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º 18-B/92, de 24 de Julho
SUMÁRIO:
Do emprego. - Revoga a Lei n.º 4/87, de 14 de Fevereiro e o Decreto n.º 21/89, de 20 de Maio, bem como as demais disposições legais que
contrariem o disposto na presente lei.
APROVADO POR:
Lei n.º 18-B/92, de 24 de Julho
Preâmbulo
A gravidade dos problemas do emprego tem levado os governos de vários países, independentemente do seu grau de desenvolvimento ou da
sua opção política e as organizações internacionais a dedicar-lhes cada vez mais atenção.
Vai-se tomando a consciência de que o desenvolvimento económico e social dum país está intimamente ligado à resolução dos problemas de
emprego e que a melhor alternativa é lançarem-se abertamente no diagnóstico de tais problemas e na busca de estratégias para a sua solução.
Portanto, é imperioso um melhor conhecimento dos recursos laborais nos seus diferentes aspectos, quer quantitativos como qualitativos, pelo
que a presente lei visa permitir não só o conhecimento dos recursos laborais pelos órgãos e serviços provinciais, como também habilitar estes e
os serviços centrais com elementos de gestão que lhes permitirão acompanhar e avaliar, com regularidade, a situação das empresas e, em
tempo oportuno, tomar as medidas consideradas necessárias.
Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 51.º da Lei Constitucional e no uso da faculdade que me é conferida pela alínea q) do artigo 47.º
da mesma Lei, a Assembleia do Povo aprova e eu assino e faço publicar o seguinte:
LEI DO EMPREGO
CAPÍTULO I Noções [arts. 1.º a 16.º]
SECÇÃO I Disposições gerais [arts. 1.º a 11.º]
Artigo 1.º Direito ao emprego
1. O direito ao emprego, assegurado pela Lei Fundamental, terá por princípios básicos a capacidade e aptidão profissionais do
indivíduo e a igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e por limites os decorrentes da Lei
Constitucional e das obrigações internacionais assumidas pelo Estado angolano.
2. Incumbe ao Estado, através da aplicação de planos e programas de política económica e social, assegurar, designadamente, a
execução de acções dirigidas a realizar uma política de pleno emprego e a satisfação de condições de assistência material aos que
involuntariamente se encontrem na situação de desemprego.
a) colocação;
b) informação e orientação profissional;
c) estudos de mercado de emprego;
d) formação profissional;
e) promoção do emprego;
f) reabilitação profissional;
g) outras que o desenvolvimento sócio-económico vier a justificar.
Artigo 4.º Acções específicas da colocação
São acções específicas da colocação, no âmbito da política de emprego, a prosseguir pelo Estado, nomeadamente:
a) organizar e manter em funcionamento serviços públicos gratuitos de colocação;
b) coordenar a actividade dos serviços públicos de colocação com outros serviços análogos sem fins lucrativos;
c) ajudar os trabalhadores a encontrar um emprego adequado às suas capacidades e aptidões profissionais;
d) cooperar com as entidades empregadoras no recrutamento de trabalhadores que satisfaçam as necessidades das respectivas
empresas;
e) facilitar a mobilidade profissional e geográfica dos trabalhadores e seus agregados familiares na medida conveniente e necessária
ao equilíbrio da oferta e procura de emprego;
f) assegurar, em colaboração com as entidades competentes, a informação, inscrição e selecção dos trabalhadores candidatos à
emigração, com vista à orientação do movimento migratório segundo os princípios da política do emprego e dos acordos
internacionais em vigor sobre a matéria;
g) participar na negociação e execução dos acordos internacionais sobre o recrutamento e migração de trabalhadores.
Artigo 5.º Acções específicas da informação e orientação profissional
1. São acções específicas de informação e orientação profissional, no âmbito da política de emprego, a prosseguir pelo Estado,
nomeadamente:
a) promover programas da informação e orientação profissional, visando melhorar a capacidade do indivíduo para compreender o
meio de trabalho e social e, bem assim, para facilitar as opções individuais relativas à profissão ou carreira profissional;
b) promover, em colaboração com outras estruturas, nomeadamente com as da educação, acções coordenadas de informação e
orientação profissional, tendo em conta os interesses, as capacidades individuais e o desenvolvimento sócio-económico do País, sem
qualquer discriminação;
c) colaborar na definição dos planos curriculares do sistema de educação e ensino.
2. A informação e orientação profissional destina-se aos jovens e adultos inseridos no sistema de educação e ensino ou fora dele,
numa acção contínua e global de acompanhamento a partir do seu ingresso na escola e ao longo de toda a sua vida profissional.
