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GRAAPET

Gerador de Van de Graaff com garrafas PET

ARTESANAT
O
CIENTÍFICO
A sucata vira
conceito

{Exclusividade do
Feira de Ciências}

Prof. Luiz Ferraz Netto [Léo]


leobarretos@uol.com.br

Objetivo
Construir e analisar o funcionamento de um gerador eletrostático de Van de
Graaff usando garrafas PETs; um Artesanato Científico; uma proposta de
reaproveitamento de embalagens PET para os alunos construírem aparelhos
científicos para suas escolas.

Introdução
De fato, este não é o primeiro aparelho que produzi usando de garrafas PET;
é apenas parte (inédita) da série que apresento, em forma de Show, sob o
tema Artesanato Científico. A série toda, já com mais de 30 montagens, utiliza
de garrafas Pets para experimentos científicos dos mais diversos segmentos
da Física. Todos eles serão apresentados aqui no Feira de Ciências. É, antes
de tudo, uma aplicação social, reunindo Arte + Educação + Ciência.

O gerador eletrostático de Van de Graaff, equipamento que não pode faltar


nas aulas de Eletrostática e em Feiras de Ciências, está já detalhado na
nossa Sala 11, assim como a variante do mini gerador, nos links:
http://www.feiradeciencias.com.br/sala11/11_03.asp ;
http://www.feiradeciencias.com.br/sala11/11_49.asp

Apresento-lhes agora o GRAAPET, ou simplesmente, Grapete, nome com


que batizei o aparelho, parte lembrando um gostoso refrigerante dos tempos
de infância e parte para dar os devidos créditos ao físico Van de Graaff.
Vamos a ele.

Material

2 garrafas PET de 2 litros (dei preferência às garrafas cilíndricas, sem


enfeites, tipo guaranás populares);
2 garrafinhas PET de 250 mL (ditas "pichulinhas", optei pela Mini Schin
Guaraná);
1 base de madeira pesada de (30x15x2) cm, envernizada;
1 tira de borracha amarela de 3,5 a 4,0 cm de largura e cerca de 50 cm
de comprimento;
2 pedaços de (5x4) cm de tela metálica fina;
1 haste cilíndrica de latão de 2 mm de diâmetro (são vendidas com 1 m
de comprimento);
1 forma de alumínio para fazer "pão de forma", cerca de (35x12x6) cm;
1 conector Sindall com duas secções (retirar a parte metálica);
1 pequeno motor elétrico de 3 a 6 volts (carrinhos de brinquedo);
1 porta pilhas + pilhas ou fonte de alimentação de 3 ou 6 volts.

As garrafas de 2L, aparafusadas na base de madeira, servem de coluna de


apoio da cúpula e de mancais para os 2 roletes (2 pitchulinhas). Como ainda
não fui comprar a forma de alumínio em forma de paralelepípedo de
(35x12x6)cm, usei uma forma redonda de fazer bolo como cúpula. Com a
haste de latão foram feitos os eixos dos roletes.

Veja na 6a foto que a parte metálica dos conectores Sindall foram usadas
para travar as extremidades dos eixos de modo a não saírem dos mancais
(garrafas de 2L). A escova inferior (de tela metálica) foi travada na base com
uma barrinha de alumínio e serve para ligar o ´fio terra´ do gerador. A escova
superior está fixada na própria cúpula.

Ilustrações

A "pichulinha" (250 mL) Base de madeira, eixos e escovas


A correia de borracha alaranjada
Pequeno motor elétrico de 3 a 6 volts

Conjunto básico da montagem Detalhes do material

Vista geral dos componentes Montagem do rolete inferior


Montagem do rolete superior Estrutura básica

Colunas, roletes e cúpula 95% da montagem (frente)

95% da montagem (traseira) Detalhe do motor


Bom sucesso aos amigos do Feira de Ciências. Qualquer dúvida:
leobarretos@uol.com.br
REPET
Motor de Repulsão com garrafas PET

ARTESANATO
CIENTÍFICO
A sucata vira
conceito

{Exclusividade do Feira de
Ciências}

Prof. Luiz Ferraz Netto [Léo]


leobarretos@uol.com.br

Objetivo
Construir um motor de repulsão eletrostática com garrafas PETs.
Funcionamento deste tipo de motor e uso do gerador CC de alta tensão (25
kV). Aproveitamento de sucatas.

