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an Easy Mark on
Syria
Before their Helsinki summit, the U.S. president has given his Russian
counterpart little reason to take him seriously.
BY JOHN HANNAH
| JULY 13, 2018, 11:49 AM
US President Donald Trump chats with Russia's President Vladimir Putin as
they attend the APEC Economic Leaders' Meeting in the central Vietnamese
city of Danang on November 11, 2017. (MIKHAIL KLIMENTYEV/AFP/Getty
Images)
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And what has been the U.S. response to this Russian-backed campaign
of duplicity and butchery? Save for the obligatory expressions of deep
concern, and a pinprick strike in April to punish Assad for a
particularly egregious use of chemical weapons, the Trump
administration, not unlike its predecessor, has been all but missing in
action, a passive bystander to war crimes and genocide in the heart of
the Middle East — a region whose stability and security were once
viewed as vital to American interests.
Given that track record, it’s hard to fathom that Putin would now see
U.S. recognition of Assad’s victory and Russia’s dominant role in Syria
as a concession worth paying for in the valuable coin of Moscow’s
alliance with Tehran, rather than what it actually is: A recognition of
reality and the fact that Russia for the past three years has run circles
around the United States in the struggle for primacy in the Middle
East’s northern tier, repeatedly showing greater resolve, will, and
staying power, not to mention strategic acumen.
In this context, it’s worth spending some time reviewing the U.S. policy
debacle surrounding Assad’s recent offensive against the de-escalation
zone in southwestern Syria. It hasn’t received nearly enough attention.
The United States was actually a party to the negotiation that
established the zone last year, along with Russia and Jordan. The
agreement was trumpeted as a major deliverable after Trump’s first
meeting with Putin during last year’s G-20 summit in Germany, the
supposed prelude to expanded U.S.-Russian cooperation to end the
civil war. The southwest zone had special significance for U.S. interests
due to its immediate proximity to Israel and Jordan, and because the
dominant rebel alliance there, the Southern Front, had received
significant American backing.
The southwest zone remained quiet for much of the past year,
conveniently freeing Assad’s over-stretched forces to concentrate their
firepower on first decimating other rebel-held areas. But once those
regions were back in regime hands, it quickly became apparent by the
late spring of this year that the southwest zone — the American zone —
was next up in Assad’s crosshairs.
To the surprise of many who had watched the United States stand by
impotently in February, March, and April as Assad and Russia rained
mass slaughter down on the civilian population of eastern Ghouta
(another de-escalation zone near Damascus), the State Department on
May 25 suddenly issued an extremely tough statement warning the
Assad regime against launching any operations in the southwest. “The
United States remains committed to maintaining the stability of the
southwest de-escalation zone and to the ceasefire underpinning it,” the
statement declared. It cautioned “the Syrian regime against any actions
that risk broadening the conflict or jeopardize the ceasefire.” And in
what appeared to be a transparent allusion to the possible use of
military force, the statement bluntly threatened that, “As a guarantor of
this de-escalation area with Russia and Jordan, the United States will
take firm and appropriate measures in response to Assad regime
violations.”
Clear enough? Not one, not two, but three formal statements over the
course of a month underscoring America’s role as a guarantor of the
southwest zone and warning of serious repercussions should Russia
and Assad violate the cease-fire. And mind you, these came not from
the State Department of former Secretary of State Rex Tillerson, a
marginalized figure constantly out of step with Trump, whose musings
often seemed to bear little relation to administration policy. These
statements came from the State Department of Pompeo, one of the
Cabinet officers allegedly closest to Trump who’d supposedly been fully
empowered to speak authoritatively on behalf of the administration’s
foreign policy.
Surely Pompeo would not have permitted his press office to issue
repeated statements intended to raise the specter of a coercive U.S.
response to Russian-backed activities in Syria willy-nilly without
checking with Trump first, right? Or at least he would have run them
by Trump’s national security advisor, John Bolton, and Secretary of
Defense James Mattis, whose Pentagon after all would bear the burden
of making good on State’s veiled warnings? And even on the off chance
that State had gotten out over its skis with its aggressive May 25
statement, wouldn’t Bolton and Mattis have immediately cried foul and
insisted that State cease and desist from issuing any further threats
that put U.S. credibility on the line and that the president had no
intention of acting upon?
Precisamente visando debelar o regime oligárquico da Primeira República, ou
Em 3 de novembro de 1930, a junta passa o poder a Vargas e esse se torna Chefe do Governo
Provisório (1930-1934), com poderes praticamente ilimitados.
