You are on page 1of 33

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA

INSTITUTO DE TECNOLOGIA - ITEC

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA - FEM

GERENCIA DE MANUTENÇÃO

LEANDRO AUGUSTO DO NASCIMENTO GOMES

MADSON DAS MERCÊS LIMA

MATHEUS BRAGA DUARTE SIROTHEAU DA COSTA

MATHEUS GAMA FONSECA

VINICIUS MONTEIRO MOTA

NORMA REGULAMENTADORA Nº13 – CALDEIRAS E VASOS DE


PRESSÃO

BELÉM
MAIO 2018
LEANDRO AUGUSTO DO NASCIMENTO GOMES -

MADSON DAS MERCÊS LIMA - 201302140050

MATHEUS BRAGA DUARTE SIROTHEAU DA COSTA - 201302140061

MATHEUS GAMA FONSECA - 201302140063

VINICIUS MONTEIRO MOTA - 201302140081

NORMA REGULAMENTADORA Nº13 – CALDEIRAS E VASOS DE


PRESSÃO

Trabalho referente a segunda avaliação da


disciplina de Gerência de Manutenção ministrada
pelo professor Kelvin Pinheiro na Universidade
Federal do Pará.

BELÉM
MAIO 2018
SUMARIO

1 Introdução....................................................................................................................3

2 Caldeiras......................................................................................................................4

2.1 Classificação das caldeiras...................................................................................5

2.1.1 caldeiras flamotubulares....................................................................................5

2.1.2 caldeiras aquatubulares......................................................................................6

2.1.3 principais componentes......................................................................................7

3 Norma Regulamentadora............................................................................................8

3.1 instalações de caldeira a vapor.............................................................................10

3.2 seguranças na operação de caldeira......................................................................11

3.3 inspeções de segurança........................................................................................14

3.4 tipos de inspeções de segurança na operação de caldeiras conforme NR13.......14

4 Vasos de Pressão.........................................................................................................16

4.1 responsabilidade pela inspeção............................................................................19

4.1.2 técnica de inspeção...........................................................................................19

4.1.3 inspeção visual externa.....................................................................................19

4.1.4 inspeção interna................................................................................................20

4.2 causas de deterioração e avaria.............................................................................21

4.2.1 teste hidrostático...............................................................................................22

4.3 instalação de vasos de pressão..............................................................................23

5 Estudo de caso.............................................................................................................24

6 Conclusão....................................................................................................................31

7 Referências..................................................................................................................32
3

1 INTRODUÇÃO
As Normas Regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do trabalho,
são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos
da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT. O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e
medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na
legislação pertinente.
4

2 CALDEIRAS
A caldeira de vapor é um equipamento fundamental nos processos de produção de
indústrias e empresas, as quais a utilizam para diferentes funções como, por exemplo, em
hospitais, para esterilização de materiais e secagem de roupas. A falta de manutenção ou falta
de preparo do funcionário, para o uso desse equipamento, pode gerar falhas mecânicas ou falhas
humanas que, consequentemente, podem acarretar em acidentes de trabalho irreparáveis ao
responsável direto e/ou demais funcionários da empresa, bem como consideráveis prejuízos
financeiros ao estabelecimento (BEUX, 2014, p.10).
As caldeiras são aplicadas nas instalações onde se faz necessária a utilização de vapor ara realização
de trabalho mecânico ou para ceder calor direta ou indiretamente em processos diversos.
No caso das refinarias de petróleo, em termos práticos, a maior parte do vapor utilizado
nos processos é gerada em caldeiras, e uma pequena parte é gerada em refervedores, com o
aproveitamento de calor residual em alguns processos. A energia para vaporização pode ser
obtida através da queima de um combustível sólido, líquido ou gasoso ou por conversão de
energia elétrica.
Logo, estabelecimentos que façam uso de tais equipamentos em suas atividades devem
estar cientes dos riscos e adotar os procedimentos obrigatórios da Norma Regulamentadora n.º
13. Mais conhecida como NR13 possui uma série de indicações de punho preventivo, tanto para
os profissionais quanto para às instalações. Requer inspeções, dispositivos de segurança,
identificações, registros e documentos, projetos de instalação, manutenções e profissionais
habilitados. Segundo NR-13: “Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e
acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia,
excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.”
Caldeiras são construídas com chapas e tubos, o calor liberado pela queima do combustível faz
com que as partes metálicas das mesmas se aqueçam, transferindo calor à água e gerando vapor,
ou seja, caldeiras são recipientes metálicos cuja função é, a produção de vapor por meio do
aquecimento da água (BEUX, 2014, p.13).
5

2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS CALDEIRAS

As caldeiras são classificadas em flamotubulares e aquatubulares.

2.1.1 Caldeiras Flamotubulares:

Neste tipo, os gases oriundos da combustão circulam no interior dos tubos, ao redor
dos quais está a água a ser aquecida e evaporada. Tais tubos podem ser organizados de forma
horizontal e vertical. Esse tipo de caldeira é considerado de construção simples em função de
seu baixo valor de investimento e da facilidade de manutenção, são mais comuns em
hospitais, lavanderias, hotéis, indústria alimentícia e etc.

