vegetais, ao
sabor das conjunturas climáticas, seguindo sempre os caminhos naturais de saída da África
(Sicília, sul da Itália, ístmo de Suez, estreito de Gibraltar)[28]. Segundo Hominides, um site da
internet, os catalizadores culturais daquela migração consistiriam do domínio do fogo[29], o que
permitiu viver em regiões temperadas, e, de acordo com Diop, a invenção da navegação[30], a qual
possibilitou atravessar vastas extensões aquáticas.

Segundo Théophile Obenga, até a primeira metade do século XX, essa perspectiva historiográ ca
de Diop se situa no extremo oposto de tudo aquilo que é comumente difundido[31], após Hegel,
Hume, Kant, Rousseau, Hobbes, Marx, Weber, Renan etc. Assim, o livro de Diop, Nations nègres et
cultures, seria a primeira obra dessa envergadura a estudar a África anterior ao trá co negreiro
árabe e europeu, em épocas mais antigas. Ainda segundo Obenga, Diop introduz em sua obra
uma profundidade diacrônica que não existia, radicalmente diferente dos trabalhos etnológicos ou
antropológicos geralmente a-históricos[32]: o livro mais audacioso que um negro jamais escreveu,
dirá Aimé Césaire em seu Discurso sobre o colonialismo.

O Egito como uma Civilização Negro -Africana


A egiptologia afrocentrada é um campo de pesquisa iniciado por Cheikh Anta Diop, no qual
estuda-se a civilização do Egito antigo partindo do postulado de que ela é uma civilização negro-
africana. Com efeito, segundo Diop a civilização egípcia seria uma civilização negra.

Devido a seus Habitantes

Autores antigos

Diop assinala que segundo Heródoto, Aristóteles, Estrabão e Diodoro de Sicilia, os egípcios tinham
a pele negra [33). Assinala igualmente a opinião do conde de Volney[34], para quem os egípcios
seriam descendentes de « negro ». Outros autores como Mubaginge Bilolo retomarão e
desenvolverão este argumento.

KEMET

Segundo Cheikh Anta Diop, por meio da expressão Kemet, os egípcios designavam-se, em sua
própria língua, como um povo de negros. [35]

https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 3/14
Em apoio a sua tese, ele invoca uma gra a insólita [36) do termo
8/7/2018 km.t,
Cheikh determinada
Anta por um homem
Diop - Geledés
e uma mulher sentados, gra a traduzido como « os egípcios « , mas que o egiptólogo afrocêntrico
Alain Anselin traduz como « uma coletividade de homens e mulheres negros »[37]. Conhece-se
apenas uma ocorrência desta representação[38], em um texto literário do Império Médio.

Em egípcio antigo, Kemet se escreve tendo como raiz o termo km, negro, que Diop pensa ser a
origem etimológica da raiz bíblica kam. Para ele, as tradições judaica e árabe classi cam
geralmente o Egito como um país de negros[39]. Além disso, segundo Diop, o morfema km
proliferou em numerosas línguas negro-africanas, nas quais conservou o mesmo sentido de «
negro, ser negro. Sobretudo na língua materna de Diop, o wolof, khem signi ca negro, carbonizado
por excesso de cozimento. Na língua pulaar, kembu signi ca carvão.

Testes de Melanina

Segundo Cheikh Anta Diop, os procedimentos egípcios de mumi cação não destruíam a eipiderme
a ponto de tornar impraticáveis os diferentes testes de melanina que permitem reconhecer sua
pigmentação. Ao contrário, dada a con abilidade de tais testes, Diop se surpreende com o fato de
que eles não tenham sigo generalizados, em relação às múmias disponívewis. Com amostragens
de pele de múmia egípcia, « obtidos no laboratório de antropologia física do Museu do Homem em
Paris », Cheikh Anta Diop realizou pequenos cortes, e a observação microscópica, com luz
ultravioleta, o levou a « classi car indubitavelmente os antigos egípcios entre os negros »[40].

Devido a sua Língua

A argumentação linguística de Diop comporta dois aspectos[41]. Por um lado, o autor tenta provar
que o egípcio antigo não pertence à família afroasiática[42]. Por outro lado, tenta estabelecer
positivamente o parentesco genético do egípcio antigo com as línguas negro-africanas
contemporâneas.[43].

Assim, de acordo com Diop e Obenga, as línguas negro-africanas contemporâneas e o egípcio


antigo possuem um ancestral linguístico comum, cuja matriz teórica (ou «ancestral comum pré-
dialetal») teria sido reconstituído por Obenga, que batizou-o como “negro-egípcio”.

A língua materna de Cheikh Anta Diop era o wolof (wolof, ouolof) e ele aprendeu o egípcio antigo
por ocasião de seus estudos de egiptologia o que, segundo ele, lhe permitiu constatar
concretamente que havia semelhanças entre as duas línguas[44]. Tentou, então, veri car se tais
semelhanças eram fortuitas, emprestadas ou liais.

Exemplo de semelhanças :

nad : pedir (em egípcio) | lad : pedir (em wolof)


nah : proteger (em egípcio) | lah : proteger (em wolof)
benben : brotar (em egípcio) | bel bel : brotar (em wolof)

Segundo Diop, existe uma equivalência regular entre o sentido do termo egípcio e o do termo
wolof. De maneira mais geral, existiria uma concordância perfeita entre o campo semântico dos
termos egípcios e o dos termos wolof da mesma morfologia.

De acordo com Alain Anselin, o fenômeno de duplicação (benben/bel bel) é generalizado no egípcio
antigo e nas línguas negro-africanas modernas:

egípcio : dgdg = esmagar com o pé, espezinhar


somali : degdeg = depressa, urgente
walaf : dëgdëg = espezinhar
basaa : tegatega = coxear
lingala : leka-leka = rodar
kikongo : dekadeka = vacilante

https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 4/14
Diop observa uma « lei de correspondência » entre o n, em egípcio,
8/7/2018 CheikheAnta
o l, em
Diopwolof. Observa
- Geledés
igualmente que, na presença de um morfema com uma estrutura nd em egípcio, encontramos
geralmente um morfema equivalente em wolof, com estrutura ld. O grande especialista de
linguística histórica Fernand de Saussure estabeleceu que este tipo de correspondências regulares
quase nunca é fortuito em linguística, e que isto se adequa a uma « lei » fonológica, denominada «
sound laws ».