Durante esse período, Vargas dá início à modernização do Estado. Nomeia Interventores para
os Governos Estaduais e cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da
Educação e Saúde.
O governo Vargas iniciou-se com o movimento armado de 1930, que derrubou o governo de
Washington Luís e pôs fim à chamada República Velha.
Getúlio Vargas foi chefe do Governo Provisório de 1930 a 1934, quando se tornou presidente
eleito indiretamente pela Assembleia Nacional Constituinte.
Vargas voltou ao poder, pelo voto direto, em 1950 e, em 24 de agosto de 1954, resolveu a
crise político-militar daquele momento, pondo fim a sua vida.
A geração que chegou ao poder junto com Vargas transformou, profundamente, a estrutura e
a abrangência do poder, que passou a agir sobre setores da sociedade até então mantidos à
margem da ação do governo.
Foi nesse tempo que se consolidou a crença de que, no Estado, do Estado e pelo Estado, viria a
solução dos problemas brasileiros.
Dessa crença, derivaram inúmeras iniciativas do governo que marcaram, pelo menos, 60 anos
da história brasileira.
O golpe do Estado de 10 de novembro de 1937, que deu origem ao chamado Estado Novo,
com o próprio Vargas à frente, significou a vitória de um projeto de governo modernizador e
autoritário.
Essa constituição foi elaborada pelo jurista Francisco Campos, Ministro da Justiça do novo
regime, e aprovada, previamente, por Vargas e por seu Ministro da Guerra, General Eurico
Dutra.
A principal característica dessa constituição era a enorme concentração de poderes nas mãos
do chefe do Executivo.
A intervenção estatal na economia, tendência que, na verdade, vinha desde 1930, foi
intensificada com a criação de órgãos técnicos voltados para esse fim.
Foi a partir de então que o Estado Novo começou seu declínio, ao mesmo tempo em que
Vargas conservava imenso apoio popular.
Um novo ufanismo foi criado e pode ser percebido inclusive em letras da música popular,
como no caso de Aquarela do Brasil, composta por Ari Barroso em 1939.
Roteiro de leitura:
A Revolução de 1930, que pôs fim à Primeira República, foi, para muitos historiadores, o
movimento mais importante da história do Brasil do século XX. Foi ela quem, para o
historiador Boris Fausto, acabou com a hegemonia da burguesia do café, desenlace inscrito na
própria forma de inserção do Brasil, no sistema capitalista internacional. Na Primeira
República, o controle político e econômico do país estava nas mãos de fazendeiros, mesmo se
as atividades urbanas [fossem] o pólo mais dinâmico da sociedade. Entre 1912 e 1929, a
produção industrial cresceu cerca de 175%. No entanto, a política econômica do governo
continuava privilegiando os lucros das atividades agrícolas. Mas, com a crise mundial do
capitalismo em 1929, a economia cafeeira não conseguiu manter-se. O presidente Washington
Luís - 1926-1930 -, com algumas medidas, tentou conter a crise no Brasil, mas em vão. Em
1929, a produção brasileira chegava a 28,941 milhões, mas só foram exportados 14,281
milhões de sacas, e isto em um momento em que existiam imensos estoques acumulados.
O maior partido de oposição ao Partido Republicano de Washington Luís era a Aliança Liberal.
Era liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Getúlio Dorneles Vargas. Mesmo
sendo apoiado por muitos políticos que tinham sido influentes na Primeira República, como os
ex-presidentes Epitácio Pessoa e Artur Bernardes, seu programa apresentava um certo avanço
progressista: jornada de oito horas, voto feminino, apoio às classes urbanas. A Aliança Liberal
foi muito influenciada pelo tenentismo, que foi um movimento de jovens militares que
defendiam a moralização administrativa e cujo slogan era representação e justiça. Nas eleições
de 1930, a Aliança Liberal perdeu, vencendo o candidato republicano Júlio Prestes. Mas,
usando como pretexto o assassinato do aliancista João Pessoa por um simpatizante de
Washington Luís, João Dantas, Getúlio Vargas e seus partidários organizaram um golpe que,
em outubro de 1930, tirou Washington Luís do poder. Getúlio Vargas tomou posse do governo
no dia 3 de novembro 1930, data que ficou registrada como sendo o fim da Primeira
República.
No início de seu governo, com a centralização do poder, Vargas iniciou a luta contra o
regionalismo. A administração do país tinha que ser única e não, como ocorria na República
Velha, ser dividida pelos proprietários rurais. Muitas medidas que tomou no plano econômico
financeiro não resultaram de novas circunstâncias, mas das circunstâncias impostas pela crise
mundial. O Brasil dependia demais do comércio do café para que o novo presidente o
abandonasse.
