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Aplicações do 5G em Internet das Coisas (IoT)

Larissa de Souza Pereira Rosa, Renan Góes Barcelos, Yago Pereira Prado e Yan Real

dispositivos conectados. Sensores de monitoramento de


Resumo— O presente Trabalho de Conclusão do Curso ambientes e pulseiras que controlam sinais vitais durante uma
abordará a análise comparativa das tecnologias existentes para a atividade física são exemplos de como as “coisas” também
implementação da Internet das Coisas em redes de longo alcance estão se conectando à rede. Mais de nove bilhões de aparelhos
e as vantagens da utilização da tecnologia 5G em relação às em todo o mundo estão atualmente ligados à Internet,
outras existentes. incluindo computadores e smartphones. Espera-se que esse
Palavras chave— Internet das Coisas, LoRaWAN, NB-IoT,
número aumente drasticamente na próxima década,
Sigfox, 3G, 4G, 5G.
estimando-se 50 bilhões de dispositivos conectados até 2020
[2].
I. INTRODUÇÃO
A Internet das Coisas ou IoT (Internet of Things) tem como A. Definição
promessa revolucionar a maneira como vivemos, trabalhamos A Internet das Coisas é um conjunto de padrões e
e interagimos por meio de uma gama diversificada de tecnologias, que, apesar de muito estudado, ainda não possui
serviços. uma definição exata. Órgãos como o IEEE (Institute of
Nos últimos anos tem-se observado o surgimento de uma Electrical and Electronics Engineers), IETF (Internet
variedade de tecnologias de comunicação a fim de atender à Engineering Task Force) e ITU (International
demanda de conectividade da Internet das Coisas. Essa Telecommunication Union) apresentam as seguintes definições
heterogeneidade do cenário de conectividade está dificultando para IoT:
a difusão das aplicações de IoT em termos de integração de a) IEEE: “Uma rede de itens - cada um incorporado com
dispositivos [1]. Nesse contexto, o surgimento da quinta sensores - que estão conectados à Internet” [3].
geração de sistemas celulares – o 5G, cujas características b) IETF: “A ideia básica da IoT é conectar objetos à
nossa volta (eletrônicos, elétricos, não elétricos) para
marcantes são confiabilidade, escalabilidade e redução do
prover comunicação transparente e serviços” [4].
consumo de bateria, é considerado um potencial motor para a
c) ITU: “Uma rede dinâmica que conecta redes a
globalização das aplicações de Internet das Coisas.
qualquer hora, qualquer lugar, com conexão para
Neste sentido, é interessante realizar uma comparação qualquer pessoa. Têm-se agora conectividade para
qualitativa entre o que se espera do 5G com as tecnologias de todas as coisas” [4].
longa distância já existentes, sendo este o objetivo deste Neste trabalho, a Internet das Coisas é definida como sendo
artigo. O restante desse trabalho é dividido da seguinte forma: um conjunto de tecnologias capazes de conectar os mais
na Seção II define-se o termo Internet das Coisas e suas diversos dispositivos entre si e à Internet. Cada dispositivo
principais aplicações, na Seção III são apresentadas as possui uma identificação única, à qual podem ser atrelados
tecnologias já existentes para a implementação da Internet das dados como estado e localização. Esses dispositivos
Coisas em redes de longo alcance, na Seção IV são discutidos conectados, também chamados de “inteligentes”, podem
os requisitos mínimos para a rede 5G e como as aplicações de funcionar com ou sem a intervenção humana, e ficam
IoT serão afetadas com sua implantação, na Seção V é disponíveis para acesso em qualquer lugar, a qualquer hora.
apresentada uma análise qualitativa entre as tecnologias Os protocolos de comunicação que implementam a Internet
existentes e o 5G, confrontando seus aspectos técnicos e, das Coisas, tem a função de gerar e extrair informações desses
finalmente, a Seção VI apresenta a conclusão. dispositivos para que seja possível analisar, processar e aplicar
essas informações para a melhoria das atividades cotidianas,
II. A INTERNET DAS COISAS tornando-as mais eficientes, confiáveis e autônomas [5].
Com a evolução das tecnologias de informação e B. Aplicações
comunicação, não somente o número de pessoas conectadas à A Internet das Coisas tem potencial para abranger
Internet vem aumentando, mas também o número de aplicações nas mais diversas áreas, desde casas conectadas até
cidades inteligentes. De acordo com a IoT Analytics, conforme
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de
a Figura 1 [6], as quatro principais tendências globais em
Telecomunicações (INATEL) como parte dos requisitos para obtenção do aplicações da Internet das Coisas no ano de 2016 foram em
Título de Bacharel em Engenharia Elétrica / Engenharia de indústrias conectadas, smart city, smart energy e carros
Telecomunicações. Aprovado em 16/06/2017 pela comissão julgadora: Daniel conectados.
Andrade Nunes / INATEL – Orientador e Presidente da Comissão Julgadora,
Estevan Marcelo Lopes / INATEL– Membro da Comissão Julgadora. Viviane
A seguir, apresenta-se uma breve descrição das aplicações
Freire Sampaio / INATEL– Membro da Comissão Julgadora. Coordenador do nos quatro principais segmentos:
Curso de Engenharia de Telecomunicações: Antonio Alves Ferreira Junior.
