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Aula 02
Estruturar uma Pesquisa Bibliográfica e Documental
Objetivos Específicos
• Identificar as características, os tipos e os objetivos de uma pesquisa científica.
Temas
Introdução
1 Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental
2 Etapas de uma pesquisa bibliográfica e documental
3 Proposta do plano de pesquisa
Considerações finais
Referências
Professor Autor
Egon Sewald Junior
Trabalho de Conclusão de Curso I: Metodologia
Introdução
As pesquisas bibliográfica e documental têm grande importância e podem ser
encontradas na maioria dos trabalhos acadêmicos. Representam o grupo de pesquisas mais
utilizado em diferentes áreas de conhecimento.
Segundo Gil (2000), são pesquisas que, a partir da classificação, quanto aos seus objetivos,
fazem parte do grupo das pesquisas exploratórias, ou seja, do grupo que tem como objetivo
proporcionar familiarização com o problema (promover melhor entendimento sobre o tema
ao pesquisador), torná-lo mais específico ou, ainda, servir como base para a construção de
hipóteses.
Os livros constituem grande fonte para pesquisa. Gil versa sobre a importância dos livros,
assim como sua classificação, já apresentada:
Os livros de referência, também denominados livros de consulta, são aqueles que têm
por objetivo possibilitar a rápida obtenção das informações requeridas, ou, então,
a localização das obras que as contêm. Dessa forma, pode-se falar em dois tipos de
livros de referência: livros de referência informativa, que contém a informação que
se busca, e livros de referência remissiva, que remetem a outras fontes. (GIL, 2000,
p. 44).
Por sua vez, as publicações periódicas são aquelas publicadas na forma de fascículos ou
edições, em intervalos de tempo regulares ou não, com a colaboração de vários autores. Jornais
– que são fontes de informações rápidas – e revistas – normalmente fontes de informações
mais aprofundadas e melhor elaboradas – são publicações periódicas. Podemos ainda
observar as revistas científicas, aquelas que apresentam relatórios e resultados de pesquisas
científicas; e não científicas, como aquelas publicadas a partir de textos informativos não
relacionados com trabalhos acadêmicos ou textos comerciais (esta última apontada como
“leitura crítica”).
Com uma pesquisa bibliográfica, o investigador pode ter acesso às várias informações
que não conseguiria apenas com pesquisa direta ou experimentações.
Eco (2008) aponta o uso de fontes bibliográficas primárias e secundárias: primárias são
aquelas cuja origem é autoral, ou seja, refletem a percepção ou os resultados do autor que
obteve os dados iniciais ou acontecimentos históricos com descrição acessível; secundárias
são as fontes relacionadas ao entendimento de outros autores – e, por conta disso, pode
conter aspectos pessoais, bem como o entendimento deste segundo autor.
Exemplo disso seria uma pesquisa sobre a psicanálise de Freud: os livros escritos por
Freud seriam fontes primárias, e os diversos livros, escritos por outros autores sobre esse
tema – muitos desses usando como base os livros de Freud – comporiam um grupo de fontes
secundárias. O autor alerta da preferência por fontes primárias, quando possível e alerta que
traduções podem conter entendimento errôneo e seria “[...] uma forma de atingir algo que
se encontra fora do alcance” (ECO, 2008, p. 74).
Complementando, Eco (2008) expõe a acessibilidade como fator crítico: algumas fontes
não podem ser acessadas, pois estão fisicamente distantes (materiais físicos disponíveis
em alguma biblioteca geograficamente afastada ou com restrição de acesso), ou não são
encontradas em seu formato original – e, por conta disso, fontes secundárias seriam aceitas.
Isso significa que, ao utilizar fontes secundárias, o pesquisador deve garantir que a ideia
original não foi deturpada ou alterada.
O autor adiciona à pesquisa documental documentos que suas conclusões podem ser
reelaboradas de acordo com os objetos da pesquisa, afirmando que existem documentos de
segunda mão que já foram analisados, como relatórios de empresas, tabelas estatísticas.
Desta forma, a pesquisa documental apresenta diversas vantagens: fonte rica e estável de
dados, baixo custo (quando comparado com outros métodos, visto que, normalmente a análise
de documentos exige apenas tempo do investigador, não necessitando muitos recursos), e
não exige contato direto com sujeitos relacionados ao objeto (muitas vezes inacessível ou de
difícil contato, o que pode provocar grande período de tempo para desenvolvimento).
