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MANUAL DE FISCALIZAÇÃO DE

OBRASE POSTURASMUNICIPAIS
APRESENTAÇÃO

A fiscalização é uma atividade técnica exercida para verificar as conformidades das obras e
serviços executados com as exigências, normas e especificações aplicáveis. A fiscalização é
exercida através de vistorias que envolvem aspectos técnicos e administrativos da execução
das obras e serviços.

Neste sentido, o exercício da função de Fiscal de Obras e Posturas é, das mais importantes
do serviço público municipal, já que exterioriza uma das formas de exercício do poder de
polícia que maior reflexo traz: o da realidade local. A efetiva fiscalização de Obras e Posturas,
com o atendimento das regras dispostas na legislação, é exemplo de Município desenvolvido.
De consequência, Município atrativo para o comércio, para as indústrias, para a moradia,
turismo, saúde, segurança e outras tantas facetas do desenvolvimento das funções sociais da
Cidade e do bem-estar de seus habitantes. A capacitação dos servidores que exercem a
atividade de fiscalização no Município é condição primordial para alcançar os objetivos da
Cidade ordenada, limpa e atraente.

As orientações aqui apresentadas visam nortear os procedimentos relacionados à verificação


da execução das obras do Município, fornecendo informações essenciais aos agentes de
fiscalização, para que o seu trabalho seja realizado de forma eficiente e eficaz.

Ao apresentar padrões de comportamento desejáveis para o agente fiscal, estratégias para


orientar o trabalho da fiscalização e glossário de termos técnicos usuais, este manual constitui
um valioso instrumento disponibilizado aos Municípios, para a uniformização de seus
procedimentos administrativos relativos à fiscalização de obras e posturas municipais.

Não se tratando de um trabalho acabado, torna-se muito importante a colaboração de todos


os usuários, através de sugestões e/ou críticas fundamentadas, que contribuam para o
aperfeiçoamento desse Manual. As observações relacionadas deverão ser remetidas
diretamente a Assessoria de Planejamento Territorial da AMAVI.
Programa Regional “Nós Temos Plano Diretor”
Maio de 2014

A FISCALIZAÇÃO MUNICIPAL

Os Municípios, em geral, possuem quadros de funções específicas de fiscalização com poder de


polícia. São quadros de atuação nas áreas:
• Fiscalização de Posturas Municipais;
• Fiscalização de Obras de Construção Civil e outras;
• Fiscalização Sanitária;
• Fiscalização de Meio Ambiente;
• Fiscalização de Trânsito.

A Fiscalização Municipal deve apresentar um caráter coercitivo e ao mesmo tempo educativo e


preventivo, de orientação aos profissionais, empresas e outros segmentos sociais sobre a
legislação que regulamenta as obras no Município.

Neste Manual nos atemos à descrição da atuação da Fiscalização de Obras e de Posturas


Municipal.

1. O AGENTE FISCAL

O agente fiscal é o funcionário do Município designado para exercer a função de agente de


fiscalização, verificando se as obras e serviços estão sendo executados de acordo com a
legislação e com as normas regulamentadoras vigentes, além de assegurar a observância dos
padrões mínimos de segurança, higiene, salubridade e conforto das edificações.
No desempenho de suas atribuições, o agente fiscal deve atuar com rigor e eficiência para que a
legislação municipal seja cumprida.

1.1. Atribuições do Agente Fiscal (Obras e Posturas)

A chamada Fiscalização de Obras de Construção Civil Municipal abrange, entre outras funções:
• Fiscalizar as obras públicas e particulares, concluídas ou em andamento, abrangendo
também demolições, terraplenagens, parcelamento do solo, a colocação de tapumes, andaimes,
telas, plataformas de proteção e as condições de segurança das edificações;
• Fiscalizar o cumprimento do Código de Obras e Edificações, do Plano Diretor Participativo
e da Lei Municipal de Parcelamento do Solo;
• Emitir notificações, lavrar autos de infração e expedir multas aos infratores da legislação
urbanística municipal;
• Reprimir o exercício de atividades desenvolvidas em desacordo com as normas
estabelecidas na legislação urbanística municipal, as edificações clandestinas, a formação de
favelas e os agrupamentos semelhantes que venham a ocorrer no âmbito do Município;
• Realizar vistoria para a expedição de “Habite-se” das edificações novas ou reformadas;
• Definir a numeração das edificações, a pedido do interessado;
• Elaborar relatório de fiscalização;
• Orientar as pessoas e os profissionais quanto ao cumprimento da legislação;
• Apurar as denúncias e elaborar relatório sobre as providências adotadas.

A chamada Fiscalização de Posturas Municipais abrange, entre outras funções:


• Autorizar e fiscalizar o funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais, etc.;
• Regular o uso e a manutenção dos logradouros públicos;
• Autorizar e fiscalizar propagandas, placas e anúncios nas áreas públicas e frontais aos
imóveis;
• Autorizar o funcionamento de eventos, shows, parques de diversões, circos,etc;
• Fiscalizar o cumprimento do Código de Posturas Municipal;
• Elaborar relatório de fiscalização;
• Orientar as pessoas e os profissionais quanto ao cumprimento da legislação;
• Apurar as denúncias e elaborar relatório sobre as providências adotadas.

1.2. Conhecimentos Básicos Necessários ao Desempenho da Função

São conhecimentos básicos necessários ao desempenho da função de Agente Fiscal Municipal,


entre outros:
• Conhecer a legislação urbanística municipal e manter-se atualizado em relação à mesma;
• Observar as normas e medidas de segurança do trabalho (uso de EPI);
• Ter desenvoltura para trabalhos com informática;
• Ter conhecimento dos procedimentos e características de processos administrativos;
• Ter conhecimentos básicos de leitura de projetos e noções de construção civil.

2. ESTRATÉGIAS DE FISCALIZAÇÃO (Obras de Construção Civil)

A fiscalização deve ser uma ação planejada, coordenada e avaliada de forma contínua, tendo em
foco o alcance dos seus objetivos.

2.1. Como fiscalizar?

1- Apresentar-se no local como agente fiscal do Município, ao proprietário ou ao responsável pela


obra;
2- Comunicar que o objetivo da visita é verificar se as obras ou serviços estão sendo executados
de acordo com as diretrizes municipais e por um profissional legalmente habilitado;
3- Solicitar documentação (projeto aprovado, alvará de construção) referente à obra e/ou serviço;
4- Preencher relatório de visita com todos os dados obtidos na vistoria;
5- Caso a obra e/ou empresa esteja atendendo a todas as exigências agradecer pela atenção e
tempo despendido e encerrar a vistoria.
6- Se, de acordo com a legislação vigente, alguma irregularidade for detectada, lavrar a
notificação com prazo para regularização. A notificação deverá ser lavrada em duas vias, sendo
que uma via fica na obra, e a outra com o agente fiscal para controle do prazo (solicitar o nome
legível do recebedor, função/cargo, assinatura e se possível o CPF). Caso seja impossível
verificar algumas informações no local, retornar a Prefeitura e acessar a documentação
necessária ou o cadastro do Município, conferindo as informações necessárias para lavratura ou
não da notificação. Neste caso a notificação pode ser encaminhada pelo correio, com aviso de
recebimento (AR);
7- Afixar na obra o selo de obra fiscalizada;
8 - Caso o notificado não se manifeste no prazo estabelecido, proceder à autuação. Carimbar e
assinar, pegar assinatura em todas as vias e entregar uma via para o mesmo, em mãos ou por
AR.

2.2. O que fiscalizar?

Deverão ser fiscalizados todos os serviços e obras públicas e particulares, concluídas ou em


andamento, abrangendo também demolições, terraplenagens, parcelamento do solo, a colocação
de tapumes, andaimes, telas, plataformas de proteção e as condições de segurança das
edificações.

Durante a ação fiscalizadora de obras de construção civil verificar:


• Presença dos Projetos Aprovados pelo Município;
• Presença do Alvará de Construção;
• Placa da obra;
• Conferir se a obra está sendo executada de acordo com os projetos aprovados e
respeitando os índices e parâmetros urbanísticos municipais;
• Conferir se as Faixas "NON AEDIFICANDI" estão sendo respeitadas;
• Outros gravames e restrições sobre o imóvel.

2.3. Quem/onde fiscalizar?

As ações de fiscalização deverão ser empreendidas em todos os locais onde, potencialmente,


são realizadas atividades técnicas, tais como:
• Obras, onde se deve verificar se as atividades técnicas ali realizadas encontram-se
devidamente regularização na Prefeitura e dentro dos parâmetros e índices urbanísticos
estabelecidos pelo Município;
• Parcelamentos, em todo o território do município, para verificação da existência de
loteamentos e outras formas de ocupação não regularizadas perante o Município;
• Execução de movimentações de terra (terraplanagem).
2.4. Postura do Agente Fiscal

Quando da fiscalização no local da obra ou serviço, o agente fiscal deverá:


• identificar-se, sempre, como agente de fiscalização do Município, exibindo sua credencial
ou crachá;
• agir com a objetividade, a firmeza e a imparcialidade necessárias ao cumprimento do seu
dever;
• exercer com zelo e dedicação as atribuições que lhe forem conferidas;
• tratar as pessoas com cordialidade e respeito;
• apresentar-se de maneira adequada com a função que exerce;
• ter em conta que, no exercício de suas atividades, suas ações devem sempre estar
voltadas para os aspectos educativo, instrutivo e preventivo;

• rejeitar vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições.

Importante: Se, durante a fiscalização, o proprietário ou responsável pela obra ou serviço não
quiser apresentar documentos, perder a calma ou tornar-se violento, o agente fiscal deverá
manter postura comedida e equilibrada. A regra geral é usar o bom senso. Se necessário e
oportuno, suspender os trabalhos e voltar em outro momento, inclusive com auxílio policial.

2.5. Premissas a serem observadas pelo Agente Fiscal

Constituem-se premissas a serem observadas pelos agentes fiscais no desempenho da


fiscalização:

• PUBLICIZAÇÃO: os agentes de fiscalização devem promover a notoriedade das ações


fiscalizatórias voltadas à valorização das boas práticas profissionais, baseadas nos
princípios éticos, em prol da sociedade, visando à segurança, a qualidade de vida e a
preservação do meio ambiente e da cultura;

• DESEMPENHO: Na ação fiscalizatória deve-se congregar eficiência e eficácia,


assegurando a confiabilidade dos dados coletados, com vistas à cobertura territorial,
precisão e à obtenção de melhores resultados;

• IMPARCIALIDADE: A fiscalização deve ser voltada prioritariamente para a verificação


factual dos aspectos relacionados ao cumprimento da legislação municipal, adentrando-se
em aspectos qualitativos da atividade fiscalizada somente quando isto for necessário à
caracterização da infração;

• OTIMIZAÇÃO: A estrutura de fiscalização do Município deve planejar e executar suas


ações racionalizando os recursos humanos e materiais disponíveis, utilizando-se de
parcerias, cooperações ou convênios com outros órgãos públicos e apoiando-se nas
estruturas de fiscalização neles existentes, por meio das quais se buscará promover a
extensão e a integração da fiscalização sobre todo o território de sua jurisdição;

• ATUALIZAÇÃO: Uma vez que a legislação municipal está em permanente atualização, a


fiscalização deve ser continuamente atualizada e adaptada às novas situações, mediante
capacitação, em busca da excelência em suas ações e do pleno cumprimento da sua
missão.

3. INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO

No cumprimento da rotina de seu trabalho, o agente fiscal deverá utilizar algumas ferramentas
para registrar os fatos observados e, se pertinente, dar início ao processo administrativo devido.
Neste item, serão descritas algumas ferramentas imprescindíveis ao agente fiscal, necessárias à
boa execução do seu trabalho.
3.1. Relatório de Fiscalização

Tem por finalidade descrever, de forma ordenada e minuciosa, aquilo que se viu, ouviu ou
observou durante a vistoria a obra. É um documento destinado à coleta de informações das
atividades exercidas onde o serviço ou a obra está sendo executado.
O relatório deve ser preenchido cuidadosamente e deve conter, no mínimo, as seguintes
informações:
• data de emissão, nome completo, matrícula e assinatura do agente fiscal;
• nome e endereço completos da pessoa física ou jurídica fiscalizada, incluindo, se possível,
CPF ou CNPJ;
• identificação da obra, serviço ou empreendimento, com informação sobre o nome e
endereço do executor, descrição detalhada da atividade desenvolvida e dados
necessários para sua caracterização, tais como fase, natureza e quantificação;
• nome completo, título profissional e número de registro do responsável técnico, quando for
o caso;
• descrição minuciosa dos fatos que configurem infração à legislação municipal; e
• identificação do responsável pelas informações, incluindo nome completo e função
exercida na obra, serviço ou empreendimento, se for o caso.

Sempre que possível, ao relatório de fiscalização devem ser anexados documentos que
caracterizam a infração e a abrangência da atuação da pessoa física ou jurídica na obra, serviço
ou empreendimento, a saber:
• cópia do contrato de prestação do serviço;
• cópia dos projetos, laudos e outros documentos relacionados à obra, ao serviço ou ao
empreendimento fiscalizado;
• fotografias da obra, serviço ou empreendimento.

3.2. Notificação

Este documento tem por objetivo informar ao responsável pelo serviço/obra ou seu representante
legal, sobre a existência de pendências e/ou indícios de irregularidades no empreendimento
objeto de fiscalização. Serve, ainda, para solicitar informações, documentos e/ou providências,
visando regularizar a situação dentro de um prazo estabelecido.

A notificação ao proprietário, responsável técnico ou empresa construtora deverá ser aplicada


pelo Município através de AUTO DE NOTIFICAÇÃO, quando, por exemplo:
• modificar projeto aprovado;
• iniciar ou executar obras sem o devido licenciamento, desde que estejam respeitados os
alinhamentos e índices urbanísticos estabelecidos, do contrário não caberá notificação,
acarretando imediato embargo à obra;
• falsear medidas, a fim de violar dispositivos da legislação;
• omitir nos projetos a existência de cursos de água, naturais ou artificiais, ou de topografia
acidentada que exija obra de contenção de terreno;
• dificultar ou impedir a fiscalização.

3.3. Embargo

Qualquer obra em andamento, sejam elas construções, ampliações ou reformas, poderá ter
embargo imediato, não cabendo notificação, quando:
• iniciar ou executar obra sem o devido licenciamento, quando não estiverem sendo
respeitados os alinhamentos e índices urbanísticos estabelecidos;
• executar obra sem responsável técnico legalmente habilitado, quando indispensável;
• construir, ampliar ou reformar em desacordo com os termos da lei e do projeto aprovado;
• executar obra em loteamentos não aprovados pelo Município.

O encarregado pela fiscalização embargará a obra, mediante lavratura de AUTO DE EMBARGO,


em 02 vias, devendo a obra ficar paralisada até que a irregularidade apontada seja sanada.
O Município comunicará o embargo ao(s) infrator (es) através de Notificação de Embargo, no qual
se especificará as causas da medida e as exigências e prazos que devem ser observados para
sanar a irregularidade.
Verificado o desrespeito ao embargo, o Município requisitará o auxilio policial para a manutenção
do embargo e aplicará as multas previstas e demais medidas cabíveis de responsabilidade do
infrator.
O levantamento do embargo só será concedido pelo Município depois de verificado o
cumprimento de todas as exigências que se relacionarem com a obra ou instalação embargada e,
bem assim, satisfeito o pagamento de todos os emolumentos e multas impostas.

3.4. Auto de Infração

Este documento deve ser lavrado contra o construtor, responsável técnico pela execução da
obra, autor do projeto e ao proprietário, conforme o caso.
Assim como a notificação, o auto de infração, grafado de forma legível, sem emendas ou rasuras,
deve apresentar, no mínimo, as seguintes informações:
• data da lavratura, nome completo, matrícula e assinatura do agente fiscal;
• nome e endereço completos da pessoa física ou jurídica autuada, incluindo,
obrigatoriamente, CPF ou CNPJ;
• identificação da obra, serviço ou empreendimento, com informação sobre a sua
localização, nome e endereço do contratante, indicação da natureza da atividade e sua
descrição detalhada;
• identificação da infração, mediante descrição detalhada da irregularidade,
• capitulação da infração e da penalidade, e valor da multa a que estará sujeito o autuado;
• data da verificação da ocorrência;
• indicação de reincidência ou nova reincidência, se for o caso; e
• indicação do prazo para efetuar o pagamento da multa e regularizar a situação ou
apresentar defesa.
O AUTO DE INFRAÇÃO deve ser entregue pessoalmente ou enviadas por via postal com Aviso
de Recebimento - AR ou por outro meio legal admitido que assegure a certeza da ciência do
autuado. O comprovante de recebimento do auto de infração deverá ser anexado ao processo
administrativo que trata do assunto.

Caso o autuado recuse ou obstrua o recebimento do auto de infração, o fato deverá ser
registrado no processo.

3.5. Recursos

O(s) infrator (es) terão o prazo para o pagamento das multas ou para apresentar sua defesa.
Findo este prazo, se o infrator, seu representante legal, ou o responsável técnico pela obra não
apresentarem defesa, a municipalidade emitirá o Documento de Arrecadação Municipal – DAM,
correspondente ao valor da multa, para que este seja pago pelo infrator.
O pagamento da multa não isenta o infrator da responsabilidade de regularizar a situação da
obra, perante a legislação vigente.

4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

i. Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR. Manual de Fiscalização do


Exercício da Arquitetura e Urbanismo. Brasília (DF), 5 de dezembro de 2012.

ii. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA/SC. Manual de Fiscalização.


Câmara Especializada de Engenharia Civil – CEEC. Dezembro de 2010.

iii. TAUIL, Roberto. O Poder de Polícia e a Fiscalização Municipal. Agosto de 2006.

5. GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS

ACESSIBILIDADE: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e


autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e
dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
reduzida;
ARQUITETURA DE INTERIORES: reordenação do espaço interno de ambientes, visando a
otimização e adequação a novos usos, implicando em alterações como: modificações na divisão
interna, com adição ou retirada de paredes; modificação na estrutura; substituição ou colocação
de materiais de acabamento em pisos, forros e paredes; colocação de mobiliário fixo em
alvenaria ou outro material; colocação de mobiliário de grandes dimensões como pórtico e tótens,
mesmo que temporário.
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica: registro no Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia - CREA, prévio à execução de qualquer serviço de Engenharia ou Agronomia,
objeto do contrato. Define, para os efeitos legais, os responsáveis técnicos pela execução destes
serviços.
ART COMPLEMENTAR: trata-se da emissão e registro de nova ART, complementando dados ou
informações de ART anteriormente registrada, por acréscimos de obras/serviços.
ATRIBUIÇÃO: prerrogativa, competência.
AUTO DE INFRAÇÃO: é o ato processual que instaura o processo administrativo, expondo os
fatos ilícitos atribuídos ao autuado e indicando a legislação infringida, lavrado por agente fiscal,
designado para esse fim pelo Município.
CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO: definição de como a obra será executada por etapas,
compatibilizando o valor a ser desembolsado pela contratante ao estágio em que se encontra a
obra.
DESENHO TÉCNICO: atividade que implica a representação de formas sobre uma superfície, por
meio de linhas, pontos e manchas, com objetivo técnico.
DESMEMBRAMENTO: subdivisão da área em lotes edificáveis para fins urbanos com
aproveitamento do sistema viário existente, não implicando na obrigatoriedade de abertura de
novas vias públicas;
DETALHAMENTO: atividade que implica a representação de formas sobre uma superfície,
contendo os detalhes necessários à materialização de partes de um projeto, o qual já definiu as
características gerais da obra ou serviço.
ESPECIFICAÇÃO: atividade que envolve a fixação das características, condições ou requisitos
relativos a materiais, equipamentos, instalações ou técnicas de execução a serem empregados
em obra ou serviço técnico.
ESTUDO: atividade que envolve simultaneamente o levantamento, a coleta, a observação, o
tratamento e a análise de dados de natureza técnica diversa, necessários ao projeto ou execução
de obra ou serviço técnico, ou ao desenvolvimento de métodos ou processos de produção, ou à
determinação preliminar de características gerais ou de viabilidade técnica, econômica ou
ambiental.
ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA: Atividade que envolve simultaneamente o levantamento,
a coleta, a observação, o tratamento e a análise de dados de natureza técnica, necessários a
execução da obra ou serviço, ou o desenvolvimento de métodos ou processos de produção e a
determinação da viabilidade técnico-econômica.
EXECUÇÃO: atividade em que o Profissional, por conta própria ou a serviço de terceiros, realiza
trabalho técnico ou científico visando à materialização do que é previsto nos projetos de um
serviço ou obra.
GPS: Global Position System – localizador de posição via satélite, podendo ser utilizado para
levantamentos topográficos quando de alta precisão.
HABILITAÇÃO PROFISSIONAL: reconhecimento legal de capacitação mediante registro em
órgão fiscalizador do exercício profissional.

