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GLOSSÁRIO DE TERMOS CERVEJEIROS

ABV: Sigla de Alcohol by Volume, "Álcool por Volume" em inglês. É definido


como o volume em ml de etanol puro em 100 ml de uma solução a 20°C. Ou
seja, uma cerveja com 10% de ABV contém 10 ml de etanol puro a cada 100
ml de cerveja.

Adjunto: No contexto de produção de cervejas, considera-se adjunto qualquer


ingrediente que não seja água, malte, lúpulo ou levedura. Quase tudo pode ser
um adjunto: grãos não maltados, açúcares, frutas, flores, ervas, especiarias
etc.

Ale: Uma das três grandes famílias cervejeiras. Agrupa todos os estilos
produzidos com leveduras Ale (também conhecidas como de alta fermentação),
geralmente da espécie Saccharomyces cerevisiae. Esta levedura trabalha em
temperaturas mais elevadas, entre 15 e 25°C e caracteriza-se pela produção
de ésteres frutados.

Atenuação: A atenuação diz respeito a quanto dos açúcares fermentáveis do


mosto de fato foram consumidos pela levedura. Uma determinada cerveja,
quando bem atenuada, tenderá a ser mais seca (ou seja, menos doce) e/ou
mais alcoólica do que quando for pouco atenuada.

Brassagem: Sinônimo de maceração dos maltes, etapa na qual os açúcares


são extraídos dos grãos através da atuação de diferentes enzimas ativadas
pelo aquecimento da água em diferentes temperaturas.

Belgian Lace: Resíduo de espuma que se prende à parede das taças, muito
comum em cervejas belgas. Sua presença é indicativo de boa qualidade.

Brettanomyces: Gênero de levedura empregada na produção de alguns


estilos de cerveja e vinho, "prima" das Saccharomyces que são mais
comumente utilizadas. Produz ácido acético – considerado defeito em alguns
estilos e desejável em outros – e compostos aromáticos com notas animais
(couro, estábulo etc).

Candy sugar: Açúcar invertido cristalizado. É um adjunto utilizado


principalmente nos estilos da Escola Belga com o intuito de potencializar o teor
alcoólico de uma cerveja, porém sem aumentar seu corpo. Existem diversas
variedades de cores de Candy Sugar, cada uma mais adequada a determinado
estilo.

Carbonatação: Teor de gás carbônico (dióxido de carbono - CO₂) presente na


cerveja.
Cervejaria cigana: Cervejaria que não tem fábrica própria, ou seja, terceiriza
sua produção na fábrica de outra cervejaria.

Chill Haze: Termo em inglês para Turbidez a Frio, é um defeito meramente


estético (não altera aroma ou sabor) e aceitável em muitos estilos quando
servidos em baixas temperaturas. Acontece quando alguns elementos
presentes na cerveja (proteínas, taninos e polifenóis) reagem entre si,
aglutinando-se.

Drinkability: Termo subjetivo usado para descrever o quanto uma cerveja é


fácil de beber. Uma cerveja com baixo drinkability sacia ou torna-se enjoativa
mais rapidamente do que uma com alto drinkability. Importante lembrar que
este termo não reflete qualidade técnica ou sensorial, pois uma cerveja com
baixo drinkability pode mesmo assim ser de excelente qualidade.

Dry Hopping: Técnica originada na Inglaterra e hoje muito utilizada em


cervejas da escola americana. Trata-se da adição de lúpulo seco (por isso o
termo "Dry Hop") nas etapas frias de produção.

EBC: Sigla de European Brewery Convention, "Convenção Europeia de


Cervejarias" em inglês. Junto com a SRM, é uma das escalas mais utilizadas
para medir a cor das cervejas atualmente. Avalia a cor de cervejas medindo o
comprimento de onda da luz ao passar por 1 cm³ de cerveja. Nas cervejas seu
espectro vai de aprox. 4, que seria uma cor amarelo-palha como em uma
Berliner Weisse, até 80, que seria preto opaco como em uma Imperial Stout.

