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© 2010 por Rogerio Neiva. Todos os direitos reservados.

Série: Dossier Digital TUCTOR

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PLANEJAMENTO E ASPECTOS ESTRATÉGICOS*

A IMPORTANCIA DO LOCAL DE ESTUDO E O CENSO DAS BIBLIOTECAS …………………………6

UMA DECISÃO ESTRATÉGICA NA VIDA DO CANDIDATO A CONCURSOS PÚBLICOS……………9

QUANTAS HORAS DEVO ESTUDAR PARA CONQUISTAR A APROVAÇÃO? .……………………...12

PREPARAÇÃO DO CANDIDATO DE ALTO RENDIMENTO: TEORIA GERAL DO TUCTOR (1ª


Lição)…………………………………………………………………………………………………………..15

ESTUDO ESTRATÉGICO, SISTEMATIZADO, EFICIENTE E RACIONAL: A Postura do Candidato de


Alto Rendimento (2ª Lição da Teoria Geral do Tuctor)……………………………………………………….18

VALE A PENA FAZER UM CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS? …………………………21

DÚVIDA DO CANDIDATO: Como Organizar os Estudos?............................................................................25

A VIRADA DO ANO E A PREPARAÇÃO PARA CONCURSOS PÚBLICOS E EXAMES……………...28

CONCURSO PÚBLICO: COMO DEFINIR UM OBJETIVO E QUAL A SUA IMPORTANCIA? ………..30

COMO FAZER UMA ANÁLISE ESTRATÉGICA DO EDITAL …………………………………………..33

GRADE DE ESTUDOS ESTRATÉGICA, EFICIENTE E RACIONAL: COMO MONTAR?.......................36

PREPARE-SE COM ESTRATÉGIA, EFICIÊNCIA E RACIONALIDADE………………………………...38

O CANDIDATO E O EMPREENDEDOR …………………………………………………………………...41

NÃO SEJA REFÉM DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL!..................................................................................43

*O conteúdo deste dossier foi retirado do blog do prof. Rogerio para melhor
assimilação pelos leitores do blog. Portanto, os artigos deste documento podem ser
lidos separadamente

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A IMPORTANCIA DO LOCAL DE
ESTUDO E O CENSO DAS BIBLIOTECAS

No âmbito do processo de preparação para o concurso público, a definição do local de


estudo consiste num elemento que deve compor o planejamento tático-operacional do
candidato, contando com importância significativa. Daí se impõe a seguinte pergunta: você
já definiu os locais em que vai desenvolver seus estudos? Se responder “sim”,
provavelmente a resposta seguinte é de que este lugar corresponde à biblioteca ou à sua
residência. Para alguns também pode ocorrer de ser um espaço de caráter mais profissional,
no qual se tenha condições mínimas de estudo, tal como um escritório.

Na semana passada, o Ministério da Cultura divulgou o censo sobre as bibliotecas no


Brasil. Dentre os diversos dados que chamaram a atenção da sociedade, houve um que me
despertou um particular interesse. Segundo a pesquisa, Brasília conta com a segunda
população do país que mais freqüenta bibliotecas. E diante do dado apresentado, de caráter
nacional, as autoridades locais já tinham um outro dado curioso: mais da metade destes
freqüentadores são concurseiros! Mas não bastassem estas informações, outro detalhe que
despertou interesse foi de que 55% bibliotecas do DF abrem à noite, sendo tal percentual
correspondente ao dobro da média nacional.

Diante disto, uma hipótese preliminar se impõe: muitos candidatos estão estudando nas
bibliotecas, principalmente no horário noturno, o que pode presumir estarem trabalhando
durante o dia.

Outro detalhe interessante que este cenário revela consiste na colaboração da estrutura
educacional do Estado com a democratização da disputa aos cargos públicos e efetivação
do princípio do livre acesso, assim estabelecido no art. 37 da Constituição Federal. Vale
lembrar que a pesquisa tem como objeto exclusivamente as bibliotecas públicas.
Mas independente destas ponderações, a importância da definição do local de estudos
evolve não apenas a busca de eficiência na execução do planejamento da preparação, mas
também consiste em meio de geração de condições adequadas ao processo de
aprendizagem.

Vale lembrar a preparação para o concurso exige a preocupação com aspectos estratégicos
e táticos. Os primeiros estão no campo decisório, envolvendo elementos como a definição
de objetivo e programa. Já os aspectos táticos são aqueles que devem ser considerados ao
longo da implementação do planejamento da preparação.

A clareza do local ou dos locais de estudos, no âmbito da montagem e execução do


planejamento, é fundamental para que o candidato não perca tempo decidindo aonde irá
estudar. Isto também produz reflexos em relação à disciplina, ao tornar o candidato menos

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vulnerável aos furos em sua grade de estudos. Ou seja, o candidato que sabe aonde vai
estudar, ao chegar o momento de estudo, já tem um destino a seguir, objetivamente e
previamente estabelecido. Por outro lado, o candidato que não conta com um local definido,
estará mais sujeito ao furo, pois não conta com destino objetivamente e previamente
estabelecido.

Um conceito importante, relacionado com esta compreensão, trata-se da idéia do


“descarregamento”, conceito este desenvolvido pelo autor americano David Allen. Segundo
a referida noção, ao “descarregarmos” determinada informação em algum meio de registro,
deixamos de ter a preocupação com aquilo, o que gera uma série de repercussões positivas,
inclusive aliviando o stress. Esta mesma construção é trabalhada pelo brasileiro Christian
Barbosa, atualmente uma das maiores autoridades em gestão do tempo. No caso da
preparação para o concurso público, se o candidato já “descarregou” a definição dos locais
em que irá estudar, estaria eliminando o processo decisório e automatizando o
deslocamento.

Outro aspecto interessante, principalmente em relação à biblioteca, consiste na


possibilidade de profissionalizar e imprimir mais seriedade ao processo de preparação.
Naturalmente que nem todos os candidatos precisam deste cuidado. Mas aqueles que saem
do trabalho e vão para a biblioteca, conforme se infere da pesquisa do Ministério da
Cultura, seguramente acabam por profissionalizar e potencialmente imprimir mais
disciplina à sua preparação para o concurso público, fazendo desta atividade o seu terceiro
turno de trabalho.

No entanto, a definição do local de estudos passa por um dilema de custo e benefício,


envolvendo dois aspectos fundamentais. De um lado temos o custo de deslocamento,
correspondente ao tempo, possíveis desgastes e mesmo despesas com o transporte. De outro
lado, em termos de benefício, temos as condições de concentração que o local de estudo
escolhido pode proporcionar.

A biblioteca consiste num local naturalmente adequado ao estudo, contando com diversos
fatores que contribuem com a concentração, tal como a adequação do ambiente e o fato de
outras pessoas estarem estudando, o que acaba por se traduzir num estímulo externo.
Seguramente esta também deve ser uma das preocupações dos candidatos freqüentadores
de bibliotecas, os quais acabaram por influenciar o censo.

Contudo, geralmente esta opção exigirá um custo de deslocamento. Já o estudo na


residência não impõe o referido custo de deslocamento, mas conta com uma série de fatores
de dispersão de atenção, tais como o acesso fácil ao telefone, à internet, à cama, à geladeira,
havendo ainda uma vulnerabilidade maior às interrupções de terceiros.

A eficiência do processo de aprendizagem voltado à preparação para o concurso exige a


preocupação com a concentração. A concentração e a atenção consistem numa das
chamadas funções cognitivas primárias, juntamente com a sensação e a percepção.
Nós podemos nos concentrar espontaneamente ou de forma provocada. Conforme
desenvolvi de maneira mais aprofundada no livro de minha autoria sobre o tema,
(“Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégia, Eficiente e racional”, Ed.

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Atlas) um torcedor fanático por determinado time de futebol se concentra no jogo da final
de forma muito espontânea. Já o candidato, no seu local de estudos, dificilmente terá esta
capacidade de concentração espontânea.

Daí a necessidade de se preocupar com os fatores de concentração. Segundo as ciências


cognitivas, estes se dividem em fatores endógenos, por exemplo o nosso estado emocional
estar mais propício ou não, e exógenos, decorrentes do ambiente externo. Nós, enquanto
seres humanos, temos uma tendência à seletividade de estímulos, ou seja, normalmente,
para dedicarmos mais a atenção a um estímulo, temos que diminuir a outros. Basta pensar
na experiência de atravessar uma rua. Se fomos dar atenção a todos os estímulos à nossa
volta, correremos o risco de seremos atropelados.

Dessa maneira, o local de estudos, em função dos estímulos relacionados com o ambiente,
pode contar com fatores exógenos de concentração ou desconcentração, podendo colaborar
ou atrapalhar a eficiência do processo de aprendizagem.

Portanto, é fundamental que o candidato não apenas defina um local de estudos, mas
também avalie, refletindo sobre a relação de custo e benefício envolvida, o caráter eficiente,
estratégico e racional de sua escolha. Seguramente esta preocupação lhe proporcionará uma
grande contribuição para o alcance da sua aprovação no concurso ou exame.

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UMA DECISÃO ESTRATÉGICA NA VIDA


DO CANDIDATO A CONCURSOS
PÚBLICOS

Tenho recebido algumas perguntas de candidatos, leitores do Blog e usuários do TUCTOR,


com a dúvida sobre a decisão a ser tomada diante de situação na qual almejam um concurso
que exige uma longa trajetória de preparação, ou depende de algum requisito temporal a ser
cumprido, mas teriam interesse, num prazo mais curto, na busca da aprovação num
concurso que não dependa do referido requisito temporal ou não exija um tempo tão
expressivo de preparação.

Esta mesma dúvida atinge candidatos que ainda estão cursando determinada graduação,
mas pretendem alcançar uma carreira que dependa da conclusão daquele curso superior.
Pois bem, conforme tenho sustentado, é fundamental pensar a preparação de forma
estratégica e tática. As questões estratégicas se situam no plano decisório, em termos de
objetivo a ser definido e caminho a ser trilhado. Já os aspectos táticos da preparação
envolvem a implementação do planejamento estabelecido, ou seja, estão no plano do como
trilhar o caminho traçado.

Assim, enquanto a definição de objetivo, em termos de carreira pública almejada, faz parte
dos aspectos estratégicos, as técnicas de estudo adotadas fazem parte do universo de
elementos táticos. O fundamental é que o candidato compreenda as variáveis envolvidas no
referido processo, tenha a clareza da relação custo-benefício de cada opção realizada e
procure agir de maneira eficiente e racional, no sentido de otimizar a implementação de
suas energias e esforços cognitivos, de modo viabilizar, da forma mais rápida possível, a
sonhada aprovação.

Nos posts que fazem parte da pauta “RELATO DE ÊXITO” percebe-se muitos conselhos
dos candidatos de sucesso em relação aos equívocos que consideram ter cometido, os quais
normalmente são acompanhados da visão de que se não tivessem agido daquela maneira
teriam conquistado a aprovação num espaço de tempo menor.