INSTALAÇÃO: atividade de dispor ou conectar convenientemente conjunto de dispositivos


necessários a determinada obra ou serviço técnico, de conformidade com instruções
determinadas.
LAUDO: peça na qual, com fundamentação técnica, o profissional habilitado, como perito, relata
o que observou e apresenta as suas conclusões, ou avalia o valor de bens, direitos, ou
empreendimentos.
LEVANTAMENTO: atividade que envolve a observação, a mensuração e/ou a quantificação de
dados de natureza técnica, necessários à execução de serviços ou obras.
LOCAÇÃO: atividade que envolve a marcação, por mensuração, do terreno a ser ocupado por
uma obra.
LOTEAMENTO: atividade técnica que consiste em subdivisão de gleba em lotes edificáveis para
fins urbanos, com abertura de novas vias públicas, prolongamento ou alargamento de vias
existentes, com destinação de áreas para equipamentos urbanos e áreas verdes;
MEMORIAL DESCRITIVO: atividade que consiste na elaboração de documento que discrimina
as atividades técnicas, as especificações e os métodos construtivos a serem empregados na
execução de determinada obra ou serviço de acordo com o projeto;
OBRA: toda construção, reforma, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou
indireta.
OBRA CLANDESTINA: obra realizada sem a permissão da autoridade competente.
ORÇAMENTO: atividade que envolve o levantamento de custos de todos os elementos inerentes
à execução de determinado empreendimento.
PAISAGISMO: arte e técnica de projetar os espaços abertos; estudo dos processos de
preparação e realização da paisagem como complemento da Arquitetura; melhoria do ambiente
físico do homem através da utilização de princípios estéticos e científicos.
PARCELAMENTO DO SOLO: atividade técnica que consiste na subdivisão de gleba urbana, sob
a forma de loteamento ou desmembramento observada às disposições da legislação federal,
estaduais e municipais pertinentes;
PARECER TÉCNICO: expressão de opinião tecnicamente fundamentada sobre determinado
assunto, emitida por profissional legalmente habilitado;
PLANEJAMENTO: atividade que envolve a formulação sistemática de um conjunto de decisões
devidamente integradas, expressas em objetivos e metas, e que explicita os meios disponíveis ou
necessários para alcançá-los, num dado prazo.
PROJETO: representação gráfica ou escrita necessária à materialização de uma obra ou
instalação, realizada através de princípios técnicos e científicos, visando à consecução de um
objetivo ou meta, adequando-se aos recursos disponíveis e às alternativas que conduzem à
viabilidade de sua execução;
PROJETO BÁSICO: conjunto de elementos que define a obra, o serviço ou o complexo de obras
e serviços que compõem o empreendimento, de tal modo que suas características básicas e
desempenho almejado estejam perfeitamente definidos, possibilitando a estimativa de seu custo
e prazo de execução.
PROJETO EXECUTIVO: conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa
da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT.
REFORMA: alteração do espaço original ou anteriormente formulado por meio de substituição,
acréscimo ou retirada de materiais ou elementos construtivos ou arquitetônicos, na intenção de
reformular todo ou parte daquele espaço antes definido.
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA: atividade técnica que consiste em um conjunto de medidas
jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que visam à regularização de assentamentos
irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno
desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado;
REINCIDÊNCIA: ocorre quando, transitado em julgado decisão de processo administrativo
punitivo, o infrator pratica nova infração capitulada no mesmo dispositivo legal pela qual tenha
sido anteriormente declarado culpado.
REMEMBRAMENTO: atividade técnica que consiste no reagrupamento de lotes vizinhos em lote
edificável para fins urbanos com aproveitamento do sistema viário existente, não implicando na
obrigatoriedade de abertura de novas vias públicas;
REPARO: atividade que implica recuperar ou consertar obra, equipamento ou instalação
avariada, mantendo suas características originais.
RESTAURAÇÃO: conjunto de intervenções técnicas e científicas, de caráter intensivo, que visam
recuperar as características originais de uma obra de importância histórica ou artística.
RESPONSÁVEL TÉCNICO DA EMPRESA: profissional habilitado, responsável técnico pela
execução de obras e serviços de pessoa jurídica.
RRT – REGISTRO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA: registro no Conselho Regional de
Arquitetura e Urbanismo - CAU, prévio à execução de qualquer serviço de Arquitetura, objeto do
contrato.

VISTORIA: atividade que envolve a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e


descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o
motivaram.
ZONEAMENTO: atividade técnica que consiste na divisão de um espaço ou território em zonas,
fixando as condições de uso e ocupação.

6. PRINCIPAIS NORMAS APLICÁVEIS ÀS OBRAS E SERVIÇOS DE


ENGENHARIA E ARQUITETURA

Apresenta-se aqui um rol das principais normas legais e administrativas relacionadas a obras e
serviços de engenharia. Em alguns casos, as normas são aplicáveis apenas a órgãos federais,
mas podem ser úteis aos gestores que não possuem regulamentação própria sobre as matérias.

• Lei n° 5.194/66: regula o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e


engenheiro agrônomo, e dá outras providências.
• Lei n°6.496/77: institui a “Anotação de Responsabilidade Técnica” na prestação de
serviços de engenharia, arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA), de uma mútua de assistência profissional e dá
outras providências.
• Lei Federal n°6.766/79. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras
Providências.
• Lei n°6.938/81: dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
• Lei Federal n° 10.098/00. Estabelece normas gerais e critério básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida,
e dá outras providências.
• Lei Federal n°10.257/01. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal
e estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências (Estatuto das Cidades).
• Lei n°10.406/02: Institui o Código Civil Brasileiro.
• Lei nº 12.651/12: Novo Código Florestal Brasileiro
ANEXO 1 – MODELO DE ATESTADO DE VISTORIA PARA HABITE-SE
ANEXO 2 – MODELO DE TERMO DE NOTIFICAÇÃO
ANEXO 3 – MODELO DE AUTO DE INFRAÇÃO
FISCALIZAÇÃO DE OBRAS

A fiscalização de obras é feita regularmente pelos fiscais integrados da Prefeitura. As ações


fiscais incluem construções em andamento (novas ou modificações em edificações),
licenciadas e irregulares. Além de notificação para a correção da irregularidade, as penalidades
previstas na legislação incluem, conforme a infração, embargo e multa que varia de R$ 657,48
a R$ 10.519,79.

É importante ressaltar que a fiscalização por parte do município tem como norte a observância
do cumprimento das normas previstas no Código de Edificações, ou seja, se a execução da
obra está de acordo com o projeto aprovado pela Prefeitura e se a construção atende os
parâmetros urbanísticos legais, a exemplo de volumetria (área de construção no terreno) e
altimetria (altura da edificação), que variam de acordo com a região em que o
empreendimento é erguido.

Não cabe ao município avaliar a qualidade construtiva da obra. Essa responsabilidade,


conforme determinado na legislação, é do responsável técnico (RT) que planeja e executa a
obra – “cabe ao responsável a responsabilidade técnica e civil pelo projeto por ele elaborado
ou pela obra por ele executada”. Nos casos em que a fiscalização observa alguma situação de
risco, o responsável pela obra é notificado a apresentar laudo técnico de estabilidade,
elaborado por profissional habilitado (registro no CREA ou CAU), que aponta se há risco
iminente e quais as providências precisam ser tomadas para eliminá-lo.

A fiscalização observa também se a obra possui alvará de construção; se os cuidados com a


segurança estão sendo tomados, por exemplo, uso de bandejas e telas protetoras; se o
empreendimento possui licenças específicas necessárias para a obra em questão, como de
movimentação de terra; se a obra tem acompanhamento de responsável técnico; se a placa de
identificação da obra está correta; entre outros itens.

Outra frente de trabalho é a notificação de proprietários de imóveis para providenciar obras


por motivos de segurança, por exemplo, revestimento externo em situação precária e
marquise que oferece risco. Em casos mais extremos, como fissuras, infiltração, entre outros
fatores de comprometimento da estrutura, o fiscal integrado pode exigir o laudo técnico de
estabilidade do imóvel.

Licenciamento de obras
Para toda obra nova, além de acréscimo ou decréscimo de área nas edificações concluídas ou
em andamento, é necessário apresentação de projeto arquitetônico na Secretaria Municipal
Adjunta de Regulação Urbana para obtenção do competente Alvará de Construção. Sem o
alvará, nenhuma obra de edificação pode ser feita e o infrator está sujeito a notificação, multa
e embargo de obra, até a regularização. A Prefeitura ainda exige um Responsável Técnico (RT)
de execução de obra, devidamente habilitado e com registro no CREA ou CAU.

Fazem parte da documentação para aprovação de projeto de edificação, “declaração firmada


por responsável técnico de que o terreno possui condições geológicas e geotécnicas de
estabilidade e segurança, inclusive em relação aos terrenos vizinhos ou apresentação de
Anotação de Responsabilidade Técnica - ART de projeto geotécnico, bem como das obras que
se façam necessárias para a estabilização e segurança do terreno; e compromisso firmado pelo
proprietário do imóvel e por responsável técnico de que a obra somente será iniciada após a
realização das obras que visam a solucionar as condições de risco apontadas no projeto
geotécnico”.

A edificação somente pode ser habitada, ocupada ou utilizada após a concessão da Baixa de
Construção (antigo Habite-se) e emissão da respectiva Certidão de Baixa de Construção. O
processo de Baixa de Construção tem início após o comunicado oficial do término da obra pelo
respectivo responsável técnico (RT). Após o comunicado, a Prefeitura marca uma vistoria para
verificar se obra foi executada conforme o projeto arquitetônico aprovado e em atendimento
à legislação vigente. Caso haja alguma pendência ou desconformidade, o RT é notificado a
saná-la, para depois receber a certidão.

A Certidão de Baixa de Construção é emitida pela Prefeitura e comprova que a edificação foi
construída conforme projeto arquitetônico aprovado e a legislação vigente. Ela é necessária
tanto para obras novas como para acréscimos e decréscimos. A Certidão de Baixa de
Construção é um dos documentos exigidos pelo Cartório de Registro de Imóveis para
averbação de uma edificação. É o documento necessário para a legalização oficial da
edificação.

Estão dispensadas da aprovação de projeto e do licenciamento obras como construção de


muros; modificações internas às unidades residenciais e não residenciais que não gerem
alteração da área edificada, nos termos da Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo;
instalação de grades de proteção; serviços de manutenção e construção de passeios, nos
termos do Código de Posturas do Município; construção de abrigos para animais domésticos e
cobertas em unidades residenciais, com altura máxima de 1,80 metro; e impermeabilização de
laje.
Conforme previsto no Código de Edificações, “a dispensa da aprovação do projeto não
desobriga o interessado do cumprimento das normas pertinentes nem da responsabilidade
penal e civil perante terceiros”. Mesmo para as obras que são dispensadas da aprovação de
projeto e do licenciamento, é recomendável o acompanhamento de um responsável técnico.

Deveres do responsável técnico

De acordo com o Código de Edificações do Município, são deveres dos responsáveis técnicos,
nos limites das respectivas competências:

I - prestar, de forma correta e inequívoca, informações ao Executivo e elaborar os projetos de


acordo com a legislação vigente;

II - executar obra licenciada, de acordo com o projeto aprovado e com a legislação vigente;

III - cumprir as exigências técnicas e normativas impostas pelos órgãos competentes


municipais, estaduais e federais, conforme o caso;

IV - assumir a responsabilidade por dano resultante de falha técnica na execução da obra,


dentro do prazo legal de sua responsabilidade técnica;

V - promover a manutenção das condições de estabilidade, segurança e salubridade do imóvel,


de modo a evitar danos a terceiros, bem como a edificações e propriedades vizinhas, passeios
e logradouros públicos;

VI - dar o suporte necessário às vistorias e à fiscalização das obras.

Parágrafo único - O profissional responsável pela direção técnica das obras deve zelar por sua
correta execução e pelo adequado emprego de materiais, conforme projeto aprovado no
Executivo e em observância às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

Deveres do proprietário do imóvel

I - responder pelas informações prestadas ao Executivo;

II - providenciar para que os projetos e as obras no imóvel de sua propriedade estejam


devidamente licenciados e sejam executados por responsável técnico;

III - promover e zelar pelas condições de estabilidade, segurança e salubridade do imóvel;

IV - dar o suporte necessário às vistorias e fiscalizações das obras, permitindo-lhes o livre


acesso ao canteiro de obras e apresentando a documentação técnica sempre que solicitado;

V - apresentar, quando solicitado, laudo técnico referente às condições de risco e estabilidade


do imóvel;

VI - manter o imóvel e seus fechamentos em bom estado de conservação.


FISCALIZAÇÃO URBANÍSTICA
É o setor responsável pelo acompanhamento das obras em execução no município, verificando
se elas estão regulares e aplicando ações fiscais cabíveis tais como notificações, autos de
infração.

Atribuições

• Acompanhar a execução de obras licenciadas;

• Fazer vistorias para evitar a execução de obras sem anuência do município;

• Notificar, Embargar e Interditar obras irregulares.

Ao Agente de Fiscalização Urbanística é vedado a emissão de Notificação, mas, sim, a lavratura


de Auto de Infração, quando:

1. For iniciada qualquer construção ou demolição, sem que seja expedido o competente
alvará respectivo;

2. O proprietário não cumprir as determinações e prazos fixados em sede de Notificação;

3. Inexistir a placa de informações da obra, conforme estabelece esta lei.

O PODER DE POLÍCIA E A FISCALIZAÇÃO MUNICIPAL

Poder de Polícia – Dever de Polícia

O poder de polícia é uma expressão cujo significado está sujeito aos contornos políticos e
sociais de um momento histórico. Deriva do antigo conceito de "boa ordem da sociedade",
imposta pelo Estado Império, passando ao "Estado de Polícia", no período de influência da
nacional socialista alemã (que perdurou até a década de cinquenta no Brasil, e com reflexos
durante o regime militar), recrudesce o "poder" no auge do liberalismo, ao tempo do Estado
liberal, e sofre transformações de conceitos no período do Estado intervencionista,
estendendo suas ações ao controle da ordem econômica e social.

O poder de polícia, deste modo, não se limitaria mais a assegurar a ordem pública, na visão de
uma polícia de segurança, mas estenderia suas ações a limitar ou disciplinar direitos
individuais, ajustando-os ao interesse e ao bem-estar público.

Hoje, poderíamos dizer que o poder de polícia está, necessária e obrigatoriamente, atrelado às
normas constitucionais. O Estado é obrigado a agir “com o objetivo de adequar o exercício dos
direitos individuais ao bem-estar geral"(Maria Sylvia Zanella di Pietro). Diríamos, então, que a
antiga expressão "poder de polícia" passa a ser, nos tempos modernos, um "dever de polícia",
uma obrigação jurídica e administrativa de cuidar do interesse público, consoante os vetores
constitucionais instituídos.

Certo, porém, que as intervenções do Poder Público estão restritas ao


princípio da legalidade, restringindo suas ações aos limites da lei, sem agredir os direitos de
cidadania e da dignidade da pessoa humana. "As limitações à liberdade e à propriedade
somente irão se justificar se e na medida em que os direitos coletivos e difusos (...) postulem"
(Lúcia Valle Figueiredo).

Tendo o Estado o dever de agir em defesa do bem-estar da população, a sua omissão,


ineficiência e despreparo administrativo no cumprimento de suas obrigações, provocam,
incontinenti, um dano a ser reparado. Não se trata de um poder facultativo e, sim, de um
dever a cumprir. Cabe ao Estado responder nas esferas civil, penal e administrativa, por sua
omissão e ineficiência ao permitir o que não seria permitido, ao tolerar o intolerável. Aliás,
podemos incluir neste sentido, o princípio da responsabilidade civil objetiva do Estado perante
terceiros, em face dos danos que seus agentes lhes causarem, nos termos do art. 37, § 6º da
Lei Maior. O dano provocado por negligência também é objeto de reparação, se demonstrado
o nexo entre a omissão e a sua consequência.

Polícia Administrativa – Polícia Judiciária

Existe uma distinção clara entre o poder de polícia administrativa, ora tratada, e o poder de
polícia judiciária. O primeiro tem um caráter essencialmente preventivo, ou até mesmo
educativo, enquanto o segundo age de forma repressiva. O primeiro procura impedir as ações
antissociais, e o segundo a punir os infratores da lei penal, como diz Maria Sylvia Zanella di
Pietro. Isso não quer dizer que o poder de polícia administrativa não pode punir o infrator,
como interditar um estabelecimento ou embargar uma obra, ou mesmo apreender uma
mercadoria deteriorada, mas as punições são provocadas em razão de atos ilícitos
administrativos, atos que afrontam a legislação administrativa. Quando, porém, a ação ilícita
for de natureza penal, a competência de agir pertence à polícia judiciária. Evidente, porém,
que há situações em que o ilícito pode afrontar tanto a legislação administrativa quanto penal,
quando, então, a ação deflagrada, se não for conjunta, deve ter os seus resultados
comunicados ao outro poder policial, para que este cumpra a sua missão. Não compete, assim,
aos Agentes Fiscais de Poder de Polícia Administrativa intervir em ações ilícitas de natureza
exclusivamente penal, como, por exemplo, apreender mercadorias contrabandeadas,
roubadas ou falsificadas. Tais ações são pertinentes aos policiais judiciários, a Polícia Militar ou
Civil. O máximo que se permite é uma ação desencadeada em conjunto, mas, mesmo assim, o
auto de apreensão e o boletim de ocorrência são documentos lavrados pela polícia judiciária.
Do mesmo modo, não cabe aos policiais judiciários ações puramente afetas aos agentes fiscais
administrativos, como exigir a apresentação de alvará dos estabelecimentos, ou exigir prova
de pagamento de tributos. Tais exigências são ilegais e arbitrárias, a não ser que façam parte
de um processo penal em curso.

