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FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS
Disciplina
COSMÉTICOS - PFA078
Belo Horizonte
2017
_________________________________________________________________________________________________
Av. Pres. Antônio Carlos 6627, sala 4029, +55 (0XX) 31 3409-6975
31270 901- Belo Horizonte - MG – BRASIL
1
INTRODUÇÃO
Nas diversas especialidades farmacêuticas podem estar presentes como base livre
ou na forma de sais inorgânicos (cloridrato, cloreto, bromidrato, brometo, sulfato, nitrato,
fosfato, etc.); de sais de ácidos orgânicos (citrato, maleato, mesilato, tartarato, etc.); de
ésteres de ácidos inorgânicos (fosfato); de ésteres de ácidos orgânicos (enantato,
decanoato, etc.).
2
Bases Orgânicas Nitrogenadas
ORDEM DECRESCENTE DE BASICIDADE
-
OH > > CH3 N CH3 > H N CH3
N H H
H
Hidróxidos Piperidina Dimetilamina Metilamina
Alcalinos pKb = 2,8 pKb = 3,29 pKb = 3,36
pKb < 1
N
CH3 N CH3 > H N H > > H N H
CH3 H N OH
H
Trimetilamina Amônia Imidazol Hidroxilamina
pKb = 4,20 pKb = 4,7 pKb = 6,91 pKb = 8,02
H H
> > N > > > N C N
N N N H H
N Cl O
N H H
H H
Piridina Anilina Pirazol -Cloropiridina Pirrol Uréia
pKb = 8,8 pKb = 9,38 pKb = 11,51 pKb = 13,28 pKb = 13,6 pKb = 13,82
3
Bases Orgânicas Nitrogenadas
NÚCLEOS IMPORTANTES
N
N
N N N N
H H H H
Pirrolidina Pirrol Pirazol Imidazol
pKb = 2,88 pKb = 13,6 pKb = 11,51 pKb = 6,91
N N
H H
Indol Carbazol
H
N N
N N N N
H H
Piperidina Piridina Pirazina Piperazina
pKb = 2,8 pKb = 8,8 pKb = 4,2 e 8,4
N N
H
Quinoleína Fenotiazina
pKb = 9,5
4
Bases Orgânicas Nitrogenadas
EXEMPLOS I
H
N
HO C CH2 NHCH3
NH2 CH2CH2 NH2
C NH NH2
OH
O
Etilenodiamina Isoniazida Fenilefrina
pKb = 4,0 e 6,8 (Tuberculostático) (Vasoconstritor)
pKb = 3,2 , 10,5 pKb = 5,2
12,2 pKa = 10,1
5
Bases Orgânicas Nitrogenadas
EXEMPLOS II
H
S
N
HO
H N
O CH2 CH N CH3
CH3 CH3
N
Quinina Prometazina
(Alcalóide/antimalárico) (Anti-histamínico)
pKb = 5,5 e 9,9 pKb = 4,9
OH CH2OH
CH3
OH HO CH2OH + -
H3C N CH2CH O C NH2 Cl
CH3 CH3 O
H3C N H
CHCH2NHCH3
OH
Epinefrina Piridoxina Cloreto de Betanecol
(Adrenérgico) (Vitamina B 6) (Colinérgico)
pKb = 3,8 pKb = 9,0
pKa = 8,9 e 12,0 pKa = 9,0
CH3 CH3
+ - + -
H3C N CH2CH2 O C NH2 Cl H3C N CH2CH2 O C CH3 Cl
CH3 O CH3 O
6
ÁCIDOS ORGÂNICOS E DERIVADOS
7
Substâncias que apresentam caráter ácido
ORDEM DECRESCENTE DE ACIDEZ
OH O
HCl O O2N NO2 S OH Cl H
O O
H2SO4 O Cl C C
HClO4
> O N OH > > > > Cl C C
Cl OH Cl OH
NO2
pKa<< zero pKa = -1,4 Ácido Pícrico Ácido benzeno Ácido tricloro- Ácido dicloro-
pKa = 0,6 sulfônico acético acético
pKa = 0,7 pKa = 0,9 pKa = 1,3
OH O
H NO2 C
O COOH O2N H
>H C C > > C ~ H C OH > ~ OH
Cl OH O2N H O
OH
NO2
Ácido mono- Ácido o-hidroxi- Dinitro- Ácido 2,4-dinitrofenol Ácido benzóico
cloroacético benzóico (salicílico) metano fórmico pKa = 4,0 pKa = 4,20
pKa = 2,8 pKa = 2,98 pKa = 3,6 pKa = 3,7
OH
O
COOH CH3 C
O H
> CH3C > > O C OH > C > > O N O
OH H
NH2 OH CH3 C NO2 H
O
Ácido Acético Ácido o-aminoben- Ácido carbônico 2,4-pentadiona m-nitrofenol Succinimida
pKa = 4,73 zóico (antranílico) pKa = 6,5 pKa = 9,0 pKa = 9,3 pKa = 9,6
pKa = 4,97
H H
OH N
-
COO O H
-
> > O C O ~ > > R OH ~ R C N R'
OH OH
8
Exemplos de substâncias ácidas e derivados que
apresentam interesse farmacêutico
ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
COOH COOH
COOH OH
OH
NH2
Ácido benzóico Ácido salicílico Ácido p-aminosalicílico
(fungicida) (queratolítico) (bacteriostático-tuberculose)
pKa = 4,2 pKa = 2,98 pKa = 3,6
CH2CH(CH3)2
COOH COOH
NH2 OH
HO
H3C CHCOOH
Ácido antranílico Ácido gentísico Ibuprofeno
(ascaricida) (analgésico, antireumático) (antiinflamatório)
pKa = 4,97 pKa = 4,4
O
COOH CF3
C Cl
N
NH N NH CH3
