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Mini-curso
Clemente A. S. Tanajura
LNCC
1
Tópicos
1. O sistema oceano-atmosfera;
7. Circulação costeira;
3
1. O Sistema Oceano-Atmosfera
4
1.1 Considerações Iniciais
5
1.2 Radiação Solar
• A energia solar pode ser apenas convertida, nunca pode ser destruída.
Este é o princípio fundamental da conservação de energia;
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1.2.1 Rotação e translação
Os movimentos de rotação e translação da Terra modulam a distribuição
temporal da energia solar incidente.
8
Fig. 2. Incidência de radiação
solar para uma situação de
verão no Hemisfério Sul.
9
Voltando à Fig. 1, temos que
10
Durante o solstício de inverno do HS, o
HS recebe bem menos radiação que o HN
(a)
Durante os equinócios o HS e o HN
recebem a mesma quantidade de radiação
(b)
Durante o solstício de verão do HS, o HS
recebe bem mais radiação que o HN
• Obliquidade: 23,5o ± 1o
ciclo de 41,000 anos
12
Vostok (Antarctica): 4 glacial cycles
13
(Petit et al., 1999)
1.2.2 Energia Potencial Disponível
• Nem toda a energia depositada pelo Sol pode ser convertida para a
circulação;
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Energia Total = Interna + Potencial Gravitacional + Cinética
dE I = ρ cv T dz dE P = ρ g z dz
cv=[J/KgK] ∞ ∞ 0
E I =cv ∫ ρT dz E P = ∫ ρgz dz = − ∫ z dp
o o po
∞ 0
E P = ∫ p dz = R ∫ ρT dz
o po
cp cp
Energia Potencial Total = EP + EI = EI = EP cp = cv + R
cv R
Por conservação E K + E P + E I = constante
Assumna que no estado inicial EK = 0, e que em um estado final ‘ há movimento
E ' K + E ' P + E ' I = EP + EI E '
K =
cp
cv
(E I − E 'I )
A Energia Potencial Disponível (EPD), EPD =
cp
cv
(E − (E ) )
I
'
I MIN
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A EPD média por unidade de volume em toda a atmosfera foi estimada
por Lorenz como sendo proporcional a
∞
EPD ∝ V −1 ∫ θ '2 θ 2 dV
θ = T ( p s p )R / c
o
p
onde ‘ é uma perturbação da temperatura potencial
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Na atmosfera, a fração da EDP convertida em energia cinética se
manifesta em grandes células de circulação no plano meridional (sul-
norte vs. vertical), no plano zonal (oeste-leste vs. vertical) e no plano
horizontal (latitude vs. longitude).
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Nos oceanos a parte da EDP dos oceanos transformada em energia cinética
pela circulação termohalina.
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1.2.3 Radiação solar e terrestre
• Toda a troca de energia da Terra com o resto do Universo se dá através da
radiação eletromagnética, pois ela pode ser propagada no vácuo. A
velocidade de propagação da radiação no vácuo, C, é 300.000 km/s;
• O espectro da radiação é contínuo, mas ele é classificado em faixas de
acordo com o comprimento de onda da radiação (Fig. 5).
• A luz visível corresponde a ~ 43% do total emitido pelo Sol, 49% estão no
infravermelho próximo e 7% no ultravioleta. Menos de 1% da radiação
solar é emitida como raios X, raios gama e ondas de rádio;
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Tabela 1. Composição média dos gases na atmosfera
Gás Porcentagem Partes por Milhão
Nitrogênio 78,08 780.000,0
Oxigênio 20,95 209.460,0
Argônio 0,93 9.340,0
Dióxido de carbono 0,035 350,0
Neônio 0,0018 18,0
Hélio 0,00052 5,2
Metano 0,00014 1,4
Kriptônio 0,00010 1,0
Óxido nitroso 0,00005 0,5
Hidrogênio 0,00005 0,5
Ozônio 0,000007 0,07
Xenônio 0,000009 0,09
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Um corpo negro é um corpo que absorve e emite radiação em
todas as faixas do espectro, isto é, toda a radiação incidente é absorvida em
qualquer comprimento de onda, e, para a temperatura do corpo, a radiação
máxima é emitida em todos os comprimentos de onda.
A Terra e o Sol irradiam aproximadamente como corpos negros.
A Fig. 7 mostra Eλ para corpos negros em três temperaturas diferentes,
sendo que 6000 K é a temperatura da superfície do Sol.
