You are on page 1of 6

DOI: 10.1590/1413-81232014193.

01572013 847

OPINIÃO OPINION
Educação em saúde e educação na saúde:
conceitos e implicações para a saúde coletiva

Health education and education in the health system:


concepts and implications for public health

Mirian Benites Falkenberg 1


Thais de Paula Lima Mendes 1
Eliane Pedrozo de Moraes 1
Elza Maria de Souza 1

Abstract The scope of this paper is to analyze the Resumo O presente artigo tem como objetivo
key concepts and expressions related to health edu- analisar os conceitos-chave relativos à Educação
cation and education in the health system and em Saúde e Educação na Saúde e suas interfaces
their interfaces in the field of Public Health. Since no campo da Saúde Coletiva. Embora apresentem
there are various interpretations among health diferenças, é frequente na prática dos serviços, a
professionals regarding such terminologies and utilização das diversas variantes a elas relaciona-
their variants in daily practice, it is necessary to das de forma indistinta. Dessa forma busca-se,
establish the difference between them. Consequen- também, distinguir dentro desses conceitos-cha-
tly, an attempt is also made to establish the diffe- ve as variantes da primeira, tais como, educação
rence between the variants of the first, such as sanitária, educação e saúde, educação para a saú-
sanitary education, education for health and pop- de e educação popular em saúde que significa um
ular health education, which represent a series of conjunto de práticas de educação para indivíduos
practices that involve social participation to in- e comunidade a fim de aumentar a autonomia
crease the autonomy of individuals and the com- das pessoas e da comunidade para que possam fa-
munity in order to make choices and to pursue a zer escolhas e adotar hábitos saudáveis de vida e
healthy lifestyle. The variants of the second in- as variantes da segunda, tais como educação per-
clude ongoing education and in-service education, manente em saúde e educação continuada minis-
namely the education provided to health profes- trada para profissionais de saúde a fim de apri-
sionals to improve their knowledge in the field of morar o conhecimento destes e a atenção dispen-
health, in order to improve the health care afford- sada à população.
ed to the population. Palavras-chave Educação em saúde, Educação
Key words Health education, Ongoing education continuada

1
Programa de Pós-
Graduação em Saúde
Coletiva, Universidade de
Brasília (UnB). Campus
Universitário Darcy Ribeiro
s/n, Asa Norte. 70.910-900
Brasília DF Brasil.
mirianfalk@hotmail.com