H3CO
H3C CH3 COOH CH2COOH
9
Exemplos de substâncias ácidas e derivados que
apresentam interesse farmacêutico
ÉSTERES
OH O
COOH C
O
O C CH3 HO C
O O
Ácido acetilsalicílico Ácido salicilsalicílico
(analgésico, antipirético, antiinflamatório) (analgésico, antipirético, antiinflamatório)
pKa = 3,5 pKa = 3,5 e 9,8
OH
O O
CH2CHCH2OH
C C O
O CH3
OH N N Cl
H
S alicilato de metila Glafenina
(analgésico) (analgésico, antiinflamatório)
AMIDAS
O O O
C C N O R C NH CH3
NH2 S
N
OH OH O CH3
COOH
Salicilamida
(analgésico) Salicilmorfolida Penicilinas
pKa = 8,4 pKa = 2,7
IMIDAS
O H
O N O
N H
C2H5
Et O CH3
Glute timida Etosuximida
(se dativo, hipnótico) (anticonvulsivante )
pKa = 9,2 pKa = 9,5
10
Exemplos de substâncias ácidas e derivados que
apresentam interesse farmacêutico
H2N C NH2
IMIDAS DERIVADAS DA URÉIA
O
O O O O
(CH3)2CH CH C N C NH2 (C2H5)2 C C N C NH2
Br H Br H
Bromural Carbromal
(hipnótico, sedativo) (hipnótico, sedativo)
pKa = 10,8
O O
CH3 H
H N N
N
N H
O N N
CH3 O
Dife nil hidantoína
Te obromina
(anticonvulsivante )
(diuré tico, e xcitante SNC)
pKa = 8,3
pKa = 11,0
11
Exemplos de substâncias ácidas e derivados que
apresentam interesse farmacêutico
CARBAMATOS
CH3 CH3
+ - +
H3C N CH2CH2 O C NH2 Cl H3C N CH2CH O C NH2 Cl-
CH3 O CH3 CH3 O
O
CH3 O O C NH2
CH3CH2CH2C CH2 O C NH2
C C H
CH2 O C NH2
O
Meprobamato Etinamato
(ansiolítico) (hipnótico, sedativo)
O
O C N(CH3)2
-
Br
+
N(CH3)3
Brometo de neostigmina
(inibidor da colinesterase)
12
Exemplos de substâncias ácidas e derivados que
apresentam interesse farmacêutico
SULFAS
Arilsulfoniluréias
H O H H O H
Cl SO2 N C N C3H7 H3C SO2 N C N C4H9
Clorpropamida Tolbutamida
(hipoglicemiante) (hipoglicemiante)
pKa = 5,0 pKa = 5,3
Sulfonamidas
NH2 NH2
NH2
SO2 SO2
SO2 NH NH
NH2 N N N N
H3C CH3
Sulfanilamida Sulfadiazina Sulfametazina
pKa = 10,4 pKa = 6,3 pKa = 7,4
NH2 NH2
SO2 SO2
NH NH
C O
N S
CH3
Sulfatiazol Sulfacetamida
pKa = 7,3 pKa = 5,4
13
MÉTODOS DE ANÁLISE
Bases mais fortes, com pKb inferior a 8, poderão ser tituladas tanto em meio
aquoso como em meio não aquoso.
Bases mais fracas, com pKb superior a 8, somente poderão ser tituladas em meio
não aquoso.
Ácidos orgânicos mais fortes, com pka inferior a 8, poderão ser titulados tanto em
meio aquoso como em meio não aquoso.
Ácidos mais fracos, com pka superior a 8, somente serão titulados em meio não
aquoso.
14
A.1- VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO EM MEIO AQUOSO
Aplica-se a bases nitrogenadas mais fortes (pKb até 8), na forma de base livre,
desde que solúveis em água, etanol ou mistura dos dois solventes. O etanol utilizado deve
ser previamente neutralizado.
Como titulante utiliza-se solução volumétrica (SV) aquosa de ácido clorídrico ou
ácido sulfúrico.
O ponto final da titulação pode ser determinado com indicador visual ou
potenciometricamente. Como o ponto de equivalência ocorre em pH abaixo de 7, são
utilizados indicadores com viragem na zona ácida como vermelho de metila (4,4-6,0),
verde de bromocresol (3,8-5,4), azul de bromofenol (3,0-4,6).
Indicadores mistos são utilizados para melhorar a visualização do ponto final: verde
de bromocresol + vermelho de metila; vermelho de metila + azul de metileno.
Exemplos: etilenodiamina (pKb = 4,0 e 6,8) (USP XXI, p.415; USP 24, p.698);
etilenodiamina na aminofilina (USP XXI, p. 42 e 43 e USP 24, p.115 e 116) M.P.,
enema e solução injetável; etanolamina (pKb = 4,53); meglumina (pKb = 4,5) (USP XXI,
p.630; USP 24, p.1032).
Aplica-se a bases na forma livre, com pKb até 8, que sejam voláteis ou pouco
solúveis em água.
Também se aplica a sais de bases nitrogenadas, desde que a base seja previamente
liberada e extraída por solventes orgânicos.
