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Carros & Motores
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perfeita ão se ouvia falar de-
N
la há muito tempo,
mas os verdadeiros
apaixonados pelos
automóveis conhecem a peque-
na "berlinette" azul que colo-
cou a Alpine nas bocas do mun-
do nos anos de 1960 e 1970 do
século passado. Produzido em
Dieppe entre 1962 e 1977 a par-
tir de mecânicas Renault, debi-
tava, na época, 125 CV e pesava
600 kg, graças à sua carroçaria
em fibra de vidro. Esta peculiar
caraterística permitia-lhe, literal-
mente, sobrevoar a concorrência
País: Portugal
01-07-2018
em plena competição. As vitórias
em provas oficiais foram varia-
das: campeonato do mundo de
ralis de 1971 a 1973 e 24 Horas de
Le Mans em 1978.0 palmares era
bom demais para desaparecer
sem uma... homenagem real.
Longa se tornou a espera, mas
terminou. O ano de 2017 trouxe
um digno herdeiro da "berlineta",
um automóvel cujo original foi
produzido em 1955. O principal
concorrente está definido, será
o Porsche 918 Cayman, se é que
o Alpine tem concorrentes dire-
tos. Custa 66 mil euros na ver-
Cores: Cor
Period.: Mensal
Âmbito: Desporto e Veículos
são Premiére Edition, uma série
especial praticamente esgotada,
mas, depois, haverá outras ver-
sões para quem se deixar des-
lumbrar por este automóvel. E
não será difícil.
EQUILÍBRIO COMPLETO
Esta reinterpretação é realmen-
te apelativa. A silhueta é baixa,
desportiva, soberbamente pro-
porcionada com os ombros mus-
culados. Basta dar uma volta ao
A110 para encontrar vários códi-
gos estilísticos da Alpine, como a
nervura no capô ou os quatro fa-
Área: 20,50 x 27,70 cm²
Corte: 1 de 4
róis redondos que "enchem" toda
a secção dianteira. O perfil trasei-
ro não é menos interessante, com
farolins alongados "marcados"
com uma cruz que serve de luzes
de presença. Ao contrário do que
sucedia no passado, o A110 tem o
motor colocado em posição cen-
tral, no coração da estrutura, pa-
ra que o equilíbrio de massas se-
ja perfeito: 44% à frente e 56%
atrás, o equilíbrio ideal de acor-
do com os engenheiros, capaz de
oferecer um comportamento di-
nâmico de exceção. A tração tra-
seira ajuda e, só de olhar, apa-
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renta ser ágil, eficaz e divertido
de conduzir.
Outro detalhe que pode expli-
car o preço mais elevado tem a
ver com a forma como é produ-
zido. O novo Alpino foi desenvol-
vido como um carro de corridas.
É favorecido por uma base plana
para otimizar o comportamento
em estrada. O peso goza dos be-
nefícios de uma estrutura 100%
em alumínio, uma estreia no
grupo francês. É também muito
compacto, com 4,18 m de com-
primento. A titulo de compara-
ção é 20 cm mais curto que um
Renault Mégane e que um Pors-
che 918 Cayman. Resultado?
Pouco mais de uma tonelada na
balança (1.080 kg com todos os
fluídos e 1.103 kg com todos os
opcionais possíveis).
Mas, o Alpine não procura ser o
melhor nem o mais rápido. Pre-
tende apenas alcançar a melhor
relação possível entre peso e po-
tência. E a potência adequada
para este desportivo não é assim
tão extravagante. O motor é um
4 cilindros turbo com 1.8 litros, o
mesmo do Mégane RS. mas aqui
com 252 CV e 320 Nm de biná-
rio transmitidos às rodas trasei-
ras. A aceleração dos O aos 100
km/h anunciada faz-se em 4,5
segundos.
HABITÁCULO
SEM CONCESSÕES
O habitáculo, limitado a dois pas-
sageiros, não desilude. Os painéis
das portas são originais e as so-
berbas bacquet da Sabelt dão o
mote. O ambiente a bordo foi ins-
pirado na competição. Não há re-
gulações do volante em altura,
apenas em profundidade. Mas.
estou bem instalado e, acima de
tudo, bem envolvido pelos ban-
cos. A minha frente, o painel de
instrumentos é 100% eletrônico.
Aprecio o estilo da consola cen-
tral, que não nega uma inspira-
ção McLaren. Há carbono, couro
pespontado e um enorme botão
vermelho que tem escrita a pa-
lavra "Start". Gosto menos dos
três botões que acionam a cai-
xa de velocidades, a EDC de du-
pla embraiagem e sete relações,
desenvolvida especialmente pe-
la Getrag, dos módulos Renault e
dos muitos elementos em plásti-
co pouco agradáveis localizados 9
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rr

