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2012
Bibliologia
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 2
2 INSPIRAÇÃO 2
3 CARACTERÍSTICAS 8
4 CÂNON 14
5 MANUSCRITOS 21
6 TRADUÇÕES 24
7 ARQUEOLOGIA 34
8 PERGUNTAS 38
9 BIBLIOGRAFIA 39
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AULA 3 – 17.03.2012
Bibliologia
1. Introdução
A maioria dos cristãos concorda que a Bíblia seja a nossa autoridade em algum sentido. Mas
exatamente em que sentido a Bíblia afirma ser nossa autoridade? E como podemos nos convencer
sobre as declarações da Escritura faz dela mesma afirmando ser a Palavra de Deus? Estas são as
principais questões que iremos tratar nesta aula.
1.1 Etimologia
a) Bíblia
A palavra Bíblia é derivada da palavra grega [biblos], que significa "livro" ou "pergaminho".
O nome vem de Byblos, se referindo as plantas do papiro, que cresciam em pântanos ou às
margens dos rios, principalmente ao longo do rio Nilo, e essas plantas eram utilizadas para fazer
longos rolos ou pergaminhos. Os cristãos de língua latina acabaram utilizando o plural da palavra
no latim [bíblia].
b) Escritura
2. Inspiração
Por trás de toda inspiração existe uma autoridade que é fonte dessa inspiração.
“A autoridade divina e infalível das Escrituras ocorrem pelo fato de elas serem a palavra de
Deus; e é a palavra de Deus porque foram dadas pela inspiração do Espírito Santo” 1
A doutrina comum na Igreja é que a inspiração foi uma influência do Espírito Santo nas
mentes dos homens que escreveram a Bíblia, que se entregaram a Deus para comunicarem a
mente e vontade do Senhor.
1
Hodge, C. (2008). Systematic Theology Vol1. Hendrickson Publishers, Inc. p.158
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Teólogos ortodoxos ao longo dos séculos vêm ensinando, todos de comum acordo, que a
Bíblia foi inspirada verbalmente, isto é, o registro escrito por inspiração de Deus. No entanto, tem
havido tentativas de procurar explicação para o fato de o registro escrito ser a Palavra de Deus e
ao mesmo tempo em que o Livro foi composto por autores humanos, dotados de estilos diferentes;
essas tentativas conduziram os estudiosos ortodoxos a opiniões divergentes.
Alguns abraçaram a idéia do “ditado verbal”, afirmando que os autores humanos da Bíblia
registraram apenas o que Deus lhes havia ditado, palavra por palavra. Outros estudiosos preferiam
a teoria do “conceito inspirado”, segundo qual Deus só concedeu aos autores pensamentos
inspirados, e estes tiveram liberdade de revesti-los com palavras próprias.
Porém a teoria mais aceita é a da Inspiração “plena ou verbal”, e ensina que todas as
partes da Bíblia são igualmente inspiradas; e afirma que homens santos escreveram a Bíblia com
palavras de seu vocabulário, porém sob uma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que
eles escreveram foi Palavra de Deus.
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2.1 Teorias da Inspiração Bíblica
Como a Bíblia pode ser infalível se ela foi escrita por humanos falíveis?
O fato de a Bíblia ter sido escrita por seres humanos falíveis, não faz dela um Livro
defeituoso. Afinal de contas, mesmos seres humanos imperfeitos podem fazer coisas perfeitas
algumas vezes, e em especial se forem supervisionados por Alguém que é infalível.
Os cristãos não afirmam que os homens que escreveram os livros da Bíblia estavam sempre
certos em tudo que disseram ou fizeram. Nós simplesmente acreditamos que a Bíblia está certa
quando ela afirma que Deus guiou estes homens em sua tarefa de escrever as Escrituras de modo
que o resultado é um livro infalível. O apóstolo Pedro certamente disse muitas coisas erradas
durante sua vida, mas Deus não permitiu que ele cometesse nenhum erro quando lhe coube a
tarefa de escrever suas duas epístolas.
Paulo, inspirado por Deus, ao escrever sua segunda epístola a Timóteo, afirmou clássica que
a Bíblia foi produzida por Deus e não por homens: “Toda Escritura é inspirada por Deus, e é útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça” (2Tm 3:16)
“Podemos definir a inspiração como sendo a supervisão divina sobre os autores humanos de
modo que, usando suas personalidades individuais, eles compuseram e registraram sem erro a
revelação de Deus ao homem nas palavras dos autógrafos originais”.2
Nós não sabemos exatamente como Deus trabalhou para cumprir o seu propósito de nos
prover com uma Bíblia totalmente acurada. Mas o apóstolo Pedro nos fornece algum
esclarecimento: “Nenhuma profecia jamais foi dada por vontade humana, mas homens santos,
movidos pelo Espírito Santo, falaram de Deus” (2Pe 1:21).
Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas, que não podemos simplesmente
ignorar, porque se não as identificarmos, poderemos até ser influenciados por elas em alguns
comentários que lemos. Umas são muito antigas, outras bem recentes, e ainda outras ainda estão
surgindo. Em algumas dessas teorias, a verdade vem junto com a mentira, de maneira que muitos
descuidados se deixam enganar.
Será que Deus encontrou homens excepcionais, dotados de visão espiritual e dons naturais
para garantir que a Bíblia fosse uma obra perfeita? Ou será que a mente do escritor ficou vazia de
suas próprias idéias enquanto Deus transferia misticamente todo o conteúdo do que deveriam
escrever?
Refutação: Esta é a noção mais repulsiva de inspiração, pois enfatiza a autoria humana a
ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos pelagianos e unitarianos. Ë
bom que se diga que os escritores da Bíblia, fossem eles homens simples ou extremamente
cultos, afastaram de si toda glória, confessando ser Deus o verdadeiro autor de suas
palavras (2Sm.23:2; At.1:16; 28:25; Jr.1:9).
2
Charles C. Ryrie, A Survey of Bible Doctrine (Chicago: Moody, 1972), p. 38.
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Refutação: Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo, através
muita “vida devocional”, poderia estar capacitado a escrever livros e cartas no mesmo nível
de autoridade que encontramos nas Escrituras. Schleiermacher foi quem disseminou esta
teoria. Para ele inspiração é "um despertamento e excitamento da consciência religiosa,
diferente em grau e não em espécie da inspiração piedosa ou sentimentos intuitivos dos
homens santos".
Refutação: De fato, existe um tipo de “inspiração comum” concedida pelo Espírito Santo aos
que crêem e se dedicam ao SENHOR, mas ela se distingue da inspiração conferida aos
escritores da Bíblia e, pelo menos dois sentidos:
Ensina que partes da Bíblia são inspiradas e outras não. Afirma que a Bíblia não é a
Palavra de Deus, mas que apenas contém a Palavra de Deus.
Refutação: Se esta teoria fosse verdadeira, estaríamos em grande confusão, porque quem
poderia dizer quais as partes que são inspiradas e as que não o são? A própria Bíblia refuta
essa idéia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino...” (2Tm 3:16); e
também “...nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram
da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (1Pe 1:20,21).
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Refutação: Mas esta atividade e este estilo são patentes em cada livro. Lucas, por exemplo,
fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc 1:4). Pedro, que tinha uma maneira
simplificada de escrever, fez menção ao estilo mais elaborado do apóstolo Paulo: “...como
igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada,
ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas,
nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam,
como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (1Pe
3:15,16).
Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas, que anotam o que lhes é
ditado, sem qualquer noção do que estão fazendo. Deus não falou com os escritores como
quem fala através de um auto-falante. Ele usou também as faculdades mentais dos que
escreveram. A inspiração não anulou a participação do autor, nem a intenção do escritor
diminuiu o poder da inspiração: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-
vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me
convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé...” (Jd 1:3).
Ensina que Deus inspirou as idéias contidas na Bíblia na mente dos autores, apenas
as idéias, mas nenhuma Palavra. Segundo essa teoria, as palavras registradas por escrito
são de responsabilidade exclusiva dos escritores, eles teriam colocado no papel, à sua
maneira, as idéias que lhes foram inspiradas.
“porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens
santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. porque nunca jamais
qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da
parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:21).
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...” (Hb 1:1).
“Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas
ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (1Co 2:13).
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2.1.7 A Teoria Correta da Inspiração da Bíblia
RESUMINDO:
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3. Características
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Manual de Teologia Sistemática – Wayne Gruden, pg 33
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3.1 A inerrância das Escrituras
A Bíblia é a inerrante Palavra de Deus. Os ímpios e incrédulos têm feito de tudo para
encontrarem erros nos textos bíblicos. Pode ser que hajam falhas nas traduções,
interpretações ou na gramática das cópias manuscritas, pois a Bíblia foi escrita
originalmente em linguagem antiga: hebraico, grego, e aramaico. Todavia, essas possíveis
incorreções, ou dificuldades, jamais podem ser consideradas "erros" quanto à mensagem
bíblica. Menos de um por cento dessas inexatidões dos manuscritos, encontram-se na
transmissão da mensagem, portanto, não afetam a integridade da Palavra de Deus.
