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Uma publicação de Morávios publicações

1ª edição 2017
Edição digital
Hebreus 11.38 - o mundo não era digno deles, Marcone Bezerra Carvalho

Direitos autorais do texto original © 2017 Marcone Bezerra Carvalho


Todos os direitos reservados
Capa: Déa Stutz
Índice

Índice
Introdução
DAVID BRAINERD [1718–1747]
WILLIAM CAREY [1761–1834]
ADONIRAM JUDSON [1788–1850]
DAVID LIVINGSTONE [1813–1873]
JOHN PATON [1824–1907]
HUDSON TAYLOR [1832–1905]
MARY SLESSOR [1848–1915]
ROBERT KALLEY [1809–1888]
ASHBEL GREEN SIMONTON [1834–1867]
JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO [1822–1873]
JIM ELLIOT [1927-1956]
SOPHIE MULLER [1910–1995]
Cooperadores de Deus na obra missionária
O autor
Morávios
Introdução

A edição deste e-book requer alguns esclarecimentos e comentários.


O primeiro deles tem a ver com a origem dos textos. A maioria dessas mini-
biografias apareceu pela primeira vez no boletim da 1ª Igreja Presbiteriana de
Itapecerica da Serra, SP, comunidade onde servi como pastor.
Posteriormente, quando criei uma página virtual, voltei a publicá-las, dessa
vez ilustrando cada texto com a foto do personagem correspondente. Foi
dessa maneira, na internet, que o irmão André Filipe Aefe Noronha,
idealizador e administrador do site moravios.org, tomou conhecimento delas.
André propôs, e eu aceitei, a publicação do material no seu site, o que
culminou na série “biografia missionária das terças”. Mais recentemente, ele
me convenceu a reuni-las em um só lugar para que mais gente pudesse ter
acesso ao conteúdo. Assim surgiu este e-book.
A maioria das informações aqui contidas foi extraída da internet. Por conta
disso, procurei ter o cuidado de não incluir fatos que aparecem somente em
um site ou fonte. Registro isso porque existe uma tendência de se exagerar os
feitos dos missionários (as) ou de heroizá-los (as). Outra coisa a ser dita é que
encontramos bastante material sobre a vida dos considerados grandes
personagens; por outro lado, e com frequência, temos pouca ou nenhuma
informação acerca dos não famosos missionários. Estou convencido da
necessidade de reeducarmos nosso olhar, a fim de que nos lembremos de
Paulo, mas também valorizemos Barnabé, ou Áquila e Priscila, sem
deixarmos de atentar para a importância de cooperadores como Onesíforo (cf.
2 Tm 1.15-17).
A abordagem escolhida para apresentar as mini-biografias foi descritiva, em
vez de analítica ou interpretativa. Em um volume dessa natureza seria
inviável optar por outro caminho. Contudo, aqui cabe uma observação. Por
mais que valorizemos o esforço e ministérios desses homens e mulheres de
Deus, eles, como nós hoje, eram filhos da sua época. Isso significa dizer que,
por vezes, erraram ou foram silentes quanto a temas que a igreja de sua época
não percebeu ou, eventualmente, não condenou. Para sermos justos, em
alguns casos, eles acertaram quando grande parte dos cristãos errou. Portanto,
creio ser necessário cultivar esse cuidado na hora de apreciar o trabalho deles:
eles (as) serviram a Deus em seu tempo e em contextos muito diferentes do
nosso.
O leitor mais atento notará que na nossa lista constam (apenas) duas mulheres
e dez homens. Isso se deve por várias razões. Uma delas, segundo nos parece,
é que as mulheres foram encobertas ou ofuscadas pelo ministério de seus
maridos, isto é, como estiveram por trás ou ao lado deles, nem sempre foram
reconhecidas por aqueles que narraram a vida de seus companheiros. Em
outras palavras: por vezes foram indevidamente postas à margem da história.
Outra razão é que por muito tempo, na história das missões, a ideia de uma
mulher solteira no campo transcultural não foi bem aceita. De qualquer
maneira, a presença de Mary Slessor e Sophie Müller neste volume nos alerta
que, como elas, muitas outras serviram a Deus e bem poderiam ter sido
biografadas.
Quanto ao título, Hebreus 11.38 – O mundo não era digno deles, julgamos
oportuno por expressar o que caracterizou a vida desses homens e mulheres:
renúncia ao mundo, por amor a Deus e à sua Palavra. Que a leitura desse
opúsculo nos inspire a amar mais ao Senhor. Que o mundo não seja digno de
nós.
Santiago, Chile, 22 de agosto de 2015.
Rev. Marcone Bezerra Carvalho
Pastor da Iglesia Presbiteriana de Chile
DAVID BRAINERD [1718–1747]
Missionário entre os índios pele-vermelhas