Nesta seção apresentam-se algumas tecnologias de redes de
longa distância existentes para aplicações da Internet das
Coisas. Foram analisadas duas categorias: tecnologias
celulares e tecnologias de baixo consumo de potência –
LPWAN (Low Power Wide Area Network).
A. GPRS/EDGE e UMTS/HSPA/HSPA+
As tecnologias GPRS (General Packet Radio Services) e
EGPRS (Enhanced General Packet Radio Services), também
conhecida como EDGE (Enhanced Data Rates for GSM
Evolution), foram baseadas no sistema GSM (Global System
for Mobile Communication) e a partir delas foi possível ter
acesso à Internet através de aparelhos celulares.
Com a chegada da técnica de múltiplo acesso WCDMA
(Wideband Code Division Multiple Access), usada pelos
Figura 1 - Tendências globais no desenvolvimento de sistemas UMTS (Universal Mobile Telecommunication
aplicações em IoT. System), HSPA (High Speed Packet Access) e HSPA+
(Evolved HSPA), foi possível atingir taxas mais altas de
a) Indústrias Conectadas: aplicações desse segmento têm transferência e otimizar a utilização do espectro.
por objetivo conectar máquinas pesadas e complexas, Atualmente, as principais aplicações do UMTS/HSPA em
automatizar processos, permitir o gerenciamento Internet das Coisas são em áreas rurais e em zonas remotas,
remoto e a rastreabilidade dos equipamentos. onde o acesso à rede 4G é limitado [9]. Isso acontece devido
b) Smart City: envolve aplicações como o gerenciamento ao fato de o 3G (UMTS/HSPA) ter a infraestrutura de rede
de trânsito, distribuição de água, tratamento do lixo celular com maior área de cobertura, já que seu sucessor, o 4G
urbano e industrial, segurança e monitoramento (LTE/SAE), ainda está concentrado majoritariamente em
ambiental. zonas costeiras e em grandes centros urbanos [10]. O 3G
c) Smart Energy ou Smart Grid: propõe a utilização das oferece uma taxa de transferência de dados que atende a
informações sobre o consumo de energia elétrica de maioria dos cenários de IoT. Entretanto, quando a análise é
forma automatizada para desenvolver soluções que feita em termos de consumo de bateria, ele se torna uma
melhorem a confiabilidade, eficiência e economia da tecnologia inviável, pois módulos 3G tendem a apresentar alto
eletricidade [7]. consumo de potência [11].
d) Carros conectados: o conceito de carro do futuro B. LTE Advanced
sugere que os veículos sejam capazes de se
O sistema LTE/SAE (Long Term Evolution/ System
conectarem e compartilharem informações como
Architecture Evolution), especificado no Release 8 do 3GPP
intensidade de tráfego e melhores rotas. O segmento
(3rd Generation Partnership Project), foi comercialmente
de carros conectados promete ainda que os
introduzido no final de 2009. Ele foi implantado como uma
automóveis sejam autônomos na direção, realidade já
evolução do GSM e do UMTS (Universal Mobile
observada em testes apresentados pela Google em
Telecommunications System) [12].
2016 [8].
Várias melhorias foram adicionadas ao LTE/SAE, que se
tornou a tecnologia de sistemas móveis com o mais rápido
III. TECNOLOGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA
desenvolvimento em termos de releases. As primeiras
INTERNET DAS COISAS EM REDES DE LONGO
melhorias foram inseridas pelo 3GPP em sua Release 9, e
ALCANCE
depois seguidas pela Release 10, onde passou a ser chamado
Por muito tempo considerou-se apenas as redes celulares de LTE Advanced [12].
como opção de conectividade para aplicações, onde era O LTE-A (LTE Advanced) tem como principais
necessário conectar um dispositivo à Internet sem o uso de um características o aumento da taxa de dados, maior eficiência
equipamento intermediário. Graças à grande estrutura de espectral e o aumento do número de usuários ativos
estações rádio base já instaladas, um aparelho só precisava ter simultaneamente por célula em relação ao 3G[13].
um SIM Card para conseguir conectar-se à Internet. O Com a popularidade mundial do sistema LTE Advanced no
desenvolvimento das redes móveis teve seu foco no aumento fornecimento de dados de banda larga móvel, vídeo em alta
das taxas de transmissão de dados; o que implica em um maior definição e serviços de voz avançados para sua base de
consumo de energia pelos dispositivos finais. Tal fator é assinantes, as autoridades governamentais começaram a
crítico para as aplicações em Internet das Coisas, já que a alta considerá-lo como tecnologia candidata na cobertura de
durabilidade das baterias é um dos principais requisitos nessa comunicações D2D (Device-to-Device), que fazem parte do
área. Por essa razão, novas tecnologias vêm sendo cenário da Internet das Coisas. O LTE-Advanced permite que
dispositivos próximos detectem uns aos outros e se comuni-
desenvolvidas para atender aos requisitos de uma
quem diretamente, tendo como objetivo a redução de carga na
comunicação efetiva em IoT: capacidade de longo alcance,
rede e o aumento da capacidade de tráfego de dados em uma
troca de dados confiável e baixo consumo de energia [5]. dada largura de banda [14][15].
