You are on page 1of 40

LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS


de cada nível de direção do SUS e garante a gratuidade das ações
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA e dos serviços nos atendimentos públicos e privados contratados e
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE conveniados.
NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS) – PRINCÍPIOS, Lei n.º 8.142/1990: Dispõe sobre o papel e a participação das
DIRETRIZES E ARCABOUÇO LEGAL. comunidades na gestão do SUS, sobre as transferências de recur-
sos financeiros entre União, estados, Distrito Federal e municípios
na área da saúde e dá outras providências. Institui as instâncias
colegiadas e os instrumentos de participação social em cada esfera
de governo.
Conhecimentos específicos: SUS, princípios e diretrizes.
Responsabilização Sanitária
Princípios do SUS: São conceitos que orientam o SUS, pre-
vistos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e no artigo 7º Desenvolver responsabilização sanitária é estabelecer clara-
do Capítulo II da Lei n.º 8.080/1990. Os principais são: mente as atribuições de cada uma das esferas de gestão da saúde
pública, assim como dos serviços e das equipes que compõem o
Universalidade: significa que o SUS deve atender a todos, SUS, possibilitando melhor planejamento, acompanhamento e
sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessá- complementaridade das ações e dos serviços. Os prefeitos, ao as-
ria, sem qualquer custo; sumir suas responsabilidades, devem estimular a responsabiliza-
Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária à ção junto aos gerentes e equipes, no âmbito municipal, e participar
saúde da população, promovendo ações contínuas de prevenção e do processo de pactuação, no âmbito regional.
tratamento aos indivíduos e às comunidades, em quaisquer níveis
de complexidade; Responsabilização Macrossanitária
Equidade: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com
justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando O gestor municipal, para assegurar o direito à saúde de seus
maior atenção aos que mais necessitam; munícipes, deve assumir a responsabilidade pelos resultados, bus-
cando reduzir os riscos, a mortalidade e as doenças evitáveis, a
Participação social: é um direito e um dever da sociedade
exemplo da mortalidade materna e infantil, da hanseníase e da tu-
participar das gestões públicas em geral e da saúde pública em par-
berculose. Para isso, tem de se responsabilizar pela oferta de ações
ticular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa
e serviços que promovam e protejam a saúde das pessoas, previ-
participação, assegurando a gestão comunitária do SUS; e
nam as doenças e os agravos e recuperem os doentes. A atenção
Descentralização: é o processo de transferência de respon-
básica à saúde, por reunir esses três componentes, coloca-se como
sabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determi-
responsabilidade primeira e intransferível a todos os gestores. O
nações constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de
cumprimento dessas responsabilidades exige que assumam as atri-
atribuições comuns e competências específicas à União, aos esta- buições de gestão, incluindo:
dos, ao Distrito Federal e aos municípios. - execução dos serviços públicos de responsabilidade muni-
cipal;
Principais leis - destinação de recursos do orçamento municipal e utilização
do conjunto de recursos da saúde, com base em prioridades defini-
Constituição Federal de 1988: Estabelece que “a saúde é das no Plano Municipal de Saúde;
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas - planejamento, organização, coordenação, controle e avalia-
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de ção das ações e dos serviços de saúde sob gestão municipal; e
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos - participação no processo de integração ao SUS, em âmbito
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Determina regional e estadual, para assegurar a seus cidadãos o acesso a ser-
ao Poder Público sua “regulamentação, fiscalização e controle”, viços de maior complexidade, não disponíveis no município.
que as ações e os serviços da saúde “integram uma rede regio-
nalizada e hierarquizada e constituem um sistema único”; define Responsabilização Microssanitária
suas diretrizes, atribuições, fontes de financiamento e, ainda, como
deve se dar a participação da iniciativa privada. É determinante que cada serviço de saúde conheça o território
sob sua responsabilidade. Para isso, as unidades da rede básica
Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei n.º 8.080/1990: Regula- devem estabelecer uma relação de compromisso com a população
menta, em todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece a ela adscrita e cada equipe de referência deve ter sólidos vínculos
as diretrizes para seu gerenciamento e descentralização e detalha terapêuticos com os pacientes e seus familiares, proporcionando-
as competências de cada esfera governamental. Enfatiza a descen- -lhes abordagem integral e mobilização dos recursos e apoios
tralização político-administrativa, por meio da municipalização necessários à recuperação de cada pessoa. A alta só deve ocorrer
dos serviços e das ações de saúde, com redistribuição de poder, quando da transferência do paciente a outra equipe (da rede básica
competências e recursos, em direção aos municípios. Determi- ou de outra área especializada) e o tempo de espera para essa trans-
na como competência do SUS a definição de critérios, valores e ferência não pode representar uma interrupção do atendimento: a
qualidade dos serviços. Trata da gestão financeira; define o Plano equipe de referência deve prosseguir com o projeto terapêutico,
Municipal de Saúde como base das atividades e da programação interferindo, inclusive, nos critérios de acesso.

Didatismo e Conhecimento 1
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Instâncias de Pactuação O Sistema Hierarquizado e Descentralizado: As ações e
serviços de saúde de menor grau de complexidade são colocadas
São espaços intergovernamentais, políticos e técnicos onde à disposição do usuário em unidades de saúde localizadas próxi-
ocorrem o planejamento, a negociação e a implementação das po- mas de seu domicílio. As ações especializadas ou de maior grau
líticas de saúde pública. As decisões se dão por consenso (e não de complexidade são alcançadas por meio de mecanismos de re-
por votação), estimulando o debate e a negociação entre as partes. ferência, organizados pelos gestores nas três esferas de governo.
Por exemplo: O usuário é atendido de forma descentralizada, no
Comissão Intergestores Tripartite (CIT): Atua na direção na- âmbito do município ou bairro em que reside. Na hipótese de pre-
cional do SUS, formada por composição paritária de 15 membros, cisar ser atendido com um problema de saúde mais complexo, ele
sendo cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco pelo Con- é referenciado, isto é, encaminhado para o atendimento em uma
selho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e cinco instância do SUS mais elevada, especializada. Quando o problema
pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Co- é mais simples, o cidadão pode ser contra-referenciado, isto é, con-
nasems). A representação de estados e municípios nessa Comissão duzido para um atendimento em um nível mais primário.
é, portanto regional: um representante para cada uma das cinco
Plano de saúde fixa diretriz e metas à saúde municipal
regiões existentes no País.
É responsabilidade do gestor municipal desenvolver o proces-
Comissões Intergestores Bipartites (CIB): São constituídas
so de planejamento, programação e avaliação da saúde local, de
paritariamente por representantes do governo estadual, indicados modo a atender as necessidades da população de seu município
pelo Secretário de Estado da Saúde, e dos secretários municipais com eficiência e efetividade. O Plano Municipal de Saúde (PMS)
de saúde, indicados pelo órgão de representação do conjunto dos deve orientar as ações na área, incluindo o orçamento para a sua
municípios do Estado, em geral denominado Conselho de Secre- execução. Um instrumento fundamental para nortear a elaboração
tários Municipais de Saúde (Cosems). Os secretários municipais do PMS é o Plano Nacional de Saúde. Cabe ao Conselho Munici-
de Saúde costumam debater entre si os temas estratégicos antes de pal de Saúde estabelecer as diretrizes para a formulação do PMS,
apresentarem suas posições na CIB. Os Cosems são também ins- em função da análise da realidade e dos problemas de saúde locais,
tâncias de articulação política entre gestores municipais de saúde, assim como dos recursos disponíveis. No PMS, devem ser descri-
sendo de extrema importância a participação dos gestores locais tos os principais problemas da saúde pública local, suas causas,
nesse espaço. consequências e pontos críticos. Além disso, devem ser definidos
os objetivos e metas a serem atingidos, as atividades a serem exe-
Espaços regionais: A implementação de espaços regionais de cutadas, os cronogramas, as sistemáticas de acompanhamento e de
pactuação, envolvendo os gestores municipais e estaduais, é uma avaliação dos resultados.
necessidade para o aperfeiçoamento do SUS. Os espaços regionais
devem-se organizar a partir das necessidades e das afinidades es- Sistemas de informações ajudam a planejar a saúde: O SUS
pecíficas em saúde existentes nas regiões. opera e/ou disponibiliza um conjunto de sistemas de informações
estratégicas para que os gestores avaliem e fundamentem o plane-
Descentralização jamento e a tomada de decisões, abrangendo: indicadores de saú-
de; informações de assistência à saúde no SUS (internações hospi-
O princípio de descentralização que norteia o SUS se dá, es- talares, produção ambulatorial, imunização e atenção básica); rede
pecialmente, pela transferência de responsabilidades e recursos assistencial (hospitalar e ambulatorial); morbidade por local de
para a esfera municipal, estimulando novas competências e capa- internação e residência dos atendidos pelo SUS; estatísticas vitais
cidades político-institucionais dos gestores locais, além de meios (mortalidade e nascidos vivos); recursos financeiros, informações
demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas. Caminha-se
adequados à gestão de redes assistenciais de caráter regional e ma-
rumo à integração dos diversos sistemas informatizados de base
crorregional, permitindo o acesso, a integralidade da atenção e a
nacional, que podem ser acessados no site do Datasus. Nesse
racionalização de recursos. Os estados e a União devem contribuir
processo, a implantação do Cartão Nacional de Saúde tem papel
para a descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica e central. Cabe aos prefeitos conhecer e monitorar esse conjunto de
financeira para o processo de municipalização. informações essenciais à gestão da saúde do seu município.
Regionalização: consensos e estratégias - As ações e os ser- Níveis de atenção à saúde: O SUS ordena o cuidado com a
viços de saúde não podem ser estruturados apenas na escala dos saúde em níveis de atenção, que são de básica, média e alta com-
municípios. Existem no Brasil milhares de pequenas municipali- plexidade. Essa estruturação visa à melhor programação e planeja-
dades que não possuem em seus territórios condições de oferecer mento das ações e dos serviços do sistema de saúde. Não se deve,
serviços de alta e média complexidade; por outro lado, existem porém, desconsiderar algum desses níveis de atenção, porque a
municípios que apresentam serviços de referência, tornando-se pó- atenção à saúde deve ser integral.
los regionais que garantem o atendimento da sua população e de A atenção básica em saúde constitui o primeiro nível de aten-
municípios vizinhos. Em áreas de divisas interestaduais, são fre- ção à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ações que englo-
quentes os intercâmbios de serviços entre cidades próximas, mas ba promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
de estados diferentes. Por isso mesmo, a construção de consensos Desenvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, demo-
e estratégias regionais é uma solução fundamental, que permitirá cráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigi-
ao SUS superar as restrições de acesso, ampliando a capacidade de das a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem
atendimento e o processo de descentralização. responsabilidade.

Didatismo e Conhecimento 2
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densi- envolvidos (sujeitos, instituições e movimentos sociais). A promo-
dade, objetivando solucionar os problemas de saúde de maior fre- ção da saúde deve considerar as diferenças culturais e regionais,
qüência e relevância das populações. É o contato preferencial dos entendendo os sujeitos e as comunidades na singularidade de suas
usuários com o sistema de saúde. Deve considerar o sujeito em sua histórias, necessidades, desejos, formas de pertencer e se relacio-
singularidade, complexidade, inteireza e inserção sociocultural, nar com o espaço em que vivem. Significa comprometer-se com
além de buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento os sujeitos e as coletividades para que possuam, cada vez mais,
de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam autonomia e capacidade para manejar os limites e riscos impostos
comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. pela doença, pela constituição genética e por seu contexto social,
As Unidades Básicas são prioridades porque, quando as Uni- político, econômico e cultural. A promoção da saúde coloca, ainda,
dades Básicas de Saúde funcionam adequadamente, a comunidade o desafio da intersetorialidade, com a convocação de outros setores
consegue resolver com qualidade a maioria dos seus problemas de sociais e governamentais para que considerem parâmetros sanitá-
saúde. É comum que a primeira preocupação de muitos prefeitos rios, ao construir suas políticas públicas específicas, possibilitando
se volte para a reforma ou mesmo a construção de hospitais. Para o a realização de ações conjuntas.
SUS, todos os níveis de atenção são igualmente importantes, mas a
prática comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária, Vigilância em saúde: expande seus objetivos. Em um país
porque possibilita melhor organização e funcionamento também com as dimensões do Brasil, com realidades regionais bastante
dos serviços de média e alta complexidade. diversificadas, a vigilância em saúde é um grande desafio. Ape-
Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos so- sar dos avanços obtidos, como a erradicação da poliomielite, des-
corros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso de 1989, e com a interrupção da transmissão de sarampo, desde
indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque 2000, convivemos com doenças transmissíveis que persistem ou
os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas apresentam incremento na incidência, como a AIDS, as hepatites
Unidades Básicas de Saúde, deixando os ambulatórios de espe- virais, as meningites, a malária na região amazônica, a dengue, a
cialidades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que tuberculose e a hanseníase. Observamos, ainda, aumento da mor-
resulta em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional talidade por causas externas, como acidentes de trânsito, conflitos,
dos recursos existentes. homicídios e suicídios, atingindo, principalmente, jovens e popu-
lação em idade produtiva. Nesse contexto, o Ministério da Saúde
Saúde da Família: é a saúde mais perto do cidadão. É parte com o objetivo de integração, fortalecimento da capacidade de
da estratégia de estruturação eleita pelo Ministério da Saúde para gestão e redução da morbimortalidade, bem como dos fatores de
reorganização da atenção básica no País, com recursos financeiros risco associados à saúde, expande o objeto da vigilância em saúde
específicos para o seu custeio. Cada equipe é composta por um pública, abrangendo as áreas de vigilância das doenças transmissí-
conjunto de profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de en- veis, agravos e doenças não transmissíveis e seus fatores de riscos;
fermagem e agentes comunitários de saúde, podendo agora contar a vigilância ambiental em saúde e a análise de situação de saúde.
com profissional de saúde bucal) que se responsabiliza pela situa-
ção de saúde de determinada área, cuja população deve ser de no Competências municipais na vigilância em saúde
mínimo 2.400 e no máximo 4.500 pessoas. Essa população deve
ser cadastrada e acompanhada, tornando-se responsabilidade das Compete aos gestores municipais, entre outras atribuições, as
equipes atendê-la, entendendo suas necessidades de saúde como atividades de notificação e busca ativa de doenças compulsórias,
resultado também das condições sociais, ambientais e econômicas surtos e agravos inusitados; investigação de casos notificados em
em que vive. Os profissionais é que devem ir até suas casas, porque seu território; busca ativa de declaração de óbitos e de nascidos
o objetivo principal da Saúde da Família é justamente aproximar as vivos; garantia a exames laboratoriais para o diagnóstico de doen-
equipes das comunidades e estabelecer entre elas vínculos sólidos. ças de notificação compulsória; monitoramento da qualidade da
água para o consumo humano; coordenação e execução das ações
A saúde municipal precisa ser integral. O município é respon- de vacinação de rotina e especiais (campanhas e vacinações de
sável pela saúde de sua população integralmente, ou seja, deve bloqueio); vigilância epidemiológica; monitoramento da mortali-
garantir que ela tenha acessos à atenção básica e aos serviços espe- dade infantil e materna; execução das ações básicas de vigilância
cializados (de média e alta complexidade), mesmo quando locali- sanitária; gestão e/ou gerência dos sistemas de informação epide-
zados fora de seu território, controlando, racionalizando e avalian- miológica, no âmbito municipal; coordenação, execução e divul-
do os resultados obtidos. gação das atividades de informação, educação e comunicação de
Só assim estará promovendo saúde integral, como determina abrangência municipal; participação no financiamento das ações
a legislação. É preciso que isso fique claro, porque muitas vezes o de vigilância em saúde e capacitação de recursos.
gestor municipal entende que sua responsabilidade acaba na aten-
ção básica em saúde e que as ações e os serviços de maior com- Desafios públicos, responsabilidades compartilhadas: A le-
plexidade são responsabilidade do Estado ou da União – o que não gislação brasileira – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e le-
é verdade. gislação sanitária, incluindo as Leis n.º 8.080/1990 e 8.142/1990
A promoção da saúde é uma estratégia por meio da qual os – estabelece prerrogativas, deveres e obrigações a todos os go-
desafios colocados para a saúde e as ações sanitárias são pensa- vernantes. A Constituição Federal define os gastos mínimos em
dos em articulação com as demais políticas e práticas sanitárias e saúde, por esfera de governo, e a legislação sanitária, os critérios
com as políticas e práticas dos outros setores, ampliando as pos- para as transferências intergovernamentais e alocação de recursos
sibilidades de comunicação e intervenção entre os atores sociais financeiros. Essa vinculação das receitas objetiva preservar condi-

