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Trabalho de Conclusão de Curso I: Metodologia

Aula 02
Estruturar uma Pesquisa Bibliográfica e Documental

Objetivos Específicos
• Identificar as características, os tipos e os objetivos de uma pesquisa científica.

Temas
Introdução
1 Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental
2 Etapas de uma pesquisa bibliográfica e documental
3 Proposta do plano de pesquisa
Considerações finais
Referências

Professor Autor
Egon Sewald Junior
Trabalho de Conclusão de Curso I: Metodologia

Introdução
As pesquisas bibliográfica e documental têm grande importância e podem ser
encontradas na maioria dos trabalhos acadêmicos. Representam o grupo de pesquisas mais
utilizado em diferentes áreas de conhecimento.

A pesquisa inicia, efetivamente, com a definição do tema. A partir da escolha do tema,


são propostas leituras e o levantamento preliminar dos materiais de estudo, que serão
utilizados para especificação ou delimitação deste tema, encaminhando, portanto, ao estudo
de subáreas do tema inicial escolhido. Com a definição de um plano provisório de assunto, a
estrutura do problema (e do trabalho) pode ser observada e levar à definição do objeto de
pesquisa.

Ainda, com à disponibilização de inúmeros trabalhos através da internet, uma estratégia


de busca bem definida pode diminuir o tempo necessário para a realização da pesquisa, com
a limitação de textos mais relevantes.

Então, no decorrer desta aula, vamos aprender os conceitos de pesquisa bibliográfica e


documental, e as fases de elaboração do projeto, como a delimitação do tema, consequências
na definição do problema de pesquisa e a gestão do projeto. Deste modo, ao final desse
conteúdo você será capaz de entender:

a. Os conceitos de pesquisa bibliográfica e documental;

b. As fases de desenvolvimento da pesquisa bibliográfica e documental;

c. A definição de tema, problema e sua influência na pesquisa e definição de termos a


procurar; e

d. A necessidade de planejar e controlar a execução das atividades, com elaboração de


cronograma e controle de recursos.

Então, vamos começar!

1 Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental


Dentre os tipos de pesquisa mais aplicados, as pesquisas bibliográfica e documental têm
grande importância e podem ser encontradas na maioria dos trabalhos acadêmicos, que são
relacionados à utilização de materiais, como livros, artigos, notícias e documentos durante o
processo de pesquisa.

Segundo Gil (2000), são pesquisas que, a partir da classificação, quanto aos seus objetivos,
fazem parte do grupo das pesquisas exploratórias, ou seja, do grupo que tem como objetivo
proporcionar familiarização com o problema (promover melhor entendimento sobre o tema

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ao pesquisador), torná-lo mais específico ou, ainda, servir como base para a construção de
hipóteses.

Ainda segundo Gil, a pesquisa bibliográfica é aquela elaborada a partir de materiais já


publicados, como livros, artigos de periódicos, artigos apresentados em eventos científicos
e materiais disponíveis na internet. A pesquisa documental se diferencia de pesquisa
bibliográfica pelo fato de utilizar documentos que não receberam tratamento analítico, sem
apresentar conclusões, ou mesmo que apresente conclusões, as quais não serão utilizadas,
mas sim reelaboradas. Normas, legislações e processos são exemplos de fontes para a
pesquisa documental.

1.1 Pesquisa bibliográfica


A pesquisa bibliográfica, apesar de ter sua aplicação na maioria dos projetos, com a
função de definir especificação ou clarificação do problema, é também aplicada em trabalhos
desenvolvidos exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

Essas fontes bibliográficas são encontradas em grande número, sobretudo com a


disponibilização dos materiais utilizando a internet – seja através de bibliotecas virtuais,
bases indexadas de consulta, seja disponibilizando diretamente em sítios web. Segundo Gil
(2000), as fontes são assim classificadas:

Figura 1 – Fontes bibliográficas

Fonte: Adaptado de Gil (2000, p. 44).

A Figura 1 apresenta classificação das fontes bibliográficas, divididas entre livros,


publicações periódicas e impressos diversos.