Bases livres
Sais de bases
O sal é tratado por uma base mais forte. Em geral, utiliza-se hidróxido de amônio
(SR) (pKb = 4,7), que é volátil. Para sais de bases mais fortes que a amônia, os hidróxidos
alcalinos são os indicados, apesar de sua mais difícil eliminação.
A base livre é então extraída por um solvente orgânico imiscível (SOI), sendo o éter
e o clorofórmio os mais utilizados. O solvente é eliminado por evaporação em banho-
maria, até quase secura.
Adiciona-se volume determinado e em excesso (VDE) de ácido sulfúrico (SV) e
continua-se o aquecimento até eliminação completa do solvente. O excesso de ácido é
contra-titulado por hidróxido (SV).
Indicadores: os mesmos citados anteriormente para bases livres (faixa ácida).
a) Ácidos carboxílicos podem ser titulados diretamente por hidróxido de sódio (SV), em
presença de indicador adequado. Devido à fraca solubilidade em água, a amostra é
geralmente dissolvida em etanol neutralizado. Os indicadores mais utilizados são a
fenolftaleína (8,0-9,6) e o vermelho de fenol (6,4-8,0), que apresentam viragem na faixa
alcalina.
Exemplos: ácido benzóico (pKa = 4,2) (BP 1993, p.74; F.PORT.VI, p.332; USP 24,
p.209), ácido salicílico (pKa = 2,98) (BP 1993, p.587; USP 24, p.1500;F.PORT.VI,
p.351), ibuprofeno (pKa = 4,4) (BP 1993, p.349; F.PORT.VI p.1071).
b) Sais de ácidos carboxílicos com bases mais fortes são previamente dissolvidos em
água e, em seguida, titulados com soluções ácidas, em presença de éter etílico. Os
indicadores mais utilizados são o azul de bromofenol (3,0-4,6) e o alaranjado de metila
(3,1-4,0).
Exemplos: salicilato de sódio (F. Bras.II, p.705), benzoato de sódio (F. Bras. II, p.141).
c) Arilsulfoniluréias e barbitúricos são titulados diretamente por hidróxido de sódio
(SV) após solubilização em etanol previamente neutralizado, em presença de um
indicador adequado (fenolftaleína).
16
Exemplos: clorpropamida (pKa = 5,0) (BP 1993, p.148; F.PORT.VI, p.724), tolbutamida
(pka = 5,3) (BP 1993, p.678 e p.1013; F.PORT.VI, p.1639); fenobarbital (pKa = 7,4 e
12,0) (USP XXII, p.1059).
d) Ácidos muito fracos podem ser dosados diretamente por solução de hidróxido de
sódio (SV), após adição de excesso de nitrato de prata (SR). O ponto final é determinado
potenciometricamente ou pela utilização de indicador misto (vermelho de metila + azul de
metileno).
b) Com hidrólise
Exemplos: ácido acetilsalicílico (BP 1993, p.54; USP XXII, p.111; USP 24 p.161).
Titulantes
Apesar da literatura citar ácidos fortes como o sulfônico, o p-
toluenossulfônico e o 2,4-dinitrobenzenossulfônico, o mais utilizado é o ácido perclórico
(SV) preparado em ácido acético glacial ou em outros solventes como anidrido acético,
dioxano e isopropanol.
A padronização do ácido perclórico (SV) é realizada em ácido acético glacial, pelo
biftalato de potássio (sal básico), utilizando cristal violeta (SI) como indicador ( USP
XXII, p.1795; USP 24, p. 2242).
Indicadores visuais
Os mais utilizados são cristal violeta, verde malaquita, vermelho de quinaldina,
azul de oracet B, alfa-naftolbenzeína, preparados em ácido acético ou etanol. A utilização
de indicador visual não se aplica à titulação de bases muito fracas (pKb superior a 10).
Neste caso, o ponto final é determinado potenciometricamente, utilizando eletrodo
combinado de vidro / prata-cloreto de prata, de dupla junção e ponte salina de cloreto de
lítio em ácido acético.
Considerações
O anidrido acético é muito utilizado como solvente para bases fracas. Também é
adicionado ao meio de titulação para eliminar água residual. O seu uso é desaconselhável,
no entanto, para aminas primárias e secundárias passíveis de sofrer acetilação.
Para sais halogenados (cloridratos, bromidratos, ioditratos) e sais de amônio
quaternário (cloretos, iodetos, brometos), torna-se necessária a adição prévia de acetato
mercúrico (SR).
Para medicamentos veiculados em água (soluções, suspensões, etc.), torna-se
necessário o tratamento prévio para liberação e extração da base.
Exemplos:
- Haloperidol (pKb = 5,7) (USP XXII, p.628; USP 24, p.804; F.PORT.VI, p.1033): a
amostra é solubilizada em ácido acético glacial e titulada por ácido perclórico (SV),
utilizando-se p-naftolbenzeína (SI) como indicador.
18
- Maleato de acetofenazina (USP XXI, p.17): pode ser dosado solubilizando-se a amostra
em ácido acético glacial/anidrido acético e titulando-se por ácido perclórico (SV), em
presença de cristal violeta como indicador.
Exemplos
- Ácido salicílico e derivados
- Ácido salicílico (pKa = 2,98 e 13): dissolução em etilenodiamina, titulação por amino
etóxido de sódio (SV), ponto final potenciométrico ou com indicador visual.
- Salicilato de metila: dissolução em benzeno-metanol ou acetonitrila, titulação por
metóxido de lítio (SV), azovioleta como indicador.