19 mirian.pmd 847 5/3/2014, 12:26


848
Falkenberg MB et al.

Introdução como sujeito histórico e social, capaz de propor e


opinar nas decisões de saúde para cuidar de si, de
Os trabalhadores da área da saúde coletiva sa- sua família e de sua coletividade3.
bem que o uso de neologismos é comum e, inevi- A temática deve envolver a compreensão de
tavelmente, passam a usar os novos termos que projetos de sociedades e visões de mundo que se
surgem, atribuindo a eles significados diferentes, atualizam nas formas de conceber e organizar os
ou não. Neologismo significa “palavra ou expres- discursos e as práticas educativas no campo da
são nova, ou antiga com sentido novo”1. As ex- saúde4.
pressões saúde pública e saúde coletiva, atenção As práticas de educação em saúde são ineren-
básica e atenção primária, educação em saúde e tes ao trabalho em saúde, mas muitas vezes estão
educação popular em saúde, educação continu- relegadas a um segundo plano no planejamento
ada e educação permanente são exemplos que e organização dos serviços, na execução das ações
ilustram essa ideia. de cuidado e na própria gestão.
O presente artigo tem como objetivo discutir O termo educação em saúde vem sendo utili-
os conceitos de educação em saúde e educação na zado desde as primeiras décadas do século XX e
saúde e suas interfaces, visto serem áreas de co- para sua melhor compreensão faz-se necessário
nhecimento e práticas relacionadas ao campo da o entendimento da história da saúde pública no
saúde. Na prática dos serviços o uso dos termos Brasil. A expansão da medicina preventiva para
educação e saúde, educação para a saúde, educa- algumas regiões do país, a partir da década de
ção popular em saúde, educação sanitária, educa- 1940, com o Serviço Especial de Saúde Pública
ção permanente e educação continuada têm sido (SESP), apresentava estratégias de educação em
utilizados de forma indistinta pelos profissionais. saúde autoritárias, tecnicistas e biologicistas, em
A fim de reduzir equívocos e facilitar o enten- que as classes populares eram vistas e tratadas
dimento de tais termos entre profissionais e es- como passivas e incapazes de iniciativas própri-
tudantes da área da saúde sugere-se adotar os as5. As ações do Estado se davam por meio das
termos utilizados pelo Ministério da Saúde (MS) chamadas campanhas sanitárias.
em sua Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)2. Outras formas de educação em saúde eram
caracterizadas por ações verticais de caráter in-
Educação em saúde formativo com o intuito de transformar hábitos
de vida, colocando o indivíduo como o respon-
O MS define educação em saúde como: sável pela sua saúde. Um trabalho realizado por
Processo educativo de construção de conheci- Alves e Aerts em 20116 afirma:
mentos em saúde que visa à apropriação temática [...] com o apogeu do paradigma cartesiano e
pela população [...]. Conjunto de práticas do setor da medicina científica, as responsabilidades refe-
que contribui para aumentar a autonomia das rentes às ações de educação em saúde foram dividi-
pessoas no seu cuidado e no debate com os profissi- das entre os trabalhadores da saúde e os da educa-
onais e os gestores a fim de alcançar uma atenção ção. Aos primeiros, cabia desenvolver os conheci-
de saúde de acordo com suas necessidades2. mentos científicos capazes de intervir sobre a do-
As práticas de educação em saúde envolvem ença, diagnosticando-a e tratando-a o mais rapi-
três segmentos de atores prioritários: os profissi- damente possível. Ao educador, cabia desenvolver
onais de saúde que valorizem a prevenção e a pro- ações educativas capazes de transformar compor-
moção tanto quanto as práticas curativas; os ges- tamentos. Essa lógica, além de fragmentar o conhe-
tores que apoiem esses profissionais; e a popula- cimento, não levava em consideração os proble-
ção que necessita construir seus conhecimentos e mas cotidianos vivenciados pela população.
aumentar sua autonomia nos cuidados, indivi- O termo educação e saúde, utilizado ainda hoje
dual e coletivamente. Embora a definição do MS como sinônimo de educação em saúde, pode ter
apresente elementos que pressupõem essa intera- se originado dessa prática, indicando um parale-
ção entre os três segmentos das estratégias utili- lismo entre as duas áreas, com separação explíci-
zadas para o desenvolvimento desse processo, ain- ta dos seus instrumentos de trabalho: a educa-
da existe grande distância entre retórica e prática. ção ocupando-se dos métodos pedagógicos para
A educação em saúde como processo político transformar comportamentos e a saúde dos co-
pedagógico requer o desenvolvimento de um pen- nhecimentos científicos capazes de intervir sobre
sar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a rea- as doenças.
lidade e propor ações transformadoras que le- Exemplo clássico de como se davam as práti-
vem o indivíduo à sua autonomia e emancipação cas educativas em saúde na época ficou registra-