Para Diop, a estrutura consonantal do termo egípcio (nd) é a mesma do termo wolof (ld), sabendo
que, frequentemente, as vogais não são escritas em egípcio, mesmo quando são pronunciadas.
Isto, segundo ele, quer dizer que quando se nota a vogal a, no egípcio, é possivel encontrar outra
vogal inteiramente diversa no morfema wolof equivalente. Neste caso a correspondência seria
aproximativa somente na aparência, pois é a fonetização (a pronúncia) do egípcio segundo as
regras de pronúncia semiticas que estaria errada. É claro que semelhante lei não se deduz a partir
de dois ou três exemplos. Ele supõe o estabelecimento de séries lexicais exaustivas, como as que
se encontram nas obras de Diop com dedicatória.[45]
Devido a Cultura Espiritua 

COSMOGONIA

Segundo Cheikh Anta Diop[46], a comparação das cosmogonias egípcias com as cosmogonias
africanas contemporâneas (dogon, ashanti, yoruba[47] etc.) mostra radical semelhança que
testemunha, segundo ele, um parentesco cultural comum. Ele aponta uma semelhança do Deus-
Serpente Dogon com o Deus-Serpente egípcio ou ainda do Deus-Chacal dogon incestuoso como
Deus-Chacal egípcio incestuoso. O autor invoca igualmente as isomor as Noun/Nommo,
Amon/Ama e, da mesma forma, as festas da semeadura e outras práticas culturais agrárias ou
cíclicas.

TOTEMISMO

O totem é geralmente um animal considerado uma encarnação do ancestral primordial de um clã.


Assim sendo, o dito animal (ou, algumas vezes, um vegetal) é objeto de tabus que determinam
atitudes cultuais especí cas para o clã e que se designa pelo termo totemismo. Segundo Diop[48],
esta instituição e as práticas cultuais a ela ligadas são encontradas no Egito assim como em
outras culturas negro-africanas .

CIRCUNCISÃO

Segundo Diop[49], os egípcios praticavam a circuncisão desde o período pré-dinástico. Baseando-


se no testemunho de Heródoto em Euterpe, ele pensa que essa instituição difundiu-se entre as
populações semíticas a partir do Egito. Ela se encontra em outras culturas negro-africanas,
sobretudo entre os Dogon, onde caminha par a par com a excisão. Assim, para Diop, circuncisão e
excisão são instituições duais de sexuação social. Elas resultariam de mitos cosmogônicos
relativos à androginia original da vida, em particular da humanidade (ele cita o exemplo de
androginia de Amon-Râ).

DEVIDO A SUA SOCIOLOGIA

REALEZA SAGRADA

De acordo com Josep Cervello Autuori, a realeza egípcia comporta uma dimensão sacerdotal, como
em outras regiões da África negra[50]. No entanto, segundo Diop[51], um traço ainda mais
singular, comum aos soberanos tradicionais africanos, consiste na morte ritual do rei[52]. Esta
prática seria encontrada sobretudo entre os yoruba, haussa, dagomba, tchamba, djoukon, igara,
songhoy e shillouk. Segundo Diop, os egípcios teriam igualmente praticado o regicídio ritual, que
teria se tornado progressivamente simbólico, através da festa do Sed, um rito de revitalização da
realeza[53].

MATRIARCADO

https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 5/14
Para Diop[54], o matriarcado se encontra nos alicerces da organização
8/7/2018 Cheikh Antasocial negro-africana .
Diop - Geledés
Assim, como tal, ele existiria no Egito antigo, não só àtravés do matronimato como pela
distribuição matrilinear dos poderes públicos.

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

Segundo Diop[55], a sociedade egípcia antiga era estruturada hierarquicamente da mesma forma
que as outras sociedades « negro-africanas » antigas. A partir da base da escala sociopro ssional
e, em direção ao alto, a estrati cação social se comporia de camponeses, trabalhadores
especializados, denominados « castas » em outros locais da África negra, guerreiros, sacerdotes,
funcionários e o Rei-Sagrado, chamado « Faraó », em egiptologia.

DEVIDO A SUA CULTURA MATERIAL

Os mais antigos utensílios e técnicas de caça, pesca e agricultura, encontrados no Egito, são
semelhantes àqueles que se conhece de outras regiões de África. O mesmo acontece com os
diferentes penteados e seus signi cados, os cajados e os cetros reais. As pesquisas de Aboubacry
Moussa Lam são particularmente decisivas para este campo de pesquisa, aberto por Diop. O
conjunto de diferentes tipos de argumentos invocados pelos afrocentristas mobiliza diversas
disciplinas cientí cas e constitui, segundo eles, um feixe de provas , isto é, um sistema
argumentativo global, com sua própria coerência interna que ele estabelece como um paradigma
epistemológico autônomo.

Todavia, a preocupação de Diop consiste menos em inovar em matéria de historiogra a da África


do que em conhecer profundamente a história da África, com o objetivo de extrair dela
informações úteis para agir e cazmente sobre seu porvir. Não se trata também de orgulhar-se
puerilmente de um passado glorioso, mas de conhecer de onde se vem para melhor compreender
para aonde se vai. Daí sua notável perspectiva política em Les fondements économiques et
culturels d´un État fédéral d´Afrique noire (Présence africaine, 1960) e sua implicação concreta na
competição política do Senegal, seu país natal.

Posteridade de sua Obra

Inúmeros autores, embora reconhecendo que Diop teve o merito de liberara a visão do Egito antigo
de seus viés eurocentrista, permanecem divididos em relação a algumas de suas conclusões.
Certos pesquisadores africanos contestam a insistência de Diop na unidade cultural da África
negra. Outros opinam que sua abordagem multidisciplinar o leva a aproximações sumárias em
certos domínios como a linguística, ou que suas teses entram em contradição com os
ensinamentos acadêmicos da arqueologia e da história da África e, em particular, do Egito. Suas
pesquisas não são consideradas como fonte con ável para um parte dos historiadores atuais, os
quais a rmam que elas despertam interesse apenas no plano da historiogra a da África e não no
conhecimento de seu passado.

