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BOLETIM

INFORMATIVO
“ALIMENTAÇÃO, AGRICULTURA E TRANSGÉNICOS” 2ª EDIÇÃO
Setembro e Outubro
Cadaval, Lourinhã e Torres Vedras
Dia 26 de Setembro (domingo), Auditório do Centro Cultural Municipal da Lourinhã
15:30 – Documentário: “O Futuro dos Alimentos” (The Future of Food) - 1:29 min.
Dia 10 de Outubro (domingo), Auditório do Centro Cultural Municipal da Lourinhã
15:30 – Documentário: “Quem Alimenta o Mundo” (We Feed the World) -1:33 min.
Dia 17 de Outubro (sábado), Recinto da Festa das Adiafas do Cadaval
15:00 – Documentário: “TranXgénia: a história do verme e o milho”
(TranXgènia – La història del cuc i el panís) - 37 min.
16:00 – Conferência e Debate “Produtos regionais, produção biológica e gastronomia tradicional: actualidade e
perspectivas futuras”
Moderadora: Alexandra Azevedo (MPI – Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente)
- A certificação da produção biológica - Eng.º Fernando Serrador (Certiplanet)
- O Projecto 270: um testemunho – Daniela Geraldes (Projecto 270)
- Slow Food – degustar com tempo os sabores tradicionais - Eng.º Víctor Lamberto (Convivium Alentejo do
Movimento Slow Food).
Dia 19 de Outubro (3ª-feira), Centro de Educação Ambiental de Torres Vedras
14:30 – Documentário: “Uma Verdade Mais que Inconveniente” (Meat The Truth) - 1:12 min.
Seguido de debate com a presença de Alexandra Azevedo (MPI)
Dia 22 de Outubro (6ª-feira), Auditório do Centro Cultural Municipal da Lourinhã
21:30 – Documentário: “Uma Verdade Mais que Inconveniente” (Meat The Truth) - 1:12 min.
Dia 23 de Outubro (sábado), Auditório do Centro Cultural Municipal da Lourinhã
14:30 – Documentário: “TranXgénia: a história do verme e o milho” - 37 min.
15:30 – Documentário: “Transgénicos – A manipulação dos campos”
(Aliens in the field) - 23 min.

Promotores: MPI e CREIAS-OESTE


Apoios: Câmara Municipal do Cadaval, Câmara Municipal da Lourinhã,

Editorial Nesta edição:


Oficina dos Sabores 2
É com satisfação que se anuncia nesta edição do nosso boletim as próximas activida-
des e o balanço da Oficina dos Sabores: A Cozinha Sustentável, pois representam a vitali- Incêndios Florestais 3
dade da associação e também a capacidade de conjugar esforços com outras associações e
Transgénicos 4
entidades, sem o qual não seria possível a sua concretização.
Chamo a atenção para a 2ª edição do ciclo de cinema “Alimentação, Agricultura e Arroz Transgénico 5
Transgénicos” , para que não percam mais uma oportunidade de ver documentários de Protege Áreas Naturais 6
grande qualidade e actualidade que não podem deixar ninguém indiferente, que por sua
vez está integrado no Iº Fórum do Oeste pela Educação e Desenvolvimento Sustentável, Breves 7
cujo programa se divulga na última página. Espaço Jovem Atento 8

A Presidente da Direcção Ano 6, N.º 21


Setembro de 2010
Mª Alexandra Azevedo www.mpica.info
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OFICINA DOS SABORES: “A COZINHA SUSTENTÁVEL”


