Professional Documents
Culture Documents
Ciência e Fé
RESUMO
Este texto fala sobre a conflituosa relação entre a estrutura científica
e a linguagem religiosa. Aborda o procedimento hermenêutico feno-
menológico, segundo Paul Ricoeur, evidenciando-o como a melhor
possibilidade de resolução do impasse. Efetua, de igual modo a
re-descrição da linguagem religiosa por intermédio da experiência-
-limite ou experiência comum que, por sua vez, está inserida no
confronto entre razão e fé, prova e crença, ou ainda: o confronto
entre o Deus dos filósofos com o Deus de Jesus Cristo.
Palavras-chave: ciência; religião; hermenêutica; fé; razão.
Abstract
This text talks about the conflicting relationship between scientific
and religious language structure. Addresses the phenomenological
hermeneutical procedure, according to Paul Ricoeur, showing it as the
best chance of resolving the impasse. Performs likewise re-description
of religious language through the limit-experience or common expe-
rience, which in turn, is embedded in the clash between reason and
faith, race and creed, or: the confrontation between the God of the
philosophers with the God of Jesus Christ.
Keywords: sciencie; religion; hermeneutics; faith; reason.
Introdução
Como bem disse Wittgenstein alguns séculos depois, “os limites da minha
linguagem são os limites do meu mundo”. Meu mundo é aquilo sobre o que
posso falar. A linguagem estabelece a ontologia. Os membros da confraria,
por força de seus hábitos de linguagem, passaram a pensar que só era real
aquilo sobre que eles sabiam falar, isto é, aquilo que era pescado com redes
e falado em ictiolalês. Qualquer coisa que não fosse peixe, que não fosse
apanhado com suas redes, que não pudesse ser falado em ictiolalês, eles
recusavam e diziam: “Não é real” (ALVES, 1999, p. 84-85).
Eu responderia que é acreditar que existe uma base pessoal do ser, que o
universo é, sob certo sentido, baseado em uma realidade pessoal. O uni-
verso não é produto de uma lei, acidente ou desejo cego ou inconsciente.
Ele é produto de uma realidade que podemos acertadamente chamar de
consciente, que tem um propósito, é sábia e boa. Além disso, é possível
estabelecer uma forma de relação com essa realidade pessoal transcendente
que conduz na direção da superação do egoísmo e de uma vida de com-
paixão, sabedoria e felicidade. Faz sentido nos aproximarmos de todas as
nossas experiências como encontros com essa realidade pessoal, inseridos
e mediados por uma rede extremamente complexa de leis físicas e atos
livres e finitos que formam o mundo onde vivemos (WARD, 2009, p. 315).
Considerações finais
Referências