- Salicilamida (pKa = 8,4) (USP XXII, p.1235; USP 24, p.1499): dissolução em
dimetilformamida, titulação por metóxido de sódio (SV), azul de timol como indicador.
- Barbitúricos e derivados de imidas. Podem ser titulados em condições variadas.
19
- Se na forma livre, são titulados por metóxido de lítio (SV) ou metóxido de sódio (SV)
(em metanol-benzeno ou metanol-tolueno), usando DMF como solvente e como
indicadores, azul de timol, vermelho de quinaldina ou azo-violeta.
- Se na forma de sais (barbituratos) são extraídos do meio aquoso, na forma livre, pela
acidificação e extração com solvente orgânico imiscível. O extrato orgânico é evaporado
em banho-maria até resíduo, sendo este solubilizado em solvente adequado (DMF) e
titulado por metóxido alcalino em presença de azul de timol.
Exemplos: fenitoína (USP XXII, p.1074; F.Port. VI. suplemento 1998, p.332);
secobarbital (USP XXII, p.1240; USP 24, p.1509).
- Sulfonamidas também são dosadas em meio não aquoso pelos metóxidos alcalinos,
utilizando DMF como solvente e azul de timol como indicador.
Exemplos: ftalilsulfatiazol (BP 1993, p. 514; F.Port.VI, p.989), sulfabenzamida (USP
XXII, p.1282; USP 24, p.1560), sulfisoxazol (USP XXII, p.1298; USP 24, p.1579).
O ponto final da titulação pode ser determinado com papel de amido-iodetado (SI)
como indicador externo ou mesmo potenciometricamente, utilizando-se eletrodos
combinados de platina-calomelano ou platina / prata-cloreto de prata.
Exemplos de bases nitrogenadas: cloridrato de fenilefrina (USP XXII, p.1069; USP 24,
p.1316); procainamida; quinina (USP XXI, p.929); isoniazida; hidralazina.
Exemplos de ácidos orgânicos e derivados: fenol (BP 1993, p.501; F.Port.VI, p.931;
USP 24, p. 1308); ácido acetilsalicílico (após hidrólise prévia do éster da hidroxila
fenólica), alobarbital.
Outras aplicações: cloreto de sódio (MP e solução injetável (USP XXII, p.1255; USP 24,
p.1528; F.PORT.VI, p.505), cloreto de potássio em solução de dextrose (USP XXII, 1109;
USP 24, p.1361); iodeto de potássio comprimidos e solução oral (USP XXII, p. 1116;
USP 24, p.1368).
C - ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO
NA REGIÃO ULTRAVIOLETA
22
Deslocamento batocrômico: deslocamento do máximo de absorção para comprimento de
onda maior (para o vermelho) por substituição ou efeito do solvente.
Deslocamento hipsocrômico: deslocamento do máximo de absorção para comprimento de
onda menor (para o azul) por substituição ou efeito do solvente.
23
Tanto na análise qualitativa como na quantitativa, pode-se trabalhar com a substância
química de referência (padrão de comparação), preparando-se as soluções do padrão e da
amostra, nas mesmas condições. Essa é a opção da Farmacopéia Americana. Utiliza-se
nos cálculos a fórmula deduzida da Lei de Beer
(A = × b × C):
APa/APb = CPa/CPb
25
Alobarbital 242 nm 492 NH4OH 0,001N
26
D - ESPECTROFOTOMETRIA NA
REGIÃO VISÍVEL
27
O sal de diazônio formado é então acoplado a uma amina aromática ou a um
derivado fenólico, levando à formação de composto colorido com máximo de absorção
característico. O reagente de acoplamento mais utilizado é a N-1-naftil-etilenodiamina.
- Citrato de Orfenandrina injetável (USP XXI, p.758; USP 24, p.1222): o padrão e a
amostra são previamente diluídos em ácido clorídrico 0,1 N. Alíquotas das soluções são
tratadas com hidróxido de sódio 1 N e extraídas com tolueno. Aos extratos toluênicos
adiciona-se solução de ácido pícrico (em tolueno). As leituras de absorvância são
realizadas em 410 nm.
28
D.4. - POR FORMAÇÃO DE DERIVADO DO INDOFENOL
Aplica-se a fármacos que possuem nas sua estrutura hidroxila fenólica capaz de
formar com o ferro III um complexo organo-metálico colorido.
A coloração desenvolvida bem como a intensidade de absorção estão relacionadas
com outros grupamentos existentes na molécula.
A reação se processa em meio levemente ácido e é favorecida pela presença de
grupamentos que levam à formação de quelatos.
- Ácido salicílico: reage com ferro (III) em meio levemente ácido (pH de 5,0 a 6,0)
originando coloração violeta que apresenta máximo de absorção em 525 nm. No caso dos
ésteres do ácido salicílico é necessário realizar hidrólise prévia.
29
As soluções padrão e problema são preparadas em solução de bissulfito de sódio e
adicionadas de solução tampão alcalina contendo bicarbonatos de sódio e de potássio,
ácido aminoacético e hidróxido de amônio.
O desenvolvimento da cor ocorre após adição de uma solução ferro-citrato,
contendo sulfato ferroso, bissulfito de sódio e citrato de sódio e 30 minutos de repouso.
Esta metodologia é indicada nas diversas farmacopéias e pode ser utilizada para
dosar aminas adrenérgicas (catecolaminas), mesmo quando associadas a anestésicos
locais.