Missionário americano entre os nativos do seu país. Era calvinista e


pertencia à Igreja Congregacional. Foi contemporâneo do avivalista Jonathan
Edwards, tendo sido noivo de sua filha. Enfrentou muitas dificuldades: aos 10
anos, perdeu seu pai; aos 15, a mãe; ainda jovem, contraiu tuberculose,
doença que o castigaria no transcurso dos anos. Por certo, as lutas contra a
depressão se relacionam a essas duras experiências. Todavia, sua curta vida
não impediu que sua influência fosse perpetuada ao longo das gerações. O
Diário de Brainerd tem sido uma fonte de inspiração para muitas gerações e
influenciou, dentre outros, Henry Martin, William Carey, John Wesley e
Adoniram Judson. Convertido em 1739, pouco antes de ingressar na
Universidade de Yale, quando completou 23 anos prometeu “ser totalmente
do Senhor, para ser sempre dedicado ao seu serviço”. Em 1742, ao comentar
com seus colegas que certo “professor era mais sem graça do que uma
cadeira” – comentário que chegou à direção de Yale -, foi expulso da
instituição. Apesar do pedido de perdão e de uma confissão escrita, a decisão
foi mantida. Este episódio o feriu profundamente. Por isso, passou a dedicar
mais tempo à oração e ao jejum. Nesse processo de amadurecimento, foi
ordenado em 1744, despediu-se da família e, enviado por uma agência
missionária escocesa, foi viver entre os índios pele-vermelhas.
Freqüentemente tinha sérias crises de saúde, pioradas pelos invernos
rigorosos. Viajava por imensas distâncias a pé ou a cavalo. Além das
pregações, dava aulas de inglês para os aborígenes. Seu ministério, apesar de
curto, foi abençoado: centenas de índios foram convertidos. Faleceu, de
tuberculose, em 1747. Jonathan Edwards, que pregou no seu funeral,
publicou o livro “A Vida e o Diário de David Brainerd”. Tempos depois, em
Yale, devido ao seu exemplo ministerial, o nome de Brainerd foi dado a um
prédio – o único da universidade em homenagem a um aluno que foi expulso
dela.
WILLIAM CAREY [1761–1834]
O sapateiro que se tornou o pai das missões modernas

Nasceu na Inglaterra, no seio de uma família pobre. Estudou várias línguas,


geografia, história, Bíblia, biografias missionárias e as aventuras do Capitão
Cook. Convertido na adolescência, pertencia a um grupo de batistas.
Dedicava-se ao estudo nas horas de folga. Pastoreava uma igreja pequena e,
para se sustentar, fazia sapatos. Em 1792, publicou o livro “Uma inquirição
sobre a responsabilidade dos cristãos em usarem meios para a conversão
dos pagãos”, obra de referência na literatura missionária. Demonstrava
grande preocupação missionária e queria se envolver diretamente na
evangelização dos pagãos. Numa pregação, falou: “Espere grandes coisas de
Deus; tente grandes coisas para Deus”. Após organizar a Sociedade
Missionária Batista, Carey rumou para a Índia (1793). A estratégia
empregada por ele se baseava nos seguintes princípios: a) conversão
individual; b) formação de uma igreja nacional autônoma; c) uso de leigos
bem preparados no estudo da Bíblia; d) preparo de pastores nacionais; e)
tradução da Bíblia e de literatura cristã; f) participação ativa na sociedade,
influenciando a legislação e o ensino. Carey teve sucesso, mas também
enfrentou grandes dificuldades, começando em seu próprio lar. Sua esposa
não se adaptou à vida longe da pátria. O relacionamento com a Sociedade
Missionária nem sempre foi harmonioso e os problemas econômicos eram
constantes. Depois de muitos anos de trabalho, pôde colher os resultados
evangelísticos, fundar uma igreja e traduzir a Bíblia para várias línguas e
dialetos. Sofreu, então, um grande abalo, quando um incêndio destruiu as
traduções que tinha feito e todo o material tipográfico. Começou tudo de
novo. Posteriormente agradeceu a Deus porque sentiu que, na segunda vez,
seu trabalho ficou melhor. Traduziu a Bíblia para 35 línguas e dialetos e
outros livros para a cultura indiana. Influenciou o governo indiano para a
proibição do “sati”, a queima das viúvas junto com o cadáver do marido.
Estabeleceu uma sociedade agrícola para melhorar a nutrição. Lutou contra o
sistema de castas. Estudou e se tornou mestre dos escritos clássicos em
sânscrito. Carey entendia que a obra missionária incluía a transformação dos
paradigmas de uma nação e, para que isso ocorresse, era preciso conhecer
profundamente a cultura local. Seu ministério na Índia é um marco na história
das missões protestantes.
ADONIRAM JUDSON [1788–1850]
Missionário na Birmânia