19 mirian.pmd 848 5/3/2014, 12:26


849

Ciência & Saúde Coletiva, 19(3):847-852, 2014


do na obra do escritor infanto-juvenil Monteiro por meio de reflexão, produção de conhecimen-
Lobato, que criou em seu livro Urupês, obra pu- tos e militância em diversas organizações criadas
blicada em 1918, o personagem Jeca Tatu, traba- ao longo deste tempo, tais como a Articulação
lhador rural do Vale do Paraíba (SP), um cabo- Nacional de Educação Popular em Saúde, a Rede
clo que sofria do amarelão, doença posterior- de Educação Popular e Saúde, a Articulação Na-
mente diagnosticada como ancilostomose ou cional de Movimentos e Práticas de Educação
ancilostomíase, denunciando as precárias condi- Popular e Saúde e a Rede de Estudos sobre Espi-
ções de vida da população. À época, as campa- ritualidade no Trabalho em Saúde e na Educação
nhas sanitárias utilizaram a figura do persona- Popular10.
gem indicando que as origens dos problemas de A educação popular em saúde é um movi-
saúde eram de responsabilidade individual, não mento histórico de mudanças, inicialmente pro-
contextualizando os problemas sanitários de for- postas por profissionais de saúde insatisfeitos
ma crítica a partir de mudanças coletivas. com as práticas mercantilizadas e repetitivas dos
Na década de 1990 ainda era comum o uso serviços de saúde, que não atendiam às camadas
do termo educação e saúde, e o conceito apresen- mais necessitadas da população brasileira. Vas-
tava-se como uma área de saber técnico voltada concelos5 considera que a educação popular em
para instrumentalizar o controle dos doentes saúde passou a se constituir em uma estratégia
pelos serviços e a prevenção de doenças pelas de enfrentamento aos problemas de saúde en-
pessoas 7. contrados, procurando fortalecer os movimen-
O desenvolvimento da educação sanitária, tos sociais e criar vínculos entre a ação médica e o
iniciada nos Estados Unidos, deu-se de forma pensar cotidiano da população.
associada à saúde pública, tendo sido instrumento A educação popular em saúde tem uma con-
das ações de prevenção das doenças, caracteri- cepção diferenciada da hegemônica da educação
zando-se pela transmissão de conhecimento. em saúde. Organiza a partir da aproximação com
Mesmo que realizada de forma massiva, como outros sujeitos no espaço comunitário, privilegi-
no caso das campanhas sanitárias no Brasil, a ando os movimentos sociais locais, num enten-
perspectiva não contemplava a dimensão histó- dimento de saúde como prática social e global e
rico-social do processo saúde-doença4. No Bra- tendo como balizador ético-político os interes-
sil o termo foi e ainda é utilizado, como sinôni- ses das classes populares. Baseia-se no diálogo
mo de educação em saúde, mantendo a conota- com os saberes prévios dos usuários dos servi-
ção de práticas educativas verticalizadas. ços de saúde, seus saberes “populares”, e na aná-
Educação para a saúde também é outro termo lise crítica da realidade.
usual ainda hoje nos serviços de saúde. Aqui se A educação em saúde, então, é prática privile-
supõe uma concepção mais verticalizada dos mé- giada no campo das ciências da saúde, em especi-
todos e práticas educativas, que remete ao que Paulo al da saúde coletiva, uma vez que pode ser consi-
Freire8 chamou de educação bancária. Nesse senti- derada no âmbito de práticas onde se realizam
do, é como se os profissionais de saúde devessem ações em diferentes organizações e instituições
ensinar uma população ignorante o que precisaria por diversos agentes dentro e fora do espaço con-
ser feito para a mudança de hábitos de vida, a fim vencionalmente reconhecido como setor saúde11.
de melhorar a saúde individual e coletiva. A educação popular em saúde continua sendo
Muitas práticas educativas nos serviços de hoje um desafio aos gestores e profissionais na
saúde ainda são feitas com esta visão, apesar da busca por práticas integrais, mais voltadas às
participação comunitária estar presente na retó- reais necessidades das populações e consideran-
rica de muitos gestores, profissionais de saúde e do, como suporte para essas práticas, tanto pro-
educadores e preconizada nos princípios e dire- cessos de informação e comunicação como de
trizes do SUS9. participação popular e participação social.
Movimentos sociais, tais como o Movimen- Para promover a educação em saúde, tam-
to de Educação Popular, protagonizado pelo edu- bém é necessário que ocorra a educação voltada
cador Paulo Freire, na década de 1960, influenci- para os profissionais de saúde, e se fala, então,
aram o campo de práticas da educação em saú- em educação na saúde.
de, incorporando a participação e o saber popu-
lar à área, dando lugar a processos educativos Educação na saúde
mais democráticos. Exemplo dessa influência foi
verificado no Movimento de Educação Popular Educação na saúde, de acordo com o glossá-
em Saúde que se formou nos últimos 40 anos, rio eletrônico da BVS12, consiste na produção e