O próprio Diop, na apresentação de Nations Nègres et Culture, não fazia mistérios sobre a
di culdade com que se deparou para dar provas de rigor diante da imensidão da tarefa à qual se
dedicou. Contextualizar novamente sua obra nos incita a evocar o isolamento daquele pesquisador
que questiona, com pouca ajuda exterior, vários séculos de estudos egiptológicos, realizados por
egiptólogos de renome – Jacques-Joseph Champollion e seu irmão ou ainda Gaston Maspero :

O conjunto do trabalho (sua tese e o livro dela derivado) não passa de um esboço, ao qual faltam
todas as perfeições do detalhe. Seria humanamente impossível a um único indivíduo oferecer
semelhante contribuição. Isto só poderá ser o empreendimento de várias gerações africanas.
Temos consciência deste fato e nossa necessidade de rigor sofre com isto […] [56]

Para Mubabinge Bilolo, as aproximações sumárias nãoi constituem um ponto negativo, pois para
ele Diop é um pioneiro que abriu perspectivas , traçou pistas de pesquisa e deixou uma série de
tarefas para as futuras gerações[57].

O Egito, uma Etiópia


https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 6/14
O conceito de um Egito antigo negro já havia sido proposto por
8/7/2018 outros
Cheikh autores,
Anta mas a obra de
Diop - Geledés
Cheikh Anta Diop é fundadora na medida em que aprofundou consideravalmente o estudo do
papel da África negra nas origens da civilização. Ela deu nascimento a uma escola de egiptologia
africana, inspirando por exemplo Théophile Obenga, Mubabinge Bilolo e Mole Kete Asante. Diop
participou da elaboração de uma consciência africana liberada de todos os complexos diante da
visão européia do mundo. Suas pesquisas e sua trajetória constituem hoje uma referência
constante para os intelectuais africanos, talvez ainda mais do que Léopoldo Sédar Senghor, a
quem Diop censurou por haver alienado a negritude, baseando-a em um tipo de razão diferente da
razão européia. Os trabalhos de Cheikh Anta Diop, entre outros, originaram uma corrente
historiográ ca dita corrente da afrocentricidade. No plano linguístico, ele iniciou o estudo
diacrônico das línguas africanas e aprofundou-se na história africana pré-colonial (fora do período
pré-egípcio, largamente comentado). De agora em diante, o fato de que o Egito seja um civilização
africana não é mais colocado em dúvida pelos egiptólogos, contrariamente às teorias raciais que
visam a fazer dela uma civilização negra.

Linguística Histórica Africana

Seu conceito – linguística histórica africana será generalizado por Théophile Obenga em relação a
inúmeras outras línguas negro-africanas, sobretudo o mbochi, sua língua materna. Oum Ndigi[60]
realizou estudos semelhantes sobre o basa[61]. Aboubacry Moussa Lam trabalhou nesse sentido
no que se refere ao peul[62]. Alain Anselin detectou numerosas semelhanças regulares no que
concerne a gramática do verbo, do gesto e do corpo em egípcio antigo e nas línguas negro-
africanas modernas [63]. Assim, toda uma escola de linguística histórica africana nasceu dessas
pesquisas, cujas autores e sua publicação são, de agora em diante, consequentes. Obenga
renomeou negro-egípcia a teoria geral dessa linguística histórica africana.[65]

Arqueologia

No sítio de Blombos foram exumadas as mais antigas obras de arte jamais encontradas. Elas
datam de mais de 70.000 anos. No sítio de Kerma, os trabalhos do suiço Charles Bonnet provaram
a originalidade da civilização de Kerma (3.000/1.5000)[66 (skype:30001500066?call)] em relação
ao Egíto faraônico.

Epigra a

O egiptólogo Alain Anselin procurou demonstrar a africanidade da escrita hieroglí ca. Para ele, se
a repetida ausência de pares de homófonos necessários ao estabelecimento do código hieroglí co
numa família de determinadas línguas torna difícil a rmar que este universo linguístico possa dar
conta da elaboração da escrita hieroglí ca , ele considera que o « paradigma africano seria dotado
de um poder explicativo maior do que o do « paradigma semítico , que ele considera enviezado[67].
Anselin considera igualmente que os hieroglifos retratam o meio ecológico e societário que os
viram nascer. Ora, a fauna e a ora desses signos escritos egípcios são, segundo ele, africanas,
principalmente as da região dos Grandes Lagos, no coração da África, e a ictionomia egípcia
apresentaria semelhanças com os nomes de peixes em diversas línguas negro-africanas
contemporâneas.

Babacar Sall observa que na lista de sígnos da gramática egípcia de Alan H. Gardiner[68] os
símbolos relativos aos instrumentos da pesca e da caça são particularmente numerosos, e avalia
que eles correspondem a práticas e técnicas encontradas em toda a África negra ainda em nossos
dias.[69]

Antropologia Política

As comparações de Diop entre a instituição do Faraó e, entre outras, a do Damel, de Cayor ou do


Mogho Naba, do Mossi, suscitaram outras pesquisas, sobretudo por parte de Alain Anselin, mas
igualmente por parte de Cervello Autuori. Segundo este autor, a instituição política dita « a realiza
sagrada » (E. E. Evans-Pritchard, Luc de Heusch, Michel Izard) seria encontrada no Egíto, como em

https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 7/14
outras regiões da África, da mesma forma que a prática ancestral
8/7/2018 Cheikhdo regicídio
Anta ritual. O Faraó, o
Diop - Geledés
Mansah, o Mwene ou o Mogho Naba são instituições estruturalmente análogas : sacerdotais e, ao
mesmo tempo, políticas. Elas se distinguem radicalmente do Rei [70] :