Dessa forma, considero que os candidatos que se encontram na situação ora abordada
contam com algumas possibilidades:

1a. – Estruturar um plano de estudos focado exclusivamente num concurso considerado


mais acessível, tal como de nível médio – por exemplo para carreiras como de Técnico do
Judiciário ou do Executivo, o qual, comparado ao objetivo maior, seria um concurso do
tipo “escada”, ou algum outro cargo que cumpra este papel. Posteriormente, tendo atingido

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esta meta, o candidato montaria um novo plano de estudos, voltado à preparação para o
concurso que corresponda ao seu objetivo principal;

2a. – Estabelecer um plano de estudos focado exclusivamente no concurso meta-principal,


mas ao longo da preparação vai prestando outros – que seriam os concursos “escada”, sem
se desviar do plano principal. Sendo aprovado, assume e continua implementando este
mesmo plano, voltado à busca da aprovação no concurso meta-principal;

3a. – Constrói um caminho intermediário, de modo que procure, mesmo trabalhando com o
planejamento do concurso meta-principal, promover pequenos desvios, no sentido de
incluir no planejamento matérias e conteúdos inerentes ao concurso “escada”, de modo a
tentar melhorar as condições de aprovação neste certame. Ou seja, a estrutura principal do
programa a ser enfrentado corresponde ao concurso meta-principal, mas o referido plano de
estudos sofre pequenas alterações em função do objetivo intermediário.

Naturalmente, é possível que o candidato vislumbre outras possibilidades além destas. Mas
o fundamental é que entenda dois aspectos de grande relevância:

1º- A decisão é sua! Não tenho como dizer o que deve fazer. Não sou dono da verdade, nem
guru de concursos. Além do mais, quem vai pagar o preço e desfrutar das glórias é você, só
você!

2º- Esta decisão deve ser pautada por uma lógica de busca de eficiência. Ou seja, o que se
deve avaliar é o seguinte: qual opção é mais eficiente, principalmente diante das minhas
condições? Isto é, se o candidato for um pai de família que pretende sair da iniciativa
privada o mais rápido possível, talvez a 1ª opção seja mais adequada. Mas se o candidato
não se enquadra na referida situação e dispõe de condições de se manter por algum tempo
exclusivamente por conta dos estudos, talvez a 2ª ou 3ª opção possa ser mais pertinente.
Pode ser ainda que, mesmo se enquadrando na segunda situação, o candidato considere que
a experiência profissional de uma carreira tida por intermediária seja importante e resolva
adotar a 1ª opção.

Particularmente, quando passei para Procurador de Estado havia feito a 3a opção. Estava
focado no planejamento do concurso da Magistratura, mas diante do concurso de
Procurador, promovi um pequeno desvio no plano original, de modo a incluir no meu
planejamento algumas matérias e conteúdos que não eram do programa da Magistratura,
mas eram importantes para Procurador, tal como a parte especial do Direito Tributário e
Legislação estadual.

Olhando para trás, considero que foi uma decisão adequada e eficiente. Adotando a referida
lógica, o candidato deve desenvolver uma avaliação séria e profunda, de modo a
compreender sua situação, suas condições para o empreendimento cognitivo do concurso e
suas expectativas.

Mas o fundamental mesmo é que você procure agir de forma estratégica, principalmente se
está iniciando sua trajetória na preparação para o concurso. E com isto, busque empreender

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suas energias de forma eficiente e racional, viabilizando as condições necessárias a


enxergar, o mais rápido possível, o seu nome na lista de aprovados.

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QUANTAS HORAS DEVO ESTUDAR


PARA CONQUISTAR A APROVAÇÃO?

Recentemente, estava navegando pela Internet e me deparei com esta pergunta. Não apenas
me chamou atenção – apesar da falta de ineditismo do contato com tal questionamento, o
qual, com certa freqüência, ouço em palestras, aulas e entrevistas, mas também me
submeteu, de forma diversa do ocorrido em outras ocasiões, a um curioso processo de
reflexão.

Não tenho dúvida de que se trata de uma indagação presente na cabeça de muitos
candidatos. Muitas vezes chega a se tornar uma angústia.

Acredito que o motivo de tudo isto decorre do fato de que a identificação de quantas horas
de estudo são necessárias torna mais concreto o caminho para a conquista do cargo público
pretendido. Ou seja, seguramente, se sei quantas horas preciso estudar, em tese, ao menos
me sinto mais tranqüilo, por contar com alguma ação mais concreta acerca do que devo
fazer para conquistar o cargo pretendido. Mas tal definição tende não apenas a tornar mais
concreto o caminho, como também ajudar a mensurar parte do custo pessoal que será pago.
Assim, torna mais fácil a identificação do “mas qual é o sacrifício que eu preciso fazer?”.
Muito bem, se há a intenção e a pretensão de encontrar uma resposta, a primeira
compreensão que se deve avaliar consiste no universo temporal considerado. Isto é, quantas
horas por dia, por semana, por mês, por ano, ou até ser aprovado?

Outra frente de análise trata-se do sentido do “devo estudar”. Ou seja, trata-se do quanto
posso estudar, do quanto quero e gostaria de estudar, do quanto estou disposto a estudar ou
do quanto efetivamente preciso estudar?

Dessa forma, podemos pensar em quantas horas preciso estudar por dia ou por semana,
mas chegar à conclusão de que não posso estudar tal quantitativo de horas. No caso, seriam
necessários alguns ajustes na execução da preparação para o concurso público. Porém,
independente do caminho que se faça para realizar tais ajustes, bem como onde se chegue a
partir deste mesmos ajustes, uma questão fundamental é como se chegou à conclusão de
que aquelas horas por semanas correspondem ao quantitativo tido por necessário.
Isto é, como se responde à pergunta: mas afinal, quantas horas devo estudar?
Estas considerações iniciais são fundamentais. E todas têm a sua importância e o seu
sentido. Mas vamos considerar que nosso objetivo consiste na identificação de quantas
horas efetivamente preciso estudar.

Neste sentido, se a intenção consiste em saber quantas horas são necessárias ao longo do
processo de preparação, ou seja, se vamos adotar uma perspectiva mais ampla, algumas
variáveis são fundamentais:

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1ª) qual é o meu objeto de estudo, ou seja, o que vou estudar?

2ª) qual a natureza das fontes de estudos que vou utilizar?

3ª) qual processo cognitivo que irei adotar?

Se vou estudar todo o programa do concurso pretendido (objeto de estudo), por meio de um
estudo puramente bibliográfico (fonte de estudo), desenvolvendo leituras associadas à
elaboração de resumos (processo cognitivo), vou levar determinado tempo. Se vou estudar
apenas metade do programa previsto no edital, por meio de aulas na web e apenas as
assistindo, seguramente, o tempo será outro.

Nestes termos, vamos imaginar que encontramos a solução para saber quantas horas devo
estudar ao longo da preparação. No meu livro (Concursos Públicos e Exames Oficiais:
Preparação Estratégica, Eficiente e Racional, Ed. Atlas), por exemplo, sustento que
concursos para carreiras como da Magistratura ou do Ministério Público (Promotor de
Justiça ou Procurador da República) levam cerca de mil horas. Também tenho estimativas
que indicam quantitativos de horas totais para concursos de nível médio e para o Exame da
OAB.

O festejado escritor Malcolm Gladwel, no seu livro Fora de Série: Outliers, sustenta que
para se tornar um expert em diversos campos da ação humana são necessárias 10 mil horas.
Assim, considerando as estimativas que apresentei sobre a preparação para o concurso
público, os leitores poderiam perguntar, mas como cheguei a este resultado?
Mesmo que diga agora como cheguei e os leitores, a partir daí, saibam identificar a resposta
para o seu processo de preparação, uma dúvida ainda permaneceria: mas quantas horas
devo estudar por dia ou por semana?

Enfim, para não cansar, não angustiar, bem como não instigar ainda mais a curiosidade,
inicialmente, posso afirmar que, num primeiro momento, as minhas estimativas de horas
para o concurso da Magistratura e do MP vieram da experiência que vivenciei, bem como
de alunos que tive a oportunidade de acompanhar e orientar. Registro que minha carreira de
candidato terminou em 2002, ao ter passado no concurso de Juiz, sendo que estou atuando
como professor, exclusivamente em cursos preparatórios, desde 2004.

Mas independente da apuração por meio deste processo mais empírico e rudimentar, hoje
conto com estimativas levantadas por meio de processos muitos mais precisos e até
científicos. E como obtenho isto? Resposta: por meio doSistema TUCTOR!
Não há outro meio. O Tuctor consiste numa ferramenta única e inédita que responde
exatamente à pergunta formulada inicialmente. O sistema indica para o usuário não apenas
quantas horas serão precisas no total, mas também quantas horas devam ser estudadas por
semana.

O sistema mostra este quantitativo de metas de horas semanais no geral e por matérias.
Também indica para o usuário uma perspectiva de data de conclusão.

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Mas se, considerando a data da prova, o candidato precisa concluir seus estudos antes da
data estimada? O Tuctor mostra quantas horas a mais precisa estudar por semana. Mas e se
o candidato não pode estudar o quantitativo de horas sugerido? Daí o candidato precisa
mudar algumas das três variáveis antes apontadas, ou seja, o objeto de estudo (programa),
fonte de estudo ou processo cognitivo.

Enfim, ao invés de buscar chutes empíricos, muitas vezes imprecisos e precários, o


candidato hoje tem à sua disposição uma ferramenta que gera estimativas e mensurações,
voltadas à busca da resposta à pergunta que está na cabeça de muitos.

A preocupação com a apuração desta variável, inegavelmente, é de grande importância para


uma preparação de alto rendimento, estratégica, eficiente e racional. Assim, tendo o
referido cuidado, o você estará dando passos fundamentais para a conquista da aprovação.

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PREPARAÇÃO DO CANDIDATO DE
ALTO RENDIMENTO: TEORIA GERAL
DO TUCTOR (1ª Lição)

Este post traz uma das primeiras lições de um conjunto de idéias que compõe a Teoria
Geral do Tuctor. Conceitualmente, uma teoria geral envolve a abordagem de um objeto de
estudo, a partir de conceitos centrais e periféricos, voltada à compreensão e descrição
lógica de determinados fenômenos.

No caso da Teoria Geral do Tuctor, a presente construção consiste numa reunião de


conceitos, cientificamente desenvolvidos e empiricamente concebidos e aplicados,
direcionados ao estudo, compreensão e gestão do processo de preparação para o concurso
público ou algum exame oficial. Trata-se da cartilha do Candidato de Alto Rendimento, ou
seja, aquele candidato que empreende a sua preparação com planejamento, estratégia,
eficiência e racionalidade.

Destaco, desde já, que estarei publicando no Blog outros textos voltados à apresentação da
Teoria Geral do Tuctor, enquanto proposta metodológica descritiva da postura do
Candidato de Alto Rendimento. Além disto, a presente construção também será apresentada
por meio de um livro e ebook que serão lançados em breve.

Mas considerando o objetivo do presente texto, o qual envolve uma primeira lição
importante do conjunto que compõe a TGT (Teoria Geral do Tuctor), uma noção inicial
fundamental envolve a compreensão da importância do tempo na preparação para o
concurso público. Segundo alguns estudiosos da gestão de projetos, o tempo consiste numa
das variáveis mais importantes. Conforme aponta a maioria das pesquisas sobre o tema,
mais de 50% dos projetos não são concluídos no prazo, o que decorre de uma inadequada
gestão do tempo, podendo gerar graves conseqüências.