UMA REFLEXÃO PARA UMA ALIMENTAÇÃO CONSCIENTE

Depois das oficinas de “Fabrico Tradicional de Pão” agora o


MPI – Movimento Pró-Informação para a Cidadania
e Ambiente organizou a oficina “A Cozinha Sustentável” no pas-
sado domingo dia 27 de Junho, a qual contou com o caloroso
apoio da direcção da Associação Cultural, Desportiva,
Recreativa e Melhoramentos do Pereiro (Vilar – Cadaval) e das
suas simpáticas gentes, e em que se pretendeu fazer
uma abordagem mais abrangente sobra a nossa alimentação.
A curiosidade dos participantes era grande e é com
satisfação que ouvimos os elogios pela forma como a Oficina
decorreu, os assuntos abordados e as propostas gastronómicas, e
também as sugestões para futuras iniciativas semelhantes.
A introdução teórica começou com a projecção de excertos do
filme “Uma Verdade Mais que Inconveniente” (Meat the Truth)
tendo de seguida Alexandra Azevedo (MPI) aprofundado alguns
assuntos focados no filme e complementado com
outras informações como os alimentos transgénicos, os maus hábi-
tos alimentares dos portugueses e dicas para uma
alimentação sustentável: redução do consumo de carne
(e peixe), alimentos sem transgénicos, locais, frescos, de varieda-
des tradicionais, biológicos, silvestres, e ainda poupar
e proteger a água, poupar energia e reduzir a produção
de resíduos: comprar avulso e fazer a compostagem
ou a vermicompostagem.
Depois Isaura Silva, antropóloga e terapeuta, de nacionalidade peruana, com base nos ensinamentos que
recebeu dos seus mestres, Tomio Kikuchi e Bernadete Kikuchi, em São Paulo (Brasil), alargou ainda mais
a reflexão começando por dizer que “Comer não é só comida”, o primeiro alimento é mental (o nosso
pensamento), é ainda importante a respiração e a actividade física. É preciso combater o medo, o medo de ficar doen-
te, a saúde é um processo dinâmico, para uma alimentação saudável é preciso alimentos vivos (com
o mínimo de tempo entre a colheita e o consumo), integrais (não refinados), folhas verdes e germinados (por exemplo
de grão, feijão, fava). Tudo começa pela boca, temos de ter uma alimentação consciente e não apenas por hábitos
adquiridos. Comer com calma e gratidão, no mínimo para com o agricultor que cultivou
ou a cozinheira que confeccionou os alimentos.
Antes de se começar a parte prática na cozinha foi servida uma merenda surpresa que constou de pão de gengibre,
pão de lêveda natural e queijo fresco de leite de cabra, que fizeram as delícias dos participantes. Foi então o momento
de vestir os aventais e com a grande motivação dos participantes instalou-se um “caos organizado” com a formação
de 4 grupos que confeccionaram várias receitas
diferentes.
Finalmente chegou o momento mais ansiado, a
degustação!
Do cardápio destaca-se a saborosa tarte de bre-
dos e beldroegas (ambas ervas silvestres
apelidadas de “daninhas”), o pão de bolota, o
bolo integral de maçã, o alho francês à Brás e as
pataniscas de lentilhas.
Foi muito o que se partilhou e aprendeu, mas
ficou o sentimento do quanto temos ainda a
aprender, por isso haverá certamente mais opor-
tunidades para voltar ao tema tão
complexo e profundo como trivial que é o da
alimentação.
n.º 21 - Setembro de 2010 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 3