Ésteres: Compostos químicos responsáveis pelos variados aromas frutados


presentes caracteristicamente nos estilos belgas como Belgian Tripel, Belgian
Dubbel e Belgian Dark Strong Ale. Podem remeter a diferentes frutas como
banana, damasco, pêssego, banana-passa, figo, ameixas etc.

Fenóis: Compostos químicos responsáveis pelos aromas de cravo-da-índia e


noz moscada nas cervejas.

Fermentação: Processo no qual a levedura consome os açúcares


fermentáveis do mosto, transformando-os em álcool etílico e gás carbônico
(dióxido de carbono - CO₂).

FG: Sigla de Final Gravity, "Gravidade Final" em inglês. Refere-se à densidade


da cerveja após a fermentação.

Goblet: Modelo de taça tipo Cálice, indicada para cervejas de estilos Trapistas.

Graus Plato (°P): Unidade de densidade comumente encontrada em cervejas


tchecas. Esta escala mede a quantidade de açúcares no mosto em proporção à
água. Ou seja, uma cerveja com 14°P tinha 14% de sua massa em açúcares e
86% de água antes da fermentação (gravidade original - OG).
Growler: Garrafão para transporte de cerveja. Geralmente feito de cerâmica,
vidro ou aço inox. Existem growlers de diferentes capacidades, sendo o mais
comum entre 1 e 3 Litros.

Hectolitro (hl): Medida de volume que representa 100 Litros. É


frequentemente utilizada para descrever volume de produção industrial de
cerveja.

Helles / Heller: Hell significa "claro" em alemão. Portanto, a tradução de


Munich Helles significa "Clara de Munique", assim como Heller Bock significa
"Bock Clara". A variação no fim das palavras se deve à declinação dos
adjetivos no idioma alemão.

Hidromel: Bebida fermentada à base de mel. Existem diversas variações com


adição de frutas (Melomel), ervas e especiarias (Metheglin), cereais maltados
(Braggot), entre outras.

Homebrewing: Prática de produção caseira de cervejas. Quem pratica este


hobby é denominado homebrewer, ou cervejeiro/a de panela.

IBU: Sigla de International Bitterness Unit. É uma escala para medir o amargor nas
cervejas, sendo que 1 IBU = 1 mg de alfa ácido (α-ácido) isomerizado por Litro de
cerveja.

Lactobacillus: Gênero de bactérias que contribuem para a fermentação de


alguns tipos de cerveja, como as Berliner Weisse. Normalmente conferem às
cervejas acidez e perfil láctico.

Lager: Uma das famílias cervejeiras. As Lagers são também chamadas de


cervejas de "baixa fermentação". Engloba estilos como Bohemian Pilsner,
Schwarzbier, Doppelbock, entre outros.

Lambic: Uma das famílias cervejeiras. Trata-se de cervejas produzidas através


de fermentação espontânea, com as leveduras presentes no ar. Engloba estilos
como Gueuze, Faro e Kriek Lambic.

Levedura: Também chamada de levedo ou fermento. Termo genérico para as


diversas espécies de fungos unicelulares responsáveis pelo consumo de
açúcares fermentáveis – presentes no mosto de cervejas, vinho e massas de
pão, por exemplo –, transformando-os em álcool etílico e gás carbônico
(dióxido de carbono - CO₂). A origem da palavra vem do latim levare, que
significa "crescer" ou "fazer crescer".

Lovibond (°L): Antiga escala de cor desenvolvida por Joseph Lovibond na


década de 1860. A escala, orginalmente desenvolvida para avaliar a cor de
gases porém depois utilizada para avaliar a cor de diversos óleos, produtos
químicos, alimentos e bebidas, consistia em diversos discos de vidro tingido.
Seu espectro é muito próximo ao da escala SRM, mais recente e precisa.
Lúpulo: Espécie de trepadeira que produz flores empregadas na fabricação de
cerveja por serem ricas em uma resina que traz amargor e aroma às cervejas.