Didatismo e Conhecimento 3
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
ções mínimas e necessárias ao cumprimento das responsabilidades Esfera Municipal - Gestor: Secretaria Municipal de Saúde
sanitárias e garantir transparência na utilização dos recursos dis- - Formulação da política municipal de saúde, planejamento, re-
poníveis. A responsabilização fiscal e sanitária de cada gestor e gulação complementar, controle e prestação de serviços de saúde
servidor público deve ser compartilhada por todos os entes e esfe- diretos ou por meio de referências intermunicipais. Financiamento
ras governamentais, resguardando suas características, atribuições com recursos próprios e com recursos transferidos pelo gestor fe-
e competências. O desafio primordial dos governos, sobretudo na deral e/ou estadual do SUS.
esfera municipal, é avançar na transformação dos preceitos cons-
titucionais e legais que constituem o SUS em serviços e ações que
assegurem o direito à saúde, como uma conquista que se realiza co-
tidianamente em cada estabelecimento, equipe e prática sanitária. 2 CONTROLE SOCIAL NO SUS.
É preciso inovar e buscar, coletiva e criativamente, soluções novas
para os velhos problemas do nosso sistema de saúde. A construção
de espaços de gestão que permitam a discussão e a crítica, em am-
biente democrático e plural, é condição essencial para que o SUS
seja, cada vez mais, um projeto que defenda e promova a vida. As conquistas populares no Brasil têm apresentado trajetória
emblemática para a mobilização social em defesa do direito à saú-
Muitos municípios operam suas ações e serviços de saúde de. A década de 80 representou o momento de institucionalização
em condições desfavoráveis, dispondo de recursos financeiros e das práticas inovadoras para o setor, fundamentadas na concepção
equipes insuficientes para atender às demandas dos usuários, seja da saúde como produção social e direito, que foram consolidadas
em volume, seja em complexidade – resultado de uma conjuntura na década de 90, nas Conferências e nos Conselhos de Saúde.
social de extrema desigualdade. Nessas situações, a gestão pública A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, tor-
em saúde deve adotar condução técnica e administrativa compatí- nou-se um marco por ter discutido o aprofundamento dos grandes
vel com os recursos existentes e criativa em sua utilização. Deve temas que subsidiaram a Assembléia Nacional Constituinte culmi-
estabelecer critérios para a priorização dos gastos, orientados por nando na inscrição, na Constituição Fede ral, da participação da
análises sistemáticas das necessidades em saúde, verificadas junto comunidade como uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde
à população. É um desafio que exige vontade política, propostas criado pelo artigo 198, cujo inciso III assegura essa participação.
inventivas e capacidade de governo. As últimas Conferências Nacionais de Saúde, da 9ª à 12ª, rea-
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com- firmam como indispensáveis a implementação e o fortalecimento
partilham as responsabilidades de promover a articulação e a in- dos mecanismos de controle social existentes.
teração dentro do Sistema Único de Saúde – SUS, assegurando o A 12ª Conferência Nacional de Saúde1 afirma a necessidade
acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde. de “estimular e fortalecer a mobilização social e a participação
O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierarquiza- cidadã nos diversos setores organizados da sociedade, com a apli-
do, que integra o conjunto das ações de saúde da União, Estados, cação dos meios legais disponíveis, visando efetivar e fortalecer o
Distrito Federal e Municípios, onde cada parte cumpre funções e Controle Social na formulação, regulação e execução das políticas
competências específicas, porém articuladas entre si, o que carac- públicas, de acordo com as mudanças desejadas para a construção
teriza os níveis de gestão do SUS nas três esferas governamentais. do SUS que queremos”.
Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado Nesse processo, algumas propostas emanadas das Conferên-
pela Lei nº 8.080/90, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, cias devem ser destacadas e valorizadas como desafios à consoli-
e pela Lei nº 8.142/90, que trata da participação da comunidade dação e ao fortalecimento do controle social no SUS:
na gestão do Sistema e das transferências intergovernamentais de - Garantia de efetiva implantação dos Conselhos de Saúde
recursos financeiros, o SUS tem normas e regulamentos que disci- estaduais e municipais, assegurando aos mesmos infra-estrutua e
plinam as políticas e ações em cada Subsistema. apoio para o seu fortalecimento e pleno funcionamento;
A Sociedade, nos termos da Legislação, participa do planeja- - Consolidação do caráter deliberativo e fiscalizador dos Con-
mento e controle da execução das ações e serviços de saúde. Essa selhos de Saúde, com composição paritária entre usuários e demais
participação se dá por intermédio dos Conselhos de Saúde, presen- segmentos;
tes na União, nos Estados e Municípios. - Reafirmação da participação popular e do controle social na
construção do modelo de atenção à saúde, requerendo o envolvi-
Níveis de Gestão do SUS mento dos movimentos sociais considerados sujeitos estratégicos
para a gestão participativa;
Esfera Federal - Gestor: Ministério da Saúde - Formulação - Aperfeiçoamento dos atuais canais de participação social,
de políticas nacionais de saúde, planejamento, normalização, ava- criação e ampliação de novos canais de interlocução entre usuários
liação e controle do SUS em nível nacional. Financiamento das e sistema de saúde, e de mecanismos de escuta do cidadão, como
ações e serviços de saúde por meio da aplicação/transferências in- serviços de ouvidoria e outros.
tergovernamentais de recursos públicos arrecadados.
Esfera Estadual - Gestor: Secretaria Estadual de Saúde - For- Diretriz
mulação da política estadual de saúde, coordenação, planejamen-
to, regulação complementar e controle do SUS em nível Estadual. Fortalecer a participação e o controle social sobre todas as ins-
Financiamento com recursos próprios e transferidos pela esfera tâncias e os agentes que fazem parte do SUS, fortalecendo os laços
federal. políticos que garantem a sustentabilidade das ações em saúde.

Didatismo e Conhecimento 4
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Medidas pativos e fóruns de debates – Conferências de Saúde, Plenárias
de Conselhos de Saúde, Encontros de Conselheiros, seminários,
6.1. Dotar os Conselhos de Saúde de infra-estrutura e apoio oficinas, dentre outros.
logístico para exercer seu papel no controle social. Ressalta-se que a capacitação de Conselheiros de Saúde está
6.2. Apoiar a educação permanente de agentes e conselheiros incluída nessa proposta mais ampla de educação permanente para
para o controle social e a ação participativa. o controle social no SUS. Assim, a educação permanente trata da
6.3. Implantar o Sistema Nacional de Ouvidoria do SUS. aprendizagem que se processa no ritmo das diferenças sociais, cul-
6.4. Expandir a divulgação e o uso pela população da Carta de turais e religiosas dos sujeitos sociais.
Direitos do Usuário da Saúde e implantar o Portal dos Direitos do Considera as necessidades sentidas, as condições e as opor-
Usuário dos Serviços de Saúde. tunidades dos sujeitos sociais de absorver e refl etir sobre o co-
nhecimento ao longo da vida, requerendo um tempo adequado e
Ao longo dos últimos anos, os Conselhos de Saúde instituí- diferenciados momentos.
dos pela da Lei n.º 8.142/90 (BRASIL, 1990b) e reforçados pela
Emenda Constitucional n.º 29, de 13 de setembro de 2000 (BRA- 2 Nota sobre a atualização das diretrizes
SIL, 2000), vêm sendo gradativamente estruturados nos estados e
municípios brasileiros, acumulando as mais variadas experiências As “Diretrizes Nacionais para a Capacitação de Conselhei-
em busca de ações e instrumentos que favoreçam o desempenho de ros de Saúde” foram elaboradas em 1999 para atender a demanda
suas atribuições legais e políticas, que são: sobre formação de conselheiros que vinha se configurando des-
- atuar na formulação de estratégias de operacionalização da de a realização do I Congresso Nacional de Conselhos de Saúde,
política de saúde; e em abril de 1995, na cidade de Salvador – BA (CONGRESSO...,
- atuar no controle social da execução da política de saúde. 1995). Depois de formuladas e aprovadas no Conselho Nacional
Essa busca vem sendo legitimada nas reuniões dos Conselhos de Saúde, passaram a ser o maior referencial para as iniciativas de
de Saúde, nos encontros e plenárias regionais, estaduais e nacio- capacitação de conselheiros de saúde em todo o território nacional.
nais de conselhos e conselheiros. Passa também por permanentes Entretanto, da sua concepção até hoje, fatos novos ocorreram
negociações entre os interesses específicos de cada segmento re- e que precisavam ser considerados para efeito de qualquer discus-
presentado no Conselho de Saúde e por maior clareza nas relações são sobre o fortalecimento do controle social no SUS. Foram rea-
entre o controle social e o gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) lizadas, por exemplo, Conferências Nacionais de Saúde e diversas
em cada esfera de atuação – municipal, estadual e nacional – e Conferências Temáticas que trazem em seus relatórios propostas
outras instâncias da política de saúde. Nesse contexto, cidadania e importantes e abrangentes que devem ser contempladas na forma-
saúde compreendem direitos sociais, aspectos legais e conceituais, ção para o controle social no Sistema Único de Saúde.
que são pontos de apoio para a construção da intersetorialidade. Com o objetivo de ampliar o conhecimento junto à sociedade
Por conta disso, aumentam as solicitações dos Conselhos de e as informações sobre os princípios, as diretrizes e o modo de
Saúde de todas as regiões do País por informações e diretrizes que organização do Sistema Único de Saúde, a 11.ª Conferência Na-
venham balizar o processo de educação permanente e contribuir cional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2001) e a 12.ª Conferência
para a efetividade do controle social no SUS. Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005) propuseram que
O Conselho Nacional de Saúde, em 1999, discutiu e deliberou fosse articulada, pactuada e implementada uma política de edu-
pela formulação de diretrizes gerais para a capacitação de Conse- cação permanente para o controle social no SUS, envolvendo os
lheiros de Saúde. O documento foi, então, elaborado com a parti- conselheiros de saúde, para atuarem no controle social e também
cipação de representantes do Programa de Educação em Saúde, da serem, se necessário, multiplicadores das iniciativas de formação
Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, de uni- de outros sujeitos sociais.
versidades, de organizações nãogovernamentais, de trabalhadores, Logo, uma política para um público mais abrangente, objeti-
das Secretarias de Saúde e dos Conselhos Estaduais e Municipais vando possibilitar, tanto aos conselheiros como aos representantes
de Saúde que possuíam experiências em atividades de capacitação da sociedade, a participação no processo de acompanhamento e de
e teve como título “Diretrizes Nacionais para Capacitação de Con- avaliação das ações e serviços de saúde.
selheiros de Saúde”. O Conselho Nacional de Saúde promoveu a atualização des-
Entretanto, para atender as orientações da 11.ª Conferência sas diretrizes para atender as deliberações da 11.ª Conferência Na-
Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2001) e 12.ª Conferência cional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2001) e da 12.ª
Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005), o Grupo de Tra- Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005)
balho de Capacitação de Conselheiros de Saúde, instituído pelo e as contidas nos relatórios das Conferências Temáticas. Assim,
Conselho Nacional de Saúde em sua 143.ª Reunião Ordinária, em as questões sobre capacitação de conselheiros de saúde estão in-
2004 (REUNIÃO..., 2004), e reestruturado na 152.ª Reunião Or- corporadas ao processo de educação permanente para o controle
dinária, em 2005 (REUNIÃO..., 2005), realizou a atualização do social no SUS. O que significa dizer que toda e qualquer iniciativa
documento na perspectiva de educação permanente para o controle de formação para o controle social deve:
social no SUS. a) priorizar os conselheiros de saúde e outros sujeitos sociais;
Para efeito dessas diretrizes, considera-se educação perma- b) considerar o mundo de significação – familiar, social e pro-
nente para o controle social no SUS, os processos formais de trans- fissional – dos participantes, utilizando-se de recursos voltados à
missão e construção de conhecimentos por meio de encontros, refl exão crítica do conhecimento, habili13 dades, atitudes, hábitos
cursos, oficinas de trabalho, seminários e o uso de metodologias e convicções para que possam efetivamente exercer a sua cidada-
de educação à distância, bem como os demais processos partici- nia.

