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VITIMOLOGIA
Toda vez que se infringe uma norma penal surge para o Estado o
dever de punir seu autor para restabelecer a ordem violada e reparar o mal
causado pelo crime.
culpabilidade, devendo ser responsabilizado. E não apenas criminalmente,
mas reparando o dano causado pelo crime.
Classificação de MENDELSON -
La Victimología y las Tendencias de la SociedadContemporanea, Illud, 1981,
p. 21.
mais culpada que o criminoso. As lesões corporais e os homicídios
privilegiados cometidos após injusta provocação da vítima são os exemplos
mais freqüentes. Menachen Amir analisou 646 casos de estupro registrados
pela Polícia de Filadélfia ocorridos entre 1958 e 1960.
Sula Miranda e posteriormente a atriz Ana Paula Arósio praticamente
presenciaram o suicídio de seus companheiros por motivo de abandono e
ciúme.
O homem, afinal, não pode mais resistir e acaba por se degolar com a
mesma navalha com a qual se barbeava. O estertor do suicida, que se ouve
por duas ou três vezes nesse momento, é o único som estranho que fez eco
ao tremendo libelo da mulher - Eduardo Mayr, “Vitimologia”, in Boletim da
Sociedade Brasileira de Vitimologia, julho/agosto de 1988.
a) Vítima resistente;
doença, resolveu prosseguir, aonde veio a falecer. Não se pode, porém,
desconsiderar, que se tratou neste episódio de uma espécie de vitima
coadjuvante ou cooperadora.
a) Vítima indiferente;
Vítima indiferente é a comum, desconhecida pelos criminosos como no
roubo, furto, estelionato etc.
c) Vítima determinada.
NOTA: A polícia gravou uma conversa através do sistema de teleconferência
de 2 presos que cumprem pena em presídios diferentes, os quais
encomendam a um “piloto”, chamado Marcinho, contatado em uma favela em
São Bernardo do Campo, que assassine agentes penitenciários:
Preso 1- “Aí, meus irmãos, uma saudação para todos, sem exceção. Nós
estamos repassando um salve do comando. É um salve para todas as
quebradas e em especial para a região do ABC. O comando está
decepcionado com o ABC, porquê da 1ª vez o ABC foi uma vergonha. Foi
uma vergonha total. Todo mundo participou, vários irmãos morreram
guerreando e o ABC deixou a desejar. Não fez a sua parte. Agora é a hora de
fazer a coisa certa. Nessa quebrada sempre foi tudo lindo e elegante, não é
agora que vai ficar quadrado, certo meus irmãos? Então é o seguinte, este
salve é prioridade e o irmão que não acatar vai ser cobrado
à altura.
O salve é para ficar todo mundo na sintonia, sem exceção. Quando chegar a
hora de ir para o arrebento, todo mundo tem que estar na sintonia. Quem
deixar o telefone na caixa postal vai ser cobrado à altura.”
Preso 2- “ Vamos falar a real. Tá todo mundo sabendo que é o seguinte:
quem der caixa postal vai pagar com a vida, entendeu? É isso. Aí,
maloqueiro, o ABC envergonhou na outra situação. Não vou ficar citando
nomes, mas cada um sabe o que fez, e o que não fez.”
Marcinho - “Certo irmão. Quanto a essa situação, não vai ter nenhum
problema, o salve chegou até mim, e não vai deixar de ser resolvido. Não vai
ter nenhum problema, até já estou falando com mais dois moleques aqui da
área para eles fecharem comigo. Eles vão fechar comigo e nós vamos para o
arrebento.”
Preso 1- “ Você entendeu o salve, meu irmão?” Marcinho- “ Entendi tudo,
sem problema.”
Preso 1- “ É para fazer de 5 a 15 agentes, irmão.” Marcinho- “Entendi. Vai ser
cumprido.”
A promessa não foi cumprida pois Marcinho foi morto, com mais 12 homens,
quando preparava o ataque preparado a agentes do Centro de Detenção
Provisória de São Bernardo do Campo, no dia 26 de junho de 2006, às 6h30.
comum nesta categoria de vitimas simuladas a alegação de que foi atacada,
ofendida e até estuprada para vingar-se de seu inimigo ou simplesmente para
exteriorizar seu ódio, inveja ou ciúmes contra alguém da própria família.
b) Vítima real – fungível e não fungível.
Muitas vitimas nesses casos ficam sem reação devido a rapidez como
se desenrola a ação criminosa e acabam por atender as determinações dos
bandidos. Posteriormente é que a vitima se dá conta que seu familiar
encontra-se bem e nada ocorreu com sua integridade. Vitimas
indiscriminadas são as vitimas comuns, do dia a dia, como nos casos de furto
ou roubo.