Missionário americano que atuou na Birmânia, atual Myanmar, por quase 40


anos. Ajudou na padronização da língua birmanesa e compilou o primeiro
dicionário birmanês-inglês. Era filho de um pastor congregacional, mas foi
ateu por um certo período de sua vida. Após estudar na atual Universidade
Brown, ingressou no Seminário Teológico de Andover e, em 1812, foi
designado missionário pela Igreja Congregacional.
Casou-se com Ann Hasseltine no dia 5 de fevereiro daquele ano. Quatorze
dias depois, os recém-casados seguiram viagem para a Índia. Seu filho
faleceu ainda no ventre. Após estadia em Calcutá, decidiu ingressar na Igreja
Batista. Adoniram Judson chegou à Birmânia em 1813. As leis birmanesas
proibiam a conversão, mas mesmo assim Judson batizou seu primeiro
convertido. Durante a guerra entre a Inglaterra e a Birmânia, Judson ficou
aprisionado por 21 meses. Sua esposa faleceu durante este tempo e,
posteriormente, sua filha também. Após isso, casou-se com Sarah Hall
Boardman, viúva de outro missionário (George Boardman). Após seu
falecimento, casou pela terceira vez com a escritora Emily Chubbuck, a quem
pediu para escrever uma biografia de sua segunda esposa. Para evangelizar,
Adoniram Judson ficava em um pagode (uma cabana típica para culto
religioso). Era um trabalho lento, que exigia grande persistência. Como dizia
Judson: “Conquistar um convertido, nestas regiões, é como tirar um dente
canino de um tigre vivo”. A igreja pastoreada por Judson chegou a ter 18
membros, porém, na época de sua morte restavam apenas 4. Com o tempo, o
número de birmaneses alcançados direta ou indiretamente com a sua
pregação foi crescendo e hoje Myanmar tem uma população razoável de
cristãos. Adoniram Judson faleceu em 12 de abril de 1850, durante uma
viagem pela Baía de Bengala (Oceano Índico) e foi lançado ao mar. Na
Universidade de Yangon, em Myanmar, há uma capela chamada de Judson
Church (Igreja de Judson) em sua homenagem.
DAVID LIVINGSTONE [1813–1873]
Missionário que descobriu o interior da África

O escocês David Livingstone é o mais famoso missionário protestante de que


se tem notícia. De origem presbiteriana, devido às modestas condições de sua
família, começou a trabalhar bem cedo. Aos 10 anos já trabalhava na fábrica
de algodão e estudava à noite. Em 1834, ouvindo os apelos da igreja de
regime congregacional que passara a frequentar com sua família, que queria
enviar missionários para a China, decide preparar-se para assumir a função.
Dois anos depois, começa a estudar grego, teologia e medicina em Glasgow.
É aceito na Sociedade Missionária de Londres em 1838, mas a China está
sacudida pela Guerra do Ópio, o que o impede de viajar. Os planos mudam e
Livingstone é convencido a trabalhar na África. Em 1841, desembarca na
África do Sul e, em 1845, casa-se com Mary (1820-1862), filha do veterano
missionário Robert Muffat. Livingstone não foi o primeiro, mas com certeza
foi o maior explorador da África. Quando embarcou pela 1ª vez para o
continente negro pretendia atuar principalmente como missionário. Logo
constatou que as missões em território pouco povoado não seriam
promissoras se não viajasse muito e visitasse os nativos. Ao todo percorreu
48 mil quilômetros em terras africanas. Numa aventura de mais de 15 anos,
atravessou duas vezes o deserto de Kalahari (localizado entre Botswana,
Namíbia e África do Sul), navegou o rio Zambeze de Angola até
Moçambique, procurou as fontes do Nilo a serviço da Sociedade Geográfica
Royal, descobriu as Cataratas Vitória e foi o primeiro europeu a atravessar o
lago Tanganica (que corta 4 países). Cruzou Uganda, Tanzânia e Quênia.
Andava a pé, em carros de boi e em canoas. Nas aldeias, tratava dos doentes,
conquistando assim a amizade dos nativos. Suas descobertas foram sendo
incorporadas ao domínio inglês. Quando voltou à Inglaterra em 1856, foi
recebido como herói nacional; publicou “Viagens missionárias e pesquisas na
África do Sul”. Retorna à África dois anos depois. O objetivo era levar o livre
comércio, o cristianismo e a civilização para o interior da África. Com a
saúde debilitada por doenças tropicais, morreu, durante suas orações, em
Zâmbia. Mas, antes do corpo ser embalsamado e enviado para Abadia de
Westminster (Londres), os africanos tiraram seu coração e o enterraram
debaixo de uma árvore. Coração na África, corpo na Inglaterra e o nome
espalhado pelo mundo, “ele foi um homem mais usado por Deus que
qualquer outro para focalizar a atenção do mundo nas espantosas
necessidades da África” (Ruth A. Tucker).
JOHN PATON [1824–1907]
Missionário nas Ilhas do Pacífico Sul