Didatismo e Conhecimento 5
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Desse modo, todas as alterações procedidas no documento “Di- As dificuldades para que os Conselhos de Saúde exerçam suas
retrizes Nacionais para a Capacitação de Conselheiros de Saúde” atribuições, definidas e garantidas pela legislação, têm sido res-
(BRASÍLIA, 1999), publicado em 1999, estiveram voltadas para: saltadas e debatidas por organizações governamentais, não-gover-
a) a garantia da capacitação de conselheiros de saúde; namentais e pelos próprios Conselhos de Saúde. Essas iniciativas
b) a ampliação do processo da capacitação para a educação resultam no desenvolvimento de experiências que contribuem para
permanente para o controle social no SUS; a atuação na formulação de estratégias, de diretrizes, no controle
c) a inclusão de outros sujeitos sociais no processo de educa- da execução das políticas e nas deliberações acatadas pelo ges-
ção permanente para o controle social no SUS; tor. Configurando-se assim, o fortalecimento do controle social no
d) o envolvimento de sujeitos sociais, de conselheiros de saú- SUS.
de ou ex-conselheiros que possuem experiência em educação po- Os resultados de experiências realizadas em vários estados,
pular e participação nos Conselhos de Saúde; municípios e Distrito Federal, por iniciativa do governo e da so-
e) a ampliação da concepção do conceito de cidadania confor- ciedade civil voltadas para o controle social do SUS, têm demons-
me previsto na Constituição Federal; trado que, apesar das dificuldades peculiares à conjuntura social e
f) a ampliação do conceito e da prática da democracia. política de cada realidade, muitos avanços qualitativos ocorreram.
Grupo de Trabalho do Processo de Educação Permanente no Ainda assim, os relatórios das Conferências de Saúde, dos Encon-
Controle Social do SUS/CNS tros Nacionais e Encontros Estaduais de Conselheiros e de Conse-
lhos de Saúde, e das Plenárias de Conselhos de Saúde, enfatizam
3 Justificativa a necessidade do desenvolvimento de atividades de educação per-
manente para controle social no SUS, envolvendo Conselheiros de
É reconhecido por todos a relevância dos Conselhos de Saúde Saúde e demais sujeitos sociais.
na descentralização das ações do SUS, no controle do cumprimen- Ressalta-se que a atuação dos Conselhos de Saúde como
to de seus princípios e na promoção da participação da população órgãos deliberativos, tanto no que diz respeito ao planejamento
na sua gestão. quanto à execução das ações do SUS, mostra-se de fundamental
Em seu processo de consolidação no âmbito das políticas pú- importância no dimensionamento das dificuldades e possibilida-
blicas, os Conselhos de Saúde, como instâncias colegiadas e deli- des de efetivação das políticas de saúde voltadas para a cidadania,
berativas à estrutura do SUS, representam espaços participativos sobretudo nos momentos em que se discute a ampliação da partici-
nos quais emerge uma nova cultura política, configurando-se como pação social nas instâncias de governo.
uma prática na qual se faz presente o diálogo, a contestação e a
Nesse sentido, é oportuno desencadear processos de educação
negociação a favor da democracia e da cidadania.
permanente para o controle social no SUS que possibilite à socie-
A dinâmica de funcionamento dos Conselhos de Saúde é esta-
dade, além da compreensão da estrutura e funcionamento do SUS
belecida nas relações entre usuários, gestores, prestadores de ser-
e do processo de construção do modelo assistencial voltado aos
viço e trabalhadores de saúde, sendo, portanto, suas deliberações,
seus princípios e diretrizes, um entendimento ampliado de saúde.
em geral, resultado de negociações que contemplam a diferença
Sendo, desse modo, possível uma maior articulação intersetorial
de interesses de cada segmento e representações. Garantem, ainda,
para que as ações dos Conselhos de Saúde possam ser caracte-
transparência de relação entre os distintos grupos que o consti-
rizadas como de formulação e deliberação de políticas públicas
tuem, no trato das questões de saúde sob sua avaliação, e que refor-
çam a necessidade de interatividade desses segmentos. comprometidas com a qualidade de vida da população brasileira.
Essas relações que têm como contexto a representatividade, Processos de educação permanente para o controle social no
a qualificação e a capacidade de formulação de seus membros, a SUS devem ter como nível de abrangência a sociedade, na qual o
visibilidade de suas propostas, a transparência de sua atuação, a cidadão tem o direito de conhecer, propor, fiscalizar e contribuir
permeabilidade e a comunicação com a sociedade vão definir em para o fortalecimento do controle social no SUS e o aperfeiçoa-
cada Conselho de Saúde a qualidade de sua ação. mento dos Conselhos de Saúde, como instâncias deliberativas da
É possível observar que o desempenho dos Conselhos de Saúde – política de saúde, promovendo, assim, a superação dos limites de
espaços de consolidação da cidadania – está relacionado à maneira como sua atuação enquanto meros legitimadores de propostas aparente-
seus integrantes se articulam com as bases sociais, como transformam mente complexas, de domínio dos técnicos e políticos mais expe-
os direitos e as necessidades de seus segmentos em demandas e projetos rientes. É, pois, de fundamental importância uma política voltada
de interesse público e como participam da deliberação da política de para o controle social, de iniciativa de cada Conselho de Saúde, e
saúde a ser adotada em cada esfera de governo. que garanta a atualização de demandas de informações sobre ques-
Em face da diversidade que ocorre no processo de desenvol- tões apresentadas como temas da agenda política do SUS.
vimento da organização dos movimentos sociais e de mobilização É, pois, de responsabilidade intransferível dos Conselhos de
das forças políticas nos estados, municípios e Distrito Federal, a Saúde as ações de educação permanente para o controle social
atuação dos Conselhos de Saúde no direcionamento das políticas no SUS, de seus conselheiros. Quanto às iniciativas de educação
de saúde deve promover a mesma oportunidade de acesso de to- permanente para o controle social no SUS, dos sujeitos sociais,
das as representações da sociedade às informações sobre o SUS, poderão ser desenvolvidas por instituições e entidades parceiras
quer seja de ordem técnico-normativa, quer de ordem econômico- dos Conselhos de Saúde. Porém precisam estar direcionadas
-jurídica. De igual forma deve promover a avaliação de como as para a socialização das informações, dos conhecimentos e para a
informações são entendidas e utilizadas para fundamentar as con- efetividade do controle social, reiteradas nos textos da legislação
quistas de cada segmento e, principalmente, a luta pela garantia vigente, no acúmulo de experiências políticas e em consonância
dos princípios do SUS. com estas diretrizes.

Didatismo e Conhecimento 6
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
A partir dessa visão, devem ser elaboradas pelos Conselhos demandas oriundas das mudanças conjunturais, torna-se necessá-
de Saúde e deliberadas as respectivas políticas e planos de ação rio que o processo de educação permanente para o controle social
sobre o processo de educação permanente para o controle social esteja em constante construção e atualização.
no SUS, com definição de valores orçamentários, sistemas de mo- A operacionalização do processo de educação permanente
nitoramento e de avaliação. para o controle social no SUS deve considerar a seleção, prepa-
ração do material e a identificação de sujeitos sociais que tenham
4 Objetivos condições de transmitir informações e possam atuar como facili-
tadores e incentivadores das discussões sobre os temas a serem
A implantação da política de educação permanente para o tratados. Para isso é importante:
controle social no SUS comprometida com a garantia dos direitos - identificar as parcerias a serem envolvidas, como: univer-
sociais, com o fortalecimento dos Conselhos de Saúde e com o sidades, núcleos de saúde, escolas de saúde pública, técnicos e
envolvimento de outros sujeitos sociais deve ter como objetivos: especialistas autônomos ou ligados a instituições, entidades dos
a) oportunizar aos Conselheiros de Saúde e demais represen- segmentos sociais representados nos Conselhos, Organização Pan-
tantes da sociedade brasileira condições de acesso às informações -Americana da Saúde (Opas), Fundo das Nações Unidas para a In-
e aos conhecimentos sobre o SUS para o exercício da cidadania, fância (Unicef), Organização das Nações Unidas para a Educação,
a partir da compreensão de que as ações e serviços de saúde são a Ciência e a Cultura (Unesco), Instituto Brasileiro de Adminis-
direitos constitucionais, que representam retorno dos tributos e tração Municipal (Ibam), Associação Brasileira de Pós-Graduação
contribuições sociais, que são pagos ao Estado; em Saúde Coletiva (Abrasco) e outras organizações da sociedade
b) discutir as diretrizes, as políticas e os princípios do SUS, que atuem na área de saúde. Na identificação e articulações das
que definem o modelo de atenção à saúde, a efetivação de sua ges- parcerias, deve ficar clara a atribuição dos conselhos, conselheiros
tão nos diversos níveis, papel das Comissões Intergestores e dos e parceiros;
Conselhos de Saúde, as metas a serem alcançadas e os obstáculos - realizar as atividades de educação permanente para os con-
reais que dificultam a sua efetivação; selheiros e os demais sujeitos sociais de acordo com a realidade
c) fortalecer a atuação dos conselheiros de saúde e sujeitos so- local, garantindo uma carga horária que possibilite a participação
ciais como articuladores da participação da sociedade no processo e a ampla discussão dos temas, democratização das informações
de implementação do SUS; e a utilização de técnicas pedagógicas para o controle social que
d) propiciar aos conselheiros de saúde e demais representantes facilitem a construção dos conteúdos teóricos e, também, a intera-
da sociedade a compreensão do espaço dos Conselhos como locus ção do grupo.
de manifestação de interesses plurais freqüentemente confl itantes Sugere-se que as atividades de educação permanente para o
e negociáveis, tendo como horizonte as políticas públicas e de saú- controle social no SUS sejam enfocadas em dois níveis: um geral,
de congruentes com os princípios do SUS; garantindo a representação de todos os segmentos, e outro especí-
e) desenvolver estratégias que promovam o intercâmbio de fico, que poderá ser estruturado e oferecido de acordo com o inte-
experiências entre as instâncias do controle social do SUS e o in- resse ou a necessidade dos segmentos que compõem os Conselhos
cremento da articulação com suas bases; de Saúde e os demais órgãos da sociedade.
f) contribuir para a formação de uma consciência sanitária que Para promover o alcance dos objetivos do processo de edu-
considere a compreensão ampliada de saúde e contemple sua arti- cação permanente para o controle social no SUS, recomenda-se
culação intersetorial com outras áreas das políticas públicas; a utilização de metodologias que busquem a construção coletiva
g) contribuir para a estruturação e articulação de canais perma- de conhecimentos, baseada na experiência do grupo, levando-se
nentes de informações sobre os instrumentos legais – leis, normas, em consideração o conhecimento como prática concreta e real dos
decretos e outros documentos presentes na institucionalização do sujeitos a partir de suas vivências e histórias. Metodologias essas
SUS – alimentados pelos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, que ultrapassem as velhas formas autoritárias de lidar com a apren-
Municipais, do Distrito Federal, entidades e instituições; dizagem e muitas vezes utilizadas como, por exemplo, a da comu-
h) contribuir para formação de formadores e de multiplicado- nicação unilateral, que transforma o indivíduo num mero receptor
res para o controle social; de teorias e conteúdos.
i) propiciar discussões referentes ao controle público externo; e Recomenda-se, também, a utilização de dinâmicas que propi-
j) aprofundar os debates das Diretrizes Nacionais de Educação ciem um ambiente de troca de experiências, de reflexões pertinen-
Permanente do Conselho Nacional de Saúde junto aos Conselhos tes à atuação dos Conselheiros de Saúde e dos sujeitos sociais e de
de Saúde. técnicas que favoreçam a sua participação e integração, como, por
exemplo, reuniões de grupo, plenárias, estudos dirigidos, seminá-
5 Estratégias operacionais e metodológicas para o controle rios, oficinas, todos envolvendo debates.
social A 12.ª Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA...,
2005) recomendou a realização de ações para educação perma-
Recomenda-se que o processo de educação permanente para nente e propôs que as atividades do Conselheiro de Saúde fossem
o controle social no SUS ocorra de forma descentralizada, respei- consideradas de relevância pública. Essa proposição foi contem-
tando as especificidades e condições locais a fim de que possa ter plada na Resolução n.º 333/2003 (BRASIL, 2003c), aprovada pelo
maior efetividade. Conselho Nacional de Saúde, que garante ao Conselheiro de Saúde
Considerando que os membros do Conselho de Saúde reno- a dispensa, sem prejuízo, do seu trabalho, para participar das reu-
vam-se periodicamente e outros sujeitos sociais alternam-se em niões, eventos, capacitações e ações específicas do Conselho de
suas representações, e o fato de estarem sempre surgindo novas Saúde.

