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capitulo Escola Empreendedora: Formulacao de Estratégia como Processo Visionario aay fh fal 52 f | (asso) | bo elit ‘Anies de falar sobre diregao, vamos falar. un minuto sobre misséo @ viséo" Acalma... nunca pense sem uma imag Aristiétetes artindo das escolas de preserig¢a, moverna-nas agora em diregao aque. las de descrigaa, que procuram entender o processe de formulagao de estratégia 4 medida que este se desciobra. Comegamos, entretanta, com uma escolé que fica em posigdo intermedidria c adota uma visdo nao talalmente diversa daquela dla éscola do design A escola do design, ao contrario das escolas de planejamento e posiciona- menta, lovou a séria a lideranga formal, enraizando a lormuylagde de ostrategias NOs processos mentais do executive principal. Essa pessoa é a “arquiteto” da esiralégia. Mas a escola do design nao conseguiu formar um culto em torn dessa lideranga. Na verdade, ao selicntar a necessidade de urna estrutura con- veitual @ desprezar a intuigao, ola buscou especificamente evitar os elernantas mais intangiveis, personalizados e idiassincriticos da lideranga Aescals empreendedora [oz exatamente o contréris. Fla nao $6 foualizau o processo de formulacéo de estratégia exclusivamenta no lider Gnico, mas também enfatizou o mais inato dos estados @ pracessos — intuigao, julga- mento, sabedoria, exporiéneia, critério. isto promove uma visdo da estratégia como perspectiva, associada com imagem e senso de diregdo, isto 6. visdn. Em nosso Safari de Estratégia, podemos pensar nesta escola coma e condu- lor sobre o elelante, Agui, cntretanto, a perspective estratégica é menos coletiva ou cultural, come em algumas das escolas a serem disculidas, e mais pessoal - & obra do lider. Consequentemente, nesta escola a organiza toma-se sensivel aos ditames desse individue e subserviente a sua lideranga, E o ambiente, se do 6 exalamente subservionte, tema-se o terrena onde ¢ lider manobra com alguna facilidade, ao menos em lermos de dirigir a organizagao em um niche pratetor. O conceilo mais central desta escola 4 a vise: uma representagde mental de estratégia, criada ou ao menos expressa na cabega do lider. Essa visdo serve como inspiragdo ¢ também come um senso daquilo que precisa ser feito ~ uma ideia guia, se preferirmas. Fiel ao seu rétulo, a visdo tende, com frequéncia, a ser mais uma espécieé de imagem do que um plana plenamante arliculado {em palavras e ndmeros}. Isso o deixa flexivel, de forma que o lider pode adapta-lo as suas experiéncias. isso sugere que a estratégia empreenda- dora 6, ao mesmo tempo, deliberada & emergente: deliberada em suas linhas amplas @ em seu senso de diregdo: amergente em seus detalhes para que es- ls possam ser adaptados durante ¢ trajeto. O Quadro 5.7 elabora a metdfora do pensamento estratégico como “ver” IGEM NA ECONOMIA Em certe sentido, a escola empreendedora, como a de posicionamento, nasceu da Econamia. O empreendedor tem um papel importante na teoria econdmica neoclassica, Seu papel, entretanto, era limitado a decidir quais quantidades pro- duzir @ @ que pregas; a dinamica competitiva cuidava do resto. A ascensao das grandes empresas forcou os economistas e modificar a teoria econdmica, dando origem a tearia do oligopélio (que forma a base da escola de posicionamento). Mas, mesmo aqui, o empreendedor ainda tinha pouco a fazer além de calcular pregos e quantidades. Havia, entretanto, econamistas que consideravam esta visdo estreita do empre- endedor uma grande falha da Economia. Karl Marx, estranhamente, foi um de- les. Ele elogiava os empreendedores como agentes de mudangas econdmicas e tecnolégicas, mas criticava fortemente seu impacto sobre a sociedade em geral. A figura seminal que colocou a empreendedor am eminéncia no pensa- mento econémico foi Joseph Schumpeter. Para ele, néo era a maximizagao de lueros que explicava 0 camportamenta corporativo, Mas sim as tentativas . para lidar com uma situagao que com certeza mudaré em breve — uma tente- tiva das empresas para se menterem em pé, sabre um terreno que escarregava embaixa delas. Em autras palavras, o problema que geralmente é visto é o de como 0 capitalismo administra as estruturas existentes, enquanto 0 problema relevante 6 como ele as cria © as destréi (1950:84) Consequentemente, Schumpeter introduziu sua famosa nogao de destruicdo cria- tiva. Este 60 motor que mantém o capitalismo em movimento para frente, e quem dirige esse motor é 0 empreendeder. Para Schumpeter, 0 empreendedor néo éne- cessariamente alguém que investe 0 capital inicial ou inventa 0 navo praduto, mas sim a pessoa com aideia do negécio, Ideias s40 enganosas, mas nas mos de em- preendedores elas se tornam paderosas e também lucrativas. Para aqueles que, come os economistas, focalizam as partes tangiveis da empresa, como dinheiro, maquindrio e terras, a contribuigdo dos empreendedares pode parecer confusa Visao @ Criatividade s80 menos evidentes. Schumpeter procurou esclarecer isto: O que fizeram og empreendedores? Eles nde ecumularam bens, nao criaram meios de produgao, mas empregaram as meios de produce existentes de rna- neira diferente, mais apropriada, mais vantajoge. Eles “implantaram novas combi- nagdes"... E seu lucro, @ excedente, a0 qual nenhuma divida corresponde, é um lucro empreendador (1934; 132). Para Schumpeter, “novas combinagées”, inclusive “fazer coisas novas ou coisas que jd sao feitas de uma nova maneira” (1947; 151), era vital, O capitalista arcava com orisca, Além disso, embora um fundador possa permanecer no comando de sua organizagéo, na visio de Schumpeter essa pessoa deixa de desempe- nhar uma funcao empreendedora tao logo para de inowar.

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