A monarquia faraônica foi uma realeza divina africana ? Antes de mais nada, convém observ ar
que, no Egito, o deus-que-morre é Osíris e que, como no caso dos reis divinos africanos, mas
diferentemente dos outros deuses-que-morrem da Europa e do Oriente Médio antigos, Osíris
também é rei (…). Assim como os reis africanos, Osíris é a personi cação do principal alimento da
comunidade, o cereal, a cevada (cf., por exx., Mystère de la succession, cenas 9 , 29-32 ; Textos dos
sarcófagos, 269, 330 ; Lutas de Horus e Seth, 14, 10 ; Textos do sarcófago de Ankhnesneferibre,
256-302 ; Plutarco, Ísis e Osíris, 36, 41, 65, 70 ; cf. Também os Osíris vegetantes », representações
do deus em argila, nas quais se en am grãos de cereais que acabam germinando). Ele próprio ou
então os humores qae emanam de seu cadáver identi cam-se com o Nilo ou com as águas
fecundantes da cheia (cf. Textos des Pyramides, 39, 117, 788, 848, 1360 ; Hino de Ramsés IV a
Osíris). A capital do Egito, Mên s, é um centro que difunde a abundância porque o cadáver de
Osíris utuou nas águas do Nilo, no local em que ela se situava e ele foi enterrado ali (Teologia
men ta, 61-62, 64). É porque Osíris, rei-deus morto, proporciona a abundância precisamente em
sua condição de morto, de ser sacri cado (Frankfort, 1948, cap. 2). Além de ser o deus-que-morre,
Osiris é também o primeiro ancestral da realeza (ser individual) e, na qualidade de rei morto, é
aquele com o qual se identi cam todos os reis ao morrerem (ser coletivo). Osíris, portanto,
assemelha-se, sob todos os aspectos, ao rei-deus africano (…). Em conclusão, poderíamos nos
perguntar como se explica esse parentesco e, em geral, como se exlicam os inúmeros paralelismos
que existem entre o Egito e a África. Certos autores falaram de difusão e outros, de convergência.
Quanto a nós, preferimos o conceito de « substrato cultural pan-africano , entendido como um
patrimônio cultural comum que teria tido sua origem na época neolítica e do qual teriam emergido,
no espaço e no tempo, as diversas civilizações africanas históricas e atuais.

As investigações de Diop neste domínio inspiraram sobretudo a obra intitulada Conception Bantu
de l´Autorité, seguida de Baluba : Bumfumu ne BuLongolodi (Publications Universitaires Africaines,
Munich-Kinshasa, 1994), dos autores Kabongu Kanundowi e Bilolo Mubabinge.

Crítica aos Trabalhos de Cheikh Anta Diop

Embora tenha sido demonstrado, antes dos trabalhos de Diop, que o idioma egípcio não pertence
ao grupo semítico das línguas afroasiáticas, dai não resulta necessariamente que ela não pertença
ao phylum afroasiático(71]. Assim, o linguísta comparativo A. Loprieno[72] detecta sobretudo[73]
as características comuns do egípcio e de outras línguas afroasiáticas , entre elas a presença de
raízes bi e trilíteras,.constantes nos temas verbais e nominais que delas derivam ; a frequência de
consoantes glotais e laríngeas, sendo a mais característica delas a oclusiva laríngea ayn, o su xo
feminino*-at ; o pre xo nominal ,m- ; o su xo adjetivo -i (o nisba árabe). Por ocasião da
Conferência Internacional de Toulouse (setembro d 2005), A. Anselin « fez uma comunicação
relativa aos nomes dos números em egípcio antigo, na qual ele considera duas correntes de
in uência, uma delas o tchado-egípcio e a outro o egípcio-semítico »[74]. O parentesco genético do
egípcio antigo com as línguas negro-africanas contemporâneas é contestado, da mesma forma,
por certos lólogos e lexicólogos. Assim, Henry Tourneux, especialista em línguas africanas
(mbara, fulfulde, junjuk, kotoko) e membro da unidade mista de pesquisa Linguagem, Línguas e
Culturas da África Negra (CNRS)[75] observa que « a coincidência de três línguas não contíguas »
não garante « o caráter comum, « negro-egípcio », de uma palavra : com efeito, não basta que um
fato linguístico seja detectado em duas línguas não contíguas do « negro-africano »
contemporâneo (sendo a terceira língua o egípcio antigo ou o copta), nem que os campos
semânticos sejam idênticos para que se tenha a prova de que o fato linguístico em questão deriva
de uma hipotética matriz « negro-egípcia »[76].

As críticas de Henry Tourneux foram objeto de uma resposta circunstanciada por parte de
Théophile Obenga no « sentido da luta contra o africanismo eurocentrista »[77], na qual ela opina
que seu contraditor não é competente em matéria de linguística histórica comparativa e sequer
especialista em língua egípcia. Com efeito, Henry Tourneux é « especialista em línguas do Tchad e
https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 8/14
da lexicogra a peul »[78]. Por outro lado, segundo Obenga, nenhum
8/7/2018 linguista
Cheikh Anta Diop - especializado
Geledés em
linguística histórica ainda contestou seus trabalhos e os de Diop, particularmente no que diz
respeito a regularidade das propriedades comuns às línguas negro-africanas, ao copta e ao
egípcio antigo. Ora, sempre segundo Théophile Obenga, é precisamente tal regularidade, a qual se
a rma como lei linguística, que fundamenta sua teoria geral do « negro-egípcio » : semelhanças
esparas, irregulares, entre línguas ou grupos de línguas comparadas que podem se prender ou a
coincidências ou mais seguramente, tendo em vista o paradigma afroasiático, a empréstimos
recíprocos de linguas cujos falantes se situam geogra camente entre dois extremos, há milhares
de anos. Para Obenga, o próprio fato de que as línguas africanas modernas não sejam
contemporâneas do egípcio antigo e que muitas destas línguas sejam encontradas a milhares de
quilômetros do Egito constituiria um argumento favorável à sua teoria linguística do « negro-
egípcio »[79]. As teorias linguísticas de Obenga, todavia, não são reconhecidas pelas investigações
linguísticas que estão sendo realizadas atualmente[80]. Foi censurada a falta de seriedade dessas
teorias[81] e suas instrumentalização política[82].

São igualmente criticados os testes realizados por Cheik Anta Diop relativos à pigmentação da
epiderme dos faraós, os quais, segundo ele, provariam que eles eram « negros ». Com efeito, um
estudo realizado na múmia de Ramsés II pelo Museu do Homem em Paris, em 1976, concluiu que o
faraó era um « leucodermo » de tipo mediterrâneo, próximo do tipo dos amazighes africanos[83] ».

Por ocasião de um colóquio internacional organizado em Dakar, de 26 de fevereiro a 2 de março de


1996, no décimo aniversário da morte de Cheikh Anta Diop[84], o antropólogo Alain Froment fez
uma comunicação abertamente crítica quanto à continuidade de seus trabalhos anteriores[85].
Ainda em 1996, Xavier Fauvelle publicou um livro sobre Cheik Anta Diop, concebido como um
balanço crítico[86]. Para o egiptólogo Jean Yoyotte « Cheik Anta Diop era um impostor. Um
egiptólogo incapaz de ler o menor hieroglifo »[87].