Atribuições Municipais

A Constituição Federal adotou o sistema de competências reservadas ou enumeradas para os


Municípios. Tais competências estão implícitas ou explícitas na Carta. A primeira competência
municipal enumerada na Constituição Federal (art. 30, I) é a de legislar sobre assuntos de
interesse local. Segundo as exclusividade) do interesse para o Município, em relação ao do
Estado e da União, o que se consubstancia através da competência legislativa exclusiva.
Um exemplo seria o trânsito, conforme estabelece o Código Nacional de Trânsito, pelo qual
competem aos Municípios os serviços locais, tipo, estacionamento, circulação, sinalização etc.
Outro exemplo seria o Código Nacional de Saúde Pública, que prevê a instituição do
Regulamento Sanitário Municipal. Ao definir-se "interesse local" sob o primado da
predominância do interesse local, não resta dúvida que a competência dos Municípios se
destaca sobre os demais entes políticos, levando em conta o fato de que é no Município que se
vive, que se trabalha, onde participamos como membros de uma coletividade. Em nosso vasto
Brasil, somos partes de uma cultura local, regional, voltada às peculiaridades de um lugar
específico, do nosso meio, da nossa cidade, do nosso Município.

Neste teor, compete ao Município prover a tudo quanto respeite ao seu peculiar interesse e ao
bem-estar de sua população, notadamente: I – planejar o uso e a ocupação do solo;

II – estabelecer normas de construção, de loteamento, de arruamento e de zoneamento


urbano;

III – regular o funcionamento de estabelecimentos comerciais, obedecendo às limitações


urbanísticas convenientes à ordenação do seu território;

IV – regular a utilização dos logradouros públicos;

V – regular o trânsito, o transporte público, determinando, inclusive, os itinerários e pontos de


estacionamento e de paradas dos transportes coletivos;

VI – disciplinar os serviços de carga e descarga de mercadorias e controlar a capacidade de


peso dos veículos que circulam na área pública municipal;

VII – sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais;

VIII – regular o depósito de lixo domiciliar e industrial, fixando normas de coleta e transporte,
inclusive dos resíduos nocivos à saúde;

IX – ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários de funcionamento;

X – regular os serviços funerários e de cemitérios;

XI – regular o uso de propagandas, cartazes e anúncios;

XII – regular o comércio e depósito de animais, inclusive a circulação destes nas vias públicas;

XIII – regular os serviços de mercados públicos, feiras e abatedouros;

XIV – controlar o uso e o comércio de produtos comestíveis e de higiene;

XV – regular o uso e o comércio de produtos perigosos ou nocivos à saúde;

XVI – regular a proteção do meio ambiente e o controle da poluição em geral;

XVII – regular a proteção das florestas e a conservação da natureza;


XVIII – regular a proteção das praias, rios e lagos; XIX – regular os meios de proteção e de
defesa da saúde pública. Essas e outras atividades de competência municipal estão
intimamente vinculadas ao poder de polícia do Município, ou apoiadas por legislação
exclusivamente municipal ou suplementar à legislação federal ou estadual. Tanto exclusiva
como suplementar, ou complementar, o Município deve necessariamente instituir suas leis e
regulamentos, permitindo aos seus agentes fiscais o exercício legal de suas funções. Em outras
palavras, sem dispositivo legal do próprio Município, torna-se inválida a atuação de seus
agentes, mesmo que exista norma legal emanada de outro ente político, a não ser que haja
delegação expressa em convênio a permitir o exercício da função.

A Fiscalização Municipal

Os Municípios, em geral, possuem quadros de funções específicas na fiscalização do poder de


polícia. São quadros de atuação nas áreas:

I – Fiscalização de Posturas Municipais;

II – Fiscalização de Obras de Construção Civil e outras;

III – Fiscalização Sanitária;

IV – Fiscalização de Meio Ambiente;

V – A chamada Fiscalização de Posturas Municipais abrange, entre outras funções:Fiscalização


de Transporte.

I – Autorização e funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais etc.;

II – Uso dos logradouros públicos;

III – Autorização e controle de propagandas, placas e anúncios nas áreas públicas e frontais aos
imóveis;

IV – Controle dos mercados públicos, feiras e abatedouros;

V – Autorização e funcionamento de eventos, shows, parques de diversões, circos etc.


"Posturas Municipais" é expressão antiga, já aplicada no período colonial como um conjunto
de normas locais que deveriam ser obedecidas por todos os seus moradores. Agrupava um
elenco variado de dispositivos, desde regras básicas de civilidade, relações trabalhistas e até os
procedimentos que deveriam adotar na construção de suas casas. Para facilitar o manuseio e a
sua leitura, as normas foram aos poucos se consolidando no formato de um código único,
dividido por assuntos.

Interessante lembrar que na Constituição Imperial de 1824, havia o dispositivo que dava
competência às Câmaras de Vereadores para "formação de suas posturas policiais",
conjugando normas de posturas ao poder de polícia. Com o surgimento de leis sobre matérias
específicas, o Código de Posturas sofreu um esvaziamento em sua abrangência original,
limitando-se a alguns aspectos da disciplina administrativa municipal. Os próprios Municípios
resolveram distribuir suas normas jurídicas por assuntos, criando o Código de Obras, o Código
de Zoneamento Urbanístico, o Código de Saúde Pública e outros códigos ou leis, cada um
tratando de sua matéria. Em conclusão, o Código de Posturas perdeu a magnitude da
importância de outrora, restringindo-se, praticamente, a regular o uso dos espaços públicos, o
funcionamento de estabelecimentos, a higiene e o sossego público. Há, entretanto, uma forte
corrente de administradores que pretende reativar a consolidação das normas municipais de
poder de polícia no Código de Posturas. Um dos motivos é a atual dispersão de leis, às vezes
até conflitantes entre si. Um dos exemplos é a proliferação de licenças de funcionamento de
estabelecimentos comerciais. Um estabelecimento para funcionar, e dependendo de sua
atividade, precisa obter de um mesmo Município, o Alvará de Funcionamento, o Alvará (ou
Assentamento) da Vigilância Sanitária, a Licença da Fiscalização do Meio Ambiente. E se a
atividade for transporte coletivo, adiciona- se a Licença da Fiscalização de Transportes. Ao
lembrarmos que o Alvará é uma licença que gera direitos ao seu possuidor, temos, no caso,
uma séria contradição. Afinal, se o Município liberou o Alvará de Funcionamento, a ausência
do Alvará de Vigilância Sanitária, por exemplo, poderia provocar a interdição do
estabelecimento? E vice-versa? O que ocorre, na verdade, é a intolerável briga interna de
poderes, motivada pela veleidade dos que administram os seus nichos de poder. Julgam esses
administradores que a sua autoridade está acima do interesse público, e quanto mais
exigências criam, mais poderosos ficam, politicamente. Do outro lado está o público, sofrendo
os dissabores de uma burocracia inconsequente.

A consolidação das atribuições de poder de polícia no Código de Posturas seria um passo


importante da Administração Pública Municipal, facilitando a compreensão dos regulamentos
e simplificando o seu conteúdo. Ao mesmo tempo, o quadro de fiscalização municipal de
poder de polícia deveria, no mínimo, atuar em conjunto, agrupado em um mesmo setor e sob
direção única. Salvo raras e excelentes exceções, a estrutura administrativa de uma Prefeitura
sofre de profundas distorções operacionais. São exemplos das contradições existentes:

I) Vigilância Sanitária nada tem a ver com a Secretaria de Saúde, onde, geralmente, está
lotada;

II) Alvará de Funcionamento nada tem a ver com a Secretaria de Finanças, onde, geralmente, é
liberado;

III) Fiscal de Obras nada tem a ver com a Secretaria de Obras Públicas, ou Secretaria de
Urbanismo, onde, geralmente, está lotado;

IV) Fiscal de Posturas nada tem a ver com a Secretaria de Finanças, onde, geralmente, está
lotado.

O melhor caminho seria a criação de uma Secretaria de Fiscalização de Poder de Polícia, onde
todos os Fiscais Municipais, exceto os tributários, que não são agentes de poder de polícia,
seriam agrupados, trabalhando dentro de um plano unificado de ações. Com isso, ganharia a
população, já sabendo onde procurar e encaminhar suas reivindicações. Os processos
correriam mais facilmente e as decisões seriam tomadas sob uma mesma base legal e sempre
pelo critério da impessoalidade. Outras distorções que normalmente ocorrem são:

I – Fiscais de poder de polícia fiscalizando tributos (principalmente as taxas);

II – Fiscais de poder de polícia reprimindo vendedores ambulantes não autorizados;


III – Fiscais de poder de polícia interditando estabelecimentos por fato da pagamento de
tributos;

IV – Fiscais de poder de polícia reprimindo arruaças, vandalismos, invasões e ocupações


indevidas de prédios públicos e privados. Sobre os fatos acima, devemos lembrar:

A) Agente Fiscal não é, e nem foi preparado, para atuar como policial. O concurso público para
admissão de um Agente Fiscal é calcado nos conhecimentos jurídicos e técnicas de fiscalização.
Ao contrário do policial, não se exige do Agente Fiscal capacidade e adestramento físico e
militar.

B) A repressão aos ambulantes não cadastrados e ao transporte não permitido, o


ordenamento de passeatas, desfiles e shows nas áreas públicas são atividades pertinentes a
guarda municipal (em proteção ao patrimônio público) e aos policiais militares.

C) O controle de trânsito nas vias públicas é de competência da Guarda Municipal, ou da


Polícia Militar, e não de agentes fiscais de posturas.

D) Lançar e cobrar tributos são competências das autoridades fazendárias. A fiscalização e


cobrança de tributos competem aos Agentes Fiscais Fazendários ou Tributários, inclusive as
taxas.

E) Alvará de Funcionamento não é taxa; é uma licença a ser concedida pelo órgão responsável
de poder de polícia. O Alvará, portanto, não é de alçada fazendária, mas as taxas decorrentes
do poder de polícia, estas sim, devem ser lançadas, cobradas e fiscalizadas pelos Fiscais de
Tributos.

GUARDA E MANUTENÇÃO DE MATERIAIS NA OBRA

Como armazenar bem os materiais?


Quando você está fazendo uma reforma em casa, é difícil organizar a bagunça do ambiente
de depósito, onde são armazenados os materiais de construção.

Mas, seguindo estas dicas, além de evitar danos e perdas, você aumenta a produtividade da
mão-de-obra e diminui bastante a desordem desta incômoda experiência.

Areia

Deve ser estocada no canteiro de obras, devidamente cercada por madeiras (local plano).
Cubra-a com uma lona de plástico.

Cimento

Por ser um material perecível (estocagem de 30 dias), estraga se ficar em contato com
umidade Forrar o lugar aonde vai colocar os sacos para evitar a umidade do solo.

Empilhe-o em local fechado e seco, sem retirá-lo de sua embalagem. Deve ser conservado na
sua embalagem fechada até a hora de ser usado.

Compre conforme a obra demandar.

O pó do cimento não é bom para a saúde das pessoas ou animais, por isso não o guarde em
lugares como quartos, canis, etc… A melhor forma de armazenar é em local seco, afastado da
parede no mínimo 30 centímetros, e sobre estrados de madeira, empilhando no máximo 10
sacos.

Tijolos e blocos

Empilhe-os de forma a não ultrapassar 1,50 m de altura. Cubra-os com uma lona.

Tijolos aparentes devem ser empilhados sobre um tablado de madeira.

Cal

Material perecível. Empilhe-o em local fechado, longe de umidade.

Assim como o cimento, deve-se evitar sua compra em grandes quantidades (tempo de
estocagem: 30 dias). Compre aos poucos (conforme demanda).

Barras de aço

Guarde as barras com o mesmo diâmetro juntas.

Podem ser armazenadas em locais abertos, se não ficarem expostas por muito tempo (até 90
dias).

Não coloque-as em contato com a terra.

Tubos e conexões

Separe-os de acordo com o tipo.

Evite deixá-los expostos ao sol.

Pedras

Guarde-as como o indicado para a areia.

Não precisam ser cobertas.

Cabos, quadros de luz, tomadas e materiais elétricos em geral

Guarde-os em local fechado (almoxarifado), separando-os por itens.

CONTRIBUIÇÕES AO GERENCIAMENTO DE CANTEIRO DE OBRAS,

Trata da importância da análise do confronto de fatores gerenciais e produtivos observados


nos Canteiros de obras, que ainda empregam métodos de trabalhos da construção civil
tradicionais em Detrimento de outros, em que os métodos de trabalhos e de organização
gerencial e produtiva têm Incorporado as mais modernas técnicas, enfocando a rapidez, a
economia, a qualidade e a Segurança, juntamente com a empregabilidade do 5s (organização).

Colaboradores para o feito a organização no canteiro de obra.


Engenheiros

Mestres de obra

Encarregados

Operários setoriais

Onde vário profissional tem acesso para trabalhar, desempenhando sua função.

Segurança do trabalho esta ligada diretamente com a organização do canteiro de obra, onde
cada material seja ele de uso diário ou estocagem sejam devidamente colocados em um
devido local de fácil acesso.

Trata da importância da análise do confronto de fatores gerenciais e produtivos observados


nos canteiros de obras, que ainda empregam métodos de trabalhos da construção civil
tradicionais em detrimento de outros, em que os métodos de trabalhos e de organização
gerencial e produtiva têm incorporado as

Mais modernas técnicas, enfocando a rapidez, a economia, a qualidade e a segurança.

INTRODUÇÃO

O setor de Construção Civil, tradicionalmente, tem praticado a sua tecnologia baseado no


emprego intenso de mão-de-obra não qualificada. Tanto a fase de elaboração, que envolve
confecção de projetos e de orçamentos, como a fase de produção física, vem desenvolvendo-
se com ênfase no baixo custo, decorrente da referida mão-de-obra desqualificada. Esse
procedimento vem sendo justificado pelo argumento da geração de empregos, supondo que a
modernização reduziria o seu nível. Entretanto, essa

Baixa qualificação promove a informatização do trabalho na forma de subempregos, como


também degrada os níveis salariais.

Esse tipo de mão-de-obra despreparada dificulta a introdução de tecnologias avançadas, em


que se possa ter qualidade, produtividade e menores custos de desperdício e retrabalho. Por
outro lado, a premissa atual do mercado, impondo qualidade, obras com diversos executantes
especializados, na forma de parcerias ou consórcios, estabelece outras propostas de trabalho
que exigem pessoal de maior qualificação técnica, capaz de conduzir trabalhos em equipe,
impor lideranças, entender amplitude de procedimentos etc. Os padrões tradicionais,
baseados em baixos níveis tecnológicos, evidenciam que esta tecnologia antiga não é mais
adequada e que proporciona operários sem qualificação, além de arquitetos e engenheiros
com um saber aquém das exigências atuais.

O tão discutido desperdício de materiais e de mão-de-obra, e objeto de tantos estudos


apresentados por Agopyan (1998), pode representar perdas de 25 a 30% do custo da obra.
Desde a década de 90 as construtoras buscam um modelo de indústria seriado em seus
canteiros de obras (CARDOSO, 1997). A questão é que esse acesso a novas tecnologias é
restrito para poucas, pois o investimento é alto e exige elevados níveis de produção.

Comumente, percebe-se que os programas de qualidade, projetos e cadernos de encargos das


empresas em geral só contemplam o produto acabado, e não o processo executivo dentro do
canteiro. Em última análise, podem-se identificar como principais problemas: falta de
planejamento de médio e curto prazo; carência de equipamentos; falta de definições de
espaços adequados à armazenagem de diferentes insumos e, consequentemente, sua
deficiência com o transporte e, finalmente, falta de parcerias com os fornecedores. É
imprescindível que haja, por parte da empresa, um movimento. De constante planejamento,
conforme o ritmo alcançado.

A organização de um canteiro de obras é uma das partes mais importantes do planejamento,


resultando em projetos detalhados das locações e das áreas destinadas a instalações
temporárias, que podem variar conforme a natureza do empreendimento.

Os componentes típicos de um canteiro são: escritórios, oficinas, estacionamento,


almoxarifado, depósitos, centrais de concreto, pátios de manutenção e, no caso de materiais e
equipamentos importados, áreas de estocagem. Um canteiro de obras bem projetado tem
impacto significativo sobre os custos e a duração da obra.

Sensíveis modificações vêm ocorrendo nos canteiros de obras. A modernização de técnicas


operacionais, a performance de máquinas e equipamentos, a maior profissionalização e
consciência dos trabalhadores, da equipe técnica e operacional,bem como as inovações que a
informática vem proporcionando, têm impulsionado essas modificações.

Mediante o exposto, pode-se concluir que o produto final deverá ser o bom andamento da
obra e o impacto significativo no custo.

A construção do canteiro de obras é um procedimento que antecede a execução da obra,


variando Conforme o tamanho do empreendimento a ser construído. As tarefas preliminares
para a construção do canteiro incluem o acesso à água para consumo, como primeira
providência, a coleta de esgoto, (imprescindíveis para a primeira locação física do canteiro de
obras), o barracão de guarda ou contêineres para a guarda de materiais e abrigo dos operários
residentes, o fechamento da obra ou todo o perímetro do terreno (além de exigência da
prefeitura, trata-se ainda de serviço que visa melhorar a segurança da obra), item fundamental
nos dias de hoje, e que deverá ser permanente é, finalmente, o canteiro de serviço, que após a
construção do barracão ou instalação inicia a preparação do terreno para receber a locação de
paredes.

1. Princípios básicos para a organização do canteiro de obras Segundo Souza (1993), em um


canteiro de obras o objetivo principal é alcançar uma melhor disposição para o material, mão-
de-obra e equipamentos.

Para a organização de um canteiro de obras, alguns princípios básicos devem ser observados.
Ao se iniciar uma obra, deve-se sempre pensar na organização do canteiro de obras de Forma
a compor uma melhor maneira para os produtos. Esse cuidado agiliza a obra, e ao mesmo
tempo evita perdas, danos ou extravio de materiais. Nos dias atuais, em que a competitividade
é grande, a procura por novos procedimentos gerenciais, principalmente os de planejamento
de obras, poderão reduzir os custos da empresa a partir de um melhor aproveitamento dos
recursos disponíveis para a produção, bem como diminuir os investimentos ou o aporte de
recursos financeiros mediante estratégias de obra que não antecipem ou “estoquem serviços”,
evitando a mobilização de recursos financeiros na obra antes do necessário.

2. A situação das empresas e as dificuldades na implementação de sistemas de planejamento


em canteiro de obras Conforme a situação das empresas e as dificuldades na implementação
de sistemas de planejamento em canteiro de obras são comuns em praticamente todo o
território nacional, e é sabido que a maioria das empresas do setor, principalmente as
pequenas e médias, utiliza procedimentos precários para planejamento de sua produção. Esse
quadro é menos grave nas empresas que atuam com construção pesada e obras industriais,
sendo bastante acentuado nas que operam com construção leve, como as obras de
edificações. Alguns fatores contribuem para esse fato, tais como a falta de tradição e cultura
do setor de construção civil no tratamento do tema gerenciamento/planejamento e a
formação deficiente dos engenheiros civis e arquitetos no assunto. A comprovação para este
fato é a grande procura por cursos de especialização na área de Gerenciamento na Construção
Civil, em que profissionais já formados buscam complementar a sua formação para atender à
realidade do mercado de trabalho, e as dificuldades que universidades e centros de pesquisas
têm para desenvolver processos e sistemas de planejamento que efetivamente venham ao
encontro das necessidades das empresas, devido ao distanciamento natural da realidade do
canteiro e a descrença em sistemas.

A solução seria não importar sistemas e processos de planejamento de países mais


desenvolvidos, devido à existência de diferenças entre o processo de produção, além das
dificuldades naturais de comunicação devido à diferença de idiomas.