Figura 1- Caldeira flamotubular vertical.


6

Figura 2- Caldeira flamotubular horizontal.

2.1.2 Caldeiras aquatubulares:


Neste caso a água flui através de tubos enquanto os gases da combustão estão ao redor das
tubulações, o que aumenta muito a superfície de aquecimento e a capacidade de produção de vapor
e são de uso mais abrangente. Vale ressaltar que as caldeiras aquatubular necessitam de maiores
cuidados no tratamento da água em relação as flamotubulares.

Figura 3- Caldeira aquatubular.


7

2.1.3 Principais Componentes:

Câmara de combustão: Região onde ocorre a queima do combustível, gerando o gás de


queima aquecido.

Tubulão de vapor: Tambor horizontal localizado na parte superior da caldeira, onde água e
vapor estão em equilíbrio na temperatura de saturação correspondente à pressão do mesmo.

Tubulão de água: Tambor horizontal localizado na parte inferior da caldeira, normalmente


com dimensões menores do que o anterior, ficando sempre cheio d´água.

Feixe de tubos: É formado pelos tubos que interligam os tambores de vapor e de água. A
disposição do feixe de tubos em torno do forno constitui as chamadas “paredes de água”.
Essas paredes (laterais, frontais, teto e fundo) geram um espaço vazio envolvendo a câmara
de combustão.

Isolamento e refratários: Isolam a câmara de combustão dos elementos estruturais,


irradiando o calor não absorvido pelos tubos de volta para dentro da câmara, o que evita
perdas de calor para o exterior e protege a carcaça metálica

Estrutura e carcaça metálica: A estrutura e a carcaça de chapas metálicas, que envolvem a


caldeira, sustentam o isolamento e os refratários, além de todos os internos, garantindo a
estanqueidade. Formam também chicanas para direcionamento do fluxo de gases de
combustão. As chicanas podem ser apenas paredes de refratários.

Saídas de gases e chaminés: Promovem a exaustão dos gases de combustão provenientes


do interior da caldeira, regulando a tiragem necessária.
8

3 NORMA REGULAMENTADORA NR13

Por tratar-se de um equipamento de risco e necessária regulamentação vigente para


garantir bom funcionamento da máquina bem como a segurança dos operadores. Com isto a
NR13 do Ministério do Trabalho é responsável pelas normas a serem seguidas e assim
assegurar boa harmonia no ambiente de trabalho.

De acordo com NR13 as caldeiras classificam-se em duas categorias. Caldeiras de


categoria A são aquelas que suportam pressão de operação igual ou superior a 1960 Kpa
(19,98 kgf/cm2), com volume superior a 50 litros. As caldeiras de categoria B são aquelas
cuja pressão de operação seja superior a 60 Kpa (0,61 kgf/cm2) e inferior a 1960 Kpa (19,98
kgf/cm2), volume interno superior a 50 litros e o produto entre a pressão de operação em Kpa
e o volume interno em m3 seja superior a 6.

NR13 dita os seguintes itens que toda caleira deve apresentar

 válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior a


PMTA, considerados os requisitos do código de projeto relativos a aberturas
escalonadas e tolerâncias de calibração;
 instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
 injetor ou sistema de alimentação de água independente do principal que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente, acima das temperaturas de projeto, de
caldeiras de combustível sólido não atomizado ou com queima em suspensão;
 sistema dedicado de drenagem rápida de água em caldeiras de recuperação de álcalis,
com ações automáticas após acionamento pelo operador;
 sistema automático de controle do nível de água com intertravamento que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente.

Em segui diz respeito a toda caldeira, e devem conter em seu corpo afixada em local de fácil
acesso e visível com as seguintes informações

 nome do fabricante;
 número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
 ano de fabricação;
 pressão máxima de trabalho admissível;
9

 pressão de teste hidrostático de fabricação;


 capacidade de produção de vapor;
 área de superfície de aquecimento;
 código de projeto e ano de edição.

Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalada, a seguinte


documentação devidamente atualizada

a) Prontuário da caldeira, fornecido por seu fabricante, contendo as seguintes informações:

- Código de projeto e ano de edição;

- Especificação dos materiais;

- Procedimentos utilizados na fabricação, montagem e inspeção final;

- Metodologia para estabelecimento da PMTA;

- Registros da execução do teste hidrostático de fabricação;

- Conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida


útil da caldeira;

- Características funcionais;

- Dados dos dispositivos de segurança;

- Ano de fabricação;

- Categoria da caldeira;

b) Registro de Segurança;

c) Projeto de Instalação;

d) Projeto de alteração ou reparo;

e) Relatórios de inspeção de segurança;

f) Certificados de calibração dos dispositivos de segurança.


