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SANTA SARA KALI - Sincretismo Oro Iná (Egunitá) na Umbanda

O dia de Santa Sara, que é vista como a “Princesa da Beleza Negra”, é


comemorado no dia 24 de maio, e abaixo vamos ver um pouco sobre Santa Sara Kali.
A maior peregrinação dos Ciganos é a que acontece para Saintes-Maries-de-La-
Mèr, na região de Camargue (Sul da França), onde fica o Santuário de Santa Sara.
Todos os anos, Ciganos do mundo inteiro peregrinam às margens do mar Mediterrâneo
para louvar Santa Sara, nos dias 24 e 25 de maio.
A origem do culto a Santa Sara permanece um mistério. Foi provavelmente na
primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande
peregrinação anual a Camargue.
Contam-se muitos milagres atribuídos a Santa Sara, considerada a Padroeira do
Povo Cigano. Além de trazer saúde e prosperidade, Santa Sara Kali é cultuada pelas
Ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar e como protetora dos partos
difíceis.
Muitas Ciganas que não conseguiam ter filhos faziam promessas: se
concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mèr, cumprindo uma
noite de vigília e depositando em seus pés, como oferenda, o mais bonito lenço (diklô)
que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas Ciganas
receberam esta graça.
Existem muitas lendas sobre Santa Sara.
Uma delas conta que entre os anos 44 e 45 d.C., quando o rei Herodes perseguia
os cristãos, alguns discípulos de Jesus foram colocados no mar, em embarcações sem
remos e sem provisões, entregues à própria sorte. Numa dessas embarcações estavam
Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino que, junto
com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar. As três Marias entraram em
desespero, chorando e rezando.
Então, Sara retirou o diklô (lenço) da cabeça, chamou por Kristesko (Jesus
Cristo) e fez um juramento: se todos se salvassem, ela seria escrava do Mestre Jesus e
jamais andaria com a cabeça descoberta, em sinal de respeito.
Milagrosamente, a barca atravessou o oceano e aportou em Petit-Rhône, hoje
Saintes-Maries-de-La-Mèr, na França. E Sara cumpriu sua promessa até ao fim de seus
dias.
Até hoje, o diklô (lenço) é um simbolismo forte entre os Ciganos. Significa a
aliança da mulher casada, um sinal de respeito e fidelidade.
Aqui no Brasil, Santa Sara divide a preferência dos ciganos brasileiros com
Nossa Senhora Aparecida e São Jorge Guerreiro. Os ciganos brasileiros adoram Nossa
Senhora de Aparecida, talvez por causa de sua cor, e muitos a equiparam à Santa Sara
Kali. Se não têm a imagem dela, por ser difícil encontrá-la, por certo possui em sua
Thiera (barraca) ou casa uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Às vezes têm as
duas. Certo é que ela é a mais venerada Santa para os ciganos e todo acampamento
cigano conduz uma estátua da virgem negra depositada num altar de uma das tendas
cercadas por velas, incenso, flores, frutas e alimentos.
Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas
por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Para as mulheres ciganas, o milagre
mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos.
Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo
seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior
ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco). Talvez seja este o motivo das
mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para
fertilidade. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de
que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, fariam uma noite de vigília e depositariam
em seus pés como oferenda um diklô (lenço), o mais bonito que encontrassem. E lá
existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
As mulheres ciganas também confeccionam saias, com as quais vestem a imagem da
Santa.
A proteção de Sarah confere às pessoas emanações sempre benéficas que
representam simbolicamente o ventre da sua mãe, seu sorriso, a irmã e a rainha: a “phuri
dai” secreta dos Roms. Dizem que a pessoa de bom coração consegue ver o sorriso na
estátua de Santa Sara. Verá que tanto seu sorriso como o dela estarão diferentes. Para os
ciganos a estátua de Sara está carregada. Nela se condensam as energias sutis de muitas
gerações de ciganos feiticeiros. Ela sempre atende a todos, principalmente às pessoas
que têm a intuição mais desenvolvida e usam os oráculos como forma de divinação. É
de costume festejar as slavas (promessas ou comemorações em homenagem a algum
santo). A Slava de Sara Kali é nos dias 24 e 25 de maio. A Slava de Nossa Senhora de
Aparecida coincide com a comemoração dos gadjés, a 12 de outubro. Na Slava, é
oferecido um banquete ao santo homenageado, onde é colocado o Santo do Dia no
centro da mesa, em lugar de destaque e junto a Ele, um manrô (pão) redondo, que é
furado no meio e onde coloca-se um punhado de sal junto com a vela. Esse pão é posto
em uma bandeja cheia de arroz cru, para chamar saúde e prosperidade e, ao término do
almoço, ele é dividido entre os convidados pelos donos da casa, junto com essas
palavras de bençãos: THIE AVÊS THIAILÔ LOM, MANRÔ TAI SUNKAI (Que você
seja abençoado com o sal, com o pão e com ouro).
Sabendo-se que os Ciganos admiravam muito Santa Sara Kali, a tradição de
homenagear essa linda “Princesa Negra”, cresceu também por entre a religião
Umbandista, pois dentro da Umbanda se tem um grande respeito pelo povo Cigano e
por suas magias.