Introdução
Apresento-lhes agora o RePet, um motor de repulsão eletrostática com
garrafas Pet e ´escovas´ iônicas. O princípio básico deste motor já o
apresentamos no trabalho "Motor eletrostático de garrafas, com três
garrafas PETs" (clique no link para visitar este trabalho --- recomendado).

Material

1 garrafa PET de 1 L, cilíndrica, transparente;


1 garrafinha PET de 250 mL, pichulinha da Schin;
1 ilhós macho
1 eixo metálico, 3 a 4 mm diâmetro, 15 a 20 cm de comprimento;
1 base de madeira pesada, algo como (15 x 10 x 4) cm;
1 folha de alumínio fino, (50 x 6) cm (folha de offset fina);
1 pedaço de arame ø =1 mm e 15 cm comprimento;
cola de contato, tesoura, etc.

Ilustrações
Rosca numa extremidade do eixo e ilhós
Material básico
macho

Furo central na tampa e colocação do ilhós Furo central na base da pichulinha

PET de 1 L cortada a 3/4 Estator, rotor e eixo


Lâminas do estator (grandes) e rotor
As duas partes básicas
(pequenas)

Fixação do eixo e estator na base Rotor com as 5 lâminas coladas

Estator com as duas lâminas e escovas


Montagem de teste no gerador de alta tensão
(arames)
Outra visão da montagem em teste (cola
Detalhe das escovas
secando)

Motor funcionando! Motor funcionando!

Meu estoque de borracha e tela esta Gerador de alta tensão com triplicador
acabando! valvulado
Detalhe da ´escova´
Detalhes do estator
Variantes de montagens

Rotor de pichulinha PET 250 ml; estator de


As três montagens
latas de energéticos

Bom sucesso aos amigos do


Feira de Ciências.

Qualquer dúvida:
leobarretos@uol.com.br

Embalagens de filmes de 36 mm
MOTOR ELETROSTÁTICO DE GARRAFAS
(Motor eletrostático 01)

Prof. Luiz Ferraz Netto


leobarretos@uol.com.br

- Apresentação
- Material necessário
- Fontes de energia
- Montagem do rotor
- Montagem dos estatores
- Montagem das pontas
- Fazendo funcionar
- O mistério do experimento
- Variações do experimento
- Não funcionou?

Apresentação

Este motor eletrostático simples foi construído com três garrafas plásticas
(PET) de refrigerante de 2 litros e folha de alumínio - material esse
inteiramente caseiro. Funciona com corrente elétrica de intensidade de fração
de um microampère, mas pode girar com velocidade bastante alta, mesmo
acima de 1.000 rpm!

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Material necessário
. Base de material isolante (plástico, vidro ou madeira seca bem envernizada).
. Três garrafas de refrigerante de 2 litros, pelo menos uma delas com tampa.
. Folha de alumínio (papel-alumínio simples ou com face gomada).
. Agulha de tricô rígida (cobertura plástica, com alma de aço), nº 3 ou nº 3,5.
. Ilhós (macho).
. Dois pedaços de fio de cobre rígido (fio 1,5 mm2, desencapado) de 20 cm de
comprimento cada um.
. Supercola.

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Fontes de Energia Eletrostática

Para um funcionamento perfeito, esse motor requer tensão mínima de 5.000


volts DC (do inglês Direct Current, ou CC - Corrente Contínua). Essa tensão
pode ser obtida de diferentes fontes de energia eletrostática <>(consulte o seu
professor sobre qual dessas fontes poderá ser disponibilizada para esse
experimento): gerador eletrostático de Van der Graaff ou VDG (de melhor
rendimento), máquina eletrostática de Wimshurst, máquina elétrica com tubo
de PVC, gerador de íons negativos, antena sustentada por balão (balão de
hidrogênio suportando fio com agulhas no topo), eletróforo grande (requer
umidade zero), máquina eletrostática de Kelvin (máquina de gotas de água;
que faz o motor girar em baixa velocidade), técnica do liga-desliga a tevê
(fonte eletrônica de alta-tensão) DC e até mesmo com um balão de borracha
atritado contra um tecido de flanela. Para feiras de Ciências em escolas, é
recomendável o gerador eletrostático de Van der Graaff, seja tocado à
manivela ou motorizado.