10

Em caso de venda da caldeira os documentos mencionados nas alíneas “a”, “d” e “e”
devem acompanha-la

3.1 Instalação de caldeiras a vapor

Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a área de caldeiras deve


satisfazer aos seguintes requisitos:

a) estar afastada de, no mínimo, 3,0 m (três metros) de:

- Outras instalações do estabelecimento;

- De depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para partida com até


2000 L (dois mil litros) de capacidade;

- Do limite de propriedade de terceiros;

- Do limite com as vias públicas;

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas, sinalizadas


e dispostas em direções distintas;

c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira, sendo


que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de
pessoas;

d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes da


combustão, para fora da área de operação atendendo às normas ambientais vigentes;

e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;

f) ter sistema de iluminação de emergência caso opere à noite.

Quando a caldeira estiver instalada em ambiente fechado, a casa de caldeiras deve satisfazer
os seguintes requisitos:

a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo, podendo ter apenas
uma parede adjacente a outras instalações do estabelecimento, porém com as outras paredes
afastadas de, no mínimo, 3,0 m (três metros) de outras instalações, do limite de
11

propriedade de terceiros, do limite com as vias públicas e de depósitos de combustíveis,


excetuando-se reservatórios para partida com até 2000 L (dois mil litros) de capacidade;

b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas, sinalizadas


e dispostas em direções distintas;

c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas;

d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de caldeira a


combustível gasoso;

e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;

f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da caldeira, sendo


que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de
pessoas;

g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes da


combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais vigentes;

h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de iluminação de


emergência

Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos itens acima, deve ser elaborado
projeto alternativo de instalação, com medidas complementares de segurança, que permitam
a atenuação dos riscos, comunicando previamente a representação sindical dos trabalhadores
predominante no estabelecimento.

3.2 Segurança na operação de caldeiras

O item de número 13.4.3 da NR 13 trata da segurança na operação de caldeira, discorre


também sobre os dispositivos que auxiliam na segurança da sua operação e de acordo com
ela os dispositivos de segurança das caldeiras têm por finalidade proteger os operadores e
demais trabalhadores, bem como os equipamentos, de possíveis falhas em seu
funcionamento. Os principais dispositivos de segurança são:

• Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior à


Pressão Máxima de Trabalho Admissível.
12

• Manômetro: instrumento que indica a pressão do vapor acumulado.

• Injetor ou outro meio de alimentação de água, independentemente do sistema principal,


em caldeiras a combustível sólido.

• Sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente.

As unidades geradoras de vapor necessitam de equipamentos para controle e operação,


tais como:

• Sistema de controle de água de alimentação: regulam o abastecimento de água ao tubulão


de evaporação para manter o nível entre limites desejáveis. Esses limites devem ser
observados no indicador de nível. O sistema automático de controle da água mais usado é o
regulador de nível de eletrodos, esse regulador age diretamente na bomba de alimentação da
caldeira.

• Indicador de nível: mostra o nível de água dentro do tubulão de evaporação, é


constituído por um vidro tubular.

• Válvulas de segurança: são necessárias para prevenir eventual ascensão na pressão


normal de trabalho da caldeira. Toda caldeira deve possuir pelo menos uma válvula de
segurança, o ideal e o recomendado são duas. Elas devem ser capazes de descarregar todo
vapor gerado sem causar aumento de pressão superior a 10% da pressão do projeto.

• Sopradores de fuligem: são muito usados nas caldeiras aquatubulares, servem para
remover a fuligem ou depósitos de cinzas das superfícies de aquecimento, e funcionam em
geral com vapor seco; essa remoção do material particulado, da superfície de aquecimento,
pode contribuir no rendimento da caldeira.

• Injetores: são dispositivos empregados como alimentadores de caldeiras para situações


de falta de energia elétrica.

• Pressostatos: mantêm a pressão dentro de uma faixa admissível de operação.

• Manômetros: ligados diretamente ao espaço ocupado pelo vapor.


13

• Outros acessórios: sensores de chama, as quais atuam no queimador; válvula de purga,


instalada no ponto mais baixo da caldeira; e válvulas de bloqueio, instaladas em toda saída
de calor da caldeira.

O que de fato o texto da NR fala sobre segurança na operação de caldeiras:

13.4.3.1 Toda caldeira deve possuir manual de operação atualizado, em língua portuguesa, em
local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:

a) procedimentos de partidas e paradas;

b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;

c) procedimentos para situações de emergência;

d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente.

13.4.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e em boas


condições operacionais.

13.4.3.2.1 A inibição provisória dos instrumentos e controles é permitida, desde que mantida a
segurança operacional, e que esteja prevista nos procedimentos formais de operação e
manutenção, ou com justificativa formalmente documentada, com prévia análise técnica e
respectivas medidas de contingência para mitigação dos riscos elaborada pelo responsável técnico
do processo, com anuência do PH.

13.4.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser implementados,
quando necessários, para compatibilizar suas propriedades físico-químicas com os parâmetros de
operação da caldeira, sendo estes tratamentos obrigatórios em caldeiras classificadas como
categoria A, conforme item 13.4.1.2 desta NR.