3. Os caminhos e agentes facilitadores para mudança nas empresas construtoras Conforme


apresentado por Limmer (1997), o principal agente da mudança é a percepção, por parte das
empresas do setor, de que o planejamento da produção é fator importante para aumentar sua
influência na produção, bem como administrar melhor seus recursos, observando a ótica do
mercado atual.

Com a finalidade de obtenção de sucesso, deve-se observar ou mesmo seguir algumas


recomendações, tais como: entender que o planejamento de um canteiro de obras é parte de
um processo que tem interfaces com outros processos e sistemas internos da empresa, dentre
os quais podem ser destacados o empreendimento, projetos, suprimentos e produção,
capacitação da equipe técnica da empresa em conceitos, instrumentos e técnicas de
planejamento, via programa de treinamento para que os profissionais de nível superior da
obra saibam analisar relatórios, identificar folgas, caminhos críticos e entender as seqüenciam
propostas nos cronogramas e, até mesmo, ser incentivado a operar os sistemas.

Recomendam-se, também, evitar a implantação de “pacotes fechados integrados” que se


propõem a resolver todos os problemas de programação de controle da produção, inclusive os
de orçamento e controle de custos, que são pouco flexíveis no trato da informação, exigindo
que a empresa mude sua forma de ser para se ajustar a ele.

Caso se opte pela implantação dos pacotes fechados, como os que elaboram orçamento de
obras recomendam-se optar por aqueles que sejam flexíveis no trato da informação, que
permitam importar e exportar dados de um para outros aplicativos ou sistemas.

Outro aspecto recomendável é, sempre que possível, estruturar o sistema de planejamento


como em sistema aberto, desenvolvido por meio de aplicativos de uso corrente do meio
técnico (planilhas eletrônicas, gerenciadores de projetos e outros), de forma que o sistema
possa ser desenvolvido e adaptado à cultura da empresa, e não o inverso.

Para programação física da obra é de boa prática a utilização de técnicas de rede de


precedência (CPM) e, em obras de edifícios, buscar a otimização das suas características, em
que as atividades se repetem de pavimento para pavimento ou de trecho para trecho, dentro
de uma mesma sequência de serviços. Essa característica, se explorada adequadamente,
facilita a geração de modelos em rede.

Finalmente, recomenda-se ainda que o início da implantação ocorra de forma gradativa, de


modo que os sistemas e procedimentos sejam assimilados sem percalços pela organização,
lembrando que o setor está criando cultura sobre o assunto e, desta forma, algum tempo pode
ser necessário para a devida fixação.

4.. A execução de uma obra é feita segundo um “sistema de produção”, o qual condiciona a
disposição dos diferentes componentes no respectivo canteiro de obras.

No caso da construção civil, o canteiro de obras pode se comparado com a produção industrial
fabril, ser classificado como uma fábrica móvel, diferindo da fábrica tradicional no sentido que
o produto resultante do processo de produção é único e estacionário, enquanto que os
insumos (mão-de-obra, materiais e equipamentos) é que se deslocam em torno do produto.

Influem na definição do “sistema de produção” da obra as condições do local onde será


instalado o canteiro, bem como as de origem da natureza, como fatores ambientais (clima,
ecologia etc.), constituindo o que se poderia denominar de componente local Do sistema.
Além desse componente, há o componente de processo, que é função do processo escolhido
para realizar a obra.

Segundo Ferreira (1998), o arranjo de um canteiro de obras inclui-se como uma das partes
mais importantes do planejamento da obra. Este arranjo resulta em desenhos detalhados das
locações e das áreas reservadas às instalações temporárias, respeitando suas origens, porém
objetivando um mesmo propósito, ou seja, o de fornecer suporte às atividades de construção.

Outra formulação quanto ao arranjo de um canteiro de obra é tratá-lo como um problema de


otimização, combinatória discreta. Esse arranjo é delimitado ao problema de um conjunto
predeterminado de elementos de produção, circunscrito a um conjunto de áreas igualmente
predeterminadas, atendendo suas condições e objetivando sua otimização.

Diretrizes para um local bem organizado

NR-18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO


(Ministério do Trabalho);NB-1367 (NBR 12284) - ÁREAS DE VIVÊNCIA EM

CANTEIROS DE OBRAS (ABNT).A "área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem


operações de apoio e execução de uma obra" (NR-18); o conjunto de "áreas destinadas à
execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais
e áreas de vivência (NB-1367).

1) O que é PCMAT?O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção - PCMAT, é regulamentado pela Norma Regulamentadora 18 (NR 18). O PCMAT
(Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) é um plano
que estabelece condições e diretrizes de Segurança do Trabalho para obras e atividades
relativas à construção civil.
2) Quais são os objetivos do PCMAT?Garantir, por ações preventivas, a integridade física e a
saúde do trabalhador da construção, funcionários terceirizados, fornecedores, contratantes,
visitantes, etc.; Estabelecer um Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho nos serviços
relacionados à construção, através da definição de atribuições e responsabilidades à equipe
que irá administrar a obra.

3) Em quais obras é necessária a elaboração do PCMAT? A Portaria 3214/78 do Ministério do


Trabalho e Emprego, que contempla a Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18 Condições e
Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), especifica a obrigação da elaboração
e implantação do PCMAT em estabelecimentos (incluindo frente de obra) com 20
trabalhadores (empregados e terceirizados) ou mais. A falta deste implicará nas penalidades
previstas na legislação que poderão variar de multa até a paralisação das atividades do
estabelecimento em questão.

O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissional legalmente habilitado. O


proprietário do estabelecimento e seus contratados são responsáveis pela implementação do
PCMAT.

5) A elaboração do programa se dá pela antecipação dos riscos inerentes à atividade da


construção civil. O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR-9 Programa de
Prevenção de Riscos Industriais é aplicado métodos e técnicas que têm por objetivo o
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos encontrados nesta atividade laboral.

Organização e limpeza

Organização e Limpeza são as primeiras medidas de segurança do trabalho para evitar


acidentes.

O entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regularmente coletados e removidos,


sendo proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obras.

A regra básica é que lugar limpo não é aquele que mais se limpa, e sim, aquele que menos se
suja.

6) A partir deste levantamento, são tomadas providências para eliminar ou minimizar e


controlar estes riscos, através de medidas de proteção coletivas ou individuais. É importante
que o PCMAT tenha sólida ligação com o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional), uma vez que este depende do PCMAT para sua melhor aplicação.

7) Quem pode elaborar um PCMAT? De acordo com a NR-18, somente poderá elaborar um
PCMAT profissional legalmente habilitado em Segurança do Trabalho.

Qual o roteiro para elaborar um PCMAT?


A elaboração do PCMAT é realizada em 5 etapas:

1. Análise de projetos É a verificação dos projetos que serão utilizados para a construção, com
o intuito de conhecer quais serão os métodos construtivos, instalações e equipamentos que
farão parte da execução da obra.

2. Vistoria do local A vistoria no local da futura construção serve para complementar a análise
de projetos.

Esta visita fornecerá informações sobre as condições de trabalho que efetivamente serão
encontradas na execução da obra.

3. Reconhecimento e avaliação dos riscos Nesta etapa são feito o diagnóstico das condições
de trabalho encontradas no local da obra.

Surge, então, a avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos, para melhor adoção das medidas
de controle.

4. Elaboração do documento base É a elaboração do PCMAT propriamente dito. É o momento


onde todo o levantamento anterior é descrito e são especificadas as fases do processo de
produção.

5. Implantação do programa

1. O processo de implantação do programa deve contemplar:

2. Desenvolvimento/aprimoramento de projetos e implementação de medidas de


controle;

3. Adoção de programas de treinamento de pessoal envolvido na obra;

4. Especificação de equipamentos de proteção individual;

5. Implantação do programa Avaliação constante dos riscos, com o objetivo de atualizar e


aprimorar sistematicamente o PCMAT; Estabelecimento de métodos para servir como
indicadores de desempenho; Aplicação de auditorias em escritório e em campo, de modo a
verificar a eficiência do gerenciamento do sistema de Segurança do Trabalho e se esta sendo
aplicado 5s.

Elementos do canteiro.

Ligados à produção central de argamassa;

Central de fôrmas;central de pré-montagem de instalações;central de esquadrias;central de


pré-moldados.

De apoio à produção.

Almoxarifado de ferramentas;estoque de conexões;almoxarifado de empreiteiros;estoque


relativo ao elevador;estoque de areia;estoque de esquadrias;estoque de argamassa
intermediária;estoque de tintas;silo de argamassa pré-misturada a estoque de
metais;seco;estoque de louças;estoque de cal em sacos;estoque de barras de aço;estoque de
cimento em sacos;estoque de compensado para estoque de argamassa industrializada
fôrmas;em sacos;estoque de passarela para estoque de tubos;concretagem.

TRANSPORTE INTERNO

É preciso pensar no fluxo de materiais pela obra, prevendo os trajetos feitos pelos carrinhos de
mão e giricas (espécie de carrinho que carrega mais material); quais os serviços que poderão
causar conflitos quando excuta dos simultaneamente; e se o estoque de materiais de
acabamento não será afetado pelo tráfego de pessoas e materiais.

Sistema de transporte com decomposição de movimento na horizontal: porta-palete;


"dumper"; "bob-cat”; na vertical: sarilho; talha; guincho de coluna; elevador de obras.Sistema
de transporte sem decomposição de movimento gruas: torre fixa; torre móvel sobre trilhos;
torre giratória; torre ascensional; guindastes sobre rodas ou esteiras; bombas: de argamassa;
de concreto.

Apoio técnico administrativo. Áreas de vivência escritório do engenheiro e


estagiário;alojamento;sala de reuniões;cozinha;escritório do mestre e
técnico;refeitório;escritório administrativo;ambulatório;recepção/guarita;sala de
treinamento/alfabetização;chapeira de ponto.instalações sanitárias;vestiário;lavanderia.

Elementos do canteiro entrada de água; Outros elementos entrada de luz; coleta de esgotos;
portão de materiais; portão de pessoal; “stand" de vendas. De complementação externas à
obra Diretrizes quanto aos elementos ligados à produção cuidado com interferências com
outros fluxos de material; número de betoneiras é função da demanda da obra por argamassas
(mesmo que a obra só demande uma, é conveniente ter uma menor para caso de
emergências);prever tablado para estoque dos sacos de aglomerante necessários para o dia de
trabalho;

Central de Armação localizar o processamento do aço (corte/dobramento/pré-montagem) nas


proximidades do estoque de aço e facilmente acessível quanto ao transporte vertical;área da
ordem de 50 m²; cobertura seria o ideal, mas é obrigatória apenas sobre eventual poli corte.

Central de fôrmas.

Local coberto; área da ordem de 20 m².Central de pré montagem de instalações local


coberto;área da ordem de 20 m².
Diretrizes quanto aos elementos de apoio à produção Estoque de areia.

Próximo à betoneira de produção de argamassa; próximo ao equipamento para transporte


vertical;próximo ao portão de materiais (se possível acessível diretamente pelo basculamento
do caminhão);evitar contato direto com terreno, prover delimitação quanto às laterais;evitar
carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e Outros materiais;

Altura máxima do estoque sobre o terreno da ordem de 1,5 m;não estocar sobre laje
(sobrecarga).

Estoque de argamassa intermediária.

Local fechado, próximo ao acesso de


materiais (viabilizar Descarregamento sob responsabilidade do fornecedor), isento de
umidade;Isolar os sacos do contato com o piso (estrados) e afastar das paredes do
ambiente;Procurar induzir política de "primeiro a chegar = primeiro a usar";Pilhas com no
máximo 10 sacos de altura;área é função da demanda (ordem de grandeza = 20 m²).

Estoques de tubos local coberto;local não necessariamente fechado almoxarifado;criar


"prateleiras" para organização do estoque;área com ordem de grandeza de (2 x 7) m².
Estoques de conexões

TUBOS RETANGULARES DE FERRO

ARMAZENAMENTO DE CONEÇÃO DE PVC


LOCAL FECHADO E AREJADO (ALMOXARIFADO). Estoque relativo ao elevador, tintas e
esquadrias local fechado; área da ordem e 20 m².
Estoques de louças local fechado;área da ordem de 20 m².Estoques de metaislocal fechado
(almoxarifado).

Estoques de barras de aço

Pode ser ao ar livre;evitar contato com solo (britas + caibros transversais);delimitar "baias"
para diferentes diâmetros;local próximo ao portão de materiais (no caso da não existência de
grua ou guindaste para transporte horizontal); nas proximidades do processamento
(corte/dobra/pré-montagem) das barras;evitar estocagem sobre lajes (sobrecarga);ordem de
grandeza de área: (3 x 13) m².
Estoques de compensados para formas próximo ao portão de materiais;próximo ao local de
confecção das fôrmas;evitar contato com solo e umidade (isolar do chão com caibros; cobrir
com lona);pilhas com no máximo 75 chapas; área da ordem de

20

Diretrizes quanto a outros elementos Ligações água, energia e esgoto tentar utilizar as já
existentes;compatibilização com projeto definitivo.

Portões de madeira largura não menor que 4,40 m;se possível criar mais de um para melhor
acessar diferentes partes do canteiro;observar localização do acesso definitivo ao subsolo do
edifício;procurar posição que não conflite com serviços futuros da obra.

PORTÃO DE PESSOAL localizar de maneira a ter-se controle sobre o acesso de pessoal e de


maneira a se ter menor risco de acidentes. TAPUME

Altura da ordem de 2,50 m;base em alvenaria para evitar degeneração da madeira por contato
com a umidade;boa aparência ("cartão de visitas" da obra).

Canteiro de obras Diretrizes quanto às áreas de vivênciasNR 18

Alojamento Exigência → O alojamento do Canteiro de Obras deve:


• Ter área mínima de 4,00m2 por módulo (cama-beliche, armário, circulação). • Ter no
máximo duas camas na vertical (beliche). • Ter lençol, fronha e travesseiro por cama, em
condições adequadas de higiene, e cobertor, quando as condições climáticas o exigirem. •
Ter armários duplos, individuais. • Não estar situado em subsolo ou porões das
edificações. • Ter portas com fechaduras para garantir a privacidade de seus usuários, com
dimensões mínimas de 0,70m x 2,10m.

Refeitório/ cozinha NR -18 e NB 1367somente se houver preparo de refeições na


obra;existência de pia; instalações sanitárias para funcionários da cozinha, sem comunicação
direta (mas próximo) da mesma; equipamento de refrigeração.

Capacidade para todos os trabalhadores;lavatório (interior ou nas proximidades);local para


aquecimento (não confecção) de refeições; não localizar em subsolo ou porão; não ter
comunicação direta com as instalações sanitárias.
Ambulatório NR 18 e NB 1367necessário se se tiver 50 operários ou mais.Área de lazer NR -
18pode-se usar o refeitório.

Instalações Sanitárias NR - 181 lavatório, 1 vaso, 1 mictório, para cada 20 operários;1 chuveiro
para cada 10 operários;local do vaso: área mínima de 1 m²; local do chuveiro: área mínima de
0,80 m².

Vestiário NR - 18armários individuais com cadeado;bancos (largura mínima de 30 cm).


Lavanderia NR -18Exigência → A lavanderia do Canteiro de Obras deve:Possuir tanques
individuais ou coletivos em número adequado para lavagem de roupas, resistentes
com revestimento liso, impermeável e de fácil higienização. Possuir áreas de secagem
cobertas e ao ar livre.

5. Resultados na obra

Os resultados trazidos pela implantação de sistemas de qualidade na obra podem ser

Observados em algumas construtoras e representam movimento que ganha adeptos a

Cada dia. Os sistemas de qualidade hoje também balizam negociação de contratos e


disciplinam as relações com clientes e fornecedores, bem como a certificação que também
cumpre um papel importante na modernização do cotidiano das construtoras, criando uma
identidade empresarial relacionada com a criação de um arquivo próprio da empresa, em que
a forma de armazenar e referenciar documentos anteriores de obras executadas traz ações e
procedimentos que possam estabelecer referências comparativas, conforme defende Picchi
(1993).

CANTEIRO DE OBRAS: TERCEIRIZAÇÃO X RECICLAGEM X CUSTOS

1. Terceirização

Atualmente, terceirizar em um canteiro de obras significa delegar um serviço para uma


empresa especializada, com a finalidade de encontrar um meio de elevar a produtividade e
qualidade da produção, garantindo assim a concretização de prazos e flexibilização na
produção, a menores custos do que se poderia ter com uma equipe própria. Esta
conceituação, porém, apresenta aspectos que devem ser analisados, pois o construtor não
pode apenas pensar em reduzir custos na hora de terceirizar ou subcontratar, devendo levar
em consideração, também, a experiência da empresa e

sua dinâmica de atuação.

A terceirização caracteriza-se por uma prática comum, mas ainda existem dificuldades de
encontrar prestadoras de serviços com mão-de-obra especializada, compatível com a técnica e
a forma gerencial da empresa contratante. A busca pela qualidade, com a implementação do
PBQP-H e a disseminação das normas ISO 9001, caracteriza indícios de mudanças que levam as
empresas construtoras a exigirem qualidade das subcontratadas.

Uma boa parte dos custos fixos de uma construtora é transferida para a terceirização.

Entendendo que a terceirização obtém ganhos de produção, pode também reduzir os encargos
trabalhistas da construtora.

No canteiro de obras, a pressão pela redução de custos trabalhistas faz com que a construtora
pressione o empreiteiro; este faz o mesmo com sua mão-de-obra, não pagando devidamente
os custos trabalhistas, ou passa a selecionar uma mão-de-obra desqualificada, trazendo
consequências indesejáveis, tais como: valorização do profissional diminuída, seguida de
autofagia, desqualificação profissional e o

Desperdício de material.

Quando bem conduzida, a terceirização é mestra na produtividade. Com a mudança do


mercado, juntamente com a nova postura das construtoras, tem-se a tendência de encontrar
subcontratadas que, do ponto de vista da qualidade, preço e produtividade, atendem melhor e
dão garantia de seus serviços dentro da realidade esperada. É importante desenvolver uma
cadeia de subcontratados desde o projeto até a obra, exigindo uma abordagem Just in time e
integração das competências que são necessárias, não só para construir, mas também para
conceber, desenvolver e atuar.

2. Reciclagem – União do útil ao agradável

Observando-se a problemática do entulho de obra e a possibilidade de reciclagem agregando


valor ao próprio empreendimento, parte significativa dos materiais que entram numa obra sai,
ao final, na forma de lixo, tais como: mistura de cacos cerâmicos, argamassa, concreto,
madeira, papel, terra etc.

A reciclagem desses resíduos pode ser um negócio lucrativo, já consolidado em outros países,
mas ainda nova no Brasil, em que se procura eliminar a nociva deposição do entulho no
canteiro de obras em locais comuns, como: rios, valas públicas, aterros sanitários, vias públicas
e, ao mesmo tempo, obtendo-se materiais de construção mais baratos e de boa qualidade.

Por isso, é imprescindível encontrar soluções para o problema do entulho, em formas práticas
de reciclagem na própria obra, ou em usinas montadas para esta finalidade.
As estatísticas vêem que a construção civil se constitui em uma das atividades econômicas que
mais produzem entulho e que, por esse motivo, o canteiro de obras pode se utilizar de entulho
gerado por esta obra, como material de construção na própria obra.

