Professional Documents
Culture Documents
GERENCIA DE MANUTENÇÃO
BELÉM
MAIO 2018
LEANDRO AUGUSTO DO NASCIMENTO GOMES -
BELÉM
MAIO 2018
SUMARIO
1 Introdução....................................................................................................................3
2 Caldeiras......................................................................................................................4
3 Norma Regulamentadora............................................................................................8
4 Vasos de Pressão.........................................................................................................16
5 Estudo de caso.............................................................................................................24
6 Conclusão....................................................................................................................31
7 Referências..................................................................................................................32
3
1 INTRODUÇÃO
As Normas Regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do trabalho,
são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos
da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT. O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e
medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na
legislação pertinente.
4
2 CALDEIRAS
A caldeira de vapor é um equipamento fundamental nos processos de produção de
indústrias e empresas, as quais a utilizam para diferentes funções como, por exemplo, em
hospitais, para esterilização de materiais e secagem de roupas. A falta de manutenção ou falta
de preparo do funcionário, para o uso desse equipamento, pode gerar falhas mecânicas ou falhas
humanas que, consequentemente, podem acarretar em acidentes de trabalho irreparáveis ao
responsável direto e/ou demais funcionários da empresa, bem como consideráveis prejuízos
financeiros ao estabelecimento (BEUX, 2014, p.10).
As caldeiras são aplicadas nas instalações onde se faz necessária a utilização de vapor ara realização
de trabalho mecânico ou para ceder calor direta ou indiretamente em processos diversos.
No caso das refinarias de petróleo, em termos práticos, a maior parte do vapor utilizado
nos processos é gerada em caldeiras, e uma pequena parte é gerada em refervedores, com o
aproveitamento de calor residual em alguns processos. A energia para vaporização pode ser
obtida através da queima de um combustível sólido, líquido ou gasoso ou por conversão de
energia elétrica.
Logo, estabelecimentos que façam uso de tais equipamentos em suas atividades devem
estar cientes dos riscos e adotar os procedimentos obrigatórios da Norma Regulamentadora n.º
13. Mais conhecida como NR13 possui uma série de indicações de punho preventivo, tanto para
os profissionais quanto para às instalações. Requer inspeções, dispositivos de segurança,
identificações, registros e documentos, projetos de instalação, manutenções e profissionais
habilitados. Segundo NR-13: “Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e
acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia,
excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.”
Caldeiras são construídas com chapas e tubos, o calor liberado pela queima do combustível faz
com que as partes metálicas das mesmas se aqueçam, transferindo calor à água e gerando vapor,
ou seja, caldeiras são recipientes metálicos cuja função é, a produção de vapor por meio do
aquecimento da água (BEUX, 2014, p.13).
5
Neste tipo, os gases oriundos da combustão circulam no interior dos tubos, ao redor
dos quais está a água a ser aquecida e evaporada. Tais tubos podem ser organizados de forma
horizontal e vertical. Esse tipo de caldeira é considerado de construção simples em função de
seu baixo valor de investimento e da facilidade de manutenção, são mais comuns em
hospitais, lavanderias, hotéis, indústria alimentícia e etc.
Tubulão de vapor: Tambor horizontal localizado na parte superior da caldeira, onde água e
vapor estão em equilíbrio na temperatura de saturação correspondente à pressão do mesmo.
Feixe de tubos: É formado pelos tubos que interligam os tambores de vapor e de água. A
disposição do feixe de tubos em torno do forno constitui as chamadas “paredes de água”.
Essas paredes (laterais, frontais, teto e fundo) geram um espaço vazio envolvendo a câmara
de combustão.
Em segui diz respeito a toda caldeira, e devem conter em seu corpo afixada em local de fácil
acesso e visível com as seguintes informações
nome do fabricante;
número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
ano de fabricação;
pressão máxima de trabalho admissível;
9
- Características funcionais;
- Ano de fabricação;
- Categoria da caldeira;
b) Registro de Segurança;
c) Projeto de Instalação;
Em caso de venda da caldeira os documentos mencionados nas alíneas “a”, “d” e “e”
devem acompanha-la
Quando a caldeira estiver instalada em ambiente fechado, a casa de caldeiras deve satisfazer
os seguintes requisitos:
a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo ter apenas
uma parede adjacente a outras instalações do estabelecimento, porém com as outras paredes
afastadas de, no mínimo, 3,0 m (três metros) de outras instalações, do limite de
11
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas;
Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos itens acima, deve ser elaborado
projeto alternativo de instalação, com medidas complementares de segurança, que permitam
a atenuação dos riscos, comunicando previamente a representação sindical dos trabalhadores
predominante no estabelecimento.
• Sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente.
• Sopradores de fuligem: são muito usados nas caldeiras aquatubulares, servem para
remover a fuligem ou depósitos de cinzas das superfícies de aquecimento, e funcionam em
geral com vapor seco; essa remoção do material particulado, da superfície de aquecimento,
pode contribuir no rendimento da caldeira.
