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O ensaista tem a liberdade de estruturar o ensaio de acordo com a sua opção e leitura –
policarpo quaresma que pode ser pensado em dois vieres argumentativos – necessidade de
estruturação dos textos lidos – ensaio do Antonio Candido –
Diferença nos temas, nos recortes, nos personagens – germe de machado, a narrativa
perspicaz – diante da escolha do objeto, recorte da obra com um contexto maior que é a ficção
brasileira no século XIX – a linguagem do machado contrasta com a produção da época –
O ensaio de Candido tem três partes, com duas numeradas. A ultima parte tem seis itens –
como entender a estrutura? Dentro da proposta inicial em produzir por camadas – o texto faz
uma leitura em camadas, as três partes são uma camada de leitura – a primeira considera o
machado num contexto mais amplo da literatura brasilerita =- a segunda Le a critica do
machado a partir dele e feito esse percurso, analisa e alinhava os dois primeiros
Primeiro o lugar ocupado por machado na critica literária e depois machado de Assis e a serie
literária brasileira – no conjunto da literatura brasileira – o lugar que machado ocupa na
literatura do século XIX –
Temos que olhar para a literatura de machado – marginalizado, negro, pobre – que o
considera homem de seu tempo, sem quaisquer excepcionalidades – cândido já aponta para
uma escolha e perspectiva, desconsiderando sua biografia – escolha crítica, não biográfica – a
critica de viés biográfico muitas vezes procura na obra reflexos da vida do escritor – outra
caracteristia da primeira parte, o escritor como gênio ou como criador – um texto ficcional é
uma criação estética consciente – sai do viés do gênio romântico – gênio opõe a criação
passional consciente – o romantismo quebra com a noção de imitação e a substitui pela noção
de criação – o poeta é um ser inspirado, o gênio é quem tem uma inspiração divina que vem,
geralmente, com o uso de drogas – o poema expressa uma dor, é uma boca de sangue que ao
cair não pode assumir uma forma fixa – a ambivalência do homem. Candido desvencilha a sua
leitura – primeira parte, recorte do objeto e da perspectiva critica que será adotada.
Três paradigmas críticos –
Candido faz um esquema interpretativo, com uma organização temática – a ideia desse texto é
pensar a existência desses temas na construção da narrativa machadiana - Candido observa
de que maneira machado de Assis faz usos de temas universais arrastando-os para a literatura
brasileira –
Onisciência narrativa - aquele que tem uma visão demiúrgica dos fatos –
20.03.18
Voz – é a instancia responsável pelo ato enunciativo, é a instancia que fala, voz=agente, o
domínio da voz pertence:
a) Narrador heterodiegético – que não participa dos fatos narrados, nenhuma relação
com o que narra, quase sempre em terceira pessoa. Grau máximo de distanciamento,
não está implicado na matéria.
b) Narrador homodiegético – participa dos fatos narrados sem ser o protagonista (amigo
dele, seu auxiliar, empregado, testemunha dos fatos)
c) Narrador autodiegético – que se auto narra, que participou dos fatos como
protagonista, viveu os fatos. Normalmente se manifestam em primeira pessoa.
Implicação afetiva e ideológica
Modo – quem olha para o fato narrado, a narrativa se constrói com olhares. O domínio do
olhar é muito importante para a narrativa (focalização, perspectiva ou ponto de vista
narrativo) –
Tempo
03.04.18
10.04.18
Narrador autodiegético
Presente da narração (narrador próximo à morte) – presente dos fatos narrados (1859/60)
narrador jovem, 42 anos.
Procópio constrói uma imagem de si e o leitor constrói por si uma imagem dele – a confissão,
contar um segredo e ser absolutamente honesto – o jogo de argumentação construído está
previsto todos os contra-argumentos possíveis – no interior da fala há os indícios de revelação
meticulosa, consciente de suas ações – consciente dos recursos que deve empregar para
agradar ao coronel – constrói uma imagem de bondade para si ao falar bem do coronel –
estratégias explicitas e dubiedade explicita – não se pode afirmar nada, mas há indícios – típico
narrador machadiano – tudo que se narra está submetido à construção de um sujeito que se
revela consciente de toda a estratégia que será mobilizada para convencer ao outro- ora como
confiar nesse narrador?- toda a narração está posta sob o signo da dúvida – narrador
autodiegético machadino – num domínio mais amplo há a construção de um sujeito que cria
internamente uma mascara externa (vila, casa do coronel, Corte, domínio do público e do
privado) – construção de uma natureza meticulosa – narração natural daquilo que é mais
absurdo
Espaço público e privado – como o agente age no espaço público e no espaço privado – o
contraste entre essas esferas faz por revelar o sujeito (aparência e essência) –
Outro conto: a causa secreta (reiteração de algumas palavras. Sobretudo verbos para a
construção do campo semântico)
08.05.18
A literatura de resistência para a sala de aula – prática de leitura – conceitos: Roger Chatier –
leitura e subjetividade: Michelle Petit – Edmir Perrotti: a leitura como prática de uma
linguagem – a literatura na escola cumpre o papel primeiro que é o de formar o leitor literário
que não significa o desprezo das leituras do jovem leitor – a escola parte de uma concepção de
leitura literária que é bastante conservadora e elitista – quem é a escola? Não é alguma coisa
abstrata, mas um agente – como pensar isso a partir de uma concepção de literatura e
resistência –
Trabalho – entregar um plano de aula (vai mandar o modelo) em que se leva um texto literário
para sala de aula e trabalhem essa narrativa a partir de outra linguagem. Pensar uma
experiência de trabalho em sala de aula para alunos do ensino médio – não precisa ser cânone.
Entregar para o dia 12 de junho (em dupla).