Didatismo e Conhecimento 7
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Assim, o processo proposto, especialmente, no que diz res- b) Promover o apoio à produção de materiais didáticos desti-
peito aos Conselhos de Saúde deve dar conta da intensa renovação nados às atividades de educação permanente para o controle social
de Conselheiros de Saúde, que ocorre em razão do final dos man- no SUS, ao desenvolvimento e utilização de métodos, técnicas e
datos, ou por decisão da instituição ou entidade de substituir o seu fomento à pesquisa que contribuam para esse processo.
representante. Isto requer, no mínimo, a oferta de material básico
informativo, uma capacitação inicial promovida pelo Conselho de 6.2 Ministério da Saúde
Saúde e a garantia de mecanismos que disponibilizem informações
aos novos Conselheiros. a) Incentivar e apoiar, inclusive nos aspectos financeiros e
Sugestões de material de apoio: técnicos, as instâncias estaduais, municipais e do Distrito Federal
- Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas para o processo de elaboração e execução da política de educação
(ONU); permanente para o controle social no SUS;
- Declaração dos Direitos da Criança e Adolescente (Unicef); b) Manter disponível e atualizado o acervo de referências so-
- Declaração de Otawa, Declaração de Bogotá e outras; bre saúde e oferecer material informativo básico e audiovisual que
- Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2003) – Capítulo propicie a veiculação de temas de interesse geral em saúde, tais
da Ordem Social; como: legislação, orçamento, direitos em saúde, modelo assisten-
cial, modelo de gestão e outros.
- Leis Federais: 8.080/90 (BRASIL, 1990a), 8.142/90 (BRA-
SIL, 1990b), 8.689/93 (BRASIL, 1993), 9.656/98 (BRASIL,
6.3 Conselho Nacional de Saúde
1998) e respectivas Medidas Provisórias;
- Relatórios das Conferências Nacionais de Saúde;
a) Elaborar, em conjunto com o Ministério da Saúde, a políti-
- Normas Operacionais do SUS; ca nacional e o plano de ação sobre o processo de educação perma-
- Princípios e Diretrizes para a Gestão do Trabalho (NOB/ nente para o controle social no SUS e deliberar sobre a respectiva
RH – SUS), 2005 (BRASIL, 2005), Diretrizes e Competências da política e plano de ação, com definição de valores orçamentários e
Comissão Intergestora Tripartite (CIT), Comissões Intergestoras sistemas de monitoramento e avaliação;
Bipartites (CIBs) e das Condições de Gestão dos Estados e Mu- b) Manter disponível e atualizado, na sua sede, o acervo de
nicípios; referências sobre o controle social;
- Constituição do Estado e Leis Orgânicas do Estado, do Dis- c) Instituir mecanismos de divulgação e troca de experiências
trito Federal e Município; sobre o processo de educação permanente para o controle social no
- Seleção de Deliberações do Conselho Estadual de Saúde SUS de conselheiros, por meio de:
(CES), Conselho Municipal de Saúde (CMS) e pactuações das Co- - espaço na página do Conselho Nacional de Saúde na inter-
missões Intergestoras Tripartite e Bipartite; net;
- Resoluções e deliberações do Conselho de Saúde relaciona- - espaço no Jornal do Conselho Nacional de Saúde;
das à Gestão em Saúde: Plano de Saúde, Financiamento, Normas, - relatos de experiências apresentados em diversos eventos
Direção e Execução, Planejamento – que compreende programa- nacionais de saúde;
ção, orçamento, acompanhamento e avaliação; - apoio à realização de Plenárias Nacionais de Conselhos de
- Resolução do Conselho Nacional de Saúde n.º 333/2003 Saúde, Encontros Nacionais de Conselheiros de Saúde, bem como
(BRASIL, 2003c), Resolução n.º 322/2003 (BRASIL, 2003b), Re- impressão e distribuição dos seus documentos, relatórios ou anais;
solução n.º 196/96 (BRASIL, 1996) e outras correspondentes com - promoção de cursos, seminários e eventos relacionados ao
mesmo mérito, e deliberações no campo do controle social – for- controle social e democracia participativa; e
mulação de estratégias e controle da execução pelos Conselhos de - divulgação de experiências exitosas sobre controle social.
Saúde e pela sociedade. d) Aprovar os materiais didáticos destinados às atividades de
A definição dos conteúdos básicos de educação permanente educação permanente para o controle social no SUS;
para o controle social no SUS deve ser objeto de deliberação pe- e) Propor, em conjunto com os Conselhos Estaduais e Muni-
cipais de Saúde, e Conselho de Saúde do Distrito Federal, meca-
los plenários dos Conselhos de Saúde nas suas respectivas esferas
nismos de acompanhamento e avaliação que permitam a conso-
governamentais.
lidação de resultados e estudos comparativos de experiências de
Recomenda-se que, para esse processo, seja prevista a criação
educação permanente desenvolvidos nos estados, municípios e
de instrumentos de acompanhamento e avaliação dos resultados
Distrito Federal;
das atividades. f) Acompanhar, monitorar e avaliar, com os Conselhos Esta-
duais de Saúde, Conselho de Saúde do Distrito Federal e Con-
6 Responsabilidades selhos Municipais de Saúde, o processo de educação permanente
desenvolvidos no País.
6.1 Esferas governamentais
6.4 Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito
Compete ao Estado, nas três esferas do governo: Federal
a) Oferecer todas as condições necessárias para que o proces-
so de educação permanente para o controle social ocorra, garantin- a) Viabilizar, no âmbito de sua esfera de governo, recursos
do o pleno funcionamento dos Conselhos de Saúde e a realização financeiros, materiais e humanos para a execução das atividades
das ações para a educação permanente e controle social dos demais relacionadas com a educação permanente para o controle social
sujeitos sociais. no SUS;

Didatismo e Conhecimento 8
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
b) Apoiar financeira e tecnicamente a realização e a participa-
ção de conselheiros de saúde em eventos sobre o controle social 3 RESOLUÇÃO 453/2012 DO CONSELHO
no SUS. NACIONAL DA SAÚDE.
6.5 Conselhos de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito
Federal

a) Elaborar, em conjunto com a Secretaria de Saúde, a polí- Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012.
tica e o plano de ação do processo de educação permanente para
o controle social no SUS, e deliberar sobre a respectiva política e O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducen-
plano de ação, em sintonia com política nacional, com definição de tésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias
valores orçamentários e sistemas de monitoramento e avaliação; 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas competências regimentais
b) Desenvolver o processo de educação permanente para o e atribuições conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de
controle social no SUS, considerando as especificidades locais; 1990, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo De-
c) Estabelecer, parcerias com instituições e entidades locais, creto no 5.839, de 11 de julho de 2006, e
para a realização do processo de educação permanente para o con- Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde,
trole social no SUS, em conformidade nas três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos
com estas diretrizes; de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saú-
d) Promover, com instituições e entidades, processo de comu- de, nas 9a, 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, e nas Confe-
nicação, informação e troca de experiências sobre educação per- rências Estaduais, do Distrito Federal e Municipais de Saúde;
manente para o controle social no SUS; Considerando a experiência acumulada do Controle Social
e) Viabilizar a realização de eventos sobre o controle social da Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da
no SUS; e Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos
f) garantir a participação de conselheiros de Saúde em eventos Estaduais e Municipais referentes às propostas de composição, or-
do controle social. ganização e funcionamento, conforme o § 5o inciso II art. 1o da
Destaca-se que os processos autônomos de educação perma- Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990;
nente para o controle social do SUS e a mobilização de represen- Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no
tantes, por parte das entidades com participação no Conselho de 333/03 realizada nos espaços de Controle Social, entre os quais se
Saúde, devem ser reconhecidos e incentivados. destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde;
Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar e
7 Mecanismos de acompanhamento e avaliação acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos
Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das Conferências de
Considerando os objetivos propostos pelo processo de edu- Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde;
cação permanente para o controle social no SUS, é importante Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela
garantir que as atividades de acompanhamento e avaliação sejam efetiva participação da sociedade civil organizada, representam
polos de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas esfe-
desenvolvidas para oferecer subsídios às etapas de adequação e
ras da ação do Estado; e
aperfeiçoamento desse processo. No que se refere à definição das
Considerando o que disciplina a Lei Complementar no 141,
atividades de educação permanente para o controle social, as estra-
de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de
tégias adotadas devem possibilitar o acompanhamento e avaliação
2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde.
contínuos durante a execução e não somente no seu final, incluin-
Resolve:
do a participação dos sujeitos sociais envolvidos nesse processo.
No tocante à avaliação, esta deverá ter como base os objetivos
Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação,
alcançados, conteúdos desenvolvidos, metodologias aplicadas, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde:
troca de experiências e, principalmente, o reflexo nas deliberações
do Conselho de Saúde e participação da população na gestão do Da definição de conselho de saúde
SUS. Os mecanismos de acompanhamento e avaliação adotados
devem estar voltados tanto para o processo de educação permanen- Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância cole-
te para o controle social no SUS em si, quanto para seus resultados. giada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS)
Sobre os resultados, deve-se enfatizar a necessidade da rea- em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional
lização de estudos que possam identificar o impacto das ações de do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do
educação permanente para o controle social no SUS, além de es- Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização
tudos sobre a prática, atuação e a contribuição dos Conselheiros e competência fixadas na Lei no 8.142/90. O processo bem-su-
de Saúde e dos demais sujeitos sociais para o fortalecimento da cedido de descentralização da saúde promoveu o surgimento de
organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde. Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de
Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais
Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera
correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços insti-
tuídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na
administração da saúde.

Didatismo e Conhecimento 9
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o f) entidades de aposentados e pensionistas;
Conselho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias g) entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais,
e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais;
seus aspectos econômicos e financeiros. h) entidades de defesa do consumidor;
i) organizações de moradores;
Da instituição e reformulação dos conselhos de saúde j) entidades ambientalistas;
k) organizações religiosas;
Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é esta- l) trabalhadores da área de saúde: associações, confedera-
belecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, ções, conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindi-
obedecida a Lei no 8.142/90. catos, obedecendo as instâncias federativas;
Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos m) comunidade científica;
de Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios da demo- n) entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais
cracia, deverá acolher as demandas da população aprovadas nas campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento;
Conferências de Saúde, e em consonância com a legislação. o) entidades patronais;
p) entidades dos prestadores de serviço de saúde; e
A organização dos conselhos de saúde q) governo.

Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, ga- IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Con-
rantida na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância selho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, con-
privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, delibe- forme processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movi-
ração, avaliação e fiscalização da implementação da Política de mentos e instituições e de acordo com a sua organização, com a
Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. A recomendação de que ocorra renovação de seus representantes.
legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de repre-
em relação ao conjunto dos demais segmentos representados. O sentações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao
Conselho de Saúde será composto por representantes de entidades, seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas
instituições e movimentos representativos de usuários, de entida- entidades representativas.
des representativas de trabalhadores da área da saúde, do governo VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autôno-
e de entidades representativas de prestadores de serviços de saú- ma em relação aos demais segmentos que compõem o Conselho,
de, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho, por isso, um profissional com cargo de direção ou de confiança na
em reunião plenária. Nos Municípios onde não existem entidades, gestão do SUS, ou como prestador de serviços de saúde não pode
instituições e movimentos organizados em número suficiente para ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as).
compor o Conselho, a eleição da representação será realizada em VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram
plenária no Município, promovida pelo Conselho Municipal de na autonomia representativa do Conselheiro(a) deve ser avalia-
maneira ampla e democrática. da como possível impedimento da representação de Usuário(a) e
Trabalhador(a), e, a juízo da entidade, indicativo de substituição
I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de do Conselheiro(a).
Saúde e constituído em lei. VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legisla-
II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 tivo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público,
do CNS e consoante com as Recomendações da 10a e 11a Confe- como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde.
rências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou
seguinte forma: em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde
a) 50% de entidades e movimentos representativos de usuá- assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização
rios; da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus
b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores da objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O
área de saúde; mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não
c) 25% de representação de governo e prestadores de servi- houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funciona-
ços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. mento.
III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não
terá como critério a representatividade, a abrangência e a comple- serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância
mentaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo
Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais, apli- para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, en-
cando o princípio da paridade, serão contempladas, dentre outras, tidades competentes e instituições, o Conselho de Saúde emitirá
as seguintes representações: declaração de participação de seus membros durante o período das
a) associações de pessoas com patologias; reuniões, representações, capacitações e outras atividades especí-
b) associações de pessoas com deficiências; ficas.
c) entidades indígenas; XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos
d) movimentos sociais e populares, organizados (movimen- seus atos conforme legislação vigente.
to negro, LGBT...);
e) movimentos organizados de mulheres, em saúde;

Didatismo e Conhecimento 10
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Estrutura e funcionamento dos conselhos de saúde XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por
meio de resoluções, recomendações, moções e outros atos delibe-
Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão auto- rativos. As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo
nomia administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um pra-
Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e organização zo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido
da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio téc- o prazo mencionado e não sendo homologada a resolução e nem
nico: enviada justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com pro-
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua es- posta de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte,
trutura administrativa e o quadro de pessoal; as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a
II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executi- validação das resoluções, recorrendo à justiça e ao Ministério Pú-
va coordenada por pessoa preparada para a função, para o suporte blico, quando necessário.
técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais,
Municipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas
Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão;
nas leis federais, bem como em indicações advindas das Conferên-
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento;
cias de Saúde, compete:
IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mo-
a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como bilizar e articular a sociedade de forma permanente na defesa dos
base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reu- princípios constitucionais que fundamentam o SUS;
niões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras nor-
mínima de 10 (dez) dias; mas de funcionamento;
V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionaliza-
ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibi- ção das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde;
litem a participação da sociedade; IV - atuar na formulação e no controle da execução da política
VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante de saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e
o funcionamento do Plenário, que, além das comissões interseto- propor estratégias para a sua aplicação aos setores público e pri-
riais, estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões vado;
intersetoriais e grupos de trabalho de conselheiros para ações tran- V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e
sitórias. As comissões poderão contar com integrantes não conse- deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações
lheiros; epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços;
VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora elei- VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do rela-
ta em Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução; tório de gestão;
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompanha-
VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas me-
mento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegia-
diante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes,
dos, a exemplo dos de seguridade social, meio ambiente, justiça,
ressalvados os casos regimentais nos quais se exija quórum espe- educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente e
cial, ou maioria qualificada de votos; outros;
a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediata- VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde;
mente superior à metade dos membros presentes; IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos
b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediata- a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de
mente superior à metade de membros do Conselho; critérios definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os
c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total face ao processo de incorporação dos avanços científicos e tecno-
de membros do Conselho; lógicos na área da Saúde;
IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de X - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização
Saúde preservará o que está garantido em lei e deve ser proposta e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS;
pelo próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum XI - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convê-
qualificado, para depois ser alterada em seu Regimento Interno e nios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Esta-
homologada pelo gestor da esfera correspondente; duais, do Distrito Federal e Municipais;
X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o XII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado cre-
pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, denciado mediante contrato ou convênio na área de saúde;
para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre XIII - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo
em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório
Orçamentárias, observado o princípio do processo de planejamen-
de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos re-
to e orçamento ascendentes, conforme legislação vigente;
cursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como XIV - propor critérios para programação e execução financei-
a produção e a oferta de serviços na rede assistencial própria, con- ra e orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimen-
tratada ou conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei no 8.689/93 tação e destino dos recursos;
e com a Lei Complementar no 141/2012; XV - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de
XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, busca- movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde
rão auditorias externas e independentes sobre as contas e ativida- e os recursos transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito
des do Gestor do SUS; e Federal e da União, com base no que a lei disciplina;

