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WORKSHOP “ARTETERAPIA E MUSICOTERAPIA”

Diana Santos de Sousa

Workshop Arteterapia e
Musicoterapia

Manual do Formando

Formadora: Diana Santos de Sousa


(diana.sousa17@hotmail.com)

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WORKSHOP “ARTETERAPIA E MUSICOTERAPIA”
Diana Santos de Sousa

Índice
1. Objetivos 3
2. Introdução 3
3. Arteterapia
3.1. Evolução histórica 4
3.2. Contextos de aplicação da Arteterapia 5
4. Musicoterapia
4.1. Evolução histórica 6
4.2. Contextos de aplicação 7
5. Atividades
5.1. Atividades de Arteterapia 9
5.2. Atividades de Musicoterapia 13
6. Síntese 15
7. Para aprofundar conhecimentos 15
8. Referência bibliográficas 17
9. Anexos – sugestões de atividades de Arteterapia e Musicoterapia 19

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WORKSHOP “ARTETERAPIA E MUSICOTERAPIA”
Diana Santos de Sousa

1. Objetivos
Objetivo geral
O objetivo geral deste workshop é introduzir e/ou aprofundar conhecimentos sobre
a Arteterapia e musicoterapia, bem como permitir a exploração de algumas
atividades referentes a estas terapias.

Objetivos específicos
No final do workshop os formandos deverão ser capazes de:
 Definir os conceitos de arteterapia e musicoterapia;
 Perceber qual a evolução histórica dos dois conceitos;
 Identificar contextos e populações-alvo nas quais podem ser aplicadas estas
técnicas;
 Pôr em prática atividades de arteterapia e musicoterapia;

2. Introdução
A Arteterapia e a Musicoterapia são duas modalidades terapêuticas não-
farmacológicas que tem vindo a mostrar, ao longo da história, a sua eficácia em
diversos contextos diferentes. Como poderão ver de seguida, estas duas terapias
não são propriamente novas, embora só recentemente tenha havido uma produção
cientifica mais acentuada sobre elas.
Este manual serve como complemento ao workshop e aqui serão explorados
aspetos teóricos relacionados com a Arteterapia e Musicoterapia, bem como irão
ser dadas sugestões práticas de atividades que poderão ser úteis para satisfazer/
desenvolver algumas das necessidades e motivações que vos levaram a procurar o
workshop.

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3. Arteterapia
3.1. Evolução histórica
Embora as expressões de estados internos sejam frequentes no decorrer da
história da humanidade, a Arteterapia emergiu, distinguindo-se como opção
terapêutica a partir de 1930, quando psiquiatras se interessaram pelos trabalhos
desenvolvidos por alguns pacientes, (sobretudo esquizofrénicos), procurando a relação
entre as suas produções artísticas e a sua patologia (Carvalho, 2001).
A arteterapia é uma modalidade terapêutica que remonta ao inicio do século
XX com os contributos de Freud e Jung na área da Psicanálise. A psicanálise
Freudiana via a arte como manifestação do inconsciente do artista, onde este
manifestava conteúdos do seu psiquismo (Coqueiro, Vieira & Freitas, 2010). Na
teoria de Freud (citado por Caputi et al., 2012), o artista transforma as suas fantasias
em arte em vez de sintomas. Na psiquiatria Junguiana a arte era usada como parte
do processo psicoterapêutico (Coqueiro, Vieira & Freitas, 2010). A Arteterapia é, por
isso, um processo não-verbal por meio de artes plásticas, dramatização, entre
outras, que permite ao paciente ter contacto e aceitar vários domínios da sua vida,
como aspetos afetivos, motores, cognitivos, que são importantes para a sua saúde
mental (Coqueiro, Vieira & Freitas, 2010).
Em Portugal, a Arteterapia tem vindo a ser estudada e praticada pela
Sociedade Portuguesa de Arte-terapia desde 1990 (Assis, 2013).
Define-se como arteterapia uma forma de terapia que usa a arte como meio
de comunicação e como meio de expressar conteúdos psíquicos (Case & Dalley,
2014). Para Valladares et al (2008, citado por Lopes, 2011) as produções artísticas são
projeções internas e pessoais, permitindo ao indivíduo expressar-se de forma mais
espontânea, originando um novo sentido da sua própria vida. A arteterapia, ao
trabalhar com o processo criativo, pode ser um caminho revelador e inspirador que
ajuda a entrar em contacto com a possibilidade de acreditar, desafiar, reconstruir, criar
e expressar as emoções, sentimentos e imagens. A Arte é, por isso, uma forma de
linguagem onde são utilizadas experiências sensoriais e simbolismos inerentes aos
conteúdos internos do individuo.
A nível de benefícios, a Arteterapia permite:

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• Facilitar a comunicação, onde é possível haver uma expressão de conteúdos que
de outra forma poderiam ser mais difíceis de expressar;
• Expressão de sentimentos e emoções, conscientes ou inconscientes;
• Desenvolver/ manter competências motoras e funcionais, na motricidade fina e
grossa;

• Desenvolver/ manter competências cognitivas, como é o caso da memória,


atenção/concentração, linguagem, funções executivas, gnosias e praxias.

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3.2. Contextos de aplicação da Arteterapia


A Arteterapia pode ser aplicada em diferentes contextos (Malchiodi, 2013).
Existem diversos estudos científicos que comprovam a eficácia desta terapia a nível
psicológico mas também fisiológico, já que influencia áreas cerebrais como o córtex
visual e que os estudos comprovam que o nosso corpo reage a imagens criadas
como se fossem reais. Por exemplo, nas perturbações de ansiedade o nosso corpo
reage a uma ameaça imaginada como se esta fosse real, isto é, as sensações físicas
que sentimos são as mesmas quando comparadas a um perigo de vida real.
A Arteterapia, como nos mostra, por exemplo, o livro organizado por Malchiodi
(2013), tem vindo a ser usada em vários contextos diversos, desde a sua utilização
como meio de avaliação, como é o exemplo do Desenho da Figura Humana ou o
Desenho da Família utilizados na avaliação psicológica, até a vários contextos de
intervenção.
Em áreas relacionadas com crianças e adolescentes, a Arteterapia é utilizada no
contexto de internamento hospitalar, em oncologia pediátrica, no trabalho com
doenças especificas como a epilepsia e a asma e na intervenção no luto (Malchiodi,
2013).
Em adultos, a Arteterapia pode ser utilizada em oncologia no geral e também
em casos de cancro da mama na medida em que pode ser trabalhada a imagem
corporal e a feminilidade através desta técnica (Malchiodi, 2013). É utilizada também
em casos de trauma físico e psicológico, lesões cerebrais, e na intervenção no HIV/
SIDA (Malchiodi, 2013).
A arteterapia tem sido um tipo de intervenção recomendada para os idosos com e
sem demência e/ou défice cognitivo ligeiro devido ao seu sentido de estimulação, uma
vez que melhora as relações sociais e a sua auto-estima (Douglas et al, 2004; Malchiodi,
2013).
Para além da intervenção individual, a Arteterapia pode também ser posta em
prática em grupos como, por exemplo, grupos de suporte ao luto, grupos de
cuidadores formais e serviços administrativos onde se pode trabalhar mudanças
organizacionais e a melhoria da saúde ocupacional (Malchiodi, 2013).