Absortividade
19%
51%
– 15 – (-18) = 33oC
• O vapor d´água é o principal gás de efeito estufa, seguido pelo CO2, O3,
CH4, N2O;
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1.2.5 O Balanço de Energia na Superfície da Terra
Rad. Onda
Curta Rad. Onda Rad. Onda Calor
Incidente Curta Longa Latente Taxa de
Rad. Onda
(Solar) Refletida Incidente Calor mudança de
Longa
(terrestre) Sensível temperatura
Emitida
na superfície
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Como é absorvida a radiação solar nos oceanos?
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Como é absorvida a radiação solar nos oceanos? (cont.)
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Helium He 4.0026 0.0000072 Tellurium Te 127.6 .
Lithium Li 6.939 0.170 Iodine I 166.904 0.064
Beryllium Be 9.0133 0.0000006 Xenon Xe 131.30 0.000047
Boron B 10.811 4.450 Cesium Cs 132.905 0.0003
Carbon C 12.011 28.0 Barium Ba 137.34 0.021
Nitrogen ion 14.007 15.5 Lanthanum La 138.91 0.0000029
Fluorine F 18.998 13 Cerium Ce 140.12 0.0000012
Neon Ne 20.183 0.00012 Praesodymium Pr 140.907 0.00000064
Aluminium Al 26.982 0.001 Neodymium Nd 144.24 0.0000028
Silicon Si 28.086 2.9 Samarium Sm 150.35 0.00000045
Phosphorus P 30.974 0.088 Europium Eu 151.96 0.0000013
Argon Ar 39.948 0.450 Gadolinium Gd 157.25 0.0000007
Scandium Sc 44.956 <0.000004 Terbium Tb 158.924 0.00000014
Titanium Ti 47.90 0.001 Dysprosium Dy 162.50 0.00000091
Vanadium V 50.942 0.0019 Holmium Ho 164.930 0.00000022
Chromium Cr 51.996 0.0002 Erbium Er 167.26 0.00000087
Manganese Mn 54.938 0.0004 Thulium Tm 168.934 0.00000017
Ferrum (Iron) Fe 55.847 0.0034 Ytterbium Yb 173.04 0.00000082
Cobalt Co 58.933 0.00039 Lutetium Lu 174.97 0.00000015
Nickel Ni 58.71 0.0066 Hafnium Hf 178.49 <0.000008
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Copper Cu 63.54 0.0009 Tantalum Ta 180.948 <0.0000025
Zinc Zn 65.37 0.005 Tungsten W 183.85 <0.000001
Gallium Ga 69.72 0.00003 Rhenium Re 186.2 0.0000084
Germanium Ge 72.59 0.00006 Osmium Os 190.2 .
Arsenic As 74.922 0.0026 Iridium Ir 192.2 .
Selenium Se 78.96 0.0009 Platinum Pt 195.09 .
Krypton Kr 83.80 0.00021 Aurum (gold) Au 196.967 0.000011
Rubidium Rb 85.47 0.120 Mercury Hg 200.59 0.00015
Strontium Sr 87.62 8.1 Thallium Tl 204.37 .
Yttrium Y 88.905 0.000013 Lead Pb 207.19 0.00003
Zirconium Zr 91.22 0.000026 Bismuth Bi 208.980 0.00002
Niobium Nb 92.906 0.000015 Thorium Th 232.04 0.0000004
Uranium U 238.03 0.0033
Plutonium Pu (244) .
37
• Há uma intensa troca de elementos químicos para que a superfície dos
oceanos esteja em permanente equilíbrio com a atmosfera;
•A difusão de SO2, SO3, NH3, and H2O é controlada pelo lado gasoso
(atmosfera) da interface;
• A difusão de O2, N2, CO2, CO, CH4, e muitas outras moléculas, é controlada
pelo lado líquido (oceano) da interface;
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George Kling, 2005 Fig. 12
A concentração de C
está aumentando
Fig. 13
Fig. 14 40
George Kling, 2005
Séries temporais de anomalia da temperatura da superfície
Fig. 15
41
George Kling, 2005
1.3.1 Tranferência de água fresca
42
Precipitaçao global média = 2,6 mm/dia (Xie-Arkin 1997 e Baumgarter e
Raichel 1975)
Fig. 16
43
Fig. 17. Média anual da Evaporação menos a Precipitação (mm/dia).
(reanálise do ECWMF ).
44
Fig. 18. Distribuição espacial da média anual da salinidade de superfície.