Segundo afirma Zordan (1990), o estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização
do entulho, na própria construção civil, contribui para amenizar o problema urbano dos
depósitos clandestinos destes materiais, proporcionando melhorias do ponto de vista
ambiental, e introduz no mercado um novo material com grande potencialidade de uso.

A reutilização do entulho de construção na própria obra vem possibilitando também


resultados significativos de economia e de gerenciamento. O entulho gerado pela indústria da
construção civil, especificamente o canteiro de obras, possui particularidades inerentes a
condições específicas de cada obra. O entulho gerado, analisado sob a ótica da reciclagem
como material de construção na própria obra, é composto de duas porções bem distintas, que
são os entulhos não recicláveis e os entulhos recicláveis.

• Os custos da terceirização e da reciclagem de entulho

Faz parte da cultura administrativa de um canteiro de obras o fato de que, durante a execução
da obra, o entulho gerado a partir de um determinado instante passa a ser um estorvo, ou
seja, um elemento estranho à obra. Mas, para o uso do entulho como material de construção
na obra, não se faz movimentos com entulhos recicláveis gerados, que são preliminarmente
deixados no próprio compartimento. Além disso,

Proporcionalmente ocupa menos espaço físico do que o que eventualmente ocuparia no


térreo em operação antecedente ao “bota-fora”.

Souza (1999) analisa o ciclo de vida de um empreendimento, correlacionando-o com as perdas.

O surgimento da parcela entulho ocorre nas fases de execução e utilização de um


empreendimento, nunca na fase de concepção. O mesmo é sempre somado com a perda por
material incorporado, presente em todas as fases. De fato, sabe-se que os materiais presentes
no entulho estão relacionados com o desperdício e são passíveis de reaproveitamento com
técnicas de reciclagem. Desperdícios não computados, assim como entulhos, podem trazer
grandes transtornos aos empreendedores.

Diminuir o desperdício implica consequentemente em reduzir a quantidade de entulho


gerado. Essa meta torna-se uma necessidade no mercado da construção civil, em que se nota
um aumento da competição entre empresas e maiores exigências dos consumidores de obras
de edifício, ainda segundo Souza (op. cit.).

É importante elucidar que a construção civil é fonte geradora de entulho em quantidades e


variedades múltiplas, em que é impossível formalizar um critério padrão para definição de
uma metodologia universal no uso do entulho gerado por uma obra.

O entulho que uma obra produz pode ser utilizado e consumido de forma reciclável, Dentro da
própria obra. O uso do entulho como material de construção em canteiro de obras é de forma
preponderante, inevitável e inadiável, pois de alguma forma, muito esforço há de ser feito no
sentido da conscientização de nossos construtores para o f ato de que todos ganham com a
reciclagem do entulho de obra, principalmente a natureza.

Compatibilização do custo dentro de uma nova forma de organização de trabalho

– Uma nova ótica de gerenciar práticas de reciclagem na própria obra, ou em usinas montadas
para esta finalidade.

As estatísticas vêem que a construção civil se constitui em uma das atividades econômicas que
mais produzem entulho e que, por esse motivo, o canteiro de obras pode se utilizar de entulho
gerado por esta obra, como material de construção na própria obra.

Segundo afirma Zordan (1990), o estudo de soluções práticas que apontem para a reutilização
do entulho, na própria construção civil, contribui para amenizar o problema urbano dos
depósitos clandestinos destes materiais, proporcionando melhorias do ponto de vista
ambiental, e introduz no mercado um novo material com grande potencialidade de uso.

A reutilização do entulho de construção na própria obra vem possibilitando também


resultados ignificativos de economia e de gerenciamento. O entulho gerado pela indústria da
construção civil, especificamente o canteiro de obras, possui particularidades inerentes a
condições específicas de cada obra. O entulho gerado, analisado sob a ótica da reciclagem
como material de construção na própria obra, é composto de duas porções bem distintas, que
são os entulhos não recicláveis e os entulhos recicláveis.

• O novo é uma realidade

Segundo Cardoso (op. cit.), as novas tecnologias estão incorporadas à realidade corrente,
deixando-se de lado o barro e o tijolo, passando-se a empregar materiais industrializados e
elementos arquitetônicos pré-fabricados, notando-se ainda que, desta maneira, antigas
formas de execuções de obras passaram a fazer parte do passado. Estas novidades fazem com
que os custos sejam reduzidos em até 20% e os prazos de obra em até 30%.

As construtoras começam a adotar um novo processo tecnológico construtivo, fazendo que a


construção não se inicie no canteiro de obra. Ela atua antes, na indústria, em que estruturas,
armações, fôrmas, escadas, fachadas de prédios, divisões internas, e até banheiros, são
fabricados.

2. As novas tecnologias e suas implantações.

A diminuição de custos em canteiro de obras depende da associação de diferentes sistemas


construtivos. Podem-se citar como exemplo, paredes internas, fabricadas no sistema drywall,
acantonadas com gesso e colocadas em barracas metálicas.

As paredes internas, no sistema drywall, são montadas com facilidade e são de manutenção
fácil: no caso de problemas com as instalações embutidas, basta cortar o painel, consertar e
fechar o corte. Para que isso aconteça é necessário e imprescindível que o projeto seja bem
elaborado. Essas inovações são hoje empregadas no canteiro de obras brasileiro (RJ e SP, por
exemplo).
Outras novidades são fachadas e varandas pré-moldadas, montadas e soldadas em apoios de
concreto instalados nas lajes. Banheiros e cozinhas chegam prontos nos canteiros, pois vêm do
fornecedor com piso, azulejos, louças, luminárias, torneiras, boxes, portas, saboneteiras,
chuveiro e sistemas elétrico-hidráulico. A fim de dar uma idéia da produtividade, em apenas
um dia, vinte banheiros ficam prontos, enquanto que, no sistema convencional, estes serviços
demandam meses.

Estas novas atitudes trazem um prazo de execução mais curto, possibilitando a entrega do
imóvel mais cedo do que o esperado. Mas, pelo mercado, há uma exigência que 50% do valor
do imóvel sejam pagos pelo proprietário até a entrega, o que desestimula a inovação e a
redução de prazos.

3. Uma nova ótica no canteiro

O canteiro de obras do futuro é uma linha de montagem, unindo-se planejamento e projetos


completos, com diversos sistemas e produtos industrializados.

Neste aspecto, todas essas ações vão levar a uma produção enxuta, que, como define Hirota
(2000), é a denominação de uma nova concepção dos sistemas de produção.

O desafio é adaptar conceitos e princípios da produção enxuta na aplicação na indústria da


Construção, buscando desta forma melhor desempenho em seu processo de produção.

A eliminação de desperdícios, a rapidez executiva, a redução de consideráveis custos e um


quadro de operário mais reduzido e enxuto se faz pertinente para o processo de produção,
pois a construção civil é uma grande fonte de dados e informações que geram grandes
novidades e inovações tecnológicas.

É notório que a elevada competitividade, a busca pela excelência, o foco no cliente e as


transformações nas relações de mercado entre as empresas são feitos em um contexto em
que estão busca de uma melhor organização, melhor gestão, inovações tecnológicas, menos
desperdícios, melhor emprego dos recursos, maior segurança no trabalho, maior motivação
dos trabalhadores, menor impacto ambiental, menores preços dos produtos construídos e
menores custos de operação ao longo da vida útil, ou seja, esses pontos constituem o objetivo
que deve ser perseguido por todos os agentes do processo construtivo.

Conclusão

A reestruturação organizacional do canteiro de obras é parte da nova realidade da

Indústria da construção civil, em que a redução das perdas de material e o treinamento eficaz
da mão-de-obra permitem melhorar a competitividade das empresas, fator fundamental para
sua própria sobrevivência. Sobretudo em uma conjuntura econômica na qual as técnicas de
produção até então tradicionais dão lugar a novas metodologias que convergem com gestões
mais condizentes com a realidade.

Evidencia-se que nesse processo de renovação há a predominância da produção nas


estratégias das empresas e a busca da eficiência na integração da empresa, e não mais no
posto de trabalho. A integração tem como premissa uma organização empresarial em que o
saber técnico responde de modo ágil às solicitações.

A gestão deve ser cada vez mais profissional e profissionalizada, os objetivos claramente
estabelecidos, os planos cuidadosamente elaborados; a execução deve ocorrer em níveis
adequados de eficiência operacional e as avaliações de desempenhos e resultados precisam
apontar para a contribuição efetiva que cada produto, serviço e gasto trazem para a
consolidação de um desenvolvimento econômico saudável da

Empresa, mesmo diante de um histórico brasileiro de insustentabilidade econômica, em que


esta meta se torna um desafio constante.

Esta visão do novo cenário de negócios é válida para empresas de todos os portes (micro,
pequenas, médias e grandes), pois a eficácia empresarial é requisito básico para a
sobrevivência e crescimento das entidades econômicas, principalmente aquelas cujo lucro de
forma perene é seu maior objetivo social.

Apesar dos empreendimentos imobiliários serem únicos, os processos necessários para o seu
desenvolvimento e gestão são, na prática, basicamente os mesmos. O importante é que a
empresa defina o seu método de gestão baseado em sua cultura técnica, estágio de
organização e recursos disponíveis, ou seja, vise sempre adequar as possibilidades da empresa
à realidade da obra, em que o tripé homem-equipamento-material deve ser gerido cada qual
com suas habilidades específicas, convergindo para um aumento real da produtividade.

As empresas da construção civil precisam agregar os valores já tão elogiados do setor de


projetos de obras, no que tange à qualidade das metodologias empregadas, buscando
acompanhar os avanços tecnológicos para execuções competitivas e rentáveis.

O desafio maior do setor da construção civil é fazer certo logo na primeira vez, princípio
clássico da qualidade. Em outras palavras, é fundamental que haja eficácia nos procedimentos
empregados, isto é, saber escolher com responsabilidade o caminho certo para alcançar os
melhores resultados e implantá-los com sucesso.

Esta é a conclusão final deste artigo, na esperança de que o binômio certo-eficaz faça parte do
cotidiano das empresas de construção civil (setor de edificações), para que estas possam
despontar como um setor realmente produtivo, digno da dimensão da perenidade das grandes
obras de engenharia que produzem e da responsabilidade pelas vidas que abrigam.

HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO


Índice de Tabelas

Tabela Título

2.1 Itens da Norma Regulamentadora NR18 10

2.2 Listagem Básica de EPI 18

3.1 Cronograma de Etapas do PPRA 22

3.2 Dados para Antecipação ao Reconhecimento dos Riscos Fís. Quim. Biológicos 26

3.3 Cronograma de Execução do PPRA 27


Símbolos, Acogramas, Abreviações e/ou Glossário

NR Norma regulamentadora

SindusCon-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção

PPRA Programa de Prevenção e Riscos Ambientais

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

EPI Equipamento de Proteção Individual

EPC Equipamento de Proteção Coletiva


Resumo

Será apresentado neste trabalho algumas noções práticas sobre Segurança e Higiene do
Trabalho, demonstrando sua grande importância no mercado competitivo atual, bem como as
ferramentas e equipamentos de proteção utilizadas para propiciar o ambiente seguro e
favorável ao profissional. Também será mostrado alguns cuidados, documentos e normas
obrigatórias exigidas por órgãos oficiais que devem ser rigorosamente cumpridas pelo
empregado e empregador. Outros aspectos a serem abordados serão as particularidades da
Construção Civil, sendo relatadas de um modo prático todas as etapas de uma obra,
salientando seus riscos e medidas preventivas.
1. INTRODUÇÃO

A construção é um dos ramos de atividade mais antigos do mundo, desde quando o homem
vivia em cavernas até os dias de hoje a indústria da construção passou por um grande processo
de transformação, seja na área de projetos, de materiais, de equipamentos, seja na área
pessoal. Nos últimos 200 anos grandes obras foram construídas, obras que hoje são símbolo
de muitas cidades e países, que se sobressaíram pela beleza, pelo tamanho, pelo custo, pela
dificuldade de construção, como também pelo arrojo do projeto. Podemos destacar muitas
que são conhecidas no mundo todo: “Hidroelétricas” de Itaipu, a Rodovia dos Imigrantes, a
cidade de Brasília, o Maracanã no Brasil, o Big Ben, na Inglaterra, a torre de Toronto no
Canadá, o canal no Panamá e centenas de outras grandes obras que foram executadas por
pessoas e empresas do ramo da construção.

Porém, não podemos nos esquecer que, em decorrência da construção de todas essas obras
tivemos a perda de milhares de vidas, provocadas por acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, causadas principalmente pela falta de controle do meio ambiente do trabalho do
processo produtivo e da orientação dos funcionários.

Muitos desses acidentes poderiam ser evitados se as empresas tivessem desenvolvido e


implementado programas de segurança e saúde no trabalho, além de dar uma atenção maior à
educação e treinamentos de seus operários.

Esse Sistema para ser implantado necessita de planos e programas para que as empresas
tenham maior controle de seus processos, devendo padronizar as ações de segurança e saúde,
bem como capacitar os integrantes da empresa.
2. NOÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA NO TRABALHO

Na década passada o Brasil possuía um elevado número de ocorrências de acidentes de


trabalho. Hoje elas reduziram-se a 1/3 devido à expressiva contribuição no combate a esta
estatística, onde se reúnem empregadores, empregados e governo para levantar os
problemas, discutir e elaborar normas para tornar mais segura, saudável e íntegra a vida dos
trabalhadores.

Muitas empresas têm a segurança e a saúde no trabalho como estratégia competitiva,


buscando diretamente a satisfação dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que priorizam a
educação, o treinamento e a motivação.

Segurança do Trabalho e Qualidade são sinônimos e é muito difícil de conseguir a qualidade de


um produto ou processo - fatores que, nos dias atuais, influenciam fortemente o sucesso
empresarial - sem um ambiente de trabalho em condições adequadas e que propicie ao
trabalhador direcionar toda a sua potencialidade ao trabalho que está sendo executado.

Para obter ganhos de qualidade e produtividade é preciso investimento de capital e


tecnologia, mas não acontecem se não houver o envolvimento do elemento humano,
portanto, é necessário cuidarmos da qualidade de vida do trabalhador. Porém, poucos
executivos entendem que os mesmos fatores que ocasionam acidentes no trabalho também
causam as perdas na produção e problemas de qualidade de custo.

Isso faz concluir que ações devem ser implantadas em conjunto, pela integração dos
procedimentos da Qualidade, da Segurança e Saúde e do Meio Ambiente, num Sistema de
Gestão, que vise a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, assim como dos
processos, produtos, serviços e do meio ambiente.
2.1 NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO

A NR 18 foi criada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo,
SindusCon-SP, e reeditado após revisão em julho de 1995, as normas regulamentadoras
obrigatórias para a área da construção, a NR 18 – Condições e Meio Ambiente do Trabalho na
Indústria da Construção, que constituem uma lista de verificação que norteiam as ações da
fiscalização do trabalho.

Se algum item da Norma não for aplicado, o Ministério do Trabalho aplicará uma multa que
varia de acordo com o número de empregados. Em caso de reincidência, resistência à
fiscalização ou uso de artifício para fraudar a Lei a multa será aplicada na forma do artigo 201,
parágrafo único da CLT.

A Tabela 2.1 apresenta os itens da Norma Regulamentadora NR18:


Nº Títulos

18.1 Objetivo e campo de aplicação

18.2 Comunicação prévia

18.3 PCMAT

18.4 Áreas de vivência

18.5 Demolição

18.6 Escavações, fundações e desmonte de rochas

18.7 Carpintaria

18.8 Armações de aço

18.9 Estruturas de concreto

18.10 Estruturas metálicas

18.11 Operações de soldagem e corte a quente

18.12 Escadas, rampas e passarelas

18.13 Medidas de proteção contra quedas de altura

18.14 Movimentação, transporte de materiais e pessoas

18.15 Andaimes

18.16 Cabos de aço

18.17 Alvenaria, revestimento e acabamentos

18.18 Serviços de telhados

18.19 Serviços flutuantes

18.20 Locais confinados

18.21 Instalações elétricas

18.22 Máquinas, equipamentos e ferramentas diversas

18.23 Equipamentos de proteção individual - EPI

18.24 Armazenagem e estocagem de materiais

18.25 Transporte de trabalhadores em veícul0os automotores


18.26 Proteção contra incêndio

18.27 Sinalização de segurança

18.28 Treinamento

18.29 Ordem e limpeza

18.30 Tapumes e galerias

18.31 Acidente fatal

18.32 Dados estatísticos

18.33 CIPA

18.34 Comitê a permanentes sobre condições e meio ambiente

18.35 Regulamentos técnicos de procedimentos

18.36 Dispositivos gerais

18.37 Disposições finais

18.38 Disposições transitórias

18.39 Glossário

Tabela 2.1 - Itens da Norma Regulamentadora NR18


2.2 DOCUMENTAÇÕES NECESSÁRIAS

Para que um sistema de segurança seja eficaz, seu conteúdo deve estar estruturado e
documentado de modo adequado. Qualquer empresa que tenha um Sistema de Gestão da
Segurança bem estabelecido, normalmente possui uma documentação apropriada e exigida
para o sistema.

2.2.1 COMUNICAÇÃO PRÉVIA

É um documento obrigatório elaborado pela empresa construtora, antes do início das


atividades, com a finalidade de comunicar à Delegacia Regional do Trabalho, através de
protocolo, as seguintes informações:

a. Endereço correto da obra;

b. Endereço correto e qualificação (CEI, CGC, ou CPF) do contratante, empregador ou


condomínio;

c. Tipo de obra;

d. Datas previstas de início e conclusão da obra;

e. Número máximo previsto de trabalhadores na obra.

A Figura 2.1 apresenta um exemplo de Comunicação Prévia de Início de Obra:


COMUNICAÇÃO PRÉVIA DE INÍCIO DE OBRA

À Delegacia Regional do Trabalho

Vimos por meio desta comunicar o início da obra em referência

Nome: Edifício Briston

Endereço: Rua dos Atuns, n° 54 - Parque Residencial Aquarius – São José dos Campos/SP.

Contratante: Montante Incorporações Ltda.

CNPJ: 00392356/0001-18

Endereço: Avenida Andrômeda, 1030 - São José dos Campos/SP

Tipo de obra: Edifício Residencial

Data prevista para início de obra: Fevereiro de 2001

Data prevista para término de obra: Outubro de 2002

Número máximo de trabalhadores previsto na obra: 60

São José dos Campos, 20 de fevereiro de 2001.

___________________________________

Assinatura do responsável

Figura 2.1 - Exemplo de Comunicação Prévia de Início de Obra


2.2.2 DOCUMENTAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

Os funcionários da empresa contratante bem como os das empresas contratadas e sub-


contratadas devem seguir rigorosamente as leis impostas pelo Ministério do Trabalho, isto é,
seguindo as orientações trabalhistas da CLT.
Com isso os funcionários devem possuir registro em carteira profissional de trabalho para a
garantia dos seus direitos trabalhistas, além de constarem no livro de registro da empresa, que
permanece na obra, para averiguação do Ministério do Trabalho em caso de vistoria.

A contratante deve exigir da contratada os documentos acima citados para isentar-se de


qualquer responsabilidade trabalhista em caso de acidente no trabalho.

2.3 INTEGRAÇÃO E TREINAMENTO

2.3.1 INTEGRAÇÃO

Outro processo a ser abordado é a Integração do novo funcionário através de reuniões,


projeção de filmes ou slides, visita à instalação da empresa etc onde se pretende ajustar o
novo funcionário, facilitando seu primeiro contato com a empresa, fazendo-o vestir a camisa
da empresa, informá-lo e sensibilizá-lo.