19 mirian.pmd 849 5/3/2014, 12:26


850
Falkenberg MB et al.

sistematização de conhecimentos relativos à for- O segundo momento histórico manifesta-se


mação e ao desenvolvimento para a atuação em na década de 1960 e tem como princípio aceitar o
saúde, envolvendo práticas de ensino, diretrizes adulto como passível de aprender, mas de ma-
didáticas e orientação curricular. neira diferente da criança e do adolescente. O
Os cenários de atuação dos profissionais da enfoque é técnico institucional, devido a isso,
saúde são os mais diversos e com o rápido e cons- aparecem projetos multinacionais de incentivo à
tante desenvolvimento de novas tecnologias. Além capacitação de mão-de-obra16.
de exigências diárias envolvendo inteligência emo- Na década de 1970, o terceiro marco históri-
cional e relações interpessoais se faz necessário co, caracteriza-se pelo pensamento de que o ho-
que haja algo para além da graduação, que possa mem “educa-se a partir da realidade que o cerca
tornar os profissionais sempre aptos a atuarem e, em interação com outros homens, coeduca-
de maneira a garantir a integralidade do cuidado, se”. É uma fase que coloca o homem consciente,
a segurança deles próprios como trabalhadores e dentro da realidade onde vive, interagindo como
dos usuários e a resolubilidade do sistema. sujeito transformador16.
Nesse processo de múltiplas determinações e Complementando o pensamento acima, “o
relações torna-se fundamental o papel das insti- aprendizado adulto é pessoal, é ter a vida como
tuições de serviço para o desenvolvimento das educação, pois é um processo que dura a vida
capacidades dos profissionais, de maneira a con- toda, que todos nós temos em comum e que ali-
tribuir para essa formação. menta o ciclo da mudança de comportamento, é,
Nesse contexto o traço original da educação portanto, um processo de evolução”17. A educa-
deste século é a colocação do indivíduo nos con- ção continuada caracteriza-se por alternativas
textos social, político e ético-ideológico. A educa- educacionais mais centradas no desenvolvimen-
ção no século XX tornou-se permanente e social to de grupos profissionais, seja por meio de cur-
e as ideias universalmente difundidas entre elas é sos de caráter seriado, seja por meio de publica-
a de que não há idade para se educar, de que a ções específicas em determinado campo18.
educação estende-se pela vida e ela não é neutra, Já a educação permanente consiste em ações
mas engajada13. educativas embasadas na problematização do pro-
Para tanto, há duas modalidades de educa- cesso de trabalho em saúde e que tenham como
ção no trabalho em saúde: a educação continua- objetivo a transformação das práticas profissio-
da e a educação permanente. nais e da própria organização do trabalho, toman-
A educação continuada envolve as atividades do como referência as necessidades de saúde das
de ensino após a graduação, possui duração de- pessoas e das populações, a reorganização da ges-
finida e utiliza metodologia tradicional, tais como tão setorial e a ampliação dos laços da formação
as pós-graduações, enquanto a educação perma- com o exercício do controle social em saúde12.
nente estrutura-se a partir de dois elementos: as O desafio da educação permanente é estimu-
necessidades do processo de trabalho e o proces- lar o desenvolvimento da consciência nos profis-
so crítico como inclusivo ao trabalho14. sionais sobre o seu contexto, pela sua responsa-
Para o Glossário eletrônico da BVS12, educa- bilidade em seu processo permanente de capaci-
ção continuada, consiste no processo de aquisi- tação. Assim, é necessário que os serviços de saú-
ção sequencial e acumulativa de informações téc- de revejam os métodos utilizados em educação
nico-científicas pelo trabalhador, por meio de permanente, de forma que esta seja um processo
escolarização formal, de vivências, de experiên- participativo para todos. Ela tem como cenário
cias laborais e de participação no âmbito institu- o próprio espaço de trabalho, no qual o pensar e
cional ou fora dele. o fazer são insumos fundamentais do aprender e
O primeiro grande marco da educação conti- do trabalhar19. Essa seria uma educação muito
nuada aconteceu na década de 1950, com a reu- mais voltada para a transformação social do que
nião de Elsinor, ocorrida na Dinamarca em 1959, para a transmissão cultural13.
patrocinada pela Unesco, em que se discutiram os Para a construção do SUS é fundamental a
fins e os métodos da educação de adultos e o pa- reorientação do modelo assistencial vigente e he-
pel da cooperação internacional, na reconstrução gemônico no país. Este modelo, que resulta de
do pós-guerra. O enfoque desse encontro era a uma combinação complementar e, ao mesmo
compreensão de que todo conhecimento sofre tempo, antagônica do modelo médico privatista
transformações, sendo necessário aprender a ca- e do modelo assistencial “sanitarista” dicotomiza
pacitar-se. O lema vigente na época era “Há de a assistência e a prevenção20. Acrescentaríamos
ajustar-se a um mundo novo em mutação”15. que ele ainda ignora a promoção da saúde, a qual