No caso do concurso público, gerenciar o tempo de forma inadequada tende a implicar na


não conclusão do planejamento da preparação no prazo inicialmente previsto. O Sistema
TUCTOR, enquanto uma ferramenta única e inédita, conta com funcionalidades que
indicam ao candidato-usuário uma estimativa de data de conclusão do seu plano de estudos,
caso desenvolva a execução conforme os parâmetros com os quais se comprometeu. O
sistema também conta com uma funcionalidade que permite ao usuário alterar a data de
conclusão pretendida, sendo que, a partir da nova pretensão, é indicado o que precisa ser
modificado para tanto.

Recentemente, estava dando aula para uma turma de Procurado Federal. Era precisamente o
dia 22 de janeiro deste ano de 2010. O edital do concurso havia sido publicado no dia 19 de

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janeiro, tendo inicialmente marcado – para a surpresa de muitos, a prova no dia 13 de


março. Ou seja, faltavam precisos 49 dias até a prova.

Daí perguntei aos alunos o que iriam fazer até lá, isto é, como iriam estudar. Alguns tinham
definido o que estudariam, mas outros não. Alguns fariam revisão, outros iriam estudar o
que ainda não tinham enfrentado, considerando o conjunto de matérias e conteúdos
previstos no edital. Daí, para este último grupo, fiz a seguinte pergunta: mas é viável a
conclusão do conjunto de matérias e conteúdos que pretendem estudar? Vocês irão
conseguir concluir estes estudos? Afinal, faltavam menos de 2 meses até a prova.
E se fosse cobrado na prova um tema que foi não estudado pelo esgotamento do tempo? E
se este mesmo assunto cobrado e não estudado fosse determinante para o não alcance da
pontuação necessária à aprovação? No caso, entendo que poderíamos afirmar que a causa
da reprovação teria sido a inadequada gestão do tempo voltado à preparação. Ou seja, que
aqueles candidatos deixariam de se tornar Procuradores Federais pela falta de gestão do
tempo.

Esta compreensão demonstra a importância da adequada gestão do processo de preparação,


bem como de uma ferramenta que auxilie o candidato neste sentido. Portanto, tão
importante quanto a gestão da eficiência do processo de apropriação da informação, ou
seja, da aprendizagem, é a gestão do tempo.

Conforme venho sustentando nos textos voltados à abordagem da estratégia de realização


de provas (Estratégia de Realização de Provas Objetivas), diante de uma prova, temos
inicialmente duas possibilidades igualmente distribuídas, sendo 50% para cada: ou se
estudou o conhecimento objeto da questão, ou não se estudou. Diante da primeira hipótese,
desdobramos a situação em outras duas possibilidades igualmente distribuídas: ou se
lembra ou não se lembra. Assim, em tese, para que o candidato tenha a disponibilidade da
informação solicitada, o primeiro requisito é que tenha estudado, isto é, se submetido a um
processo de apropriação.

E para que o candidato estude todos os conhecimentos e informações passíveis de serem


solicitados no momento da prova, é fundamental que promova uma adequada gestão do
tempo e da execução do seu planejamento de estudos.
Gerir o tempo não consiste apenas em organizar cronogramas, tarefas e horários. Gestão do
tempo consiste na estruturação de um minucioso e detalhado plano, bem como no
monitoramento da sua execução.

Vale lembrar que o objetivo de qualquer preparação é ter a disponibilidade do conjunto de


informações e conhecimentos passíveis de serem solicitados no momento da prova.
Conforme esta lógica, o referido objetivo precisa ser encarado como um empreendimento
de natureza cognitiva e intelectual.

E neste empreendimento, a meta primária deve consistir na conclusão do programa previsto


no edital. Vale destacar que o programa consiste num dos elementos estratégicos do
planejamento da preparação. Assim, enquanto opção estratégica, o candidato pode até não
ter como meta a conclusão de todo o programa do edital. Trata-se de uma opção estratégica
do candidato, a qual deve ser pensada e avaliada.

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Num próximo post estarei tratando do referido assunto, inclusive trazendo uma idéia
voltada à montagem estratégica do programa, a qual venho desenvolvendo juntamente com
um Candidato de Altíssimo Rendimento, chamado Márcio Omena, que faz parte de um
grupo de estudo de candidatos ao concurso de Procurador da República, e está em vias de
publicar um livro no qual parte destas idéias são trabalhadas.

Mas independente da opção estratégica quanto aos contornos do programa, este deverá ser
estabelecido e estar presente no planejamento da preparação. Além de estabelecido, deve-se
ter como objetivo a conclusão do seu estudo.

Para tanto, ou seja, para o alcance da finalidade de conclusão do estudo do programa, é


preciso estruturar um plano, monitorar a sua execução, de modo a promover a adequada
gestão do tempo, bem como considerar algumas compreensões fundamentais:

1º – é preciso analisar a viabilidade da conclusão do plano de estudos estabelecido. Esta


avaliação deve ser realizada com o fim de apurar as condições efetivas de conclusão até a
data da prova, levando em conta os seguintes fatores: data da prova, condições do candidato
(horas de estudo por semana) e programa (fontes de estudo, matérias, conteúdos e tempo
por unidade de estudos). O Sistema Tuctor desenvolve a mensuração de todas estas
variáveis;

2º – não sendo viável, é preciso trabalhar com os seguintes elementos:


- aumento da quantidade de horas de estudo por semana;
- rever as fontes de estudo, de modo a diminuir a quantidade de unidades de estudos ou o
tempo por unidades de estudos;

- ser seletivo em relação ao objeto do programa, ou seja, cortar matérias ou conteúdos;


3º – é preciso monitorar a execução do plano de estudos, de modo a estar permanentemente
avaliando se será viável a conclusão no momento adequado, ou seja, se os indicadores de
desempenho apresentados pelo TUCTOR estão conforme os indicadores de metas de
desempenho, também apresentados pelo sistema.

Outro aspecto de grande relevância, principalmente para os usuários do Sistema TUCTOR,


envolve duas preocupações fundamentais. A primeira consiste em saber mensurar bem o
tempo por unidade de estudo, preocupação de enorme importância para a adequada e
precisa montagem do plano de estudos. Outra preocupação consiste em dispor de alguma
margem de segurança, inclusive para contar com algum tempo voltado às revisões.
Não obstante todas a considerações traçadas, o fundamental mesmo é que o candidato
consiga concluir o seu plano de estudos. Conforme esta lógica, o que tende a ser
inadequado é chegar na data da prova sem terminar o que foi planejamento.
Tendo concluído o planejamento da preparação e ante a eficiência do processo cognitivo,
sem dúvida alguma, o candidato estará viabilizando todas as condições para ser aprovado.

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ESTUDO ESTRATÉGICO,
SISTEMATIZADO, EFICIENTE E
RACIONAL: A Postura do Candidato
de Alto Rendimento (2ª Lição da
Teoria Geral do Tuctor)

O presente texto tem por objetivo a abordagem da preparação de alto rendimento, por meio
da adoção de um estudo estratégico, sistematizado, eficiente e racional. Trata-se de mais
uma lição que compõe a Teoria Geral do Tuctor.

Vale lembrar, por um lado, que a postura do candidato de alto rendimento envolve a idéia
de um processo de preparação para o concurso público pautada pela adoção de um
adequado planejamento de estudos, bem como dispondo de mecanismos que permitam o
seu monitoramento e controle. Assim, envolve uma lógica bastante semelhante à existente
no esporte de alto rendimento. Cabe destacar que o referido campo da ação humana conta
com várias semelhanças com a busca da aprovação no concurso, não apenas quanto ao
processo, mas principalmente em relação ao alcance de resultados.

Por outro lado, conforme trabalhado no texto anterior sobre o tema, a Teoria Geral do
Tuctor consiste na reunião de conceitos, cientificamente desenvolvidos e empiricamente
concebidos e aplicados, direcionados ao estudo, compreensão e gestão do processo de
preparação para o concurso público, pautada na noção do alto rendimento, contando com
planejamento, estratégia, eficiência e racionalidade.

Neste sentido, uma das primeiras premissas fundamentais consiste na compreensão da


preparação enquanto um empreendimento de natureza cognitiva e intelectual. Assim, é
fundamental que o candidato tenha a preocupação com aspectos estratégicos e táticos.
Segundo os Profs Adalberto Fishmann e Martinho Isnard, “planejamento estratégico é uma
técnica administrativa que estabelece o propósito de direção que a organização deverá
seguir…planejamento tático é um planejamento predominantemente quantitativo,
abrangendo decisões administrativas e operações e visando à eficiência da organização”.

Portanto, enquanto pensar estrategicamente envolve aspectos decisórios fundamentais e


relevantes, as definições no plano tático correspondem aos elementos operacionais voltados
à implementação do plano concebido no âmbito estratégico.

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Avançando na referida compreensão, os aspectos estratégicos da preparação correspondem


a elementos como definição de objetivo, em termos de concurso ou concursos almejados,
bem como a definição de programa.

O programa, por sua vez, consiste no conjunto de matérias e conteúdos – correspondentes a


estas matérias, que serão estudados pelo candidato. Considerando tais premissas, é
fundamental que o candidato, ao estruturar o seu planejamento de estudos, conte com a
clareza e definição de qual será o seu programa. Trata-se de uma questão estratégica.
Trata-se de uma questão estratégica que deve ser assumida pelo candidato, em termos de
viabilidade, riscos, custos, vantagens e desvantagens. Ou seja, é preciso que o candidato
faça tal opção de forma consciente, bem como compreendendo o seu sentido. Cada opção
relacionada com o presente elemento estratégico tem um preço. E o candidato precisa
compreender o tamanho deste preço.

Toda preparação deve ser norteada por um objetivo principal. Qual o principal objetivo de
qualquer preparação para o concurso público? A resposta a esta pergunta pressupõe o
enfrentamento de outra pergunta anterior. Trata-se de entender o que é preciso para passar
no concurso. Para passar no concurso é preciso atender à pontuação necessária,
considerando os parâmetros do edital. E o que é preciso para o alcance da referida
pontuação? Dispor dos conhecimentos e informações solicitados por meio das questões
apresentadas.

Portanto, na realidade, qualquer preparação para o concurso conta com uma finalidade
mediata e outra imediata. A finalidade mediata, ou seja, o fim maior, consiste na aprovação.
Já a finalidade imediata, a qual viabilizará o fim maior, consiste na disponibilidade do
conjunto de informações e conhecimentos solicitados no momento da prova. E para tanto, é
preciso passar por um processo de apropriação destas informações.
Mas outra questão de grande relevância é: quais informações deverão ser submetidas a este
processo de apropriação intelectual por meio dos estudos? Qual deverá ser o objeto de
estudo do candidato? Aí entra a questão estratégica.