C. LTE-M Os principais segmentos que o NB-IoT visa atender dentro
O 3GPP, por sua vez, padronizou uma vertente do LTE da Internet das Coisas são os de medições, cidades e casas
voltada para o mercado de IoT, lançando na Release 13 o inteligentes, agricultura e meio ambiente. Tais aplicações
padrão LTE-M (Long Term Evolution For Machines) ou envolvem áreas desde o consumo inteligente de água,
eMTC (Enhanced Machine Type Communication) [16]. monitoramento de vagas em estacionamentos, segurança de
Por ser um padrão do 3GPP, o LTE-M utiliza as estruturas, construções e até o controle da emissão de poluentes [23].
protocolos e serviços das redes anteriores [17]. Dentre esses E. SigFox
protocolos e serviços, têm-se: segurança do móvel, suporte
O SigFox é um sistema de redes sem fio, do tipo LPWAN,
para identificação de usuário e autenticação, confiabilidade,
desenvolvido por uma empresa francesa de mesmo nome, que
integridade de dados, identificação de equipamento móvel,
possui características únicas para Internet das Coisas. A
etc.
empresa afirma que as redes atuais não têm o perfil para
Visando atender aos requisitos de Internet das Coisas, o
atender à demanda de aplicações em IoT, pois foram
LTE-M dispõe de características como menor taxa de
construídas para diferentes propósitos, principalmente com o
transmissão (inferior a 1 Mbit/s [18]) e comunicação não
foco em altas taxas de transmissão [24].
persistente. Os dispositivos que não requerem comunicação
O SigFox oferece como principal vantagem para aplicações
constante utilizam técnicas como o PSM (Power Saver Mode),
de IoT o seu baixo consumo de energia. As redes atuais
na qual em estado ocioso o consumo de energia do dispositivo
requerem 10.000 vezes mais potência do que o SigFox [23].
é mínimo. Isso permite uma maior longevidade da bateria, que
Em suma, uma rede celular tradicional consumiria 170 a 440
em tese, poderá ser superior a 10 anos [18]. Tal característica
MWatt/hora para suprir objetos conectados 10 vezes ao dia. O
faz com que o LTE-M, mesmo sendo uma tecnologia celular,
SigFox, por sua vez, consumiria somente 120 kWatt/hora para
se enquadre nas tecnologias do tipo LPWAN. Os dispositivos
suprir o mesmo objeto com a mesma periodicidade [24]. Além
que utilizarem desta rede terão uma menor complexidade,
disso, a razão entre os dados úteis e dados de protocolo é de
diminuindo assim o seu custo em até 25 % se comparado aos
20 % a 50 % utilizando-se o SigFox, enquanto nas redes
modems EGPRS (Enhanced GPRS) [18].
celulares essa razão é de 0.1 % a 1 % [24].
D. NB-IoT A tecnologia SigFox já está presente em grande parte da
O NB-IoT (Narrowband Internet of Things) é um padrão Europa [24], onde sua rede é direcionada somente para
definido pelo 3GPP, também na Release 13, que reaproveita a dispositivos que necessitem de baixas taxas de transmissão,
infraestrutura já existente da rede LTE/SAE para facilitar o revolucionando e aumentando as aplicações de IoT, com uma
desenvolvimento de aplicações focadas em IoT. Possui como ótima qualidade.
principais características a grande área de cobertura, o baixo F. LoRaWAN
consumo de potência, o baixo custo e a alta confiabilidade e
O LoRaWAN (Long Range Wide-Area Network) é um
segurança da rede [19].
protocolo de rede desenvolvido pela associação LoRa Alliance
De acordo com suas especificações, o NB-IoT é capaz de
com o objetivo de atender especificamente aplicações em
suportar até 50.000 dispositivos conectados por célula,
Internet das Coisas. Ele, assim como o SigFox, se enquadra na
garantia de duração de bateria de 10 anos e ainda permite uma
categoria de LPWAN e é baseado na tecnologia de
perda máxima de propagação 20 dB maior do que o LTE/SAE,
comunicação a longa distância LoRa [25]. As qualidades mais
para uma banda de 200 kHz [20]. Ele ainda apresenta três
notáveis de uma rede LoRaWAN, além dos já exigidos em
modos de operação: Guard Band, In Band e Stand Alone. No
uma rede LPWAN, são em relação ao baixo custo,
modo Guard Band, a portadora NB-IoT é alocada na banda de
flexibilidade, abertura para desenvolvimento externo e alta
guarda que existe naturalmente entre duas portadoras LTE. No
segurança em comunicação bidirecional [26].
modo In Band, a banda utilizada é uma parte da própria banda
A tecnologia LoRa utiliza a técnica de espalhamento
portadora da rede LTE. Já no modo Stand Alone, uma nova
espectral CSS (Chirp Spread Spectrum), que permite garantir
banda é implantada em um espectro dedicado [21]. A Figura 2
o mesmo baixo consumo de potência da modulação FSK
[22] ilustra esses modos de operação.