MOTOR EM POSIÇÃO CENTRAL

PARA UMA DISTRIBUIÇÃO DE
PESOS ENTRE EIXOS PERFEITA
••• * <

• 1.

tablier. De'pois acontece de forma serena, sem

bagágeiras, uma à fren-
te com 100 litros de capacidade e
uma segunda atrás com 96 litros.
A VOLTA AO AUTÓDROMO
Primeira constatação. O chas-
sis parece rebitado à estrada e a
frente não mergulha nas trava-
gens mais pronunciadas. O amor-
tecimento é surpreendentemente
confortável, uma das vantagens
do peso pluma. Uma pequena
pressão no seletor dos modos de
condução, posicionado no volan-
te, e passo do modo "normal" ao
modo "sport". A direção ganha
consistência para uma condução
mais precisa, a sonoridade. ain-
da discreta, torna-se mais rouca à
saída do escape e o motor ganha
ainda mais caráter. Pé a fundo no
acelerador, as subidas de regime
',Otecem de forma rápida, line-
ares e prolongadas até às 6.500
rpm, enquanto as passagens de
caixa são realizadas sem quebras
de binário.
À nossa frente temos o traça-
do do Autódromo do Estoril. Liga-
mos o modo "track". O ecrã central
mostra agora os detalhes do mo-
tor em aceleração e as ajudas-ele-
trónicas tornam-se mais permissi-
vas. Mas, ainda não é o momento
para desligar totalmente o ESP,
só para ver o que acontece e.. à
primeira curva e teiter totalmen
te apoiada nos travões: a aderên-
cia do eixo dianteiro impressiona.
A caixa mantém a estabilidade
e a direção é mais comunicativa.
Basta fechar a frente para o inte-
rior da curva para a traseira enro-
lar, depois é só pressionar um pou-
co mais o acelerador para conter o
deslizar da traseira. De repente, a
frente está apontada à saída da
curva e volto a pisar o acelerador
para que o 4110 saia em linha re-
ta, sempre de forma suave e sem
qualquer ação mais brusca. Tudo
"lutar" com o volante. Basta apre-
ciar as benesses da tração traseira
que, aqui, surge sempre de forma
intuitiva.
A chicane que se segue coloca
ainda mais em evidência o equilí-
brio do chassis. Entrada na curva a
45 graus e... a traseira desliza. Um
acerto de volante para que o A110
se volte a endireitar, sem efeito
chicote. A simbiose perfeita entre
o chassis e o motor. Este último é
muito reativo e a sua potência cor-
responde perfeitamente às capa-
cidades do chassis. O A110 é ho-
mogéneo e performante e faz-me
terminar a minha volta com um
sorriso nos lábios. Missão cumpri-
da. "Au revoir" senhor Alpine, não
sei quando nos voltaremos a ver,
mas, certamente ouvirei falar mui-
to de si.
1') RiCARDOCARVALwi

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.•,

N,„ A L
PINEA110
O PREMIERE EDITION
TIPO DE MOTOR Gasolina, 4 cilindros
em linha, turbo
CILINDRADA 1.798 a&
POTÊNCIA 252 cv às 6.000 rpm
BINÁRIO MÁXIMO 320 Nm entre as 2.000
e as 5.000 rpm
V. MÁXIMA 250 knith
ACELERAÇÃO
CONSUMO
4,5 s (O a 100km/h)
6,1 V100 km (misto) e isi-970-1-1Zã
EMISSÕES CO, 138 grkm
DIMENSÕES (mim 4.180 / 1.798 / 1.252 mm
PNEUS 205/40 R18 (ft)
235/40 R18 (tras.)
PESO 1.080 kg
BAGAGEIRA 100 (iras.) + 96 litros (fr.)
PREÇO 66.000 E
LANÇAMENTO Maio de 2018
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Period.: Mensal Área: 6,96 x 7,46 cm²

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32. CONTACTO
ALPINE A110
Eis o regresso da marca francesa e da sua
emblemática "berlinette", agora com estilo
contemporaneo, motor 1.8 turbo de 252 CV e a
promessa de muita diversão ao volante..