INCÊNDIOS FLORESTAIS
Nesta edição abordamos a problemática dos incêndios florestais que todos os Verões, infelizmente, assolam
o nosso país, transcrevendo excertos de um comunicado da CNA – Confederação Nacional de Agricultura, que
nos interpela para as transformações que têm ocorrido no mundo rural, nomeadamente a destruição da agri-
cultura familiar, como um factor decisivo para a extensão e intensidade dos incêndios florestais, aspecto que
não tem sido abordado, pelo menos na maioria das vezes, quando se fala de incêndios em Portugal.
O flagelo põe outra vez a nu a falta de uma política nacional de prevenção e correcto ordenamento florestais.
Apesar do incremento verificado nos últimos anos na actual situação escasseiam os meios de combate quer no
solo quer pelo ar, e são visíveis sinais de descoordenação entre as entidades oficiais com capacidade e responsabili-
dades de intervenção na catástrofe.
Depois de 5 anos de “tréguas”, com discursos a aludir/iludir que os incêndios de 2003 e 2005 eram águas
passadas e que, com as medidas tomadas, diminuiu a área ardida, uma vaga de calor, por um período mais
alargado, colocou a nu que persistem os problemas estruturais da Floresta Nacional e que não estamos melhor do que
há 5 anos atrás. Aliás, os preços da madeira, na Produção, mantêm-se em acentuada baixa o que, desde logo, deita
por terra a oficialmente propagandeada “gestão activa da Floresta”.”
Algumas medidas ficaram-se pelas palavras como são exemplo:
“-- As ZIFs – Zonas de Intervenção Florestal, passaram de um sentimento de expectativa, por parte
dos Produtores Florestais, para um sentimento de marasmo e desânimo;
-- Continua a marcar passo o Cadastro Florestal, instrumento fundamental de orientação e execução da política
florestal.
-- As Ajudas Comunitárias e a promessa de um investimento sem igual no sector neste Quadro Comunitário que
se iniciou em 2007, resultou no maior período de ausência de investimento público que o sector até agora teve (é
notícia recente que, e cita-se:- “a quase totalidade dos apoios comunitários destinados a financiar
o Sector Florestal Português ainda estão por atribuir”).
-- As Pragas e Doenças dizimam várias espécies arbóreas por "todo o País, sem que o Governo demonstre ter uma
estratégia para inverter a situação.
Ruína da agricultura familiar é factor decisivo para a extensão e intensidade dos incêndios florestais
No entender da CNA, a grande extensão e violência dos Incêndios Florestais, devem-se, em primeiro lugar, à ruí-
na da Agricultura Familiar e ao consequente abandono do “uso múltiplo” da Floresta. Em segundo lugar,
devem-se à proliferação da monocultura de espécies de crescimento rápido que têm destruído a natureza e a função
social, ambiental e paisagística da nossa Floresta. Só depois, e em terceiro lugar, se devem às alterações climáticas.”
A CNA considera que deve ser privilegiada a prevenção e para isso é necessário “… adoptar uma Estratégia
Nacional para as Florestas de forma a, e designadamente:
-- Promover as espécies florestais que constituam uma mais valia na preservação dos recursos estratégicos
como: água, solo e biodiversidade - e não o contrário;
-- Promover uma floresta, planificada onde se saiba a quem pertence o quê e que constitua um aliado natural no
combate ao aumento exponencial dos riscos de incêndios, objectivos só possíveis com a materialização
do Cadastro Florestal;
-- Repor a médio/longo prazos, o equilíbrio entre espécies de crescimento rápido e espécies de crescimento lento,
promovendo as espécies autóctones em detrimento das importadas como o eucalipto e o pinheiro bravo, fazendo com
que as espécies folhosas sejam encaradas verdadeiramente como uma alternativa com valia
económica para os proprietários florestais;
-- Sujeitar todo e qualquer apoio público ao sector florestal a fórmulas e critérios de distribuição – desburocratiza-
dos - que privilegiem objectivos sociais, ambientais e paisagísticos, nomeadamente, que privilegie os
pequenos e médios produtores, a reocupação humana dos territórios rurais, os Baldios, as áreas ardidas e/ou em pro-
cesso de erosão, o plantio de árvores resistentes ao fogo.
-- Criação de condições para a valorização geral da Floresta de uso múltiplo, de forma a rapidamente
se alcançar melhores preços da Madeira na Produção.” (adaptado do comunicado da CNA de 13/8/2010)
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ATERRO SANITÁRIO DO OESTE


DEPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS LIMITADA A 170.000 TONELADAS

Na sequência do processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), ao qual o MPI emitiu parecer negativo
conforme noticiado no boletim n.º 16 (Julho 2009), a Agência Portuguesa de Ambiente emitiu Declaração de Impac-
to Ambiental favorável condicionada, em 7 de Setembro de 2009. Ou seja, a Agência aceita que se exceda a deposi-
ção de 140.000 toneladas, mas em apenas mais 30.000 toneladas, ficando assim a deposição limitada a 170.000 ton.
Outras das condições é haver mais monitorização da qualidade da água, nomeadamente a construção de mais dois
furos para monitorização do aquífero.
Contestámos o processo de AIA apresentando queixa à Comissão Europeia e ao Provedor de Justiça que
foram arquivadas por considerarem terem sido contempladas muitas das preocupações dos queixosos na DIA.
Embora, este não fosse o resultado que desejaríamos, contudo constata-se que, mesmo não nos querendo dar
razão, algumas das nossas exigências vão sendo atendidas, como é o caso da monitorização do aquífero. A limitação
da deposição às 170.000 toneladas já é alguma salvaguarda em relação ao que poderia ser o futuro com deposição de
grandes quantidades de resíduos provenientes da Valorsul tendo em conta a fusão Valorsul – Resioeste. Podemos
pelo menos dizer que tivemos uma meia vitória!
Posteriormente, a Resioeste solicitou a actualização da Autorização Prévia (ou Licença Ambiental) tendo a
deposição acima das 140.000 toneladas começado apenas este ano (2010).
Quanto ao futuro, a nossa preocupação recai na eventual 2ª fase (construção de mais células de deposição de
resíduos) que a EGF, accionista maioritário, vai afirmando que não será construída, mas a nossa pressão em relação a
este assunto não pode de modo nenhum abrandar.