Para controlar a superprodução e a crise no Brasil, Vargas mandou destruir todos os estoques
de café. Mesmo, com a crise mundial, conhecida como crash de 1929, houve uma intensa
aceleração do desenvolvimento industrial. Entre 1929 e 1939, a indústria cresceu 125%,
enquanto na agricultura o crescimento não ultrapassou 20%. Esse desenvolvimento deu-se por
causa da diminuição das importações e da oferta de capitais, que trocaram a lavoura
tradicional em crise, pela indústria. Mas, foi a participação do Estado, com tarifas
protecionistas e investimentos, que mais influiu nesse crescimento industrial. Diferentemente
do que ocorreu na República Velha, começaram a surgir planos para a criação de indústrias de
base no Brasil. Esses planos realizar-se-iam com a inauguração da usina siderúrgica de Volta
Redonda em 1946.
Em 1931, o governo decretou a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas. Essa
aproximação entre Estado e Igreja também foi marcada pela inauguração, a 12 de outubro de
1931, da estátua do Cristo Redentor no Corcovado. O historiador Boris Fausto afirmou que a
Igreja, em troca, levou a massa da população católica a apoiar o novo governo. Em relação ao
ensino superior, o governo procurou estabelecer as bases do sistema universitário, investindo
nas áreas de ensino e pesquisa. Foram contratados jovens professores europeus como Claude
Lévy-Strauss que se tornaria, mais tarde, o criador da antropologia estruturalista.
No entanto, foram os intelectuais partidários da Revolução de 1930, como Caio Prado Júnior,
quem tiveram um papel essencial no processo de desenvolvimento cultural do Brasil. Sérgio
Buarque de Holanda, com Raízes do Brasil principalmente, influenciou muito o
desenvolvimento do nacionalismo no Brasil. Nesse ensaio, Sérgio Buarque de Holanda buscou
entender como se fez o processo da formação do Brasil como nação. Analisou a história desde
a chegada dos ibéricos à América até os anos 1930. Esse livro, como apontou Antônio Cândido,
formou a mentalidade de muitos estudantes a partir de 1936, quando foi publicado. Nesse
livro, Sérgio Buarque de Holanda não só analisa o passado mas também dá os objetivos
brasileiros para o futuro, principalmente no último capítulo do livro - Nossa Revolução.
Raízes do Brasil demonstrou que a independência do Brasil não se fez em 1822, pois a
formação de uma nação não só se devia entender em relação à administração. O Brasil, para o
autor, só seria independente quando não houvesse mais marcos, a não ser o passado, da era
colonial. O retrato que Sérgio Buarque fez do livro é extremamente comparativo e psicológico.
O conceito de homem cordial, que estudou em seu quinto capítulo, caracterizou o brasileiro
como tendo uma personalidade única, diferente da dos europeus. Mas, como disse, com a
simples cordialidade não se criam os bons princípio. Por isso, defendeu tanto a industrialização
e a centralização do poder, pois eram características da era pós-30.
Sérgio Buarque de Holanda, com Giberto Freyre, formavam uma nova ala de intelectuais
inovadores do Brasil. São os fundadores da Universidade de Ciências Sociais do Brasil e são os
pioneiros dos movimentos nacionais e a favor da democratização da sociedade. Raízes do
Brasil e também outros livros como Casa-Grande e Senzala de Gilbetro Freyre, quebra com
todos os pensamentos expostos antes da Revolução de 1930. Como aponta Renato Ortiz, o
que era mestiço torna-se nacional. Na República Velha, como o mostra Os Sertões de Euclides
da Cunha, todas as raças que não fossem brancas eram inferiores. Mas, com suas obras, o
entendimento popular da escravidão transformou-se muito. Sérgio Buarque de Holanda
entende que não adianta mais separar o mundo em classes, mas uni-las para formar uma
nação.
Vem daí a crítica dos sociólogos dos anos 1930 aos movimentos integralistas - fascismo
brasileiro - e comunistas. Nisso ele foi importantíssimo para a Revolução de 1930, pois os
grupos extremistas já estavam bem fortes e, com sua obra-prima, queriam até tomar o poder.
Mesmo não sendo oficialmente marxista, sua análise do processo histórico que abriria, no
futuro, a total independência do país em relação à agricultura e à Europa.
