Roteiro Godofredo Viana

O romancista caboclo / O mestre da prosa cabocla

Seq. 1 – Introdução : O autor de « Por onde Deus não

andou »

Imagens rurais antigas, principalmente de babaçuais. Foto

da capa de « Por onde Deus não andou » (1ª edição) e
imagem de Godofredo Viana.

Off 1 (locutor) : Às margens do Rio Itapecuru,

numa paisagem repleta de babaçuais, nasce o
triângulo amoroso formado por Amândio, Inácia e
Alberto. Estamos no interior do Maranhão, início
do século XX. Os costumes, as formas de falar e
as lendas que emergem desse universo foram
imortalizados no romance « Por onde Deus não
andou ». Seu autor, mais conhecido como jurista e
político, é Godofredo Viana.

Seq. 2 – Biografia básica / O jurista

Imagens antigas de Codó (ou outra cidade parecida do

interior do Maranhão), de São Luís e Salvador (fim do
séc. XIX, início do séc. XX). Outra foto diferente de
Godofredo Viana, se houver. Fotos das obras jurídicas
dele.

Off 2 (locutor) : Nascido em Codó a 14 de junho

de 1878, Godofredo Viana ainda criança se muda
para São Luís. Depois de realizar estudos
básicos, segue para Salvador, onde se forma em
Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Livre
de Direito, no ano de 1903.

Sonora 1 : Dino diz que ele se destacou na

faculdade como orador. 01 :13 :08 :00 a
01 :15 :32 :05 (a partir de « … ali ele se
destacou »)
Sonora 2 : Sálvio Dino diz que ele foi um grande
jurista. 01 :57 :57 :10 a 01 :58 :30 :08
Sonora 3 : Dino conta sua trajetória como jurista
depois de chegar de Salvador e das obras que
produziu na área jurídica. 01 :15 :47 :15 a
01 :16 :50 :22
Seq. 3 – Oficina dos Novos

Imagens de SLZ do início do século e imagens que remetam

à Oficina dos Novos e Renascença Literária (seus membros,
boletins, escritos de seus membros, etc.)

Off 3 (locutor) : Naquela primeira década do

século XX, São Luís começava a se despertar de um
período de marasmo cultural.

Sonora 1 : Dino conta como havia sido o período

áureo, quando MA era « Atenas Brasileira ».
01 :17 :51 :17 a 01 :19 :21 :07 (só até « … no
campo da cultura literária »).
Sonora 2 : Neres fala do contexto da época.
01 :18 :46 :05 a 01 :19 :18 :22
Sonora 3 : Dino fala das agremiações que surgiram
para mudar a situação. 01 :20 :02 :19 a
01 :20 :29 :02
Sonora 4 : Neres fala que autores se juntam na O.
dos Novos para trazer uma mudança de pensamento.
01 :18 :29 :13 a 01 :18 :42 :13
Sonora 5 : Dino fala dos integrantes da Oficina e
destaca o nome de Godofredo Viana. 01 :20 :29 :07
a 01 :21 :25 :01

Seq. 4 – Político e escritor

Imagens do grupo fundador da AML, de Godofredo Viana como

governador, de notícias relacionadas a seu governo, de
escritas dele, de bico de pena escrevendo.

Off 4 (locutor) : Uma das figuras mais brilhantes

do grupo fundador da Academia Maranhense de
Letras, Godofredo Viana acaba atraído pela vida
pública.

Sonora 1 : Dino fala da data em que G. Viana

governou o MA e lista seus principais feitos.
01 :21 :54 :09 a 01 :22 :35 :00
Sonora 2 : Neres diz que Viana, como escritor,
foi vítima da política. 01 :14 :38 :04 a
01 :14 :49 :07 (só até « … dentro da
literatura »). / 01 :15 :23 :11 a 01 :15 :46 :07
Sonora 3 : Dino diz que Viana era um autor de
estilo mais livre. 01 :24 :55 :14 a
01 :25 :25 :21 / introduz « Por onde Deus não
 andou ». 01 :23 :37 :22 a 01 :24 :25 :23 (a
partir de « Ele era um prosador… »).