TRANSGÉNICOS
SUPREMO TRIBUNAL AMERICANO TOMA DECISÃO HISTÓRICA

No primeiro caso de transgénicos a chegar ao Supremo Tribunal americano, a decisão final em Monsanto vs.
Geerston Seed Farms estabelece jurisprudência fundamental para o futuro da engenharia genética naquele país. A
história começou em 2005, com a decisão do Departamento de Agricultura do governo federal de autorizar
(desregulamentar, para ser exacto) alfafa transgénica da Monsanto tolerante ao herbicida Roundup (também da Mon-
santo). Acontece que a legislação ambiental em vigor nos EUA impõe a obrigatoriedade de realização de um estudo
de impacto ambiental (EIA) detalhado antes da decisão de desregulamentar, estudo esse que não foi feito.
Um grupo de agricultores e associações foram para tribunal dizer isso mesmo e ganharam em 2007 na primeira
instância e depois no recurso. Não só o governo foi considerado culpado de não ter cumprido a lei, como foi proibida
a venda da alfafa transgénica e ainda qualquer desregulamentação parcial enquanto não fosse realizado o EIA ... o
que pode demorar vários anos.
Mas, talvez mais importante que tudo, o Supremo determinou que a consideração de impacto ambiental abarca
impactos económicos, tal como a redução de produtividade agrícola ou a perda de mercados devido à contaminação
por polinização cruzada. Estes fenómenos constituem, à luz do acórdão de hoje, um impacto negativo e ilegal. Esta
nova interpretação da lei vai afectar claramente outros casos que estão nos tribunais, e traz novas responsabilidades
às empresas da engenharia genética. Notícias excelentes, portanto.
(Fonte: StopOGM - http://bit.ly/drk12r, 2010/06/21)

PARLAMENTO EUROPEU REJEITOU ROTULAGEM OBRIGATÓRIA DE PRODUTOS PROVE-


NIENTES DE ANIMAIS ALIMENTADOS COM TRANSGÉNICOS

No dia 7 de Julho os eurodeputados votaram contra a rotulagem obrigatória de produtos provenientes de animais
alimentados com rações OGM! (Fonte: LADepeche - http://bit.ly/aimHpR)

CAMPANHA CONTRA O ARROZ TRANSGÉNICO DÁ FRUTOS


Como sabem a Plataforma Transgénicos Fora, à qual o MPI pertence e tem colaborado activamente, desenvolveu
n.º 21 - Setembro de 2010 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 5

uma campanha contra o arroz transgénico, o arroz LL62, que a empresa alemã Bayer pediuara que seja permitida a
comercialização no espaço europeu. Felizmente, começam a surgir notícias animadoras que provam que campanhas
estruturadas, com continuidade, criatividade e boa condução, articulando várias formas de intervenção (acções de
rua, petições, lobbying) dão os seus frutos e permitem alcançar bons resultados!
A Plataforma contactou grandes produtores de diversas marcas comercializadas em Portugal, que se manifestaram
contra o arroz transgénico. Contactou ainda e algumas grandes superfícies comerciais, que também disseram que não
usarão este arroz nos seus produtos de marca branca. Reuniu com a comissão parlamentar da Agricultura, Desenvol-
vimento Rural e Pescas, onde alertou os deputados para os possíveis problemas causados pela introdução deste arroz
transgénico.
Este arroz transgénico tem sido posto em causa em termos científicos e não tem merecido o apoio de outros países
do espaço europeu, alguns dos quais já anunciaram a intenção de votar contra.
Atualmente não há país nenhum no mundo com arroz transgénico para consumo humano em circulação, mas, a
partir do momento em que a UE o aprovar, há países como o Vietname e a Coreia que estão à espera de poder produ-
zir este arroz em grande quantidade.

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA REJEITA ARROZ TRANSGÉNICO


O Bloco de Esquerda viu aprovado o Projecto de Resolução 166/XI na Assembleia da República, defendendo a
rejeição da comercialização de arroz transgénico LLRice62.
Esta iniciativa do Bloco de Esquerda, e que foi votada por unanimidade, recomenda que o Governo Português se
manifeste junto das instituições europeias a sua posição de rejeição da comercialização do arroz transgénico LLRi-
ce62 da Bayer, não permita a importação e comercialização deste arroz transgénico em território nacional, caso a
União Europeia tome a decisão de a autorizar no espaço europeu, e apoie a produção de arroz convencional.