Os livros constituem grande fonte para pesquisa. Gil versa sobre a importância dos livros,
assim como sua classificação, já apresentada:

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Os livros constituem as fontes bibliográficas por excelência. Em função de sua forma


de utilização, podem ser classificados com o de leitura corrente ou de referência.

Os livros de leitura corrente abrangem as obras referentes aos diversos gêneros


literários (romance, poesia, teatro etc.) e também as obras de divulgação, isto é, as
que objetivam proporcionar conhecimentos científicos ou técnicos.

Os livros de referência, também denominados livros de consulta, são aqueles que têm
por objetivo possibilitar a rápida obtenção das informações requeridas, ou, então,
a localização das obras que as contêm. Dessa forma, pode-se falar em dois tipos de
livros de referência: livros de referência informativa, que contém a informação que
se busca, e livros de referência remissiva, que remetem a outras fontes. (GIL, 2000,
p. 44).

Por sua vez, as publicações periódicas são aquelas publicadas na forma de fascículos ou
edições, em intervalos de tempo regulares ou não, com a colaboração de vários autores. Jornais
– que são fontes de informações rápidas – e revistas – normalmente fontes de informações
mais aprofundadas e melhor elaboradas – são publicações periódicas. Podemos ainda
observar as revistas científicas, aquelas que apresentam relatórios e resultados de pesquisas
científicas; e não científicas, como aquelas publicadas a partir de textos informativos não
relacionados com trabalhos acadêmicos ou textos comerciais (esta última apontada como
“leitura crítica”).

Com uma pesquisa bibliográfica, o investigador pode ter acesso às várias informações
que não conseguiria apenas com pesquisa direta ou experimentações.

Eco (2008) aponta o uso de fontes bibliográficas primárias e secundárias: primárias são
aquelas cuja origem é autoral, ou seja, refletem a percepção ou os resultados do autor que
obteve os dados iniciais ou acontecimentos históricos com descrição acessível; secundárias
são as fontes relacionadas ao entendimento de outros autores – e, por conta disso, pode
conter aspectos pessoais, bem como o entendimento deste segundo autor.

Exemplo disso seria uma pesquisa sobre a psicanálise de Freud: os livros escritos por
Freud seriam fontes primárias, e os diversos livros, escritos por outros autores sobre esse
tema – muitos desses usando como base os livros de Freud – comporiam um grupo de fontes
secundárias. O autor alerta da preferência por fontes primárias, quando possível e alerta que
traduções podem conter entendimento errôneo e seria “[...] uma forma de atingir algo que
se encontra fora do alcance” (ECO, 2008, p. 74).

Complementando, Eco (2008) expõe a acessibilidade como fator crítico: algumas fontes
não podem ser acessadas, pois estão fisicamente distantes (materiais físicos disponíveis
em alguma biblioteca geograficamente afastada ou com restrição de acesso), ou não são
encontradas em seu formato original – e, por conta disso, fontes secundárias seriam aceitas.

Gil (2000, p. 45) corrobora com a visão, afirmando que:

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Convém aos pesquisadores assegurarem-se das condições em que os dados foram


obtidos, analisar profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências
ou contradições se utilizar fontes diversas, cotejando-as cuidadosamente.

Isso significa que, ao utilizar fontes secundárias, o pesquisador deve garantir que a ideia
original não foi deturpada ou alterada.

1.2 Pesquisa documental


A pesquisa documental se assemelha à pesquisa documental, diferenciando-se pelo fato
de utilizar materiais que não receberam tratamento analítico, como normas, legislações e
descrições de processos – tidos como documentos de “primeira mão”:

Nesta categoria estão os documentos conservados em arquivos de órgãos públicos


e instituições privadas, tais como associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos
políticos etc. Incluem-se aqui inúmeros outros documentos como cartas pessoais,
diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc. (GIL,
2000, p. 46).

O autor adiciona à pesquisa documental documentos que suas conclusões podem ser
reelaboradas de acordo com os objetos da pesquisa, afirmando que existem documentos de
segunda mão que já foram analisados, como relatórios de empresas, tabelas estatísticas.