Dentro da Umbanda temos uma legião de Entidades que nos ajudam em diversas
causas, entre elas estão as legiões dos Ciganos, que são um povo escolhido por Oxalá
para, com sua sabedoria e amizade, nos ajudar em algumas causas espirituais ou
pessoais que tanto nos afligem nos dias de hoje. Antes de falar dos Ciganos
propriamente dito, gostaria de falar um pouco sobre Santa Sara Kali, que é a padroeira
dos Ciganos e também de tantas pessoas que mesmo sem o sangue Cigano, tem no
espírito a magia desse povo maravilhoso.

O dia de Santa Sara, que é vista como a “Princesa da Beleza Negra”, é comemorado no
dia 24 de maio, e abaixo vamos ver a história de Santa Sara Kali.

Histórias ou Lendas sobre Santa Sara.

Segundo alguns historiadores, por volta dos anos 50 d.c, uma embarcação teria cruzado
os mares a partir de terras Palestinas levando a bordo para fugir das perseguições de
Roma aos primeiros cristãos… [mardecoruripe] Os primeiros cristãos seria um grupo de
personagens bíblicos: Maria Jacobina ou Jacobé, irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria
Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maximiliano
e Sara, uma negra serva das mulheres santas e aportado em uma pequena ilha situada
em águas do Mediterrâneo. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as
intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão
querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Sara teria sido uma das primeiras convertidas ao cristianismo e morrido a serviço de
suas companheiras de viagem.