OBRAS DE CHEIKH ANTA DIOP

Nations nègres et culture : de l’antiquité nègre égyptienne aux problèmes culturels de l’Afrique
noire d’aujourd’hui, (ISBN 2708706888) (1954)
L’unité culturelle de l’Afrique noire, (ISBN 2708704060) (1959)
L’antiquité africaine par l’image, (ISBN 2708706594)
L’Afrique noire précoloniale. Étude comparée des systèmes politiques et sociaux de l’Europe et de
l’Afrique noire de l’antiquité à la formation des États modernes, (ISBN 2708704796) (1960)
Les fondements culturels techniques et industriels d’un futur État fédéral d’Afrique noire, (ISBN
2708705350)
Antériorité des civilisations nègres, mythe ou vérité historique ?, (ISBN 2708705628) (1967)
Parenté génétique de l’égyptien pharaonique et des langues négro-africaines (1977)
Civilisation ou barbarie, (ISBN 2708703943) (1981)
Nouvelles recherches sur l’égyptien ancien et les langues africaines modernes, Présence Africaine,
Paris, 1988. Obra póstuma.

BIBLIOGRAFIA

Cheikh M’Backé Diop. Cheikh Anta Diop, l’homme et l’oeuvre, éd. Présence Africaine, 2003
Théophile Obenga. Cheikh Anta Diop, Volney et le Sphinx, éd. Khepera/Présence Africaine, 1996
Doué Gnonsoa. Cheikh Anta Diop, Théophile Obenga : combat pour la Re-naissance africaine, éd.
L’Harmattan, 2003
Djibril Samb. Cheikh Anta Diop, éd. NEA, Dakar, 1992
Pathé Diagne. Cheikh Anta Diop et l’Afrique dans l’histoire du monde, éd. Sankoré/L’Harmattan,
1997
Jean-Marc Ela. Cheikh Anta Diop ou l’honneur de penser, éd. L’Harmattan, 1989
François-Xavier Fauvelle. L’Afrique de Cheikh Anta Diop, éd. Karthala, 1996
Ferran Iniesta. « À propos de l’École de Dakar. Modernité et tradition dans l’œuvre de Cheikh Anta
Diop », in Momar Coumba-Diop (dir.), Le Sénégal contemporain, Karthala, Paris, 2002, p. 91-107
(ISBN 2-84586-236-9 begin_of_the_skype_highlighting              2-84586-236-
9      end_of_the_skype_highlighting)
https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 9/14
Revue culturelle Nomade, n°3, Dernières critiques de la pensée
8/7/2018 du savant
Cheikh africain
Anta Diop Cheikh Anta
- Geledés
Diop, éd. L’Harmattan, 1991
Revue culturelle Nomade, Cheikh Anta Diop, éd. L’Harmattan, 2000
Vincent Cespedes. Maraboutés, éd. Fayard, 2004 – as problemáticas levantados por Cheikh Anta
Diop, em um romance de 630 páginas.