- Bitartarato de epinefrina ( máx. 530 nm): método geral USP <391>; inalação aerosol
(USP XXII, p. 504; USP 24, p.648).
- Sulfato de isoproterenol ( máx. 530 nm): inalação aerosol (USP XXII, p. 737; USP 24,
p.935).
- Maleato de carfenazina: matéria-prima e solução oral (USP XXII, p.234). (máx. = 485
nm).
- Cloridrato de flufenazina: elixir (USP XXI, p. 444); solução injetável e solução oral
(USP XXII, p.586); comprimidos (USP XXII, p.587; USP 24, p.1413). ( máx. = 485
nm).
30
E – ESPECTROFLUORIMETRIA
31
- Riboflavina (Vitamina B2): matéria-prima, injetável e comprimidos (USP XXII, p.1224-
1225); em ácido acético 0,02 N apresenta intensa fluorescência amarelo esverdeada, com
máximos em 444 nm (excitação) e 530 nm (emissão).
32
F - GRAVIMETRIA
F.1. - EXTRATIVO
O método se aplica à maioria das bases nitrogenadas, desde que sejam insolúveis
em meio aquoso.
Em geral a amostra é solubilizada em meio aquoso com o auxílio de um ácido
mineral e transferida para funil de separação. Em seguida alcaliniza-se o meio para
liberação da base , utilizando-se soluções de hidróxidos de amônio, de sódio ou de
potássio, em função do pKb da base.
O hidróxido de amônio se aplica na maioria dos casos apresentando a vantagem de
ser volátil, o que favorece a eliminação do excesso por evaporação.
Em seguida, a base livre é extraída quantitativamente da mistura aquosa, pela
utilização do solvente orgânico imiscível (SOI), em função das características de
solubilidade da base a ser extraída, da volatilidade do solvente e de sua toxicidade. Na
maioria das vezes utiliza-se éter, clorofórmio ou diclorometano.
Os extratos orgânicos podem ser filtrados previamente sobre sulfato de sódio
anidro, para eliminação de água residual, sendo recebidos em béquer de capacidade
adequada, previamente dessecado e pesado, sendo em seguida evaporados em banho-
maria até secura.
A temperatura de evaporação é escolhida em função da volatilidade da base, de sua
estabilidade frente ao calor e do ponto de ebulição do solvente extrator.
O resíduo é então dessecado de preferência em estufa a vácuo, até peso constante,
resfriando-se em dessecador e pesando-se.
Exemplos: cloridrato de tetracaína (F. Bras. II, p.300). Fator gravimétrico (FG) = 1,1379
g.
33
Exemplos: fenobarbital sódico (BP 1988, p.429 , FG = 1,095g), pentobarbital sódico
(USP XXI, p. 806, FG = 1,097g;), fenitoína sódica (USP XXI, p. 831, FG = 1,087).
Aplica-se à maioria das bases nitrogenadas, mas é mais utilizado na análise de sais
de amônio quaternário.
O fármaco é solubilizado em meio aquoso, neutro ou levemente ácido, filtrando-se,
caso necessário.
À solução límpida (filtrado), adiciona-se solução de tetrafenilborato de sódio, em
excesso, e deixa-se em contato à temperatura ambiente durante tempo determinado.
34
Findo o prazo, filtra-se através de funil de vidro sinterizado ou cadinho de Gooch
com camada de amianto, previamente dessecados e pesados. O precipitado é lavado
adequadamente, sendo dessecado em estufa a cerca de 105°C, até peso constante,
resfriado e pesado.
BECKETT, A. H.; STENLAKE, J. B. Practical pharmaceutical chemistry. 4 ed. London: Athlone, 1988. 2v.
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CONNORS, K.A. Curso de análisis farmacéutico. Barcelona: Reverté, 1980, 678 pp.
GALICHET, L. Y. (Ed.). Clarke’s analysis of drugs and poisons. 3 ed. London: Pharmaceutical Press, 2004. 1935 p.
COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. Introdução a métodos cromatográficos. 3. ed. Campinas: Unicamp, 1987. 296 p.
FARMACOPÉIA brasileira 5 ed. São Paulo: Anvisa, 2010, 807 p.
FARMACOPÉIA portuguesa. 6 Ed. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1997. 1818 p. Supl. 1998, 1999, 2000, 2001.
GARRAT, D. C. Quantitative analysis of drugs. London: Chapman & Hall, 1964. 925 p.
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VOGEL análise inorgânica quantitativa. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois. 1981. 290 p.
35
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS
Disciplina
COSMÉTICOS - PFA078
Belo Horizonte
2017
_________________________________________________________________________________________________
Av. Pres. Antônio Carlos 6627, sala 4029, +55 (0XX) 31 3409-6975
31270 901- Belo Horizonte - MG – BRASIL
36
VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO em Meio Aquoso
H2N H3N
NH2 2 HCl NH3 2 Cl-
H
-
R N H Cl NaOH R2NH NaCl H2O
R
a. Bases livres
Ex: Efedrina (Ephedrine – USP XXI) - pKb 4,4
H2SO4 é fixo, melhor quando
base não é solúvel
37
OH OH H
N N
-
H Cl HClexc
H Cl H
VDE
solubilizar em 0,1 N SV SAL ÁCIDO
etanol neutralizado 40,0 ml (ácido conjugado)
pH ácido no p.e.