Desta forma, a pesquisa documental apresenta diversas vantagens: fonte rica e estável de
dados, baixo custo (quando comparado com outros métodos, visto que, normalmente a análise
de documentos exige apenas tempo do investigador, não necessitando muitos recursos), e
não exige contato direto com sujeitos relacionados ao objeto (muitas vezes inacessível ou de
difícil contato, o que pode provocar grande período de tempo para desenvolvimento).

2 Etapas de uma pesquisa bibliográfica e documental


As pesquisas classificadas como bibliográfica ou documental seguem os mesmos passos
(GIL, 2000).

Segundo Gil (2000, p. 59-60), apesar de ser influenciada pela natureza do problema que
altera os passos, a pesquisa bibliográfica segue as seguintes etapas:

a. Escolha do tema;

b. Levantamento bibliográfico preliminar;

c. Formulação do problema;

d. Elaboração do plano provisório de assunto;

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e. Busca das fontes;

f. Leitura do material;

g. Fichamento;

h. Organização lógica do assunto; e

i. Redação do texto.

Serão explorados e detalhados os itens enumerados entre “a) Escolha do tema” e “e)
Busca das fontes”.

2.1 Escolha do tema


É necessária a delimitação de tema, apontando o alvo (objetivo, onde quer chegar), que
deve corresponder aos interesses pessoais do pesquisador e considerar acessibilidade das
fontes.

Muitas vezes, os alunos podem se sentir desorientados com a escolha e delimitação do


tema – um trabalho considerado pelos mais experientes como fácil. Gil (2000) aponta que o
orientador deve, portanto, usar sua experiência e pode sugerir temas e indicar leituras que
auxiliem o aluno.

Também deve advertir as dificuldades que podem ser enfrentadas com um possível tema
escolhido. Complementa que a escolha do tema deve partir do estudante – não devendo este
esperar uma indicação final de seu orientador – que só pode fazer a partir de temas que já
leu, estudou ou teve contato em algum dos momentos de sua vida estudantil.

2.2 Levantamento bibliográfico e documental preliminar


Esse processo – de levantamento preliminar – tem como objetivo familiarizar o estudante
com o tema escolhido, facilitando e possibilitando uma delimitação mais clara do tema, bem
como a definição dos problemas de pesquisa.

O levantamento preliminar mostra-se necessário considerando o fato de que, de modo


geral, os temas são definidos de forma muito ampla. Com o levantamento preliminar e a
leitura destes materiais levantados, é possível seleção de subárea do tema, ou mesmo uma
especificação maior (aprofundamento). Podem, ainda, provocar mudanças nos objetivos e
propósitos iniciais.

O levantamento bibliográfico preliminar depende de muitos fatores, tais como


a complexidade do assunto e o nível de conhecimento que o estudante já dispõe

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a respeito. Não se pode definir de imediato que material deverá ser consultado. A
experiência, porém, demonstra que é muito importante buscar esclarecer-se acerca
dos principais conceitos que envolvem o tema de pesquisa, procurar um contato com
trabalhos de natureza teórica capazes de proporcionar explicações a respeito, bem
como com pesquisas recentes que abordaram o assunto. (GIL, 2000, p. 46).

2.3 Formulação do problema


A partir da familiarização e clareza na definição do tema, é possível a formulação do
problema de pesquisa, ou seja, o que a pesquisa propõe resolver.

O problema deve ser formulado como pergunta; ser claro e preciso (e isso significa
que se deve evitar o uso de palavras ou expressões dúbias, ambíguas ou que requerem
conceituação), ser empírico (experimentação mensurável) e/ou verificável, possível de
ser solucionado, ser delimitado dentro de uma dimensão viável.

Com a definição do problema de pesquisa, é possível construir hipóteses e enumerar os


termos a serem buscados, respondendo à pesquisa bibliográfica ou documental. Gil (2000, p.
62) aponta algumas perguntas para avaliar o problema de pesquisa:

• O tema é de interesse do pesquisador?

• O problema apresenta relevância teórica e prática?

• A qualificação do pesquisador é adequada para seu tratamento?