3. A informação e orientação profissional abrange, quer nos programas desenvolvidos, quer nas acções promovidas, os domínios da
escolha de uma profissão, da formação profissional, da possibilidade de educação com ela relacionadas, da situação e perspectivas de
emprego, do conteúdo e perspectiva das diferentes profissões, da possibilidade de promoção e das condições de trabalho e demais
aspectos da actividade económica, social e cultural.
Artigo 6.º Acções específicas dos estudos do mercado de emprego
São acções específicas dos estudos do mercado do emprego no âmbito da política de emprego, a prosseguir pelo Estado,
nomeadamente:
a) reunir e fornecer informações sobre a procura e oferta de emprego, as tendências do mercado de emprego, bem como quaisquer
outras informações úteis à prossecução da política de emprego;
b) recolher e analisar, em colaboração com outras autoridades, assim como com entidades representantes dos empregadores e dos
trabalhadores, todas as informações disponíveis sobre a situação do mercado de emprego e a sua evolução provável,
simultaneamente, no conjunto do País e nas diferentes actividades profissionais ou regiões, e colocar, em tempo oportuno, estas
informações à disposição das autoridades públicas, das organizações de trabalhadores e empregadores interessados, assim como do
público em geral;
c) efectuar estudos gerais ou especiais sobre o emprego e, denominadamente, sobre:
i) causas ou incidências do desemprego, incluindo o desemprego tecnológico;
ii) colocação de certas categorias de candidatos a emprego com jovens e deficientes:
d) recolher e tratar informações sobre a evolução dos conteúdos profissionais, níveis, qualificações e carreiras profissionais de
diferentes ramos de actividade, tendo em conta o ritmo e reflexo da evolução tecnológica;
e) conceber e actualizar técnicas e métodos adequados à análise e estudo de profissões e qualificações bem como à definição de
carreiras profissionais;
f) manter actualizado o Classificador Nacional de Profissões;
g) auxiliar outros organismos públicos, cooperativos e privados a prepararem programas, visando a distribuição geográfica de
empresas industriais, as obras públicas, a construção de alojamentos, os serviços sociais e outras medidas sociais e económicas.
Artigo 7.º Acções específicas da formação profissional
1. São acções específicas na formação profissional, no âmbito da política de emprego, a prosseguir pelo Estado, nomeadamente:
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a) promover, em articulação com outros serviços públicos e entidades públicas e privadas, a criação das condições adequadas à
prossecução da formação profissional, nas suas várias modalidades, em harmonia e à medida que o crescimento e desenvolvimento
sócio-económico o justifiquem;
b) promover, para consecução das finalidades referidas na alínea anterior, os meios necessários, quando a formação é por si
ministrada, bem como cooperar com outras entidades e serviços públicos e privados no desenvolvimento de acções de formação
por estas empreendidas.
2. O organismo reitor da formação e, quando for o caso, conjuntamente com os ministérios responsáveis por determinados ramos
de actividade económico-social, fixará, por despacho, as condições de desenvolvimento das acções de formação profissional nas suas
várias modalidades, com salvaguarda do disposto em legislação específica.
ANEXO
Regulamento do Artigo 19.º da Lei n.º 18-B/92, de 24 de Junho, Lei do emprego(*)
a) ocorrendo colocação colectiva de candidatos pelos Centros de Emprego, as entidades empregadoras, deverão observar o consignado na
alínea a) do artigo 1.º do presente Regulamento;
b) mostrando-se necessário submeter ao regime de período experimental a um ou mais daqueles candidatos, deverá e entidade
empregadora proceder à comunicação ao Centro de Emprego conforme o previsto no ponto 7 do artigo 14.º da Lei n.º 18-B/92, de 24 de
Junho;
c) verificando-se a rejeição de um ou mais candidatos deverão as entidades empregadoras remeter uma relação nominal, acompanhada de
uma informação e enviar ao Centro de Emprego conforme o estabelecido no n.º 2 do artigo 13.º da Lei n.º 18-B/92, de 24 de Julho.
Artigo 3.º Contratação directa
As entidades empregadoras que procedam a contratação directa de candidatos deverão comunicar as respectivas admissões ao Centro de
Emprego da área de elementos referidos no n.º 2 do artigo 13.º e nos prazos estabelecidos no n.º 7 do artigo 14.º da Lei n.º 18-B/92 .
(*) Decreto executivo n.º 7/96 , de 9 de Fevereiro.