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Em Portugal, sabe-se que entre 2010 a 2016 o número de amputações do membro inferior (MI) tem vindo a diminuir. Apesar da informação acerca da incidência das amputação do MI na
população portuguesa ser escassa, sabe-se que são realizadas aproximadamente três amputações do MI por dia. Este tipo de amputação pode ter várias etiologias, nomeadamente
traumatismo, neoplasia, infeção, patologia vascular periférica ou diabetes.1-2
O processo de reabilitação de um amputado de MI, tem como objetivo aumentar as capacidades físicas, mentais e sociais do indivíduo, reintegrando-o da melhor forma na sociedade. O
processo de reabilitação deve ser adequado e aplicado de forma consciente, de modo a maximizar os resultados após a amputação.2
Há um amplo consenso de que o processo de reabilitação deve incluir a aplicação de instrumentos que permitam quantificar a mobilidade, o desempenho das atividades diárias e a qualidade de vida
(QV) do amputado. Contudo, não existe consenso sobre quais os instrumentos e/ou escalas que devem ser aplicados, de acordo com o tipo de amputação.2
Apesar de atualmente não existir nenhum método padrão para definir os níveis-K, sendo maioritariamente baseado na perceção
Nível de Classificação Funcional (nível-K)
subjetiva do profissional. Tal como o processo de reabilitação, a atribuição do nível-K deve também ela ser sustentada por métodos
de quantificação e validação.2,3
Aplicabilidade dos instrumentos na avaliação do nível-K O componente protésico de um
paciente com amputações do MI
Objetivo: Através de questionários de auto-relato e testes de desempenho físico, determinaram se existem diferenças na QV e capacidade depende em grande parte do
nível-K atribuído.3
física em amputados de MI, com aplicação de uma prótese classificada com nível funcional K3 vs. K4. Determinaram se o nível-K pode ser
previsto com precisão, utilizando algum dos métodos de avaliação aplicados.2,3
Este consiste em 4 categorias ou
"níveis-K" que descrevem a
Nível-K3
Nível-K4 mobilidade funcional do paciente.3
Tem capacidade para deambular com cadência
Tem capacidade ou potencial para deambular além
variável e para transpor barreiras. Típico de um
das competências básicas de deambulação,
amputado que se desloca na comunidade e
apresentando níveis de impacto, stress ou energia
poderá ter atividade física, profissional ou
elevados. Este nível inclui a maioria das crianças,
terapêutica, que exija a utilização da prótese
adultos ativos ou atletas amputados.3
além da simples locomoção.3
6 Minute Walk Test (6MWT) 10 Meter Walk Test (10MWT) Time Up Go (TUG) Amputee Mobility Predictor (AMP)
• Avalia a função e a resistência da • Considerado o teste mais válido na avaliação • Avalia a velocidade de marcha • Constituído por 21 atividades, que permitem aferir
caminhada. Os pacientes foram clínica da velocidade de caminhada. Foi confortável, o equilíbrio dinâmico, a o equilíbrio e deslocamento estático e dinâmico. A
instruídos a percorrer um caminho conduzido com velocidades auto- rotação e as transferências. Os pontuação total varia de 0 a 47, tendo a aplicação
retangular, na maior distância selecionadas (10MWT-SS) e rápidas pacientes foram instruídos a da AMP uma duração de aproximada de 15
possível, caminhando rapidamente, (10MWT-F). Os pacientes foram instruídos a levantar-se de uma cadeira, minutos. Foram solicitadas várias tarefas como
mas com segurança. O uso de caminhar 10 metros em linha reta. As caminhar 3 metros, rodar 180 graus, levantar, sentar, transferência entre duas cadeiras,
dispositivos de apoio foi velocidades foram calculadas a meio dos 6 caminhar de volta para a cadeira e deambulação e subida e descida de degraus.
permitido.2,4 metros, para permitir a aceleração e sentar-se. 2,4 Durante o teste os pacientes podem utilizar meios
desaceleração em ambas as extremidades.2,4 auxiliares, como muletas.2,4
Para além dos testes de avaliação baseados no desempenho (6MWT, 10MWT, TUG e AMP) foram aplicados questionários de auto-relato, que avaliam a capacidade
funcional de acordo com a perspetiva do amputado: Locomotor Capabilities Index (LCI) e Prosthesis Evaluation Questionnaire-Mobility Section (PEQ-MS).
Resultados e Conclusões