• Existe material bibliográfico suficiente e disponível para seu equacionamento e


solução?

• O problema foi formulado de maneira clara, precisa e objetiva?

• O pesquisador dispõe de tempo e outras condições de trabalho necessárias ao


desenvolvimento da pesquisa?

A pesquisa preliminar pode reformular o problema de pesquisa, apesar de ter, de alguma


forma, um problema – mesmo que ainda não claro.

2.4 Elaboração do plano provisório de assunto


Com a definição do problema, é possível construir plano de assunto – mesmo que
não seja possível um planejamento definitivo pelo fato de não conhecer suficientemente o
assunto, ou seja, é possível a elaboração de um plano provisório de assunto.
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O plano de assunto é uma organização sistemática das partes que compõe o objeto do
estudo. Desta forma, é a definição de “[...] uma estrutura lógica de trabalho de forma que as
partes estejam sistematicamente vinculadas entre si e ordenada sem função da unidade de
conjunto” (SALVADOR, 1982 apud GIL, 2000, p. 63).

Uma forma fácil e comum de elaboração do plano provisório de assunto é a


definição de um roteiro ou mesmo com a proposição de um sumário, ou seja, definindo
os temas secundários (partes do tema principal) que compõem o tema e respondem ao
problema de pesquisa.

Quando a pergunta de pesquisa levar as hipóteses que relacionam duas ou mais variáveis,
as partes dessas variáveis devem compor o plano provisório de assunto.

2.5 Busca das fontes


Após definição da estrutura do trabalho, fontes bibliográficas ou documentais devem ser
encontradas, de forma a responder adequadamente com solução (ou soluções) ao problema
proposto.

As fontes bibliográficas mais conhecidas são os livros de leitura corrente. Porém, existem
outras fontes para a pesquisa bibliográfica, como: obras de referência, teses e dissertações,
periódicos científicos, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e de resumo.

Os livros de leitura corrente podem ser de diversos gêneros, mas os que mais interessam
para uma pesquisa bibliográfica são aqueles que objetivam “[...] proporcionar conhecimentos
científicos e técnicos” (GIL, 2000, p. 46).

Os periódicos científicos compõem o meio mais importante para comunicação científica,


com a publicação de resultados de pesquisas originais e mantendo qualidade na investigação
científica. Mais à frente, a busca por periódicos será detalhada.

Ainda, as teses e dissertações (e até mesmo monografias) formam um grupo de trabalhos


que apresenta, muitas vezes, relatórios científicos originais ou revisões bibliográficas. Como
dependem da qualidade do curso e instituição para qual foi desenvolvida, requer cuidado em
seu uso.

Ainda, os anais de encontros ou eventos científicos contemplam os resultados de


comunicações e trabalhos apresentados nestes eventos – como congressos, simpósios,
seminários e fóruns.

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Os periódicos de indexação e resumo são aqueles que objetivam facilitar o acesso à


informação, que se encontra dispersa em grande número de publicações. Essas bases são
chamadas de índices (quando apresentam somente as referências) ou de abstracts, quando
apresentam também os resumos. Com o advento da internet, bases on-line também
apresentam textos completos, possibilitando sua consulta.

2.5.1 Buscando referências em bases on-line

Com a internet, como anteriormente citado, várias bases estão disponíveis de forma on-
line possibilitando busca para trabalhos científicos completos, resumos (abstract), ou para
lista de referências (índices).

As bases podem disponibilizar acesso livre e gratuito, ou acesso pago – em que instituições
ou pessoas físicas podem efetuar pesquisas.

O portal Periódicos, mantido pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal


de Nível Superior) disponibiliza acesso a algumas bases, respeitando o acesso (pago ou
gratuito). Importante observar que, mesmo que seja possível pesquisa em bases, alguns
artigos podem não ser acessíveis sem a compra – e, desta forma, para acesso e leitura, é
necessário o pagamento referente ao acesso.

O Quadro 1 apresenta algumas bases de dados científicos, relacionando a área de


conhecimento e a base efetua indexações de trabalhos, e, consequentemente, responderão
à pesquisa de forma adequada à área buscada.

