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1ª edição 2017
Edição digital
Hebreus 11.38 - o mundo não era digno deles, Marcone Bezerra Carvalho
Índice
Introdução
DAVID BRAINERD [1718–1747]
WILLIAM CAREY [1761–1834]
ADONIRAM JUDSON [1788–1850]
DAVID LIVINGSTONE [1813–1873]
JOHN PATON [1824–1907]
HUDSON TAYLOR [1832–1905]
MARY SLESSOR [1848–1915]
ROBERT KALLEY [1809–1888]
ASHBEL GREEN SIMONTON [1834–1867]
JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO [1822–1873]
JIM ELLIOT [1927-1956]
SOPHIE MULLER [1910–1995]
Cooperadores de Deus na obra missionária
O autor
Morávios
Introdução
Missionário escocês. De família rica e cristã, Kalley perdeu o pai com 1 ano
e a mãe com 7, sendo criado pelo padrasto. Formou-se em medicina na
Universidade de Glasgow. Nessa fase, jovem, tornou-se ateu. Mas, em 1835,
quando visitou uma velhinha pobre e muito doente, impressionado com seu
testemunho e piedade, foi convertido por Deus. Casou-se com Margaret
Crawford em 1838 e, no mesmo ano, partiram para a Ilha da Madeira,
território português. Sua ordenação ministerial, mesmo sem estudos
teológicos, aconteceu em 1839 pela Sociedade Missionária de Londres.
Sediados em Funchal, o casal desenvolveu um rico ministério: fundou um
hospital que chegou a atender quase 50 pessoas por dia; 20 escolas em
diferentes lugares da Ilha; distribuição de Bíblias, visitas médico-pastorais,
trabalho filantrópico e outras ações que fizeram com que Kalley fosse
apelidado de “santo inglês”. Todavia, as autoridades católicas iniciaram a
perseguição e começaram a dificultar sua presença e atuação. Em 1843,
Kalley passou 6 meses no cárcere. Libertado, teve que ser mais cauteloso e
limitado em suas ações. Com a ajuda do Rev. W. Hewitson, organizou a 1ª
Igreja Presbiteriana em solo português (1845). As perseguições aumentaram:
crentes espancados e presos, casas incendiadas, ataques via imprensa,
preconceito social, até que, em 1846, Kalley teve que fugir disfarçado de
mulher enferma. Sua casa com todos seus pertences foi destruída, o hospital e
as escolas saqueados e a literatura evangélica queimada. O navio partiu para
o Caribe, onde Kalley reencontrou sua esposa. Estima-se que, somente em
1846, 2000 protestantes fugiram da Ilha (centenas foram para os EUA).
Depois de algum tempo na Escócia e Inglaterra, Kalley foi missionário na
Ilha de Malta (1848-1849) e em Israel (1850-1852). Sua esposa Margaret
faleceu em 1852 e, no mesmo ano, Kalley se casou com Sarah Poulton. Nos
anos 1853-54, Kalley esteve visitando amigos nos EUA. Lá, em contato com
a Sociedade Bíblica, tomou conhecimento da carta do Rev. James Fletcher,
capelão no Rio de Janeiro, pedindo o envio de alguns madeirenses para
trabalhar como colportores (distribuidores de Bíblia). Kalley e Sarah
decidiram-se, então, pelo Brasil. Chegaram aqui em 1855 e estabeleceram a
Igreja Congregacional, a mais antiga igreja evangélica fundada por
missionários entre nós. O casal voltou para Escócia em 1876 e Kalley faleceu
em 1888. Na Escócia, após a morte do marido, Sarah Kalley fundou a missão
“Help for Brasil”. Sara faleceu em 1907, mas continua vivíssima entre os
evangélicos brasileiros: seus hinos nunca deixaram de ser cantados.
ASHBEL GREEN SIMONTON [1834–1867]
Pioneiro presbiteriano no Brasil
Americano, Jim foi criado em um lar cristão. Seu pai era ancião da Plymouth
Brethren (grupo conhecido no Brasil como “Irmãos Unidos” ou “Casa de
Oração”). Esse ambiente piedoso influenciou a vida de Jim desde cedo.
Relatos dão conta que ele foi convertido na infância, que lia a Bíblia com
assiduidade e que ainda menino já manifestava zelo evangelístico. Após se
formar em arquitetura, em 1945, Jim ingressou no Wheaton College, uma
universidade cristã, com a intenção de se preparar melhor para servir a Deus
no ministério. Seu interesse pelas missões o levou a liderar, nessa instituição,
a liga missionária, a fazer uma viagem de 6 semanas ao México e a se dedicar
ao estudo da língua grega – conhecimento fundamental para os que almejam
o ministério transcultural. No Wheaton College, ele conheceu sua futura
esposa, Elisabeth Howard. De 1950 a 1951, Jim continuou se preparando
para o campo. Enquanto fazia um curso de linguística, conheceu um
missionário que se preparava para o ministério entre os índios quíchuas do
Equador. Foi a partir desse contato que ele teve certeza de que seu campo era
o Equador. No início de 1952, Jim, acompanhado de um amigo, desembarcou
na América do Sul. Em maio, Elisabeth chegou. Nos primeiros anos, Jim
trabalhou entre os quíchuas. Despertados para trabalhar junto aos índios
aucas (hoje chamados huaoranis) - uma etnia não alcançada, conhecida por
sua ferocidade e reclusão, Jim e Elisabeth - já casados - e outros casais
missionários decidiram estabelecer uma base missionária que lhes permitisse
a aproximação com os selvagens. Animados com os primeiros contatos, no
dia 08 de janeiro de 1956, Jim, Ed McCully, Roger Youderian, Pete Fleming
e o piloto do pequeno avião, Nate Saint, foram surpreendidos por um grupo
de aucas. Mesmo avistando os índios de longe, os missionários resolveram
não usar suas armas. Foram mortos de maneira cruel, e seus corpos foram
encontrados ao longo do rio, marcados por golpes de lança e machado.
Naquele dia, 5 mulheres ficaram viúvas e 9 crianças órfãs de seus pais. O
mais impressionante estava por vir. Elisabeth e Raquel, viúvas de Jim e Nate,
decidiram continuar vivendo na mesma aldeia, com seus filhos pequenos.
Algum tempo depois, foram substituídas por outros missionários (as). No
transcurso dos anos, a tribo foi evangelizada, a Bíblia foi traduzida e, aprouve
ao Senhor, converter um dos índios que assassinou os missionários. Esse
homem, pastor da tribo Kimo, batizou Steve e Kathy, filhos de Nate Saint e
Raquel. A morte dos missionários americanos foi amplamente coberta pela
imprensa americana, bem como a atitude de suas esposas de permanecer na
região. “Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode
perder, não é um tolo”. Essa frase foi encontrada no diário de Jim Elliot. A
vida dele e dos outros quatro missionários assassinados exemplificou essa
verdade. O livro “Através dos portais do esplendor”, de Elisabeth Elliot, e o
filme “Terra Selvagem” abordam esses episódios.
SOPHIE MULLER [1910–1995]
Missionária na selva amazônica