You are on page 1of 8

Fisiologia – Respiratório

Constituintes do Sistema Respiratório

Vias Aéreas: Possuem funções protetoras, como aquecer o ar, umidificar e filtrar. Além disso
bloqueiam a inalação de partículas irritantes através de mecanismos como os pelos do nariz,
tosse, espirro, secreção de muco e revestimento epitelial ciliado.

As vias aéreas superiores consistem nas passagens nasais, seios paranasais, faringe e laringe
(oclusão das vias aéreas superiores resulta em engasgo, ou cronicamente com uma doença
conhecida como apneia do sono). Já as vias aéreas inferiores consistem na laringe, traquéia e
a árvore traqueo-brônquica. Essas vias podem ser diferenciadas em zona condutora que vai da
traquéia até os bronquíolos terminais e a zona respiratória que se inicia nos bronquíolos
respiratórios. Essas vias mais internas se localizam dentro dos pulmões, órgãos esponjosos
com propriedades elásticas.

Mecânica da Ventilação Pulmonar: Interação Entre Pulmão e Caixa Toráxica

Os pulmões ficam inseridos dentro de uma caixa toráxica, revestidos por uma pleura que é
dividida entre pleura visceral e pleura parietal por um espaço preenchido por um líquido. Esse
espaço confere a pleura uma sucção entre os folhetos negativa (em torno de -5 centímetros de
água que durante a inspiração diminui até aproximadamente -7,5 cm). Caracterizando assim a
Pressão Pleural.

Essa diferença de pressão se dá pelo fato dos pulmões terem uma tendência a colabar,
enquanto a caixa toráxica tem uma tendência a “se expandir”, “puxando” a pleura dos dois
lados. Seu material é constantemente bombeado para vasos linfáticos constituindo um
sistema fechado. Um rompimento na pleura ocasionado por uma lesão de objetivo perfuro
cortante faz os pulmões colabarem devido ao fato dessa pressão agora se igualar com a
pressão externa, caracterizando um caso de pneumotórax (que também pode ser causado de
forma “espontânea” devido a ação de alguma doença que lesione esse tecido, como enfisema
ou pneumonia).

Já a Pressão Alveolar é determinada pela quantidade de moléculas de ar contidas no interior


do alvéolo, assim como o volume do alvéolo, seguindo os fundamentos da Lei de Boyle, de
forma que o aumento de volume do alvéolo ocasiona na queda da sua pressão, enquanto a
diminuição do volume faz justamente o efeito oposto.

A diferença entre esse balanço de pressões se chama Pressão Transpulmonar, que a medida
que aumenta, existe uma tendência a distender o pulmão e consequentemente os alvéolos.

Quando os pulmões estão em repouso, todos os músculos relacionados a esse processo estão
relaxados e não existe nenhum gradiente de pressão que impulsione a movimentação do ar,
de maneira que o ar presente nos pulmões nesse momento se chama CRF (Capacidade
Residual Funcional), que é o volume de ar contido entre duas respirações. Dessa maneira
todas as forças estão em equilíbrio.
Mecânica da Ventilação Pulmonar: Movimentos e músculos responsáveis pela ventilação
pulmonar.

Existem diferentes músculos voltados ao movimento de inspiração e expiração. Esses músculos


atuam trabalhando contra as forças que se opõem ao enchimento pulmonar (resitência da
elasticidade dos pulmões, resistência das vias aéreas ao fluxo de ar). Representando um gasto
energético de 3 a 5% do metabolismo, aumentando 50 vezes durante exercícios físicos.

Dentre eles podemos citar

Músculos Inspiratórios

 Diafragma
 Intercostais Externos
 Escaleno
 Peitoral Maior
 Esternocleidomastóideo

Músculos Expiratórios

 Abdominais
 Intercostais Internos

Durante a inspiração, o diafragma se contrai e os músculos intercostais ajudam a elevar as


costelas e aumentar o volume da caixa toráxica, esse processo distende os pulmões. Esse
aumento do volume diminui a pressão dos alvéolos em relação à pressão atmosférica, fazendo
o ar se deslocar para dentro dos pulmões. Durante esse processo a pressão alveolar se
encontra menor que a pressão externa, e a pressão pleural varia negativamente de -5 para -7,5
cm como já citado. Os músculos da inspiração se contraem durante o processo de inspiração,
caracterizando uma distensão do diafragma e expansão/elevação da parede toráxica,
movendo o esterno para cima.