Escocês. Missionário presbiteriano nas Ilhas que formam o país chamado


Vanuatu. Paton foi grandemente influenciado pela piedade de seu pai.
Estudou teologia e medicina na Universidade de Glasgow. Era apaixonado
pela pregação do Evangelho. Por 10 anos (1847-1857) serviu como
missionário nos subúrbios de Glasgow. Foi ordenado ao ministério em 1858,
casou-se com Mary Ann Robson e, no mesmo mês, partiram para as Ilhas.
Estabeleceram-se em Tanna, ilha habitada por nativos canibais. Em 1859, sua
esposa faleceu ao dar à luz e, no mês seguinte, faleceu a criança. Apesar do
luto devastador e dos perigos, John Paton continuou firmemente seu trabalho.
Durante um ataque dos nativos, em 1862, foi resgatado por um navio que
chegou a tempo de levá-lo para outra ilha, Aneityum. De lá partiu para
Austrália, Nova Zelândia e Escócia, a fim de incentivar a obra missionária
nas Ilhas do Pacífico Sul e angariar dinheiro para construção de um navio a
vapor que ajudasse na evangelização das Ilhas. Na Escócia, além de se tornar
moderador do Sínodo da Igreja Presbiteriana e conseguir 7 novos
missionários para as Ilhas, casou-se com Maggie Whitecross. Em 1866, o
novo casal desembarcou na Ilha Aniwa – a mais próxima de Tanna. Lá, Paton
e Maggie viveram numa cabana enquanto construíam sua casa. Conseguiram
também construir outras duas para crianças órfãs. Posteriormente, um templo
e outras edificações foram erguidas. Em Aniwa, 6 dos 10 filhos nasceram,
mas 4 morreram ainda pequenos. Seu 3º filho do matrimônio com Maggie,
Francis Paton, tornou-se missionário nas mesmas Ilhas (1896-1902). As
conversões foram acontecendo e a primeira ceia ocorreu em 1869. John
aprendeu a língua e a grafou. Maggie alfabetizava e evangelizava mulheres e
meninas, vindo também a capacitá-las para que se tornassem especialistas em
costura e confecção de chapéus. Apesar das privações, ameaças e perigos
decorrentes do contato com os nativos, o casal continuou seu trabalho e,
depois de anos de perseverante ministério, viu todos os habitantes da ilha
seguindo a religião cristã. Em 1899, o Novo Testamento foi impresso na
língua local. Nessa mesma época, havia missionários atuando em 25 das
trinta Ilhas do Pacífico Sul. Ao longo dos anos, Paton visitou e cultivou fortes
vínculos com cristãos da Grã-Bretanha, Nova Zelândia, EUA, Canadá e
Austrália – vindo a ser moderador da Igreja Presbiteriana nesse último país.
Sua esposa Maggie morreu em 1905 e John em 1907. Ambos estão
enterrados em Vitória, Austrália. No Seminário Presbiteriano de Vitória, a
classe de teologia é conhecida como classe John Paton.
HUDSON TAYLOR [1832–1905]
Missionário criador da Missão para o Interior da China

Missionário inglês que, com 21 anos, desembarcou na China. Na época,


todos os missionários se alojavam nas colônias inglesas, nas cidades
portuárias. Taylor sentiu que os missionários precisavam alcançar o interior e,
assim, em 1865, fundou a Missão para o Interior da China (CIM, hoje OMF
International). Taylor viveu na China por 51 anos. A organização que ele
iniciou foi responsável pelo envio de mais de 800 missionários, o que
resultou na abertura de 125 escolas e na conversão de centenas de pessoas,
assim como no estabelecimento de mais de 300 estações de trabalho com
mais de 500 colaboradores locais em todas as dezoito províncias. Taylor era
conhecido por sua sensibilidade à cultura chinesa e por seu zelo na
evangelização. Um exemplo disso foi a prática por ele adotada de usar roupas
nativas mesmo quando isso era raro entre os missionários da época. Sob a sua
liderança, a CIM era singularmente não-denominacional e aceitava membros
de todos os grupos protestantes, incluindo indivíduos da classe de trabalho,
mulheres solteiras e recrutas multinacionais também. Em função da
campanha da CIM contra o comércio do ópio, Taylor foi citado como um dos
europeus mais significantes a visitar a China no Século XIX. A missióloga
Ruth Tucker registra: “Nenhum outro missionário nos dezenove séculos
desde o apóstolo Paulo teve uma visão mais ampla e usou um plano mais
sistematizado para evangelizar uma grande área geográfica como Hudson
Taylor”. Ele teve a oportunidade de pregar em diversos idiomas e dialetos
chineses, incluindo o Mandarin, Teochew, Chaozhou, e os dialetos Wu do
Xangai e Ningbo. Em 1905, Taylor retornou a China pela décima primeira
vez. Lá ele visitou Yangzhou e Zhenjiang e outras cidades, antes de morrer
de repente em casa. Foi enterrado ao lado de sua primeira esposa, Maria de
Zhenjiang, no pequeno Cemitério Inglês, perto do rio Yangtze.
MARY SLESSOR [1848–1915]
Missionária em Calabar, Nigéria