A integração tem como finalidade a apresentação do ramo da empresa, informar a visão,


missão, objetivos e metas, propiciar ambiente de trabalho, benefícios e recursos da empresa
entre outros. A integração também deve conter uma ficha de registros e lista de presenças,

Na integração é comum abordagem dos assuntos EPI (Equipamento de Proteção Individual)1 e


EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva)1. O novo funcionário recebe uniformes e o EPI a ser
usado obrigatoriamente, devendo assinar uma ficha de controle contendo quantidade,
descrição, data de entrega e devolução e assinatura. Esta ficha possui também, um termo de
compromisso que passa a responsabilidade ao funcionário através de uma declaração datada e
assinada.

A Figura 2.2 apresenta um exemplo de ficha de controle de EPI


_________________________________________________________________________________________________________________

1
Os assuntos EPC’s e EPI’s serão abordados de forma detalhada posteriormente.
FICHA DE CONTROLE DE EPIs

Nome: Empresa:

Função: Setor:

Termo de compromisso:

Declaro estar ciente da necessidade do uso obrigatório dos Equipamentos de Proteção


Individual constantes desta ficha e por mim recebidos gratuitamente nesta data, após
treinamento específico, incorrendo, caso contrário em punições previstas artigo 158
combinado com a alínea ¨H¨ do artigo 482 da CLT. Tenho ciência, também da obrigação de
conservar os equipamentos e, quando da necessidade de sua reposição devolver ao
responsável as peças usadas em troca de peças novas.

________________________________________ ___________________, _____ de


______________ de 20___

Assinatura do funcionário Local, data

Quant. Descrição e nº CA Data Data Assinatura do


Entrega Devolução funcionário
Demissão: ___________________, _____ de ______________ de 20___

Local, data

________________________________________

Assinatura do funcionário

Figura 2.2 - Ficha de Controle de EPI


2.3.2 TREINAMENTO

Todos os empregados devem receber treinamento admissional e periódico, visando garantir a


execução de suas atividades com segurança.

O treinamento prepara os funcionários para desempenharem melhor suas atribuições onde


aprende-se o que e como devem fazer, adquiri-se o desejo e a vontade de por em prática o
que se aprendeu e adquiri-se a capacidade de aplicar no trabalho o conhecimento adquirido
no processo de treinamento.

Deve-se realizar treinamentos periódicos com a finalidade de reforçar o treinamento


específico, inicialmente aplicado na contratação do funcionário.

Para efeito de fiscalização é muito importante a manutenção de listas de presença dos


participantes, e também, que existam registros relativos a todas as atividades de treinamento,
que deverão conter:

• Nome e identificação;

• Setor;

• Data e duração do treinamento;

• Local do treinamento;

• Nome do curso;

• Número do certificado;

• Nome do instrutor.

A Figura 2.3 apresenta um exemplo de documentação de Termo de Responsabilidade


Termo de Responsabilidade

Eu ___________________________________________________________, recebi os
treinamentos sobre Riscos de Acidentes na SERRA e concordo em utilizar o Protetor Auricular e
a Viseira, conforme as exigências da NR- 6 (EPI)

Estou ciente também que meu instrumento de trabalho, ou seja, a Serra Circular deve seguir
as exigências da NR- 18.7.2 abaixo:

• Ser dotada de mesa estável, com fechamento de suas faces inferior, anterior e posterior,
construída em madeira resistente, ou material metálico resistente, sem irregularidade com
dimensionamento suficiente para a execução das tarefas;

• Ter a carcaça do motor aterrado eletricamente;

• O disco deve ser mantido afiado e travado, devendo ser substituído quando apresentar:
trincas, dentes quebrados e empenamento;

• As transmissões e força mecânica devem estar protegidas obrigatoriamente por anteparos


fixos e resistentes, não podendo ser removidos, em hipótese alguma, durante a execução
dos trabalhos;

• Ser provida de coifa, protetor de disco e cutelo divisor, com identificação do fabricante e
ainda coletor de serragem.

18.7.3 - Nas Operações de corte de madeira devem ser utilizados dispositivos empurrados e
guia de alinhamento.

Essas são as exigências da NR- 18 aos trabalhadores qualificado a Carpinteiro o não


cumprimento constitui em ATO FALTOSO.

____/____/____

_________________________________________

Ass. do funcionário
Figura 2.3 Exemplo de documentação de Termo de Responsabilidade

2.3.3 AVISO DE ADVERTÊNCIA AO EMPREGADO

O Aviso de Advertência ao Empregado é outro instrumento usado para isentar de


responsabilidade o empregador. Ocorre quando o funcionário comete uma infração (não
utiliza o EPI, descumpre determinações e normas, desrespeita superiores e subordinados), e
ao se completarem 03 o mesmo pode ser demitido por justa causa, ficando portanto, isento de
aplicações de leis sociais.Sistemas de Informação Geográfica – são sistemas automatizados
usados para armazenar, analisar e manipular dados geográficos, ou seja, dados que
representam objetos e fenômenos em que a localização geográfica é uma característica
2.3.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Os EPC’s - Equipamento de Proteção Coletiva - visam a proteção contra riscos comuns e gerais
que possam afetar várias pessoas e adjacências da obra. Também enfocam o conceito de
mudanças de atitudes, comportamentos, hábitos e modos de executar os serviços.

É obrigação do contratante fornecer um ambiente de trabalho com condições de higiene e


segurança, ficando as contratadas com a obrigação de manter o local com mesmas condições.

São citados como exemplos de EPC’s as telas protetoras, as bandejas, o tapume, a proteção de
máquinas e equipamentos, etc.

O EPI - Equipamento de Proteção Individual - é todo dispositivo de uso individual destinado a


proteger a integridade física do trabalhador, devendo ser fornecido gratuitamente pelo
contratante de acordo com os riscos apresentados pelo local de trabalho e pelo equipamento
utilizado pelo funcionário. Cabe ao funcionário usa-lo e guarda-lo adequadamente e a
substituição no tempo previsto.

Sua norma regulamentadora e de Nº 06 da Portaria 3214/78, da Secretaria de Segurança e


Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho.

A Tabela 2.2 apresenta a listagem de básica de EPI


Listagem Básica de EPI

Área de Proteção Equipamentos de Proteção

Proteção à cabeça Capacete e suspensão

Proteção de olhos e face Óculos de segurança, máscara de soldador,


protetor facial;

Proteção respiratória Máscaras e filtros respiratórios;

Proteção de ouvidos Protetor auricular tipo concha;

Proteção de tronco Avental de raspa ou pvc;

Proteção de mãos e membros superiores Mangotes e luvas de raspa de couro ou borracha;

Proteção de membros inferiores Botas e calçados de couro c/ bico de aço,


perneira de raspa; bota de borracha.

Proteção contra intempéries Capa impermeável de chuva;

Proteção contra queda Cinto de segurança tipo pára-quedas

A Tabela 2.2 - Listagem Básica de EPI


2.4 CIPA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO A ACIDENTES

A CIPA, Comissão Interna de Prevenção a Acidentes, surgiu de uma recomendação da OIT


(Organização Internacional do Trabalho) em 1921 e transformou-se em determinação legal no
Brasil em 1944, cujo Decreto Lei nº 7.036, artigo 82 era o seguinte:

“Os empregadores cujo número de empregados seja superior a 100, deverão providenciar a
organização em seus estabelecimentos de comissões internas, com representantes dos
empregados, para o fim de estimular o interesse pelas questões de prevenção de acidentes,
apresentar sugestões quanto a orientação e fiscalização de medidas de prevenção ao
trabalhador, realizar palestras instrutivas, propor a instituição de concursos e prêmios e tomar
outras providências tendentes a educar o empregado na prática de prevenir acidentes”

A CIPA nada mais é do que um grupo de pessoas que tem a incumbência de prever e impedir
qualquer ocorrência imprevista e sem intenção que possa causar danos ou prejuízos à
propriedade ou à pessoa, porém restrito à própria empresa.

O Cipeiro é o funcionário de um estabelecimento regularmente eleito por voto secreto para


representar os empregados, em uma gestão de um ano, perante a CIPA. É cipeiro também o
funcionário de um estabelecimento escolhido pelo empregador para representa-lo na CIPA
com representantes do empregador e dos empregados.

A CIPA tem como objetivo:

• Observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de trabalho;

• Solicitar medidas para reduzir até eliminar ou neutralizar os riscos existentes;

• Discutir os acidentes ocorridos, encaminhando relatório ao SESMT e ao empregador;

• Solicitar medidas que previnam acidentes semelhantes;

• Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes.

Para conseguir alcançar seus objetivos, o cipeiro deve estar disposto a participar do
treinamento para adquirir conhecimentos específicos, ter uma atitude receptiva quanto à
prevenção de acidentes junto aos colegas de trabalho e buscar e propor soluções para os
problemas inerentes a acidentes.
3. PCMAT – PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO

Fundamentalmente, o PCMAT é a prevenção dos riscos e a informação e treinamento dos


operários que ajudarão a reduzir as chances dos acidentes, assim como diminuir as suas
conseqüências quando são produzidos . Para tanto, deverá ser colocado em prática um
programa de segurança e saúde que obedecerá rigorosamente as normas de segurança,
principalmente a NR-18, além de haver a integração entre a segurança, o projeto e a execução
da obra.

Se por qualquer razão, for necessária a realização de algumas alterações nos trabalhos de
execução da obra, com relação ao que estava estabelecido no princípio, terão que ser
estudados os aspectos de segurança e saúde, tomando as medidas necessárias para que essas
mudanças não gerem riscos imprevisíveis.

3.1 OBJETIVOS DO PCMAT

O PCMAT possui os seguintes objetivos:

• Garantir a saúde e integridade dos trabalhadores;

• Definir atribuições, responsabilidades e autoridade ao pessoal que administra,


desempenha e verifica atividades que influem na segurança e que intervêm no
processo produtivo;

• Fazer a previsão dos riscos que derivam do processo de execução da obra;

• Determinar as medidas de proteção e preservação que evitem ações e situações de


riscos;

• Aplicar técnicas de execução que reduzam ao máximo possível esses riscos e acidentes
e doenças.
3.2 LEGISLAÇÃO

O item 18.3 da Norma Regulamentadora18 contempla os requisitos a serem seguidos para


elaboração e cumprimento do PCMAT os estabelecimentos com 20 ou mais trabalhadores

O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais - PPRA, sejam implantados é necessário conhecer também os riscos provocados
por agentes físicos (ruído, temperaturas, extremas, radiações, etc.); químicos (vapores, gases,
névoas, etc.) e biológicos(vírus, bactérias, parasitas,etc.) e agentes biológicos (bactérias,
fungos, bacilos, parasitas, protozoários , vírus, etc.).

3.3 PPRA – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

Os objetivos básicos para a implementação do PPRA são a Preservação da Segurança e Saúde


dos Trabalhadores e a Proteção do Meio Ambiente e Recursos Naturais.

A responsabilidade do empregador e implementar e garantir o cumprimento do PPRA como


atividade permanente da empresa.

A responsabilidade dos empregados é colaborar e participar na implantação e execução do


PPRA; seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos pelo PPRA; informar ao seu
superior hierárquico direto as ocorrências, que a seu julgamento, possam implicar em riscos à
saúde dos trabalhadores.

3.3.1 PLANEJAMENTO, METAS E PRIORIDADES DO PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, será desenvolvido pela Empresa,


segundo cronogramas de etapas, com o início de seus trabalhos sempre no primeiro dia útil e
se prorrogando até o último dia útil de cada ano de implantação.

A meta do PPRA é a de realizar um levantamento completo dos riscos físicos, químicos e


biológicos existentes nos setores de trabalho da construtora; Controlar os riscos encontrados,
para que os trabalhadores tenham melhores condições de trabalho e saúde, resultando na
melhoria da qualidade de vida e produtividade; Melhoria das condições do meio ambiente e
dos recursos naturais.

O PPRA possui as seguintes prioridades:

• Melhoria das condições do meio ambiente de trabalho;

• Monitoramento dos riscos;

3.3.2 ETAPAS DO PPRA

O PPRA possui uma sequência de atividades que visa uma organização melhor para se tomar as
medidas necessárias para sua execução.

• Reconhecimento dos riscos ambientais

• Avaliação os riscos

• Elaboração do Documento – Base

• Implementação das medidas de controle

• Avaliação sistemática de exposição ao risco

• Programa de treinamento

• Avaliação do PPRA.

A Tabela 3.1 – apresenta um cronograma envolvendo as etapas do PPRA

Meses Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Etapas

Etapa 1

Etapa 2

Etapa 3

Etapa 4

Etapa 5
Etapa 6

Etapa 7

Etapa 8

Tabela 3.1 - Cronograma de Etapas do PPRA


3.3.3 ESTRATÉGIA E METODOLOGIA DE AÇÃO

As seguintes estratégias e ações devem ser utilizadas para o cumprimento das etapas
estabelecidas no regulamento.

3.3.4 ANTECIPAÇÃO, RECONHECIMENTO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS

Envolve a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processo de trabalho, ou de


modificações daqueles já existentes, visando a identificação dos riscos potenciais e a
introdução de medidas de proteção para reduzi-los ou elimina-los.

Esta etapa tem como objetivo reconhecer os riscos ambientais existentes no interior da
empresa: identificação, localização e determinação das possíveis fontes geradoras, agente
ambiental, funções, número de trabalhadores expostos, caracterização de atividades e do tipo
de exposição, obtenção de dados existentes na Empresa e indicativos de possíveis danos
decorrentes do trabalho e dados disponíveis em literatura técnica relacionados aos possíveis
anos causa os pelos risos identificados.

Pode ser realizada de duas maneiras: quantitativamente e qualitativamente. As avaliações


qualitativas são aquelas empregadas para obter resultados de como o processo de trabalho
está interagindo com os demais, qual implicação ou efeito está gerando. Muitas vezes a
avaliação quantitativa pode ser colocada em segundo plano, pois quase sempre basta saber
que há certo risco no local de trabalho para se determinar qual medida a se adotar para se
controlar ou eliminar as condições inseguras detectadas. Entretanto, a avaliação quantitativa é
o subsídio primordial para se obter o grau de risco ou toxidade a que o empregado está
exposto.

3.3.5 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO - BASE

Visa propor medidas para eliminar, minimizar ou controlar os riscos levantados anteriormente.
Tais propostas de melhorias devem estar dispostas em um cronograma com definições dos
prazos e realização, juntamente com o visto do responsável.
3.3.6 IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLE E TREINAMENTO

Desenvolvimento e aprimoramento de projetos e implementação e medidas de proteção


coletiva, adoção de medidas administrativas ou de organização do trabalho e especificação de
EPI adequado.

Recursos audiovisuais, palestras por profissionais habilitados e registro em ficha de


treinamento de cada trabalhador.

3.3.7 AVALIAÇÃO SISTÊMICA DE EXPOSIÇÃO AO RISCO

Avaliar com equipamentos de medição os riscos ambientais e tomar medidas preventivas para
minimizar esses riscos;

Probabilidade de que os riscos ambientais ultrapassem limites de exposição considerando-se o


nível de ação.

Controle sistêmico de exposição ao risco acima dos níveis de ação.

Para o controle dos riscos deve-se utilizar os seguintes meios:

• PCMSO- Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - analisando dados de


controle médico;

• TREINAMENTO- realizar cursos e palestras para os trabalhadores;

• MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA- realizando estudos, desenvolvendo e implantando


novos sistemas para a proteção coletiva;

• MONITORAMENTO- avaliação sistêmica e repetitiva da exposição a um dado risco, visando


a implementação ou modificação das medidas de controle.
3.3.8 FORMAS DE REGISTROS, MANUTENÇÃO E DIVULGAÇÃO DE DADOS

Todos os dados e resultados obtidos através do PPRA, serão arquivados pelos processos
manual e informatizado. Os mesmos devem ser mantidos por um período mínimo de 20 ano,
devendo estar sempre disponível aos trabalhadores interessados, CIPA ou às autoridades
competentes.

A divulgação dos dados e resultados deverá ser feita através os seguintes relatórios:

• Relatório de Levantamento de Dados dos Riscos Ambientais;

• Relatório de Avaliação dos Riscos Ambientais;

• Relatório de Controle dos Riscos Ambientais;

• Relatório de avaliação do controle dos Riscos Ambientais.

O PPRA deve ser realizado em todas as etapas estabelecidas no planejamento. O ano seguinte
da implantação do PPRA será reservado para avaliação do desenvolvimento. Deve ser
confeccionado um relatório no final do ano com o objetivo de se obter informações que serão
utilizadas para novos ajustes, se necessários, e estabelecimentos de novas metas e
prioridades.

A Tabela 3.2 apresenta dados para Antecipação ao Reconhecimento dos Riscos Físicos -
Químicos – Biológicos
FUNÇÃO OPERAÇÃO RISCO AGENTE FONTE MEDIDAS MEDIDAS
GERADORA PROPOSTAS
EXISTENTE
S

Eletricista Instalações Acidente Choque Máquinas e Uso de Treinamento


elétricas; elétrico; equipamento luvas s
s;
de
borracha
Instalações Queda de
de má altura

quinas e Periferias,
aberturas de Atenção no
equipa
pisos e trabalho
mentos trabalhos em
elétricos; Uso de
altura cinto de
segurança
tipo para-
Aterramento quedista
dos mesmos. acima de
2m.

Encarregad Distribuição Físico Ruído Máquinas e Uso de Realizar


o de tarefas equipamento protetor medições de
eventual; 84 dB(A) s auricular ruído
Auxilia o Eng.

Queda de Periferias, Uso de Atenção no


altura aberturas de cinto de trabalho
Acidente
pisos e segurança
trabalhos em tipo para-
altura quedista
acima de
2m.

Encanador Instalação Inexistent Inexistent Inexistente Inexistente Inexistente


hidráulica e e

Assentament
o de louças
Armador Montagem Físico Ruído Policorte Uso de Realizar
de vigas e protetor medições de
pilares 92 dB(A) auricular ruído

Manuseio de
policorte

Dobragem e Queda de
corte de Uso de Atenção no
altura cinto de trabalho
vergalhões Acidente Periferias,
aberturas de segurança
pisos e tipo para-
trabalhos em quedista
altura acima de
2m.

Tabela 3.2 Dados para Antecipação ao Reconhecimento dos Riscos Físicos - Químicos –
Biológicos

A Tabela 3.3 apresenta um cronograma de execução do PPRA


Ações Meses do ano 2001 Valorização Responsáveis Concluído
do Programa das em:
J F M A M J J A S O ND prioridades (Nome/visto)

Manutenção do
PCMSO
C Empresa Dep.
Médico

Educação
Continuada do
Pessoal C Work Seg

Monitoramento
do Agente físico-
ruído C Work Seg

Intensificar
manutenção nos
equipamentos C Empresa
para reduzir
intensidade e
ruído local

Tabela 3.3 – Cronograma de Execução do PPRA


3.3.9 O PROGRAMA 5 S

É um programa bem sucedido que foi implantado no Japão na década de 70, quando houve
necessidade de aprimorar e melhorar a qualidade de seus produtos e serviços frente à
concorrência mundial.

Este programa foi trazido ao Brasil onde sofreu adaptações para atender as necessidades
brasileiras. Uma vez implantado não tem prazo para terminar, pois proporciona a melhoria
constante da qualidade de tudo que executamos dentro e fora da empresa.