Uma outra versão contada é que Sara era uma escrava egípcia de uma das três Marias,
Madalena, Jacobé ou Salomé; e junto com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro foi
colocada, pelos judeus, em uma barca sem remos e alimentos. Desesperadas, as três
Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça,
chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria
escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito
(acredita-se que deste gesto de Sara Kali tenha nascido a tradição de toda mulher cigana
casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que
quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: Dalto chucar diklô
(Te darei um bonito lenço)). Talvez por um milagre, ou por obra do destino, eles
chegaram a salvo a uma praia próxima a Saintes Maries de La Mer. Depois de muitos
dias, o barco foi resgatado por moradores de uma vila próxima aos arredores da costa
marítima. Todos, por serem brancos, foram acolhidos, exceto Sara, por ser escrava
(egípcia) e negra. Um grupo de ciganos a fez, pois estavam nas proximidades e
presenciaram o fato. Sendo assim, passaram a cuidar de Sara, que, com sua morte,
posteriormente, os mesmos passaram a recorrer com pedidos à mesma, por ter sido uma
pessoa querida em vida, e esta, os atendeu em espírito, realizando milagres. A partir
disso, Sara se tornou Mãe e Rainha dos Ciganos, honrando-os e protegendo-os. O
surgimento de sua capela – foi criada após a sua morte. Quando veio à falecer, os
Ciganos foram até a igreja da vila pedindo que seu funeral se realizasse na mesma.
Devido ao preconceito, os católicos da época recusaram. A partir de então, foi feito uma
espécie de gruta/igreja para Sara, visitada até os dias de hoje. Quando em 1935 a Igreja
tirou Sarah de sua Cripta, muitos ciganos se aplicaram à prova do punhal (punhal
avermelhado no fogo sobre a veia do pulso). Diz-se que o Sol queimou o olhar de
Sarah. Quando o número de ciganos aumentou, a Cripta não deu para todos, e foi feito
um acordo entre um gadjo chamado “Marquês de Baroncelli” e um cigano chamado
“Cocou Baptista”, um chefe cigano muito influente. Até um certo tempo o acordo foi
cumprido, mas os seus sucessores não levaram o trato a diante. Este chefe cigano foi
usado, simplesmente um instrumento do gadjo, ele foi renegado e expulso pelo povo
cigano. Os ciganos de origem Calon, com o passar dos anos, alteraram algumas palavras
da língua regional do povo cigano. Devido a estas alterações, houve algumas
modificações idiomáticas no significado das palavras. Entre elas, podemos citar a
palavra Kalin, que em Calon representa a palavra “cigana”. Já para os ciganos que ainda
preservam a língua regional, Kali representa negra. Há algum tempo, existe esta
confusão idiomática, envolvendo a cor da pele da Santa. Para os Calons, seria Santa
Sara Kalín (a cigana) e não Santa Sara – a negra. Paralelamente, a história de Sarah
chegou à Índia, onde os ciganos a associaram à deusa Kali, negra, poderosa,
transformadora.

Outra versão conta que Sara era moradora de Camargue e teve piedade das Marias,
resolvendo ajudá-las. Também dizem que ela era uma rainha das terras de Camargue ou
uma sacerdotisa do antigo culto celta ao deus Mitra. Uma das explicações para estas
histórias é que em Camargue existiram várias colônias de antigas civilizações, como a
egípcia, a cretense, a fenícia e a grega. Por isso, muitos poetas e menestréis contaram a
história de Sara, de acordo com o que ouviram de seu povo, e assim, o mito em torno
dessa poderosa santa foi difundido pelo mundo e ela continua, até hoje, a ser adorada
entre as comunidades ciganas. Nos dias atuais, a santa padroeira dos ciganos é
comemorada com muitos rituais e tradições por mais de 15 milhões de ciganos
espalhados em diferentes pontos da Europa, Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia.
Para preservar a história original de Santa Sara Kali, é necessário lembrar que a igreja
católica santificou-a como SANTA e, que é dessa forma que o povo cigano a cultua (e
não em rituais).

Aqui no Brasil, Santa Sara divide a preferência dos ciganos brasileiros com Nossa
Senhora Aparecida e São Jorge Guerreiro. Os ciganos brasileiros adoram Nossa Senhora
de Aparecida, talvez por causa de sua cor, e muitos a equiparam à Santa Sara Kali. Se
não têm a imagem dela, por ser difícil encontrá-la, por certo possui em sua Thiera
(barraca) ou casa uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Às vezes têm as duas.
Certo é que ela é a mais venerada Santa para os ciganos e todo acampamento cigano
conduz uma estátua da virgem negra depositada num altar de uma das tendas cercadas
por velas, incenso, flores, frutas e alimentos.

Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por
ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Para as mulheres ciganas, o milagre mais
importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos.
Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo
seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior
ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco). Talvez seja este o motivo das
mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para
fertilidade. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de
que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, fariam uma noite de vigília e depositariam
em seus pés como oferenda um diklô (lenço), o mais bonito que encontrassem. E lá
existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
As mulheres ciganas também confeccionam saias, com as quais vestem a imagem da
Santa.
A proteção de Sarah confere às pessoas emanações sempre benéficas que representam
simbolicamente o ventre da sua mãe, seu sorriso, a irmã e a rainha: a “phuri dai” secreta
dos Roms. Dizem que a pessoa de bom coração consegue ver o sorriso na estátua de
Santa Sara. Verá que tanto seu sorriso como o dela estarão diferentes. Para os ciganos a
estátua de Sara está carregada. Nela se condensam as energias sutis de muitas gerações
de ciganos feiticeiros. Ela sempre atende a todos, principalmente às pessoas que têm a
intuição mais desenvolvida e usam os oráculos como forma de divinação. É de costume
festejar as slavas (promessas ou comemorações em homenagem a algum santo). A Slava
de Sara Kali é nos dias 24 e 25 de maio. A Slava de Nossa Senhora de Aparecida
coincide com a comemoração dos gadjés, a 12 de outubro. Na Slava, é oferecido um
banquete ao santo homenageado, onde é colocado o Santo do Dia no centro da mesa, em
lugar de destaque e junto a Ele, um manrô (pão) redondo, que é furado no meio e onde
coloca-se um punhado de sal junto com a vela. Esse pão é posto em uma bandeja cheia
de arroz cru, para chamar saúde e prosperidade e, ao término do almoço, ele é dividido
entre os convidados pelos donos da casa, junto com essas palavras de bençãos: THIE
AVÊS THIAILÔ LOM, MANRÔ TAI SUNKAI (Que você seja abençoado com o sal,
com o pão e com ouro).

Sabendo-se que os Ciganos admiravam muito Santa Sara Kali, a tradição de


homenagear essa linda “Princesa Negra”, cresceu também por entre a religião
Umbandista, pois dentro da Umbanda se tem um grande respeito pelo povo Cigano e
por suas magias.

Abaixo descreveremos um pouco mais sobre esse povo tão sublime que hoje, dentro da
Umbanda, faz a caridade, nos ajudando em tantas mazelas.

Conhecendo os Ciganos e Ciganas no mundo dos espíritos.

Essas Entidades Pertencem à uma linha de trabalhadores espirituais que busca seu
espaço próprio pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a
humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal
e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades
conhecidas popularmente como “encantadas”.

São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda .
Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na
linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana
das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exús e
Pombos-Gira.

Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas
entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos
espíritos ciganos.
Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; Amor incondicional à
proteção da natureza. Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas
por uma necessidade lógica de trabalho e caridade. Na Umbanda passaram a se
identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e
com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela
Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a
cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.
São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria
andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI.

Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e
o desapego as coisas materiais. Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não
possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São
cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água,
doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com
cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos
da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás
elaborados exclusivamente com ervas.

Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo


trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há
necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de
comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de
assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham
exclusivamente para o bem. Santa Sara Kali é sua orientadora para o bom andamento
das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa
Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum
sincretismo.

Ciganos na Umbanda são espíritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram


ao povo cigano . Os ciganos em geral, tem seus rituais específicos e cultuam muito a
natureza, os astros e ancestrais. A santa protetora do povo cigano é “Santa Sara Cali”.
Dentro da Umbanda , trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas.
Cheios de simpatias espirituais, os espíritos ciganos trabalham para a cura de doenças
espirituais. Os ciganos, dentro da ritualística umbandista, falam a língua “portunhol”,
alguns, poucos, falam o romanês , língua original dos ciganos. As incorporações
acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que eles possam a vir
trabalhar na linha de Exú .

São muito altivos, assertivos no que falam, seguros de si, do que enxergam e acreditam.
É um povo de muita fé e credibilidade. De muito domínio e poder. São donos de uma
sensualidade natural e nunca barata, envolventes pelo alto nível de carisma e amor ao
próximo. Estão sempre prontos a auxiliar aqueles que o invocam e necessitam de sua
ajuda. São exímios apreciadores de licores, vinhos, ouro, prata, tecidos, amantes da arte,
donos de uma sensibilidade ímpar. Muitos são clarividentes natos e muito zelosos com
aqueles que estimam.