Já os músculos da expiração não atuam ativamente nesse processo em condições normais,


atuando somente em um caso de expiração forçada, onde os intercostais internos e
abdominais se contraem diminuindo o volume da caixa toráxica. Esse processo contrai os
pulmões, diminuindo o volume alveolar, fazendo com que sua pressão se aumente. Dessa
forma a pressão alveolar se encontra maior do que a atmosférica, fazendo o ar seguir esse
gradiente de pressão para ser expirado. Também interessante observar que o enchimento do
alvéolo com as partículas de ar ajuda a aumentar a pressão interna dele, caracterizando uma
retroalimentação negativa.

Quando estamos entre o momento no meio dos dois processos, sem fluxo de ar, a pressão
alveolar é 0 mm Hg, sem nenhum gradiente de pressão envolvido.
Padrões de Respiração Notáveis

 Eupneia: Respiração normal


 Hiperpneia: Aumento da freqüência ventilatória e/ou volume em resposta do aumento
do metabolismo (exercício).
 Hiperventilação: Aumento da freqüência ventilatória e/ou volume sem aumento do
metabolismo (emocional ou exemplo do balão)
 Hipoventilação: Diminuição da ventilação alveolar (Respiração superficial, asma,
doença pulmonar restritiva)
 Taquipneia: Respiração rápida, freqüência aumentada com diminuição da amplitude
(Respiração ofegante).
 Dispneia: Dificuldade de respirar, “fome de ar” (Doenças ou exercício vigoroso)
 Apneia: Cessação da respiração (Suspensão voluntária ou depressão dos centros de
controle do SNC).

Mecânica da Ventilação Pulmonar: Fatores Determinantes do Fluxo de Ar

Durante a ventilação, o fluxo de ar depende de um gradiente de pressão para que movimenta


a massa de ar. Nesse processo estão envolvidas a complacência pulmonar e a resistência
pulmonar. A complacência pulmonar define o grau de extensão dos pulmões por causa
unidade de aumento da pressão tanspulmonar, sendo inversamente proporcional a elastância.

Se a complacência pulmonar for diminuída, existe uma dificuldade de inspiração. Se a


elastância for diminuída, existe uma dificuldade de expirar (comum em caso de enfisema).

A Complacência Pulmonar Depende de diferentes fatores, dentre eles podemos citar a força
elástica do tecido pulmonar propriamente dito (1/3 de responsabilidade) e as forças elásticas
causadas pela tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos e
outros espaços das cavidades pulmonares (2/3 de responsabilidade). Nesse ponto, entra a
importância do Surfactante, que reduz a tensão superficial das moléculas de água do
revestimento interno dos alvéolos, sendo secretado por células alveolares do tipo II,
interferindo nas pontes de hidrogênio. Dessa maneira o surfactante contribui para a
estabilização do tamanho dos alvéolos.

Se os pulmões forem revestidos com salina, não existe mais a interação “ar-líquido” necessária
para a tensão superficial ser notada, de forma que passa a depender somente das fibras
elásticas dos pulmões.
Doenças Associadas à Baixa Complacência Pulmonar.

Doenças Pulmonares restritivas:

Síndrome da angústia respiratória do recém nascido, caracterizada por uma produção ineficaz
de surfactante pelas células do recém nascido, fazendo que seja necessário um esforço maior
para os movimentos respiratórios.

Enfisema: Doença obstrutiva, com fibras elásticas destruídas, mas sem a deposição de tecido
cicatricial. Com a diminuição da elastância, a complacência tende a aumentar. Porém dificulta
o movimento de expiração

Fibrose Pulmonar: Deposição de tecido cicatricial devido a destruição de fibras elásticas


destruídas, diminuindo a complacência e dificultando inicialmente o movimento de inspiração.

Resistência Pulmonar:

Existe uma resistência comum ao fluxo de ar, que está diretamente relacionada ao raio dos
canais ao qual o ar está passando, quanto maior o raio da via do momento, menor será a
resistência do fluxo de ar. A zona condutora das vias aéreas possui baixa resistência uma vez
que possui um raio bem grande, quando o ar se dirige para os alvéolos, apesar da diminuição
dos raios individuais, a área de secção total é maior devido ao somatório de todos esses
alvéolos, de maneira que se mantém a resistência do ar em níveis baixos. A influência do raio
no processo da resistência ao fluxo lida com fatores como viscosidade do ar inspirado e o
comprimento das vias aéreas.

