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UNESP – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“Júlio de Mesquita Filho”


FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS
CÂMPUS DE ARARAQUARA

Plano de Aula
“Tonho! Tonho! Os bois tão rodando sozinho!”
- o Regionalismo nordestino no Modernismo de 30 -

Juliano Momenti Busnardo


Renaldo Mazaro Jr.

Atividade entregue à professora Prof. Juliana Santini


do Departamento de Literatura como parte dos
requisitos avaliativos da disciplina “Narrativa
Brasileira I”.

Araraquara, 12 de junho de 2017


PLANO DE AULA
TÍTULO: Tonho! Tonho! Os bois tão rodando sozinho! (o Regionalismo nordestino no
Modernismo de 30)

1. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Aspectos do regionalismo na literatura e cinema brasileiro. O romance modernista de 30. Temáticas


universais e regionalistas em São Bernardo de Graciliano Ramos e Fogo Morto de José Lins do
Rêgo. Regionalismo no cinema contemporâneo brasileiro em Abril Despedaçado, adaptação de
Walter Salles do romance homônimo de Ismail Kadaré.

2. OBJETIVOS

Geral:
- Compreender a abordagem de temáticas universais e regionalistas dentro do romance e do cinema
brasileiros, levando em consideração o contexto histórico do cenário brasileiro dos anos 1890, 1910
e 1930;
- Alguns dos nossos regionalistas precederam, em contexto diferente, o vivo interêsse dos modernos
pela realidade brasileira total, não apenas urbana, à nossa consciência literária, por exemplo, o alto
regionalismo crítico de Graciliano Ramos.
- Abordar a internalização das regras que, muitas vezes, nos pegamos a repetí-las automaticamente,
sem real vontade ou mesmos contrariados, feito animais solitários; regras e convenções, portanto,
que podem ser a expressão de conflitos e tensões vivenciados por toda a humanidade no
capitalismo, embora com cores, clima, geografia e tempero distintos.
- Perceber o Modernismo, como uma lufada de ar entrando vigorosamente num quarto há muito
fechado, arejou tudo, beneficiando também a crítica literária que (...) continuava a ser, em plena
década de 20, uma fortaleza do academismo neoparnasiano, como afirma Alfredo Bosi em
História Concisa da Literatura Brasileira.
- Entender de que maneira os modernistas produziram uma nova prosa de idéias que estão presentes
em outras expressões artísticas, dentre elas, no cinema nacional.
- avaliar o vínculo entre a obra e o ambiente, pois, segundo Antonio Candido, a análise estética
precede considerações de outra ordem.

Específicos:
- Estabelecer critérios que possam ajudar ao aluno em seu desenvolvimento crítico a partir do
estudo de obras da literatura modernista brasileira, em especial às obras regionalistas.
- Perceber que a despeito dos elementos regionais, locais e específicos de uma determinada
civilização, é possível traçar paralelos entre a literatura nacional e temas universais.
- Instigar a curiosidade e o aprendizado através de comparações de autores, suas obras e seu tempo,
bem como pela aproximação ou distanciamento de caracteres próprios das produções literárias.
- Apresentar as principais características do romance modernista e, em especial, dos autores da
década de 30 marcadamente mais críticos de uma realidade social opressora e de colorido vário,
inclusive em seus aspectos mais perversos.
- Debater a noção de destino, de vontade própria e dos desejos dos indivíduos inseridos num dado
momento e numa dada sociedade que experimentam transformações radicais em sua ordem
tradicionalmente estabelecida.

3. METODOLOGIA
a) Apresentação dos trechos necessários selecionados do filme Abril Despedaçado;
b) Estabelecer uma concordância mútua de ideias e conhecimentos com a sala sobre os
aspectos regionalistas do Sertão, baseado no conhecimento prévio dos alunos e no conteúdo
apresentado no filme;
c) Estudar o conceito de regional aos romances modernistas após os anos trinta;
d) Compreender como a arte, a literatura em especial, captura a realidade de maneira crítica e a
sua propriedade como instrumento cirúrgico das estruturas sociais;
e) Estabelecer os nexos entre as características do romance regional e os elementos universais
que podemos encontrar em outras literaturas: a tensão entre o tradicional e o
contemporâneo, a noção de justiça e vingança, o culto ao personalismo e à família, os
valores religiosos, etc.

4. MATERIAL NECESSÁRIO
- Equipamento de datashow para exibição dos momentos iniciais do filme Abril Despedaçado, lousa
e giz para possíveis anotações e ilustrações que se fizerem necessárias.
5. PROPOSTA DE ATIVIDADE
- Propor a realização de uma resenha do filme, a ser feita como tarefa de casa, buscando fazê-la de
modo a considerar a reflexão tida em sala e avaliar a criticidade do aluno quanto ao entendimento
sobre regionalismo, modernismo, cultura, tradição, entre outros aspectos das obras trabalhadas.
BIBLIOGRAFIA
CANDIDO, A. Literatura e Sociedade, 9a ed., Ouro sobre Azul, Rio de Janeiro, 2006, p. 13-25.
BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira, 2a. ed. São Paulo, Cultrix, 1975.
RAMOS, G. São Bernardo, Rio de Janeiro: Record, 1990.
REGO, J.L. Fogo Morto, 26.ed.Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1983.
KADARÉ, I. Abril Despedaçado, Tradução do albanês Bernardo Joffily, Companhia das Letras,
s/d.

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