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Desta forma, após a CF/1988 iniciativas inovadoras surgidas no Brasil
ampliaram a participação do povo nas decisões do governo no
espaço institucional, abrindo caminho para uma democracia de alta
intensidade (VALANDRO, 2015). Surgiram movimentos sociais que
manifestam esferas de representação social em que cada sujeito
ocupa seu papel de agente dentro da sociedade. Santos e Avritzer
(2003, p. 15) pontuam:
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empoderamento dos grupos vulneráveis com uma abordagem na
melhoria das condições de vida e saúde (STOTZ; ARAÚJO, 2004).
Nesse contexto, surge a ideia de empoderamento, termo
originalmente vindo da língua inglesa ‘empowerment’, referindo-se
à capacidade de indivíduos e grupos de terem autonomia, ou seja,
poder de decisão sobre o curso de ações a serem destinadas ao seu
bem-estar, definidas no campo de participação política, repercutindo
na esfera econômica, cultural, de saúde, entre outras (HOROCHOVSKI,
2006). Em síntese, empoderar é permitir que grupos sociais, dentre
eles, os idosos, tenham voz e decidam sobre temas que afetam
diretamente suas vidas. De acordo com Paulo Freire apud Valoura
(2011): ‘o empoderamento é a capacidade do indivíduo realizar, por si
mesmo, as mudanças necessárias para evoluir e se fortalecer’.
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2010, era de 71 anos – deverá alcançar, em média, 78 anos em 2030 e
deve atingir os 80 anos em 2041 (IBGE, 2009). No entanto, os anos a
mais de vida alcançados pelos idosos brasileiros não são
acompanhados de boa saúde e qualidade de vida para uma
importante parcela, pois muitos idosos têm doenças crônicas e
incapacidades funcionais, além de baixos níveis de renda (IBGE, 2013).
Juntamente às mudanças demográficas e aumento do número de
idosos na população a velhice vai ganhando maior visibilidade social
e medidas que assegurem o protagonismo da pessoa idosa na
sociedade tornam-se inadiáveis. Dessa forma, a palavra protagonismo
tem sido muito utilizada, advinda do campo das Ciências Sociais, na
denominação de atores sociais que participam ativamente na
construção de uma identidade e de reconhecimento na sociedade
(MINAYO, 2001).
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Figura 3 – Torna-se empoderador ver a velhice como uma fase da
vida como qualquer outra e não a busca pela eterna juventude
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O padrão da estética e da beleza baseado somente na ótica do jovem e com a contribuição global
da mídia condena o envelhecimento, exalta a juventude e negligencia a velhice.
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brasileira, tem-se por ideal mostrar à sociedade formas de
envelhecimento positivo, destacando o protagonismo do idoso e
novas capacidades que podem vir com o envelhecimento. Em
consonância com esse propósito, as pessoas idosas, na atualidade,
querem equidade de direitos. Neste sentido, para concretizar as
potencialidades dos idosos é preciso que a sociedade mude as
atitudes e que as práticas políticas sejam construídas com a
perspectiva do ser que envelhece em um país que ainda se mostra
despreparado para a emergência do processo de envelhecimento da
sua população.
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Figura 4 – Os três pilares da estrutura política para o
envelhecimento ativo
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OMS (2005).
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dispositivos constitucionais que buscam resguardar direitos já
representa avanços significativos para a sociedade brasileira.
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relação à sexualidade, os idosos têm confirmado cada vez mais o
protagonismo em se ter uma vida sexual ativa (Figura 5).
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empoderamento do idoso na sociedade aumentando a participação
social e protagonismo nas decisões da vida familiar e comunitária.
Assim, os idosos livram-se do estigma de serem fardos para os filhos,
além de poder ser mais ativos na vida comunitária.
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Figura 7 – Aprender computação facilita na interação social dos
idosos na atualidade
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O momento de aposentadoria pode fazer com que alguns idosos
voltem ao mercado de trabalho para complementarem ganhos, tendo
em vista os baixos rendimentos. Alguns idosos também se dedicam a
uma segunda profissão após aposentadoria com o objetivo de terem
uma atividade no sentido de ocupar a mente. Novas formas de
trabalho e uma segunda profissão após aposentadoria também são
formas de empoderar o idoso e apresentam-se como novas
possibilidades de se viver a velhice (Figura 9).
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Assim, tornam-se necessárias melhorias nas vias urbanas onde a
população idosa transita, por exemplo, as calçadas com buracos ou
desníveis devem ser reformadas. Além da construção de rampas de
acesso para os idosos e a população em geral que faça uso de
dispositivos que auxiliem na mobilidade, seja cadeira de rodas ou
andadores. Também, o tempo de travessia do sinal verde nos
semáforos urbanos deve ser maior, haja vista as dificuldades motoras
de alguns idosos, e, o alto índice de atropelamentos nessa faixa etária
(LIMA; CAMPOS, 2011). Soma-se a necessidade de adaptação
gerontológica e orientação aos idosos no que se relaciona à melhor
segurança no domicílio. Orientações que incluem a necessidade de
corrimãos no banheiro (Figura 10) e, em outros locais, caso
necessário; luminosidade adequada em ambientes, bem como
tonalidade da luz que pode ofuscar a visão; verificação por parte de
algum profissional de qualquer item que possa provocar queda seja
animal de estimação que pode entrelaçar entre as pernas ou objetos
soltos no chão que facilitem escorregar.
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e retirada de objetos que possam facilitar acidentes entre a cama e o
banheiro.
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Figura 11 – As viagens podem representar momento de
empoderamento nessa fase da vida
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FORMAÇÃO SOBRE DIREITOS DA PESSOA IDOSA
Expediente
Texto Rodrigo Caetano
Edição Max Melquíades da Silva
Projeto gráfico NEaD FJP
O conteúdo textual desta cartilha é de inteira responsabilidade de seu autor, e não reflete
necessariamente a opinião da Fundação João Pinheiro e da SEDPAC-MG.
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