Contra-titulação
+- + -
HClexc NaOH Na Cl H2O H3O OH 2 H2O
íons
espectadores neutro
+ -2
RNH2 H2SO4 VDE [RN H3]2.SO4 H2SO4 exc
H2SO4 exc 2 NaOH Na2SO4 2 H2O
Apomorfina HCl 1/2 H2O (MM 312,79) Extração com Éter após sol. Bicarbonatada; Retoma-se o
resíduo com 20,0mL H2SO4 0,02 N SV; contratitula-se com NaOH 0,02 N SV;
a. Ácidos carboxílicos
38
- +
O OH O O Na
NaOH H2O
- +
O O Na O OH
OH OH
+ -
HCl Na Cl
Arilsulfoniluréias e barbitúricos
H H H
O O
N N N N
S S +
NaOH Na H2O
O O O O
Cl Cl
Clorpropamida
pka = 5,0
39
c. Ácidos muito fracos (derivados do ácido carbâmico)
O NH2 O NH2
O O
AgNO3 HNO3
H Ag
Etinamato Filtrar
Br H Br Ag
N NH2 N NH2
AgNO3 HNO3
O O O O
Bromural Filtrar
pka = 10,8
+ -
HNO3 NaOH Na NO3 H2O
a. Sem hidrólise
- +
ArSO3H NaOH VDE ArSO3 Na H2O NaOH exc
+ -
NaOH exc HCl Na Cl H2O
b. Com hidrólise
40
O OCH3 O O-Na+
OH OH
NaOH VDE CH3OH NaOH exc
refluxo
1ª possibilidade
O OH O O-Na+
O OH O-Na+
2 NaOH VDE H2O NaOH exc
O O
AAS
pka = 3,5
+ -
NaOH exc HCl Na Cl H2O
2ª possibilidade
41
- +
O OH O O Na
O O
NaOH H2O
O O
(1)
- + - +
O O Na O O Na
- +
OH O Na
O
NaOH
O
O
8,0 < pKa < 10,0
Fenolftaleína não detecta o
fenóxido, se dosado por
NaOH em excesso
- +
O OH O O Na
- +
O OH O Na
2 NaOH VDE H2O NaOH exc
O O
Salicilato (2)
de sódio
Volume:
42
Artigo científico com aplicação em Volumetria de Neutralização em Meio Não Aquoso
RESUMO: Volumetria com hidróxido de potássio propanólico utilizando dimetilformamida (DMF) ou dimetilsulfóxido
(DMS) como solvente e azovioleta ou amarelo de metanila como indicador foi aplicada ao albendazol. Os resultados destas
técnicas são comparados com os de métodos clássicos usados no doseamento de ácidos e bases fracas.
UNITERMOS: albendazol, controle de qualidade, volumetria em meio não-aquoso
ABSTRACT: CHEMICAL AND PHARMACEUTICAL ANALYSIS OF ALBENDAZOLE: WEAK ACID ASSAY BY NON-AQUEOUS VOLUMETRY. Volumetry
with propanolic potassium hydroxide using dimethylformamid (DMF) or dimethilsulfoxid (DMS) as solvent and azoviolet or
metanil yellow as indicator was applied to albendazole. The results were compared with that of classic methods used in the
assay of weak acids and bases.
KEYWORDS: Albendazole; Quality control; Non-aqueous volumetry
43
(0,1% em metanol); dimetilformamida (DMF);
1. INTRODUÇÃO dimetilsulfóxido (DMSO); 2.2 Métodos:
Albendazol é um anti-helmíntico benzimidazólico,
incluído desde 1990 na lista de fármacos considerados Preparação da solução de hidróxido de potássio
essenciais pela Organização Mundial de Saúde (OMS). propanólica 0,1 M: lavar 7,5 g de hidróxido de potássio
Vem sendo bastante utilizado, especialmente devido ao com 50 mL de n-propanol. Transferir para balão
seu espectro de atividade, a facilidade do esquema volumétrico de 1000 mL e dissolver com 250 mL de n-
posológico, bem como a baixa toxicidade e boa propanol. Completar o volume com tolueno. Deixar
tolerância do fármaco. repousando, ao abrigo da luz, por 48 horas. Filtrar.
A técnica de doseamento proposta para a 4ª edição da Padronizar com ácido benzóico dissolvido em
Farmacopéia Brasileira é a volumetria em meio não- dimetilformamida.
aquoso, utilizando ácido perclórico como solução Método de doseamento da amostra: foram pesados
titulante. analiticamente de 1 a 1,5 mEq de albendazol (265,33
A volumetria em meio não-aquoso é utilizada para o mg a 397,99 mg) e foram dissolvidos em 30 a 50 mL de
doseamento de ácidos e bases fracas. A técnica baseia- solvente (dimetilformamida ou dimetilsulfóxido).
se no conceito de Brönsted-Lowry que diz que ácido é Submeteu-se a solução à agitação magnética e
toda a substância, molécula ou íon capaz de liberar um acrescentaram-se duas a três gotas de solução
próton e base é aquela que tem capacidade de receber indicadora (azovioleta ou amarelo de metanila),
um próton (KOROLKOVAS, 1984). respectivamente. O doseamento foi realizado titulando-
+
44
anfótero, também é possível o seu doseamento como perclórico, que emprega detecção potenciométrica, encontram-
ácido fraco. As técnicas clássicas utilizam metóxidos se dentro de limites aceitáveis.
alcalinos ou hidróxido de tetrabutilamônio como solução Considerando que as técnicas utilizando
titulante. SCHNEKENBURGER e QUADEHENKEL dimetilformamida ou dimetilsulfóxido como solvente e
(1983, 1984) propuseram a determinação de ácidos azovioleta como indicador são equivalentes entre si, o
fracos utilizando como titulante solução propanólica de melhor resultado tanto do ponto de vista da observação
hidróxido de potássio, como solvente dimetilformamida do ponto final quanto econômico, é o da volumetria com
ou dimetilsulfóxido e como indicador azul de metanila ou dimetilformamida. Além disto, é método seguro e de fácil
azovioleta. Esta técnica foi utilizada no doseamento de execução.
substâncias contendo grupos NH-, SH- e CH- ácidos.
