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Anos precursores
Macunaíma
Busca pelo nacionalismo que não apaga as diferenças, texto dialogico em que as iferencas
estão em diálogo. Rapsódia.
Heterogenia
Dimensão metaficcional
Ausência de caracterização
Dois anseios
05.04.18
Santini
Anti realismo formal – sátira e paródia – fuga para outros mundos onde a realidade se faça
imperiosa – não se trata de uma narrativa mimética – o trabalho de representação de
Macunaíma se dá em outra chave: ele trabalha com textos, a mimese não se dá a partir da
relação com o real, mas com outros textos – mosaico de textos que compõe Macunaíma e a a
rapsódia como representação .
A originalidade estrutural deriva do livro não se basear na mimese, mas de ligar-se quase
sempre a outros mundos imaginários – há uma estrutura original em Macunaíma – o que é isso
o que a Gilda chama de estrutura original – afastamento da mimese é promovido pelo
movimento rapsodico – outros textos, outros discursos que são plasmados na estrutura do
romance trazendo pro processo de composição semântica um significado de segunda mão –
principio da intertextualidade expandido – sistemas fechado de sinais – sistema fechado de
representação que compõe outro sistema fechado de representação – deslocamento de
sistemas de sinais fechados, de conjunto de significações prontos –
Mimese mediada – pensa o livro, estruturalmente, a partir de duas linhas de força imbricadas
na estrutura da narrativa – ato de contar e ato de interpretar – o principio da narração, do
discurso narrativo por meio de uma voz peculiar que se porta de uma determinada maneira –
como Macunaíma se forma – da mesma maneira que se constitui como ato de narração,
Macunaíma também é um ato de interpretação – Macunaíma não é uma síntese – o lugar que
ocupa na forma romance para a transformação da literatura brasileira –
Suíte e variação – não se trata apenas de indentificar elementos que são invcorportados, mas
de trazer para a forma do romance outra estruturação que é popular, da musica popular, se
comportando formalmente como a música –
A narração se estrutura como suíte e variação – fusão de lendas no nível da historia e frases
retiradas do folclore retiradas do nível do discurso – frases inteira retiradas pelo Mario e
inseridas no romance – princípio de representação que é a incorporação de outros discursos
sem ter nada de aleatório, alias, é bem sistemático – forma de composição da música.
Epilogo – uma guinada importante na estruturação da voz – desloca a voz para o que é o
narrador popular – deslocamento do estatuto da narração – cena típica da contação de
histórias –
Diante desses quatro elementos, pode –se pensar essa forma da rapsódia no interior do
modernismo, mais amplamente, no conjunto das transformações por que passa o romance no
inicio do século XX.
Perda da totalidade que não se dá pela subjetivação exagerada do personagem, mas a perda
de totalidade do ponto de vista identitário, proposta de revisão ou construção do princípio
nacionalista dentro do modernismo – o romance não é síntese, mas soma de contrários – um
personagem que não é unívoco na composição de sua identidade –
12.04.18
Filme – cinema novo que bebia no neorrealismo sobretudo francês – Joaquim Pedro se vale
disso e também da chanchada, mobilizando uma critica à sociedade brasileira - -burguesia e
novos ricos – filme censurado pela ditadura militar – o filme Macunaíma um preto que vira
branco e vai para a cidade dar vazão aos seus instintos sexuais – 15 corte de cenas inteiras –
Joaquim Pedro depois de muitas démarches falei ao chefe da PF, ele projetaria o filme para
sua esposa e suas amigas –
O filme a antropofagia – comer, devorar – o que Mario faz no texto e Joaquim Pedro no
cinema – comer ou ser comido? Comer como metáfora da sobrevivência numa sociedade que
vive sob a lei darwiniana – glosa do mote comer que aparece em forma de metáforas por todo
o filme –
Pobreza da família no mato – mote à imigração forçada – questão da denuncia social da fome
dos pobres e oprimidos, mas também a fome de poder, pelo poder.