19 mirian.pmd 850 5/3/2014, 12:26


851

Ciência & Saúde Coletiva, 19(3):847-852, 2014


extrapola o sistema de saúde para uma aborda- educação popular em saúde, inseridas nos currí-
gem mais ampla que envolve a integração inter- culos de educação continuada e nas ações de edu-
setorial e o entendimento abrangente da saúde cação permanente em saúde, visando uma for-
como um fenômeno também social que “empo- mação profissional em saúde mais adequada às
dera” indivíduos e comunidade. necessidades de saúde individuais e coletivas, na
Faz-se essencial compreender o que traduz um perspectiva da equidade e da integralidade.
modelo assistencial e, sobretudo, o que implica
sua reorientação. O modelo de atenção ou mode-
lo assistencial “[...] é uma dada forma de combi- Considerações finais
nar técnicas e tecnologias para resolver proble-
mas e atender necessidades de saúde individuais e Considera-se importante distinguir e caracteri-
coletivas. É uma razão de ser, uma racionalidade, zar os conceitos-chave de educação em saúde e
uma espécie de lógica que orienta a ação”20. educação na saúde, visto que são práticas funda-
É possível perceber, voltando o olhar para o mentais nesse campo. Apesar de suas distinções
cenário atual, que há necessidade de complemen- apresentam conexões que devem ser alvo de re-
tação do atual modelo de atenção assistencialista, flexão por parte dos atuais e futuros profissio-
centrado na doença, excessivamente especializa- nais de saúde.
do e ainda prioritariamente hospitalar, por um Na educação em saúde deve ser enfatizada a
modelo integral, que priorize a promoção da saú- educação popular em saúde, que valoriza os sa-
de e a prevenção de agravos, e que utilize a educa- beres, o conhecimento prévio da população e não
ção em saúde de forma participativa e dialógica. somente o conhecimento científico. Na educação
Contudo, alterações no processo de formação na saúde deve ser enfatizada a educação perma-
profissional e reflexão sobre suas práticas podem nente em saúde, de maneira a buscar nas lacunas
auxiliar nessa mudança de paradigma. de conhecimento dos profissionais, ações direci-
É importante, então, a utilização de metodo- onadas a qualificação dos processos de trabalho
logias de ensino-aprendizagem participativas e em saúde considerando as especificidades locais
dialógicas, tais como as utilizadas nas ações de e as necessidades do trabalho real.

Colaboradores

MB Falkenberg, TPL Mendes, EP Moraes e EM


Souza participaram igualmente de todas as eta-
pas de elaboração do artigo.