Seq. 5 – « Por onde Deus não andou »

Capa e interior do livro (1ª edição). Imagens de regiões

rurais do Maranhão (babaçuais, rios, barcos).

Off 5 (locutor) : Publicado postumamente em 1946,

« Por onde Deus não andou » é a obra mais
conhecida e elogiada de Godofredo Viana.

Sonora 1 : Neres elogia « Por onde Deus não

andou ». 01 :20 :20 :10 a 01 :20 :38 :05
Sonora 2 : Dino conta a história da obra.
01 :26 :48 :18 a 01 :27 :28 :07 / 01 :27 :41 :23
a 01 :27 :49 :17 / 01 :28 :11 :06 a 01 :28 :
53 :15 / 01 :31 :02 :05 a 01 :31 :14 :12

Bico de pena escrevendo, páginas do livro OU ator lendo

em um local com ares de casa-grande (por exemplo, a
Morada Histórica de São Luís)

Leitura trecho do livro (1):

Sentado na rede, Amândio tinha os olhos presos na
lazarina, que a luz nascente da manhã destacava
na parede negra da palhoça. Os pensamentos
ferviam-lhe na cabeça atribulada. Não era
possível aqui, não. Pura invenção desses bandidos
e invejosos. Só porque o engenheiro dava atenção
a ele e à mulher, os malvados já estavam
‘maginando’ aquelas porqueiras todas. Sá Inácia
não era a sem vergonha que eles pensavam, como as
murixabas deles, que andavam ‘pulos’ mato com os
outros homens. Era uma moça séria.

OU

- Bós-noite, sô doutor.
- Boa noite. Infelizmente, não tenho onde vocês
assentem…
- Não tem mal ; nóis senta no chão. Gente tá
vindo aqui preguntá se seu dotô não percisa de
nóis pra quarqué coisa.
- Muito obrigado. Então, como vão vocês ?
 - A gente véve, seu dotô. Seu doutô tá gustando
disto aqui ?
- Muito. Acreditem que invejo vocês. São mais
felizes que nós outros que moramos por essas
capitais afora…
- Quem disse, meu branco ! Quem disse… Apois
vasmicê, que vem da Corte, cumo pode achá bom
esses matão brabo ! Meu branco, isto é TERRA
POR ONDE DEUS NÃO ANDOU.

Imagens das páginas do livro e das capas de suas duas

edições.

Sonora 3 : Dino fala do final do romance.

01 :33 :04 :21 a 01 :33 :45 :21.
Sonora 4 : Neres comenta o estilo do livro, que
privilegia a fala popular. 01 :29 :35 :13 a
01 :30 :07 :07

Seq. 6 – Legado de Godofredo Viana

Imagens dos livros de Godofredo Viana (capa e interior),

de jornais e revistas em que colaborou. Fotos / desenhos
do escritor.

Off 6 (locutor) : Além de « Por onde Deus não

andou », Godofredo Viana publica ainda dois
livros : « Terra de Ouro », em 1935, e « Ocasião
de pecar », em 1939. Ao longo de sua vida,
colabora em inúmeros jornais e revistas. Teria
deixado também um livro de poesias inédito,
« Versos de Outrora ». Morre no Rio de Janeiro, a
12 de agosto de 1944, mais reconhecido por seu
papel político que por sua obra literária.

Sonora 1 : Neres diz que hj em dia as pessoas não

o conhecem como escritor. 01 :24 :58 :20
01 :25 :11 :03
Sonora 2 : Dino fala da herança cultural de
Godofredo Viana. 01 :33 :53 :02 a 01 :34 :37 :08
Sonora 3 : Neres diz que o grande legado dele
também é histórico. 01 :24 :18 :20 a
01 :24 :41 :05
Seq. 7 – Prólogo

Imagens desfocadas de um barco, do mar, de São Luís vista

da baía de São Marcos, fundindo-se com escritos do livro.

Leitura trecho livro (2) : O engenheiro, no

convés, debruçado à amurada, olhava para a terra,
absorto… O mar, à medida que o vapor se afastava,
ia puxando a cidade para o fundo. E ela ia
sumindo, sumindo… De repente, de longe, uma onda
cresceu, branca de espuma, e engoliu as duas
torres da igreja de Santo Antônio.

Fade out.

FIM