Segundo Gil (2000, p. 59-60), apesar de ser influenciada pela natureza do problema que
altera os passos, a pesquisa bibliográfica segue as seguintes etapas:
a. Escolha do tema;
c. Formulação do problema;
f. Leitura do material;
g. Fichamento;
i. Redação do texto.
Serão explorados e detalhados os itens enumerados entre “a) Escolha do tema” e “e)
Busca das fontes”.
Também deve advertir as dificuldades que podem ser enfrentadas com um possível tema
escolhido. Complementa que a escolha do tema deve partir do estudante – não devendo este
esperar uma indicação final de seu orientador – que só pode fazer a partir de temas que já
leu, estudou ou teve contato em algum dos momentos de sua vida estudantil.
a respeito. Não se pode definir de imediato que material deverá ser consultado. A
experiência, porém, demonstra que é muito importante buscar esclarecer-se acerca
dos principais conceitos que envolvem o tema de pesquisa, procurar um contato com
trabalhos de natureza teórica capazes de proporcionar explicações a respeito, bem
como com pesquisas recentes que abordaram o assunto. (GIL, 2000, p. 46).
O problema deve ser formulado como pergunta; ser claro e preciso (e isso significa
que se deve evitar o uso de palavras ou expressões dúbias, ambíguas ou que requerem
conceituação), ser empírico (experimentação mensurável) e/ou verificável, possível de
ser solucionado, ser delimitado dentro de uma dimensão viável.
O plano de assunto é uma organização sistemática das partes que compõe o objeto do
estudo. Desta forma, é a definição de “[...] uma estrutura lógica de trabalho de forma que as
partes estejam sistematicamente vinculadas entre si e ordenada sem função da unidade de
conjunto” (SALVADOR, 1982 apud GIL, 2000, p. 63).
Quando a pergunta de pesquisa levar as hipóteses que relacionam duas ou mais variáveis,
as partes dessas variáveis devem compor o plano provisório de assunto.
As fontes bibliográficas mais conhecidas são os livros de leitura corrente. Porém, existem
outras fontes para a pesquisa bibliográfica, como: obras de referência, teses e dissertações,
periódicos científicos, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e de resumo.
Os livros de leitura corrente podem ser de diversos gêneros, mas os que mais interessam
para uma pesquisa bibliográfica são aqueles que objetivam “[...] proporcionar conhecimentos
científicos e técnicos” (GIL, 2000, p. 46).
Com a internet, como anteriormente citado, várias bases estão disponíveis de forma on-
line possibilitando busca para trabalhos científicos completos, resumos (abstract), ou para
lista de referências (índices).
As bases podem disponibilizar acesso livre e gratuito, ou acesso pago – em que instituições
ou pessoas físicas podem efetuar pesquisas.
Acessando a base científica, é possível realizar buscas e filtros, com o objetivo de limitar
o número de trabalhos, procurando aqueles mais relevantes. A estratégia de seleção de filtros
será mais detalhada, visto que pode ser utilizada em outras fontes.
Caso não seja possível o acesso a essas bases, o investigador pode optar pela utilização
do Google Acadêmico®, ou ainda, apesar de não recomendado por não ter garantia de fontes
confiáveis, a ferramenta padrão de buscadores, como o próprio Google®.
A internet proporciona diversas ferramentas de busca. Entre aquelas com uso comuns,
estão as ferramentas do Google.
Com a definição de plano preliminar, os subtemas devem ser usados para compor a
estratégica de pesquisa. Quando a pesquisa envolver duas variáveis, deve-se buscar,
inicialmente, textos onde as palavras ou conceitos que representam a variável apareçam
juntos, observando se já existem trabalhos correlatos.
Estratégias de
Recurso Utilização
busca
Tipo de Artigos,
Documentos de cunho científico, verificado por comissão
documento dissertações, teses
científica. Utilizada para pesquisa em bases de dados
científicas
O Quadro 2 apresenta estratégias de busca que, bem utilizadas, limitam da melhor forma
o resultado, principalmente trazendo textos mais relevantes.
3.2 Recursos
Quanto aos recursos a serem utilizados durante o projeto de pesquisa, o investigador deve
considerar levantar as necessidades e, posteriormente (após início do projeto), promover
gestão de fatores humanos, materiais e financeiros.
Considerações finais
A metodologia científica possibilita a definição dos métodos, das técnicas e ferramentas
aplicadas no planejamento e desenvolvimento de pesquisas – inclusive pesquisas bibliográfica
e documental.
Referências
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Editora Perspectiva, 2008.
GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.