O albendazol possui grupamentos NH- ácidos, no anel 5. CONCLUSÕES
benzimidazólico, bem como no metilcarbamato ligados à A volumetria com hidróxido de potássio propanólico em
posição 2 deste anel. O anel benzênico nos dimetilformamida e azovioleta como indicador pode ser
benzimidazóis faz com que estes tenham caráter mais utilizada como técnica alternativa no doseamento do
ácido que o imidazol (LEANDRI et al., 1955). Por outro albendazol.
lado o nitrogênio do carbamato apresenta densidade A utilização de dimetilsulfóxido como solvente e
eletrônica menor que o nitrogênio pirrolínico, tornando azovioleta como indicador é possível, porém torna a
mais fácil a saída do próton (BERGOLD, 1992). técnica muito mais dispendiosa. Já o uso de amarelo de
Os resultados obtidos mostraram que a técnica pode ser metanila como indicador, quando possível (DMSO como
aplicada ao albendazol, todavia, contrariamente ao que solvente), além de ser dispendioso, não fornece boa
a literatura registra, onde na maioria dos casos azul de visualização do ponto final da titulação.
metanila foi utilizado como indicador
(SCHNEKENBURGER, QUADEHENKEL, 1984) os BIBLIOGRAFIA
melhores resultados foram obtidos com azovioleta como BERGOLD, A. M. Análise químico farmacêutica do
albendazol, São Paulo: Faculdade de Ciências
indicador. Farmacêuticas/USP, 1992. 220 p. Tese [Doutorado]
BERGOLD, A. M., KOROLKOVAS, A. Doseamento do
A análise estatística (BERQUÓ et al, 1981) dos resultados da albendazol como matéria-prima e em comprimidos em meio
tabela 1 indica que somente a técnica utilizando não-aquoso com ácido perclórico. Rev. Farm. Bioq., v. 29, p.
31-34, 1993.
dimetilformamida e amarelo de metanila difere BERQUÓ, E. S.; SOUZA, J. M. P.; GOTLIEB, S. L. D.
Bioestatística. São Paulo: E. P. U., 1981.
significativamente das outras metodologias, que por sua vez KOROLKOVAS, A. Análise Farmacêutica, Rio de Janeiro:
Guanabara Dois, 1984. p. 120-127.
são todas equivalentes entre si. Ao comparar os resultados das LEANDRI, G.; MANGINI, A.; MONTANARI, F.; PASSERINI, R.
técnicas utilizando hidróxido de potássio propanólico com Richerche sugli eterociclici: spetri di assorbimento UV e
proprietá cromoforiche - Nota 1: imidazoli, benzimidazoli e
outros métodos clássicos referidos em trabalhos anteriores fenil- benzimidazoli. Gazz. Chim. Ital. , v. 85, p. 769-839, 1955.
SCHNEKENBURGER, J.; QUADE - HENKEL, M. Titration von
(BERGOLD, 1992; BERGOLD & KOROLKOVAS, 1993), Salzen organischer Basen. Dstch. Apoth. Ztg., v. 123. p. 866-
868, 1983.
verifica-se, pelo teste de Tukey (tab. 3), que a volumetria com
SCHNEKENBURGER, J. ; QUADE - HENKEL, M. Zur Titration
ácido perclórico e detecção potenciométrica do ponto final, sehr schwacher Säuren II. Dstch. Apoth. Ztg., v. 124, p. 1167-
1170, 1984.
que leva em consideração o caráter básico do albendazol, é
AGRADECIMENTOS
equivalente à volumetria com metóxido de potássio, que Os autores agradecem à PROPESP/UFRGS pelo apoio financeiro.
considera o caráter ácido do albendazol. Além disto, os Endereço para correspondência:
Profa. Dr. Ana Maria Bergold
resultados da volumetria com hidróxido de potássio utilizando Faculdade de Farmácia / UFRGS
Av. Ipiranga, 2752
azovioleta como indicador e dimetilformamida ou 90610-000 Porto Alegre RS
Recebido em 22.04.1997
dimetilsulfóxido como solvente são equivalentes entre si e
apesar de não serem equivalentes à volumetria com ácido
45
46
VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO em Meio Não
Aquoso
1. Bases nitrogenadas
Solventes: o caráter ácido ou básico da
solvente.
diferenciador.
Apróticos, CD
47
b. Solvente reage totalmente com as
substâncias
efeito nivelador.