Quadro 1 – bases de dados científicas

Bases de dados Links Área de pesquisa


Proporciona acesso a outras bases e
Periódicos CAPES http://periodicos.capes.gov.br/
apresenta resultados em todas as áreas
Ciências exatas e da terra
IEEE X-plore http://ieeexplore.ieee.org/Xplore/home.jsp
Engenharias
Web Of Resumos de artigos científicos. Todas as
https://apps.webofknowledge.com
Science Journals áreas
Títulos de acesso livre, anais de
conferências, publicações comerciais,
séries de livros, páginas web de
Scopus https://www.scopus.com/
conteúdo científico e patentes. Para as
áreas: Ciências Biológicas, Ciências da
Saúde, Ciências Físicas e Ciências Sociais
Biblioteca eletrônica de artigos
SciELO http://www.scielo.org/
completos. Todas as áreas
Springer http://link.springer.com/ Biblioteca de Livros. Todas as áreas

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Acessando a base científica, é possível realizar buscas e filtros, com o objetivo de limitar
o número de trabalhos, procurando aqueles mais relevantes. A estratégia de seleção de filtros
será mais detalhada, visto que pode ser utilizada em outras fontes.

As bases científicas apresentam indicadores (como fatores de impacto das revistas,


citações dos trabalhos, entre outros) que são úteis para a seleção de trabalhos considerados
importantes pela comunidade acadêmica, em detrimento do uso de materiais que podem
ter menor relevância – e, consequente, baixa contribuição na definição de conceitos para o
trabalho que está sendo desenvolvido.

Caso não seja possível o acesso a essas bases, o investigador pode optar pela utilização
do Google Acadêmico®, ou ainda, apesar de não recomendado por não ter garantia de fontes
confiáveis, a ferramenta padrão de buscadores, como o próprio Google®.

2.5.2 Buscando referências em ferramentas de busca

A internet proporciona diversas ferramentas de busca. Entre aquelas com uso comuns,
estão as ferramentas do Google.

Uma dessas ferramentas (o Google Acadêmico®) relaciona publicações científicas,


gerando índices e buscando citações deste trabalho (identificando outros trabalhos que a
utilizam como fonte de referência). É uma ferramenta muito útil, considerando que pode,
com tal ferramenta de computar as citações, determinar, por exemplo, relevância do trabalho
e aceitação no meio científico.

As estratégias de busca para o Google Acadêmico® utilizam palavras e termos, da mesma


forma que utilizada na ferramenta “padrão” de buscas da Google®, limitando a população
pesquisada, buscando somente em trabalhos acadêmicos e possibilitando busca por autor.
Porém, a estratégia de termos e palavras deve ser desenvolvida de modo a encontrar
documentos e trabalhos relacionados ao problema de pesquisa definido.

2.5.3 Estratégia de seleção de termos a buscar

É importante o pesquisador conhecer as estratégias de busca e utilização de filtros que


facilitarão a obtenção de dados relevantes, seja em bases científicas, seja em ferramentas
de busca. Além de reduzir o número de ocorrências, você conseguirá uma pesquisa mais
assertiva.

Com a definição de plano preliminar, os subtemas devem ser usados para compor a
estratégica de pesquisa. Quando a pesquisa envolver duas variáveis, deve-se buscar,
inicialmente, textos onde as palavras ou conceitos que representam a variável apareçam
juntos, observando se já existem trabalhos correlatos.

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Quadro 2 – Estratégias de busca

Estratégias de
Recurso Utilização
busca

E/AND Ocorrências das duas palavras


Busca booleana OU/OR Ocorrências uma ou outra palavra
NÃO/NOT Excluir textos com a determinada palavra
Termos compostos que formam um único conceito ou que
Aspas “” devem ser encontrados exatamente desta forma (unidas e na
ordem)
Filtro para buscar publicações por período. Normalmente
Período
utilizada para buscar trabalhos mais recentes

Tipo de Artigos,
Documentos de cunho científico, verificado por comissão
documento dissertações, teses
científica. Utilizada para pesquisa em bases de dados
científicas

O Quadro 2 apresenta estratégias de busca que, bem utilizadas, limitam da melhor forma
o resultado, principalmente trazendo textos mais relevantes.