Escocesa, de família pobre. Quando menina, costumeiramente saía de casa e


passava a noite na rua para fugir da violência do pai alcoólatra. A mãe
trabalhou duro para sustentar a família e, apesar das inúmeras dificuldades,
criou os filhos no Evangelho e com visão missionária. Em 1874, aos 26 anos,
Mary Slessor foi pedida em casamento. Mas nesse mesmo ano o Império
Britânico foi sensibilizado pela notícia da morte de David Livingstone.
Fizeram, então, apelos para que voluntários aceitassem o desafio de servir no
continente africano, e Mary, decidindo entre o trabalho missionário e o
casamento, optou pelo primeiro e ofereceu-se. Nessa época, era aluna da
Escola Normal de Edimburgo e sua coragem em seguir para um lugar
conhecido como “sepultura dos brancos” deixou forte impressão em todos.
Em 1876, enviada pela Igreja Presbiteriana, Mary embarcou em um navio
que a levaria a um lugar em nada semelhante à sua Escócia: Calabar, na
Nigéria. Tornava-se realidade o sonho da sua mãe: a filha missionária. Mary
vivia com simplicidade e evangelizava com ousadia e coragem. O povo a
chamava de “mãe de todos os povos”. Vivendo no centro do comércio de
escravos, presenciava cenas chocantes de morte, tortura e angústia humana.
Atendia os oprimidos, cuidava de bebês abandonados, pregava, ensinava,
consolava. Chegou a ter 12 bebês em sua casa. Realizou trabalho tão
relevante que conseguiu a admiração das autoridades. Tinha grande
conhecimento da cultura e das leis do país. Foi criticada, como outros
missionários, porque considerava os africanos como seres humanos e irmãos,
quando muitos os consideravam seres inferiores. Viveu muitos anos entre as
tribos africanas. Através dela, centenas de africanos tomaram conhecimento
de Cristo e muitos o aceitaram como Salvador. Acredita-se que ela tenha sido
mais usada por Deus na conversão das pessoas que Livingstone, apesar de ser
menos conhecida que ele. Por meio de seu ministério, muitos negros foram
conduzidos ao caminho da salvação. Em 1915, ainda em plena África, foi
recolhida por Deus. Atualmente, na Escócia, o retrato de Slessor aparece na
cédula de 10 libras esterlinas emitida pelo Clydesdale Bank.
ROBERT KALLEY [1809–1888]
Missionário pioneiro no Brasil

Missionário escocês. De família rica e cristã, Kalley perdeu o pai com 1 ano
e a mãe com 7, sendo criado pelo padrasto. Formou-se em medicina na
Universidade de Glasgow. Nessa fase, jovem, tornou-se ateu. Mas, em 1835,
quando visitou uma velhinha pobre e muito doente, impressionado com seu
testemunho e piedade, foi convertido por Deus. Casou-se com Margaret
Crawford em 1838 e, no mesmo ano, partiram para a Ilha da Madeira,
território português. Sua ordenação ministerial, mesmo sem estudos
teológicos, aconteceu em 1839 pela Sociedade Missionária de Londres.
Sediados em Funchal, o casal desenvolveu um rico ministério: fundou um
hospital que chegou a atender quase 50 pessoas por dia; 20 escolas em
diferentes lugares da Ilha; distribuição de Bíblias, visitas médico-pastorais,
trabalho filantrópico e outras ações que fizeram com que Kalley fosse
apelidado de “santo inglês”. Todavia, as autoridades católicas iniciaram a
perseguição e começaram a dificultar sua presença e atuação. Em 1843,
Kalley passou 6 meses no cárcere. Libertado, teve que ser mais cauteloso e
limitado em suas ações. Com a ajuda do Rev. W. Hewitson, organizou a 1ª
Igreja Presbiteriana em solo português (1845). As perseguições aumentaram:
crentes espancados e presos, casas incendiadas, ataques via imprensa,
preconceito social, até que, em 1846, Kalley teve que fugir disfarçado de
mulher enferma. Sua casa com todos seus pertences foi destruída, o hospital e
as escolas saqueados e a literatura evangélica queimada. O navio partiu para
o Caribe, onde Kalley reencontrou sua esposa. Estima-se que, somente em
1846, 2000 protestantes fugiram da Ilha (centenas foram para os EUA).
Depois de algum tempo na Escócia e Inglaterra, Kalley foi missionário na
Ilha de Malta (1848-1849) e em Israel (1850-1852). Sua esposa Margaret
faleceu em 1852 e, no mesmo ano, Kalley se casou com Sarah Poulton. Nos
anos 1853-54, Kalley esteve visitando amigos nos EUA. Lá, em contato com
a Sociedade Bíblica, tomou conhecimento da carta do Rev. James Fletcher,
capelão no Rio de Janeiro, pedindo o envio de alguns madeirenses para
trabalhar como colportores (distribuidores de Bíblia). Kalley e Sarah
decidiram-se, então, pelo Brasil. Chegaram aqui em 1855 e estabeleceram a
Igreja Congregacional, a mais antiga igreja evangélica fundada por
missionários entre nós. O casal voltou para Escócia em 1876 e Kalley faleceu
em 1888. Na Escócia, após a morte do marido, Sarah Kalley fundou a missão
“Help for Brasil”. Sara faleceu em 1907, mas continua vivíssima entre os
evangélicos brasileiros: seus hinos nunca deixaram de ser cantados.
ASHBEL GREEN SIMONTON [1834–1867]
Pioneiro presbiteriano no Brasil