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4. Musicoterapia
4.1. Evolução histórica
A musicoterapia vem sendo uma modalidade terapêutica utilizada desde a
antiguidade, havendo numerosas lendas e mitos onde esta terapêutica era usada
(Valverde, 2014) e existindo também documentação de filósofos que usavam esta
terapêutica como cura (Gomes, 2011).
No final da 1ª e 2ª guerras mundiais houve uma proliferação da musicoterapia, na
medida em que esta era usada em contexto hospitalar, onde, após se aperceberem
do efeito da musica, começaram a usar na diminuição da dor nos ex-combatentes
das guerras (Valverde, 2014).
A Musicoterapia é a utilização da música e/ou dos elementos musicais (som, ritmo,
melodia e harmonia) pelo grupo, num processo estruturado. Nas sessões são
vivenciadas inúmeras variações das seguintes experiências musicais: Improvisação,
onde o participante cria e executa música simultaneamente, cantando e/ou tocando
um instrumento; Recriação onde o participante é convidado a executar músicas já
existentes cantando e/ou tocando um instrumento; Composição, em que, com
auxílio do terapeuta, são criadas canções, letras e peças instrumentais; Audição
musical, onde são ouvidas músicas, podendo responder à experiência de forma
silenciosa, verbalmente ou através de outras modalidades de expressão.
Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia, esta técnica envolve a utilização
da música e/ou dos seus elementos (som, ritmo, melodia, etc.), por um terapeuta
com um cliente ou grupo, num processo que visa a facilitação da comunicação,
relação, aprendizagem ou restabelecer funções do individuo.
Na seguinte imagem está uma ilustração de como a música atua em diferentes
partes do nosso cérebro.

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A musicoterapia ativa várias áreas cerebrais com as suas funções de evocação,


nomeadamente o hipotálamo, que está, não só mas também, ligado ao instinto de
sobrevivência (Caputi et al, 2012). A nível fisiológico, a musicoterapia ajuda na
sensação de relaxamento, a normalização do batimento cardíaco, da respiração e
da circulação sanguínea.

4.2. Contextos de aplicação da Musicoterapia


A musicoterapia pode ser utilizada como modalidade terapêutica em
diferentes contextos (Cunha & Volpi, 2008).
No contexto educacional, pode ser usada na escola regular inclusiva ou em
escolas vocacionadas para a educação especial. Tem o intuito de promover
habilidades cognitivas, motoras, sociais e emocionais nos alunos. Estimula áreas
como a psicomotricidade, atenção e concentração, criatividade, entre outras
(Cunha & Volpi, 2008; Edwards, 2016).
Também no contexto hospitalar a musicoterapia pode ser uma mais-valia em
pacientes em regime de ambulatório, internamentos de curta ou longa duração,
Hospitais de dia, hospitais psiquiátricos. Existe uma promoção da recuperação física,
mental e social dos utentes, quer sejam crianças, adolescentes, adultos ou idosos,
com várias problemáticas desde cancro, trauma físico, Alzheimer, lesões cerebrais,
perturbações de comportamento alimentar, entre outras (Cunha & Volpi, 2008;
Edwards, 2016).
Na área social, podemos usar a musicoterapia em grupos de jovens em
situação de risco, moradores de rua, comunidades, prisões, associações de bairro,
lares, centros de dia, intervenções ligadas à violência domestica ou perturbações de
personalidade (Cunha & Volpi, 2008; Edwards, 2016).
Esta modalidade terapêutica é também utilizada em indivíduos com
demência (Valverde, 2014). O efeito da musicoterapia tem vindo a ser estudada, na
medida em que pertence às terapias não-farmacológicas, nas demências. Esta
terapia tem mostrado resultados em diversas áreas cognitivas:
atenção/concentração, memória, orientação e linguagem. Uma música familiar
pode evocar imediatamente sensações e emoções familiares, promovendo um
sentimento de familiaridade e segurança nos indivíduos (Valverde, 2014). A

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musicoterapia tem também benefícios no domínio socioemocional dos indivíduos


com demência, já que muitas vezes estas pessoas se apercebem da perda de
capacidades e da desorientação espácio-temporal e a musicoterapia pode oferecer-
lhes uma sensação de conforto e canalização de emoções positivas e negativas
promovendo um alívio da ansiedade, depressão com efeito quase imediato. A nível
comportamental, a musicoterapia pode favorecer a diminuição da deambulação dos
doentes, que ao ouvirem a musica permanecem no mesmo local, diminuindo a
possibilidade de quedas ou fugas.