13.4.3.1 Toda caldeira deve possuir manual de operação atualizado, em língua portuguesa, em
local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:
13.4.3.2.1 A inibição provisória dos instrumentos e controles é permitida, desde que mantida a
segurança operacional, e que esteja prevista nos procedimentos formais de operação e
manutenção, ou com justificativa formalmente documentada, com prévia análise técnica e
respectivas medidas de contingência para mitigação dos riscos elaborada pelo responsável técnico
do processo, com anuência do PH.
13.4.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser implementados,
quando necessários, para compatibilizar suas propriedades físico-químicas com os parâmetros de
operação da caldeira, sendo estes tratamentos obrigatórios em caldeiras classificadas como
categoria A, conforme item 13.4.1.2 desta NR.
13.4.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de
operador de caldeira.
13.4.3.5 É considerado operador de caldeira aquele que satisfizer o disposto no item “A”
do Anexo I desta NR.
14
O item de número 13.4.4 da referida NR, fala sobre a inspeção de segurança de caldeiras,
trata-se de uma exigência do Ministério do Trabalho, com o objetivo de estabelecer requisitos
mínimos para gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, inspeção, operação e
manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores. A empresa através de seu
empregador, é o responsável pela adoção das medidas determinadas na NR 13, devendo,
portanto, estar ciente da obrigatoriedade para maior segurança das inspeções de segurança
em caldeiras, vasos sob pressão e tubulação.
Inspeção inicial: deve ser realizada por profissional habilitado, em caldeiras novas, antes
de sua entrada em operação, visa a detecção e a eliminação dos riscos já no seu início, sendo
assim uma ótima ferramenta no combate aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
a) Pelo menos 1 (uma) vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias B e C;
4 VASOS DE PRESSÃO
O nome vaso de pressão designa genericamente todos os recipientes estanques, de
qualquer tipo, dimensões, formato ou finalidade, capazes de conter um fluido pressurizado.
Dentro de uma definição tão abrangente inclui-se uma enorme variedade de equipamentos,
desde uma simples panela de pressão de cozinha até os mais sofisticados reatores nucleares.
Vasos de pressão são equipamentos cujo produto PV < 8 (oito), onde “P” é a máxima
pressão de operação “V” o seu volume geométrico interno. Incluem-se nesta os
permutadores de calor, evaporadores e similares; vasos de pressão ou partes sujeitas a
chama direta; vasos de pressão encamisados, autoclaves e caldeiras de fluido térmico que
não o vaporizem e vasos que contenham fluido da classe “A”, independente da relação PV.
Conforme a NR13, “Os vasos de pressão estão classificados em categorias segundo o
tipo de fluido e potencial de risco.” Os fluidos contidos nos vasos são segmentados
conforme a tabela abaixo:
Classes Fluidos
Fluidos inflamáveis;
Água ou outros fluidos não enquadrados nas classes “A”, “B” ou “C”, com temperatura
Classe “D”
superior a 50ºC.
17
Grupo 1 – PV 100
Grupo 5 – PV < 1
“B” I II III IV IV
“C” II
I III IV V
“D”
II III IV V V
Tabela 3: Prazos para estabelecimentos sem Serviço próprio de Inspeção (NR 13).
Tabela 4: Prazos para estabelecimentos com Serviço próprio de Inspeção (NR 13).
Para os vasos de pressão novos sujeitos a exigências legais de inspeção, deve ser
feita inspeção inicial no local definitivo de instalação, atendendo ao disposto na
legislação vigente. A inspeção externa pode ser realizada com o vaso de pressão em
condições normais de operação, ou por ocasião das paradas do equipamento. Para que a
inspeção possa ser conduzida de forma objetiva, cabe ao inspetor seguir o planejado na
fase de preparação e cumprir completamente cada etapa da inspeção antes de passar para
a seguinte.
20
Condições de Operação
Como primeira ação da inspeção externa, deve ser verificado se o equipamento está
operando em condições de pressão e temperatura compatíveis com o projeto. Trabalho acima
dos limites de projeto compromete a segurança das pessoas, instalações e do meio ambiente.
Identificação e Instalação
Isolamento Térmico
Conforme Santiago (s/d) a corrosão é apontada como maior razão de deterioração dos
equipamentos das indústrias. Pode-se então, conceituar a corrosão como a destruição dos
materiais metálicos devido a ação química ou eletroquímica no meio, podendo ou não estar
atrelada à ação física. Porém as indústrias têm desenvolvido e implementado processos mais
22
modernos, alguns até utilizando produtos químicos corrosivos, este tipo de ação nos metais
tem se tornado mais numerosos e complexos.
Neste contexto, deve-se manter o controle dos custos de corrosão diminuindo o processo
de deterioração antes que ela ocasione perda de produção ou grandes danos nos
equipamentos. Por isso as avaliações periódicas nos equipamentos são tão importantes.
