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UNICASTELO / APP
Há uma forte relação entre literatura e cinema e isto tem impacto tanto no leitor de
texto literário quanto no assíduo frequentador de cinema. Ao assistir a um filme baseado em
uma obra literária a pessoa que leu antes o livro pode ficar decepcionada ou achar que,
embora algo tenha ficado fora ou mal apresentado, valeu a passagem para outra linguagem.
Assistir ao filme sem ter lido o livro pode levar outros a buscarem um prazer maior lendo o
texto.
A transposição de texto para o cinema é complexa e o livro aqui resenhado evidencia
as dificuldades e a variação de opções e resultados. Robert Stam é um brasilianista
consagrado pelo seu enfoque cultural com ênfase na análise crítica do processo e do produto
das adaptações cinematográficas com rigor metodológico. Ele leciona na Universidade de
Nova York. O livro foi editado no mesmo ano nos USA e no Brasil e enfoca vários textos
passados para outra linguagem, inclui também obras brasileiras. As obras estão organizadas
cronologicamente, compreendendo sete transposições algumas com vários destaques.
A introdução é um texto didático em que contextualiza a obra em sua produção
pessoal e explica a inclusão de produção brasileira. Discute conceitualmente aspectos
relevantes que são retomados ao longo dos capítulos destacando-se os relativos à fidelidade,
gênero (intertextualidade), realismo, magia, o eurocentrismo, as questões multiculturais.
Fecha a introdução enfocando alguns aspectos metodológicos relativos ao trabalho.
A primeira passagem do texto literário para o cinema tem por foco Dom Quixote,
começando por uma perspectiva histórica de c
omo romances deste tipo (autoconscientes) foram vistos ao longo do tempo para depois passar
para tela em muitas continuações e adaptações, com mutações diversas. As adaptações são
arroladas e, dada a amplitude, escolheu como primeira opção, o Dom Quixote de Kosintsev
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(1957), face ao produto e as raízes do diretor fincadas no movimento avantgard soviético dos
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anos 20, mas que sob o stalinismo fez que concessões diversas tivessem que ser incorporadas
Recebido em 26/02/2010
Aprovado em 05/04/2010
Sobre a Autora: Doutora em Ciências, Livre-docente em Psicologia Escolar. Coordenadora Geral da Pós-
Graduação Stricto Sensu da Universidade Camilo Castelo Branco – UNICASTELO (SP).
E- mail: gwitter@uol.com.br
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