Didatismo e Conhecimento 11
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
XVI - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a
prestação de contas e informações financeiras, repassadas em tem- 4 CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
po hábil aos conselheiros, e garantia do devido assessoramento; ARTIGOS DE 194 A 200.
XVII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações
e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos
órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigente;
XVIII - examinar propostas e denúncias de indícios de irre-
gularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar BRASIL DE 1988
recursos a respeito de deliberações do Conselho nas suas respec-
tivas instâncias;
PREÂMBULO
XIX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar
as Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou        
extraordinária e estruturar a comissão organizadora, submeter o Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem-
respectivo regimento e programa ao Pleno do Conselho de Saúde bléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
correspondente, convocar a sociedade para a participação nas pré- destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
-conferências e conferências de saúde; a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
XX - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna,
de Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e com-
e privadas para a promoção da Saúde; prometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica
XXI - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
assuntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvimento CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
do Sistema Único de Saúde (SUS);
XXII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incorpo- CAPÍTULO II
ração científica e tecnológica, observados os padrões éticos com-
DA SEGURIDADE SOCIAL
patíveis com o desenvolvimento sociocultural do País;
XXIII - estabelecer ações de informação, educação e comuni-
cação em saúde, divulgar as funções e competências do Conselho SEÇÃO I
de Saúde, seus trabalhos e decisões nos meios de comunicação, DISPOSIÇÕES GERAIS
incluindo informações sobre as agendas, datas e local das reuniões
e dos eventos; Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto inte-
XXIV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação per- grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
manente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social e à assistência social.
do SUS; Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,
XXV - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemá- organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
tico com os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e I - universalidade da cobertura e do atendimento;
Legislativo, meios de comunicação, bem como setores relevantes II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
não representados nos conselhos;
populações urbanas e rurais;
XXVI - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em
pesquisas aprovadas pelo CNS; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefí-
XXVII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão cios e serviços;
do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
XXVIII - acompanhar a implementação das propostas cons- V - equidade na forma de participação no custeio;
tantes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e VI - diversidade da base de financiamento;
XXIX - atualizar periodicamente as informações sobre o Con- VII - caráter democrático e descentralizado da administração,
selho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado-
Saúde (SIACS). res, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de 4 de novembro colegiados.
de 2003.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a so-
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA ciedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
Presidente do Conselho Nacional de Saúde
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Homologo a Resolução CNS no 453, de 10 de maio de Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
2012, nos termos do Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006. sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA na forma da lei, incidentes sobre:
Ministro de Estado da Saúde a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos
ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste ser-
Republicada por ter saído com incorreção no original, viço, mesmo sem vínculo empregatício;
publicado no Diário Oficial da União nº 109, Seção 1, página b) a receita ou o faturamento;
138. c) o lucro;

Didatismo e Conhecimento 12
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência SEÇÃO II
social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão DA SAÚDE
concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o
art. 201; Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garan-
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. tido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
quem a lei a ele equiparar. igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e re-
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos cuperação.
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos
respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú-
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa
metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias,     física ou jurídica de direito privado.
assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma
social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
ou creditícios.
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go-
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir
verno;
a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o dis-
posto no art. 154, I. II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente III - participação da comunidade.
fonte de custeio total. § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da pu- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de
blicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes outras fontes.
aplicando o disposto no art. 150, III, “b”. § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde
as entidades beneficentes de assistência social que atendam às recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados
exigências estabelecidas em lei. sobre:
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei com-
e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que plementar prevista no § 3º;
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da ar-
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social recadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzi-
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos das as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
da lei. III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recur-
deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, sos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão- § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada
de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado cinco anos, estabelecerá:
de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de I - os percentuais de que trata o § 2º
2005)
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos
à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
para o sistema único de saúde e ações de assistência social da
cípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios,
União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida
de recursos. III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despe-
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das sas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela
para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. União.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate
caput, serão não-cumulativas. às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na específicos para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucio-
forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. nal nº 51, de 2006)

Didatismo e Conhecimento 13
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a 5 LEI ORGÂNICA DA SAÚDE -
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e LEI NO 8.080/1990, LEI NO 8.142/1990
agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos E DECRETO PRESIDENCIAL NO 7.508,
da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao DE 28 DE JUNHO DE 2011.
Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63,
de 2010)
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º
do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descum- A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido me-
primento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação,
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. sendo de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamen-
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes tação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita dire-
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo tamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa física ou
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. jurídica de direito privado.
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios A Lei nº 8.080/90 dispõe sobre as condições para a promo-
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. ção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcio-
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas namento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos Vigorando em todo o território nacional, para qualquer ação ou
casos previstos em lei. serviço de saúde realizado por pessoas ou empresas.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO 1990.
fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
vedado todo tipo de comercialização. peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
atribuições, nos termos da lei: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
cias de interesse para a saúde e participar da produção de medica-
mentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações
bem como as de saúde do trabalhador; e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca-
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saú- ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de
de; direito Público ou privado.
IV - participar da formulação da política e da execução das
ações de saneamento básico; Nas disposições gerais trata da regulamentação das obriga-
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento ções do Estado em relação à saúde da população. Sobretudo por-
científico e tecnológico; que financiamos este Sistema (SUS) através dos impostos arreca-
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o con- dados diretamente pelo Estado.
trole de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para con-
sumo humano; TÍTULO I
VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
tóxicos e radioativos; Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele com- vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
preendido o do trabalho. exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
formulação e execução de políticas econômicas e sociais que
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção
e recuperação.

Didatismo e Conhecimento 14
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
das empresas e da sociedade. II - a participação na formulação da política e na execução de
ações de saneamento básico;
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicio- III - a ordenação da formação de recursos humanos na área
nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bási- de saúde;
co, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele com-
da população expressam a organização social e econômica do País. preendido o do trabalho;
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações VI - a formulação da política de medicamentos, equipamen-
que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir tos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e
às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental a participação na sua produção;
e social. VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e subs-
tâncias de interesse para a saúde;
Constituem o Sistema Único de Saúde (SUS) as ações e os VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas
serviços de saúde de instituições públicas federais, estaduais para consumo humano;
e municipais, da Administração direta e indireta e Fundações IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
mantidas pelo Poder Público. transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati-
vos, tóxicos e radioativos;
TÍTULO II X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE científico e tecnológico;
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR XI - a formulação e execução da política de sangue e seus
derivados.
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de
da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente,
Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições interesse da saúde, abrangendo:
públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen-
pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. processos, da produção ao consumo; e
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único II - o controle da prestação de serviços que se relacionam di-
de Saúde (SUS), em caráter complementar. reta ou indiretamente com a saúde.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de
A saúde tem como fatores determinantes a alimentação, a ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
a organização social e econômica do País. Seus objetivos e atri- § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei,
buições são: um conjunto de atividades que se destina, através das ações de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
CAPÍTULO I proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação
Dos Objetivos e Atribuições e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e
agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e ou portador de doença profissional e do trabalho;
determinantes da saúde; II - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni-
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, co de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle
nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de
do art. 2º desta lei; trabalho;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de pro- III - participação, no âmbito de competência do Sistema Úni-
moção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integra- co de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das
da das ações assistenciais e das atividades preventivas. condições de produção, extração, armazenamento, transporte, dis-
tribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
Único de Saúde (SUS): IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saú-
I - a execução de ações: de;
a) de vigilância sanitária; V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade
b) de vigilância epidemiológica; sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho,
c) de saúde do trabalhador; e doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fis-

Didatismo e Conhecimento 15
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
calizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar du-
periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profis- plicidade de meios para fins idênticos.
sional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos Os serviços de saúde serão organizados de forma regionali-
serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas pú- zada e hierarquizada em nível de complexidade crescente. E sua
blicas e privadas; Direção, conforme o inciso I do art. 198 da Constituição Federal
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças origina- é única, exercida no âmbito da União pelo Ministério da Saúde
das no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração e no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
das entidades sindicais; e pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. Os
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer Municípios podem constituir consórcios para desenvolver servi-
ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ços de saúde.
ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional,
iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos
Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas
da sociedade civil. Essas comissões articulam as seguintes polí-
Para prover as condições à saúde da população, o Estado ticas e programas: alimentação e nutrição; saneamento e meio
deve oferecer condições que assegurem “acesso universal e igua- ambiente; vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; recursos
litário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e humanos; ciência e tecnologia; e saúde do trabalhador.
recuperação”. É neste ponto que passa a considerar o Sistema São necessárias comissões permanentes de integração en-
Único de Saúde (SUS), com relação a seus princípios e diretrizes. tre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional
e superior, cuja finalidade é propor prioridades, métodos e es-
CAPÍTULO II tratégias para a formação e educação continuada dos recursos
Dos Princípios e Diretrizes humanos do SUS.

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri- CAPÍTULO III


vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único Da Organização, da Direção e da Gestão
de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes
previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema
aos seguintes princípios: Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma
níveis de assistência; regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescen-
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto ar- te.
ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única,
de complexidade do sistema; de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
integridade física e moral; I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respecti-
privilégios de qualquer espécie; va Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saú- III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de
de; Saúde ou órgão equivalente.
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos servi-
ços de saúde e a sua utilização pelo usuário; Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para de-
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; correspondam.
VIII - participação da comunidade; § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais
IX - descentralização político-administrativa, com direção o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos
única em cada esfera de governo: disporão sobre sua observância.
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS),
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú- poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular
de; recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ações de saúde.
ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate- Art. 11. (Vetado).
riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da po- Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito na-
pulação; cional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades represen-
de assistência; e tativas da sociedade civil.

Didatismo e Conhecimento 16
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade § 2o  Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias
Único de Saúde (SUS). referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao
Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das Lei nº 12.466, de 2011)
comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes ati-
vidades: CAPÍTULO IV
I - alimentação e nutrição; Da Competência e das Atribuições
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; Seção I
IV - recursos humanos; Das Atribuições Comuns
V - ciência e tecnologia; e
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
VI - saúde do trabalhador.
pios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atri-
buições:
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de inte-
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avalia-
gração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino pro-
ção e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
fissional e superior. II - administração dos recursos orçamentários e financeiros
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finali- destinados, em cada ano, à saúde;
dade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de
educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de saúde da população e das condições ambientais;
Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à IV - organização e coordenação do sistema de informação de
pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições. saúde;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-
Art. 14-A.  As Comissões Intergestores Bipartite e Triparti- drões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a as-
te são reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre sistência à saúde;
gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-
Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011) drões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
Parágrafo único.  A atuação das Comissões Intergestores Bi- VII - participação de formulação da política e da execução das
partite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recupera-
de 2011) ção do meio ambiente;
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e ad- VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
ministrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade IX - participação na formulação e na execução da política de
com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;
aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de
de 2011) Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermu- XI - elaboração de normas para regular as atividades de ser-
nicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de viços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;
saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e XII - realização de operações externas de natureza financeira
à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
pela Lei nº 12.466, de 2011) XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes
e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de ca-
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitá-
lamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade com-
rio, integração de territórios, referência e contrarreferência e de-
petente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar
mais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saú-
bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sen-
de entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011)
do-lhes assegurada justa indenização;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Compo-
Art. 14-B.  O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co- nentes e Derivados;
nass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos
(Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente;
entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, prote-
saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função so- ção e recuperação da saúde;
cial, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização
2011) do exercício profissional e outras entidades representativas da so-
§ 1o  O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento ciedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para
geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar pesquisa, ações e serviços de saúde;
no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar XVIII - promover a articulação da política e dos planos de
convênios com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011) saúde;

Didatismo e Conhecimento 17
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscali- de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
zação inerentes ao poder de polícia sanitária; XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âm-
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos bito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios
estratégicos e de atendimento emergencial. e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coorde-
Seção II nar a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território
Da Competência Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e
Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância
compete: epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutri- ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do
ção; controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
II - participar na formulação e na implementação das políticas: que representem risco de disseminação nacional.
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS)
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; compete:
III - definir e coordenar os sistemas: I - promover a descentralização para os Municípios dos servi-
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; ços e das ações de saúde;
b) de rede de laboratórios de saúde pública; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do
c) de vigilância epidemiológica; e Sistema Único de Saúde (SUS);
d) vigilância sanitária; III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e exe-
IV - participar da definição de normas e mecanismos de con- cutar supletivamente ações e serviços de saúde;
trole, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e
decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; serviços:
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para a) de vigilância epidemiológica;
o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar b) de vigilância sanitária;
a política de saúde do trabalhador; c) de alimentação e nutrição; e
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilân- d) de saúde do trabalhador;
cia epidemiológica; V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agra-
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de vos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser comple- VI - participar da formulação da política e da execução de
mentada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; ações de saneamento básico;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o con- VII - participar das ações de controle e avaliação das condi-
trole da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de ções e dos ambientes de trabalho;
consumo e uso humano; VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompa-
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de nhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;
fiscalização do exercício profissional, bem como com entidades re- IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e
presentativas de formação de recursos humanos na área de saúde; gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência esta-
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução dual e regional;
da política nacional e produção de insumos e equipamentos para X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública
a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua orga-
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referên- nização administrativa;
cia nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assis- XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o con-
tência à saúde; trole e avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân- XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suple-
cias de interesse para a saúde; mentar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao substâncias de consumo humano;
Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sani-
atuação institucional; tária de portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Siste- XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos in-
ma Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de dicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade fe-
assistência à saúde; derada.
XV - promover a descentralização para as Unidades Federa-
das e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respecti- Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) com-
vamente, de abrangência estadual e municipal; pete:
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Na- I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os servi-
cional de Sangue, Componentes e Derivados; ços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde;