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Montagem

Montagem do rotor

1. Ache o centro exato do fundo da garrafa de refrigerante que irá funcionar


como rotor. Faça nesse ponto um furo de diâmetro ligeiramente maior que a
espessura da agulha de tricô. Recomenda-se que esse furo seja feito com
furadeira elétrica e broca na medida correta. Tire todas as rebarbas.

2. Ache o centro exato da tampinha da garrafa e faça nesse ponto um furo de


diâmetro igual ao do ilhós macho.
3. Introduza, de dentro para fora, o ilhós no furo da tampinha, observando se
ficou bem apertado nesse orifício. Se necessário, fixe o ilhós na tampinha com
supercola (à base de cianoacrilato, como Superbonder, ou à base de epóxi,
como Araldite) ou massa epóxi (como Durepóxi de secagem rápida).
Atenção: Não deixe entrar cola dentro do ilhós!

4. Rosqueie a tampinha na garrafa com firmeza. Introduza, em seguida, a


agulha de tricô pelo orifício no fundo da garrafa e leve a ponta até tocar o
fundo do ilhós. Recomenda-se que o plástico da ponta da agulha seja retirado,
deixando para fora apenas 1,5 cm da alma de aço dessa agulha. A
extremidade livre dessa ponta de aço deve ser desbastada com lima fina para
tomar uma forma arredondada.
Faça, então, o primeiro teste de rotação da garrafa ao redor da agulha apoiada
no ilhós. Segure firme a parte da agulha que restou fora da garrafa e faça a
garrafa girar. A garrafa deve girar livremente, com atrito quase zero.
Atenção: Essa etapa deve ser muito bem trabalhada, pois desse ajuste vai
depender quase todo o funcionamento do motor.

5. Você deverá, agora, fixar a agulha no centro da base isolante.


Primeiramente corte a saliência no pé da agulha (deixe a garrafa de lado para
essas operações). Faça, no centro da base, um orifício com um diâmetro
ligeiramente menor que o diâmetro da agulha. Fixe o pé da agulha nesse
orifício com muita firmeza, formando um eixo vertical. Coloque a garrafa-rotor
nesse eixo e teste novamente com que facilidade se dá a rotação. Uma
gotinha de lubrificante colocada no ilhós pode ajudar.

6. Para preparar as tiras de papel-alumínio que devem ser coladas no rotor,


proceda como explicamos a seguir. Corte uma tira de papel-alumínio de 28,5
cm de comprimento por 18 cm de largura. Divida essa tira, ao longo de seu
comprimento, em três novas tiras iguais - teremos três tiras de 9,5 cm por 18
cm. Coloque as três tiras uma sobre a outra e, com uma tesoura, arredonde os
cantos. Com cola para borracha fixe as três tiras ao redor da garrafa-rotor,
deixando um espaçamento uniforme entre elas (cerca de 1,25 cm).
Dicas
a) Com uma lâmina, cortar o rótulo plástico da garrafa e dividi-lo em três
partes, dando o devido espaçamento entre uma e outra - esses pedaços de
rótulo serão um bom guia para se cortarem as tiras de alumínio;
b) É mais prático comprar um pedaço de papel-alumínio que já vem gomado
em uma das faces (aliás, o alumínio desse papel é mais espesso que o
comumente vendido em rolos para uso doméstico). Existem folhas de
revestimento, tipo Contact, aluminizadas. Essas são as recomendadas.
Atenção.: Se você optar pela colagem do papel-alumínio comum com cola de
sapateiro ou de borracha, as bolhas que ficarem devem ser perfuradas com
alfinete e o papel alisado com uma colher. Está pronto o rotor.

Atenção: Em uma das montagens feitas pelo autor desse artigo, o mancal de
ilhós foi substituído pelo gargalo de uma ampola de injeção (dessas que o
farmacêutico corta com uma serrinha e joga no lixo!), com resultados
excelentes. O atrito despertado entre aço e vidro é bem menor que aquele que
se origina entre o aço e o metal do ilhós.

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Montagem dos estatores

1. Cole tiras de papel-alumínio ao redor de cada garrafa-estator, como se


fossem rótulos do refrigerante. Os próprios rótulos das garrafas servirão de
molde para o corte do papel-alumínio. Não deixe bolhas, fure-as com alfinete e
alise com uma colher. O papel-alumínio gomado ainda é a melhor opção.
Deixe pelo menos 2 cm livres próximo aos fundos das garrafas.
2. Fixe os fundos das garrafas-estatores na base de apoio do motor
eletrostático usando cola de silicone ou à base de epóxi de secagem rápida.
Cada estator deve ficar cerca de 1,25 cm distante do rotor.