6. Classificação de VASILE STANCIU
Les Droits de la Victime, pp. 45 e ss.
a) Vítimas de nascimento;
b) Vítimas dos pais;
c) Vítimas da civilização;
d) Vítimas do Estado;
e) Vítimas da tecnologia.
f) Vítimas denominadas autovítimas;
g) Vítimas políticas.
b) Vítima de si mesma e vítima de crimes alheios;
Vítimas que atuam com culpa inconsciente são as verificadas
principalmente nos acidentes de trânsito e domésticos.
Vítimas que agem com dolo são aquelas que com seu comportamento
ganancioso buscam obter vantagens, desconhecendo muita vezes, que
estão ,na verdade,sendo enganadas pelo vitimário. É a chamada torpeza
bilateral, em que mesmo sendo vitima, atuam com dolo. Vitimas que
provocam o vitimário e morrem devido á reação deste também são
modalidades desta espécie de vitimas.
a) Vítimas Inocentes: são aquelas que não contribuem para o fato delituoso.
Em nada colaboram na consumação do crime. Podem ser citadas como
inocentes as vítimas de infanticídio, de abandono (de incapaz, intelectual,
material), de extorsão mediante seqüestro, de maus-tratos, de produtos
adulterados ou falsificados etc. Vem crescendo assombrosamente no País as
vitimas de Assédio Moral. São aquelas pessoas ofendidas, humilhadas,
menosprezadas continuadamente pelos seus superiores hierárquicos
causando tristeza e sofrimentos prolongados. Ameaças constantes de perda
do emprego, constrangimentos, brincadeiras agressivas são algumas
espécies de assédio que desestabilizam e abalam a auto-estima da vitima.
Tribunal Superior do Trabalho Francisco Fausto defendeu a idéia de criação
de uma vara itinerante integrada por juízes, procuradores do trabalho e
policiais federais, de modo que, num mesmo local e de uma só vez, seja
lavrado o flagrante, efetuada a prisão, feita a representação de ação civil
pública e julgado o acusado por prática de crime de trabalho escravo. O
responsável pelo crime seria julgado na frente dos trabalhadores para
conferir a esses últimos uma noção mais direta e clara de cidadania. A
experiência começaria no Pará, onde se concentram os maiores focos de
trabalho forçado entre as regiões rurais do país. Defrontamo-nos uma vez
com o crime em tela, em que a pessoa humana é reduzida a condição
semelhante à de escravo, tipo previsto no art. 149 do Código Penal. No início
dos anos 80, em Itapevi, indiciamos em inquérito policial os responsáveis por
uma empresa de construção civil que obrigava os operários recrutados da
cidade, em sua maioria migrantes nordestinos, a trabalhar o dia inteiro,
oferecendo-lhes apenas um cafezinho e um pedaço de pão e sem nenhuma
remuneração.
Num trabalho específico de prevenção ao crime contra o patrimônio
que realizamos em Delegacias de Polícia de São Paulo pudemos constatar
que dois componentes básicos, sem contar a ignorância, atuam no
comportamento de pessoas propensas a se tornar essa espécie de vítimas: a
imprudência e a prepotência.
É o denominado crime branco, é o poder público organizado contra o
povo.
verificada em alguns Estados da Federação. Em Roraima funcionava um
esquema desde 1998, quando cerca de 6 mil funcionários que não
trabalhavam – os laranjas – foram incluídos na folha de pagamento do
Estado. Cada deputado participante do esquema apresentava uma lista de
“laranjas” para receber salários entre R$ 400 e R$ 4 mil. Cada “laranja” tinha
que assinar uma procuração em branco cujo outorgado viria a ser uma
pessoa ligada ao deputado: funcionário, parente ou amigo de confiança.
Todos os meses o procurador ia até o caixa e recebia o salário em nome do
“laranja”. Geralmente moradores de regiões pobres de Boa Vista, os
“laranjas” recebiam uma recompensa média de R$ 50 por mês. O resto ia
direto para o bolso do deputado, que às vezes ficava até com a restituição do
imposto de renda do “laranja”.I sso certamente contribui para que 45 milhões
de brasileiros continuem na miséria absoluta.
fraudes e irregularidades. Entre os programas com mais indícios de fraude
estão os convênios da FUNASA (Fundação Nacional da Saúde) para
construção de redes de água e esgoto e instalação de banheiros domiciliares
em regiões carentes, no programa de erradicação de doenças. Talvez por
isso temos 6 milhões de crianças que vivem em pobreza absoluta com falta
de água potável e com condições sanitárias precárias.
O governo tem 120 dias para tomar uma decisão. Se a mesma for
reconhecida, o Estado terá até dezembro do ano seguinte para fazer o
pagamento.
tiveram seus entes queridos assassinados e buscam mudanças na legislação
penal brasileira.