19.04.18
A exposição pretende levantar alguns pontos significativos para o expositor – em geral, Mario
de Andrade, romancista, é o autor de Macunaima – em Amar, Verbo Intransitivo continua a ser
um romance de segundo plano – a primeira questão que surge é sobre a atualidade do tema:
iniciação sexual, principalmente masculina – como pode ser tratado como uma obra
contemporânea mais próxima de nós (filme: a primeira noite de um homem, 1967) – talvez a
temática não tenha mais interesse (filme: lição de amor, 1975) – parece mais um romance
datado – amor como forma de suportar o tédio da vida burguesa –
Mario de Andrade pretendia, como o nome sugere, abordar o amor sexual – situada no plano
da sexualidade – no romance abre perspectivas criticas que vão além do jogo da sedução
amorosos, critica os padrões burgueses da sociedade –
Subtema: sem medo de amar – o romance conta historia de Carlos e Elza – o pai contrata uma
profissional para evitar a busca do filho por bordéis – Elza considera-se uma profissional e
pede para o pai advertir a esposa do que se sucederá em casa – Elza consegue dirigir Carlos
aos seus objetivos a despeito dos reclames do pai –
O amor é comprado, mas não o é na rua – trata-se de um belo disfarce que talvez responda ás
fantasias do pai – o romance não deixa de fornecer sob disfaces o velho dialogo de adão e Eva,
o jogo de sedução entre a mulher experiente e o jovem – interesse de Elza por Carlos, amor
juvenil – o romance é justamente a contenção desse desafogo – conforme tele porto, embora
se detenha no erotismo e sensualidade, o narrador prefere não mostrar cenas mais calientes
entre o casal, sempre fugindo o foco quando se dá a situação – da mesma forma que o cinema
da época, a literatura não podia mostrar cenas sexuais – evidente na obra os pontos finais
abruptos e as reticências ao referir sobre o personagem Elza – hipocrisia burguesa – as
mulheres são peças estáticas no romance – a sexualidade de Carlos é aproximada à do boi – o
resraçado Carlos e as preocupações com as raças bovinas selecionadas – o amor é igual ao
sexo de macho = touro reprodutor.
O romance não é apenas a historia de Carlos e Elza mas também do narrador que se intromete
a todo tempo na historia narrada e aponta para outros elementos presentes no livro – fácil
observar a presença do narrador em envolve e percebe os movimentos do enredo: o que
pretende esse narrador? Segundo Mario de Andrade em artigo publicado, faz a indicação de
que haveria ali uma critica a constância cultural brasileira. – Carlos não passa de um burguês
chatissimo, é tradicional apenas em um aspecto da cultura brasileira: educação e modos – má
educação e falta de modos – Carlos é apenas uma apresentação da constância da cultura e
onipresente, uma espécie de eu critico que se denuncia através de sua voz.
26.04.18
Mario de Andrade é um homem de muitas faces, com temas recorrentes, produção esmerada
e longa – certamente as suas produções são bem elaboradas ao contrário do que o próprio
autor dizia de suas escritas em “uma sentada” – pulsação de humanidade –
No primeiro libro de contos (1914-22) – são narrativas que trazem um tom pré-modernista –
por ex: textos convencionais, com muitas digressões, própria da virada do XIX para o XX –
erudição – belle epoque – (conto caçada de macuco, 1917) conto extremamente trágicos
parecidas com Urupês – historias típicas da virada do século, trágico sertanejo – nesse aspecto
aproximação de Mario de Andrade com monteiro lobato – conto: o “romance do chupim” de
Lobato –
Pirandello – o humor é uma questão de estilo excêntrico – o cômico é uma constatação dos
contrastes – sentimento dos contrastes – riso do incomodo, riso amarelo, do desconforto – o
humor transita por ai, alem de envolver uma forma de identificação - riso benevolente (Propp)
eu é mais comum quando protagonizado por crianças – “tempo da camisolinha” –
O conto “o poço” que sempre cresce em tensão – traz questões sobre a vida brasileira –
situação de um visitante que é levado por um coronel a conhecer um pesqueiro – exercício da
autoridade, poder de mando, autoritarismo e a subserviência dos trabalhadores (luta de
classes) – conto primoroso para mostrar a questão do patriarcalismo e do coronelismo –
10.05.18
Rua Lopes chaves – endereço da segunda casa de Mario – “casa da mãe”, pois a primeira era
do pai – casa do coração partido (centro cultural da barra funda) – evoca a ausência do pai e
do irmão mortos (1913) – crônica da Lygia Fagundes sobre Mario, (1973?) – “depois daquele
estranho chá” – crônicas e contos juntadas numa obra, da Lygia –
As cartas de Mario para Fernando Sabino - conto, gênero literários e obras de arte nos idos de
42 e 43, em que o autor já dava por terminada a produção de contos.
Observações de Mario em prefácio – uma plataforma para uma nova estética, a modernista,
inspiração do esgarçamento da modernidade que deu no modernismo – confronto entre obras
e dados que permite uma leitura mais apurada de Mario de Andrade na obra e vice-versa –
Contos: Peru de Natal e Vestida de Preto – escritos em épocas parecidas embora terminados
anacronicamente – ideia de que a obra se completa, as obras se completam – textos e contos
novos, livros póstumos –
A forte pulsação da humanidade em que nos seus contos se destaca – Telê Porto
Cartas a Bandeira – “claro está para ele que ele segue as mesmas águas da modernidade –
pensamento que acompanha as águas da modernidade, invasora, porque atraente, racional,
novidades formais, maneira de peitar assuntos novos, contar a novidade “
Livro: a palavra essencial – autor unespiano dos anos 60.