13.4.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de
operador de caldeira.

13.4.3.5 É considerado operador de caldeira aquele que satisfizer o disposto no item “A”
do Anexo I desta NR.
14

3.3 Inspeção de segurança de caldeiras

O item de número 13.4.4 da referida NR, fala sobre a inspeção de segurança de caldeiras,
trata-se de uma exigência do Ministério do Trabalho, com o objetivo de estabelecer requisitos
mínimos para gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, inspeção, operação e
manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores. A empresa através de seu
empregador, é o responsável pela adoção das medidas determinadas na NR 13, devendo,
portanto, estar ciente da obrigatoriedade para maior segurança das inspeções de segurança
em caldeiras, vasos sob pressão e tubulação.

Estas inspeções de segurança auxiliam na:

 Detecção dos riscos que possam contribuir para a ocorrência de acidentes de


trabalho e doenças;

 Redução significativa do número de acidentes;

 Elevar o interesse dos trabalhadores pelas questões de segurança e saúde do


trabalho;

 Diminuição da ocorrência de danos ao patrimônio físico da empresa;

 Redução dos encargos trabalhistas e previdenciários.

3.4 Tipos de Inspeção de Segurança em caldeiras conforme NR-13:

Inspeção inicial: deve ser realizada por profissional habilitado, em caldeiras novas, antes
de sua entrada em operação, visa a detecção e a eliminação dos riscos já no seu início, sendo
assim uma ótima ferramenta no combate aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

Inspeção Periódica: é realizada anualmente em períodos preestabelecidos,


compreendendo exame interno e externo.
15

Inspeção Extraordinária: deve ser realizada:


a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de
comprometer sua segurança;
b) quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de alterar suas
condições de segurança;
c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por
mais de 6 (seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.

Inspeção de integridade: No máximo, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na


sua inspeção subsequente, as caldeiras devem ser submetidas a uma avaliação de
integridade com maior abrangência para determinar a sua vida remanescente e novos prazos
máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de uso. As caldeiras devem
passar por testes hidrostáticos conforme fabricante determina. Nas inspeções periódicas os
prazos abaixos devem ser observados:

 Doze meses para as categorias a, b e c; Quinze meses para caldeiras de


recuperação de álcalis; Vinte e quatro meses para caldeiras da categoria A;

Caso o estabelecimento possua serviço de inspeção interna:

 Vinte e Quatro meses para caldeiras de recuperação de álcalis; Vinte e Quatro


meses para as caldeiras das categorias B e C; Trinta meses para caldeiras da
categoria A; Quarenta meses para caldeiras especiais;

As válvulas de segurança devem ser inspecionadas:

a) Pelo menos 1 (uma) vez por mês, mediante acionamento manual da alavanca, em
operação, para caldeiras das categorias B e C;

b) As válvulas flangeadas ou roscadas devem ser desmontadas, inspecionadas e testadas


em bancada, e, no caso de válvulas soldadas, feito o mesmo no campo, com uma frequência
compatível com o histórico operacional das mesmas.
16

4 VASOS DE PRESSÃO
O nome vaso de pressão designa genericamente todos os recipientes estanques, de
qualquer tipo, dimensões, formato ou finalidade, capazes de conter um fluido pressurizado.
Dentro de uma definição tão abrangente inclui-se uma enorme variedade de equipamentos,
desde uma simples panela de pressão de cozinha até os mais sofisticados reatores nucleares.
Vasos de pressão são equipamentos cujo produto PV < 8 (oito), onde “P” é a máxima
pressão de operação “V” o seu volume geométrico interno. Incluem-se nesta os
permutadores de calor, evaporadores e similares; vasos de pressão ou partes sujeitas a
chama direta; vasos de pressão encamisados, autoclaves e caldeiras de fluido térmico que
não o vaporizem e vasos que contenham fluido da classe “A”, independente da relação PV.
Conforme a NR13, “Os vasos de pressão estão classificados em categorias segundo o
tipo de fluido e potencial de risco.” Os fluidos contidos nos vasos são segmentados
conforme a tabela abaixo:

Tabela 1: Classificação dos fluidos (NR 13).

Classes Fluidos
Fluidos inflamáveis;

Combustível com temperatura superior ou igual a 200º C;

Fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 ppm; Hidrogênio;


Classe “A”
Acetileno.

Fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200º C; Fluidos tóxicos com


Classe “B”
limite de tolerância superior a 20 ppm.

Classe “C” Vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.

Água ou outros fluidos não enquadrados nas classes “A”, “B” ou “C”, com temperatura
Classe “D”
superior a 50ºC.
17

O potencial de risco é dado em função do produto “PV”, conforme segue:

 Grupo 1 – PV 100

 Grupo 2 – PV < 100 e PV 30

 Grupo 3 – PV < 30 e PV 2.5

 Grupo 4 – PV < 2.5 e PV 1

 Grupo 5 – PV < 1

Desta forma, a categorização dos vasos ocorre conforme a tabela abaixo:

Tabela 2: Categorização dos vasos de pressão (NR 13).