Americano da Pensilvânia, de origem escocesa-irlandesa, Simonton


descendia de uma família presbiteriana. Completou os estudos no College de
New Jersey, embrião da Universidade de Princeton. Em 1852 empreendeu
uma viagem pelo sul dos EUA em busca de experiência profissional e, por 1
ano e meio, dirigiu uma escola no Mississipi. Voltando a Harrisburg em
1854, pensou em ser advogado, mas, tendo sido alcançado por um
avivamento religioso que se manifestou na região, Simonton voltou à igreja,
tornou-se membro e começou a sentir-se atraído pelo ministério. O fato de ter
sido dedicado a Deus quando bebê, por ocasião do seu batizado, para ser um
pregador do evangelho, foi um importante incentivo. Assim, em 1855, ele
ingressou no Seminário de Princeton. Ainda no 1º semestre, ouviu um sermão
do Rev. Charles Hodge que o fez pensar na obra missionária. Ordenado em
1859, embarcou para o Brasil e chegou ao Rio de Janeiro em 12 de agosto.
Em virtude da necessidade de aprender a língua local, no início Simonton
limitou-se a pregar em navios ancorados na Baía da Guanabara e em
residências de estrangeiros. Em abril de 1860, ele conseguiu dirigir o seu 1º
culto em português. Meses mais tarde, chegaram valiosos reforços na pessoa
do Rev. Alexander Blackford e sua esposa Elizabeth, irmã de Simonton. Em
viagem para reconhecimento de campo, ele visitou São Paulo, Sorocaba,
Itapetininga, Itu e Campinas. A partir de 1861, Simonton passou a pregar
regularmente aos brasileiros e, finalmente, em 12/01/1862, foi organizada a
IP do Rio de Janeiro. Após isso, Simonton regressou aos EUA para ver sua
mãe enferma. Ao chegar, soube que ela havia falecido e também afligiu-se
com a Guerra Civil. Falou sobre o seu trabalho em diversas igrejas e, em
março de 1863, Simonton casou-se com Helen Murdoch. Quatro meses
depois, o novo casal chegou ao Rio de Janeiro. Em fins de junho de 1864,
nove dias após o nascimento de sua filha, Helen faleceu. A criança foi criada
por sua irmã e cunhado. Nesse período difícil, contou com a solidariedade de
um casal amigo: George Chamberlain e Mary Annesley, fundadores da
Escola Americana (atual Mackenzie). No final de 1864, o ex-padre José
Manoel da Conceição foi recebido como membro da igreja. Dois dias depois,
ocorreu o lançamento da Imprensa Evangélica, o 1º jornal protestante do
Brasil. Simonton ainda participou da organização do Presbitério do Rio de
Janeiro (1865), do Seminário Primitivo (1867) e assistiu o nascimento das IPs
de São Paulo e Brotas. Faleceu em 09/12/1867 e está enterrado no Cemitério
Protestante na Consolação (SP Capital). Em sua homenagem, o Seminário
Presbiteriano do Rio de Janeiro se chama Seminário Simonton.
JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO [1822–1873]
Primeiro pastor brasileiro

Paulistano criado pelo tio-avô, foi, segundo o historiador Émile Léonard, o


“São Francisco de Assis protestante”. Desde os 18 anos travou contato com a
Bíblia. Foi ordenado padre aos 22 anos e exerceu o sacerdócio de 1844 a
1864, sempre na Província de São Paulo: Monte Mor, Piracicaba, Santa
Bárbara, Taubaté, Sorocaba, Limeira, Ubatuba e Brotas. Começou a pregar
mensagens evangélicas e a incentivar o povo a ler a Bíblia, sendo apelidado
de “o padre protestante”. Em 1863, Conceição escreveu ao bispo D.
Sebastião sobre suas lutas espirituais, sendo, então, nomeado para um cargo
administrativo. Nesse ano recebeu a visita do Rev. Alexander Blackford, que
ouvira falar do “padre protestante”. Devolveu a visita a Blackford em São
Paulo e, depois de várias conversas, renunciou ao sacerdócio. Em outubro de
1864, fez sua pública profissão de fé no Rio de Janeiro. Sendo culto e
eloquente, esse fato causou consternação no clero católico. Sua conversão
mudou o quadro e o avanço da obra missionária evangélica no Brasil. Passou
a colaborar com os missionários em várias frentes: jornal Imprensa
Evangélica, tradução de livros e pregações. Foi ordenado pastor em
17/12/1865. Teve um ministério itinerante, visitando as cidades onde havia
servido como padre e pregando a fé somente em Cristo. Entre 1867-68, ficou
1 ano nos EUA para tratar de sua saúde, temporada na qual pregou para os
portugueses que haviam sido expulsos da Ilha da Madeira com Kalley. A
partir de 1869, passou a viver de maneira solitária e itinerante. Não se sentia
interessado pelos grandes centros, mas pelas vilas e cidades do interior.
Viajava a pé, hospedava-se em qualquer lugar e sofreu perseguições do clero
católico em algumas regiões. Rev. JMC era de uma simplicidade incrível, não
obstante fosse muito culto: lia em inglês, francês e alemão, e tinha noções de
medicina. A herança que recebeu da família foi distribuída aos necessitados.
Do seu ministério nasceram diversas igrejas protestantes, posto que depois de
sua evangelização os convertidos eram assistidos por outros pastores. Morreu
dormindo, em uma Enfermaria Militar no Rio, depois de ter sido encontrado
enfermo numa estrada de terra. Seu corpo está sepultado ao lado do pioneiro
Simonton, no Cemitério dos Protestantes. Na lápide do seu túmulo se lê:
“Não me envergonho do Evangelho de Cristo”. Em sua honra, no estado de
São Paulo, existem o Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da
Conceição e a Igreja Presbiteriana JMC.
JIM ELLIOT [1927-1956]
Mártir entre os índios equatorianos