Através do teste hidrostático, é possível verificar falhas, defeitos e vazamentos (em soldas,
roscas, etc.). A NR-13 regulamenta como obrigatório os testes hidrostáticos em vasos de
pressão. A periodicidade varia de acordo com a categoria do vaso (Anexo IV da NR- 13). A
pressão de teste hidrostático deve ser a mais alta possível, compatível com a segurança da
parte mais fraca do vaso. Por esse motivo, a pressão do teste hidrostático deve ser sempre
superior a pressão de projeto e a pressão máxima de trabalho admissível. Portanto, durante o
teste hidrostático, o vaso ficará submetido a uma tensão maior a sua admissível. Para os vasos
construídos de acordo com a normatização, a pressão de teste deve ser no mínimo 1,5 vezes
a Pressão Máxima de Trabalho Admissível - PMTA do vaso. A restrição do fluido a ser
utilizado para o teste deve levar em conta o código de construção, preservar a segurança da
equipe a qual está realizando os testes, além de não causar danos ambientais, no caso de
vazamentos ou colapso do vaso (ABNT, 2007).
23
Todo vaso de pressão de ver instalado de modo que todos os drenos, respiros, bocas de visita e
indicadores de nível, pressão e temperatura, quando existentes, sejam facilmente acessíveis. Quando
os vasos de pressão forem instalados em ambientes fechados, a instalação deve satisfazer os seguintes
requisitos:
5 ESTUDO DE CASO
Conforme inspeção realizada, não foram observadas não conformidades. Em relação aos
itens do check list foi observado que:
Possui livro de Registro de Segurança com páginas numeradas onde são registradas
todas as ocorrências e inspeções de segurança;
Profissional responsável;
Na norma regulamentadora 13, a categorização dos riscos dos vasos de pressão está
exclusivamente relacionada à pressão, volume do equipamento e classe do fluido e suas
características, considerando apenas as 27requência27as, sem usar critérios de probabilidade
28
de falha estrutural, nem evolução do risco com o tempo. A seguir está exemplificado como
categorizar um vaso de pressão, por meio dos dados do reservatório criogênico.
Para P.V ≥ 2,5 e < 30 com fluido classe C, pode-se considerar que o reservatório pertence
à categoria de risco III.
A instituição hospitalar faz o uso da caldeira à lenha desde 1993 e para a operação do
equipamento atualmente conta com 05 profissionais – denominados caldeireiros. A caldeira
é identificada por uma placa fixa conforme seu prontuário com as seguintes descrições:
Caldeira
Fabricante HBREMER
No. Ordem 989
Ano Fabricação 1991
PMTA 10 kgf/cm2
Pressão Teste Hidrostático 18 kgf/cm2
Produção Vapor 2000 kgv/h
Área de aquecimento 100m2
Código projeto ASMEC SEC1/86
Categoria B
Modelo HBF100
29
Em resumo, dos 35 itens avaliados, 30% não estão em conformidade com a NR13.
De modo geral é evidente a necessidade de manutenção preventiva, fator importante que
está resultando em vazamentos, fumaça no ambiente e muita umidade ocasionada pelo
retorno do condensado e espaço insuficiente para armazenamento; manutenção corretiva
onde alguns reparos já foram solicitados pelos próprios operadores; melhoria no sistema
de iluminação do ambiente está precária, se fazendo necessário o remanejo e aplicação
de mais lâmpadas, já que o serviço funciona 24 horas por dia e a elaboração do mapa de
riscos para a área já que na avaliação de conhecimento nem todos operadores o conhecem.
É extremamente necessário estar disponibilizado aos operadores o manual de operação
com procedimentos e rotinas claras e bem definidas. Além de realizar com 30requência
a reciclagem dos mesmos. As imagens registradas no decorrer da inspeção estão no anexo
– caldeira.
6 CONCLUSÃO
Um fator que pode contribuir com o não atendimento da norma vigente é a pouca
fiscalização pelos órgãos competentes. A recente revisão da NR 13 veio implementar ainda
mais a questão de segurança na operação das caldeiras a vapor. O não cumprimento de
qualquer item previsto na NR 13 que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho
constitui risco grave e iminente. Sendo assim, é necessário, por parte dos empresários, uma
conscientização de que essa atividade é periculosa e que as caldeiras precisam ser operadas de
modo eficiente e seguro para se evitar acidentes, muitas vezes, com danos irreparáveis aos
trabalhadores, bem como, com consideráveis prejuízos financeiros ao estabelecimento.
32
7 REFERÊNCIAS
Almeida, Rogério Fabiano. Aplicação da NR-13 em vasos de pressão: estudo de caso em
tanques criogênicos em quatro indústrias de Curitiba-PR. 2014. 62f. Monografia de
especialização. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.