Conforme sustento no meu livro sobre o tema (“Concursos Públicos e Exames Oficiais:
Preparação Estratégica, Eficiente e Racional”), publicado pelo Editora Atlas, bem como no
DVD da palestra sobre o mesmo tema, tenho uma tese muito clara em relação ao presente
assunto. Entendo que é fundamental que o candidato efetivamente esgote o programa
previsto no edital, ao menos por algum dos processos cognitivos passíveis de adoção.
Aliás, a minha proposta metodológica envolve o desenvolvimento da preparação em duas
etapas. Destas, sustento que a primeira deve ser voltada ao esgotamento do estudo do
programa previsto no edital, adotando-se como processo cognitivo o estudo bibliográfico.
Saliento que se trata apenas de uma proposta metodológica, considerando as várias
possibilidades passíveis de adoção. Assim, defendo a tese de que é preciso estudar todo o
programa previsto no edital.

No entanto, considero que a referida postura pode ser incorporada ou não. Exatamente por
isto, trata-se de uma questão estratégica a ser enfrentada pelo candidato.
Pode ser que o candidato entenda que a referida atitude seja ineficiente ou mesmo inviável.
E quanto ao último aspecto, destaco que a inviabilidade consiste numa preocupação de

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enorme relevância a ser considerada. Pode ser que a execução do seu plano de estudos,
principalmente diante da provável data da prova, seja inviável. E muitos candidatos sequer
têm consciência disto.

Neste sentido, o Sistema TUCTOR tem como uma de suas funcionalidades exatamente
mostrar para o candidato uma estimativa de tempo de conclusão do seu plano, considerando
as variáveis inseridas pelo usuário no sistema. A partir da referida informação, diante da
provável data da prova, pode ser que constate a inviabilidade da conclusão do planejamento
estabelecido.

E assim, o candidato teria que reconhecer que não há condições de levar adiante aquele
plano de estudos inicialmente estruturado. Ante o referido reconhecimento, um dos
caminhos seria a alteração do programa, de modo a excluir alguns conteúdos
correspondentes a determinadas matérias. Tal atitude, por sua vez, consiste numa decisão
estratégica, a qual precisa ser avaliada pelo candidato.

Avançando no mesmo raciocínio, um dos caminhos que podem ser adotados envolve o
levantamento dos conteúdos (correspondentes a cada matéria) que vem contando com mais
peso nas provas. Ou seja, ao invés do candidato fazer uma opção estratégica pelo programa
por completo, faz uma opção considerando as últimas provas.
Contudo, é preciso que se tenha algum cuidado com tais escolhas seletivas, pois existem
concursos que exigem pontuação mínima por matéria específica. No último concurso da
Receita Federal, por exemplo, a pontuação mínima correspondia a 40% da pontuação
máxima.

Mas, inegavelmente, este é um caminho.

Na seção de colunistas do TUCTOR, teremos uma coluna que será voltada exatamente ao
referido estudo estratégico, contando com a orientação baseada nos pesos que determinados
temas representam nas provas. Esta coluna será conduzida por Márcio Omena, um
empenhado e atuante candidato ao concurso do Ministério Público Federal, membro do
ativo e comprometido grupo Águias do MPF. Na coluna, que seguramente consistirá numa
rica e valorosa fonte de conhecimento para muitos candidatos a diversos concursos, serão
trabalhados determinados assuntos, de maneira estratégica, com a indicação do peso que
vem representando nas provas.

Portanto, a definição estratégica também pode passar pelo referido critério.


Diante de todas as considerações apresentadas, em termos conclusivos, a primeira idéia
fundamental é de que o candidato tenha consciência do sentido de sua decisão quanto à
definição do programa. A partir daí, também é preciso que compreenda os critérios que
pode adotar para estabelecer a referida definição, dentre os quais a viabilidade,
indiscutivelmente, não pode ser ignorada. É preciso que tome sua decisão, entendendo o
seu sentido e tendo a clareza da opção que fez.
Com tais preocupações e cuidados, seguramente, o candidato estará adotando meios para
viabilizar uma preparação de alto rendimento, bem como criando condições fundamentais
para que seu nome esteja na lista dos candidatos aprovados.

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VALE A PENA FAZER UM CURSO


PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS?

O que você acha de fazer um curso preparatório? É eficiente investir o tempo e outros
recursos num curso preparatório? Você tem a compreensão do papel do curso preparatório
e da importância que irá desempenhar no seu processo de preparação para o concurso
público?

Não é incomum que muitos candidatos tenham dúvidas sobre a conveniência de ingressar
num curso preparatório. Geralmente sou provocado a responder perguntas desta natureza
por parte de leitores do meu livro (“Concursos Públicos Exames Oficiais: Preparação
Estratégica, Eficiente e Racional”, Ed. Atlas), usuários do SISTEMA TUCTOR, alunos em
sala de aula ou em palestras e inclusive ouvintes do meu quadro sobre Concursos Públicos
na Rádio Justiça.

Enquanto professor, percebo em sala de aula e nos pátios dos cursinhos muitos candidatos
que buscam o curso preparatório por não saberem como estudar ou por onde começar.
Existem também aqueles que se matriculam em função da publicação do edital do concurso
público.

Este último comportamento é manifestado pelos candidatos que considero integrantes do


grupo que denomino “reféns do edital”. Ou seja, se mobilizam apenas em função da
publicação de editais. Lamentavelmente, a dinâmica das grades dos cursos preparatórios,
bem como o marketing e o faturamento, são bastante influenciados pelo referido
comportamento. E digo lamentavelmente tanto pelo candidato, quanto pela instituição do
curso preparatório.

Para uma conclusão e avaliação adequada, voltada à busca de uma decisão eficiente, a
primeira premissa fundamental consiste na compreensão sobre o próprio processo de
preparação para o concurso público. Conforme venho sustentando de maneira reiterada, é
preciso encarar a preparação enquanto um empreendimento de natureza cognitiva e
intelectual.

E isto significa desenvolver um processo de estudos e implementação de esforços de modo


estratégico, eficiente e racional. Trata-se da postula inerente ao que denomino “Candidato
de Alto Rendimento”. Ou seja, é preciso que o candidato conte com um planejamento,
estruturado a partir de elementos estratégicos e táticos. Os primeiros consistem em aspectos
fundamentais estabelecidos no âmbito decisório, ao passo que os elementos táticos
envolvem os meios de implementação do planejamento firmado no âmbito estratégico.

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Portanto, a decisão acerca da conveniência de freqüentar um curso preparatório para


concursos, enquanto atitude maximizadora de esforços voltados à busca da aprovação,
pressupõe a compreensão dos elementos apontados.

Mas para o desenvolvimento do referido processo decisório, também é de grande


importância que o candidato compreenda os possíveis modelos e formatos de cursos
preparatórios existentes atualmente. A identificação dos referidos modelos pode ser
realizada a partir da sistematização de alguns critérios:

1 – quanto ao sistema de transmissão da informação:

- cursos presenciais: trata-se do modelo tradicional, no qual a informação é transmitida


presencialmente pelo professor no ambiente de sala de aula, a qual é ocupada também
presencialmente pelos alunos. No referido modelo as aulas contam com horário e local
definidos;

- cursos satelitários: há uma ocupação de sala de aula presencialmente pelos alunos, porém,
o professor transmite a informação por meio de equipamentos audiovisuais, os quais são
assistidos pelos alunos. Ou seja, há um equipamento que apresenta a aula do professor, a
qual pode estar sendo transmitida ao vivo ou ter sido gravada em outro momento. Neste
modelo, da mesma maneira que ocorre com o curso presencial, as aulas contam com
horário e local definidos;

- cursos web: o presente modelo, de forma semelhante ao satelitário, não conta com a
presença física do professor. Por outro lado, também não há a ocupação coletiva de espaço
físico por parte de alunos, inexistindo ainda a definição de local e horário para o contato
com a informação a ser transmitida. Ou seja, o aluno assiste de onde bem entende, no
momento em que considerar mais adequado, precisando apenas de um computador e de
conexão de Internet.

2 – quanto ao conteúdo:

- genérico: envolve um conjunto amplo de matérias e conteúdos, definidos conforme o


edital do concurso, ou tendo um caráter mais genérico stritu sensu, correspondendo a um
programa que possa ser cobrado em vários concursos;

- por matérias ou modular: neste caso o aluno tem contato apenas com as matérias
especificamente contratadas;

3 – quanto à abordagem do conteúdo:

- conceitual/teórico: as informações são desenvolvidas com uma abordagem conceitual,


seguindo uma seqüência lógica e cadenciada da matéria;

- resolução de exercícios: os conteúdos são desenvolvidos de forma à solucionar os


exercícios, não havendo necessariamente uma seqüência lógica de conteúdos, vez que a
esta seqüência é determinada pelos exercícios.

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Diante destas possibilidades, é preciso que o candidato desenvolva um diagnóstico de suas


condições e contexto, procurando identificar não apenas a conveniência do curso
preparatório, como também o modelo mais eficiente, diante da realidade levantada.
Não há dúvida de que numa análise comparativa entre o curso preparatório e o estudo
bibliográfico existem diferenças significativas, principalmente em termos de processos
cognitivos mobilizados. Isto é, a apropriação da informação ao estudar numa biblioteca
tende a não ser a mesma ocorrida ao estar numa sala de aula assistindo o professor.

Segundo uma das mais respeitadas construções da psicopedagogia contemporânea, o


processo de aprendizagem se desenvolve em quatro etapas, quais sejam: input, cognição,
output e retroalimentação. A primeira (input) consiste no contato com a informação, a
segunda (cognição) envolve a compreensão da informação, já a terceira
(output) corresponde à exteriorização da informação, sendo que a última (retroalimentação)
consiste na reiteração do contato com o objeto da aprendizagem.

Assim, se o aluno entra sala de ala e ouve o professor falar, mas não se esforça para
entender, significa que a primeira etapa foi alcançada, mas não se chegou na segunda. Por
outro lado, se anota o que o professor diz, mas não entendeu o sentido da explicação,
teoricamente, foi para a terceira etapa sem passar pela segunda, o que tende a significar
ineficiência no processo de apropriação da informação.

Independente destas ponderações, o fundamental é que o candidato ao concurso público


avalie qual o processo cognitivo considera mais eficiente, em termos de apropriação das
informações e disponibilidade destas no momento da prova. Vale destacar que este, ou seja,
disponibilidade das informações solicitadas no momento da prova, consiste no objetivo de
qualquer preparação para o concurso público.

Outro aspecto relevante consiste no papel que o curso preparatório irá desempenhar.
Conforme sustento no meu livro, proponho uma metodologia de preparação baseada em
duas etapas. Uma primeira seria voltada a um processo de apropriação primária,
envolvendo a construção dos pilares cognitivos fundamentais,n isto é, consiste naquilo que
normalmente é chamado de conhecimento-base. Já a outra seria voltada à manutenção e
aperfeiçoamento das informações apropriadas na primeira fase.

Neste sentido, em termos táticos, minha proposta é de que a primeira etapa seja
desenvolvida por meio do estudo bibliográfico. Já a segunda fase considero comportar a
realização de cursos preparatórios.

No entanto, reconheço que algumas matérias contam com dificuldades para o estudo
bibliográfico individualizado. Por exemplo, ao estudar matemática financeira e estatística
na pós-graduação que desenvolvi em Administração Financeira, me convenci de que não
teria condições de me apropriar dos referidos conteúdos de maneira individualizada. Talvez
isto decorra do fato da minha formação de graduação ter sido na área do Direito. Talvez
não.