Americano, Jim foi criado em um lar cristão. Seu pai era ancião da Plymouth
Brethren (grupo conhecido no Brasil como “Irmãos Unidos” ou “Casa de
Oração”). Esse ambiente piedoso influenciou a vida de Jim desde cedo.
Relatos dão conta que ele foi convertido na infância, que lia a Bíblia com
assiduidade e que ainda menino já manifestava zelo evangelístico. Após se
formar em arquitetura, em 1945, Jim ingressou no Wheaton College, uma
universidade cristã, com a intenção de se preparar melhor para servir a Deus
no ministério. Seu interesse pelas missões o levou a liderar, nessa instituição,
a liga missionária, a fazer uma viagem de 6 semanas ao México e a se dedicar
ao estudo da língua grega – conhecimento fundamental para os que almejam
o ministério transcultural. No Wheaton College, ele conheceu sua futura
esposa, Elisabeth Howard. De 1950 a 1951, Jim continuou se preparando
para o campo. Enquanto fazia um curso de linguística, conheceu um
missionário que se preparava para o ministério entre os índios quíchuas do
Equador. Foi a partir desse contato que ele teve certeza de que seu campo era
o Equador. No início de 1952, Jim, acompanhado de um amigo, desembarcou
na América do Sul. Em maio, Elisabeth chegou. Nos primeiros anos, Jim
trabalhou entre os quíchuas. Despertados para trabalhar junto aos índios
aucas (hoje chamados huaoranis) - uma etnia não alcançada, conhecida por
sua ferocidade e reclusão, Jim e Elisabeth - já casados - e outros casais
missionários decidiram estabelecer uma base missionária que lhes permitisse
a aproximação com os selvagens. Animados com os primeiros contatos, no
dia 08 de janeiro de 1956, Jim, Ed McCully, Roger Youderian, Pete Fleming
e o piloto do pequeno avião, Nate Saint, foram surpreendidos por um grupo
de aucas. Mesmo avistando os índios de longe, os missionários resolveram
não usar suas armas. Foram mortos de maneira cruel, e seus corpos foram
encontrados ao longo do rio, marcados por golpes de lança e machado.
Naquele dia, 5 mulheres ficaram viúvas e 9 crianças órfãs de seus pais. O
mais impressionante estava por vir. Elisabeth e Raquel, viúvas de Jim e Nate,
decidiram continuar vivendo na mesma aldeia, com seus filhos pequenos.
Algum tempo depois, foram substituídas por outros missionários (as). No
transcurso dos anos, a tribo foi evangelizada, a Bíblia foi traduzida e, aprouve
ao Senhor, converter um dos índios que assassinou os missionários. Esse
homem, pastor da tribo Kimo, batizou Steve e Kathy, filhos de Nate Saint e
Raquel. A morte dos missionários americanos foi amplamente coberta pela
imprensa americana, bem como a atitude de suas esposas de permanecer na
região. “Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode
perder, não é um tolo”. Essa frase foi encontrada no diário de Jim Elliot. A
vida dele e dos outros quatro missionários assassinados exemplificou essa
verdade. O livro “Através dos portais do esplendor”, de Elisabeth Elliot, e o
filme “Terra Selvagem” abordam esses episódios.
SOPHIE MULLER [1910–1995]
Missionária na selva amazônica

Nascida e crescida em New York, Sophie Muller converteu-se na fase adulta.


No início dos anos 40, então estudante na Academia Nacional de Desenho,
ela conheceu um grupo que cantava e evangelizava nas ruas. O fervor
daquelas pessoas chamou sua atenção. Foi quando ela aceitou o convite delas
para estudar a Bíblia, o que depois a levou a fazer um curso de três anos no
Instituto Nacional da Bíblia. Esse mergulho no estudo da Palavra de Deus
transformou sua vida. Ela decidiu ensinar a Bíblia a pessoas que nunca
tivessem tido contato com quaisquer missionários. Em 1944, ela se vinculou
a New Tribes Mission (Missão Novas Tribos), dela recebendo treinamento
sobre vida na selva e linguística. No mesmo ano, Sophie desembarcou na
Colômbia. Após alguns meses estudando a língua espanhola em Pasto, com a
missionária Katherine Morgan, ela, que tinha pressa em iniciar seu trabalho
no campo, partiu em busca de uma tribo inalcançada. Deus a guiou até uma
região da selva amazônica próxima das fronteiras com o Brasil e a
Venezuela. O rio Içana foi seu campo missionário durante 50 anos. O
ministério de Sophie Muller tinha como estratégia alfabetizar os indígenas
usando o método Laubach, que consistia em ensinar uma letra por vez. Essa
estratégia demonstrou-se eficaz. Por volta de 1965, Sophie já tinha traduzido
o Novo Testamento (ou porções dele) em curipaco, punaive, piapoc e
guahibo, e avançava na tradução para outras sete línguas. Ela produziu
cartilhas de alfabetização para todos esses grupos. Entre as 200 igrejas por ela
fundadas, havia 50 chefes indígenas responsáveis por sua liderança. Ao longo
dos anos, realizou 28 seminários semestrais sobre a Bíblia, voltados para
capacitação dos nativos. Após esses seminários, vários índios se
apresentavam como voluntários para visitar tribos ainda não alcançadas. E,
assim, a semente do evangelho ia se espalhando pelo interior da selva e
cruzando fronteiras geográficas que só fazem sentido para aqueles que não
são índios. As últimas três décadas de trabalho (1965-1995) foram as mais
complicadas para Sophie Muller. Questões ligadas à legislação colombiana,
ao comércio de madeira, ao desmatamento da selva e ao surgimento das
FARC dificultaram, em muito, seu ministério junto às comunidades
indígenas. Contudo, seu legado permanece. O Rev. Ronaldo Lidório nos
lembra que ainda “hoje, uma vez por ano, todas as tribos convertidas se
encontram para louvar a Deus por ter levantado Sofia Muller para lhes trazer
o evangelho” e que “a Funai afirmou recentemente que este é um dos
pouquíssimos lugares na Amazônia onde os indígenas não enfrentam
problemas com alcoolismo, conflitos e guerras.” Sophie faleceu três meses
após seu regresso aos EUA, em 1995, na Carolina do Norte. Sua
autobiografia, já lançada em português, intitula-se Sua voz ecoa nas selvas.
Cooperadores de Deus na obra missionária