(Frequency Shift Keying), mas aumentando significantemente
a área de cobertura [27]. Além disso, segundo suas
especificações, o LoRa é capaz de atingir áreas de cobertura
de 15 km2 com capacidade de até 1 milhão de dispositivos
conectados a ele. Devido ao baixo consumo energético, o
tempo de vida das baterias pode chegar a mais de 10 anos
[28].
Em redes LoRaWAN, os nós não são associados a um único
gateway e sim a múltiplos. Essa característica possibilita uma
conexão sem handover, o que é essencial para muitos
propósitos em IoT. Um exemplo de aplicação seria na garantia
de funcionamento da comunicação de sensores e atuadores
que estejam em movimento [28]. Em geral, o protocolo visa
atender todo tipo de aplicação de Internet das Coisas que
Figura 2 - Modos de Operação do NB-IoT. demandem taxa de até 50 kbit/s, como por exemplo, controle
inteligente de iluminação, rastreamento de animais e crianças, TABELA 1
medidores de energia e até monitoradores de abalos sísmicos CARACTERÍSTICAS DAS REDES LEGADAS E DA REDE 5G
REQUERIMENTO DO IMT
[29]. PARA TAXA DE DADOS
ANO DE USUÁRIOS USUÁRIOS
GERAÇÃO
IV. A QUINTA GERAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES LANÇAMENTO MÓVEIS ESTÁTICOS
MÓVEIS E SUAS APLICAÇÕES EM IOT 1G 1981 - -
2G 1992 - -
3G 2001 384 kbit/s >2 Mbit/s
A. Breve Histórico 4G 2011 100 Mbit/s 1 Gbit/s
É comum que a cada 10 anos surja uma nova geração de 5G 2021 1 Gbit/s 10 Gbit/s
sistemas celulares, sendo que a última geração - o 4G, foi B. Principais Características do 5G
introduzida em 2011. Seguindo essa tendência, espera-se que a
quinta geração de sistemas celulares seja padronizada e A tecnologia 5G propõe diversas características inovadoras
implantada por volta do ano de 2020 [30]. para as redes sem fio. Tais características serão discutidas
Na Conferência Mundial de Radiocomunicações em 2015, o levando-se em consideração o seu impacto tecnológico e a sua
ITU-R (International Telecommunication Union - complexidade para implementação. O desempenho das redes
Radiocommunication Sector) definiu os requisitos para o 5G, 5G será abordado em termos de capacidade e taxa de dados,
dos quais o principal objetivo é permitir que se ofereça uma latência, eficiência espectral e sobretudo pela capacidade de
experiência de Internet móvel comparada à de fibra-óptica, conexão com dispositivos para IoT. Todos os parâmetros
com taxas de até 10 Gbit/s em condições de baixa mobilidade descritos neste tópico são requisitos estabelecidos pelo ITU
e de 1 Gbit/s para usuários em alta mobilidade (com para a rede 5G [32].
velocidade acima de 300 km/h). Todavia, para se entender o
que é esperado para o 5G, é importante conhecer a evolução a) Capacidade e Taxa de Dados
das tecnologias móveis.
Os requisitos mínimos para a taxa de transmissão e
a) 1G (1981): todos os sistemas de comunicação sem fio capacidade de trafego por área definidos pela ITU para o 5G
são centrados em serviços de voz totalmente são apresentados na Tabela 2.
TABELA 2
analógicos e utilizam a técnica de múltiplo acesso REQUISITOS PARA TAXA DE DADOS E CAPACIDADE
FDMA (Frequency Division Multiple Access). REQUISITOS ITU PARA TAXA DE DADOS E CAPACIDADE
Tecnologia no Brasil: AMPS (Advanced Mobile Taxa de Dados para Downlink 20 Gbit/s | 100 Mbit/s (efetiva)
Phone System). Taxa de Dados para Uplink 10 Gbit/s | 50 Mbit/s (efetiva)
b) 2G (1992): no 2G, os sistemas de comunicação sem fio Capacidade de Tráfego por Área para
10 Mbit/s/m2
também são baseados em serviços de voz, porém Downlink em ambientes indoor
utilizando sistemas digitais com técnica de múltiplo Tais valores podem ser alcançados utilizando-se células
acesso TDMA (Time Division Multiple Access). com pequenas áreas de cobertura, banda de frequência de
Tecnologia no Brasil: GSM (Global System for ondas milimétricas e M-MIMO (Massive – Multiple Input
Mobile communication). Miltiple Output) aliado ao uso de beamforming.
c) 2.5G (1995): provia serviços de voz com alta
capacidade e serviço limitado de dados. Tecnologias a.1) Células com pequenas áreas de cobertura: células
no Brasil: CDMA2000 (Code Division Multiple pequenas, com alcance entre 10 metros e 2
Access - 2000), CDMAOne, GPRS e EDGE. quilômetros, serão instaladas com o objetivo de
d) 3G (2001): nessa geração, os sistemas de comunicação aumentar a capacidade de tráfego e a taxa de
sem fio têm capacidade de prover serviços de voz e dados por usuário em áreas urbanas altamente
dados com boa qualidade. No Brasil, utiliza-se a congestionadas que não podem ser sustentadas
tecnologia UMTS/HSPA em uma banda de 5 MHz. pelas atuais macro células [33].