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Montagem das pontas de escoamento

1. Faça um S em uma das extremidades de cada fio de cobre rígido (fio 1,5
mm2, descascado).

2. Fixe cada S bem no meio de cada estator, usando fita gomada (fita isolante
ou de embalagem) e deixe o restante do fio bem horizontal. Cuidado para que
a cola não penetre entre o S e o alumínio, formando um isolante entre eles.
Essas pontas de escoamento funcionarão como "escovas", semelhantes
àquelas das máquinas eletrostáticas de Whimshurt.
3. As pontas dos fios devem ficar próximas do rotor, mas sem tocar nele!

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Fazendo funcionar

São necessários pelo menos 5.000 volts DC para o bom funcionamento do


motor. Como já dissemos, esta "alta" tensão está disponível em diversas
máquinas eletrostáticas. O gerador eletrostático de Van der Graaff, quer
movido a motor quer a manivela, é sem dúvida o mais recomendado.

Há fontes eletrostáticas que oferecem dois terminais de acesso (um + e outro


-) e, nesses casos, basta interligar esses terminais com os estatores do motor
eletrostático. Se você usar uma máquina de Van der Graaff, ligue um dos
estatores à esfera superior e o outro à base de metal do gerador. Se sua fonte
apresenta apenas um dos terminais, ligue-o a um dos estatores; o outro
estator, neste caso, deve ser aterrado, o que pode ser feito ligando-o ou a uma
torneira, ou a uma pia de metal, ou a uma janela metálica ou até mesmo ao
terminal de terra de uma tomada de 110 volts AC (do inglês Alternate Current,
ou CA - Corrente Alternada). Use lâmpada néon para identificar o terminal de
terra da tomada.
Em alguns casos, o simples toque com o dedo no estator livre aterrado é
suficiente para o rotor começar a girar. Uma placa metálica (ou uma grelha de
churrasqueira) colocada no chão e ligada ao estator livre é outra opção.

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O mistério do experimento

Por que a garrafa-rotor gira?

Se a garrafa-rotor gira, e cada vez mais velozmente, é porque deve haver um


torque proporcionado por força na periferia dessa garrafa. De onde vêm essas
forças que originam o torque? É aqui que entra a eletrostática. O estator ligado
ao pólo positivo da fonte eletriza-se positivamente, e o outro estator,
negativamente. Por meio das pontas de escoamento, as cargas dos estatores
são encaminhadas às placas de alumínio do rotor. É nessa fase que utilizamos
o "poder das pontas". A placa abaixo da ponta positiva torna-se positiva e a
placa abaixo da ponta negativa torna-se negativa.

Ocorre um par resultante de repulsões tangenciais (torque): o estator positivo


repele a placa-rotor positiva e o estator negativo repele a placa-rotor negativa.
Com a repetida passagem de cada placa-rotor pelas proximidades das pontas
de escoamento, ocorrem minúsculas faíscas (eflúvios) que se encarregam das
trocas de polaridades, mantendo sempre na posição tangencial cargas de
mesmo sinal e suas conseqüentes repulsões. Como o torque é contínuo, a
velocidade do rotor continuaria aumentando sempre. Na prática, isso não
ocorre, pois, numa dada rotação, o rotor estabiliza por causa da resistência
viscosa (arraste) imposta a ele pelo ar, que se torna turbulento junto ao rotor.

Se o motor inteiro pudesse ser colocado para girar no vácuo, esse aumento de
velocidade ocorreria realmente, se não fosse pelo fato de que uma faísca não
pode existir no vácuo - ela pode ocorrer apenas onde há ar, mesmo rarefeito,
pois é o ar que se transforma em plasma que efetua a condução das cargas
elétricas. Seria necessário, nesse caso, dotar as extremidades das pontas de
escoamento de uma espécie de "pente" de fios muito finos e flexíveis, e estes
deveriam tocar as placas do rotor, funcionando como verdadeiras escovas. Um
novo tipo de atrito, então, apareceria, limitando de qualquer maneira a
velocidade de rotação.