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5. Atividades
5.1. Atividades de Arteterapia
Desenho grupal com um mínimo de instruções
Uma grande folha de papel (cartolina) é fornecida ao grupo e pede-se aos
participantes que trabalhem um grande desenho, sem um tema específico.
Cada participante escolhe uma cor e trabalha com ela.
Mais tarde, pode trocar de cor caso queira, ou negociar cores com os outros para
as misturar às que usou primeiro.
Todos começam a pintar ao mesmo tempo e trabalham de modo cooperativo.
O tema pode ser escolhido pelo grupo ou ir-se definindo à medida que o trabalho se
realiza. Todos começam no centro do papel ou todos começam nas bordas do papel.
Revezam-se, com dois minutos para cada um, depois podem avançar todos juntos.

“Criando o acaso”
Para esta atividade cada participantes tem à sua disposição uma folha A4 de papel
cavalinho e guaches.
Cada participante dobra a folha de papel ao meio.
Com a folha novamente aberta, cada participante coloca numa das metades da
folha 3 ou 4 cores e fecha a folha, pressionando as duas metades, uma de encontro
à outra.
Depois de aberta, pode ser apreciado o resultado do “acaso” na simetria obtida.

Desenhar ao som da música


É pedido aos participantes que desenhem ao som de uma música que o facilitador
coloque. Pode ir-se variando a melodio e o ritmo da música e depois comentam-se
os sentimentos relacionados com cada desenho e som.

Trocando de lugar
Todos começam a desenhar ao redor de uma folha de papel grande, desenham
algum tempo e depois trocam de lugar (ou muda-se a posição da folha).

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Escolhendo imagens
O grupo cobre o papel com cores, formas ou imagens ao gosto de cada um.
Depois, o papel é passado por todas as pessoas e cada um escolhe imagens e
reforça-as desenhando ou escrevendo algo nelas.
Podem, posteriormente, falar da imagem que gostam mais ou menos.

Território
Os membros do grupo delineiam o seu território, demarcam-no com o nome e
depois põem algo seu no seu território.
Depois todos são livres de colocar algo no território de outra pessoa.
A discussão pode abarcar quem deu o quê a quem.

História com uma palavra por vez


Cada pessoa diz uma palavra na sua vez, para fazer uma história, que então é
anotada.
Essa história será ilustrada com desenhos individuais ou com um desenho grupal.

Solidariedade
Por vezes, pode ser útil celebrar elos em comum e as suas contribuições positivas,
desenhando ou pintando em murais que retratem essa experiência. Como por
exemplo:
 Festas e musicas de minorias étnicas;
 Contribuições das mulheres à humanidade;
 Símbolos de paz;
 Mural de atividades que se realizem na vizinhança;
 O que idosos ou pessoas com deficiências têm em comum ao mundo todo;

Colagem de sentimentos
Recorta-se figuras que expressem emoções claramente e faz-se uma colagem com
as mesmas.
Escreve-se o que cada personagem pode estar a dizer.

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Os membros do grupo podem fazer mímica ou representar os sentimentos


expressos.

Emblemas
Os elementos do grupo desenham um emblema que os descreva e pregam-no à
roupa.
Depois faz-se um semelhante para os outros com as suas características principais.
No final afixam-se os emblemas todos juntos.
Presentes
Cada elemento do grupo faz, desenha ou pinta presentes que gostariam de
dar a cada pessoa do grupo e depois dá-os a um dos elementos.
A discussão irá explorar sentimentos ligados ao dar e receber e, provavelmente, a
sentimentos ligados ao ir embora com os presentes.
Pode ser direccionado a comemorações de Natal, Páscoa, Aniversário.

Consciência corporal: desenho da mão


É pedido aos participantes que desenhem o contorno da sua mão numa folha
de papel para de seguida preencherem o desenho ao seu gosto.

Modelagem: um animal que o represente


É pedido aos participantes que, com um pedaço de plasticina, moldem,
individualmente, um animal que em seu entender os caracteriza.