Protogênicos (ácidos) ou
protofílicos (básicos)
CD
CD
Ex: H2SO4 conc; ácido fórmico, anidrido acético
CH3COOH (para bases até pKb = 11)
Indicadores
naftolbenzeína (amarelo => azul, pH 9,0-13,0)
azul do Nilo (azul => vermelho, pH 10,1-11,1)
cristal violeta (violeta =>verde; pH 0,0-2,0, cloreto de
metilrosanilínio)
49
Curvas de titulação em meio não aquoso
ii. Piridina e butilamina (pKb 3,36) em acetonitrila, (HClO 4 em dioxano): bases não se
50
Piridina
N
Piridina e
butilamina
H2N
Exemplo
51
HO
N Quinina N nivelados em ácido acético, que
H3CO pKb1 = 5,5 reage indistintamente com os dois
pKb2 = 9,9 nitrogênios
O O
O-K+ OH
HClO4 KClO4
OH OH
MM = 100,46 g/mol O O
pKa1 = 2,9; pKa2 = 5,4
Ácido ftálico precipita
no meio
52
+ -
HClO4 CH3COOH CH3COOH2 ClO4
+ -
R3N CH3COOH R3 NH CH3COO
CH3COOH2+ CH3COO- 2 CH3COOH
+ -
R3N HClO4 [R3 NH]ClO4
53
RCOOH + CH3ONa RCOOHNa + CH3OH
a) Salicilato de metila
CH3 CH3
O O O O
OH + OLi + CH3OH
CH3OLi
b) Salicilamida
O NH2 O NH2
OH + OLi + CH3OH
CH3OLi
54
c) Alopurinol
R N R
R NH R + [ R4N ] OH C C
H 2O + [ R4N ]
C C
hidróxido de O O
O O tetrabutilamõnio em
MeOH/Tolueno
d) Ácido salicílico
COOH COONa
Azul timol
OH OH
+ NH2CH2CH2ONa pKa até 9,0
+ NH2CH2CH2OH
Aminoetóxido de sódio
H
O N O Na O N O
N N
R1 H + HCl R1 + NaCl
R2 R2 H
O O
55
Etapas
Nitrosação em meio ácido sal de diazônio instável azida
estável
Redução:
NO 2 NH2
H2
Hidrólise:
R
H C H2O
NH2
N O
[HO-]
NaNO2
56
HCl
R N NH2 + -H+
R N N N
H H
+ -
R N N N
Azida estável
Ácido hidrazóico ou
azida de hidrogênio
O
+ -
R C N N N
Procedimento
57
Exemplos de aplicação em fármacos
a) Benzocaína (base)
NH2 N+ N
-∆
- + NaCl +
+ NaNO2 + 2 HCl Cl
O OC2H5 O OC2H5
O COOH
+
H N N
N
1) Hidrólise
2) NaNO2/HCl Cl-
SO2
SO2
NHR
NHR
b) Isoniazida (base)
N N
+ -
O N NH2 O N N N
H
Neutra
58
B2. VOLUMETRIA DE OXI-REDUÇÃO
PELO BROMO
Etapas
59
indicador. Preparar branco. Corrigir e calcular a molaridade. Cada mL de bromato de potássio
corresponde a 6 mL de tiossulfato de sódio 0,1 M SV.
Conservação – Recipientes bem fechados. Armazenagem – Proteger da luz.
Bromo 0,05 M SV
Dissolver 3 g de bromato de potássio e 15 g de brometo de potássio em água e completar o
volume para 1000 mL.
Fenol (ácido)
60
OH OH
H H Br Br
+ 3 Br2 + 3 HBr
H H H
H
H Br
OH OH
H C O H Br
Br
+ 3 Br2 + 3 HBr +
H O H
H
H Br
Procainamida (base)
O C2H5 O C2H5
C N CH2CH2 N C N CH2CH2 N
C2H5 C2H5
+ 2 Br2 + 2 HBr
H H Br Br
NH2 NH2
61
Br
C=C + Br2 C=C
Br
e.... Etapas 2, 3,4:
Br2 + 2 KI 2 KBr + I2
I2 + 2 Na2S2O3 2 NaI + Na2S4O6
Azul incolor
62
c) Oxidação com hidrólise prévia
H
R N NH2 + R
H OH
C C NH2NH2
+
O O
O
H H
N N
N + H2O + 2 Br2 N + 4HBr + N2
63
B3. VOLUMETRIA DE OXI-REDUÇÃO
PELO IODO E PELO IODATO
Iodato, IO3-
Ácido, H+,
Iodeto, I-
64
Ex.: vitamina C (ácido ascórbico, AA)
CH2OH CH2OH
COH COH
H O H O
O + O
+ I2 + 4H + 2 HI + 2 H2O
OH OH O O
VITAMINA C MM = 176,13 ÁCIDO DEIDROASCÓRBICO
0 (I2) -1
2x (C) + 2 (H) - 4 (O) = 0 -2x - 4 = 0
x= +1 x= +2
Ex.: Isocarboxazida
CH3 O O
CH3
N N
H + 2H2O + 2 I2 HO CH2
N2 + 4HI + +
C N N CH2 C OH
O H O
65
coloração púrpura da camada de clorofórmio. Alternativamente, determinar o ponto
final potenciometricamente, excluindo o clorofórmio (FB 5).
N N
+ KIO3 + 2HCl + N2 +
+
I Cl
-
+
N N
+3
+5
+1
+
3 NH2NH2 + 2 IO3
- H -
2I + H2O + 3 N2 x5
+ -
IO3- + 2 I2 + 6 H+ + 5 Cl - 5 I Cl + 3H2O x3
- - + + -
15 N2H4 + 15 IO3 + 15 Cl + 30 H 15 I Cl + 15N2 + 45 H2O
/15
- - + + -
= > N2H4 + IO3 + Cl + 2 H I Cl + N2 + 3 H2O
CDVS/cdv
66