19 mirian.pmd 851 5/3/2014, 12:26


852
Falkenberg MB et al.

Referências

1. Ferreira ABH. Mini Aurélio: o dicionário da língua 12. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria-Exe-
portuguesa. Curitiba: Positivo; 2010. cutiva. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Edu-
2. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de cação na Saúde. Glossário temático: gestão do tra-
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. De- balho e da educação na saúde. Brasília: Editora do
partamento de Gestão e da Regulação do Trabalho Ministério da Saúde; 2009. (Série A. Normas e Ma-
em Saúde. Câmara de Regulação do Trabalho em nuais Técnicos).
Saúde. Brasília: MS; 2006. 13. Gadotti M. Perspectivas atuais da Educação. São
3. Machado MFAS, Monteiro EMLM, Queiroz DT, Paulo em Perspectiva 2000; 2(14):3-11.
Vieira NFC, Barroso MGT. Integralidade, forma- 14. Motta JIJ, Ribeiro ECO, Worzoler MCC, Barreto
ção de saúde, educação em saúde e as propostas do CMG, Candal S. Educação permanente em saúde.
SUS – uma revisão conceitual. Cien Saude Colet Olho Mágico 2002; 9(1):67-78.
2007; 12(2):335-342. 15. Barroso MGT, Varela ZMV. Educação continuada:
4. Morosini MV, Fonseca AF, Pereira I. Educação em requisito básico para o crescimento profissional. In:
Saúde. In: Pereira IB, Lima JCF, organizadores. Anais do XXXI Congresso Brasileiro de Enfermagem,
Dicionário de Educação Profissional em Saúde. Rio Fortaleza, 1979. Fortaleza, Associação Brasileira de
de Janeiro: EPSJV; 2008. p. 155-162. Enfermagem – seção Ceará, p. 101-106. 1979.
5. Vasconcelos EM. Participação popular e educação 16. Luz S. Educação continuada: estudo descritivo de
nos primórdios da saúde pública brasileira. In: instituições hospitalares. O mundo da saúde 2000;
Vasconcelos EM, organizador. A saúde nas palavras 24(5):343-351.
e nos gestos: reflexões da Rede de Educação Popu- 17. Koerich MS. Enfermagem e patologia geral: resgate e
lar nos Serviços de Saúde. São Paulo: Editora Huci- reconstrução de conhecimentos para uma prática
tec; 2001. interdisciplinar [dissertação]. Florianópolis: Uni-
6. Alves GG, Aerts D. As práticas educativas em saúde versidade Federal de Santa Catarina; 2002.
e a Estratégia Saúde da Família. Cien Saude Colet 18. Backes VMS, Schmidt SMS, Nietsche EA. Educação
2011; 6(1):319-325. continuada: algumas considerações na história da
7. Stotz EM. Enfoques sobre educação e saúde. In: educação e os reflexos na enfermagem. Texto Con-
Valla VV, Stotz EM, organizadores. Participação po- texto enfermagem 2003; 12(1):80-88.
pular, educação e saúde: teoria e prática. Rio de 19. Ricaldoni CAC, Sena RR. Educação permanente:
Janeiro: Relume-Dumará; 1993. p. 11-22. uma ferramenta para pensar e agir no trabalho de
8. Freire P. Pedagogia do oprimido. 17ª Edição. São enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2006;
Paulo: Paz e Terra; 1987. 14(6):837-842.
9. Brasil. Presidência da República. Lei 8.080, de 19 20. Paim JS. Modelos de atenção e vigilância da saúde.
de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições In: Rouquayrol MZ, Almeida-Filho N, organiza-
para a promoção, proteção e recuperação da saú- dores. Epidemiologia e saúde. 6ª Edição. Rio de Ja-
de, a organização e o funcionamento dos serviços neiro: Medsi; 2003. p. 567-586.
correspondentes e dá outras providências. Diário
Oficial da União 1990; 20 set.
10. Gomes LB, Merhy EE. Compreenderndo a educa-
ção popular em saúde: um estudo na literatura bra-
sileira. Cad Saude Publica 2011; 27(1):7-18.
11. Paim J, Almeida Filho N. Saúde Coletiva: uma “nova Artigo apresentado em 08/01/2013
saúde pública” ou campo aberto a novos paradig- Aprovado em 15/03/2013
mas? Rev Saude Publica 1998; 32(4):299-316. Versão final apresentada em 20/03/2013

19 mirian.pmd 852 5/3/2014, 12:26

You might also like