e) 4G (2011): é um sistema de voz e dados com alta taxa a.2) Banda de frequência de ondas milimétricas:
de transmissão de dados. O sistema LTE/SAE, como o espectro de frequências mais baixas já
padrão do 3GPP, foi a tecnologia escolhida pela está sendo utilizado em outras aplicações, a faixa
maioria dos países para ser usada como 4G. de ondas milimétricas se torna uma possibilidade
e ainda viabiliza que taxas mais altas sejam
O 5G terá um design que apresenta uma evolução das transmitidas pelo canal, uma vez que existe
redes legadas, bem como uma revolução. Será necessário grande largura de banda disponível nesta faixa de
melhorar as tecnologias de acesso via rádio existentes e frequência [34]. A Figura 3 [34] mostra as
criar outras que sejam capazes de oferecer o alto potenciais faixas de frequências a serem
desempenho que se espera da quinta geração de redes utilizadas pelo 5G.
celulares. A fim de exemplificar as diferentes especificações a.3) M-Mimo e Beamforming: A junção das
em relação à taxa de transmissão de cada versão dos tecnologias beamforming e M-MIMO, chamada
sistemas celulares, a Tabela 1 mostra dados do IMT de Massive Beamforming, pode melhorar
(International Mobile Systems) [31]: significativamente a intensidade do sinal
transmitido, o que resulta em uma maior taxa de
transmissão e um melhor desempenho da borda a) Latência
da célula, se comparado aos sistemas tradicionais O ITU define que a latência do 5G no plano de usuário deve
4G [34]. ser de 1 ms para comunicações URLLC (Ultra-Reliable and
Low-Latency Communications). Considerando que os atuais
sistemas celulares possuem latência em torno de 10 ms [35], é
necessário realizar uma considerável redução para a próxima
geração celular. Uma das maneiras de se reduzir a latência é
através do uso de células pequenas, como já visto no item a)
dessa seção, e com o uso de comunicação D2D (Device To
Device). Quando dois dispositivos estão próximos um do
outro, a comunicação pode ser feita via tecnologias D2D sem
utilizar os recursos da rede móvel, o que a torna muito mais
eficiente e rápida [36]. O D2D já tem sido estudado pelo
3GPP como uma tecnologia 4G e sua adoção é de extrema
importância para aplicações que necessitem de baixa latência.
A Figura 4 [34] ilustra uma comparação entre a latência e a
taxa de dados necessárias para certos serviços e aplicações.

Figura 3 – Potenciais faixas de frequências a serem usadas


pelo 5G.

Figura 4 - Latência x Taxa de Transmissão.


onda está sendo analisado e, simultaneamente, novos
esquemas de múltiplo acesso também estão sendo
a) Eficiência Espectral pesquisados, incluindo o SCMA (Sparse Coded Multilpe
As condições mínimas para a eficiência espectral no 5G em Access), NOMA (Nonorthogonal Multiple Access) e RSMA
diferentes ambientes são apresentadas na Tabela 3 [32]. (Resource Spread Multiple Access) [38]. No entanto, ainda
não se definiu qual dessas formas de onda candidatas ou
TABELA 3 esquemas de múltiplo acesso serão utilizados em um futuro
EFICIÊNCIA ESPECTRAL MÉDIA PARA O 5G sistema 5G. Cabe aos comitês de padronização submeter
AMBIENTE DE DOWNLINK UPLINK propostas ao grupo IMT-2020 dentro do ITU.
TESTE (bit/s/Hz/TRxP*) (bit/s/Hz/TRxP*)
Indoor 9 6,75
Urbano 7,8 5,4 b) Capacidade de conexão com dispositivos IoT
Rural 3,3 1,6 Devido à maior largura de banda oferecida pela utilização
*TRxP se refere ao número de rádio bases de transmissão/recepção. da banda de frequência de ondas milimétricas e ao uso de
células pequenas, o 5G será capaz de atender à uma alta
A fim de oferecer uma melhoria na eficiência espectral de densidade de conexão de dispositivos por unidade de área
forma a atender essas condições mínimas, surgiram diversas [34]. O ITU define que para um cenário de m-MTC (Massive
formas de onda candidatas ao 5G, tais como: GFDM Machine Type Communications), o requisito mínimo é de
(Generalized Frequency Division Multiplexing), FBMC 1.000.000 de dispositivos conectados/km2. Desta forma, a
(Filter-Bank based Multi-Carrier), UFMC (Universal Filtered rede 5G será capaz de atender à crescente demanda de
Multi-Carrier) e f- OFDM (Filtered Orthogonal Frequency conectividade provinda das aplicações de IoT.