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Mas o fundamental é que o candidato procure refletir sobre o seu processo de preparação,
suas condições e os possíveis modelos e papéis que podem ser exercidos pelo curso
preparatório, de modo a tomar uma decisão eficiente.

Não tenho dúvida de que o curso preparatório tem o seu papel e a sua importância. Mas
também não tenho dúvida de que não é a solução para todos os problemas. Não tenho
dúvida de que não é a fórmula do sucesso que vá garantir a aprovação.

Em certa ocasião vi um ex-colega professor afirmar que dizia aos alunos para saírem da
sala de aula e irem para a biblioteca, pois só assim passariam no concurso público. Algum
tempo depois, este mesmo ex-colega se tornou um empresário de cursos preparatórios,
tendo eu ministrado aulas durante certo período na sua instituição. Ao me apresentar para
uma turma, assisti este mesmo ex-colega, na minha frente, afirmar aos alunos para não irem
para a biblioteca e ficarem “aprendendo de verdade na sala de aula”.

Não obstante a falta de coerência – e talvez até de ética, não considero que estivesse correto
nem quando assumiu o primeiro personagem, tampouco quando assumiu o segundo.
O que não é correto é o candidato buscar o curso preparatório por não saber como se
planejar, como estudar ou pelo fato de ter sido publicado um edital. O fundamental é que o
candidato, assumindo a atitude do “Candidato de Alto Rendimento”, tenha uma
compreensão estratégica e tome uma decisão eficiente e racional. E com isto, estará dando
passos de grande importância para que possa visualizar o seu nome na lista dos aprovados.

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DÚVIDA DO CANDIDATO: Como


Organizar os Estudos?
PERGUNTA:

Caro Prof. Rogerio Neiva,


Se possível, gostaria de saber se existe alguma razão de ordem pedagógica a justificar a
alocação de mais de uma matéria por dia de estudo. Antes de adquirir minha Conta de
Estudos no TUCTOR, tentava esgotar cada matéria por vez, o que, confesso, acabava sendo
um tanto extenuante, aumentando a curva de esquecimento – a despeito de dar a sensação
de “dever cumprido” ao término de cada uma delas.
Além disto, no mesmo dia, devo colocar duas matérias que guardem alguma correlação
(v.g. tributário e financeiro, civil e processo civil) ou, ao contrário, devo alocar matérias
que não guardem tanta interdependência (v.g. tributário e ambiental, civil e internacional)?
Desde já, obrigado pela inestimável contribuição que tem dado aos meus estudos.

Abraço,

Genício Caliari.

RESPOSTA:

Olá Genício!

Muito boa a sua pergunta! Registro que, conforme combinado, já providenciei o envio do
seu DVD, no qual você encontrará algumas respostas. Mas não posso perder a oportunidade
de antecipar algumas ponderações.

Não obstante os aspectos conceituais que desenvolvo no livro (“Concursos Públicos e


Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e Racional”, Ed. Atlas) e no DVD (da
Palestra), considero que o enfrentamento mais específico da sua pergunta e das colocações
que apresenta merecem um pequeno texto, bem como comportariam uma boa e saudável
rodada de debates entre estudiosos do processo cognitivo e das ciências da educação.
Digo isto enquanto um apaixonado pela aprendizagem, tanto do ponto de vista da
compreensão teórico-científica, quanto – e principalmente eu diria, no plano prático e
pragmático, voltado à otimização da preparação para concursos públicos e exames, já que
este é o meu meio. Ou seja, faço tal afirmação não apenas em função dos meus estudos e
vivência no ambiente acadêmico das ciências cognitivas, mas também do fato de que o meu
universo é o mundo da preparação para concursos públicos, da sala de aula, das bibliotecas
e dos demais cenários habitados pelas pessoas que vivem este objetivo.

Daí já dá para perceber a minha empolgação ao enfrentar a sua pergunta…

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Mas ainda preliminarmente, registro que não sou o dono da verdade, tampouco guru de
qualquer coisa. Assim, apenas faço reflexões e apresento ponderações, no sentido de buscar
aquilo que seja o melhor. E o conceito de melhor, no caso, significa aquilo que traga mais
resultados e se traduza em eficiência e racionalidade nos estudos.

Conforme venho sustentando, tanto no livro, quanto em palestras (e inclusive no DVD da


palestra), a importância do estudo concomitante e alternado de matérias decorre de três
fundamentos principais, sobre os quais passo a discorrer:

1o – considero que é importante o avanço gradativo e concomitante do objeto do


conhecimento a ser apropriado, de modo a buscar uma compreensão sistêmica do conteúdo
programático, ou seja, não trabalhar com uma visão compartimentada das matérias. E
sustento isto pois, por um lado, o conhecimento, queira ou não, é sistêmico e pode ser
compreendido de forma sistêmica. Por outro lado, entendo que cada vez mais este domínio
sistêmico é o que se exige dos candidatos pelas bancas de concursos – e o Cespe é um
representante emblemático desta visão. Vou dar um exemplo: para entender o conceito de
Tributo (Direito Tributário), você precisa entender os princípios constitucionais que
limitam o poder de tributar do Estado, com destaque para o princípio da legalidade
tributária (Direito Constitucional) e o conceito de ato administrativo vinculado, bem como
a sua lógica (Direito Administrativo). Registro que esta idéia está relacionada com uma
construção desenvolvida por uma conhecida e respeitada psicopedagoga brasileira,
chamada Emília Ferreiro, autora da teoria da psicogênese.

2o - entendo que, ao alternar as matérias, principalmente se são de naturezas distintas (por


exemplo, Direito Adminstrativo e Direito Civil, ou uma matéria jurídica e Administração
Financeira e Orçamentária-AFO), você está contribuindo com a noção de plasticidade do
cérebro. Ou seja, você estará promovendo estímulos diferentes, o que tende a ampliar sua
capacidade cerebral, a qual se desenvolve sob uma lógica de que quanto mais se demanda,
mais aumenta a capacidade de dar respostas;

3o – por fim, considero que a alternância de matérias gera menor desgaste. E digo que já
fazia isto enquanto candidato, ou seja, faço tal afirmação com base numa concepção
empírica. Mas além da experiência vivenciada, descobri um conhecido pesquisador e autor
de obra sobre os processos de estudos e aprendizagem, chamado Michel Coéffé – a qual faz
parte da bibliografia de pesquisa do meu livro, sustentando exatamente esta tese, de que a
alternância gera menor desgaste.

Portanto, esses são os fundamentos que considero.

Você pode adotar o caminho apresentado ou não. Inclusive, a lógica do TUCTOR comporta
os dois modelos, ou seja, o estudo concomitante e alternado de matérias ou o estudo
modular. Naturalmente que o sistema foi feito para permitir que o usuário alterne as
matérias. Mas se não quiser alternar não há problema. Para tanto, de modo a adotar a outra
estratégia (modular), você pode usar a funcionalidade de Vinculação de Matérias. Inclusive,
recentemente, a Equipe Tuctor orientou neste sentido um usuário que pretendia adotar o
estudo modular na preparação para Procurador da República, por meio da utilização da
ferramenta de Vinculação.

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Quanto ao seu receio de esquecer alguma informação ou conhecimento, conforme a noção


da curva de memória, este risco existe, em tese, nos dois modelos. Mas em função da lógica
de estar sempre estudando cada matéria em todas as semanas, considero que no sistema da
alternância o risco é menor.

Porém, como sempre digo, meu caro, a decisão e a escolha são de sua responsabilidade, e
não minha. Quem vai pagar o preço é você e quem vai desfrutar das glórias no futuro
também será você. Espero apenas que tome uma decisão estratégica, eficiente e racional.

Me mantenho à disposição e bons estudos!

Abcs,

ROGERIO NEIVA

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A VIRADA DO ANO E A PREPARAÇÃO


PARA CONCURSOS PÚBLICOS E
EXAMES

Você já pensou na sua preparação para concursos públicos em 2009? Se vai fazer o exame
da OAB, já refletiu sobre como irá empreender seus estudos? Muito bem, estamos num
momento bastante propício para tais ponderações.

Tradicionalmente, temos como traço cultural uma influência marcante de ritos de


passagem, dentre os quais a virada do ano se coloca como um dos mais emblemáticos.
Assim, é importante que os candidatos aproveitem este contexto para avaliar como foi sua
trajetória de preparação em 2009 e comecem a pensar na construção dos caminhos que deve
percorrer em 2010.

Vale registrar que nesse ano tivemos diversos concursos públicos esperados e relevantes.
Dentre estes, destaca-se o concurso da Receita Federal, para Auditor e Analista, o concurso
de Agente da Polícia Federal, Analista do MPOG e o concurso da Polícia Rodoviária
Federal. Ainda tivemos o concurso de Procurador do Banco Central e a publicação do edital
de Analista, que terá a prova realizada no começo de 2010.

Para o próximo ano, apesar das eleições, provavelmente teremos outros grandes concursos,
como da AGU, Defensoria Pública, MPU e diversos Tribunais.

Neste sentido, naturalmente, podemos ter candidatos em diversas situações e estágios da


preparação. Ou seja, alguns podem ainda nem mesmo ter iniciado a preparação para o
concurso público pretendido ou para o exame da OAB, se for o caso desta a pretensão
almejada. Já outros estão no curso da implementação do planejamento de estudos
estabelecido. Existem também aqueles que se encontram em estágio avançado, já tendo
concluído a execução do plano inicial e desenvolvendo um processo de aperfeiçoamento do
conhecimento apropriado.

Conforme venho propondo no livro de minha autoria sobre preparação para


concursos(“Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e
Racional”, Ed. Atlas), bem como apresentando em palestras e no DVD recentemente
produzido, a preparação deve ser encarada em duas etapas. Uma primeira é voltada à
assimilação da matéria bruta-cognitiva, estabelecida a partir do conjunto de matérias e
conteúdos passíveis de cobrança na prova. A outra, isto é, a segunda fase, é voltada à
manutenção, aperfeiçoamento e reforço do conhecimento apropriado na primeira.
Assim, se você ainda sequer iniciou a sua preparação, procure se mobilizar no sentido de
construir o seu planejamento. Aqui no Blog irá encontrar muitas informações que podem

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lhe ajudar neste sentido. Outra dica é avaliar a utilização do Sistema TUCTOR, o qual,
seguramente, pode proporcionar grande contribuição para a estruturação e execução do seu
plano de estudos. Você pode fazer um teste, utilizando o sistema gratuitamente pelo prazo
de 10 dias. Mas o fundamental é que tome a iniciativa de estruturar a sua preparação.
Se você está na fase de execução do seu plano de estudos, procure apurar dois aspectos de
grande relevância. O primeiro envolve a sua disciplina e o adequado cumprimento dos
parâmetros e metas estabelecidos. Procure refletir sobre a existência de fatores que
comprometeram e atrapalharam a sua preparação, bem como sobre os meios de afastar tais
óbices. Se ainda não adquiriu uma conta de estudos no TUCTOR, saiba que também para
você o sistema pode proporcionar uma grande contribuição.

O segundo aspecto corresponde à eficiência do seu processo de aprendizagem. Ou seja,


como estão suas fontes e técnicas de estudos adotadas? Por onde tem estudado? Livros,
apostilas, aulas, enfim, o que tem achado de suas fontes de estudo e a sua eficiência? Quais
as técnicas vem adotado? Tem feito a leitura exclusivamente ou vem agregando outra
técnica? Aqui no Blog também pode ser encontrado muito conteúdo tratando do referido
tema.