Grupo de Potencial de Risco


1 2 3 4 5
P.V ≥ 100 P.V < 100 P.V < 30 P.V < 2,5 P.V < 1
Classe dos P.V ≥ 30 P.V ≥ 2,5 P.V ≥ 1
fluidos
Categorias

“A” I I II III III

“B” I II III IV IV
“C” II
I III IV V
“D”
II III IV V V

Os vasos que operam sob a condição de vácuo enquadram-se na categoria I (fluidos


inflamáveis ou combustíveis) ou categoria V (outros fluidos).
O projeto, construção e operação destes vasos envolve uma série de cuidados especiais e
exige o conhecimento de normas e materiais adequados para cada tipo de aplicação, pois as
falhas em vasos de pressão podem acarretar consequências catastróficas até mesmo com perda
de vidas, sendo considerados equipamentos de grande periculosidade.
Assim como as caldeiras, os vasos de pressão exigem diversos dispositivos de segurança,
18

registros/documentações, profissionais qualificados para operação e inspeções periódicas. As


inspeções de segurança periódica, constituída por exame externo, interno e teste hidrostático,
devem obedecer a prazos máximos estipulados pela legislação vigente, estabelecidos conforme
a seguir nas tabelas abaixo.

Tabela 3: Prazos para estabelecimentos sem Serviço próprio de Inspeção (NR 13).

Categoria do Vaso Exame Externo Exame interno Teste Hidrostático


I 1 ano 3 anos 6 anos
II 2 anos 4 anos 8 anos
III 3 anos 6 anos 12 anos
IV 4 anos 8 anos 16 anos
V 5 anos 10 anos 20 anos

Tabela 4: Prazos para estabelecimentos com Serviço próprio de Inspeção (NR 13).

Categoria do Vaso Exame Externo Exame interno Teste Hidrostático


I 3 anos 6 anos 12 anos
II 4 anos 8 anos 16 anos
III 5 anos 10anos a critério
IV 6 anos 12 anos a critério
V 7 anos a critério a critério
19

4.1 RESPONSABILIDADE PELA INSPEÇÃO

A NR-13 – Norma Regulamentadora para Caldeiras e Vasos de Pressão, define no


subitem 13.10.6 que a inspeção de segurança de vasos de pressão deve ser conduzida por
um Profissional Habilitado, podendo contar com a participação de técnicos de inspeção ou
inspetores de equipamentos.
É de responsabilidade do Profissional Habilitado, orientar a preparação das inspeções
de segurança, participar das inspeções, revisar e assinar os relatórios de inspeção e o
registro de segurança.
Aos técnicos de inspeção e inspetores de equipamentos cabe a responsabilidade de
preparar as inspeções de segurança de acordo com as orientações do PH, executar as
inspeções, elaborar e assinar os relatórios de inspeção.
Mesmo para os vasos de pressão não enquadrados na NR-13, devem ser observadas as
determinações dos CREAs quanto às responsabilidades sobre as inspeções.

4.1.1 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO


4.1.1.2 Inspeção Visual Externa

Consiste de uma verificação visual detalhada da superfície externa do vaso de


pressão e sistemas que o compõem, complementada sempre que necessário pela
utilização de ferramentas auxiliares e aplicação de ensaios não-destrutivos. A
periodicidade das inspeções externas deve ser estabelecida em função das condições do
processo e ambientais do local da instalação, e deve estar definida no programa de
inspeção do vaso de pressão, com o devido cuidado para que não sejam ultrapassados os
limites definidos na legislação vigente.

Para os vasos de pressão novos sujeitos a exigências legais de inspeção, deve ser
feita inspeção inicial no local definitivo de instalação, atendendo ao disposto na
legislação vigente. A inspeção externa pode ser realizada com o vaso de pressão em
condições normais de operação, ou por ocasião das paradas do equipamento. Para que a
inspeção possa ser conduzida de forma objetiva, cabe ao inspetor seguir o planejado na
fase de preparação e cumprir completamente cada etapa da inspeção antes de passar para
a seguinte.
20

 Etapas da Inspeção Visual Externa

 Condições de Operação

Como primeira ação da inspeção externa, deve ser verificado se o equipamento está
operando em condições de pressão e temperatura compatíveis com o projeto. Trabalho acima
dos limites de projeto compromete a segurança das pessoas, instalações e do meio ambiente.

 Identificação e Instalação

No texto da Norma Regulamentadora NR-13 estão descritas condições de identificação


e instalação para os vasos de pressão nela enquadrados, e que devem verificadas durante as
inspeções externas. Para os demais vasos, não existem regras definidas.

 Isolamento Térmico

Inspecionar visualmente todo o isolamento térmico, buscando identificar locais de


possíveis infiltrações de umidade, de águas de chuvas ou de sistemas de dilúvio.