Lembre-se que é necessário observar se os textos retornados são relacionados ao tema


e ao plano preliminar delimitado!

3 Proposta do plano de pesquisa


Como citado na aula anterior, o planejamento da pesquisa deve considerar as etapas do
desenvolvimento da pesquisa, e também atuar como um gestor ou administrador do tempo,
dos recursos humanos e financeiros.

3.1 Cronograma e esforço


Relacionado aos recursos humanos, materiais e financeiros, o pesquisador “[...] deve ter
noção do tempo a ser utilizado na pesquisa e valorizá-lo em termos pecuniários” (GIL, 2000,
p. 18). Deve-se planejar as atividades necessárias para a conclusão do projeto, de modo a
alcançar os objetivos no prazo estipulado.

Na definição de cronograma, o esforço (atividades e dedicação para realizar cada uma


delas) deve ser distribuído no tempo, incluindo período de TCC I e TCC II. O investigador deve
tomar cuidado para garantir que os tempos planejados sejam coerentes com a realidade
possível, considerando períodos para execução de atividades não planejadas (que podem
atrapalhar a execução do projeto).

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Figura 2 – Exemplo Gráfico de Gantt

O meio mais comum de apresentação de um cronograma é através do Gráfico de


Gantt. Este tipo de gráfico possibilita a visualização das atividades, suas dependências e o
acompanhamento da execução das atividades.

Existem várias ferramentas para desenvolver e manter o Gráfico de Gantt, e, caso o


investigador não tenha acesso, pode construí-lo através de tabelas do editor de texto, ou de
planilhas de cálculo.

3.2 Recursos
Quanto aos recursos a serem utilizados durante o projeto de pesquisa, o investigador deve
considerar levantar as necessidades e, posteriormente (após início do projeto), promover
gestão de fatores humanos, materiais e financeiros.

Assim, como citado anteriormente, quanto aos recursos humanos, materiais e


financeiros, o pesquisador deve ser capaz de planejar suas utilizações. Portanto, “[...] deve
prover-se os equipamentos e materiais necessários ao desenvolvimento da pesquisa” (GIL,
2000, p. 18-19).

Assim, o pesquisador deve elaborar um orçamento adequado e observar algumas funções


administrativas. Mesmo que o pesquisador utilize recursos materiais próprios (por exemplo,
use como equipamento, seu computador pessoal) e não precise remunerar terceiros, investirá
horas para o desenvolvimento da pesquisa – que devem ser devidamente valorizadas.

Considerações finais
A metodologia científica possibilita a definição dos métodos, das técnicas e ferramentas
aplicadas no planejamento e desenvolvimento de pesquisas – inclusive pesquisas bibliográfica
e documental.

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Os conceitos das pesquisas bibliográfica e documental são apresentados como fonte


de informação para o desenvolvimento de pesquisas exploratórias, para esclarecer o tema.
Ainda, foi abordado seu uso em trabalhos que têm caráter de levantamento de estado atual
de avanço da ciência – e, neste caso, desenvolvidos fundamentalmente a partir de pesquisa
bibliográfica.

As etapas para o desenvolvimento de pesquisa bibliográfica ou documental podem


sofrer algumas alterações, mas alguns passos devem ser seguidos, como: as fases de escolha
do tema, o levantamento bibliográfico e documental preliminar, a formulação do problema, a
elaboração do plano provisório de assunto e a busca das fontes foram detalhadas, bem como
as estratégias de seleção de fontes (base de dados científica, biblioteca, buscas web etc).

Também foi apresentada a importância de definir estratégias de buscas, para minimizar


resultados com muitos documentos e textos irrelevantes, otimizando o tempo de pesquisa e
sendo mais eficiente.

Além disso, o investigador deve planejar e gerenciar prazos e recursos financeiros e


humanos.

Chegamos ao final desta aula, continue seus estudos e boa pesquisa!

Referências
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Editora Perspectiva, 2008.

GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.

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