Por fim, pode se que você esteja num estágio bem mais avançado, já tendo concluído o seu
planejamento inicial. Neste caso, deixo uma recomendação de grande importância. Tome
cuidado com a gestão das condições emocionais. São estes fatores que irão contribuir para
lhe manter na sua rota de busca da aprovação. Neste sentido, aproveito ainda para
recomendar a leitura dos posts da pauta “Relato do Candidato de Êxito”. Não tenho dúvida
de que se identificará com vários fatos e principalmente com as dificuldades. Mas ao
mesmo tempo, compreenderá que estas são perfeitamente superáveis.

Portanto, considerando todas as ponderações apresentadas, independente da sua condição


ou situação, o mais importante é aproveitar a inspiração que a ocasião proporciona e tomar
atitudes que colaborem para que 2010 seja um ano de aprovações e conquistas.

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CONCURSO PÚBLICO: COMO DEFINIR


UM OBJETIVO E QUAL A SUA
IMPORTANCIA?

Você sabe como definir adequadamente um objetivo quanto ao concurso público almejado?
Você já sabe para qual concurso irá empreender seus esforços na preparação? O post de
notícias desta semana mostrou concursos abertos em nove Tribunais no Brasil inteiro.
Também relata a abertura de 500 vagas para o Banco Central. No Blog do Exame de
Ordem, recentemente, foi publicado post dando conta que 80% dos bacharéis em Direito
pretendem fazer concurso.

Pois bem, a definição de objetivo, por vezes, consiste numa primeira dificuldade da
preparação. Uma definição equivocada quanto ao objetivo, em termos de concurso público
pretendido, ou a falta desta definição, trata-se de uma falha que afeta e compromete
inúmeros candidatos.

Conforme tenho sustentado reiteradamente, por meio de posts no Blog, nas palestras que
venho ministrando no Brasil inteiro, bem como no livro de minha autoria (“Concursos
Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e Racional”, Ed. Atlas), o
candidato deve pensar a sua preparação para o concurso ou exame nos planos estratégico e
tático. O primeiro envolve aspectos fundamentais para a estruturação do planejamento da
preparação, tais como a definição de objeto e programa. O segundo consiste em aspectos
relacionados com a execução do plano de estudos, envolvendo, por exemplo, a definição
das fontes e técnicas de estudos a serem adotadas.

E tais preocupações são relevantes considerando que a preparação deve ser encarada como
um empreendimento de natureza cognitiva e intelectual. Além disto, o candidato deve ter o
cuidado de buscar a otimização e eficiência dos esforços implementados ao longo deste
processo, o que consiste em fatores fundamentais para a busca da aprovação.

Portanto, a definição do objetivo se traduz num elemento de enorme importância para a


montagem do planejamento da preparação. Neste sentido, o candidato deve não apenas
saber como definir um objetivo, mas também compreender o sentido deste mesmo objetivo.
Tais atitudes são fundamentais por dois motivos. O primeiro é que o objetivo consiste na
base de toda a estruturação do planejamento da preparação, sendo determinante para a
definição de todas as variáveis voltadas à construção do plano de estudos. No sistema
TUCTOR a primeira a primeira informação que o usuário deve inserir para a montagem do
seu plano de estudos consiste no objetivo. O segundo motivo envolve a idéia de que a
compreensão do sentido do objetivo é fundamental para vialibilizar o compromisso
necessário à execução do planejamento da preparação.

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Superadas as referidas premissas, de modo a colaborar com o candidato na definição do


objetivo, tenho procurado propor a reflexão de alguns conceitos da psicologia do trabalho.
Um dos desafios deste campo do conhecimento envolve a busca da resposta à seguinte
pergunta: o que leva o ser humano a trabalhar? As respostas, que podem ter grande
utilidade para o candidato na identificação e definição do seu objetivo, envolvem algumas
explicações sobre a relação entre o homem e o trabalho, a partir dos perfis que determinam
esta relação.

Assim, temos o chamado homem econômico, que vê no dinheiro a sua fonte de motivação
ao trabalho. Temos também o homem social, que enxerga no trabalho um meio de se
relacionar com as pessoas. Temos ainda o homem auto-realizador, o qual considera o
trabalho como um meio de busca de reconhecimento. Por fim, temos ainda o homem
complexo, o qual tem a capacidade de se envolver e motivar para o trabalho independente
dos fatores antes mencionados.

Pode ser que você se enquadre em algum destes perfis de forma pura ou híbrida. Para o
candidato que se considera homem econômico, seria razoável definir seu objetivo em
função do critério remuneração. Para o candidato que se considera homem social, que
defina o seu objetivo avaliando o que aquele cargo pode proporcionar em termos de
relacionamento com as pessoas, vez que existem carreiras que envolvem a realização de
atividades de maneira mais isolada do que outras. Já para o candidato que se considera
auto-realizador, seria importante avaliar o que o exercício do cargo considerado
proporciona em termos de reconhecimento. Seguramente, não existem cargos mais
importantes que outros, vez que todos os servidores e carreiras têm sua importância para o
funcionamento do Estado. No entanto, independente da relevância institucional, existem
carreiras que receberão mais “confetes” que outras. O exercício do poder de polícia
administrativa, por exemplo, tende a atrair mais críticas do que elogios para aqueles que
desenvolvem a referida função.

Dessa maneira, é fundamental que o candidato realize uma profunda e sincera reflexão,
identificando suas características pessoais e o que cada cargo pode proporcionar, em termos
de adequação ao seu perfil laboral. Tal preocupação também é determinante para o segundo
elemento de grande relevância, o qual envolve a compreensão do sentido que está por trás
do objetivo almejado.

Esta compreensão irá recair sobre a consistência do compromisso com a execução do plano
de estudos, preocupação de enorme importância para a busca da aprovação.
O planejamento estratégico tem como um de seus pilares a definição de três elementos
fundamentais: missão, valores e visão. Se um empreendedor vai montar uma empresa, o
primeiro cuidado que deve ter consiste na definição dos referidos elementos. Muito bem,
considerando que a preparação para o concurso deve ser encarada como um
empreendimento cognitivo e intelectual, o candidato também deve ter claro os referidos
aspectos. Isto é, o candidato deve responder na sua cabeça as seguintes perguntas: por que
quero passar neste concurso? Qual missão pretendo desempenhar ao ingressar nesta carreira
pública? Porque isto para mim é importante, ou seja, quais são os meus valores? Como
quero ser visto pelas pessoas ao atingir este objetivo e exercer tal papel institucional-
estatal?

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A clareza destas respostas irá determinar o compromisso com a implementação do seu


plano de estudos. A preparação para o concurso consiste na busca de uma meta geralmente
de médio ou longo prazo, a qual exige do candidato a submissão a uma desgastante
trajetória de sacrifícios e implementação de esforços. E a manutenção nesta rota será
possível a partir da compreensão do sentido de tudo isto.

Portanto, caro candidato, procure realizar uma sincera e profunda reflexão voltada à
definição do seu objetivo, bem como de modo a compreender o que está por trás deste
mesmo objetivo. Com isto, seguramente, estará adotando atitudes fundamentais para a
visualização do seu nome na lista de aprovados.

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COMO FAZER UMA ANÁLISE


ESTRATÉGICA DO EDITAL

Fui procurado recentemente pelo Portal G1, em função de uma matéria sobre o concurso de
Analista da Receita Federal, com o desafio de apresentar considerações e dicas que fossem
além daquelas informações básicas e elementares normalmente colocadas para os
candidatos. A partir desta provocação, comecei a desenvolver o que denominei de uma
análise estratégica do edital, tendo tal exercício me inspirado a elaborar o presente post.
Portanto, a intenção do texto é lhe provocar a ter esta mesma compreensão em relação a
qualquer concurso que venha prestar. Porém, adotarei como modelo o caso do concurso de
Analista da Receita Federal, objeto da análise mencionada.

A primeira preocupação que deve ter o candidato consiste na compreensão estratégica e


tática da preparação para o concurso. Os aspectos estratégicos se inserem no plano
decisório, envolvendo elementos como a definição de objetivo e programa, o qual
correspondente ao conjunto de matérias e conteúdos que devam ser estudados pelo
candidato. Já os aspectos táticos estão no plano da implementação do planejamento da
preparação, envolvendo elementos como o levantamento do tempo disponibilizado, a
montagem da grade de matérias e as técnicas e fontes de estudo adotadas.

A partir destas premissas, o candidato deve procurar desenvolver uma compreensão


estratégica do edital. No caso específico do concurso de Analista da Receita Federal, a
primeira atitude consiste na compreensão de que restam quase dois meses até a data da
prova. A partir desta noção, o candidato deve avaliar o quantitativo de horas disponíveis
por semana até o mencionado momento final da preparação.

Assim, é possível a estruturação de três modalidades de planejamento: um voltado à revisão


do programa; outro voltado ao suprimento de deficiências em relação ao conteúdo de
domínio limitado ou inexistente; por fim, de modo a contemplar os dois objetivos de
maneira conjugada.

Naturalmente, que a referida definição se encontra no plano estratégico-decisório. Tal


decisão pressupõe a avaliação de variáveis como o tempo disponível até a prova e a
trajetória de preparação realizada até o momento. Para o candidato que já esgotou o
conteúdo programático e dispõe de 30 horas por semana, seria lógico e racional a
montagem de um planejamento de revisão, podendo ainda contar com o suprimento de
pontos deficientes. Já o candidato que esgotou parte do programa e dispõe de 10 horas por
semana, talvez seria mais racional e eficiente focar, de maneira exclusiva, nas matérias e
conteúdos necessários ao esgotamento do programa.

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Estabelecido este primeiro objetivo, o candidato deve procurar organizar o seu plano de
estudos. Neste sentido, deve definir as matérias e conteúdos a serem estudados, bem como
as fontes correspondentes. Podemos tomar como fontes o estudo bibliográfico, envolvendo
apostilas e livros – de caráter mais analítico ou sintético, os exercícios, a legislação seca e
as aulas (presenciais ou web).

Tais definições, ou seja, o objetivo do planejamento, estabelecido no âmbito estratégico-


decisório, e as fontes de estudos, no plano tático, devem ser analisadas de forma sistêmica.
Por exemplo, se o candidato pretende fazer uma revisão e suprir limitações de conteúdos
apenas por livros analíticos, os quais contem com uma grande quantidade de páginas e
demandem um tempo por páginas significativo, dificilmente conseguirá concluir seu plano.
Para a definição das fontes de estudos inerentes a cada matéria, desenvolvendo uma análise
estratégica e racional de o edital, o candidato deve considerar, com bastante cuidado e
atenção, aspectos como a importância das matérias. Este nível de importância será
determinado pela quantidade de questões e pelo peso atribuído às questões. Assim,
considerando o edital de Analista da Receita Federal, constata-se o seguinte:

- Português, Constitucional/Administrativo, Tributário/Previdenciário permitem o alcance,


isoladamente, de até 40 pontos e exigem, também isoladamente, no mínimo 16 pontos;

- Raciocínio Lógico, Contabilidade Geral, Direito/Comércio Internacional, AFO e


Administração Geral permitem o alcance, isoladamente, de até 20 pontos e exigem,
também isoladamente, no mínimo 08 pontos;

- Língua Estrangeira permite o alcance de até 10 pontos e exige mínimo 04 pontos.