Durante a inspiração as forças tratoras exercidas no tecido pulmonar abrem as vias


respiratórias diminuindo a resistência do ar, e durante a expiração a remoção dessas forças
tratoras diminui o diâmetro das vias respiratórias aumentando a resistência.

A broncoconstrição aumenta a resistência do ar (devido a uma resposta parassimpática ou


inalação de irritantes). Além disso tumores obtrusivos, acúmulo de muco ou ação de
protaglandinas, leucotrienos e histamina ajudam a aumentar essa resistência do ar.

Por outro lado a broncodilatação diminui a resistência ao fluxo de ar, gerada a partir de uma
estimulação simpática, agonistas adrenérgicos, anti-histamínicos ou presença de CO2 no ar
alveolar.

(Doenças pulmonares obstrutivas como asma tendem a aumentar a resistência pulmonar).

Mecânica da Ventilação Pulmonar: Medidas da Ventilação Pulmonar e de sua Eficiência

Espaço Morto: Se trata de um volume residual de ar que nunca alcança os níveis de trocas
gasosas durante a inspiração, e durante a expiração é a primeira massa de ar a ser expelida.

Partindo desse ponto, o espaço morto ocupa mais ou menos 150ml. Em uma expiração são
expelidos em média 500ml de ar, e desses 500ml 150 continuam no espaço morto. Durante a
inspiração esses 150ml serão ”empurrados” para dentro da região de trocas, com mais 350ml
de ar “novo”, e os 150 ml restantes da inspiração ficarão no novo espaço morto.
Dessa maneira pode-se chegar a seguintes postulados.

VM= VC x F ( 500ml x 12 = 6 litros/min)

Onde

VM=Volume minuto
VC= Volume Corrente
F= Frequência Respiratória.

Porém, esse volume corrente sofre influência direta do espaço morto. Sendo calculado a partir
do Volume total recorrente – O Volume de Espaço morto.

Logo VA= (500 – 150) x 12 = 4,2 Litros /min

Volume e Capacidades Pulmonares: Podem ser medidos a partir de uma técnica chamada
“espirometria”, que mensura os níveis de ares inspirado expirado usando um dispositivo
chamado “espirômetro”. Que consiste em um cilindro invertido cheio de ar imerso em um
recipiente com água, a partir do momento que a pessoa respira através desse tubo se cria um
sistema fechado capaz de mensurar a sua respiração. Quando o paciente inspira o volume de
ar no cilindro diminui, fazendo com que esse se afunde na água, e quando o paciente expira o
volume de ar no cilindro aumenta, fazendo ele flutuar novamente.

Usando esse tipo de medição, pode-se mensurar um volume de reserva inspiratório máximo de
3000 ml (totalizando 5700 ml), em contrapartida o volume máximo expiratório gira em torno
de 1000ml, mas mesmo com a expiração máxima, ainda existe um volume residual que
permanece nos pulmões, na média de 1200 ml. (lembrando que esse volume residual não
pode ser medido por espirometria, em vez disso usa-se uma medição com mistura de gases
com gás hélio). As capacidades pulmonares são somas de dois ou mais volumes pulmonares
descritos anteriormente, a capacidade inspiratória é o máximo volume de ar que pode ser
inspirado ao fim de uma expiração em repouso. A soma do volume corrente (VC) e VRI é em
média 3500ml. A Capacidade Vital (CV) é o máximo de volume de ar que pode ser expirado
após uma inspiração máxima, ela é a soma de VC+VRI+VRE e sua média é de 4500ml. A
Capacidade Residual Funcional (CRF) é o volume de ar remanescente nos pulmões ao fim de
uma expiração corrente em repouso, igual a soma de VRE e VR. Ela mede aproximadamente
2.200ml (condição de repouso). A Capacidade Pulmonar Total (CPT) é o volume de ar presente
nos pulmões ao fim de uma inspiração máxima, é a soma de VC+VRI+VRE+VR com média na
faixa de 5700ml.

Gráfico de Capacidade Vital Forçada (FVC) pode ser mensurada em um gráfico para entender a
quantidade máxima de ar que pode ser expirado de modo forçado a partir do ponto de
inspiração máxima. O volume expiratório forçado (VEF) é uma medida da porcentagem de
FVC que pode ser expirada em uma certa extensão de tempo, normalmente medida em 1
segundo. Nas taxas normais um VEF de uma pessoa deve corresponder a 80% da capacidade
vital forçada total. Uma FVC mais baixa é indicativa de doença pulmonar restritiva, enquanto
baixo VEF é indicativo de resistência aumentada, característica de doença pulmonar
obstrutiva.
Relação entre ventilação e perfusão através dos capilares pulmonares.