Nota: Esse motor eletrostático com dois estatores (fixos) e o rotor com três
seções é uma cópia exata de um pequeno motor DC do tipo bobina-ímãs. Se
você já abriu um desses motorzinhos, deve ter reparado que o rotor apresenta
três seções (três enrolamentos) ligados a três comutadores, dois ímãs laterais
e um par de escovas. A corrente elétrica polariza as seções do rotor com o
mesmo tipo de pólo que os ímãs fixos, e um par de forças magnéticas
tangenciais determinam a rotação do rotor, por repulsão.
No nosso motor, substituímos a corrente elétrica por cargas elétricas
estacionárias, os campos magnéticos por campos elétricos, os ímãs por
estatores eletrizados e as escovas por pontas de escoamento.

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Variações do experimento

Comentários sobre o experimento original

Mexi novamente no motor eletrostático de três garrafas e, como a


experimentação é um processo maravilhoso, aqui estão as novidades.

1. Primeiro experimento. Preparei um novo rotor com seis tiras de papel-


alumínio (em lugar de três, conforme o protótipo), de 4 x 18 cm e afastamento
entre elas de 1,3 cm. Coloquei o novo rotor entre os estatores já prontos e... a
rotação aumentou 100%. Sucesso!

2. Segundo experimento. Preparei um novo rotor sem nenhuma tira de papel-


alumínio, só a garrafa plástica. Coloquei a garrafa-rotor entre os estatores já
prontos, liguei o VDG (que é um modelo pequeno, com esfera de 10 cm de
diâmetro) e ela girou! Dessa vez, o próprio plástico da garrafa ficou eletrizado
por influência e rodou.

3. Terceiro experimento. Agora ficou bastante claro para mim que as tiras de
papel-alumínio das garrafas-estatores também podiam ser dispensadas. Enchi
de água duas garrafas plásticas limpas (3 cm abaixo do gargalo) e enfiei um
fio de cobre desencapado dentro de cada uma e liguei nas correspondentes
pontas de escoamento. Liguei o GVDG e... rodou para valer! Creio que a
mesma rotação conseguida no primeiro experimento. A garrafa até canta ao
atritar-se contra o eixo de madeira envernizada (que coloquei em substituição
à agulha de tricô) no orifício do fundo da garrafa-rotor. Não há dúvida de que
esse é o motor eletrostático mais simples possível: três garrafas de
refrigerante, um eixo de madeira dotado de um alfinete na extremidade
superior, um ilhós, dois pedaços de fio de cobre... e água!

Bem, é isso aí. Já montei uns vinte tipos de motores eletrostáticos. Estou me
aprimorando nisso.

Creio até que vou fundar (via Internet) um clube que só mexa com altas-
tensões: VDG, Tesla e motores eletrostáticos.

Usei meu VDG pequeno, pois vi que resolvia o problema, mas tenho outro com
cúpula de 30 cm de diâmetro (duas taças esportivas de cobre encaixadas uma
na outra). É um estouro!

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Não funcionou?

E se o motor não girar?

A intenção deste anexo é prevenir certas falhas e "gatos" bastante comuns em


montagens caseiras.

É raro um dispositivo caseiro funcionar logo na primeira vez. A ansiedade é,


em geral, uma das causas mais freqüentes, chegando-se a esquecer até
mesmo daquilo que é mais corriqueiro, como "espetar" o plugue na tomada!
De início perguntamos:
Que fonte de energia você está usando para acionar o motor?

Antes de se aventurar com fontes mais fracas, tais como balões de borracha
atritados com flanela (veja o parágrafo 2 do experimento principal, onde
citamos eletróforos, máquina eletrostática de Kelvin, etc), comece usando
fontes mais fortes como uma máquina de Van der Graaff ou o "truque" de ligar
e desligar a tevê (ou um monitor antigo de computador).

É sempre bom começar com uma fonte boa e, depois dos devidos ajustes,
tentar com outras mais fracas - porém não menos empolgantes. Esses
motores funcionam com corrente muito baixa, porém com tensões altas (são
necessários, no mínimo, 5.000 volts DC). Isso pode ser facilmente conseguido
com fontes eletrostáticas robustas. Obs.: As pilhas não podem fazer isso, a
menos que você tenha pelo menos 4.000 delas associadas em série para
obter os 5.000 V!