Elaboração de calendário de parede


É pedido aos participantes para elaborarem em cartolina um calendário
dinâmico, para afixar na sala de estar, para que todos os idosos pudessem ver
diariamente o dia da semana, dia do mês, mês e estação do ano em que se
encontravam, e atualiza-lo, todos os dias.

Elaboração de puzzles com animais que criavam quando eram novos


É pedido aos participantes a elaboração de puzzles com fotos de animais
domésticos (galinhas, porcos, vacas, cordeiros, etc….).

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Recorte de revistas (3 coisas de que gosta e 3 coisas que detesta)


É pedido aos participantes, após a entrega de várias revistas a cada elemento
do grupo, que cada utente seleccione seis imagens, três coisas que gostem e três
que não gostem, para posteriormente as recortarem e colarem numa folha de papel
branco.

Elaboração de quadro das 4 estações


É pedido aos participantes que recortem um conjunto de fotos. Depois de
recortadas, entrega-se um conjunto de imagens a cada participante.
De seguida, cada um identifica uma imagem que corresponda a cada estação do ano.
Por fim elabora-se pelo grupo um cartaz alusivo às quatro estações do ano.

Reminiscência: modelagem/ desenho: objectos antigos


De forma a suscitar a curiosidade aos participantes, apresenta-se o objeto,
tapado com um pano, convidando todos a adivinhar o que é.
De seguida pedimos que tentem representar, em massa moldável o objeto, exposto
no centro do grupo.

Dramatização
Pede-se aos participantes que encarnem vários personagens, com recurso a
vestidos, perucas e outros acessórios.

Elaboração de postais através de recorte e colagem


Pede-se aos participantes o recorte dos elementos impressos (borboletas,
flores e passarinhos), e que os colem em cartão colorido, de forma a elaborar
postais para oferta, por exemplo, nos aniversários da Instituição onde estão.

Eu sou/ Eu sinto/ Eu tenho/ Eu faço


É pedido aos participantes que façam 4 desenhos diferentes (ou 4 moldes em
plasticina) sobre os temas Eu sou/ Eu sinto/ Eu tenho/ Eu faço. No final é pedido para
que cada um fale sobre o que desenhou ou fez para o grupo;

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Origamis
Com ajuda e modelagem do facilitador, é pedido aos participantes que construam
origamis. O tema pode ser à escolha do facilitador, como por exemplo, corações
para o Dia de S. Valentim, Árvores referentes ao Natal ou ao Dia da Terra.

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5.2. Atividades de Musicoterapia


Construção de instrumentos musicais
Estimular a interação grupal, a criatividade, a iniciativa e tomada de decisão,
produzir algo de utilidade para o grupo. Pode usar-se rolos de papel higiénico,
caixas de ovos vazias, arroz, areia, etc.

Produção de sons de como se sentem no momento


É pedido aos participantes para escolherem um dos instrumentos construídos pelo
grupo e com ele produzir sons que representem como se sente no momento.
Pretende-se estimular a expressão individual, o autoconhecimento, a escuta e
perceção do outro.

Teste musical
São colocados instrumentos musicais sobre uma mesa e pede-se aos utentes que os
utilizem como desejarem;

Cantar uma canção


É pedido aos participantes que vão passando uma bola de mão em mão enquanto
toca uma música, quando a música pára, quem ficou com a bola tem que cantar
uma canção.

Canções de cada fase da vida


É pedido aos participantes que evoquem canções de cada fase da sua vida.

Elaboração de uma canção


Nesta sessão, deve-se elaborar uma canção de início para o grupo, na qual possa ser
incluído o nome de cada integrante; pode-se utilizar uma música já existente e que
seja significativa para o grupo, adaptando a letra; numa variação desta atividade,
pode-se propor que cada participante, ao ter seu nome incluído na canção,
proponha um movimento ou som para acompanhar a frase musical, sendo que o
grupo deve imitá-lo.

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Festividades
Utilizar músicas relacionadas a festividades para realização de orientação temporal
(carnaval, festas juninas, Natal, etc); explorar lembranças relacionadas a
festividades.