Anatomia Fisiológica do Sistema Circulatório Pulmonar

As estruturas de trocas gasosas precisam de uma conformação bem específica de vasos


sanguíneos adjacentes para permitir que o oxigênio seja difundido para dentro da circulação
sanguínea. Vasos pulmonares finos (artérias com sangue parcialmente oxigenado) e
distensíveis acomodam o volume sistólico direto, por sua vez vasos brônquicos (responsáveis
por 1 a 2% do Débito cardíaco e oxigenados) irrigam o os pulmões e são drenados para as veias
pulmonares, para seguirem para o átrio esquerdo, e daí alcançarem toda a circulação
sistêmica. Vasos linfáticos também estão presentes em todo o tecido de suporte do pulmão,
drenando também partículas que chegam aos alvéolos, além de proteínas plasmáticas e
desembocam no ducto linfático toráxico direito, sendo úteis na prevenção de edema
pulmonar. A irrigação do alvéolo precisa ter uma certa “margem de extensão”, se os capilares
forem muito próximos ao tecido alveolar essa rede não irá permitir sua expansão durante a
inspiração, por outro lado se os capilares ficarem muitos distantes do alvéolo a distância irá
dificultar as trocas gasosas que acontecem entre os tecidos.

Pressões em diferentes vasos do pulmão podem ser mensuradas em gráficos que indicam que
a pressão varia constantemente entre as sístoles e as diástoles, até que o sangue alcança
capilares pulmonares, a partir desse momento a pressão diminui constantemente até chegar
ao átrio esquerdo, e a partir daí alcançar a circulação sistêmica.

Essa tão importante troca de gases acontece nos alvéolos, onde o espaço aéreo alveolar é
dividido dos capilares sanguíneos por uma camada de células alveolares do tipo I e seu
revestimento de surfactante (produzido por células do tipo II) e uma membrana basal capilar,
que as separas das células epiteliais dos capilares.

Essa difusão é feita a partir do gradiente de concentração das substâncias, podendo-se


mensurar que a PO2 alveolar se encontra em 104 mmHg enquanto a PO2 sanguínea está a
40mmHg, fazendo todo o oxigênio seguir esse gradiente de concentração. No caso da PCO2 a
pressão alveolar está na faixa de 40mmHg enquanto a PCO2 sanguínea está na faixa de
45mmHg, fazendo com que 5mmHg se desloquem e a PCO2 restante fica na faixa de 40mmHg.
Quando a ventilação alveolar aumenta a PO2 aumenta, porém a PCO2 diminui, e a recíproca é
verdadeira, quando a ventilação alveolar diminui, caem os níveis de PO2 e aumentam os de
PCO2.

Doenças como Enfisema destroem os alvéolos, diminuindo a PO2 dos capilares por
consequência da falha nas trocas, a fibrose mantém o mesmo princípio nesse sentido. Já o
edema pulmonar causa um distanciamento entre os capilares e o alvéolo dificultando a
difusão, por fim a asma diminui a PO2 alveolar ao contrair os bronquíolos de forma anormal. O
edema pode ser causado por uma insuficiência cardíaca esquerda ou doença da válvula mitral
causando grandes elevações da pressão venosa pulmonar e alagamento dos espaços
intersticiais dos alvéolos, assim como lesão das membranas dos capilares pulmonares devido
a infecções ou inalação de substâncias tóxicas.
Perfusão Pulmonar

Refere-se ao fluxo sanguíneo da circulação pulmonar disponível para troca gasosa, sendo que
as suas pressões são relativamente mais baixas quando comparadas a circulação sistêmica. O
fluxo sanguíneo no pulmão difere entre as três áreas, sendo mínimo na parte superior, médio
na parte intermediária e máximo na parte inferior. Nessa dinâmica toda vez que a pressão do
ar no alvéolo pulmonar for maior que a pressão capilar pulmonar os capilares se fecham, e o
fluxo sanguíneo é interrompido.

Na zona 1 existe ausência do fluxo sanguíneo durante todas as partes do ciclo cardíaco, porque
a pressão capilar alveolar local nunca se eleva acima da pressão do ar alveolar, fazendo com
que os capilares fiquem fechados.