 NOTAS

Ver sobretudo o balanço dos julgamentos exercidos pela comunidade cientí ca francófona, na
notamment le bilan des jugements portés par la communauté scienti que francophone effectué
dans la Revue canadienne des études africaines, vol. 23 no. 1, 1989, « Hommage à Cheikh Anta
Diop, 1923-1986 : un bilan critique de l’œuvre de Cheikh Anta Diop » : « Esta obra (Nations nègres
et Culture) foi acolhida favoravelmente por alguns e severamente criticada por outros. Jean
Czarnecki (1956) mostrou-se compreensivo e, da mesma forma, o geógrafo senegalês Assane
Seck (1955) convidou os especialistas a analisar as teses defendidas por Diop. Estas são aceitas
por certos autores africanos, sobretudo por Théphile Obenga (1973), que apresenta-se como seu
discípulo. Por outro lado, Raymond Mauny (1960), Jean Suret-Canale (1961), Louis-Vincent Monteil
(1971, 16-17), Jean Leclant (1972), Maxime Rodinson (1972, 205-326, 558), Jean Duvignaud
(1960), Louis-Vincent Thomas (1961), Maurice Houis (1980), Jean Louis Calvet (1974) e Piere
Fougeyrollas (1977, 309) lhe fazem uma crítica severa. Do mesmo modo, a simpatia demonstrada
por Maurice Caveing (1965) não é isenta de reservas. »
↑ Daniel F. McCall fez um resumo muito crítico do método e das conclusões de Antériorité des
civilisations négres : mythe ou vérité historique em African Historical Studies : 1-1, 1968, p. 134-
135
↑ P.F. de Moraes Farias, « Afrocentrism : Between Crosscultural Grand Narrative and Cultural
Relativism », The Journal of African History, 44-2, 2003, p. 327-340, em particular p. 337
↑ Artigo Diop Cheikh Anta do Dictionnaire de l’Afrique, por Bernard Nantet, éd. Larousse, Paris,
2006, página 96.
↑ Bulletin de l’IFAN, XXIV, 3-4, 1962 : no qual Diop precisa o que ele entende por « negro », « branco
», « preto », « raça », que seriam « dados imediatos ». no sentido bergsoniano, dos quais ele propõe «
de nições operadoras ».
↑ Doué Gnonsoa. Cheikh Anta Diop, Théophile Obenga : combat pour la Re-naissance africaine, éd.
L’Harmattan, 2003.
↑ Diop toma vários exemplos. Assim, quando Heródoto quer mostrar que o povo dos cólquidas é
aparentado com os egípcios, ele recorre ao argumento de que os cólquidas « são negros e têm
cabelos crespos » (Histoire, livre II em Wikisource).
↑ Université Cheikh Anta Diop [archive]
↑ Doué Gnonsoa. Cheikh Anta Diop, Théophile Obenga : combat pour la Re-naissance africaine, éd.
L’Harmattan, 2003.
↑ Diop, in HGA tomo II, cap. I, Teste por dosagem de melanina : « Como quer que seja, digamos,
para resumir, que a avaliação da taxa de melanina pela observação microscópica é um método de
laboratório que permite classi car indubitavelmente os antigos egípcios entre os negros ».
↑ Este relatório foi publicado em anexo ao tomo II da ‘Histoire générale de l’Afrique publicada pela
l’UNESCO. Pode-se ser um resumo detalhado em ankhonline.com.
↑ o RDA, do qual um dos fundadores foi Félix Houphouët Boigny
↑ « “Redresser la tête, se tenir debout” » [archive], Le Monde diplomatique, janeiro de 1998, p. 25.
↑ Doué Gnonsoa. Cheikh Anta Diop, Théophile Obenga : combat pour la Re-naissance africaine, éd.
L’Harmattan, Paris, 2003.
↑ Bernard Nantet. Dictionnaire de l’Afrique. Histoire, civilisation, actualité, éd. Larousse, 2006,
página 96.
↑ Fonte AFP : « Un mausolée pour perpétuer la mémoire de Cheikh Anta Diop » [1]
↑ Site do Ministério da Cultura[2]
↑ Cheikh Anta Diop. Civilisation ou barbarie, éd. Présence Africaine, Paris, 1981.
↑ Cheikh Anta Diop. Civilisation ou barbarie, éd. Présence Africaine, Paris, 1981, p.9-10 :
« Pelos anos de 1820, na véspera do nascmento da egiptologia, o sábio francês Volney, espírito
universal e objetivo, tentou refrescar a memória da humanidade, a rmando que a escravização
recente do negro havia se tornado amnésica, em relação ao passado desse povo. Desde então, a
https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 10/14
linhagem dos egipólogos de má fé, armada com feroz erudição,
8/7/2018 perpetrou
Cheikh o crime
Anta Diop que
- Geledés
conhecemos, tornando-se culpada de uma falsi cação consciente da história da humanidade. Ela
foi propagada, mediante grande reforço da publicidade, e ensinada em escala global, pois somente
ela dispõe de meios materiais e nanceiros para assegurar sua própria propagação.
↑ a b Cheikh Anta Diop. Antériorité des civilisations nègres : Mythe ou vérité historique?, éd.
Présence Africaine, Paris, 1967.
↑ Origine de l’homme moderne – Berceau Africain – Hominidés ]
↑ Günter Bräuer. L’origine africaine des hommes modernes », in Ankh n°3, 1994, pp. 132-151
↑ Yves Coppens. Le Singe, l’Afrique et l’homme (1983) & Homo sapiens (2004)
↑ Esta perspectiva encontraria amparo graças às mais recentes descobertas arqueológicas : « com
efeito, a invenção das jóias data ao menos de 75.000 anos, pois 41 conchinhas furadas, dessa
idade, foram descobertas em 2002 na gruta de Blombos, na África do Sul, por Francesco d´Errico e
Marian Vanhaeren, pré-historiadores do CNRS. O estudo desses 41 fósseis de gastrópodes
pertencentes à espécie Nassarius Kraussianus, descobertos nas camadas arqueológicas da Média
Idade da Pedra, revela que eles foram utilizados como objetos de adorno. Ver
http://ma.prehistoire.free.fr/blombos.htm [archive] .
↑ Nathalie Michalon, « L’origine des cultures africaines aux bords des Grands Lacs con rmée par
l’observation satellitaire du nombre d’éclairs au-dessus de l’Afrique et les traditions et mythes
africains », in ANKH n°14/15, éd. Khepera, Gif-sur-Yvette, 2006.
↑ Nabta Playa é provavelmente o mais antigo centro de domesticação conhecido. :
http://en.wikipedia.org/wiki/Nabta_Playa.
↑ a b « L’apparition de l’Homo sapiens « , in Bulletin de l’IFAN, tome XXXII, série B, n°3, Dakar, 1970
↑ Cheikh Anta Diop. Civilisation ou Barbarie, 1981, Capítulo primeiro : Raça e história, origem da
humanidade e diferenciação racial.
↑ Domestication du feu [archive] sur Hominides : « Alguns sítios arqueológicos do continente
africanos apresentam igualmente vestígios de antigas combustões (1.5 Ma), mas certamente
devidas a incêndios naturais : Chesowanja e Gadeb (Etiópia), Bodo (Quênia). ».