Além da fonte, há outros possíveis contratempos: "Sua garrafa-rotor gira


livremente? Muito, muito livremente?" Pois é, deve ser assim, o atrito deve ser
mínimo. Um bom teste é dar um ligeiro impulso para que a garrafa-rotor entre
em rotação e, uma vez abandonada, deve dar pelo menos umas cinco voltas
por conta própria. Verifique o ponto de contato entre a ponta metálica da
agulha e o ilhós. Se necessário, troque o ilhós por um mancal de vidro (gargalo
de ampola de injeção, conforme sugerimos). Não use a tampa plástica,
tentando fazer um rebaixo no seu centro para apoiar a agulha; a tampa é muito
frágil e vai acabar sendo perfurada. A garrafa-rotor deve girar muito livremente,
caso contrário as forças eletrostáticas não conseguirão movê-la.

Falemos das pontas de escoamento.

Os fios de cobre devem estar diretamente encostados nas tiras de papel-


alumínio das garrafas-estatores. Podem ser fixados com fita adesiva, fita
isolante ou fitas gomadas; deve-se, entretanto, tomar cuidado para que tais
"gomas" ou "colas" não penetrem entre os fios e as tiras de papel- alumínio.
Uma boa técnica é colocar sobre o S do fio de cobre (que é a extremidade a
ser fixada no estator) uma rodela de papel-alumínio (ou uma chapinha fina de
estanho) e, a seguir, cobrir com fita adesiva.

Não esqueça que as pontas de escoamento fazem parte das garrafas-


estatores, mas que suas extremidades livres devem situar-se,
aproximadamente, no plano transversal que contém o eixo da garrafa-rotor,
perto da superfície desta, mas sem tocá-la. Esse ajuste de distância é muito
importante e vai depender muito da tensão utilizada. Tensão alta - maior
distância; tensão mais baixa - menor distância.

Se pequenas faíscas saltarem entre as pontas dos comutadores a garrafa-


rotor, produzindo um chiado, não se espante, tudo está normal. Mesmo que
você não enxergue as faíscas, o seu chiado as denuncia. São esses "pentes"
de gás ionizado (que podem ser vistos como pequenas faíscas) entre as
pontas e o rotor que farão o papel de escovas em seu motor. A ausência de
chiado indica que a tensão está muito baixa ou que há problemas de
indesejáveis fuga de cargas em alguma parte da montagem. Com um bom
Van der Graaff, essa distância entre pontas de escoamento e rotor poderá ser
de 2 a 5 cm.

Cuidado com objetos metálicos próximos, eles sofrem o fenômeno de indução


e diminuem o potencial do gerador e do motor.

Tenha certeza de que exista um caminho completo entre a fonte de


alimentação e o motor, sem fugas através de fios desencapados (somente a
extremidade dos fios que alimentam o motor deve estar desencapada e em
contato direto com a base do motor).

Para que não haja dúvidas quanto ao escoamento indesejado de cargas, por
que você não fixa os estatores sobre pires de plástico ou de louça? É uma
sugestão.

Verifique se não há faísca saltando entre as garrafas-estatores e a garrafa-


rotor. Se houver, o espaçamento entre elas deve ser aumentado. Esse
espaçamento é importante para o bom funcionamento do motor, pois as forças
eletrostáticas decrescem abruptamente com a distância.

Cada tipo de fonte requer um reajuste nesse espaçamento (e entre o rotor e os


estatores e também entre o rotor e as pontas de escoamento). Só cole
definitivamente as garrafas-estatores na base após ter certeza do bom
funcionamento do motor com a sua fonte de alimentação. Em geral, 1 a 1,5 cm
é o espaçamento adequado.

Mais um problema:
a umidade relativa do ar.

Se ela está alta, ao redor dos 90%, é possível que estejam ocorrendo fugas da
própria fonte para a terra e das tiras de papel-alumínio para a terra (através do
plástico das garrafas e da base). Isso pode ser resolvido usando de um
secador cabelo no conjunto todo. (Cuidado, não mantenha o secador por muito
tempo sobre as garrafas, pois o plástico poderá amolecer e se deformar.)

Para testar como anda a umidade por ocasião de seu experimento, corte
algumas tiras de lenço de papel e fixe-as com pequeno pedaço de fita durex
em sua máquina de eletrizar. Em funcionamento, essas fitas devem elevar-se
bastante sobre o terminal eletrizado.

Bem, parece-me que essas recomendações são suficientes para que você
tenha bastante sucesso com seu experimento, na dúvida, entre em contato
com o autor: leobarretos@uol.com.br .

Promova e divulgue as Feiras de Ciências, elas são os melhores e mais


eficientes modos de divulgar a Ciência e sua Escola.