Na zona 2 o fluxo sanguíneo é intermitente, somente durante os picos de pressão arterial


pulmonar porque a pressão sistólica é superior a pressão do ar alveolar, mas a pressão
diastólica é inferior a pressão do ar alveolar fazendo com que os capilares se fechem e se
abram de maneira ritmada.

Na zona 3 o fluxo sanguíneo é contínuo porque a pressão capilar alveolar permanece mais alta
que a pressão do ar alveolar durante todo o ciclo cardíaco.

Dessa maneira, a perfusão se encontra reduzida nos ápices devido a força gravitacional
também, esse fato permite os alvéolos serem plenamente expandidos, essa expansão
comprime os vasos diminuindo ainda mais a perfusão sanguínea.

Os vasos sanguíneos com maior diâmetro evitam a completa expansão dos alvéolos, podendo
reduzir seus diâmetros.

Em condições normais os pulmões expressam somente as zona 2 e 3, uma vez que até no ápice
o balanço da pressão diastólica é superior a pressão de ar alveolar, fazendo com que o fluxo
também seja intermitente em posição ereta. Em posição ortostática nenhuma parte do
pulmão está a mais de alguns centímetros acima do nível do coração, nesse caso o fluxo
sanguíneo na pessoa normal é totalmente zona 3, incluindo os ápices pulmonares. (A zona 1
ocorre somente em condições anormais como perda de pressão diastólica devido a algum
sangramento por exemplo).

Relação Ventilação/Perfusão:

Ventilação está relacionada com a perfusão através dos capilares pulmonares, como descrito
na dinâmica acima, o desequilíbrio nesse processo faz com que o alvéolo esteja sendo
ventilado, mas não perfundido. Ou perfundido, mas não ventilado. Ambas as configurações
são negativas para a manutenção homeostática da troca gasosa ideal entre tecidos.

Em condições normais esse equilíbrio entre ventilação e perfusão visa maximizar a troca de
gases. Porém, se a ventilação diminui em um dos alvéolos, a PCO2 aumenta e a PO2 diminui, o
sangue que flui por esses alvéolos não é oxigenado. A diminuição de PO2 tecidual ao redor do
alvéolo constringe suas arteríolas, desviando o sangue para os alvéolos melhor ventilados.
Dinâmica Capilar Pulmonar

A pressão dos capilares é essencial para entender a dinâmica de trocas existente nessa área. A
pressão capilar pulmonar gira em torno de 7mmHg (baixa), enquanto a pressão no líquido
intersticial é mais negativa que na periferia (-8mmHg).

Quando o débito cardíaco é normal, o sangue passa pelos capilares em 0,8 segundo
(diminuindo para 0,3 segundo com débito cardíaco elevado devido a conformação dos
capilares que permitem que essa mudança não seja muito brusca, uma vez que os capilares
normalmente colapsados se abrem para compensar isso, assim permitindo uma troca efetiva
dos gases).

Os capilares pulmonares são relativamente permeáveis a proteínas, de modo que a pressão


osmótica gira em torno de -14mmHg. As paredes alveolares são relativamente finas, e o
epitélio alveolar que recobre as superfícies alveolares é frágil, o que torna essas paredes muito
suscetíveis a mudanças de pressão.

Dentro dessa dinâmica podemos citar diferentes forças que atuam nessa homeostase
sanguínea.

1.Forças que tendem a causar influxo de líquido oriundo dos capilares e na direção do
interstício pulmonar

 Pressão Capilar: 7mmHg


 Pressão osmótica do líquido intersticial: 14mmHg
 Pressão negativa do líquido intersticial: 8mmHg

Total de força para fora: 29mmHg

2.Forças que tendem a causar absorção do líquido pelos capilares

 Pressão coloidosmótica do plasma: 28mmHg

Assim, as forças são para fora são ligeiramente maiores, gerando uma pressão de filtração
média de 1mmHg (diferença). Essa pressão gera um pequeno influxo de líquido dos capilares
para os espaços intersticiais, parte dele se evapora e a outra parte é drenada pelo sistema
linfático pulmonar. Esse processo impede que esse excesso de líquido prejudique os alvéolos,
mantendo eles levemente úmidos e nem secos demais (devido a pequena quantidade de
líquido sugada pela pressão negativa).

Gustavo Pessoa. T25

You might also like