↑ Cheikh Anta Diop. Civilisation ou Barbarie, 1981, cap. 1o. , nota n° 1, p. 20 : « […] sabe-se, desde o
congresso da U.IS.P.P., em Nice (1976) que as primeiras navegações reomantam ao paleolítico
superior, de 20 a 30.000 anos atrás. O exemplo do povoamento da Aust
rália é, agora, probatório ».
↑ Théophile Obenga. Cheikh Anta Diop, Volney et le Sphinx, éd. Khepera/Présence Africaine, Paris,
1996.
↑ Théophile Obenga. Cheikh Anta Diop, Volney et le Sphinx (1996)
↑ « Antigos testemunhos » , em Nations nègres et culture, 1979, cap. 1, pp. 35 a 48.
↑ Constantin-François Chassebœuf, conde de Volney. Voyage en Égypte et en Syrie, 1783.
↑ Diop, Nations nègres et culture (1979), pp 46-47.
↑ ungewöhnlich : cf. Zettelarchiv du Thesaurus Linguae Aegyptiae
(http://aaew2.bbaw.de/tla/index.html
↑ Alain Anselin. Samba, éditions de l’UNIRAG, Guadeloupe, 1992, pp. 11-16.
↑ Zettelarchiv du Thesaurus Linguae Aegyptiae (http://aaew2.bbaw.de/tla/index.html
↑ HGA, tomo II, cap. I : « “Os lhos de Cam foram Cush, Mitsraïn (isto é, o Egito) Puth e Cannan. Os
lhos de Cush : Saba, Havila, Sabta, Raema e Sabteca.” De modo geral, toda a tradição semita
(judia e árabe) classi ca o Egito antigo entre os países dos negros. A importância de tais
testemunhos não pode ser ignorada, pois trata-se de povos que viveram uns ao lado dos outros,
algumas vezes em simbiose (os judeus) com os antigos egípcios, e que não têm interesse algum a
apresentar estes últimos sob uma falsa luz étnica. A idéia de uma interpretação equivocada dos
fatos também não pode ser acolhida ».
↑ HGA, tomo II, cap. I. ; Para uma resenha desta experiência, por seu autor, cf. Bulletin de l’IFAN,
Tome XXIV, B, n°53-4, Dakar, 1962 : Cheikh Anta Diop, « Pigmentation des anciens Égyptiens », pp.
449 e 450.
↑ Cheikh Anta Diop. Parenté génétique de l’égyptien pharaonique et des langues négro-africaines. ,
éd. IFAN/NEA, Dakar/Abidjan, 1977
↑ Le « Chamito-sémitique n’existe pas », Ankh, n° 1, fevereiro de 1992, pp. 51-58.
↑ Cheikh Anta Diop. Nations Nègres et Cultures (1954) pp. 231-287 ; ver igualmente Théophile
Obenga, Origine commune de l’égyptien ancien du copte et des langues négro-africaines
https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 11/14
modernes. Introduction à la linguistique historique africaine, éd.
8/7/2018 L’Harmattan,
Cheikh Anta Diop - Paris,
Geledés1993.
↑ Cheikh Anta Diop. Nouvelles recherches sur l’égyptien ancien et les langues africaines modernes.
Présence Africaine, Paris, 1988. Obra póstuma.
↑ Cheikh Anta Diop. Nouvelles recherches sur l’égyptien ancien et les langues africaines modernes.
Présence Africaine, Paris, 1988
↑ Nations nègres et culture, 1979, pp. 211-214.
↑ Em relação aos Yoruba, Diop apóia-se essencialmente na obra de J. Olumide Lucas, The religion
of Yorubas, 1948
↑ Nations nègres et culture, 1979, pp. 204-206.
↑ Nations nègres et culture, 1979, pp. 206-209
↑ Josep Cervello Autuori, Monarchie pharaonique et royautés divines africaines, in Cahiers
Caribéens d’Égyptologie n° 2, fevereiro de 2001.
↑ Nations nègres et culture, 1979, pp. 209-211.
↑ Nations nègres et culture, 1979, pp. 209-211 :
« Quanto à identidade de conceito que existe, em geral, entre o Egito e o restante da África Negra,
o conceito da realeza é um dos traços mais impressionantes. Deixemos de lado princípios gerais
tais como o caráter sacrossanto da realeza para enfatizar apenas um traço comum, típico por sua
singularidade : trata-se da morte ritual do rei. O rei só deveria reinar no Egito se ele tivesse o pleno
domínio de sua força. Quando esta declinava, ele era levado a morrer. […] Esta prática também
existia na antiga Meroé, isto é, na Núbia, em Uganda-Ruanda. » ↑ Nations nègres et culture, 1979,
página 210 :
« A « festa do Sed » era, daí por diante, a festa do rejuvenescimento do rei : execução ritual da
morte e rejuvenescimento do rei eram sinônimos e aconteciam no decorrer da mesma cerimônia
(cf. (cf. Study in Divine Kingship, Seligman) »
↑ Nations nègres et culture, 1979, pp. 214-220.
↑ Nations nègres et culture, 1979, p. 214.
↑ Nation Nègres et Culture, ed Présence Africaine 1979, página 19
↑ Mubabinge Bilolo. « Les tâches laissées par Cheikh Anta Diop. Hommage au père de l’égyptologie
/ africanologie africaine ». In Les Nouvelles Rationalités Africaines, I, 3 (1986), p. 429-460 ; La
civilisation pharaonique était-elle KAME-KMT-NÈGRE ? L’état de la question avant et après «
Nations nègres et Culture ». In : Hommage à Cheikh Anta Diop, Présence Africaine, 149-150 (1989),
p. 68-100.
↑ Parenté génétique de l’égyptien pharaonique et des langues négro-africaines, IFAN-NEA, Dakar,
1977
↑ [3] [archive]
↑ [4] [archive]
↑ Les Basa du Cameroun et l’Antiquité égypto-nubienne : recherche historique et linguistique
comparative sur leurs rapports culturels à la lumière de l’égyptologie [archive] (ISBN 978-2-7295-
2459-3)
↑ Aboubacry Moussa Lam. De l’origine égyptienne des Peuls, éd. Présence Africaine/Khepera, Paris,
1993
↑ éd. UNIRAG, Guadeloupe, 1993
↑ Cahiers Caribéens d’Égyptologie
↑ Théophile Obenga. Origine commune de l’égyptien ancien, du copte et des langues négro-
africaines modernes. Introduction à la linguistique historique africaine, éd. L’Harmattan, 1993
↑ Ch. Bonnet, artigo . Kerma em: Dictionnaire de l’Antiquité, PUF, 2005 ; ver também [5]]
↑ Alain Anselin. L’oreille et la cuisse, éd. Tyanaba, 1999, página 9.
↑ Egyptian Grammar, Oxford University Press, 1973, pp.544- 547
↑ « Se os autores da civilização faraônica aparecem, desde o início, como agricultores, nem por isto
eles deixaram de conservar traços daquilo que foram anteriormente e durante a época pré-
dinástica (-4000 a 3200), isto é, pescadores. Este dado se exprime nos caracteres hieroglí cos
através da quantidade de signos compostos, à partir de imagens de utensílios e instrumentos de
pesca. Sign-list « Gardiner » : A25, A37, A38, A49, D33, D34, O34, O35, P1 à P11, R24, R25, S22,
S29, S30, S31, T1, T2, T3, T4, T5, T6, T10, T12, T13, U19, V2 à V8, V12, V13, V14, V28, Y1. Há
imagens de clavas, corda, barco, água, nós etc. » – Babacar Sall, « Des Grands Lacs au Fayoum,
l’Odyssée des pêcheurs », in Ankh N°12/13, 2003-2004, éd. Khepera, Paris, pp. 108-117.
https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 12/14