Lúpulos nobres: Apelido dado às variedades de lúpulos tradicionais da


Alemanha, República Tcheca e outras regiões produtoras de lúpulo da Europa
Continental. De modo geral apresentam aromas florais e terrosos,
característicos dos estilos da Escola Alemã / Tcheca. Entre alguns lúpulos
nobres estão Tettnanger, Hallertau, Saaz e Strisselspalt.

Malte: Matéria-prima rica em açúcares fermentáveis produzida a partir da


germinação e secagem de diferentes grãos, geralmente cevada e trigo.

Maltose: Subproduto da hidrólise do amido e principal substância de reserva


energética de células vegetais, composta por duas moléculas de glicose. É o
principal açúcar presente nos grãos germinados (malte), por isso recebeu o
nome Maltose.

Maturação: Processo após a fermentação no qual a cerveja é mantida em


torno 0°C por algumas semanas para sedimentar todas as partículas sólidas e
"arrendondar" os sabores. Muitas vezes adjuntos como frutas, ervas e
especiarias são adicionados nesta etapa, assim como o dry-hopping.

Mosto: Líquido resultante da maceração dos maltes e fervura dos lúpulos, rico
em açúcares, que quando fermentado torna-se cerveja.

Off Flavor: Defeito sensorial encontrado nas cervejas devido à falhas de


produção, armazenamento, transporte e/ou serviço.

OG: Sigla de Original Gravity, "Gravidade Original" em inglês. Refere-se à


densidade do mosto antes da fermentação.

Ounce (oz.): Unidade de volume do Sistema Imperial utilizado pelos EUA e


alguns outros países, chamada de "onça líquida" em português. Uma onça
líquida equivale a aproximadamente 29,5 ml, portanto uma garrafa de 12 oz.
(354,8 ml) equivale a uma garrafa long neck (355 ml).

Pasteurização: Processo de esterilização de alimentos como cerveja, leite e


queijos, desenvolvido por Louis Pasteur em 1864. Consiste no aquecimento do
produto abaixo de seu ponto de ebulição por alguns minutos e subsequente
resfriamento.

Perlage: Termo que vem do francês Perle, "pérola". Diz respeito às borbulhas
finas de gás carbônico formadas por bebidas bem carbonatadas como
espumantes, champagne e alguns estilos de cerveja. Quanto menores e mais
abuntantes forem as bolhas, melhor.

Pint: Modelo de copo tradicionalmente utilizado em Pubs ingleses e,


posteriormente, bares norte-americanos devido à sua grande capacidade e por
ser facilmente empilhável. O nome vem de uma unidade de volume do Sistema
Imperial Britânico referente a 1/8 de um galão. Os pints ingleses, chamados
de Nonic Pint, tem capacidade de 568 ml, enquanto os pints americanos,
chamados de Shaker Pint, tem capacidade de 473 ml. Esta diferença em
volume reflete a diferença do volume de um galão nos sistemas imperiais de
cada país, que é aprox. 20% menor nos EUA.

Refermentação na garrafa: Nas cervejas refermentadas na garrafa, também


chamadas de condicionadas em garrafa (em inglês bottle-conditioned), ocorre
um fermentação secundária dentro da embalagem. A cerveja é engarrafada
sem ser filtrada e, quando necessário, com uma pequena carga adicional de
açúcares (priming). Neste processo as leveduras continuam trabalhando após
o envase, gerando naturalmente mais gás carbônico. Geralmente são cervejas
bem carbonatadas e quase sempre apresentarão sedimentos no fundo da
garrafa. Este processo é muito comum em cervejas belgas.

Reinheitsgebot: Nome em alemão da Lei de Pureza Alemã, promulgada em


1516 pelo Duque Guilherme IV da Baviera. Determinava que apenas três
ingredientes eram permitidos na produção de cerveja: água, malte e lúpulo.
Está em vigência até hoje, com diversas atualizações como a inclusão da
levedura, na época desconhecida.

Saccharomyces: Nome científico do gênero de leveduras responsáveis pela


fermentação da maioria das cervejas.

