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TERREYRO COREOGRÁFICO
ADESIVO TITULO 2
CANTEYRO DE OBRAS
HABITAR Y CULTIVAR
ADESIVO TITULO 3
ADESIVO TITULO 4
MALOCA JACEGUAI
ADESIVO TITULO 5
MITOLÓGICAS
CITAÇÃO 0
ABERTURA TEXTO Y
abertura encruzilhada desvio
pitágoras diz
escolha de caminho
quando invertido
confirmação da escolha
também a espera trivial
na intersecção de três caminhos
encruzilhada de discursos
y
adentra a terra
arando arejando
araterra ter
em guarani
YY
água
com terra barro
pedra fundamental
Yangi
devorando
multiplicando
ADESIVO CITAÇÃO 1:
ADESIVO CITAÇÃO 4
TEXTO TERREYRO COREOGRÁFICO
Presentes ao Habitar y Cultivar
Onde a segurança não é o super objetivo que vem em uma alucinada linha de montagem de
fortificações na cidade, sacrificando o que resta de espaço público e alimentando a ágorafobia
Onde o consumo não é o super objetivo que carrega a ideia de espaço público bem sucedido
que neutraliza as diferenças afirmando identidade e segregação
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que
era urbano, suburbano, fronteiriço e continental
O fechado, sutilíssima coreografia que é capaz de criar vazios justamente por causa da geração
de ondas de experiências transmissíveis
ADESIVO CITAÇÃO 5
TEXTO CANTEYRO DE OBRAS
Habitar diariamente o terreno a ser trabalhado.
Construir na medida do habitar.
Cultivar sua vida pública.
No trecho mais amplo e dilatado dos baixios da projeção do Viaduto Libertas, onde as ruas
Jaceguai, Major Diogo e Laerte Ramos de Carvalho se encontram em nível formando um Delta,
um vão livre se abriu! Graças ao acidente topográfico do terreno – voz da Terra! – resultante do
desastroso projeto urbanístico do viaduto da ligação leste-oeste, que dividiu o Bixiga em dois. O
concreto do viaduto, coreografado pelo espírito do lugar, reencaminhou a violência desse gesto
de corte, projetando ali um espaço público.
Em 2015, instauramos nesse baixio de viaduto nosso CANTEYRO DE OBRAS. Espaço de estudo
observação escuta clínica onde se habita e cultiva. Desviando das formalizações e críticas mais
habituais do CANTEIRO adentramos um CANTEYRO.
Ágora Agora : permeia todos os outros programas do Terreyro Coreográfico enquanto um estado
permanente da prática da vida pública como infraestrutura do cotidiano, sustentando as
contradições e conflitos, na lida diária com as esferas públicas em suas mais diversas camadas:
no cotidiano com os moradores de rua, com o bairro do Bixiga, com as mais diversas formas de
especulação dos espaços públicos, nas assembleias institucionais, nas reuniões com os
representantes da gestão pública da cidade, etc.
Celebrações : Fazer das festas nos espaços públicos Ritos Públicos Cor(e)ográficos. Práticas
Cosmocoropolíticas. Gozo Público.
Cine-Ma-Ágora : Mostra de filmes ao ar livre. Cinema público. Criar espaço e dar tempo ao
Público.
Feitura dos Corpos : Práticas corporais oferecidas ao Público, com o foco em cultivar corpos-
elétricos Guerreiros-Dançarinos no sentido de criar um Coro-Cosmopolítico.
Assim ali o tabu se fez totem! Cicatriz linha de fogo transmutada em espaço de trocas e
encontros entre os corpos em exercício cosmopolítico. Espaço de aproximação, encontro,
conflito, fluxo, troca e permanência, que pode ser experimentado concretamente por qualquer
um que ali se demore. Um espaço público até então fechado, hoje aberto à vida Pública.
ADESIVO CITAÇÃO 8
Terra Mantra
Passagens estreitas como buraco de agulha onde só passa uma coisa por vez.
Nessas passagens os mundos se costuram. Quando a gente atravessa, o corpo
é como uma linha que conecta dimensões (...) É das travessias, de arcos finos
quase translúcidos que se abrem movimentos precisos, que vou contar.
- Mitológicas Bárbara Malavoglia
vá ao Bixiga
caminhe sobre a calçada da rua Major Diogo
sob o Viaduto encontre o ponto médio da quadra
posicione-se na face leste da rua
o esterno está voltado para oeste
encostado no coração
entre o esterno e a espinha
está o timo
respire
continue por 3 ou 4 minutos
observe a vibração produzida
abra os olhos
- Mitológicas Marion Hesser
ADESIVO MITOLÓGICAS
o Terreyro Coreográfico devora o mito como expressão anacrônica do acontecimento. Versão dançante, que
desvia da interpretação universalizante da vida, que goza metamorfoses ao passar de boca em boca, mesmo
quando recantado pela mesma boca. O mito como narrativa não linear, sem origem ou destino, ainda que fale
justamente sobre origens e destinos. O mito que é sempre versão de outro mito e se desdobra ainda em tantos
outros mitos.
Mitológicas dão nome à publicação dos dois primeiros anos de trabalho do Terreyro Coreográfico (2014 a 2016).
Quatorze artistas que estruturaram, alimentaram e devoraram o Terreyro em sua primeira idade - ecoando
também outros saberes, outros tempos, vozes de um coro antigo, sempre vivo - publicam sua versão mítica desse
trabalho. Assim, a publicação chega não como voz única, monólogo, versão definitiva e negociada, mas como
subversões, numa polifonia de vozes que se comentam, se dizem, se comem, se contradizem, se interpretam, se
incorporam.
Mitológicas vai além do trabalho do Terreyro Coreográfico e se faz espaço para reverberação de outras vozes e
versões das narrativas que compõe esse baixio de viaduto.