Juntas sobrepostas das chapas que compõem o capeamento metálico abertas ou


malfeitas e trincas no recobrimento asfáltico das partes sem capeamento são áreas
preferenciais para infiltrações. Partes frouxas ou soltas e regiões com bolsões (grandes
empolamentos), também devem ser verificadas. Por questões de segurança essas regiões
devem ser abordadas com cuidado em vasos operando, nos quais o histórico mostre
ocorrência de corrosão interna intensa, principalmente naqueles que operam em
temperaturas altas. Em vasos fora de operação, todo o trecho deve ser removido para análise
da causa.

4.1.1.3 Inspeção visual Interna

Para a monitoração da integridade física, recomenda-se que o vaso de pressão seja


inspecionado internamente, segundo uma frequência adequada às suas condições de projeto,
condições operacionais e de acordo com as legislações aplicáveis. A inspeção interna, de
uma forma geral, é realizada simultaneamente ou precedida pela inspeção externa. As
21

primeiras providências para a realização da inspeção estão descritas no item 10 acima


Preparativos para Inspeção, onde ressaltamos as medidas de segurança e proteção individual
do inspetor. A inspeção visual interna é de grande importância para a identificação de
mecanismos de danos internos, cujas características sejam de ataques não uniformes e que
seja difícil a sua localização por meio de Ensaios Não Destrutivos externos.
Em uma inspeção visual interna de um vaso de pressão, o inspetor dirige sua atenção
para:

 No momento da abertura do vaso, verificar a existência de depósitos, resíduos,


incrustações, observando o tipo, quantidade e localização;
 Recolher amostras para análise, se necessário;
 Inspecionar o costado, as calotas, cordões de solda e conexões quanto a
deformações;
 trincas, corrosão e erosão, danos devido a limpeza ou manutenção; em algumas
situações, pode haver a necessidade de remoção de componentes internos do vaso.
 Verificar a ocorrência de danos por hidrogênio;
 Avaliar o estado interno das conexões quanto à corrosão e obstrução;
 Verificar a integridade do revestimento interno (“clad”, “lining”, pintura, refratários
e outros) quanto à corrosão, 21requente21os, trincas nas soldas, erosão;
 Examinar o posicionamento, a fixação e a integridade de componentes internos,
quando houver, tais como: distribuidores, tubulações, serpentinas, defletores, demister,
ciclones, grades, antivórtice, parafusos e porcas; e identificar os locais a serem preparados
para inspeção por Ensaios Não Destrutivos. A medição de espessura é o ensaio de realização
mais 21requente e tomado como base para os cálculos das taxas de corrosão.

4.2 Causas de deterioração e avarias

Conforme Santiago (s/d) a corrosão é apontada como maior razão de deterioração dos
equipamentos das indústrias. Pode-se então, conceituar a corrosão como a destruição dos
materiais metálicos devido a ação química ou eletroquímica no meio, podendo ou não estar
atrelada à ação física. Porém as indústrias têm desenvolvido e implementado processos mais
22

modernos, alguns até utilizando produtos químicos corrosivos, este tipo de ação nos metais
tem se tornado mais numerosos e complexos.

Neste contexto, deve-se manter o controle dos custos de corrosão diminuindo o processo
de deterioração antes que ela ocasione perda de produção ou grandes danos nos
equipamentos. Por isso as avaliações periódicas nos equipamentos são tão importantes.

4.2.1 Teste hidrostático

O teste hidrostático em vasos de pressão incide no preenchimento total do vaso com um


líquido adequado que desempenha uma determinada pressão, denominada "pressão de teste
hidrostático". A NR – 13 define o teste hidrostático como sendo o teste realizado por meio
de fluido incompressível, com pressão estipulada pelo código de construção, com a finalidade
de avaliar a integridade e resistência estruturais dos componentes pressurizados dentro das
condições estabelecidas para sua realização.

Através do teste hidrostático, é possível verificar falhas, defeitos e vazamentos (em soldas,
roscas, etc.). A NR-13 regulamenta como obrigatório os testes hidrostáticos em vasos de
pressão. A periodicidade varia de acordo com a categoria do vaso (Anexo IV da NR- 13). A
pressão de teste hidrostático deve ser a mais alta possível, compatível com a segurança da
parte mais fraca do vaso. Por esse motivo, a pressão do teste hidrostático deve ser sempre
superior a pressão de projeto e a pressão máxima de trabalho admissível. Portanto, durante o
teste hidrostático, o vaso ficará submetido a uma tensão maior a sua admissível. Para os vasos
construídos de acordo com a normatização, a pressão de teste deve ser no mínimo 1,5 vezes
a Pressão Máxima de Trabalho Admissível - PMTA do vaso. A restrição do fluido a ser
utilizado para o teste deve levar em conta o código de construção, preservar a segurança da
equipe a qual está realizando os testes, além de não causar danos ambientais, no caso de
vazamentos ou colapso do vaso (ABNT, 2007).
23

Figura 4- Teste hidrostático.