Sazonal: Cerveja sazonal é aquela cuja produção é atrelada a determinada


data ou época do ano. Exemplos incluem cervejas de Natal, Páscoa, Inverno,
Verão, Halloween, etc.

Session: As cervejas Session (não confundir com Saison, que é um estilo da


escola Belga) são versões de qualquer estilo, mantendo-se as demais
características como aromas e gostos, porém com teor alcoólico reduzido. É
possível produzir uma cerveja Session a partir de qualquer estilo, como por
exemplo Session IPA, Session Pilsen ou Session Porter. Até mesmo Session
Saison!

Sedimento: Depósito de partículas geralmente encontrado no fundo de


garrafas de cervejas não filtradas. Em alguns casos, como nas Hefeweizen,
compõe o perfil sensorial da cerveja. Em outros casos, como na maioria das
cervejas belgas, deve ser deixado na garrafa sem misturá-lo à cerveja.

SG: Sigla de Specific Gravity, "Gravidade Específica" em inglês. Trata-se de


uma escala de medição de densidade que compara a massa de um
determinado líquido com a massa do mesmo volume de água. No contexto da
produção de cervejas pode se referir a uma medição de densidade em
qualquer etapa do processo produtivo, porém geralmente é usada como
sinônimo de OG.

Sidra: Bebida fermentada à base de maçã.

Single Hop: Termo que pode ser traduzido como "Lúpulo Individual". Refere-se
a cervejas que utilizam apenas uma variedade de lúpulo em sua receita.
Single Malt: Termo que pode ser traduzido como "Malte Individual". Refere-se
a cervejas que utilizam apenas uma variedade de malte em sua receita.

SMaSH: Sigla de Single Malt and Single Hop, "Malte Individual e Lúpulo
Individual" em português. Refere-se a uma cerveja produzida com apenas um
tipo de malte e apenas um tipo de lúpulo.

Snifter: Modelo de taça baixa, bojuda e com boca fechada, como uma taça de
conhaque. É indicada para cervejas aromáticas, complexas e alcoólicas.

Sommelier ou Sommelière: Profissional especialista sobre a história,


características sensoriais, harmonizações e serviço dos diferentes estilos de
cerveja. Existem também Sommeliers (homens) e Sommelières (mulheres) de
outras bebidas como vinho e chá.

SRM: Sigla de Standard Reference Method, "Método de Referência Padrão"


em inglês. Junto com a EBC, é uma das escalas mais utilizadas para medir a
cor das cervejas atualmente. Avalia a cor de cervejas medindo o comprimento
de onda da luz ao passar por 1 cm³ (= 1 ml) de cerveja. Nas cervejas seu
espectro vai de aprox. 2, que seria uma cor amarelo-palha como em uma
Berliner Weisse, até 40, que seria preto opaco como em uma Imperial Stout.

Tanino: Polifenol de origem vegetal, abundante nas partes lenhosas de plantas


e em frutos verdes (não maduros). Traz sensação de adstringência e amargor.

Tina de mostura: Recipiente onde ocorre a brassagem, ou maceração dos


maltes. Geralmente em microcervejarias tem capacidade de 250 a 2.000 Litros.

Tumbler: Modelo de copo de paredes retas e espessas, com fundo oitavado.


Indicado para Witbiers, cervejas de trigo da escola belga.

Turbidez: Redução da transparência de um líquido. Nas cervejas é comum


encontrar turbidez devido a presença de leveduras (por não serem filtradas) e
partículas de lúpulo (geralmente quando emprega-se a técnica de dry hopping)
em suspensão. Em alguns casos pode ocorrer também devido ao Chill
Haze ("Turbidez a frio" em inglês).

Trub: Sedimento deixado pelo lúpulo após a fervura e pelas leveduras


dormentes após o término da fermentação.

Wet Hopping: Processo similar ao Dry Hopping, com a diferença de serem utilizados
lúpulos frescos e não processados ao invés de lúpulo seco ou em pellets.
Zitologia: O estudo da cerveja. O nome vem do grego "Zythos", palavra usada pelos
egípcios para se referir a cerveja.

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