Didatismo e Conhecimento 18
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
II - participar do planejamento, programação e organização Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política
(SUS), em articulação com sua direção estadual; Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
III - participar da execução, controle e avaliação das ações
referentes às condições e aos ambientes de trabalho; Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições go-
IV - executar serviços: vernamentais e não-governamentais poderão atuar complemen-
a) de vigilância epidemiológica; tarmente no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº
b) vigilância sanitária; 9.836, de 1999)
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração
e) de saúde do trabalhador; a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indíge-
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos nas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que
e equipamentos para a saúde; se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contem-
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente plando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nu-
que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos trição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação
órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para contro- sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
lá-las; 1999)
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigi- ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.
lância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contra- § 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como
tos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei
saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; nº 9.836, de 1999)
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços pri- § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema
vados de saúde; de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adap-
tações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde resi-
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços pú-
dem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o
blicos de saúde no seu âmbito de atuação.
atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reserva-
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao
das aos Estados e aos Municípios.
SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de
acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primá-
Coube a União, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde
ria, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
Indígena. Foram estabelecidos o atendimento domiciliar e a in-
1999)
ternação domiciliar, que são componentes do SUS, bem como o
cumprimento obrigatório da presença, junto à parturiente, de 1 Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar
(um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e
parto e pós-parto imediato. avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional
de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando
CAPÍTULO V for o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) CAPÍTULO VI
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNA-
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o aten- ÇÃO DOMICILIAR
dimento das populações indígenas, em todo o território nacional, (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de
Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluí-
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde do pela Lei nº 10.424, de 2002)
Indígena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e interna-
e definido por esta Lei, e pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de ção domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos
1990, com o qual funcionará em perfeita integração.  (Incluído médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de as-
pela Lei nº 9.836, de 1999) sistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos
pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, finan- § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realiza-
ciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei dos por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da me-
nº 9.836, de 1999) dicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº
10.424, de 2002)

Didatismo e Conhecimento 19
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia
realizados por indicação médica, com expressa concordância do e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, pro-
paciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) vocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
CAPÍTULO VII Parágrafo único.  Em qualquer caso, os medicamentos ou
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURAN- produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados
TE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IME- quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade
DIATO para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) de que trata o protocolo. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde Art. 19-P.  Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêu-
- SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir tica, a dispensação será realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante 2011)
todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada
indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) na Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401,
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos di- de 2011)
reitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma
elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. (Incluído suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas
pela Lei nº 11.108, de 2005) pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo for-
Art. 19-L. (Vetado) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) necimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; (In-
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
CAPÍTULO VIII III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar,
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores
municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORA- pactuada no Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº
ÇÃO DE 12.401, de 2011)
TECNOLOGIA EM SAÚDE
Art. 19-Q.  A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo
Art. 19-M.  A assistência terapêutica integral a que se refere SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem
a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei nº como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de di-
12.401, de 2011) retriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assesso-
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para rado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretri- SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
zes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o § 1o  A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em confor- SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento,
midade com o disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo
de 2011) Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialis-
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domi- ta na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. (Incluído
ciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pela Lei nº 12.401, de 2011)
pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados § 2o  O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de
no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contra- Tecnologias no SUS levará em consideração, necessariamente: (In-
tado. cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efe-
Art. 19-N.  Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são ado- tividade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento
tadas as seguintes definições:  objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o registro
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
coletoras e equipamentos médicos;  II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que
estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar,
saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais quando cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
produtos apropriados, quando couber; as posologias recomenda-
das; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e Art. 19-R.  A incorporação, a exclusão e a alteração a que se
a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de pro-
gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) cesso administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180
(cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o
Art. 19-O.  Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos,
deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas quando as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401,
diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que de 2011)

Didatismo e Conhecimento 20
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
§ 1o  O processo de que trata o caput deste artigo observará, Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas
no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de
1999, e as seguintes determinações especiais:  (Incluído pela Lei doações de organismos internacionais vinculados à Organização
nº 12.401, de 2011) das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de finan-
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se ca- ciamento e empréstimos.
bível, das amostras de produtos, na forma do regulamento, com § 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de
informações necessárias para o atendimento do disposto no § 2o do direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-
art. 19-Q;  (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) -se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os ins-
II – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) trumentos que forem firmados.
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de
do parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para
Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de de- ônus para a seguridade social.
cisão, se a relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela
Lei nº 12.401, de 2011) CAPÍTULO II
§ 2o  (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Da Participação Complementar

Art. 19-S.  (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes
para garantir a cobertura assistencial à população de uma determi-
Art. 19-T.  São vedados, em todas as esferas de gestão do nada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos
SUS:  (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) serviços ofertados pela iniciativa privada.
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medica- Parágrafo único. A participação complementar dos serviços
mento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, privados será formalizada mediante contrato ou convênio, obser-
ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sa- vadas, a respeito, as normas de direito público.
nitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reem- Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantró-
bolso de medicamento e produto, nacional ou importado, sem re-
picas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do
gistro na Anvisa.” 
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 19-U.  A responsabilidade financeira pelo fornecimento
de medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou proce-
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços
dimentos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela
Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no
Conselho Nacional de Saúde.
Os profissionais liberais legalmente habilitados e pessoas
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e
jurídicas de direito privado podem prestar assistência na promo-
ção, proteção e recuperação da saúde. Para as empresas estran- de pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção na-
geiras a participação direta ou indireta na assistência à saúde é cional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu
vinculada à obtenção de autorização junto ao órgão e direção ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva
nacional do SUS. qualidade de execução dos serviços contratados.
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas
TÍTULO III técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙ- Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e
DE financeiro do contrato.
§ 3° (Vetado).
CAPÍTULO I § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de
Do Funcionamento entidades ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia
ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde carac-
terizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais Na área da saúde, a questão dos “recursos humanos” envol-
liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito ve tudo que se refere aos trabalhadores da saúde em sua relação
privado na promoção, proteção e recuperação da saúde. com o processo histórico de construção do Sistema Único de Saú-
de (SUS), configurando, assim, um dos seus subsistemas. Nesse
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. sentido, esse é tanto um campo de estudo como de intervenção. A
área de “Recursos Humanos em Saúde” (RHS) abarca múltiplas
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à dimensões: composição e distribuição da força de trabalho, for-
saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas mação, qualificação profissional, mercado de trabalho, organi-
pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às zação do trabalho, regulação do exercício profissional, relações
condições para seu funcionamento. de trabalho, além da tradicional administração de pessoal.

Didatismo e Conhecimento 21
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
TÍTULO IV Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos prove-
DOS RECURSOS HUMANOS nientes de:
I – (Vetado)
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assis-
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas tência à saúde;
de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
I - organização de um sistema de formação de recursos hu- IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
manos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados
além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
de pessoal; VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
II – (Vetado) § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da
III – (Vetado) receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Siste- qual será destinada à recuperação de viciados.
ma Único de Saúde (SUS). § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais,
Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem
pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente
arrecadadas.
com o sistema educacional.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas
supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessora-
mento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União,
ser exercidas em regime de tempo integral. Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos Financeiro da Habitação (SFH).
ou empregos poderão exercer suas atividades em mais de um § 4º (Vetado).
estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de
servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de
de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem
externa e receita própria das instituições executoras.
Art. 29. (Vetado). § 6º (Vetado).

Art. 30. As especializações na forma de treinamento em servi- CAPÍTULO II


ço sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, Da Gestão Financeira
instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participa-
ção das entidades profissionais correspondentes. Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é fei- atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse-
to, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, lhos de Saúde.
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do
fontes, nos termos do artigo 195 da Constituição Federal de 1988, Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União,
que estabelece as fontes de receita para custear as despesas com além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da
ações e serviços públicos de saúde. A Emenda Constitucional n.° Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
20/98 estabeleceu que a lei definirá os critérios de transferência § 2º (Vetado).
de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência
§ 3º (Vetado).
social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu
pios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva
sistema de auditoria, a conformidade à programação aprovada
contrapartida de recursos (CF, art. 195, § 10).
da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios.
TÍTULO V Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos,
DO FINANCIAMENTO caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

CAPÍTULO I Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da re-


Dos Recursos ceita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao
Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do pará-
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sis- grafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes
tema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a
recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em projetos e atividades a serem executados no âmbito do Sistema
proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação Único de Saúde (SUS).
dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da
em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa
Orçamentárias. prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.

Didatismo e Conhecimento 22
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transfe- § 2º (Vetado).
ridos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a § 3º (Vetado).
combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de § 4º (Vetado).
programas e projetos: § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps
I - perfil demográfico da região; para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será fei-
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; ta de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saú- § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão
de na área; inventariados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período § 7º (Vetado).
anterior; § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados,
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos es- mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho
taduais e municipais; e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais
VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede; e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para processo de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada
outras esferas de governo. das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemioló-
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) gicas médico-hospitalares.
(Vide Lei nº 8.142, de 1990).
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório Art. 40. (Vetado).
processo de migração, os critérios demográficos mencionados
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras
nesta lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento
Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela
populacional, em especial o número de eleitores registrados.
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão
§ 3º (Vetado). como referencial de prestação de serviços, formação de recursos
§ 4º (Vetado). humanos e para transferência de tecnologia.
§ 5º (Vetado).
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação Art. 42. (Vetado).
dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de
penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica pre-
na gestão dos recursos transferidos. servada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláu-
sulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades
CAPÍTULO III privadas.
Do Planejamento e do Orçamento
Art. 44. (Vetado).
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema
Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o fe- Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de
deral, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recur- convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação
sos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pes-
Federal e da União. quisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e pro- estejam vinculados.
gramações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais
(SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta de previdência social deverão integrar-se à direção correspondente
orçamentária. do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento atuação, bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os
emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao
Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio
que, para esse fim, for firmado.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as dire-
trizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em Art. 46. O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá me-
função das características epidemiológicas e da organização dos canismos de incentivos à participação do setor privado no inves-
serviços em cada jurisdição administrativa. timento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de
tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos serviços
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e au- de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas
xílios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalida- nacionais.
de lucrativa.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organi-
zará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações
Art. 39. (Vetado). em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo
§ 1º (Vetado). questões epidemiológicas e de prestação de serviços.

Didatismo e Conhecimento 23
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 48. (Vetado). § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)
e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
Art. 49. (Vetado). (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municí- e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais
pios, celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Des- segmentos.
centralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde
objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). terão sua organização e normas de funcionamento definidas em
regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
Art. 51. (Vetado).
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui cri- alocados como:
me de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Pe- I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde,
nal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei. II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa
do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
Art. 53. (Vetado).
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Minis-
tério da Saúde;
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem imple-
mentados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
Art. 55. São revogadas a Lei nº 2.312, de 3 de setembro de
1954, a Lei nº 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste arti-
em contrário. go destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura
assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e
102º da República. Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei
FERNANDO COLLOR serão repassados de forma regular e automática para os Municí-
Alceni Guerra pios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previs-
tos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO 1990 § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios
previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o crité-
Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergo- rio estabelecido no § 1° do mesmo artigo.
vernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo
providências. menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante
aos Estados.
O Presidente da República, faço saber que o Congresso Na- § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si,
parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei
nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta
governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar
seguintes instâncias colegiadas: com:
I - a Conferência de Saúde; e I - Fundo de Saúde;
II - o Conselho de Saúde. II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos
com o Decreto nº 99.438, de 7 de agosto de 1990;
com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar
III - plano de saúde;
a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata
política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Po-
o § 4º do art. 33 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990;
der Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho
de Saúde. V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo or-
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e çamento;
deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e
governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implan-
atua na formulação de estratégias e no controle da execução tação.
da política de saúde na instância correspondente, inclusive Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pe-
nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão los Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam ad-
esfera do governo. ministrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.