PORTUGAL VOTARÁ CONTRA INTRODUÇÃO


DE ARROZ TRANSGÉNICO NA EU

A União Europeia (UE) está a analisar o pedido da Bayer


para que seja autorizada a comercialização no espaço europeu
do arroz transgénico LL62.
«Portugal irá votar contra, ao nível técnico e ao nível
político, a entrada desse OGM [Organismo Geneticamente
Modificado] em Portugal», disse à Lusa António Serrano,
ministro da agricultura.
Segundo o ministro, «trata-se de um arroz que em muitas
análises mostrou algumas fragilidades. É um produto
de entrada directa no consumo humano, com muitas reservas
científicas, na nossa opinião, para além de concorrer
directamente com variedades portuguesas que queremos prote-
ger, nomeadamente o arroz carolino», salientou.

DÊ UMA VIDA NOVA OS SEUS EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS E ELECTRÓNICOS


USADOS, PROTEJA O AMBIENTE E AJUDE PESSOAS NECESSITADAS

Sabe que pode dar uma vida nova aos equipamentos informáticos, telemóveis e electrodomésticos usados? Basta enca-
minhá-los para o Banco de Equipamentos da ENTRAJUDA que os recupera e encaminha para reutilização no sector social ou,
quando isso não seja possível, os recicla correctamente.
Reduza os impactos ambientais, contribua para a luta contra a exclusão social e obtenha ainda benefícios fiscais. Mais
informações em www.bancodeequipamentos.pt ou 213 600 500.
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AMBIENTE E CIDADANIA - RESPEITAR ÁREAS NATURAIS

Há uma crescente ocupação do espaço natural pela actividade humana (agricultura, floresta, estradas, urbaniza-
ções, etc.), sendo já relativamente escassos os locais que ainda conservam parte ou grande parte dos valores paisagís-
ticos e ecológicos como, serras, matas, rios, praias, etc., alguns dos quais com estatuto de protecção legal (áreas de
paisagem protegida, parques naturais, etc.).
O impacto negativo da actividade humana nestes locais é, muitas vezes, elevado, desde o desrespeito das mais
elementares regras de civismo à pressão urbanística, por exemplo. Um dos impactes importantes que estas áreas
sofrem é a deposição indiscriminada de todo o tipo de lixos, como, infelizmente, demasiadas vezes todos nós teste-
munhamos. De modo a termos uma ideia quantificada deste problema podemos tomar como exemplo as estatísticas
das campanhas “Costa Viva” organizadas pelo Espeleoclube de Torres Vedras e a Associação de Defesa do Patri-
mónio de Torres Vedras, integradas nas comemorações do Dia Mundial do Ambiente, que se celebra a 5 de Junho,
com a participação das escolas do concelho, o patrocínio da Câmara Municipal de Torres Vedras e o apoio do Institu-
to Português da Juventude.
Assim, desde o início destas campanhas anuais, 1995, até 2005 participaram cerca de 3200 alunos e foram reco-
lhidas cerca de 48 toneladas de lixo, como por exemplo pneus, embalagens, resíduos de estufas, restos de electrodo-
mésticos, papel e cartão, restos de bicicletas e motos, colchões, lixo doméstico, etc., etc. Só no primeiro ano, com a
participação de apenas 80 alunos foram recolhidas 10 toneladas de lixo, nos anos subsequentes a média situou-se nos
300 alunos participantes e recolha de 4 toneladas de lixo, em 2005 “apenas” foram recolhidas 1,5 toneladas, ainda
assim demasiado lixo para apenas 1 dia de recolha!
Os incêndios são outro flagelo, tendo, por exemplo, em 2005, 26,8% da sua origem sido devida ao uso negligente
do fogo (fogueiras, churrascos, queimadas).
A destruição das dunas é também visível na extensa área de costa do nosso país, devido à extracção de areias e
veículos todo-o-terreno. No entanto, a protecção do cordão dunar é essencial para que o mar não avance e a praia não
desapareça.
A crescente procura destes locais em actividades de ar livre, como escalada, percursos pedestres, BTT, passeios
equestres, canoagem, circuitos todo-o-terreno, desportos nautícos, etc., exige de quem os desfruta uma atitude cívica
de modo a diminuir os impactes que causamos.
Para nosso deleite e das gerações vindouras, é fundamental respeitar as áreas naturais, começando por respeitar
regras cívicas básicas, a saber:
1- Não colher plantas, ramos e flores, nem fazer inscrições nas árvores.
2- Usar os trilhos assinalados. Evitar pisar ou destruir a vegetação do solo, nas margens dos rios, dunas,
etc.
3- Não destruir ninhos ou capturar animais.
4- Não perturbar os animais nem insistir em fotografá-los quando, por exemplo, isso implicar que uma fêmea
abandone as crias.
5- Não fazer lume, excepto nos locais autorizados.
6- Não acampar, excepto nos locais autorizados.
7- Não fazer ruído excessivo. Se quiser ouvir rádio, coloque auscultadores nos ouvidos.
8- Passear a pé ou optar por visitas guiadas.
9- Não deitar lixo para o chão, se não houver caixotes do lixo nas proximidades guarde-o, até os encontrar!
10- Respeitar as épocas de realização de determinadas actividades (por exemplo, escalada, “rappel” de modo
a não perturbar a nidificação de certas espécies de aves).
11- Não usar embarcações a motor em águas utilizadas para abastecimento público.