Considerando as referidas constatações, o candidato deve primeiramente apurar, em relação
a cada matéria, se estudou o conteúdo, de forma total ou parcial, bem como deve avaliar o
domínio do conteúdo eventualmente estudado. Os conteúdos que o candidato estudou e
domina não podem ser tratados da mesma forma que os conteúdos que sequer foram
estudados.

Diante das mencionadas compreensões, além da definição do que será estudado, o


candidato precisa estabelecer as fontes de estudo voltadas a cada matéria, ou seja, se irá
desenvolver seus estudos por meio de livros, apostilas, exercícios, lei seca ou aulas. Cada
fonte de estudo tende a demandar determinado tempo e proporcionar determinado nível de
eficiência de aprendizagem e disponibilidade da informação, sob uma lógica de custo-
benefício. Isto é, geralmente, a eficiência da apropriação do conteúdo tende a ser
proporcional ao tempo demandado.

Dessa maneira, conforme sustento no meu livro (Concursos Públicos e Exames Oficiais:
Preparação Estratégica, Eficiente e Racional, Ed Atlas), manuais sintéticos demandam um
tempo menor e tendem a proporcionar uma aprendizagem de menor eficiência, ao passo
que manuais mais analíticos demandam um tempo maior e tendem a proporcionar uma
aprendizagem mais eficiente. No entanto, no caso específico de Analista da Receita
Federal, talvez não seja viável a adoção de manuais de caráter analítico.

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O candidato também deve estar atento para as matérias passíveis de cobrança na prova
dissertativa. No caso, estas correspondem a Constitucional, Administrativo, Tributário,
Previdenciário, Direito e Comércio Internacional e Administração. Esta preocupação se
traduz na necessidade de que o candidato tenha conteúdo e domínio da matéria, dispondo
da capacidade de construção de fundamentos para o enfrentamento da questão.
Por fim, além de todas as atitudes apontadas, é preciso refletir e avaliar a viabilidade da
execução do plano de estudos estabelecido. O candidato precisa ter a noção clara das
condições de concluir o seu planejamento da preparação. Neste sentido, o Sistema
TUCTOR, ao contar com mecanismo de mensuração de estimativa de conclusão do plano
de estudos, mostra a viabilidade ou não da sua conclusão, conforme as condições
estabelecidas pelo candidato.

Com isto, tendo a compreensão estratégica e tática da preparação e implementando o seu


planejamento, você estará adotando atitudes fundamentais que irão colaborar com a
visualização do seu nome na lista de aprovados.

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GRADE DE ESTUDOS ESTRATÉGICA,


EFICIENTE E RACIONAL: COMO
MONTAR?

Você já sabe como montar a sua grade de estudos? Pois bem, o objetivo deste post consiste
na abordagem de alguns conceitos relevantes para a estruturação, de forma estratégica,
eficiente e racional, desta parte fundamental do planejamento da preparação para o
concurso.

Muitos candidatos não têm a menor idéia de como estruturar uma grade de estudos de
forma adequada, exatamente por não disporem de critérios que racionalizem este processo.
A montagem adequada da grade de estudos é determinante para a eficiência da execução do
plano de estudos e para a aprendizagem ao longo da preparação.

A estruturação desta etapa do planejamento deve seguir alguns passos fundamentais.


O primeiro consiste no levantamento do tempo que será disponibilizado aos estudos. Ou
seja, o candidato, de forma muito sincera, deve responder à seguinte pergunta: quantas
horas e quais as horas das minhas semanas, nos próximos meses, eu irei investir na busca
de um objetivo que irá me proporcionar resultados por toda a minha vida? Com isto, o
primeiro passo envolve o levantamento da grade de horários. É fundamental compreender
que este levantamento deve ser encarado como um compromisso, de modo que os
momentos nos quais o candidato acha que pode, eventualmente, abrir sua fonte de estudos e
dar uma olhada, não deve ser considerado na grade de horários.

Além deste levantamento, o candidato também precisa apurar o nível de disposição


intelectual e física em cada momento, isto, é, em cada janela da sua grade de horários.
Imaginando que determinado candidato tenha na sua grade a segunda-feira pela manhã e a
sexta-feira no período noturno inseridos, provavelmente terá um nível de disposição
intelectual e física mais limitado na sexta-feira, pois estará com o desgaste da semana
acumulado.

Após o levantamento da grade de horários e do nível de disposição em cada janela, o passo


seguinte corresponde ao levantamento e ao agrupamento das matérias. Na realidade, esta
parte do planejamento, conforme a proposta metodológica que venho sugerindo e
sustentando, vem antes da montagem da grade de estudos, vez que consiste no segundo
passo da estruturação do planejamento da preparação, pois deve ser realizado na definição
de programa. Apenas para relembrar, programa consiste no conjunto de matérias e
conteúdos que devem ser estudados pelo candidato.

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Levantada a grade de horários, bem como organizadas e agrupadas as matérias, o passo


seguinte consiste na alocação das matérias na grade. De modo a contribuir com a busca de
eficiência e racionalidade neste processo decisório, conforme desenvolvo no meu livro
(“Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e Racional”, Ed
Atlas), estabeleci dois critérios de alocação, sendo um primário e outro secundário.
O critério primário conjuga a importância e/ou a dificuldade da matéria com o nível de
disposição intelectual e física de cada janela. Vale lembrar que a importância da matéria
pode decorrer de três critérios, presentes de forma cumulada ou alternada, quais sejam:
peso atribuído às questões (informação extraída do edital), quantidade de questões e
complexidade das questões.

Assim, segundo a lógica do critério primário, as matérias mais importantes serão alocadas
nas janelas de maior disposição intelectual e física, sendo que as matérias de menor
importância serão alocadas nas janelas de menor disposição intelectual e física. Ainda
conforme o critério primário, da mesma maneira, as matérias de maior dificuldade serão
alocadas nas janelas de maior disposição intelectual e física, ao passo que as matérias de
menor dificuldade são alocadas nas janelas de menor disposição intelectual e física.
Ao adotar tal atitude, o candidato estará buscando eficiência no processo de implementação
de esforço no âmbito da preparação para o concurso. E dessa maneira, estará subvertendo a
lógica do Princípio de Pareto, segundo o qual geralmente 80% dos esforços se convertem
em 20% de resultados, buscando fazer com que 100% dos seus esforços, ao empregá-los de
forma otimizada, se convertam em 100% de resultados.

Feita a alocação pelo critério primário, passa-se a alocar as matérias remanescentes pelo
critério secundário, o qual envolve uma lógica de alternância. Ou seja, a alocação de tais
matérias será realizada de forma alternada, considerando o grupo (de matérias) no qual foi
enquadrada. Assim, por exemplo, se o candidato chamou Direito Material Público de grupo
1 e estudou na segunda-feira pela manhã Direito Constitucional (grupo 1), não deve alocar
na segunda-feira a noite, que seria a sua janela seguinte, Direito Administrativo (também
grupo 1). Isto é, deveria alocar uma matéria de outro grupo.

Ao adotar tal atitude, o candidato está montando um planejamento que assegure um


desgaste menor, ante a alternância de matérias, bem como contribuindo com o processo de
aprendizagem, pois proporciona uma pluralidade de estímulos cerebrais maior. Cabe
lembrar que um conceito importante para as ciências cognitivas consiste na idéia da
plasticidade cerebral, segundo a qual o nosso cérebro trabalha sob uma lógica de que
quanto mais é exigido, mais conta com capacidade para dar respostas. Nestes termos, os
candidatos que observam a sistemática apresentada estão se preparando conforme o sentido
do mencionado conceito cognitivo.

Cabe lembrar que o sistema TUCTOR conta com uma funcionalidade denominada Grade
Horária Inteligente, a qual viabiliza eletronicamente a realização de todos este trabalho,
indicando, conforme as variáveis do planejamento inseridas no sistema pelo usuário, o
caminho da montagem da grade de estudos forma estratégica, eficiente e racional.
Mas o fundamental é que o candidato procure estabelecer uma grade de maneira adequada,
a qual contribua com a execução otimizada do planejamento da preparação e lhe ajude a
alcançar o resultado da visualização do seu nome na lista de aprovados.

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PREPARE-SE COM ESTRATÉGIA,


EFICIÊNCIA E RACIONALIDADE

*este Artigo foi publicado no Jornal CARTA FORENSE. Aborda uma série de dicas,
estratégias e cuidados que devem ser observados na preparação para qualquer concurso,
apesar de contar com o foco voltado ao Exame da OAB.

Os números dos resultados do Exame da OAB têm indicado uma crescente redução dos
índices de aprovação, principalmente em relação à primeira fase. Este cenário acaba por se
tornar um agravante para os candidatos, na medida em que gera a percepção de que a
visualização do nome na lista de aprovados consiste num objetivo distante e de dificuldade
elevada. Apesar das críticas que possam ser dirigidas ao ensino jurídico enquanto
responsável pela situação, o candidato deve compreender que a aprovação não consiste em
algo distante, mas sim num objetivo que se encontra em suas mãos. Basta desenvolver uma
preparação de forma estratégica, eficiente e racional. O investimento de 200 horas de
estudos, em média, é mais do que suficiente para que o candidato esteja em condições de
ser aprovado.

Os dados revelados sobre os resultados do 1º Exame de 2009 indicaram uma redução


significativa no número de aprovados, sendo comparados com o último exame de 2008. Tal
fenômeno ocorreu em todo o país, sendo que no Estado de São Paulo, uma das poucas
seccionais a divulgar oficialmente os resultados, o universo de reprovados correspondeu a
cerca de 88% dos candidatos. Por outro lado, também é inegável que o grande gargalo do
exame consiste na primeira fase. No último exame de 2008, na primeira fase foram
aprovados 35,72% dos candidatos, sendo que destes 76,55% passaram na segunda fase.
Diante do referido cenário, não se pode negar que haja alguma responsabilidade do sistema
de ensino jurídico, o qual normalmente figura como o grande vilão do processo, recebendo
todas as responsabilidades. No entanto, apesar do sentido que possa fazer as referidas
críticas, é fundamental a compreensão de que o candidato conta com todas as condições de
buscar a aprovação, independente de possíveis carências que tenha herdado do sistema de
ensino. Ou seja, a aprovação está nas mãos do candidato! Basta se preparar de forma
estratégica, eficiente e racional.

Muitos candidatos sequer pensam a preparação de maneira estratégica. Muitos não


elaboram qualquer tipo de planejamento, não refletem sobre conteúdos e matérias que
possam ser cobrados na prova, sobre o tempo que vão disponibilizar para o estudo, sobre o
tempo razoavelmente necessário aos estudos, bem como sobre a disponibilidade de tempo
existente considerando a provável data da prova.
Assim, o primeiro passo para encarar a preparação de forma estratégica consiste na
compreensão da importância e da necessidade de um planejamento. A partir desta premissa,
é fundamental a estruturação do plano de estudos e a definição de mecanismos que

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assegurem o monitoramento e o controle da sua execução, inclusive considerando a


provável data da prova.
A preparação para um concurso ou para um exame como o da OAB deve ser encarada
como um empreendimento cognitivo-intelectual. O objetivo maior do candidato consiste na
disponibilidade da informação solicitada no momento da prova, o que exige a compreensão
da preparação como um processo voltado à apropriação intelectual e disponibilidade das
informações que serão demandadas pelo examinador.