Organização, ordem ,limpeza, higiene e disciplina são palavras que em japonês começam com
a letra/som de “s”, daí o programa chamar- se “5 S”.

O trabalho é um esporte de equipe. Existem os técnicos que orientam , outros são jogadores e
alguns atuam com apoio, mas precisam cumprir suas tarefas da melhor forma se o time quiser
ganhar. Nos times que são campeões , todos sabem exatamente o que fazer.

1º S - Arrumação (SEIRI)

Tão simples, mas tão difícil de realizar.

Significado:

• Separar o necessário do desnecessário;

• Livrar-se daquilo que é desnecessário.

2º S - Ordem (SEITON)

A ordem vem sempre acompanhada de organização.

Significado:

• Arrumar significa colocar as coisas nos lugares certos ou depósitos de forma correta, para
que possam ser usadas prontamente. É a forma de acabar com a procura de objetos;

• Depois que tudo estiver no lugar certo, de forma a garantir a qualidade e a segurança, seu
local de trabalho estará em ordem.
3º S - Limpeza (SEISHON)

É manter as coisas que se utilizam limpas, o desafio é não sujar para não limpar.

Significado:

• Eliminar lixo, sujeira e todos os materiais de descarte que não são mais utilizáveis;

• Manter limpa as máquinas, ferramentas e o piso;

• Manter limpos os ambientes em comum, como os banheiros.

4º S - Higiene (SEIKTSU)

A primeira coisa que observamos em uma pessoa é a sua aparência física, a limpeza nos locais
de trabalho e em sua casa.

Significado:

• Além de saudável, ser higiênico é a apresentação aos nossos clientes, amigos, etc.

5º S - Autodisciplina (SHITSUKE)

Todos devem ter o hábito de seguir as regras estabelecidas e decisões tomadas para
aperfeiçoar as operações.

Significado:

• Fazer a coisa certa de maneira natural;

• Criar um local de trabalho com bons hábitos e disciplina;

• A disciplina é um sinal de respeito ao próximo.


4. PARTICULARIDADES DO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A indústria da construção civil apresenta características próprias que a diferenciam de outros


setores produtivos e que contribuem para aumentar os riscos de acidentes no trabalho,
exigindo atenção especial para a saúde e segurança tanto por parte da empresa como por
parte dos trabalhadores.

Algumas características chamam mais a atenção:

• a instalação do canteiro de obras, por exemplo, é sempre por tempo determinado,


sendo cada obra diferente de outra e o produto nunca é feito em série;

• a grande diversidade de serviços executados numa obra ao mesmo tempo, no mesmo


local de trabalho e agrupando trabalhadores das mais diversas funções;

• a sub-contratação de micros e pequenas empresas.

Por parte do pessoal contratado alguns traços também são marcantes. A construção civil
emprega atualmente um grande número de pessoas com baixa escolaridade pouca
qualificação e grande parte dessas pessoas contratadas provêm do meio rural. São pessoas
que buscam na cidade a realização de seus sonhos. A rotatividade de pessoal é muito elevada,
provocada pelas oscilações da demanda, pelas diferentes fases da obra e também pelo próprio
trabalhador que busca novas oportunidades em outros locais de trabalho.

Outro aspecto importante a ser destacado é a competitividade de mercado que faz com que as
empresas necessitem melhorar cada vez mais a qualidade de seus produtos e serviços e
aumentar a produtividade. Na busca da melhoria da qualidade e do aumento da produtividade
saúde e segurança do trabalho são fundamentais, assim como, para promover a melhoria da
qualidade de vida dos trabalhadores.

4.1 QUALIDADE DO CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obras constitui o conjunto de instalações que dá suporte à construção de


determinada edificação, abrigando a administração da obra, o processo construtivo e os
trabalhadores. Já na fase de planejamento os responsáveis pela obra deparam-se com uma
série de questões que devem ser equacionadas e requerem cuidadoso estudo. Por exemplo:
como construir um canteiro de obras dotado de áreas de vivência em terrenos urbanos com
dimensões reduzidas?
Para que se possa projetar um canteiro de obras que dê condições apropriadas de trabalho aos
empregados e ao mesmo tempo atenda às necessidades da produção, deve-se utilizar técnicas
de engenharia que permitam a obtenção de um bom layout, além de exercer continuamente a
criatividade. A escolha dos sistemas construtivos a serem utilizados na execução das
instalações provisórias dependerá de fatores como clima, chuva, ventos e facilidade de
obtenção de material. As instalações podem ser de alvenaria, madeira, chapa etc., ou mesmo
containeres. O importante é que esses materiais sejam adequados e obedeçam às
especificações da norma vigente.

A seguir apresenta-se algumas características que um canteiro de obra deve ter:

Instalações Sanitárias - as instalações sanitárias provisórias, tema do item 18.4.2 da NR 18,


devem atender adequadamente ao número de trabalhadores instalados no canteiro, ou seja,
seu dimensionamento depende exclusivamente da quantidade de pessoas que as utilizam.
Pode-se dar como exemplo o dimensionamento do número de chuveiros, que deve ser de um
chuveiro para cada dez funcionários.

Os problemas mais comuns em instalações são a falta de planejamento, padronização, e


manutenção; a utilização de materiais inadequados em sua construção; e a falta de
treinamento dos funcionários. Muitas vezes, as instalações são improvisadas e impróprias para
o uso.

A inexistência de boas instalações sanitárias desmotiva e gera descontentamento, o que se


refletirá diretamente nos resultados do trabalho.

O custo das instalações sanitárias eficientes difere muito pouco do de instalações inadequadas
e precárias. Basta que se empregue o bom senso na sua concepção e construção.

Vestiários - Nos canteiros em que trabalham operários não residentes na obra, é necessária a
construção de vestiários, conforme o item 18.4.2.9 na NR 18. Estes devem ser dotados de
armários individuais com fechamento ou cadeado. É importante que garantam segurança a
seus usuários, visto que o problema mais comum em vestiário é a ocorrência de
arrombamentos e furtos. É aconselhável que os armários sejam metálicos, como os usados em
clubes, escolas e até mesmo em residências, pois são funcionais e resistentes.
Refeitórios - Um dos requisitos mais importantes do refeitório de canteiro de obras (item
18.4.2.11 da NR 18) é que tenha capacidade para atender a todos os trabalhadores no horário
das refeições. Se o obra envolver muitos empregados, porém, não necessitará de um refeitório
que abrigue a todos ao mesmo tempo. Pode-se dividir o horário das refeições em dois turnos,
o que resultará em melhor atendimento e possibilitará a redução da área do refeitório. Vale
lembrar que os refeitórios devem ser bem iluminados e ventilados. Precisam dispor de
lavatórios para que os funcionários lavem as mãos antes e depois de comer. Além disso, é
necessário que os empregados sejam treinados quanto a noções de higiene e limpeza.

Ambulatório e Sala de Segurança do Trabalho - em toda obra com cinqüenta ou mais


trabalhadores alojados deverá existir um ambulatório (conforme item 18.4.1, h). É necessário
que haja uma pessoa responsável, treinada em técnicas de primeiros socorros. Além disso, é
importante dispor de medicamentos básicos e de uma maca para transporte de acidentados.
Detalhe importante: quando a obra contratar técnicos ou engenheiros de segurança, é preciso
que tenham todo o apoio da alta administração na difícil tarefa de orientação, normalização e
auditoria das obras - dispondo até mesmo de um local para desenvolver suas atividades.
5. SEGURANÇA NO TRABALHO NAS OBRAS DE EDIFICAÇÕES

Para um funcionamento eficaz de um sistema de segurança nas obras de edificações, é preciso


que todos na obra estejam bem treinados e também compromissados com a segurança. Isso
não é uma tarefa muito fácil porque as condições de execução de obra ainda são muito
inseguras, somando-se com a pouca informação e treinamento dado aos funcionários.

Durante o processo construtivo se destacam claramente várias etapas de maior ou menor


importância, causando uma série de riscos que poderão gerar acidentes. O risco é o perigo ou
a possibilidade de ocorrer perigo; a contingência ou a proximidade de um dano, que pode
afetar a integridade física do trabalhador, ou o processo de execução da obra. O processo de
construção de uma obra passa por cinco fases distintas. Cada uma delas apresenta
particularidades e riscos exigindo determinados cuidados e equipamentos de proteção
apropriados para prevenção de acidentes no trabalho. Capacete e botina de segurança são
dois equipamentos de proteção individual que devem ser usados por todos em todas as fases
da obra.

5.1 LIMPEZA DO TERRENO

A primeira fase corresponde à limpeza do terreno e a primeira providência é fazer a inspeção


da área para avaliar suas características e identificar os possíveis riscos de acidente existentes.
O terreno é cercado e desta forma será mantido até o final da obra. De acordo com as
condições do terreno a limpeza poderá ser feita de forma manual ou mecanizada. Conforme o
local os riscos podem ser: contaminação por fungos ou outros microorganismos; umidade,
gases ou poeira; animais venenosos; ruídos elevados provocados por equipamentos

5.2 ESCAVAÇÕES

Nesta fase é realizada a movimentação de terra. Antes de iniciar esse trabalho deve ser
realizado um estudo prévio do terreno para identificar suas características e a existência de
galerias, canalizações, cabos elétricos, redes de abastecimento de água ou telefone e demais
instalações que exijam proteção.

Outros cuidados:

• Desligar os cabos elétricos solicitando orientação à concessionária se necessário;


• Em obras com redes de alta tensão próxima informar a companhia de energia elétrica para
que seja realizado o isolamento necessário;

• Proteger redes de abastecimento, tubulações, vias de acesso, vias públicas;

• Retirar ou escorar árvores, pedras grandes, ou qualquer objeto com risco de tombamento
durante a execução dos serviços;

• Escorar e proteger muros e edificações vizinhas que possam ser afetados pelas escavações;

• Proteger o público que transita nas proximidades;

• Construir rampa e vias de acesso para os caminhões que carregam o material escavado,
independentes de vias de acesso dos trabalhadores;

• O material retirado das escavações deve ser depositado a uma distância maior que a
metade de sua profundidade principalmente quando houver blocos de pedra;

• Todas as escavações com profundidade superior a um metro e meio devem ter escadas ou
rampas que permitam a saída rápida dos trabalhadores em caso de emergência;

• Todos os escoramentos e medidas de proteção devem ser inspecionados todos os dias;

• Nos casos de escavação manual os trabalhadores devem manter uma distância segura
entre si e nunca provocar a queda de material cavando por baixo;

• Nas escavações, sejam manuais ou mecânicas, a movimentação de terra perturba o


equilíbrio do terreno podendo provocar desabamentos;

• Para garantir a segurança de todos os trabalhadores devem ser instalados equipamentos


de proteção coletiva, entre eles, pranchões, passarelas e escadas de emergência;

• Entre as máquinas mais utilizadas nas escavações destaca-se a escavadeira, com seus
cuidados especiais, sendo inspecionada diariamente antes do início dos serviços e só
podendo ser operada por pessoas especializadas;

5.3 FUNDAÇÕES

A terceira fase corresponde aos trabalhos de fundação plana sobre o qual se assenta o alicerce
de uma construção. É uma fase de muitos riscos e que exigem cuidados indispensáveis.
Providências a serem tomadas:

• A primeira providência a ser tomada é identificar os riscos para definir os


equipamentos de proteção individual e coletiva adequados;

• Acompanhar os trabalhos para identificar a presença de gases, coesão das paredes dos
tubulões e outros sinais de perigo;

• As escavações para tubulões a céu aberto devem ser cobertas sempre que houver
interrupção do serviço;

• Quando forem utilizados bate estacas, estes devem estar localizados distantes das
redes elétricas e sua manutenção só deve ser realizada quando o equipamento estiver
desligado;

• A equipe de execução de estacas deve ser constituída de pessoas treinadas e


experientes;

• Não deve ser permitida a presença de pessoas não autorizadas nas proximidades do
equipamento em funcionamento.

5.4 ESTRUTURAS

É a fase mais longa da construção de edifícios e a que exige o maior número de trabalhadores.

A maior parte das atividades desta fase esta relacionada à montagem e colocação de
armações, montagem e desmontagem de formas, serviços de escoramentos e concretagem.

Providências a serem tomadas:

• Os trabalhadores devem ser treinados quanto ao uso correto da máquina de cortar e


dobrar barras de aço e as sobras de vergalhões devem ser recolhidas e depositadas em
local apropriado;

• O transporte de vergalhões ou armações, feitos geralmente por guindastes, deve ser


feito com atenção para não atingir pessoas ou rede elétrica;

• A desforma só deve ser feita com acompanhamento de técnico responsável para evitar
que ocorra antes do tempo e deve haver isolamento do local abaixo;

• Os painéis externos das formas de periferia devem ser amarrados antes de serem
retirados;
• Os quadros móveis de tomadas usados durante esta fase devem ser feitos pelo
eletricista;

• O cinto de segurança deve ser usado por qualquer funcionário que trabalhar em
beirada de laje, independente de sua função;

• Durante uma concretagem devem ser usadas botas de borracha;

• Nesta fase devem ser usados os seguintes equipamentos de proteção coletiva:


plataforma de proteção (bandeja) fixa no primeiro pavimento,e móvel a cada três
pavimentos de acordo com a elevação da estrutura;guarda corpo; corrimão em
escadas ou rampas; telas de proteção; tampos provisórios;cancela;

• As escadas devem ser fixadas no piso superior e inferior, além de ultrapassarem um


metro acima da laje superior;

• Os andaimes devem possuir os pés bem nivelados, diagonais de travamento a cada


dois metros e estarem amarrados em um ponto fixo;

• Evitar o empilhamento e armazenamento de materiais e ferramentas próximo das


beiradas das lajes. Em caso de alturas elevadas, as madeiras resultantes da desforma
nunca devem ficar soltas na laje, já que o vento, geralmente forte, pode joga-las sobre
a vizinhança.

5.5 ACABAMENTOS

Nesta etapa são realizados os serviços de revestimento interno e externo do edifício,


colocação de portas e janelas, pinturas e demais serviços necessários a dar condições de
moradia ao prédio.

Cuidados necessários:

• Iniciar a alvenaria do pavimento logo após a desforma, e trava-las logo após o seu
levantamento;

• Não permitir a queda de materiais;

• Retirar o mais rápido possível a sobras de tijolos, massas e entulhos que caírem nas
escadas e demais vias de circulação;
5.5.1 USO ADEQUADO DOS EPI’s

A seguir serão apresentados os riscos mais freqüentes e os equipamentos de proteção


individual e coletivo necessários para neutralizar esses riscos:

• Para evitar intoxicação por inalação de vapores no uso de tintas, vernizes, diluentes e
outros agentes químicos devem ser utilizadas máscaras apropriadas;

• Para neutralizar quedas, usa-se cinto de segurança;

• Em caso de ruídos provocados por máquinas e ferramentas coloca-se o protetor auricular;

• Se houver poeira causada por corte de paredes, a máscara contra pó é indicada;

• Para não haver possibilidade de choque elétrico ou incêndio, os circuitos provisórios


devem ter manutenção constante, feita apenas pelo eletricista, e este deve usar luva
durante o manuseio;

• No uso de máquinas para corte de madeira ou barras de aço, e ainda, serviços de


soldagem, o uso de máscara de proteção facial ou óculos de segurança é obrigatório;

• Na proteção das áreas de circulação, onde pode ocorrer queda de material, é indicado a
colocação de uma plataforma, conhecida por bandeja de proteção.
6. CONCLUSÃO

Para preservar a integridade física do funcionário deve-se investir na sua qualidade de vida,
isto é, propiciar um ambiente de trabalho com condições adequadas. Isto leva o trabalhador a
direcionar toda a sua potencialidade para uma melhor qualidade do processo ou produto. Esse
investimento deve ser através de treinamento, conscientização da necessidade do uso de EPI e
cuidados com o meio ambiente.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979

Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei.

Parágrafo único - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer


normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto
nesta Lei às peculiaridades regionais e locais.

CAPÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou
desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e
municipais pertinentes.

§ 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação,


com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento,
modificação ou ampliação das vias existentes.

§ 2º- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a


edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na
abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes.

§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

§ 4o Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas


dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei
municipal para a zona em que se situe. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)
o
§ 5 A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos
urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário,
abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de
circulação. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).

§ 6o A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas


habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no
mínimo, de: (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

I - vias de circulação; (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

II - escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

III - rede para o abastecimento de água potável; e (Incluído pela Lei nº 9.785,
de 1999)

IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica


domiciliar. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

Art. 3o Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos


em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim
definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. (Redação dada pela Lei
nº 9.785, de 1999)

Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo:

I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências


para assegurar o escoamento das águas;

Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que
sejam previamente saneados;

III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se
atendidas exigências específicas das autoridades competentes;

IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;

V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições


sanitárias suportáveis, até a sua correção.

CAPÍTULO II

Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento

Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:

I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de


equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público,
serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou
aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (Redação dada pela Lei
nº 9.785, de 1999)

II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente
mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica
ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos
órgãos públicos competentes;
III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das
rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze)
metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; (Redação dada pela
Lei nº 10.932, de 2004)

IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes


ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local.

§ 1o A legislação municipal definirá, para cada zona em que se divida o


território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de
parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas
mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de
aproveitamento. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura,


saúde, lazer e similares.

o
§ 3 Se necessária, a reserva de faixa não-edificável vinculada a dutovias será exigida no
âmbito do respectivo licenciamento ambiental, observados critérios e parâmetros que garantam
a segurança da população e a proteção do meio ambiente, conforme estabelecido nas normas
técnicas pertinentes. (Incluído pela Lei nº 10.932, de 2004)

Art. 5º. O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada


loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos.

Parágrafo único - Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento


de água, serviços de esgostos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás
canalizado.

CAPÍTULO III

Do Projeto de Loteamento

Art. 6º. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à


Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o
uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas
para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do
imóvel contendo, pelo menos:

I - as divisas da gleba a ser loteada;

II - as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou


municipal;

III - a localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes;

IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de


comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local
ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada;

V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;

VI - as caracteristicas, dimensões e localização das zonas de uso contíguas.


Art. 7º. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas
plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de planejamento
estadual e municipal:

I - as ruas ou estradas existentes ou projetada, que compõem o sistema viário da cidade


e do município, relacionadas com o loteamento pretendido e a serem respeitadas;

II - o traçado básico do sistema viário principal;

III - a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e


comunitário e das áreas livres de uso público;

IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais e as


faixas não edificáveis;

V - a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos compatíveis.

Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de


quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

Art. 8o Os Municípios com menos de cinqüenta mil habitantes e aqueles


cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se
situe o parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes
previstas nos arts. 6o e 7o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

Art. 9o Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o


projeto, contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução
das obras com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura
Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certidão
atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de
Imóveis competente, de certidão negativa de tributos municipais e do
competente instrumento de garantia, ressalvado o disposto no § 4o do art.
18. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

§ 1º - Os desenhos conterão pelo menos:

I - a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e numeração;

Il - o sistema de vias com a respectiva hierarquia;

III - as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, pontos de
tangência e ângulos centrais das vias;

IV - os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e praças;

V - a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos de


curvas e vias projetadas;

VI - a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas pluviais.

§ 2º - O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos:

I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da zona ou


zonas de uso predominante;
II - as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e
suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas;

III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do município no ato de
registro do loteamento;

IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos ou


de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências.

