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Universidade Federal do Paraná

Departamento de Artes
Curso de Artes Visuais
Disciplina Linguagem das Artes Visuais
Aluno Rennan Negrão de Queiroz

Fichamento de texto -

Pintura Modernista
COTRIM, Cecília e FERREIRA, Glória, Clement Greenberg e o debate crítico.
Rio de janeiro, Zahar, 2001
No texto A Pintura Modernista, a preocupação de Greenberg reside em
argumentar que existe uma lógica para o desenvolvimento da arte modernista,
através da seguinte ideia: "o uso dos métodos característicos de uma disciplina
para criticar a própria não-disciplina, a fim de subvertê-lo, mas para consolidá-la
com mais firmeza na sua área de competência", o que salienta uma autocrítica,
como o uso da lógica por Kant, para questionar a própria lógica. Segundo o autor,
o Modernismo "critica a partir do interior”, através dos próprios procedimentos
daquilo que está sendo criticado.
O autor segue em seu discurso afirmando que cada atividade social exige uma
justificativa, e que diante de sua ausência, a atividade pode ser enfraquecida.
Menciona que isso aconteceu com a religião. Destaca a arte pós-iluminista, que
estabelece sua independência através de sua justificativa - por meio de um
argumento - que corrobora sua legitimidade e capacidade de proporcionar
experiências que somente através dela podem ser obtidas. De maneira geral, a
individualidade e importância de uma forma de arte reside em ser única, e
oferecer experiências distintas de qualquer outra forma de arte. Uma vez
descoberta a especificidade que a torna singular, o autor segue dizendo que o
artista modernista progressista é convocado para limpar quaisquer elementos
que não sejam essenciais e que não tenham relação com o meio. Assim, cada
arte se torna pura e estabelece como missão da autocritica obter uma auto
definição. De acordo com o autor, a pintura realista pré-modernista não segue
os critérios descritos anteriormente, e utiliza “a arte para ocultar a arte”. Neste
aspecto, o realismo encoraja o espectador a mover-se através da superfície e
dentro do espaço ilusório da representação. Por outro lado, o modernismo utiliza
“a arte para chamar atenção para a arte”. A restrição dos meios: superfície plana,
forma de suporte e as propriedades dos pigmentos foram negadas pela pintura
tradicional. Sob o modernismo, elas passaram a ser vistas como elementos
relevantes, e foram abertamente reconhecidas, representadas na obra de Manet
e seus sucessores.
O Modernismo reafirma a bidimensionalidade da superfície da imagem. Ela
obriga o espectador a ver a pintura pela primeira vez como uma superfície
pintada, e só mais tarde como uma imagem. Greenberg afirma que esta é a
melhor maneira de ver qualquer tipo de imagem. O autor justifica a abstração
como forma de proteger a autonomia da pintura e manter a sua essência de
bidimensionalidade, para evitar a impureza e inautenticidade de representar o
espaço tridimensional em uma superfície bidimensional
Para finalizar, o texto deixa claro que este movimento na arte nunca foi seguido
explicitamente; os artistas não se orientaram por um direcionamento consciente.
Neste aspecto, o modernismo não configura uma ruptura abrupta de todos os
cânones estabelecidos anteriormente, e não assume o papel de algo
integralmente novo. De acordo com o texto, os questionamentos conceituais
sobre a arte e sua função culminam no Modernismo, que se configura como um
auto despertar da arte.

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