4.3 Instalação de vasos de pressão

Todo vaso de pressão de ver instalado de modo que todos os drenos, respiros, bocas de visita e
indicadores de nível, pressão e temperatura, quando existentes, sejam facilmente acessíveis. Quando
os vasos de pressão forem instalados em ambientes fechados, a instalação deve satisfazer os seguintes
requisitos:

a) Dispor de pelo menos duas saídas amplas, permanentes desobstruídas e dispostas


distintamente;
b) Dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de manutenção, operação e
inspeção, sendo que, para guarda copos vazados, os vãos devem ter dimensões que
impeçam a queda de pessoas;
c) Dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não posam ser bloqueadas;
d) dispor de iluminação conforme normais oficiais vigentes;
e) possuir sistemas de iluminação de emergência.

A autoria do “Projeto de Instalação” de vasos de pressão de categorias I, II e III, é de


responsabilidade de “Profissional Habilitado, e deve obedecer aos aspectos de segurança,
saúde e meio ambiente. O “Projeto de Instalação” deve conter pelo menos a planta baixa do
24

estabelecimento, com o posicionamento e a categoria de cada vaso e das instalações de


segurança.

5 ESTUDO DE CASO

ESTUDO DAS INSTALAÇÕES E OPERAÇÃO DE CALDEIRA E VASOS DE


PRESSÃO DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, SOB ANÁLISE DA NR 13
Reservatório criogênico
O equipamento aqui referido trata-se de um tanque 24requência estacionário, cuja
finalidade é o armazenamento do oxigênio medicinal. Tecnicamente recebe a denominação
de reservatório criogênico, especialmente projetado para armazenar gás líquido a temperatura
abaixo de zero. Armazenando o gás na forma líquida ocupa-se muito menos volume do que
na fase gasosa.

Os recipientes criogênicos são fabricados para resistirem elevadas pressões, sendo


armazenados na posição vertical ou horizontal, devendo estar separados de materiais
inflamáveis a uma distância mínima de 6,1m ou com uma barreira de material não
combustível de no mínimo 1,53m de altura com resistência ao fogo por no mínimo ½ hora.

O fluido armazenado é gás liquefeito sob pressão, oxidante, extremamente frio.


Acelera vigorosamente a combustão e em contato com combustíveis pode explodir por
ignição ou impacto. Na figura abaixo são apresentados os principais componentes de um
tanque de armazenamento de gás, bem como seus dispositivos.
25

Figura 5- reservatório criogênico


26

válvulas de segurança protegem o container interno em caso de sobre pressão. O disco de


ruptura protege o container interno em caso de falha das válvulas de segurança. O flange de
segurança protege o caso externo em caso de pressurização da câmera de vácuo.

O sistema para monitoramento do vaso é composto por manômetros, para a indicação


da pressão do gás no vaso e indicação de nível de produto. A figura abaixo apresenta
esquematicamente a disposição destes em um reservatório vertical.

Figura 6- Sistema de monitoramento.

O vaso de pressão criogênico estacionário é construído conforme norma do código


ASME (The American Society of Mechanical engineers). O sistema a vácuo garante a
manutenção da temperatura interna, diminuindo perdas devido à troca de calor com o
ambiente externo, além de manter a pureza do gás.

Nenhum profissional da instituição possui acesso direto a este vaso de pressão. O


local de instalação é extremamente restrito e protegido, sendo de responsabilidade da
27

empresa fabricante/abastecedora toda a manutenção do equipamento. Na grade de proteção


existe a placa de identificação com as seguintes informações:

Reservatório Cilíndrico Vertical


Modelo TM – 1500
Fabricante White Martins
Proprietário White Martins
No. Série 1596 B
Fluído de Serviço Oxigênio
Ano Fabricação 1985
PMTA 17,6 kgf/cm2
Pressão Abertura da válvula de 250 PSI 17,6 kgf/cm2
Segurança
Categoria de Risco III
Classe do Fluído C
Isolamento Térmico Vácuo e Perlita

Conforme inspeção realizada, não foram observadas não conformidades. Em relação aos
itens do check list foi observado que:

 O equipamento possui as descrições e identificações técnicas disponíveis;

 Possui livro de Registro de Segurança com páginas numeradas onde são registradas
todas as ocorrências e inspeções de segurança;

 Profissional responsável;

 Relatórios de inspeção de segurança em vaso de pressão;

 Descrições dos tipos de inspeções, periodicidades para realização e normas técnicas


utilizadas;

 Anotações de Responsabilidade técnica e programações das próximas inspeções.

Na norma regulamentadora 13, a categorização dos riscos dos vasos de pressão está
exclusivamente relacionada à pressão, volume do equipamento e classe do fluido e suas
características, considerando apenas as 27requência27as, sem usar critérios de probabilidade
28

de falha estrutural, nem evolução do risco com o tempo. A seguir está exemplificado como
categorizar um vaso de pressão, por meio dos dados do reservatório criogênico.