§ 3o Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula


apresentada como atual não tem mais correspondência com os registros e
averbações cartorárias do tempo da sua apresentação, além das
conseqüências penais cabíveis, serão consideradas insubsistentes tanto as
diretrizes expedidas anteriormente, quanto as aprovações
conseqüentes. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

CAPÍTULO IV

Do Projeto de Desmembramento

Art. 10. Para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado


apresentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando
for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba,
expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o
disposto no § 4o do art. 18, e de planta do imóvel a ser desmembrado
contendo: (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos;

II - a indicação do tipo de uso predominante no local;

III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área.

Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições


urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência
destas, as disposições urbanísticas para os loteamentos. (Redação dada pela Lei
nº 9.785, de 1999)

Parágrafo único - O Município, ou o Distrito Federal quando for o caso, fixará os


requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes decorrentes de loteamento
cuja destinação da área pública tenha sido inferior à mínima prevista no § 1º do art. 4º desta
Lei.

CAPÍTULO V

Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Desmembramento

Art. 12. O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela Prefeitura
Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete também a fixação das
diretrizes a que aludem os arts. 6º e 7º desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo seguinte.

o
§ 1 O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de
execução, sob pena de caducidade da aprovação. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
o o
§ 2 § 2 Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de municípios com áreas
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou
processos geológicos ou hidrológicos correlatos, a aprovação do projeto de que trata
o caput ficará vinculada ao atendimento dos requisitos constantes da carta geotécnica de
aptidão à urbanização. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) (Vigência)

o
§ 3 É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento em áreas de
risco definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em legislação dele
derivada. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)

Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de


loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições: (Redação dada pela
Lei nº 9.785, de 1999)

I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos


mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas por
legislação estadual ou federal;

Il - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município,


ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações
urbanas, definidas em lei estadual ou federal;

III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m².

Parágrafo único - No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de


município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação do
projeto caberão à autoridade metropolitana.

Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, previstas no
inciso I do artigo anterior.

Art. 15. Os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão submeter-se
os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art. 13, observadas as
disposições desta Lei.

Parágrafo único - Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o Estado


procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal.

Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de


parcelamento apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras
executadas sejam aceitas ou recusadas. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

§ 1o Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o


projeto será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a
indenização por eventuais danos derivados da omissão. (Incluído pela Lei nº 9.785,
de 1999)

§ 2o Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prazos serão de


noventa dias para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação
ou recusa fundamentada das obras de urbanização. (Incluído pela Lei nº 9.785, de
1999)

Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a
edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial
descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do
loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador, sendo,
neste caso, observadas as exigências do art. 23 desta Lei.

CAPÍTULO VI

Do Registro do Loteamento e Desmembramento

Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá


submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade
da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos:

I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o


disposto nos §§ 4o e 5o; (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vintes


anos), acompanhados dos respectivos comprovantes;

III - certidões negativas:

a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel;

b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos;

c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração


Pública.

IV - certidões:

a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteador, pelo período de 10 (dez)


anos;

b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos;

c) de ônus reais relativos ao imóvel;

d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos.

V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de


verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das
obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução
das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e
logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da aprovação
de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de
competente instrumento de garantia para a execução das obras; (Redação dada
pela Lei nº 9.785, de 1999)

VI - exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa


de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei;

VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento.

§ 1º - Os períodos referidos nos incisos III, alínea b e IV, alíneas a, e d, tomarão por base
a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas serem extraídas em nome
daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o
imóvel.
§ 2º - A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as
referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do
loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar
os adquirentes dos lotes. Se o Oficial do Registro de Imóveis julgar insuficiente a comprovação
feita, suscitará a dúvida perante o juiz competente.

§ 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o


consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou
de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge.

§ 4o O título de propriedade será dispensado quando se tratar de


parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, em imóvel
declarado de utilidade pública, com processo de desapropriação judicial em
curso e imissão provisória na posse, desde que promovido pela União,
Estados, Distrito Federal, Municípios ou suas entidades delegadas, autorizadas
por lei a implantar projetos de habitação. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

§ 5o No caso de que trata o § 4o, o pedido de registro do parcelamento,


além dos documentos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será
instruído com cópias autênticas da decisão que tenha concedido a imissão
provisória na posse, do decreto de desapropriação, do comprovante de sua
publicação na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas,
da lei de criação e de seus atos constitutivos. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

Art. 19. Examinada a documentação e encontrada em ordem, o Oficial do Registro de


Imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará publicar, em resumo e com pequeno
desenho de localização da área, edital do pedido de registro em 3 (três) dias consecutivos,
podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última
publicação.

§ 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se houver


impugnação de terceiros, o Oficial do Registro de Imóveis intimará o requerente e a Prefeitura
Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo
de 5 cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais manifestações o processo
será enviado ao juiz competente para decisão.

§ 2º - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano ou


após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso a matéria
exija maior indagação.

§ 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num dos
jornais de circulação diária. Nos demais municípios, a publicação se fará apenas num dos
jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região.

§ 4º - O Oficial do Registro de Imóveis que efetuar o registro em desacordo com as


exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os emolumentos
regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a penalidade pelo juiz
corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e administrativas cabíveis.

§ 5º - Registrado o loteamento, o Oficial de Registro comunicará, por certidão, o seu


registro à Prefeitura.

Art. 20. O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio.
Parágrafo único - No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento, com uma
indicação para cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as áreas
destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos.

Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária,
o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior parte
da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado requererá,
sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante
cada qual o registro efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas.
Denegado registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo Oficial
do Registro de Imóveis, às demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se
ocorrer a hipótese prevista no § 4º deste artigo.

§ 1º Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição.

§ 2º - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes


circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com
infração a esta norma.

§ 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo, considerar-se-
á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei.

§ 4º - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não determinará o


cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela não se
estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado requeira a
manutenção do registro obtido, submetido o remanescente do loteamento a uma aprovação
prévia perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso.

Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do


Município as vias e praças, os espaços livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e
outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo.

Parágrafo único. Na hipótese de parcelamento do solo implantado e não registrado, o


Município poderá requerer, por meio da apresentação de planta de parcelamento elaborada
pelo loteador ou aprovada pelo Município e de declaração de que o parcelamento se encontra
implantado, o registro das áreas destinadas a uso público, que passarão dessa forma a integrar
o seu domínio. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)

Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser cancelado:

I - por decisão judicial;

II - a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal


quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato;

III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com


anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado.

§ 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar


inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer
melhoramento na área loteada ou adjacências.

§ 2º - Nas hipóteses dos incisos Il e III, o Oficial do Registro de Imóveis fará publicar, em
resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no prazo de 30 (trinta)
dias contados da data da última publicação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o
processo será remetido ao juiz competente para homologação do pedido de cancelamento,
ouvido o Ministério Público.
§ 3º - A homologação de que trata o parágrafo anterior será precedida de vistoria judicial
destinada a comprovar a inexistência de adquirentes instalados na área loteada.

Art. 24. O processo de loteamento e os contratos de depositados em Cartório poderão


ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento de
custas ou emolumentos, ainda que a título de busca.

CAPÍTULO VII

Dos Contratos

Art. 25. São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de


cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram
direito real oponível a terceiros.

Art. 26. Os compromissos de compra e venda, as cessões ou promessas de cessão


poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento particular, de acordo com o modelo
depositado na forma do inciso VI do art. 18 e conterão, pelo menos, as seguintes indicações:

I - nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministério da Fazenda, nacionalidade, estado


civil e residência dos contratantes;

II - denominação e situação do loteamento, número e data da inscrição;

III - descrição do lote ou dos lotes que forem objeto de compromissos, confrontações,
área e outras características;

IV - preço, prazo, forma e local de pagamento bem como a importância do sinal;

V - taxa de juros incidentes sobre o débito em aberto e sobre as prestações vencidas e


não pagas, bem como a cláusula penal, nunca excedente a 10% (dez por cento) do débito e só
exigível nos casos de intervenção judicial ou de mora superior a 3 (três) meses;

VI - indicação sobre a quem incumbe o pagamento dos impostos e taxas incidentes sobre
o lote compromissado;

VII - declaração das restrições urbanísticas convencionais do loteamento, supletivas da


legislação pertinente.

§ 1º O contrato deverá ser firmado em 3 (três) vias ou extraídas em 3 (três) traslados,


sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no registro imobiliário, após o registro e
anotações devidas.

§ 2º Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das partes, será
obrigatório o arquivamento da procuração no registro imobiliário.

§ 3o Admite-se, nos parcelamentos populares, a cessão da posse em que


estiverem provisoriamente imitidas a União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e suas entidades delegadas, o que poderá ocorrer por instrumento
particular, ao qual se atribui, para todos os fins de direito, caráter de escritura
pública, não se aplicando a disposição do inciso II do art. 134 do Código
Civil. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

§ 4o A cessão da posse referida no § 3o, cumpridas as obrigações do


cessionário, constitui crédito contra o expropriante, de aceitação obrigatória em
garantia de contratos de financiamentos habitacionais. (Incluído pela Lei nº 9.785,
de 1999)

§ 5o Com o registro da sentença que, em processo de desapropriação,


fixar o valor da indenização, a posse referida no § 3o converter-se-á em
propriedade e a sua cessão, em compromisso de compra e venda ou venda e
compra, conforme haja obrigações a cumprir ou estejam elas cumpridas,
circunstância que, demonstradas ao Registro de Imóveis, serão averbadas na
matrícula relativa ao lote. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

§ 6o Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de


cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido,
quando acompanhados da respectiva prova de quitação. (Incluído pela Lei nº 9.785,
de 1999)

Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou de


cessão não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o devedor para outorga do contrato
ou oferecimento de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se ao
registro de pré-contrato, passando as relações entre as partes a serem regidas pelo contrato-
padrão.

§ 1º Para fins deste artigo, terão o mesmo valor de pré-contrato a promessa de cessão, a
proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer, outro instrumento, do qual conste a
manifestação da vontade das partes, a indicação do lote, o preço e modo de pagamento, e a
promessa de contratar.

§ 2º O registro de que trata este artigo não será procedido se a parte que o requereu não
comprovar haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer na forma devida, salvo se ainda
não exigível.

§ 3º Havendo impugnação daquele que se comprometeu a concluir o contrato, observar-


se-á o disposto nos arts. 639 e 640 do Código de Processo Civil.

Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado dependerá


de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração, bem como da
aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, devendo ser
depositada no Registro de Imóveis, em complemento ao projeto original com a devida
averbação.

Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato inter vivos, ou por
sucessão causa mortis, sucederá o transmitente em todos os seus direitos e obrigações,
ficando obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou as promessas de cessão,
em todas as suas cláusulas, sendo nula qualquer disposição em contrário, ressalvado o direito
do herdeiro ou legatário de renunciar à herança ou ao legado.

Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não
rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que
tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do
proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao
administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos
serão levados à praça.

Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no
verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o número
do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o devido
registro.
§ 1º A cessão independe da anuência do loteador mas, em relação a este, seus efeitos
só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a
cessão.

§ 2º - Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência do loteador, o Oficial do Registro
dar-lhe-á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias.

Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido 30
(trinta) dias depois de constituído em mora o devedor.

§ 1º Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, a requerimento do


credor, pelo Oficial do Registro de Imóveis, a satisfazer as prestações vencidas e as que se
vencerem até a data do pagamento, os juros convencionados e as custas de intimação.

§ 2º Purgada a mora, convalescerá o contrato.

§ 3º - Com a certidão de não haver sido feito o pagamento em cartório, o vendedor


requererá ao Oficial do Registro o cancelamento da averbação.

Art. 33. Se o credor das prestações se recusar recebê-las ou furtar-se ao seu


recebimento, será constituído em mora mediante notificação do Oficial do Registro de Imóveis
para vir receber as importâncias depositadas pelo devedor no próprio Registro de Imóveis.
Decorridos 15 (quinze) dias após o recebimento da intimação, considerar-se-á efetuado o
pagamento, a menos que o credor impugne o depósito e, alegando inadimplemento do
devedor, requeira a intimação deste para os fins do disposto no art. 32 desta Lei.

Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias


necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser indenizadas, sendo de
nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário.

Parágrafo único - Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade com


o contrato ou com a lei.

Art. 35. Ocorrendo o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato e tendo


havido o pagamento de mais de 1/3 (um terço) do preço ajustado, o Oficial do Registro de
Imóveis mencionará este fato no ato do cancelamento e a quantia paga; somente será
efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, se for comprovada a restituição do valor pago
pelo vendedor ao titular do registro cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à sua
disposição junto ao Registro de Imóveis.

§ 1º Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o Oficial do Registro de Imóveis


intimará o interessado para vir recebê-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de ser devolvido
ao depositante.

§ 2º No caso de não se encontrado o interessado, o Oficial do Registro de Imóveis


depositará quantia em estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art.
666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária.

Art. 36. O registro do compromisso, cessão ou promessa de cessão só poderá ser


cancelado:

I - por decisão judicial;

II - a requerimento conjunto das partes contratantes;

III - quando houver rescisão comprovada do contrato.


CAPÍTULO VIII

Disposições Gerais

Art. 37. É vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou


desmembramento não registrado.

Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha registrado ou


regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal
quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das prestações
restantes e notificar o loteador para suprir a falta.

§ 1º Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na forma


do caput deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações devidas junto ao
Registro de Imóveis competente, que as depositará em estabelecimento de crédito, segundo a
ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de
juros e correção monetária, cuja movimentação dependerá de prévia autorização judicial.

§ 2º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, ou o Ministério


Público, poderá promover a notificação ao loteador prevista no caput deste artigo.

§ 3º Regularizado o loteamento pelo loteador, este promoverá judicialmente a


autorização para levantar as prestações depositadas, com os acréscimos de correção
monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o
caso, para integrar o processo judicial aqui previsto, bem como audiência do Ministério Público.

§ 4º Após o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o loteador notificará


os adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro de Imóveis competente, para que passem
a pagar diretamente as prestações restantes, a contar da data da notificação.

§ 5º No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o vencimento do prazo


contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado pela Prefeitura
Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos do art. 40 desta Lei, o
loteador não poderá, a qualquer titulo, exigir o recebimento das prestações depositadas.

Art.39. Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por inadimplemento
do adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente inscrito.

Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida
pelo loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou desmembramento não autorizado
ou executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença, para evitar
lesão aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes
de lotes.

§ 1º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que promover a


regularização, na forma deste artigo, obterá judicialmente o levantamento das prestações
depositadas, com os respectivos acréscimos de correção monetária e juros, nos termos do § 1º
do art. 38 desta Lei, a título de ressarcimento das importâncias despendidas com
equipamentos urbanos ou expropriações necessárias para regularizar o loteamento ou
desmembramento.

§ 2º As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal


quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmembramento, caso não sejam
integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo anterior, serão exigidas na parte
faltante do loteador, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei.
§ 3º No caso de o loteador não cumprir o estabelecido no parágrafo anterior, a Prefeitura
Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as prestações dos
adquirentes, até o valor devido.

§ 4º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para assegurar a


regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de
importâncias despendidas, ou a despender, poderá promover judicialmente os procedimentos
cautelares necessários aos fins colimados.

§ 5o A regularização de um parcelamento pela Prefeitura Municipal, ou


Distrito Federal, quando for o caso, não poderá contrariar o disposto nos arts.
3o e 4o desta Lei, ressalvado o disposto no § 1o desse último. (Incluído pela Lei nº
9.785, de 1999)

Art. 41. Regularizado o loteamento ou desmembramento pela Prefeitura Municipal, ou


pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote, comprovando o depósito de todas
as prestações do preço avençado, poderá obter o registro, de propriedade do lote adquirido,
valendo para tanto o compromisso de venda e compra devidamente firmado.

Art. 42. Nas desapropriações não serão considerados como loteados ou loteáveis, para
fins de indenização, os terrenos ainda não vendidos ou compromissados, objeto de loteamento
ou desmembramento não registrado.

Art. 43. Ocorrendo a execução de loteamento não aprovado, a destinação de áreas


públicas exigidas no inciso I do art. 4º desta Lei não se poderá alterar sem prejuízo da
aplicação das sanções administrativas, civis e criminais previstas.

Parágrafo único. Neste caso, o loteador ressarcirá a Prefeitura Municipal


ou o Distrito Federal quando for o caso, em pecúnia ou em área equivalente, no
dobro da diferença entre o total das áreas públicas exigidas e as efetivamente
destinadas. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar áreas urbanas ou
de expansão urbana para reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação, ressalvada a
preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades.

Art. 45. O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizinhos, são partes
legítimas para promover ação destinada a impedir construção em desacordo com restrições
legais ou contratuais.

Art. 46. O loteador não poderá fundamentar qualquer ação ou defesa na presente Lei
sem apresentação dos registros e contratos a que ela se refere.

Art. 47. Se o loteador integrar grupo econômico ou financeiro, qualquer pessoa física ou
jurídica desse grupo, beneficiária de qualquer forma do loteamento ou desmembramento
irregular, será solidariamente responsável pelos prejuízos por ele causados aos compradores
de lotes e ao Poder Público.

Art. 48. O foro competente para os procedimentos judiciais previstos nesta Lei será o da
comarca da situação do lote.

Art. 49. As intimações e notificações previstas nesta Lei deverão ser feitas pessoalmente
ao intimado ou notificado, que assinará o comprovante do recebimento, e poderão igualmente
ser promovidas por meio dos Cartórios de Registro de Títulos e Documentos da Comarca da
situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-las.
§ 1º Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento, ou se for
desconhecido o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência informará esta
circunstância ao Oficial competente que a certificará, sob sua responsabilidade.

§ 2º Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no parágrafo anterior, a intimação ou


notificação será feita por edital na forma desta Lei, começando o prazo a correr 10 (dez) dias
após a última publicação.

CAPÍTULO IX

Disposições Penais

Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.

I - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para


fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as
disposições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municipíos;

II - dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo


para fins urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo de
licença;

III - fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a


interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo
para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo.

Pena: Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes


o maior salário mínimo vigente no País.

Parágrafo único - O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido.

I - por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros


instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento
não registrado no Registro de Imóveis competente.

II - com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou


desmembrado, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4o e 5o, desta Lei, ou com
omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir crime mais
grave. (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 1999)

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o
maior salário mínimo vigente no País.

Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo
anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos
praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.

Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos


competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão
de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não
registrado.

Pena: Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o


maior salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.
CAPÍTULO X

Disposições Finais

Art. 53. Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos dependerão de prévia
audiência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, do Órgão
Metropolitano, se houver, onde se localiza o Município, e da aprovação da Prefeitura municipal,
ou do Distrito Federal quando for o caso, segundo as exigências da legislação pertinente.

Art. 53-A. São considerados de interesse público os parcelamentos


vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras
Municipais e do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial
as regularizações de parcelamentos e de assentamentos. (Incluído pela Lei nº
9.785, de 1999)

Parágrafo único. Às ações e intervenções de que trata este artigo não será
exigível documentação que não seja a mínima necessária e indispensável aos
registros no cartório competente, inclusive sob a forma de certidões, vedadas
as exigências e as sanções pertinentes aos particulares, especialmente
aquelas que visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem
prevenir questões de domínio de glebas, que se presumirão asseguradas pelo
Poder Público respectivo. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999)

Art. 54. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 55. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 19 de dezembro de 1979; 158º da lndependência e 91º da República.

JOÃO FIGUEIREDO
Petrônio Portella
Angelo Amaury Stábile
Mário David Andreazza

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