Didatismo e Conhecimento 24
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Minis- VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços
tro de Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a
desta lei. finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde;
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou
de situação laboral, necessita de atendimento especial; e
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento
que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais
102° da República. produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas;
FERNANDO COLLOR os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a
Alceni Guerra verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos
gestores do SUS. 
Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.
CAPÍTULO II
Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação Inter- Art.  3o  O SUS é constituído pela conjugação das ações e
federativa, e dá outras providências. serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados
pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em de forma regionalizada e hierarquizada. 
vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro de 1990, 
Seção I
DECRETA: Das Regiões de Saúde
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 4o  As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado,
em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais
Art.  1o  Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se
setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema refere o inciso I do art. 30. 
Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à § 1o  Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais,
saúde e a articulação Interfederativa.  compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos
respectivos Estados em articulação com os Municípios. 
Art. 2o  Para efeito deste Decreto, considera-se: § 2o  A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem
por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de as relações internacionais.
identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comuni-
cação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a fina- Art. 5o  Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no
lidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de mínimo, ações e serviços de:
ações e serviços de saúde; I - atenção primária;
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de II - urgência e emergência;
colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de or- III - atenção psicossocial;
ganizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar;
hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e me- V - vigilância em saúde. 
tas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos finan- Parágrafo único.  A instituição das Regiões de Saúde observa-
ceiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização rá cronograma pactuado nas Comissões Intergestores. 
de sua execução e demais elementos necessários à implementação
integrada das ações e serviços de saúde; Art.  6o  As Regiões de Saúde serão referência para as
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saú- transferências de recursos entre os entes federativos. 
de do usuário no SUS;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação con- Art. 7o  As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas
sensual entre os entes federativos para definição das regras da ges- no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em
tão compartilhada do SUS; consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. 
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de Parágrafo único.  Os entes federativos definirão os seguintes
recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo elementos em relação às Regiões de Saúde:
SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade ins- I - seus limites geográficos;
talada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir II - população usuária das ações e serviços;
dos indicadores de saúde do sistema; III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e

Didatismo e Conhecimento 25
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e CAPÍTULO III
escala para conformação dos serviços.  DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE

Seção II Art. 15.  O processo de planejamento da saúde será ascendente


Da Hierarquização e integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos
Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das po-
Art.  8o  O acesso universal, igualitário e ordenado às ações líticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. 
e serviços de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se § 1o  O planejamento da saúde é obrigatório para os entes
completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a públicos e será indutor de políticas para a iniciativa privada. 
complexidade do serviço.  § 2o  A compatibilização de que trata o caput será efetuada no
âmbito dos planos de saúde, os quais serão resultado do planeja-
Art. 9o  São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde mento integrado dos entes federativos, e deverão conter metas de
nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: saúde. 
I - de atenção primária; § 3o  O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes
II - de atenção de urgência e emergência; a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo
III - de atenção psicossocial; e com as características epidemiológicas e da organização de
IV - especiais de acesso aberto.  serviços nos entes federativos e nas Regiões de Saúde.  
Parágrafo  único.   Mediante justificativa técnica e de acordo
com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos Art.  16.  No planejamento devem ser considerados os
poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de forma
considerando as características da Região de Saúde. complementar ou não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas
da Saúde regional, estadual e nacional. 
Art. 10.  Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais
especializados, entre outros de maior complexidade e densidade Art. 17.  O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das
tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que trata necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos
o art. 9o.  entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas
de saúde. 
Art.  11.  O acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser Art. 18.  O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser
fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos
e no critério cronológico, observadas as especificidades previstas Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde. 
para pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente. 
Parágrafo único.  A população indígena contará com regra- Art. 19.   Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB
mentos diferenciados de acesso, compatíveis com suas especifici- de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo
dades e com a necessidade de assistência integral à sua saúde, de e os prazos do planejamento municipal em consonância com os
acordo com disposições do Ministério da Saúde.  planejamentos estadual e nacional. 

Art. 12.  Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado CAPÍTULO IV


em saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região.
Parágrafo único.   As Comissões Intergestores pactuarão as Art. 20.   A integralidade da assistência à saúde se inicia e se
regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento
na respectiva área de atuação.  do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas
Comissões Intergestores.
Art.  13.  Para assegurar ao usuário o acesso universal,
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá Seção I
aos entes federativos, além de outras atribuições que venham a ser Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RE-
pactuadas pelas Comissões Intergestores: NASES
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no aces-
so às ações e aos serviços de saúde; Art.  21.  A Relação Nacional de Ações e Serviços de
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de Saúde - RENASES compreende todas as ações e serviços que o SUS
saúde; oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; à saúde. 
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.
Art. 22.   O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em
Art.  14.  O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT. 
diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxiliem os entes Parágrafo único.  A cada dois anos, o Ministério da Saúde con-
federativos no cumprimento das atribuições previstas no art. 13.  solidará e publicará as atualizações da RENASES. 

Didatismo e Conhecimento 26
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art.  23.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os CAPÍTULO V
Municípios pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
as suas responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços Seção I
constantes da RENASES.  Das Comissões Intergestores

Art.  24.   Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Art. 30.  As Comissões Intergestores pactuarão a organização
poderão adotar relações específicas e complementares de ações e e o funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em
serviços de saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas redes de atenção à saúde, sendo:
as responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da
com o pactuado nas Comissões Intergestores.  Saúde para efeitos administrativos e operacionais;
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Esta-
Seção II dual de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e
Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RE- III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito re-
NAME gional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos admi-
Art.  25.  A Relação Nacional de Medicamentos nistrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. 
Essenciais - RENAME compreende a seleção e a padronização
de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de Art. 31.  Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos
agravos no âmbito do SUS. de saúde poderão ser representados pelo Conselho Nacional de
Parágrafo único.  A RENAME será acompanhada do Formu- Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de
lário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho
dispensação e o uso dos seus medicamentos.  Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS. 

Art. 26.  O Ministério da Saúde é o órgão competente para Art. 32.  As Comissões Intergestores pactuarão:
dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Te- I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da ges-
rapêuticas em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas tão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da política
pela CIT.  de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos seus planos de
Parágrafo único.  A cada dois anos, o Ministério da Saúde con- saúde, aprovados pelos respectivos conselhos de saúde;
solidará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de
FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.  limites geográficos, referência e contrarreferência e demais aspec-
tos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os
Art. 27.  O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão entes federativos;
adotar relações específicas e complementares de medicamentos, III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e inte-
em consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades restadual, a respeito da organização das redes de atenção à saúde,
dos entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das
pactuado nas Comissões Intergestores.   ações e serviços dos entes federativos;
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção
Art.  28.  O acesso universal e igualitário à assistência à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu desenvol-
farmacêutica pressupõe, cumulativamente: vimento econômico-financeiro, estabelecendo as responsabilidades
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do individuais e as solidárias;
SUS; V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, atenção à saúde para o atendimento da integralidade da assistência. 
no exercício regular de suas funções no SUS; Parágrafo único.  Serão de competência exclusiva da CIT a
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e pactuação:
os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
específica complementar estadual, distrital ou municipal de medi- II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e
camentos; e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão do compartilha-
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela mento da gestão;
direção do SUS.  III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões
§ 1o  Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário operacionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com ou-
à assistência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o tros países, respeitadas, em todos os casos, as normas que regem
justifiquem.  as relações internacionais.
§ 2o  O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter especializado.  Seção II
Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
Art.  29.  A RENAME e a relação específica complementar
estadual, distrital ou municipal de medicamentos somente poderão Art. 33.  O acordo de colaboração entre os entes federativos para
conter produtos com registro na Agência Nacional de Vigilância a organização da rede interfederativa de atenção à saúde será firmado
Sanitária - ANVISA.  por meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde. 

Didatismo e Conhecimento 27
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 34.  O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública II - apuração permanente das necessidades e interesses do
da Saúde é a organização e a integração das ações e dos serviços usuário; e
de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos em uma III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em
Região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades priva-
assistência aos usuários.  das que dele participem de forma complementar. 
Parágrafo único.  O Contrato Organizativo de Ação Pública
da Saúde resultará da integração dos planos de saúde dos entes Art. 38.  A humanização do atendimento do usuário será fator
federativos na Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento determinante para o estabelecimento das metas de saúde previstas
as pactuações estabelecidas pela CIT.  no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. 

Art.  35.  O Contrato Organizativo de Ação Pública da Art.  39.   As normas de elaboração e fluxos do Contrato
Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidárias Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT,
dos entes federativos com relação às ações e serviços de saúde, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coordenar a sua imple-
os indicadores e as metas de saúde, os critérios de avaliação de mentação. 
desempenho, os recursos financeiros que serão disponibilizados,
a forma de controle e fiscalização da sua execução e demais Art. 40.  O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS,
elementos necessários à implementação integrada das ações e ser- por meio de serviço especializado, fará o controle e a fiscalização
viços de saúde.  do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde. 
§ 1o  O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de § 1o  O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art.
garantia de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS, 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção espe-
a partir de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.  cífica relativa aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato
§ 2o  O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais Organizativo de Ação Pública de Saúde. 
de garantia de acesso servirá como parâmetro para avaliação do § 2o  O disposto neste artigo será implementado em confor-
desempenho da prestação das ações e dos serviços definidos no midade com as demais formas de controle e fiscalização previstas
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em todas as em Lei. 
Regiões de Saúde, considerando-se as especificidades municipais,
regionais e estaduais.  Art. 41.  Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução
do Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação
Art. 36.  O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde ao cumprimento das metas estabelecidas, ao seu desempenho e à
conterá as seguintes disposições essenciais: aplicação dos recursos disponibilizados.
I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais; Parágrafo único.  Os partícipes incluirão dados sobre o Con-
II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promo- trato Organizativo de Ação Pública de Saúde no sistema de infor-
ção, proteção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter- mações em saúde organizado pelo Ministério da Saúde e os en-
-regional; caminhará ao respectivo Conselho de Saúde para monitoramento. 
III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante
a população no processo de regionalização, as quais serão estabeleci- CAPÍTULO VI
das de forma individualizada, de acordo com o perfil, a organização DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
e a capacidade de prestação das ações e dos serviços de cada ente
federativo da Região de Saúde; Art.  42.  Sem prejuízo das outras providências legais, o
IV - indicadores e metas de saúde; Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle interno e
V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde; externo:
VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de monito- I  -  o descumprimento injustificado de responsabilidades na
ramento permanente; prestação de ações e serviços de saúde e de outras obrigações pre-
VII - adequação das ações e dos serviços dos entes federativos vistas neste Decreto;
em relação às atualizações realizadas na RENASES; II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere
VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas res- o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990;
ponsabilidades; e III  -  a não aplicação, malversação ou desvio de recursos fi-
IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada nanceiros; e
um dos partícipes para sua execução.  IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento. 
Parágrafo único.  O Ministério da Saúde poderá instituir for-
mas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria Art.  43.  A primeira RENASES é a somatória de todas as
das ações e serviços de saúde.  ações e serviços de saúde que na data da publicação deste Decreto
são ofertados pelo SUS à população, por meio dos entes federados,
Art. 37.  O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde de forma direta ou indireta. 
observará as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da
gestão participativa: Art.  44.  O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento e oitenta
do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta de sua me- dias a partir da publicação deste Decreto. 
lhoria;

Didatismo e Conhecimento 28
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Art. 45.  Este Decreto entra em vigor na data de sua publica- proteção e promoção da saúde, de exposição à circunstâncias que
ção.  trazem danos à saúde (biológicos, sociais, psicológicos e econô-
Brasília, 28 de junho de 2011; 190o  da Independência e micos) de enfrentamento destas circunstâncias pelos sujeitos e co-
123o da República.  letividades.
Neste sentido, a percepção da exclusão social enquanto um
DILMA ROUSSEFF “processo” e não como um “estado” amplia as possibilidades de
Alexandre Rocha Santos Padilha compreensão dos profissionais de saúde no que se refere a natureza
e causa das privações e inequidades, contribuindo para o desen-
volvimento de formas mais apropriadas e efetivas de abordagem
6 DETERMINANTES  destas questões. A partir desta concepção compreende-se que a
SOCIAIS DA SAÚDE. promoção da equidade em saúde perpassa por ações sobre os DSS
e requerem um processo político de redistribuição de poder pro-
movendo o empoderamento de indivíduos e grupos em situação
de desvantagem social. Aliado ao processo político, eminentemen-
te intersetorial, é fundamental a efetivação de transformações na
A efetivação da promoção da equidade em saúde enquanto um formação e atuação do profissional de saúde, uma vez que este,
dos princípios preconizado pelas políticas de saúde tem se mos- conforme já preconizado pela Política Nacional de Promoção de
trado um desafio árduo no cotidiano brasileiro. Por que, doenças Saúde, deve ampliar suas ações e serviços para além dos muros
para as quais há décadas já se conhece as medidas de prevenção e institucionais, alcançando os sujeitos e coletividades em seus con-
ou tratamento ainda matam ou incapacitam milhares de pessoas? textos reais de vida.
Por que a possibilidade de receber um determinado tratamento está Estas transformações exigem, entre outros aspectos, a supe-
muitas vezes dependente da região do país ou do estado em que se ração de paradigmas reducionistas historicamente constituídos, a
mora? Por que dependendo da idade, da renda, do gênero ou da operacionalização de ações que realmente refletem os princípios
orientação sexual se pode contar com maior ou menor disponibili- teóricos adotados e o diálogo entre diferentes campos do saber e
dade de serviços direcionados para as necessidades específicas de de diferentes formas de se construir estes saberes. Desse modo os
saúde de saúde de cada sujeito ou grupo social? profissionais estarão capacitados para abarcar um pouco mais da
Estas são algumas das perguntas para as quais a compreen- complexidade da existência humana, e dos próprios processos de
são e operacionalização do conceito de Determinantes Sociais de saúde e doença, delineando ações essencialmente interdisciplinares
Saúde (DSS) podem trazer subsídios para a análise e construção que valorizem a expressão da diversidade em detrimento da desi-
de respostas e de estratégias de enfrentamento realmente efetivas. gualdade e em prol da construção e fortalecimento da justiça social.
Os DSS são compreendidos pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) como as condições nas quais as pessoas nascem, crescem,
vivem, trabalham e envelhecem, sendo que as desigualdades que
7 SISTEMAS DE I
se manifestam nestas condições também geram desigualdades de
NFORMAÇÃO EM SAÚDE
saúde.
Entre as diferentes condições que podem gerar as desigualda-
des, a compreensão e abordagem dos processos de exclusão social,
que impedem determinados grupos sociais de participarem total-
mente da vida comunitária e social, se caracterizam como um dos Atualmente se dispõe de um conjunto de sistemas nacionais
focos prioritários, de acordo com a OMS, na busca pela equidade de informação de interesse para a saúde, gerenciado por órgãos do
em saúde. Governo Federal.
Existem diferentes perspectivas teóricas e metodológicas na A operacionalização destes sistemas (coleta de dados, alimen-
análise da exclusão social e suas relações com a saúde. No entanto, tação dos sistemas) acontece nos municípios, que devem transferir
é possível identificar um consenso na literatura no que se refere ao os dados consolidados, numa periodicidade preestabelecida para
processo de exclusão social enquanto multidimensional, dinâmico cada sistema e pactuada nos instrumentos de gestão, ao nível de
e caracterizado pelo seu caráter relacional. O aspecto relacional governo estadual, que por sua vez, da mesma maneira, transmite
dos processos excludentes é enfatizado e caracterizado, pela OMS, ao Governo Federal.
como uma interação de relações de poder desiguais de diferentes A Lei Federal 8.080, de 1990, estabelece o papel das informa-
dimensões (econômica, política, social e cultural) e em diferentes ções em saúde e a formação dos Sistemas de Informação.
níveis que abrangem indivíduos, famílias, grupos sociais, comu-
nidades e países como um todo e que culminam em processos de Principais Sistemas de Informação em Saúde de Base Na-
estratificação social. cional
Assim, o impacto de uma determinada doença, e mesmo a vul- SIM –Sistema de Informação sobre Mortalidade.
nerabilidade a esta, está relacionado aos determinantes biológicos SINASC–Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos.
pré-estabelecidos (idade, sexo, predisposições genéticas, etc.) que SINAN –Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
interagem com as conseqüências dos processos de estratificação SISVAN –Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.
social a partir de critérios como gênero, etnia, classe econômica, SIS API –Sistema de Avaliação de Doses Aplicadas de Vaci-
nível de habilidade e idade. Estes processos configuram diferen- nas. SIS AIU –Sistema de Apuração de ImunobiológicosUtiliza-
tes possibilidades de vida e de acesso aos serviços essenciais de dos.