Letras de músicas
Analisar letras de músicas com o grupo de participantes.

Ritmos
Nesta sessão pretende-se analisar músicas com os participantes, observando qual é
mais rápida e qual é mais lenta, distinguindo melodia e ritmo, frases musicais e entre
outros elementos

Desenho de uma canção


Pede-se aos participantes que elaborem um desenho a partir de uma música.

A casa ideal
É pedido aos participantes que construam um origami de uma casa, com a ajuda do
terapeuta; É pedido que recordem músicas que contenham a palavra “casa”;
imaginar a casa ideal, quem moraria nela, qual seria sua localização, e assim por
diante;

Algumas sugestões de músicas para utilizar em sessões:


 Coldplay – Fix you
 Christina Aguilera – Hurt
 Christina Aguilera – Beautiful
 Christina Aguilera - Fighter
 Florence and the Machine – Dog days are over
 Florence and the Machine – Shake it out
 Deau – Basta acreditares
 Deau – Cala o medo

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 Capicua – Medo do Medo
 Mundo Segundo – Sólida oportunidade de mudança

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6. Síntese
Esperamos que os conteúdos abordados na sessão presencial e a informação
complementar disponibilizada neste manual tenha servido para aprofundar e
desenvolver alguns dos conhecimentos sobre as temáticas.
Como puderam constatar, a Arteterapia e a Musicoterapia são terapias que têm
vindo a mostrar bastante eficácia nas diferentes faixas etárias, desde as crianças
(com e sem necessidades educativas especiais), adultos (com e sem patologia física
ou psicológica) e idoso (com ou sem demência). São duas terapias que mostram
uma melhoria na qualidade de vida e bem-estar psicológico dos indivíduos e que
permitem um desenvolvimento de competências verbais e não verbais significativo.
Neste manual foram dadas algumas sugestões de atividades que podem sempre
ser adaptadas às necessidades e características individuais das populações com
quem trabalham.
Em suma, com este workshop pretendia-se dar a conhecer alguns aspetos
teórico-praticos destas duas terapias, tentando-se sempre adaptar as atividades às
várias áreas profissionais que podem recorrer a ela, entre elas o ensino, a psicologia,
a terapia ocupacional, terapia da fala, entre outros.
De seguida, seguem algumas sugestões de vídeos e sites a consultar para
aprofundar conhecimentos nestas áreas e, também, alguma da bibliografia que
podem ler para mais noções e atividades.

7. Para aprofundar conhecimentos


Sugestões de vídeos:
 Música do inicio do workshop -
https://www.youtube.com/watch?v=tp5hgjD_Y5g
 Julian Treasure – 4 formas como o som nos influencia -
https://www.youtube.com/watch?v=rRepnhXq33
 Musicoterapia em crianças com Necessidades Especiais -
https://www.youtube.com/watch?v=wXcmWwSQGI4
 Musicoterapeuta Ryan Judd numa sessão com uma criança autista -
https://www.youtube.com/watch?v=epMg6AKIs1Y

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 Discurso de Erin Seibert no TED talks acerca da musicoterapia -


https://www.youtube.com/watch?v=47-90fPyQa8

 Glee Project – “Mad World” (sobre “Rótulos” / Diferenças individuais) -


https://www.youtube.com/watch?v=SsR_ewOpSHk
 Glee – “shake it out” (sobre Violência Doméstica) -
https://www.youtube.com/watch?v=SZxC2soN5BI
 Glee – “Proud of Mary” (sobre pessoas em cadeira de rodas) -
https://www.youtube.com/watch?v=LJ_MCYDh07s