Division Multiplexing) [37]. O desempenho dessas formas de
C. Aplicações em IoT potencial de hacking) e rápida. A recepção do sinal precisa ser
O 5G faz da Internet das Coisas uma realidade. Com a contínua e confiável, fatores que a rede 4G atual não consegue
tecnologia 5G, um dispositivo será capaz de se manter atender em veículos com alta mobilidade. Como o 5G
conectado independente de sua localização, além de ser permitirá que os dados trafeguem em taxas mais altas, com
possível a conexão dos dispositivos sem a intervenção menor latência e ultra confiabilidade, além de suportar bilhões
humana [39]. de dispositivos conectados, ele é a tecnologia wireless que
Este cenário de alta conectividade é capaz de gerar permitirá aos carros conectados atingirem seu pleno potencial
aplicações IoT que irão mudar a vida das pessoas. A Figura 5 e tornará os carros autônomos uma realidade [41].
[39] ilustra o trio de categorias de casos de uso do 5G em
Internet das Coisas.

Figura 6 - Comunicação V2I - Veículo recebendo informação


de rota

b) Cidades Inteligentes
Figura 5 - Casos de Uso do 5G em IoT. Uma cidade inteligente baseia-se em trocas inteligentes de
informações que fluem entre subsistemas diferentes [42]. A
A seguir encontram-se as principais aplicações de Internet cidade atuará sobre esse fluxo de informações para tornar seu
das Coisas que serão beneficiadas com a quinta geração das ecossistema mais amplo e mais eficiente em termos de
comunicações móveis: recursos. A troca de informações baseia-se numa estrutura
operacional de governança inteligente projetada para tornar as
a) Carros Conectados e Carros Autônomos cidades sustentáveis [42].
Um carro conectado é aquele que possui conexão à Usando sensores de dados, as tecnologias inteligentes da
Internet, mas não tem seu funcionamento dependente dessa cidade serão capazes de responder em tempo real a eventos
conexão. Já um carro autônomo é aquele que depende da cotidianos, incluindo congestionamento, gerenciamento de
conexão à Internet para operar e tem a capacidade de se resíduos, eventos de entretenimento e fornecimento de
locomover sem um motorista [40]. Os carros conectados já energia. Por exemplo: automóveis inteligentes seriam capazes
estão no mercado e as funções típicas atualmente disponíveis de se comunicar com os smartphones de pedestres, bem como
são aplicativos de smartphones que permitem desde semáforos e outros carros para antecipar as condições de
desbloquear e iniciar o carro à distância, até encontrar o carro tráfego e até mesmo (uma vez que os carros autônomos se
ou uma vaga de estacionamento e verificar o nível de bateria tornam uma realidade) evitar colisões [43].
(no caso de um carro elétrico). No entanto, tais A Figura 7 [44] ilustra uma cidade inteligente, na qual
funcionalidades não exploram todo o potencial existente no diversas aplicações utilizam da rede wireless para se
conceito de um carro conectado. Por essa razão, espera-se que interconectarem.
na próxima geração eles se tornem uma verdadeira aplicação
de Internet das Coisas, explorando a comunicação veículo-
veículo (V2V) e veículo-infraestrutura (V2I). Os carros irão se
conectar a outros veículos na estrada para trocar dados, alertar
os motoristas sobre potenciais colisões ou trânsito intenso.
Serão capazes de coletar dados de sensores em semáforos e
sinalização rodoviária para o planejamento de rotas, ajudando
aos motoristas a reduzir o consumo desnecessário de
combustível, e, consequentemente, as emissões de CO2 [40].
A Figura 6 [40] ilustra um exemplo de comunicação V2I, na
qual o veículo recebe informação da melhor rota a seguir.
A versão mais evoluída dos carros conectados será os
carros autônomos, que exigirão uma estrutura de rede
altamente segura (em termos de privacidade de dados e Figura 7 - Cenário de conectividade em uma cidade
inteligente.
e) Realidade Virtual (VR – Virtual Reality) e
Para que esse cenário se torne realidade é necessário um Realidade Aumentada (AR – Augmented Reality)
novo tipo de rede móvel capaz de lidar com o aumento Os termos realidade virtual e realidade aumentada, apesar de
massivo da carga de dados que a cidade inteligente exigirá. estarem no mesmo ramo de tecnologia (de imersão), possuem
Tal rede precisa ser rápida, responsiva e estável, algumas diferenças entre si. A realidade virtual permite a
características atendidas pelo 5G. imersão em um ambiente tridimensional, onde o usuário
A razão principal pela qual os especialistas acreditam que o vivenciará uma experiência multissensorial e com interação
5G será capaz de cumprir esses requisitos de rede é o seu em tempo real. Já a realidade aumentada traz elementos 3D
apoio esperado para cenários m-MTC, nos quais as máquinas para o mundo real. Um exemplo de realidade aumentada é o
poderão comunicar-se entre si em grande escala, com pouca jogo Pokemón Go, onde personagens do mundo virtual eram
ou quase nenhuma intervenção humana [43] inseridos em cenários reais [50].
O perfeito funcionamento da VR e da AR depende de três
c) Automação Industrial componentes de rede: alta capacidade, baixa latência e uma
A automação industrial pode ser definida como sendo o uso experiência uniforme (boa qualidade de serviço em toda a área
de um conjunto de tecnologias e dispositivos que resultam na de cobertura). Algumas aplicações dependem de um
operação e no controle automáticos de processos industriais, componente mais do que outro, mas suportar os três
sem intervenção humana significativa, e que alcance um simultaneamente é fundamental para permitir todos os casos
desempenho superior ao controle manual [45]. de uso de realidade virtual e realidade aumentada em uma
As aplicações industriais estão no centro da Internet das rede.