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Motor elétrico 3 VCC com PET

ARTESANATO CIENTÍFICO
A sucata vira conceito

{Exclusividade do Feira de Ciências}

Prof. Luiz Ferraz Netto [Léo]


leobarretos@uol.com.br

Objetivo
Montagem de um motor elétrico elementar do tipo repulsão eletromagnética.
Estudar a conversão de energia elétrica em energia mecânica. Apresentar e
estudar o funcionamento do interruptor magnético (reed-switch); sincronização
das interrupções.

Material

1 garrafa PET (qualquer capacidade volumétrica);


1 base de madeira (20x15x1) cm;
1 haste cilíndrica de madeira com ponteira de aço;
1 ilhós macho (ou mancal superior equivalente);
1 cantoneira em L;
1 canelinha de máquina de costura de acrílico;
1 sensor de lâminas (reed-switch);
2 pequenos e finos ímãs (cerca de 1x1 cm);
2 terminais para conexões, fio de cobre esmaltado (#24 a #30)

Montagem
Para procedimentos e teoria veja:
http://www.feiradeciencias.com.br/sala22/motor30.asp , onde se substitui a
rolha horizontal pela garrafa PET vertical ou
http://www.feiradeciencias.com.br/sala22/motor35.asp , onde se substitui o
Kinder-ovo horizontal pela garrafa PET vertical.

Bom sucesso!
Barômetro com PET

ARTESANATO
CIENTÍFICO
A sucata vira conceito

{Exclusividade do Feira de Ciências}

Prof. Luiz Ferraz Netto [Léo]


leobarretos@uol.com.br

Finalidade
Medir a pressão atmosférica.
Pressão atmosférica é a grandeza escalar que nos informa a distribuição do
peso dos gases que constituem nossa atmosfera sobre as superfícies sobre
as quais têm contato. Se a superfície está limitada a uma porção de área A o
valor da pressão atmosférica se calcula por: P = p/A, onde p é o peso da
coluna atmosférica sobre a superfície de área A. Com p em newtons (N) e A
em m², P resulta em pascal (Pa), que são as unidades no Sistema
Internacional.

Existem basicamente dois tipos de


barômetros: os de mercúrio e os
aneróides. O mais conhecido barômetro
de mercúrio é o de Torricelli, que
consiste simplesmente em um tubo de
vidro cheio de mercúrio, invertido em
uma cuba, também contendo mercúrio. A
pressão atmosférica equilibra uma
coluna de 760 mm de mercúrio ao nível
do mar (1,0132 bar ou 101.325 Pa). Para
melhorar a precisão é necessário fazer
as correções para a temperatura
ambiente e aceleração da gravidade
local. Eis uma ilustração da montagem:

Existem modelos que usam a coluna de mercúrio de diferentes maneiras para


aumentar a precisão, como os barômetros diferenciais de coluna em U.
Nestes barômetros, uma câmara de gás ou ar (geralmente um globo de vidro)
serve de volume de controle para medir a alteração de pressão medida pela
diferença de uma pequena coluna de mercúrio ou outro fluido. Esta coluna
ainda pode ser montada inclinada para aumentar a sensibilidade do
instrumento.

Os sistemas aneróides usam um micrômetro para medir a deflexão de um


diafragma colocado sobre uma cuba de vácuo parcial. Depois de aferidos com
um barômetro de mercúrio, estes são os preferidos, pois têm grande
sensibilidade e são bastante portáteis. Por este motivo são muito usados em
estações móveis e nos altímetros de aviões.

Nosso Barômetro de PET é um modelo didático que agrupa os tipos


diferencial e aneróide. No caso, a
flexibilidade da garrafa PET faz o papel da membrana flexível.

Material

Base de madeira de 20x15 cm;


suporte de madeira de 30x10 cm;
garrafa PET de 500 mL (bem flexível);
tubo em T (plástico ou vidro);
tubo em L (plástico ou vidro);
tubo em U (plástico ou vidro), 6 mm, 15 cm;
tubo de látex 6mm (sorinho);
presilhas plásticas

Montagem
Procedimento
No tubo em U colocar pequena quantidade de água colorida (ocupando cerca
de 1,5 cm da base do tubo em U). Soltar a tampa da garrafa para equilibrar a
pressão atmosférica em ambos os ramos do tubo em U (a água colorida fica
bem na base do tubo em U); apertar a tampa da garrafa.