Dentro da Umbanda se tem muitas vezes um desacordo entre o entendimento no que se


refere a Ciganos e Ciganas do Oriente e Exús Ciganos e Pombo Gira Ciganas. Na
verdade tanto os Ciganos ditos do Oriente e os Ciganos ditos das linhas de esquerda
(Exús e Pombo Giras), tiveram em sua vida terrena a mesma concepção regrada pelos
preceitos ciganos, contudo os que chamamos hoje dentro da Umbanda como os
“Ciganos do Oriente”, refere-se aos Ciganos que por toda a vida encarnada se fizeram
membros de um clã, sem abandonar esse grupamento, vivendo assim toda a encarnação
dentro dos preceitos desse clã, e os que conhecemos dentro da Umbanda como “Exús
Ciganos” e Pombo Gira Ciganas”, numa determinada época abandonaram esses clãs e
se aventuraram a conhecer outras culturas e outros povos, aprendendo assim a não
seguir somente as regras de um determinado clã.

O Povo Cigano dentro da Umbanda, independente de vir dos preceitos dos clãs ou fora
deles, é um povo caridoso que devemos respeitar e sentir orgulho quando esses nos
tornam protegidos e guardados por eles.
Oração de Santa Sara Kali

Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. Afaste as negatividades
que porventura estejam querendo me atingir.

Santa Sara, protetora dos ciganos, sempre que estivermos nas estradas do mundo,
proteja-nos e ilumine nossas caminhadas. Santa Sara, pela força das águas, pela força

da Mãe-Natureza, esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios.

Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da Lua cheia e do Pai, só pedimos a sua proteção
contra os inimigos.

Santa Sara, ilumine nossas vidas com seu poder celestial, para que tenhamos um
presente e um futuro tão brilhantes, como são os brilhos dos cristais.

Santa Sara, ajude os necessitados; dê luz para os que vivem na escuridão, saúde para os
que estão enfermos, arrependimento para os culpados e paz para os intranquilos.

Santa Sara, que o seu raio de paz, de saúde e de amor possa entrar em cada lar, neste
momento.

Santa Sara, dê esperança de dias melhores para essa humanidade tão sofrida. Santa Sara
milagrosa, protetora do povo cigano, abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo
Deus.

Que assim seja!!!

Salve nosso Povo Cigano, Salve Santa Sara Kali.

Opchá, ARRIBA MEU POVO CIGANO!!!


Manrô romanô
O pão que é servido na ocasião da slava de Santa Sara Kali, quase não tem fermento. A
massa é escura, produto do trigo integral, sem mistura.

Receita para fazer treze pãezinhos:

-150ml de leite
-250g de trigo integral
-100g de manteiga
-50g de açúcar mascavo
-1 colher de sobremesa de sal
-2 colheres de fermento em pó
-2 gemas para pincelar
-1 xícara de café de açúcar refinado
(para polvilhar sobre a gema)

Preparo:
Coloque todos os ingredientes numa vasilha e trabalhe a massa com as mãos,
sem sovar.
Reparta a massa em treze partes e coloque-as em uma assadeira untada e polvilhada de
farinha de trigo.
Leve para assar em forno pré-aquecido, por 35 minutos pelo menos.

O pão de Virgem Sara é consumido durante as slavas e um maior é colocado sobre a


mesa para ser dividido por todos.
O manrô ( pão ) redondo , que é furado no meio onde colocamos um punhado de sal
junto com uma vela.
Esse pão é posto em uma bandeja cheia de arroz cru para chamar saúde e prosperidade e
ao término do almoço ele é dividido entre os convidados pelos donos da casa junto com
essas palavras de bênção:

Thie avês thiailô lon, manrô tai sunakai!


(Que você seja abençoado com o sal, com o pão e com o ouro!).

Optchá Sara Kali!!!

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