Coisas. Ao permitir que a execução de processos industriais A próxima geração de vídeo das aplicações de VR/AR
seja observada, monitorada, controlada e automatizada no inclui novos formatos, como o estereoscópico, HDR (High
domínio digital, a IoT industrial dará um salto importante na Dynamic Range) e 360°, com resoluções maiores (> 8 K) e
produtividade e desencadeará o crescimento econômico do taxas de quadros mais altas (> 90 fps). Estes novos formatos
setor [46]. oferecerão experiências de maior qualidade, mas ao custo de
Com o avanço do aprendizado de máquina (machine uma maior largura de banda. O 5G permitirá o uso de largura
learning), técnica onde os equipamentos são capazes de de bandas de até 1 GHz, possibilitando o funcionamento
“aprender” rotinas e agir sobre elas, um maior número de adequado de tais aplicações [51].
informações está sendo tratado para a tomada de decisões Aplicações que envolvam interatividade, como jogos online
dentro das indústrias [46]. Redes robustas de sensores e telemedicina, são mais sensíveis à latência da rede. Uma
monitoram níveis de temperatura, pressão, gás, água e até baixa latência é necessária para garantir a capacidade de
condições de trabalho do maquinário para que determinadas resposta em determinadas interações, como atirar em um
situações sejam aprendidas e decisões sejam tomadas no oponente em jogos online. A latência de 1ms da rede 5G
momento exato da necessidade. Tais situações exigem uma tornará essas aplicações de tempo real mais eficientes e
latência na ordem 0,5 ms e que a confiabilidade da informação confiáveis [51].
seja de 99,9999 %, requisitos que o 5G deverá atender [46]. Além disso é necessário realizar a distribuição confiável de
largura de banda para uma grande parcela de usuários móveis
d) Casas Inteligentes em aplicações de AR e VR. É preciso manter um sinal
O termo “Casas Inteligentes” trata-se do enriquecimento aceitável tanto para usuários estacionários quanto para
tecnológico de uma residência a fim de oferecer apoio aos usuários móveis na borda da célula, minimizando áreas com
seus habitantes e melhorar a sua qualidade de vida. Esse baixas taxas de transmissão. Garantir essa taxa “estável” é
conceito derivou-se da área de automação residencial, que fundamental, pois atrasos e interrupções são inaceitáveis para
oferece controle remoto e temporizado de sistemas e a experiência de usuário em realidade aumentada/virtual [51].
dispositivos, tais como como lâmpadas, sistemas de
aquecimento, de eficiência energética e segurança [47].
V. COMPARAÇÃO ENTRE AS TECNOLOGIAS
Os ambientes inteligentes da casa precisam implementar
APRESENTADAS E O 5G PARA APLICAÇÕES EM IOT
serviços que são capazes de lidar com as atividades diárias,
tais como comer, beber, tomar remédios e cozinhar. Estes A Tabela 4 apresenta comparações em termos de taxa de
sistemas devem ser capazes de interagir com centenas ou transmissão de dados (downlink e uplink), latência, usuários
mesmo milhares de sensores, além de precisarem ser capazes ativos/km2 e mobilidade entre as tecnologias de rede celular,
de lidar com um alto volume de dados [47]. LPWAN e o 5G. Esses parâmetros foram selecionados, pois
O 5G no cenário de casas inteligentes será capaz de oferecer são os de maiores relevâncias quando se trata de aplicações de
banda larga de multi-gigabits, cobertura mais ampla e Internet das Coisas. Os dados técnicos da Tabela 4 foram
conexões confiáveis que tornam possível entregar novas extraídos das referências [52] a [61].
experiências personalizadas para a residência [48]. Com as No que se diz respeito às aplicações de Internet das Coisas,
velocidades de conexões comparadas às de fibra-óptica aliadas é essencial que a infraestrutura de rede seja capaz de atender a
à sua capacidade de suportar 100 dispositivos conectados um grande número de dispositivos conectados simul-
simultaneamente por metro quadrado [49], o 5G se taneamente, fornecer comunicação de alta confiabilidade e
consolidará como a rede wireless para soluções de casas com baixo atraso.