Didatismo e Conhecimento 29
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
SIS EAPV –Sistema de Informação sobre Eventos Adversos O objetivo maior deste Sistema de Informações é o registro e
Pós Vacinais. o processamento dos dados sobre agravos de notificação em todo o
SIAB –Sistema de Informação da Atenção Básica. território nacional, fornecendo informações para a análise do per-
SisHiperDia–Sistema de Informação do Plano de Reorgani- fil de morbidade e contribuindo dessa forma, para a tomada de
zação da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus. decisões em níveis municipal, estadual e federal. Formulários de
SISPRENATAL –Sistema de Informação do Programa de Hu- entrada de dados:
manização no Pré-natale Nascimento (PHPN). a) Cadastro individual de notificação → esta ficha é preenchi-
SIASUS –Sistema de Informação Ambulatorial do SUS. SC- da por qualquer profissional de saúde, a partir da suspeita clínicada
NES/FCES –Sistema de Informação do Cadastro Nacional de Es- ocorrência de algum agravo de notificação, e enviada aos serviços
tabelecimentos de Saúde. responsáveis pela Vigilância Epidemiológica.

Sistema de informação sobre mortalidade Sistema de Vigilância alimentar e nutricional

Os relatórios que o Sistema SIM permite acessar são de fun- Por definição, o SISVAN é um sistema que visa o acompanha-
damental importância, para o Sistema Nacional de Vigilância Epi- mento do estado nutricional de um certo grupo populacional, inter-
demiológica, porque contém informações sobre as características ferindo sempre que necessário, para evitar os agravos nutricionais.
de pessoa, tempo e lugar, condições de óbito, assistência prestada Os grupos populacionais prioritários para o acompanhamento,
ao paciente, causas básica e associada. atualmente, são todas as crianças com idade entre 0 a 5 anos que
Quando ocorrem óbitos naturais em domicílio, o médico freqüentam a rede municipal de saúde e todas as gestantes que
assistente ou o Cartório de Registro Civil devem providenciar o fazem o pré-natal na rede municipal de saúde.
preenchimento da DO.
Os casos de óbitos sem assistência médica, em via pública ou Sistemas de Avaliação de doses aplicadas de vacinas
por causas acidentais ou violentas devem ser, encaminhados ao
Serviço de Verificação de Óbito ou o Instituto Médico Legal. Registra dados sobre doses de vacina aplicadas em serviços de
rotina e em Campanhas de Vacinação.
Sistema de informação sobre nascido vivos A sua implantação foi iniciada em 1993.
Este Sistema permite realizar o acompanhamento e a avalia-
O preenchimento da DN é feito nos estabelecimentos de saú-
ção da cobertura vacinal, tanto do município, como no Estado e
de que realizam partos e nos Cartórios de Registro Civil para os
no País.
partos domiciliares.
Os formulários da DN são distribuídos nacionalmente pelo
Sistema de Informação da Atenção Básica
Ministério da Saúde.
Para cada nascido vivo deve ser preenchido uma DN. A 1ª via
Foi desenvolvido pelo DATASUS, em 1998, para coletar da-
da DN é entregue aos familiares para que levem ao Cartório de
Registro Civil. dos de produção, realizado pela equipe das Unidades de Saúde, e
No município de Florianópolis, as DN são recolhidas nos hos- sistematizar dados coletados nas visitas às comunidades, realiza-
pitais/maternidades, pelas agentes do Programa Capital Criança, das pelos agentes comunitários de saúde, a pedido da equipe do
que remete uma via à Unidade Local de Saúde – COSAC –Coordenação de Saúde da Comunidade / Secretaria de
ULS, para que a equipe de saúde acompanhe o recém-nascido Assistência a Saúde – Ministério da Saúde.
e sua família. A digitação da produção, para a alimentação do SIAB, é reali-
Outra via é recolhida pelo Setor SINASC, no Capital Criança, zada no Setor de Informação.
para proceder os registros no Sistema. A transferência de Recursos Financeiros do Ministério da
Assim como no SIM, após a crítica, o processamento e a ali- Saúde, que depende da apresentaçãoprodução do SIAB, refere-se
mentação do banco de dados, as Secretarias os enviam ao Minis- ao PACS -Programa de Agentes
tério da Saúde. Comunitários de Saúde e PSF -Programa de Saúde da Família,
Como fonte de dados para conhecimento da situação de saú- inclusive o Programa de Saúde Bucal do PSF.
de, o SINASC contribui para obter informação sobre natalidade, Os instrumentos de coleta de dados do SIAB são: relatório
morbidade e mortalidade infantil e materna e sobre as caracterís- PMA2, relatório SSA2, ficha D, ficha C, ficha B-GES, ficha B-HA,
ticas da atenção ao parto e ao recém-nascido. Essa informações ficha B-DIA, ficha B-TB, ficha B-HAN.
são essenciais para a atenção integral a saúde da mulher e da O RELATÓRIO SSA2é o Relatório da Situação de Saúde e
criança e possibilitam a adoção de medidas voltadas para o pleno Acompanhamento das famílias da área. É preenchido pelos agen-
desenvolvimento e crescimento infantil. tes comunitários de saúde. O relatório SSA2 é utilizado para siste-
matizar os dados coletados nas fichas B, C e D.
O Sistema de Informação de Agravos e Notificação tem Fichas B: ficha B-GES (gestante), ficha B-HA (hipertenso),
como finalidade a Vigilância ficha B-DIA (diabético), ficha B-TB (pessoas com tuberculose),
ficha B-HAN (pessoas com hanseníase). São fichas de cadastra-
Epidemiológica de determinados agravos. Em 1975, a lei que mento e acompanhamento mensal, do estado de saúde de pessoas
instituiu o Sistema com as seguintes situações: gestante, hipertenso, diabético, pessoa
Nacional de Vigilância Epidemiológica também criou a obri- com tuberculose e pessoa com hanseníase. As fichas B são utiliza-
gatoriedade da notificação compulsória de algumas doenças. das somente pelos agentes comunitários de saúde.

Didatismo e Conhecimento 30
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
Ficha C:é utilizada para registrar o acompanhamento da c) As Comissões Intersetoriais, no âmbito municipal, são
criança. É a cópia do Cartão da Criança padronizado pelo subordinadas à entidades da sociedade civil, para articulação de
Ministério da Saúde. É utilizada somente pelo agente comunitário programas de saúde.
de saúde. d) A execução de programas das Comissões Intersetoriais
Ficha D: é utilizada para o registro diário dos procedimentos e envolverão áreas compreendidas no âmbito do Sistema Único de
atividades realizadas por todos por todos os profissionais da equipe Saúde – SUS;
de saúde. São registradas as visitas domiciliares e as reuniões na e) Os municípios poderão constituir consórcios para de-
comunidaderealizadas pelo agente comunitário de saúde. senvolver em conjunto, as ações e os serviços de saúde que lhes
A Ficha D apresenta campos, para registrar a produção in- correspondam;
dividual dos demais integrantes da equipe de saúde. Quanto ao
registro das atividades de saúde bucal, atualmente, a ficha D, regis- 02 - (CERCON - 2010 - Prefeitura de Igaci/AL – Enfer-
tra, somente, os procedimentos coletivos de odontologia e a visita meiro) No que diz respeito à assistência à saúde, no âmbito da
iniciativa privada, assinale a alternativa INCORRETA:
domiciliar realizada pelo odontólogo.
a) As instituições privadas poderão participar de forma
O relatório PMA2 é o Relatório de Produção e Marcadores
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
para Avaliação. O relatório PMA2 é utilizado para sistematizar as mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferên-
fichas D de todos os profissionais da equipe de saúde, inclusive a cia às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos;
ficha D dos agentes comunitários de saúde. b) É permitida a participação direta ou indireta de empresas
As fichas do SIAB que devem ser enviadas ao Setor de Infor- ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
mação, para digitação de dados da produção mensal, são: relatório casos previstos em lei;
PMA2 e relatório SSA2. c) É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos;
SISPRENATAL –Sistema de Informação do Programa de d) São de relevância pública as ações e serviços de saúde,
Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua re-
gulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser
Foi criado pelo DATASUS, em 2001, para coletar dados de feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa
consulta pré-natal (inclusive dos exames realizados e vacinas) e física ou jurídica de direito privado; 
consulta do puerpério realizados nas
Unidades de Saúde municipais. O registro do parto é realizado 03 – (Enfermeiro Plantonista – 2013) Analise  as seguintes
na Maternidade. É o SIS do Programa de Humanização no Pré- afirmações, sobre o financiamento de ações e serviços no Sistema
-Natal e Nascimentos do Ministério da Saúde (PHPN). Único de Saúde (SUS). 
(01) O financiamento das ações e serviços de saúde é de res-
A Transferência de Recursos Financeiros do Ministério da
ponsabilidade das três esferas de gestão do SUS, observado o dis-
Saúde que depende da apresentação da produção do SISPRENA-
posto na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde;
TAL é referente ao Programa de Humanização no Pré-Natal e Nas- (02) O financiamento para aquisição dos medicamentos do
cimentos do Ministério da Saúde. Este é um Recurso Financeiro Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional é de
Extra-Teto, que é repassado, conforme produção apresentada. responsabilidade dos municípios;
(03) O Componente Estratégico da Assistência Farmacêuti-
SisHiperDia–Sistema de Informação do Plano de Reorga- ca inclui o financiamento dos antirretrovirais do Programa DST/
nização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Me- AIDS;
llitus (04) O bloco de financiamento para a Vigilância em Saúde é
constituído por dois componentes:
Foi criado pelo DATASUS, em 2002, para cadastrar as pes- a) Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde; b) Vigi-
soas usuárias do lância Sanitária;
SUS que têm hipertensão, diabetes, ou hipertensão e diabetes, Estão corretas:
afim de garantir a disponibilização dos medicamentos, fornecidos a) 1, 2 e 3, apenas.
pelo Ministério da Saúde, para o tratamento dessas doenças. b) 1, 3 e 4, apenas.
c) 2, 3 e 4, apenas.
QUESTÕES d) 1, 2 e 4, apenas.

04- (2013 - Enfermeiro Plantonista) A Lei n° 8.142, de 28


01 (FUNRIO - 2009 - Ministério da Justiça – Enfermeiro)
de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade
No que se refere à organização, direção e gestão do Sistema Único
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferên-
de Saúde, dispõe a Lei 8.080/90, que: cias intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde
a) Direção do Sistema Único de Saúde - SUS é múltipla, e dá outras providências. Conforme a referida lei, a Conferência
regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade decres- de Saúde reunir-se-á com a representação dos vários segmentos
cente; sociais, para avaliar a situação de saúde e propor  as diretrizes
b) O Sistema Único de Saúde – SUS, no nível federal, po- para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes.
derá organizar-se em distritos com fins de cobertura de específicas Assinale a alternativa que indica corretamente a frequência com
ações de saúde; que essa Conferência de saúde deverá ocorrer. 

Didatismo e Conhecimento 31
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS
a) Mensalmente;
b) Anualmente; ANOTAÇÕES
c) A cada dois anos;
d) A cada quatro anos;

05 – (INSTITUTO NEO EXITUS - 2013 - Prefeitura Mu-


nicipal de Capistrano/CE – Enfermeiro Hospitalar) A EQUI-
DADE é um dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saú- —————————————————————————
de – SUS. Marque a opção que conceitua esse princípio: —————————————————————————
a) É a garantia constitucional de que a população, através de
suas entidades representativas e de classe, participará do processo —————————————————————————
de formulação das políticas de saúde;
b) É o controle pelos usuários através dos Conselhos de —————————————————————————
Saúde, da execução das ações de saúde em todos os níveis de
—————————————————————————
governo, desde o federal até o local;
c) É a garantia de que todo cidadão será atendido nos —————————————————————————
serviços de saúde em qualquer nível de complexidade de
assistência, sem privilégios e/ou barreiras até o limite de que o —————————————————————————
sistema pode oferecer;
—————————————————————————
d) É a garantia de atenção à saúde a todo e qualquer
cidadão, com o direito de acesso a todos os serviços, seja público —————————————————————————
ou contratado/conveniado pelo serviço público;
e) É a capacidade do serviço de enfrentar e resolver o(s) —————————————————————————
problema(s) de saúde utilizando plenamente sua capacidade
—————————————————————————
instalada até o limite de sua competência;
—————————————————————————
Gabarito:
01- Alternativa ‘‘E’’ —————————————————————————
Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver
em conjunto, as ações e os serviços de saúde que lhes correspon- —————————————————————————
dam; —————————————————————————
02- Alternativa “B” —————————————————————————
É permitida a participação direta ou indireta de empresas
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos —————————————————————————
casos previstos em lei; —————————————————————————
03- Alternativa “B” —————————————————————————
1, 3 e 4, apenas;
—————————————————————————
04- Alternativa “D” —————————————————————————
A cada quatro anos;
—————————————————————————
05- Alternativa “C”
É a garantia de que todo cidadão será atendido nos serviços —————————————————————————
de saúde em qualquer nível de complexidade de assistência, —————————————————————————
sem privilégios e/ou barreiras até o limite de que o sistema pode
oferecer. —————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 32
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 33
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 34
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 35
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 36
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 37
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 38

You might also like