Bibliografia:
“Os 10 mandamentos do banhista”, ABC Ambiente, Agosto 2002, p.17.
“50 Coisas simples que pode fazer para salvar o planeta, ”, The Earth Work Group, Círculo de Leitores, 1993, p.92.
“A importância da consciencialização do cidadão para a protecção da floresta”, Quercus Ambiente, Junho 2006, p.17
Convite “Costa Viva 2006”, Espeleoclube de Torres Vedras e Associação de Defesa do Património de Torres Vedras
n.º 21 - Setembro de 2010 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 7

BREVES
MPI convidado a participar Preocupação dos portugueses com altera-
num programa de rádio ções climáticas baixou nos últimos dois
anos
Primeiro foi o programa “Portugal em Directo” da
Antena 1, emitido no dia 8 de Abril, que constou de um Os portugueses estão hoje menos preocupados com
debate a partir da sede da Resioeste com a participação as alterações climáticas do que em 2007. Mas não são
da presidente do MPI, Alexandra Azevedo, do presidente os únicos. Segundo um inquérito da Universidade de
da Câmara Municipal do Cadaval, Aristides Sécio, e do Oxford e da Nielsen, empresa de estudos de mercado,
presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste (ex- esta é uma tendência mundial.
Associação de Municípios do Oeste), Carlos Lourenço. Apesar disso, Portugal continua ligeiramente acima
Em 22 de Abril foi para o ar o Programa "Perguntas da média europeia mas distante do país europeu mais
Proibidas", uma parceria entre a rádio Europa e o Institu- preocupado, a Grécia.
to da Democracia Portuguesa, dedicado à cidadania e “As preocupações de carácter económico tiraram
qualidade de vida, em que para além de Alexandra Aze- temporariamente a questão climática do topo da agen-
vedo participou também o investigador Manuel Gomes, da,…” disse Jonathan Banks, Director Europeu de
presidente do CIDAADS - Centro de Informação, Divul- Business Insights, The Nielsen Company, em comuni-
gação e Acção para o Ambiente e Desenvolvimento Sus- cado.
tentável. A poluição do ar e da água seguida pelas alterações
Quem quiser pode aceder ao programa através do climáticas são as três principais preocupações da popu-
nosso site: lação mundial.
http://mpica.info ou http://bit.ly/cZaK6k (Fonte: Público: http://bit.ly/5BGIaa)

espaço
Jovem Atento

Neste espaço dedicado aos mais novos continuamos com um trabalho de Laura Azevedo Varges, desta vez é uma
poesia que foi escrita quando tinha 11 anos de idade!
Continuamos também à espera dos teus trabalhos, textos, poesias ou desenhos para publicarmos. Faz ouvir a tua
voz, afinal o futuro a ti pertence!

Se não fossem as plantas


As plantas Que seria de nós…

Se não fossem as plantas Tanta beleza natural


Que seria de nós… Que as plantas nos dão,
E nós com tanto mal
Se não fossem as plantas Sujamos-lhes o coração.
Muitos nutrientes nos faltariam,
Olhem que são coisas santas Se não fossem as plantas
Sem elas as pessoas morreriam Que seria de nós…

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