Sugestões de sites:
 Sociedade Portuguesa de Arte-terapia - http://arte-terapia.com/
 Ideias de atividade de Musicoterapia -
https://exploremusictherapy.wordpress.com/tag/session-ideas-2/
 Sugestões de músicas para sessões de musicoterapia -
http://lifecounselinginstitute.com/music/
 100 atividades de Arteterapia -
http://intuitivecreativity.typepad.com/expressiveartinspirations/100-art-
therapy-exercises.html
 Sugestões de filmes - https://campusdiaries.com/stories/18-movies-all-arts-
students-should-watch-in-their-college-life
 Educarte - https://www.facebook.com/Educarte-
653362081358991/?fref=photo
 Atividades Educativas -
https://www.facebook.com/atividadeseducativas88/?fref=ts
 Noticia sobre a influencia do desenho na vida de um menino autista -
https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/autismo-o-mundo-de-
bruno-e-feito-de-desenhos

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8. Referências bibliográficas:
 Armando, M. L. (1999). O prazer de ouvir música: sugestões pedagógicas de
audições para crianças. Lisboa: Editorial Caminho
 Assis, A. M. (2013). Os efeitos da Arteterapia na aprendizagem: uma análise
do desempenho de alunos concluintes do ensino fundamental de uma escola
pública. Dissertação de Mestrado. Lisboa: Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias.
 Bright, R. (1991). La Musicoterapia En El Tratamiento Geriátrico: Una Nueva
Visión. Buenos Aires: Bonum.
 Campbell, P. S. (1995). Music in Childhood: From Preschool through The
Elementary Grades. USA: Schimer Books.
 Caputi, A., De Palma, M., Di Gennaro, F., Piarulli, S., Picone, F., Sisti, I., Tota, P.
& Villanacci, R. (2012). L’arteterapia: efficacia, efficienza e sostenibilitá in
Italia e all’estero. Programma Scienziati in Azienda, XII edizione. Fondazione
Istud.
 Carvalho, M. R. (2001). Cognitive-behavioral therapy through art-therapy. Rev.
Psiq. Clín. 28 (6), 318-321.
 Case, C. & Dalley, T. (2014). The handbook of art therapy. New York:
Routledge.
 Coqueiro, N. F., Vieira, F. R. & Freitas, M. M. (2010). Arteterapia como
dispositivo terapêutico em saúde mental. Acta Paul. Enfermagem, 23 (6), 859-
862
 Cunha, R. & Volpi, S. (2008). A prática da musicoterapia em diferentes áreas
de atuação. Revista Cientifica da Faculdade de Artes do Paraná, 3, 85-97.
 Douglas, S., James, I., Ballard, C. (2004) Non-pharmacological interventions
in dementia. The Royal College of Psychiatrists: Advances in Psychiatric
Treatment 10: 171-177.
 Edwards, J. (Org.) (2016). The Oxford handbook of music therapy. Oxford:
University Press.

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 Godinho, J. C. & Brito, M. J. N. (2010). As artes no jardim de infância: textos de


apoio para educadores de infância. Ministério da Educação – Direção-Geral de
Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
 Gomes, A. M. (2011). Acordes saudáveis: Musicoterapia e educação para a
saúde. Dissertação de Mestrado. Braga: Universidade do Minho.
 Malchiodi, C. A. (2012). The Handbook of Art Therapy. New York: The Guilford
Press.
 Malchiodi, C. A. (Org.) (2013). Art therapy and Health Care. New York: The
Guilford Press.
 Rossetto, T. (2008). Interface entre a musicoterapia e a Terapia ocupacional na
estimulação da Memória em um grupo de idosos. Curso de Pós-graduação em
Musicoterapia. Universidade de Ribeirão Preto – Brasil.
 Rubin, J. A. (2001). Approaches to art therapy: theory and techniques. New
York: Taylor and Francis Group.
 Liebmann, M. (2000). Exercícios de arte para Grupos. São Paulo: Summus.
 Lopes, T. (2011). Arteterapia em Idosos – efeitos nas funções cognitivas.
Coimbra: Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto Superior Miguel
Torga.
 Valladares, A. C. A., Carvalho, A. M. P. (2006). Improving graphic skills during
hospitalization.. Rev. Eletr. Enf. 8(1), 28-33.
 Valladares, A. C. A., Júnior, A. L., Pimentel, A. A. C., Bonfim, M. C., Guarda, P.
J., Carvalho, I. B. (2008). Arteterapia no resgate do envelhecimento saudável.
Jornada Goiana De Arteterapia (2) 158-168.
 Valverde, E. G. (2014). Musicoterapia en personas com demencia. Instituto de
Mayores y Servicios Sociales.