O capítulo 3 da 1ª Carta de Paulo à Igreja de Corinto nos oferece algumas


expressões e imagens interessantes acerca do trabalho missionário.
Os membros da igreja estavam valorizando mais os pregadores que a
mensagem anunciada por eles (cf. 4-5). O escritor corrige a visão dos crentes:
Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. De modo que, nem o
que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento
(6-7). Nas linhas seguintes, Paulo descreve a igreja como lavoura de Deus e
edifício de Deus (9). E os trabalhadores? São chamados de cooperadores de
Deus (cf. 9).
Não devemos supervalorizar os missionários, muito menos subestimar sua
obra. O ministério por eles desenvolvido é importante por essa razão: eles
edificam sobre o fundamento que está posto, Jesus Cristo (11). O trabalho
deles, como o de todos os verdadeiros crentes, será recompensado (14). Isso é
absolutamente reconfortante para os filhos de Deus. No Senhor, nosso
trabalho não é vão (15.58).
Nas páginas deste ebook apresentamos informações sobre servos e servas de
Deus. Nossa motivação foi fazê-los (as) mais conhecidos (as) à igreja dos
nossos dias. Que isso nos inspire à evangelização, começando pelo maior
desafio missionário que temos: nosso lar. Se você tem o privilégio de ter sua
família convertida, esforce-se para que seus parentes escutem a pregação do
evangelho. Envolva-se também com a igreja local. Trabalhe para que ela seja
informada acerca dos desafios e necessidades que os missionários (as)
enfrentam. Estimule seus irmãos a orar, a se corresponder e a contribuir
financeiramente com os trabalhadores que estão no campo. Incentive e
promova viagens missionárias. Enfim, há muito que ser feito.
Este livreto conta um pedacinho da história de alguns homens e mulheres de
Deus. Mais importante que conhecer sobre a vida deles, é entender que Deus
também pode nos usar no lugar onde ele nos plantou. É verdade que alguns
são chamados para ir bem longe; contudo, a maioria de nós é chamada para
ser sal e luz dentro do nosso país. Independente do lugar, Deus quer ser
honrado em nossa vida.
Que possamos ser vistos pelo Senhor como seus cooperadores e dizer, como
Livingstone: Eu vou a qualquer lugar, desde que seja em frente.
Que o Senhor te abençoe!
O autor

Marcone Bezerra Carvalho é pastor da Iglesia Presbiteriana de Chile


(IPCH), servindo na 6ª IP de Santiago (“Cristo Mi Pastor”). Publicou
“Protestantismo e História” (Editora Mackenzie), “Histórias da nossa
História” (Editora Cultura Cristã) e editou “O presbiterianismo brasileiro”, de
Émile Léonard (Editora Monergismo). É colaborador regular do jornal Brasil
Presbiteriano.
Morávios

Este é o ministério Morávios, que busca promover a obra missionária


motivado pela glória de Jesus Cristo em todas as nações.
Esta é uma iniciativa de voluntários que deseja oferecer conteúdo para
igrejas, líderes de missões, vocacionados e missionários, através de artigos,
reportagens, vídeos e ebooks sobre teologia de missões, história de missões,
desafios missionários e vida do missionário.
O ministério é inspirado na história do movimento dos irmãos morávios
ocorrido na Alemanha do Século XVIII, e mais especificamente em uma
história de dois jovens desta comunidade, apresentada no filme“Primeiros
Frutos, a história dos irmãos morávios”, e popularizada por uma mensagem
do pregador Paul Washer e busca promover a Obra Missionária de forma
apaixonada, motivado pela Glória de Jesus Cristo em todas as nações.
O nosso logotipo é uma estilização de um selo clássico de cristãos primitivos,
muito utilizado pelos irmãos morávios, que mostra o Cordeiro como porta
bandeiras envolto da inscrição em latim “Vicit Agnus Noster, Eum
Sequamur”, “Nosso Cordeiro Venceu, Vamos Seguí-lo”.

Acesse >> http://moravios.org

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