inteligentes. Com base nas informações da Tabela 4, é possível verificar
que o 5G atendará à todas as aplicações de IoT de forma supe-
TABELA 4
TABELA COMPARATIVA DAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

UMTS/HSPA LTE-A LTE-M NB-IoT SIGFOX LoRaWAN 5G


384 kbit/s (UMTS) 300 bit/s a
Taxa de Uplink 500 Mbit/s 1 Mbit/s 60 kbit/s 100 bit/s 10 Gbit/s
5,76 Mbit/s (HSPA) 50 kbit/s
Transmissão de
7,2 Mbit/s (UMTS) 300 bits/s a
Dados Downlink 1 Gbit/s 1 Mbit/s 30 kbit/s 500 bit/s 20 Gbit/s
14,4 Mbit/s (HSPA) 50 kbit/s
250 ms (UMTS)
Latência 10 - 20 ms 10-15 ms < 10 ms <= 40 ms ~ 40 ms <= 1ms
70 ms (HSPA)
Usuários Ativos por Quilômetro
~ 8.600/km2 10.000/km2 ~60.000/km2 55.000/km2 ~35.400/km2 ~51.000/km2 1.000.00/km2
Quadrado
Não oferece
Mobilidade 100 km/h 350 km/h 300 km/h 6 km/h 40 km/h 500 km/h
mobilidade

rior às demais tecnologias apresentadas. Dispositivos poderão implantação pelas operadoras para as aplicações de Internet
contar com uma alta mobilidade e ainda poderão ter uma alta das Coisas até o lançamento do 5G, visto que elas terão um
taxa de transmissão com uma latência baixa. Além disso, o 5G custo menor se comparadas às tecnologias proprietárias LoRa
poderá conectar a maior quantidade de dispositivos do que e Sigfox.
qualquer outra tecnologia por km2. O 5G, com introdução no mercado prevista para 2021, trará
As outras tecnologias de rede ainda possuem suas um grande impacto em termos de conectividade para
particularidades quanto à sua aplicabilidade em soluções de aplicações de longa distância. Além de oferecer características
IoT. No caso das redes celulares já presentes no mercado, de banda larga, confiabilidade, latência e mobilidade muito
como o UMTS/HSPA e o LTE-A, a taxa de dados é suficiente superiores às existentes no mercado atual, ele tem como
para utilização em aplicações mais simples de realidade objetivo ser uma rede móvel de alta adaptabilidade. O 5G terá
aumentada e streaming de vídeo. Já as tecnologias LPWAN, a capacidade de se adaptar às flutuações de tráfego, podendo
podem ser bem aproveitadas em aplicações de indústrias direcionar dinamicamente serviços, como uma maior taxa de
inteligentes que apresentam complexas redes de sensores e transferência de dados, se uma aplicação ou usuário especifico
não são dependentes de alta mobilidade ou alta taxa de dados. necessitar. Isso permitirá que as operadoras aumentem suas
Há ainda um outro fator extremamente importante para receitas através dos novos serviços e aproveitem a eficiência
aplicações em IoT, que é o consumo de potência das baterias da arquitetura para fazê-los de forma mais econômica.
dos dispositivos inteligentes. As tecnologias LPWAN (LTE- É válido ressaltar que as definições em relação a um padrão
M, NB-IoT, Sigfox e LoRaWAN) possibilitam autonomia de de comunicação para Internet das Coisas e para a definição
bateria de 5 a 10 anos com área de cobertura de 10 a 100km2 integral da rede 5G ainda estão em fase inicial. Portanto, a
[53]. Estima-se que no 5G a vida útil da bateria será de até 10 possibilidade de alterações nos requisitos aqui apresentados
anos para dispositivos de baixa potência em comunicações do não pode ser descartada.
tipo MTC [61].
As tecnologias de rede de celular, assim como as LPWAN, II. REFERÊNCIAS
oferecem vantagens e desvantagens quando se faz uma análise [1] M.R. Palattella, M. Dohler, A. Grieco. Internet of Things in the 5G Era:
para aplicações específicas em IoT. No caso das tecnologias Enablers, Architecture and Business Models. IEEE. DOI
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terão a possibilidade de ter uma alta taxa de transmissão. Para
support the age of IoT. FUJITSU Sci. Tech. J., Vol. 52, No. 4, pp. 68-76.
as tecnologias de rede celular atuais, apesar de oferecerem [3] IEEE, The Institute, Special Report: The Internet of Things.
mobilidade aos dispositivos com uma taxa de dados razoável, http://theinstitute.ieee.org/static/specialIreportItheIinternetIofIthings
não oferecem uma alta longevidade para as baterias dos [4] IEEE, Towards a definition of the Internet of Things (IoT). Revisão 1.
Publicado em 27 de maio de 2015. IEEE Internet Initative.
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a uma busca por tecnologias de comunicação que pudessem projects. Disponível: https://iot-analytics.com/top-10-iot-project-
atender às suas necessidades de conectividade em massa, application-areas-q3-2016/
baixo consumo de energia e confiabilidade. [7] IoT Analytics. IoT basics: Getting started with the Internet of Things.
Disponível: https://iot-analytics.com/wp/wp-
Empresas como Sigfox e o grupo LoraAlliance desen- content/uploads/2015/03/2015-March-Whitepaper-IoT-basics-Getting-
volveram tecnologias LPWAN visando este mercado. No started-with-the-Internet-of-Things.pdf
entanto, como pôde-se observar nesse trabalho, essas redes [8] G1. Google leva testes de carro que dirige sozinho para 4ª cidade nos
EUA. Disponível:
não são adequadas para todas as aplicações de IoT. Entretanto,
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2016/04/google-leva-testes-de-
estas redes podem oferecer uma abordagem mais barata para carro-que-dirige-sozinho-para-4-cidade-nos-eua.html
aplicações que não necessitam de mobilidade. [9] 2G, 3G, 4G … OMG! What G Is Right for IoT/M2M?. Aeris
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http://cdn2.hubspot.net/hub/246745/file-226631113-
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