Qualquer variação da pressão atmosférica será denunciada pela


movimentação do filete de água colorida, indicando acréscimo ou diminuição
da pressão local. O sistema é sensível à temperatura.
Absorção das radiações com PETs

ARTESANATO CIENTÍFICO
A sucata vira conceito

{Exclusividade do Feira de Ciências}

Prof. Luiz Ferraz Netto [Léo]


leobarretos@uol.com.br

Objetivo
Evidenciar a absorção relativa entre superfícies pretas e brancas.

Material

2 termoscópios de bulbos pintados de preto opaco e branco (nota


construtiva);
1 lâmpada 'spot' de 117V/100 W e respectivo soquete;
2 copos com água;
1 conexões em T para aquário e torneira;
1 suporte adequado.

Montagens
a) usando termoscópios escolares
A plataforma (mdf) serve de suporte para o soque-
te da lâmpada e para as ´pichulinhas´. O circuito
elétrico, com a lâmpada adequada, pode ser para
117 V ou 220 V. Use líquido colorido como índice
no tubo plástico flexível de comparação diferen-
cial.

Dois termoscópios são preparados de modo que o bulbo de um deles tem,


externamente, uma camada de tinta preta opaca e o outro tinta branca (2
xícaras de café com tinta látex para parede, uma delas tingida de preto com o
pó adequado para isso).
Os tubos verticais são mergulhados em água (colorida, de preferência) com a
torneira de ligação aberta para a atmosfera. Mediante um tubo de borracha
ligado á torneira aspira-se parte do ar existente nos termoscópios, baixando-
se igualmente a pressão interna em ambos e, isso se observa pela subida de
colunas de água, de iguais alturas, nos ramos verticais. A seguir, a torneira é
fechada de modo que os termoscópios tornem-se independentes.

Acende-se uma lâmpada 'spot' de 117 V de 100 ou 150 W próxima aos bulbos
e eqüidistante deles. Como a quantidade de radiação recebida pelos bulbos
são iguais, adquirirá maior pressão interna (o que se observa pelo
abaixamento da coluna de água no ramo vertical) aquele que apresentar
maior aquecimento, denotando a maior absorção da radiação incidente.
O experimento mostra que o bulbo cuja superfície é pintada de preto absorve
mais calor que aquele pintado de branco.
À direita acima a versão com garrafas PETs tipo ´pitchulinha´.

b) usando termoscópios improvisados


Para experimentos em sala de aula e mesmo em feiras de ciências, existem
várias variantes para a construção desses termoscópios. Citamos:

1) Usar de lâmpadas incandescentes queimadas, com bulbos transparentes.


Retira-se todo o 'miolo' da lâmpada e fixa-se um tubo de vidro ou plástico
transparente em sua base usando-se de 'durepóxi'. Unem-se esses tubos, sob
a base, com uma mangueira plástica contendo água colorida. Eis o visual da
montagem:

2) Usar garrafas PETs transparentes de 300 ml (ou as pichulinhas), com tubos


plásticos inseridos (e colados) em suas tampas. Esta é nossa versão nestas
páginas de Artesanato Científico.

3) Usar pequenos frascos de 'remédio', transparentes, com tubos plásticos


inseridos em suas tampas de borracha etc.

Nota: Para interligação entre ramos e torneira pode-se utilizar dos


equipamentos utilizados em aquários ou soros.

c) usando 'termoscópio' de isopor


Uma variante interessante para mostrar o fenômeno da absorção da luz (e
calor) por um objeto e como essa absorção pode variar com a cor do objeto
foi a apresentada por Marcelo M. F. Saba, no Clube de Ciências Quark.
O material usado é extremamente simples: bloco de isopor, canetas coloridas
e lupa. Vejamos como se faz:

Em um dia de sol tente queimar um pedaço de isopor com o auxílio de


uma lupa. Nada acontecerá.
A seguir, desenhe um 'ponto' preto no isopor e tente novamente, desta
vez colocando o foco da lupa no ponto preto. Repita o procedimento
com outras cores.
Observe que a absorção da luz e portanto de calor varia conforme a cor
do objeto iluminado. Um objeto é branco pois reflete todas as cores.
Assim, a quantidade de energia absorvida pelo isopor é pequena; no
entanto, após ser colorido de preto ele 'derrete', pois a cor preta absorve
todas as cores 'contidas' na luz solar.

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