↑ Josep Cervello Autuori (Universitat Autonoma de Barcelona),Cheikh
8/7/2018 « Monarchie
Anta Dioppharaonique
- Geledés et
royautés divines africaines », in Cahiers Caribéens d’Égyptologie n° 2, fevereiro/março 2001
↑ Em relação à família linguística afroasiática, ver principalmente
http://goto.glocalnet.net/maho/webresources/general.html] et
http://goto.glocalnet.net/maho/webresources/afroasiatic.html [archive]
↑ Ancien Egyptian – A Linguistic Introduction, Cambridge University Press, 1995, p. 1
↑ A exemplo de James P. Allen, Middle Egyptian, Cambridge University Press, 2004 ; Elmar Edel,
Altägyptische Grammatik, Ponti cium Institutum Biblicum, Roma, 1955 ; Erhart Gräfe,
Mittelägyptisch – Grammatik für Anfänger, Harrassowitz Verlag, Wiesbaden, 2001, Gustave
Lefebvre, Grammaire de l’égyptien classique, Le Caire, 1955 ; Alan H. Gardiner, Egyptian Grammar,
Oxford University Press, 1973
↑ A. Anselin, « Words and Signs of Numerals in Egyptian – Some Elements of Analysis and
Re exion in : L’Égypte pré- et protodynastique. Les origines de l’État » Conférence internationale de
Toulouse, 5-8 set. 2005
↑ Henry Tourneux [archive]
↑ Cf. Les langues africaines et l’égyptien : http://www.politique-
africaine.com/numeros/pdf/055153.pdf]
↑ éd. Khepera/L’Harmattan, Paris, 2001
↑ Afrocentrismes. L’histoire des Africains entre Égypte et Amérique, éd. Karthala, Paris, 2000.
↑ « A enorme descontinuidade geográ ca milita a favor da exclusão do empréstimo, naquelas
épocas antigas, em relação ao conjunto das concordâncias estabelecidas, morfológicas, fonéticas
e lexicais. Quer isto dizer que a separação muito antiga do berço comum pré-dialetal elimina os
efeitos da convergência, do acaso e do empréstimo. Em outras palavras, se conexões de caráter
seriado são estabelecidas entre o egípcio faraônico, o copta e as línguas negro-africanas
modernas, estamos autorizados a reconhecer um « ar de família », um « parentesco por
encadeamento », segundo a expressão adotada na sistemática das plantas, mesmo se nos
afastarmos muito do tipo inicial, dos protótipos reconstruídos. Assim, o tempo que separa o egípcio
antigo das línguas africanas atuais – um hiato de 5.000 anos – em vez de constituir uma
di culdade, apresenta-se, ao contrário, como um critério seguro de comparação (o tempo que
separa o hitita do português atual é igualmente enorme, mas nada impede comparar diretamente
estas duas línguas, em um determinado conjunto, para alcançar precisamente o indo-europeu ».
↑ « Uma teoria elaborada pelo Rev. Trilles (1912, 1931), no início do século 20, reivindica uma
origem egípcia para o povo fang, sua língua e sua cultura, na base de sua tradição oral e vários
traços linguísticos, culturais e físicos. Essa teoria tornou-se muito popular, especialmente entre
acadêmicos africanos negros, e assume frequentemente uma forte dimensão ideológica, pois
acusa egiptólogos (brancos) de falsi car a história antiga. Padece, entretanto, de importantes
debilidades metodológicas e teóricas. Semelhantes reivindicações foram feitas por outros povos de
fala bantu (cf. Basaá, A43a). 9…0 Guthrie (1’948), Hombert & a. (1989) e Medjo Mvé (1997)
demonstraram que o fang apresenta todos os traços de uma língua bantu regular. Não existe
absolutamente evidência alguma de um substrato não-bantu ». Patrick Mouguiama-Daouda, Jean-
Marie Hombert, Lolke Van der Veen, « Aspects of linguistic diversity in western Central Africa »
Laboratoire “Dynamique du Langage”, UMR 5596, Lyon Languages-and-
Genes/poster/VanderVeenAbstract.pdf]
↑ « O Centro de Estudos das Civilizações Bantu (dirigido por Obenga) não hesitava em programar o
teletransporte psíquico como tema de pesquisa em matéria de transporte, pelo motivo segundo o
qual os ancestrais praticavam esse meio para atravessar o espaço. Alain Froment « science et
conscience : le combat ambigu de Cheikh Anta Diop », in R. Waast dir., Les sciences coloniales,
gures et institutions, Ortsom, Paris, 1996, p. 330
pleins_textes/pleins_textes_7/carton07/010008847.pdf]
↑ Bogumil Jewsiewicki, Cahiers d’études africaines, Année 1991, n° 121, p. 202 : « O projeto do
Centro Internacional das Civilizações Bantu é um projeto político nanciado pelo presidente Bongo,
do Gabão, e apoiado pelo presidente Mobutu, do Zaire, em busca de uma nova fórmula de
dominação regional
↑ Christiane Desroches Noblecourt, Ramsès II
↑ Resenha do colóquio por Xavier Fauvelle in Politique Africaine, 62, junho de 1996, pp. 103-109
[www.politique-africaine.com/numeros/pdf/062103.pdf]
https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 13/14
↑ Alain Froment, « Origine et évolution de l’homme dans la pensée
8/7/2018 Cheikhde Cheikh
Anta Diop -Anta Diop : une
Geledés
analyse critique », Cahiers d’études africaines, Paris, no 121- 122, 1991 (ver o artigo de C. Coquery
Vidrovitch no número 32 da mesma revista [6] e« Science et conscience le combat ambigu de
Cheikh Anta Diop » in Waast Roland (ed.), Petitjean P. (ed.) Les sciences hors d’Occident au 20e
siècle = 20th century sciences : beyond the metropolis : 2. Les sciences coloniales : gures et
institutions, Paris, ORSTOM, 1996, p. 321-341.
pleins_textes/pleins_textes_7/carton07/010008847.pdf]
↑ L’Afrique de Cheikh Anta Diop, Paris, Karthala, 1996, 240 p.
↑ Entrevista de 14 de maio de 2007 no site fxqpariscaraibe

Ligações externas

La voix de Cheikh Anta Diop sur cesaire.org.


Site Africamaat dedicado às teses afro-centristas.
Cheikh Anta Diop, restaurateur de la conscience noire, visto por Le Monde Diplomatique
Les thèses fondamentales Cheikh Anta Diop, por Djibril Samb
[pdf] Une étude sur Diop et Senghor por Boubacar Boris Diop.

Portail du Sénégal
Portail de l’Afrique
Portail de l’histoire
Portail de l’anthropologie
Portail de l’Égypte antique

FONTE DE PESQUISA : Obtido em « http://fr.wikipedia.org/wiki/Cheikh_Anta_Diop (


http://fr.wikipedia.org/wiki/Cheikh_Anta_Diop) ».

Tradução, pesquisa e seleção de imagens :Carlos Eugênio Marcondes de Moura

Imagens obtidas em Google Imagens

0 Comments Sort by Newest

Add a comment...

Facebook Comments Plugin

https://www.geledes.org.br/cheikh-anta-diop/ 14/14

You might also like