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9. Anexos – Sugestões de atividades de arteterapia e


musicoterapia

Emblema / Brasão

Reflexão:
 Quais os elementos que são referidos: Família nuclear e/ou família alargada?
 Quais os valores familiares referidos?
 Com quais se identifica e quais gostaria de mudar?
 Quais os valores que gostaria de passar para os seus filhos?

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Postal

Esta atividade pretendia criar algo visualmente atrativo e temático. No caso de não
se aplicar o tema escolhido pela formadora poderá ser usado o postal noutros
contextos como:
 Dia da Mãe/ Pai/ avós;
 Postal temático - o participante poderá escrever/ desenhar/ colar elementos de revistas
de acordo com o tema sugerido pelo facilitador da dinâmica, onde poderão sr
abordados temas como o medo, a beleza interior/ exterior, a depressão ou o que nos
deixa mais felizes.

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Diana Santos de Sousa
Jogo Safari dos Sons (Cadin)

Este é um jogo de tabuleiro destinado a crianças onde através de desenho, mímica ou role-playing
se poderá transmitir conhecimentos e competências às crianças sobre emoções, competências
socio-emocionais e até poderão ser abordadas competências de leitura e escrita.

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WORKSHOP “ARTETERAPIA E MUSICOTERAPIA”
Diana Santos de Sousa

BANDA SONORA DA MINHA VIDA

Música Autor

Esta atividade tem por objetivo a auto-reflexão e o auto-conhecimento, onde é


pedido ao participante que construa a banda sonora da sua vida. Existem musicas
que nos reportam para determinados momentos da nossa vida e que instigam
memórias. Neste sentido, esta atividade poderá ser usada com adultos numa ótica
de promoção se memórias positivas acerca de cada fase da vida e com idosos numa
prespetiva integrada na Terapia da Reminiscência. Poderá ser usado o quadrado
acima para desenhar a capa do CD.

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WORKSHOP “ARTETERAPIA E MUSICOTERAPIA”
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Seguem também alguns exemplos de como usar alguns materiais para construir
instrumentos musicais. Isto reforça as competências psicomotoras dos
participantes.

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WORKSHOP “ARTETERAPIA E MUSICOTERAPIA”
Diana Santos de Sousa

Aqui serão apresentadas algumas atividades realizadas pela formadora em algumas


sessões práticas.

Cortar e colar imagens temáticas, neste caso com o tema do dia das bruxas.
Sugeriu-se também aos utentes que escrevessem os seus nomes, no sentido de
estimular competências de psicomotricidade muitas vezes em défice no pós- AVC.

Na época festiva do natal, e visto que muitos utentes não tinham família com quem
passar estes dias foi sugerido decorar a sala de estar da Unidade de Cuidados
Continuados com origamis de árvores e bonecos de neve. Reforçou-se, assim, as
competências psicomotoras e o sentimento de integração no grupo.

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WORKSHOP “ARTETERAPIA E MUSICOTERAPIA”
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Ainda com temas alusivos ao Natal, pediu-se aos participantes para fazerem o
contorno da sua mão. Aqui potencia-se a consciência corporal, a motricidade e,
como complemento, a criatividade ao enfeitar a mão ao gosto do utente. No final,
as mãos dos utentes que quiseram participar na atividade forma dispostas na
parede em forma de árvore de natal.

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Com o tema do dia do pai, foi pedido aos participantes para decorarem bigodes ao
seu gosto. Foi feita também feita uma reflexão acerca dos pais dos participantes,
quais as memórias que tinham e os valores que lhes foram transmitidos e também
acerca dos participantes enquanto pais.

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