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A reação contra essa política de enquadramento foi imediata por parte de lideranças católicas,
empresariais e de trabalhadores. A Igreja temia que a ampliação do raio de ação do Estado
pudesse, na prática, inviabilizar o movimento sindical católico em expansão naquele início dos
anos 30. Setores do empresariado também se mostraram descontentes. De um lado, porque
temerosos da força de sindicatos únicos com respaldo governamental e, de outro, porque
interessados em preservar a autonomia das suas organizações sindicais, ainda que vissem com
bons olhos o propósito apaziguador da nova legislação. Finalmente, por parte das correntes
operárias, interessadas em manter o sindicalismo livre da tutela estatal, a lei foi recebida como
uma séria ameaça à sobrevivência da liberdade sindical por elas apregoada. A palavra de
ordem passou a ser o máximo de resistência possível ao sindicalismo oficial.
Apesar das críticas, o governo não desistiu de implementar o seu projeto. Com o intuito de
viabilizar o novo modelo de sindicalismo, tratou também de introduzir uma série de novas leis
trabalhistas e previdenciárias.
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Para os construtores desse novo Estado, era preciso deixar para trás aquilo que seria o
causador de todos os males da nação – o liberalismo. Para eles, a decretação do Estado Novo
era o complemento da Revolução de 1930, cujos ideais estavam sendo traiçoeiramente
atingidos pela Constituição liberal de 1934. A crise da liberal-democracia exigia uma solução
que somente um poder forte, autoritário, estaria em condições de oferecer. O
intervencionismo estatal iniciado em 1930, ainda que de forma não ostensiva, seria
intensificado e se tornaria a marca dos novos tempos.
O Estado Novo parece ter nascido, vivido e morrido sob a égide das transformações mundiais.
Se o florescimento de regimes autoritários na Europa encorajou o presidente Vargas a
instaurar no país um regime político autoritário, esse mesmo regime conheceu o apogeu e a
queda sob a influência da Segunda Guerra.
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Entre essas medidas, destacavam-se a submissão dos governadores dos estados ao Governo
Federal e a eliminação dos órgãos legislativos, o que levaria à criação de novas interventorias e
departamentos administrativos. O jogo político-representativo era eliminado em nome da
eficiência e da racionalidade do Estado. O argumento para fortalecer o Poder Executivo era
que a Constituição de 1934, com seu liberalismo, o havia enfraquecido e o tornado vulnerável
aos interesses privados. Por isso, fora outorgada a Constituição de 1937, que concentrava o
poder político nas mãos do Presidente da República.
O golpe foi seguido de uma forte repressão, a cargo da polícia política, que atingiu não apenas
os comunistas ou os liberais, mas mesmo aqueles que advogavam uma ideologia semelhante à
do novo regime e supunham ser seus aliados: os integralistas. Foi assim que, junto com os
demais partidos políticos, a Aliança Integralista Brasileira foi fechada por decreto presidencial.
Em reação, seria deflagrado o levante integralista em maio de 1938, logo desbaratado.
A propaganda do regime e a repressão a seus opositores seriam duas faces do Estado Novo
muito bem representadas pelo Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP. Criado para
difundir a ideologia do Estado Novo junto às camadas populares e, a partir do ideário
autoritário do regime, contribuir para a construção da identidade nacional, o DIP exercia
também uma forte censura aos meios de comunicação, suprimindo eventuais manifestações
de descontentamento.
Fiel ao princípio de que era necessário aplacar as disputas políticas para promover o
desenvolvimento do país, também no plano administrativo o governo do Estado Novo buscou
eficiência e racionalidade. Procurou implantar, no recrutamento do funcionalismo, a lógica da
formação profissional, da capacidade técnica e do mérito, em substituição à da filiação
partidária ou da indicação política. Para tanto, foi criado em 1938 um órgão especialmente
voltado para a reforma e a modernização da administração pública, o Departamento
Administrativo do Serviço Público - DASP. Anos mais tarde, a preocupação com a formação de
pessoal para atuar na administração daria origem à Fundação Getúlio Vargas - FGV. Foi o
desejo de dispor de informações estatísticas confiáveis que levou à valorização do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Na área econômica, criaram-se, durante o Estado Novo, inúmeros conselhos e órgãos técnicos,
cuja função era promover estudos e discussões, assessorar o governo na elaboração e na
execução de suas decisões e, ainda, propiciar o acesso de setores empresariais ao aparelho
estatal. Das negociações entre governo e empresariado resultariam, por exemplo, a criação do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, destinado a formar mão-de-obra para a
indústria, assim como os estudos para a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial - SENAC -, destinado a promover a difusão e o aperfeiçoamento do ensino comercial
no país.