PMTA: 17,57 kgf/cm2 = 1,723 Mpa

V útil: 5,72 m3 Logo,

P.V = 1,723 x 5,72 P.V = 9,85

Para P.V ≥ 2,5 e < 30 com fluido classe C, pode-se considerar que o reservatório pertence
à categoria de risco III.

Apresentação e análise da caldeira

A instituição hospitalar faz o uso da caldeira à lenha desde 1993 e para a operação do
equipamento atualmente conta com 05 profissionais – denominados caldeireiros. A caldeira
é identificada por uma placa fixa conforme seu prontuário com as seguintes descrições:

Caldeira
Fabricante HBREMER
No. Ordem 989
Ano Fabricação 1991
PMTA 10 kgf/cm2
Pressão Teste Hidrostático 18 kgf/cm2
Produção Vapor 2000 kgv/h
Área de aquecimento 100m2
Código projeto ASMEC SEC1/86
Categoria B
Modelo HBF100
29

Figura 7- Resultado da inspeção da caldeira

Em relação à avaliação de conhecimento aplicada aos caldeireiros, concluiu-se:


 Todos os profissionais possuem escolaridade a nível de segundo grau e realizaram o
Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras antes de iniciar o trabalho;

 Todos realizaram o estágio prático na caldeira após o treinamento, por 60 dias;

 Todos afirmaram receber informações das condições físicas e operacionais da


caldeira e dicas de segurança para a realização das atividades;

 Sobre os dispositivos de segurança da caldeira, 100% indicaram a garrafa de nível


para controle da água e a válvula de segurança para liberação do excesso de vapor,
80% citou o damper como dispositivo regulador do ar de entrada;

 Em relação aos equipamentos de proteção utilizados, todos citaram avental e luvas


de couro, sapatão, protetor auditivo e capacete; 80% relataram o uso dos óculos de
proteção; 40% a capa de chuva e a proteção respiratória;
30

Em resumo, dos 35 itens avaliados, 30% não estão em conformidade com a NR13.
De modo geral é evidente a necessidade de manutenção preventiva, fator importante que
está resultando em vazamentos, fumaça no ambiente e muita umidade ocasionada pelo
retorno do condensado e espaço insuficiente para armazenamento; manutenção corretiva
onde alguns reparos já foram solicitados pelos próprios operadores; melhoria no sistema
de iluminação do ambiente está precária, se fazendo necessário o remanejo e aplicação
de mais lâmpadas, já que o serviço funciona 24 horas por dia e a elaboração do mapa de
riscos para a área já que na avaliação de conhecimento nem todos operadores o conhecem.
É extremamente necessário estar disponibilizado aos operadores o manual de operação
com procedimentos e rotinas claras e bem definidas. Além de realizar com 30requência
a reciclagem dos mesmos. As imagens registradas no decorrer da inspeção estão no anexo
– caldeira.

Os resultados foram positivos e surpreendentes, tendo em vista as diversas necessidades


observadas. Notou-se claramente que a instituição possui maior preocupação com as
caldeiras, com grande lacuna aos controles dos vasos de pressão, o que mostra o seu
desconhecimento sobre os riscos e abrangência que uma possível falha destes pode causar.
31

6 CONCLUSÃO
Um fator que pode contribuir com o não atendimento da norma vigente é a pouca
fiscalização pelos órgãos competentes. A recente revisão da NR 13 veio implementar ainda
mais a questão de segurança na operação das caldeiras a vapor. O não cumprimento de
qualquer item previsto na NR 13 que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho
constitui risco grave e iminente. Sendo assim, é necessário, por parte dos empresários, uma
conscientização de que essa atividade é periculosa e que as caldeiras precisam ser operadas de
modo eficiente e seguro para se evitar acidentes, muitas vezes, com danos irreparáveis aos
trabalhadores, bem como, com consideráveis prejuízos financeiros ao estabelecimento.
32

7 REFERÊNCIAS
Almeida, Rogério Fabiano. Aplicação da NR-13 em vasos de pressão: estudo de caso em
tanques criogênicos em quatro indústrias de Curitiba-PR. 2014. 62f. Monografia de
especialização. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

Beux, Giovana. Avaliação das condições de segurança na operação de caldeiras a vapor.


2014. 60f. Monografia de especialização. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato
Branco, 2014.

De Campos, Marcia Aparecida. Estudo das instalações e operações de caldeiras de vasos


de pressão de uma instituição hospitalar, sob análise da NR13. 2011. 80f. Monografia de
pós-graduação. Universidade do extremo sul Catarinense, Criciúma, 2011.

Gonçalves, Marcelo Giglio. Monitoramento e controle de processos, 2 / Marcelo Giglio


Gonçalves. — Rio de Janeiro: Petrobras; Brasília: SENAI/ DN, 2003. 100 p.

Wagner, Felipe. Tudo sobre inspeção em caldeiras. RW Engenharia, 2017. Disponível


em:< http://www.rwengenharia.eng.br/inspecao-em-caldeira/>. Acesso em: 2018 maio.
2018.

Santiago, Eduardo Ferrer. Vasos de pressão. Apostila

You might also like