45
Fig. 19. Gráfico T-S
46
1.3.2 Transferência de Momentum
velocidade
moléculas
Fig. 20. Perfil de velocidade do escoamento sobre uma placa plana na presença de
47
atrito.
No caso da tensão do vento (wind stress) sobre a superfície oceânica, a mesma
força que retarda o movimento da atmosfera age para acelerar o oceano. O atrito
molecular só é relevante como processo dissipativo numa finíssima camada junto à
interface oceano-atmosfera (ou terra-atmosfera). Fora desta região, é a turbulência
que domina o processo de dissipação de momentum. A tensão do vento gera uma
camada turbulenta nos oceanos chamada de camada de mistura (Fig. 21) na qual as
propriedades da água do mar (temperatura, salinidade, densidade, etc) ficam
homogeneizadas. A camada de mistura no verão é mais fina que no inverno nas
latitudes médias.
49
A tensão do vento pode ser obtida empiricamente através da relação
r r r
τ = ρ Cd | V | V
onde V é o vetor velocidade horizontal (u, v) em 10 m de altura e CD é o
coeficiente de arrasto obtido experimentalmente. Este coeficiente varia em
muito com velocidade: quanto maior a velocidade, maior ele é.
De forma bastante genérica, um vento com intensidade de 10 m/s gera uma
corrente de 0.3 m/s, isto é, 3 % do valor da intensidade do vento.
50
A circulação tem da atmosfera e dos oceanos tem diversos padrões.
51
Fig. 23. As correntes oceânicas
52
1.4 O Balanço Térmico dos Oceanos
53
Fig. 24. Média anual da radiação solar líquida (QSW = QSWI – QSWR). Os
valores positivos indicam que a superfície está ganhando calor. Nos oceanos,
a média de variação ao longo do ano é 30 W/m2 < QSW < 260 W/m2.
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Fig. 25. Média anual da radiação de onda longa líquida (QLWI – QLWE). Os
valores negativos indicam que a superfície está perdendo calor. Nos oceanos, a
média de variação ao longo do ano é - 60 W/m2 < QLW < - 30 W/m2.
55
Fig. 26. Média anual do Fluxo de Calor Latente (QL). Os valores negativos
indicam que a superfície está perdendo calor. Nos oceanos, a média de variação
ao longo do ano é - 130 W/m2 < QL < - 10 W/m2.
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Fig. 27. Média anual do Calor Sensível (QS). Os valores positivos indicam
que a superfície está ganhando calor (temperatura do ar maior que a da
superfície) e os negativos que está exportando calor (temperatura do ar
menor que a da superfície). Nos oceanos, a média de variação ao longo do
ano é - 42 W/m2 < QS < - 2 W/m2.
57
Fig. 28. Média anual do Fluxo Total de Calor.
58
Fig. 29. Média zonal (na direção da longitude) para o componentes do fluxo de
calor dos oceanos no painel de cima e para o fluxo total (soma dos
componentes) no painel debaixo em função da latitude. A linha sólida do painel
debaixo é a soma das curvas do painel de cima. A linha pontilhada do painel de
baixo é um cálculo independente. As curvas do fluxo total debaixo deveriam
dar média nula, mas a primeira dá 16 e a segunda -3 W/m2 (COADS, R.
Stewart, 2005). Isto se deve a erros de medição e estimação.
Componentes do Fluxo
de Calor dos Oceanos
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Fig. 30. O calor armazenado nos oceanos tropicais é exportado para as
altas latitudes através do Transporte Meridional de Calor (positivo para o
norte, negativo para o sul). Note que o Oceano Atlântico tem um
transporte para o norte em todas a latitudes. Unidade pW = 1x1015 W.
Transporte de Calor para o Norte (pW)
Transporte global de
calor nos oceanos
60
Aproximadamente 50% do calor depositado nos trópicos é
transportado pela atmosfera e 50% é transportado pelos oceanos
através do Transporte Meridional de Calor.
Fig. 31.
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Fórmulas para estimar os fluxos de calor
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O fluxo de calor latente (QL) é taxa de energia necessária para transformar
uma parcela de água líquida em vapor d´água é dado por
QL = L * E
onde L é o Calor Latente de Vaporização = 2,26 E +06 J/kg
e E é a evaporação (kg/m2s)
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67
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Observações recentes
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Efeitos do El Niño
70
Efeitos da La Niña
71
Comentário sobre a variabilidade climática:
O índice de dissipação de potência (PDI) de Furacões
Atlântico
Atlântico e
Pacífico
74
George Kling, 2005