Da criação da FEB até o embarque do 1° Escalão para a Itália transcorreu quase um ano. Nesse
período, dedicado à preparação e treinamento das tropas, inúmeros foram os desencontros
entre Brasil e Estados Unidos, desde os relativos à liberação do equipamento militar necessário
para a atuação das forças brasileiras, até os decorrentes da ausência de uma definição quanto
à área de atuação da FEB. Finalmente liberados os armamentos norte-americanos de que o
Brasil necessitava no início de 1944, e superada a resistência [britânica] à presença de uma
força brasileira no Mediterrâneo, o primeiro contingente de tropas brasileiras embarcou em
30 de junho de 1944 rumo à Itália. Ao longo dos oito meses seguintes, outros quatro escalões
seguiram para o teatro de operações. Também a FAB se fez representar com um grupo de
aviação de caça e uma esquadrilha de ligação e observação.
O envio da FEB e da FAB ao teatro de operações veio coroar um processo que se iniciara quase
quatro anos antes, mas constituiu também o ponto de partida de uma nova etapa, qual seja, a
da busca, por parte do governo brasileiro, de participação nos arranjos do pós-guerra que
iriam definir uma nova ordem mundial.
Além de ter viabilizado o reequipamento das Forças Armadas, a participação militar direta do
Brasil na guerra, em um primeiro momento, fortaleceu o regime e ampliou o poder e o
prestígio de setores civis e militares da classe governante. No entanto, logo se evidenciou uma
contradição, na medida em que o Brasil apoiava as forças aliadas em sua luta contra os
regimes autoritários nazi-fascistas e, ao mesmo tempo, mantinha internamente um regime
ditatorial que restringia a participação popular. Não demorou muito para que o Estado Novo
sofresse os efeitos desse contra-senso. A despeito das medidas liberalizantes adotadas pelo
governo, procurando atender às demandas das oposições, um golpe desfechado em 29 de
outubro 1945 sob a liderança do alto comando do Exército provocou a queda de Vargas e o fim
do Estado Novo.
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Em 1940, a Rádio Nacional foi encampada pelo governo. Logo em seguida, foi a vez dos jornais
A Manhã e A Noite. O jornal A Manhã, sob a direção de Cassiano Ricardo, e a revista Cultura
Política, sob a direção de Almir de Andrade, tornaram-se os porta-vozes do regime. Ambas as
publicações contavam com a colaboração de intelectuais das mais diversas correntes. Já a
revista Ciência Política reunia intelectuais de pouca projeção, voltando-se basicamente para a
doutrinação das camadas populares. Buscava-se construir a imagem de uma verdadeira
simbiose entre o governo e os intelectuais. Ao assumir sua cadeira na Academia Brasileira de
Letras, em 1943, Vargas estaria simbolicamente corporificando essa comunhão de interesses.
O curioso disso tudo é que, se a imprensa foi uma peça fundamental na definição e na difusão
da ideologia do Estado Novo, seria também através dela que a imagem do regime começaria a
ruir.
Seguramente, o rádio foi um dos veículos de maior eficiência na difusão do projeto político-
pedagógico estadonovista. A Rádio Nacional contava com expressiva verba oficial para manter
o melhor elenco da época, incluindo músicos, cantores, radioatores, humoristas e técnicos. Em
seus programas, transmitiam-se os padrões de comportamento e valores desejáveis. Buscando
monopolizar a audiência popular, o governo instituiu concursos musicais em que a opinião
pública elegia seus astros favoritos. A apuração era feita no DIP, e o resultado era transmitido
durante o programa Hora do Brasil. Em agosto de 1941, foi criado o Repórter Esso, jornal
radiofônico inspirado no modelo norte-americano com notícias procedentes da United Press
International - UPI. A Rádio Mauá, diretamente ligada ao Ministério do Trabalho, e
autodenominando-se a emissora do trabalho, popularizava a imagem de Vargas.
Foi durante o Estado Novo que surgiu o chamado samba da legitimidade, em que se buscava
converter a figura do malandro na figura exemplar do operário de fábrica. O DIP incentivava os
compositores a exaltar o trabalho e abandonar a boemia. Também através do samba se
ensinava a repudiar o comunismo como ameaça à nacionalidade - Glória ao Brasil, 1938.
Procurando construir uma imagem positiva do governo junto aos artistas, em 1939 Vargas
criou o dia da Música Popular Brasileira.
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