Para a montagem do planejamento de estudos quatro elementos são fundamentais:


definição de programa, definição de fontes de estudo, levantamento do tempo a ser
investido e alocação das matérias.

Portanto, o primeiro passo consiste na definição do programa a ser estudado, o que consiste
no conjunto de matérias e conteúdos que devam ser enfrentados pelo candidato. Esta
informação deve ser extraída do edital, disponível a todos os candidatos na página do
Cespe.

O segundo passo consiste na definição das fontes de estudos. Esta decisão deve ser tomada
considerando duas variáveis fundamentais, as quais estão intimamente ligadas, mas
normalmente inversamente relacionadas. Uma consiste no tempo e outra na eficiência do
processo de aprendizagem. O estudo bibliográfico por manuais analíticos, por exemplo,
indicado para concursos como o da Magistratura e Ministério Público, tende a assegurar um
nível elevado de eficiência da apropriação da informação, mas exige um tempo
significativo.

No caso do exame da OAB, o estudo bibliográfico por manuais de caráter sintético, tais
como livros com perfil de resumo ou sinopse, atende tranqüilamente o nível de exigência
da prova. Caso o candidato opte por uma preparação por meio de aulas, o que pode
proporcionar uma eficiência de apropriação da informação mais limitada comparativamente
com o estudo bibliográfico, deve ter o cuidado de avaliar se o conteúdo das aulas é
desenvolvido conforme o programa de estudos do Exame.

O terceiro passo consiste no levantamento do tempo que será disponibilizado. Ou seja, o


candidato deve levantar a sua grade horária de estudos, apurando quais as janelas da
semana irá dedicar à preparação. Em seguida, deve fazer a alocação das matérias,
procurando observar uma lógica de eficiência e racionalidade de tal alocação, por exemplo
alocando matérias de maior importância em janelas de maior disposição intelectual.
Além da montagem do plano de estudos, o candidato precisa ter a preocupação com o
monitoramento da sua execução. O sistema Tuctor (abrigado no site www.tuctor.com.br)
consiste numa plataforma eletrônica voltada à montagem do planejamento da preparação,
bem como ao monitoramento e controle da sua execução, mensurando inclusive estimativas
de previsão da conclusão dos estudos. Utilizando este sistema é possível constatar que as
200 horas de estudos, em média, são suficientes para o esgotamento do programa por meio
do estudo bibliográfico.

Pensando a preparação de forma estratégica, com a montagem de um planejamento


adequado e o implementando de forma eficiente, o candidato estará em plenas condições de

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figurar na lista de aprovados. O Exame da OAB conta com a peculiaridade de não envolver
disputa de vagas, ou seja, o candidato é o seu único concorrente. Portanto, caro candidato, a
sua aprovação depende apenas de você!

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O CANDIDATO E O EMPREENDEDOR

Entre os dias 23 e 26 de julho ocorreram dois eventos aparentemente bastante distintos em


Brasília, uma cidade considerada por muitos a capital dos concursos públicos, percepção
talvez influenciada pela expressiva quantidade de servidores públicos em sua população
economicamente ativa e pelo fato de abrigar órgãos de cúpula dos Poderes da República.
Os eventos foram a Feira do Empreendedor, organizada pelo Sebrae, e a Feira do
Candidato, a qual contou com a sua primeira edição. A aparente distinção decorre do fato
de que buscar uma carreira pública, por meio da aprovação no concurso, é tido como uma
opção de vida profissional completamente distinta da estruturação de uma empresa,
principalmente pelo aspecto da estabilidade.

No entanto, apesar da aparente distinção, existem inúmeras semelhanças entre o candidato e


o empreendedor.

O primeiro aspecto fundamental é que tanto o empreendedor, na definição do seu plano de


negócios, quanto o candidato, na organização da sua preparação para o concurso, devem ter
a preocupação com a estruturação de um planejamento estratégico e tático.

Segundo os Profs da USP Adalberto Fishmann e Martinho Isnard, “Planejamento


Estratégico é uma técnica administrativa que estabelece o propósito de direção que a
organização deverá seguir…Planejamento Tático é um planejamento predominantemente
quantitativo, abrangendo decisões administrativas e operações e visando à eficiência da
organização”*. Portanto, enquanto pensar estrategicamente envolve aspectos decisórios, as
definições no plano tático correspondem a elementos operacionais.

Neste sentido, se por um lado, o empreendedor ao definir seu plano estratégico deve refletir
sobre aspectos como público alvo (target), nichos de mercado e posicionamento, por outro
lado, ainda no plano estratégico, o candidato deve ter a preocupação com a definição de
objetivo, em termos de qual concurso pretende alcançar a aprovação, bem como programa
de estudos, consistindo no conjunto de matérias e conteúdos que devem ser enfrentados ao
longo do processo de preparação.

Já no plano tácito, enquanto o empreendedor deve se preocupar com aspectos como


definição de preço, produtos, publicidade e canais de distribuição, o candidato deve definir
por quais fontes de estudo irá enfrentar os conteúdos que compõe o seu programa, quais
matérias deve estudar a cada momento do dia e a cada dia da sua semana (grade de horários
e matérias), bem como em quais locais irá estudar.

O empreendedor tem como uma de suas preocupações fundamentais conquistar seu


potencial cliente, de modo a assegurar a venda dos produtos ofertados. Já o candidato deve
ter a preocupação de “conquistar” o examinador, por meio da disponibilidade das
informações solicitadas no momento da prova, de modo a alcançar a pontuação necessária à

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aprovação. Dessa maneira, enquanto o empreendedor irá se preocupar com as técnicas de


vendas que serão implementadas, o candidato deve se preocupar com as técnicas de estudos
que serão adotadas, procurando avaliar os processos de aprendizagem que sejam mais
eficientes e assegurem a disponibilidade da informação apropriada no momento da prova.
O empreendedor, ao estruturar sua empresa, deve ter claro qual a missão pretende
desempenhar, a partir da identificação da necessidade que pretende atender, bem como
contar com a definição dos valores da empresa e da visão com a qual pretende trabalhar. O
candidato, da mesma forma, deve ter a clareza de qual papel almeja realizar ao alcançar a
titularidade do cargo público pretendido (missão), devendo compreender também quais
valores considera relevantes e determinaram tal definição, bem como visualizar a forma
que pretende ser visto pelas pessoas à sua volta e pela sociedade (visão).

O empreendedor deve ter a preocupação com aspectos emocionais relevantes, tais como a
motivação e a crença no alcance dos seus objetivos. O consultor César Sousa, uma das
maiores referências do país na área de empreendedorismo e autor da apresentação do meu
livro, ao comentar a compreensão de diversos líderes empresariais de êxito acerca do
mencionado tema, afirma que “Eles compartilham a crença de que sonhar é essencial para
se manter motivados. Apontam a capacidade de sonhar, aliada ao desejo e à determinação
por resultados, como a força motriz do sucesso empresarial”**.

Da mesma maneira, o candidato deve ter a firme convicção da vialibilidade do alcance da


aprovação, bem como monitorar e trabalhar suas condições motivacionais. Tais
preocupações são fundamentais para o processo de aprendizagem e implementação do
esforço ao longo da preparação.

Portanto, os candidatos que se preparam para o concurso de forma estratégica, eficiente e


racional, na realidade, também são empreendedores. São empreendedores da busca de um
cargo público por meio da aprovação no concurso, ou seja, levam adiante um
empreendimento de natureza cognitiva-intelectual. E este espírito de empreendedorismo
que o candidato carrega já ao longo do processo de preparação tem uma importância
significativa para o desempenho de suas futuras funções públicas e do atendimento às
demandas da população, de maneira comprometida, estratégica, eficiente e racional.

* Planejamento Estratégico na Prática. São Paulo: Atlas, pág 25.


** Você é do tamanho de seus sonhos. São Paulo: Gente, págs. 39/40.

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NÃO SEJA REFÉM DA PUBLICAÇÃO DO


EDITAL!

O Banco Central publicou recentemente o edital do concurso para o cargo de Procurador e


o Mistério Público do Maranhão, também recentemente, publicou edital do concurso de
Promotor de Justiça. Ambas as provas serão no dia 30 de agosto, ou seja, daqui a 48 dias,
menos de 2 meses. Estes fatos confirmam o quanto é ineficiente a atitude de esperar a
publicação do edital para iniciar o processo de preparação.

Conforme sustento no livro de minha autoria, voltado à preparação para concursos e


exames (“Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e
Racional”; Ed. Atlas), um dos pilares fundamentais de uma preparação voltada ao alcance
de resultados consiste na montagem do planejamento.

Neste sentido, me apropriando de uma idéia do técnico Bernardinho, autor do livro


“Transformando suor em ouro”, o qual faz parte das minhas referências bibliográficas, da
mesma forma que um atleta de alto rendimento começa a se preparar para a olimpíada
seguinte quando termina a anterior, não podendo iniciar seus treinos em momento próximo
às eliminatórias, o candidato ao concurso não pode aguardar a publicação do edital para
iniciar sua preparação. A publicação do edital está para o candidato assim como as
eliminatórias estão para o atleta de alto rendimento. Se for aguardar este momento para
iniciar sua preparação, dificilmente irá alcançar a aprovação.

E se não pode ficar refém do Edital, como se preparar? Daí entra a proposta metodológica e
de planejamento que sustento no livro. O candidato, na montagem do seu plano de
preparação, deve ter como primeira preocupação a definição de um objetivo, o que
independe de edital. No livro trabalho alguns conceitos importantes sobre como definir um
objetivo, considerando inclusive construções da psicologia do trabalho.

O concurso deve ser encarado como uma meta de médio ou longo prazo. Além disto, é
preciso compreender que concursos ocorrem com freqüência, qualquer que seja o cargo,
pois na medida em que a sociedade avança, em termos de demandas, necessidades e mesmo
arrecadação, a máquina pública cresce. Por outro lado, existe também o fenômeno das
aposentadorias, as quais implicam na necessidade de ocupação dos cargos antes ocupados
pelos servidores em inatividade.

Os fatos envolvendo os recentes concursos para os cargos de Procurador do Bacen e


Promotor de Justiça do MP do Maranhão reforçam a presente compreensão. Entre a
publicação dos editais e a data da primeira prova não decorrerão mais de dois meses, tempo
extremamente limitado para uma preparação adequada.

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Pensar a preparação de forma estratégica e promover a sua execução de maneira eficiente e


racional exige a montagem de um planejamento, independente da publicação do Edital. E
para contribuir com a implementação desta idéia o Tuctor desempenha um papel muito
importante, na medida em que gera estimativas e previsões de prazos e da conclusão do
plano de estudos.

Portanto, caros candidatos, não sejam reféns dos editais, mas do seu objetivo e do
planejamento da sua preparação.

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