Ideias sobre o conto – artigo de revista – pretensão de contar a história do conto – forte
imaginação criadora – excepcional faculdade de invenção – não se conta qualquer coisa no
conto – lugar e o que contar no conto – o conto como preciosidade muito importante – sobre
os gêneros literários, em carta de 1925 – todos os gêneros sempre, fatalmente, se entrosam –
sobre a obra de arte : eis que se encontra em frente a um assunto, ele vale como assunto?
Você castiga ou exalta uma classe em virtude de um gênero social ? – procura de rendimento
que no fundo o assunto acha a sua forma – a linguagem tem que ser esta, o tamanho tem que
ser este, e não se decidir sem necessidade – que a arte paira acima da vida ainda se pode
aceitar , mas ela nunca é a vida mesma, mas não é independente da vida – nem a vida domina
arte e nem esta aquela – a arte é sempre uma preposição de verdade por intermédio da beleza
– censo de exemplaridade que é próprio de Mario de Andrade - narrativa forte, modelar,
universal – olhar de experiência que se volta aos dramas familiares, repetidos e modelares da
infância e da juventude – isso que se mostra exemplar: naquilo que é repetido – a experiência
repetida e sem volta, daí a novidade: a concepção de contar o conto muito pensada através
dos tempos.
14.02.18
Falar do amor em Mario de Andrade é o mesmo que falar da poesia/arte em Mario de Andrade
– poemas da negra, tempo da Maria e girassol da madrugada (livro azul, 1941) – lafetá –
Sempre tentando entender o outro para se entender, segundo lafetá, essa procura, esse
percurso tem a ver com a diversidade do pais, grande, e diverso – sua vida e obra são
marcadas pelo percurso da viagem.
Poemas da negra – remete à musica lenta e grave dos catimbós, culto feiticistas –
“fechamento de corpo” – Mario de Andrade oscila entre o intelectual e o primitivo – a negra é
a detentora do que o poeta intelectual já perdeu, uma determinada ligação -
Poemas da amiga
O encontro sensual – jogo da sedução entre o eu poético e a negra até a angustia que
antecede o gozo e o prazer e a sensação de renascimento – o movimento de morte e
ressurreição sexual – tensão, carga, descarga e relaxação.
Fuga – ao mesmo tempo que revelam a procura os poemas se constroem ... Levi-strauss –
representação de determinados mitos constituído de um duplo – a solução surge pela
conjugação dos dois princípios – solução mítica – na fuga a musica persegue a própria morte –
A indiferença é aquilo que o eu lírico busca na poesia, somente na indiferença é possível criar -
movimento da poesia – perceber em si aquilo que está lá fora, perceber em si todos os outros
(adorno) –
Turista aprendiz –
Pensar o grupo de poemas à obra de Cícero Dias - para mario, a obra de Dias é marcada pela
indiferença – “os elementos são apenas em relação a eles mesmos, são apenas o que são; são
apenas porque existem”
Schopenhauer
05.07.18
A escrava que não era Isaura – discurso sobre algumas tendências da poesia modernista –
conscepção de literatura e poesia que apresentam alguns conceitos de melodia e
harmonia(Paulo Henriques brito) –harmonia é na musica um conjunto de notas tocada ao
mesmo tempo – como isso pode ocorrer na poesia que é uma palavra que sucede a outra – a
simultaneidade no poema –
Vestimentas que estão ligadas aos movimentos literários – eus poético de Mario se
comportam como flaneur –
Como se dá a poesia? Desde a recepção dos sentidos – sensações que se transformam (não
são elas propriamente a poesia) essas sensações seram trabalhadas pela forma, pela
consciência – a poesia deve por meio da palavra gerar a comoção – outra questão que
menciosa é o belo da natureza – a beleza é uma conseqüência poética – palavras previamente
belas – conjunto lexical que funciona bem – a beleza, para Mario, é uma conseqüência –
questiona o belo pautado na tradição – o feio pode ser belo – posiciona-se contrario ao metro
– em consonância com os teóricos época – esforço em buscar novos ritmos – reinvenção do
poema – a definição de verso – elemento da linguagem que imita e organiza o movimento do
estado lírico – determina as pausas do movimento rítmico – o ritmo é a combinação de valores
de tempo e mais os acentos – impressão de camadas de sentido .
Danças –