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3.1.4 Os Autógrafos
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Dizemos que a Bíblia é um livro que tem autoridade porque ela tem influência, prestígio e
inerrância (quanto a pureza na transcrição ou tradução), por isso deve ser obedecida porque
procede de fonte infalível e autorizada.
A Escritura é clara o suficiente para que seja vivenciada por pessoas simples;
A Escritura é profunda o suficiente para que se torne mina inesgotável para
leitores da mais alta capacitação intelectual;
A clareza da Escritura consiste no fato de que Deus quis que toda ela fosse a
revelação de si mesmo ao homem.
A Escritura, em qualquer tradução fiel, é suficientemente clara para mostrar nosso pecado,
os fatos básicos do evangelho, o que devemos fazer se quisermos ser parte da família de Deus e
como viver para Cristo. Isso não significa, porém, que com a constatação (e compreensão) dessas
verdades tenhamos exaurido o ensinamento da Palavra. Também não quer dizer que a solução de
toda a questão complexa referente à Escritura ou à vida seja simples, muito menos simplista. O
que se pretende é assegurar que, a despeito das dificuldades que encontramos nas Escrituras, seu
ensinamento é mais do que suficientemente claro para manter bem nutridos os fiéis.
Uma história atribuída a Dwight L. Moody diz que ele foi abordado certa vez por uma
senhora que lhe perguntou visivelmente decepcionada:
“– Senhor Moody, o que devo fazer em relação às coisas difíceis da Bíblia que não entendo?
– A Senhora já comeu frango alguma vez na vida? – respondeu Moody.
Atônita com a indagação aparentemente disparada, a mulher respondeu hesitante:
– Sim.
– E o que a senhora fez com os ossos? – perguntou-lhe Moody.
– Coloquei-os de lado – disse ela.
– Então faça o mesmo o mesmo com os versículos difíceis – advertiu Moody.
– Há muita comida mais do que suficiente a ser digerida no restante que pode ser
compreendido.”
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Revelação divina em forma escrita. A forma escrita é a mais razoável que existe
para preservação documental. Todas as outras estão sujeitas a rápida corrupção,
especialmente a tradição oral e a memória humana. É razoável concluir que Deus
mesmo inspiraria os portadores de sua revelação a registrarem-na em forma escrita.
Podemos definir assim suficiência das Escrituras: dizer que as Escrituras são suficientes
significa dizer que a Bíblia contém todas as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em
cada estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de Deus que precisamos
para a salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar e a ele obedecer.
Podemos encontrar tudo o que Deus disse sobre temas específicos e também respostas às
nossas perguntas
Logicamente, temos consciência de que jamais obedeceremos perfeitamente a todas as
palavras das Escrituras nesta vida (ver Tg 3.2; 1Jo 1.8-10). Portanto, de início pode não parecer
muito significativo dizer que tudo o que temos de fazer é o que Deus nos ordena na Bíblia, pois de
qualquer modo jamais seremos capazes de obedecer-lhe plenamente nesta vida.
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Ao tentar descobrir aquilo que Deus quer que pensemos (sobre uma questão
doutrinária específica) e façamos (numa dada situação). Devemos nos convencer de que
tudo o que Deus quer nos dizer sobre essa questão se encontra nas Escrituras. Isso não
significa que a Bíblia responde a todas as dúvidas que possamos conceber, pois “as
coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus” (Dt 29.29).
A suficiência das Escrituras nos lembra de que não devemos acrescentar nada à
Bíblia nem equiparar algum outro escrito à Bíblia.
Esse princípio é violado por quase todas as seitas. Os mórmons, por exemplo,
afirmam crer na Bíblia, mas também reclamam autoridade divina para O Livro de
Mórmon. Os seguidores da Ciência Cristã, igualmente, afirmam crer na Bíblia, mas na
prática equiparam às Escrituras o livro Science and Health With a Key to the Scriptures
[Ciência e saúde com uma chave para as Escrituras], de Mary Baker Eddy, ou o colocam
até acima da Bíblia em termos de autoridade. Como isso viola a ordem divina de nada
acrescentar às suas palavras, não devemos pensar que encontraremos nessas obras
mais palavras de Deus para nós.
A suficiência das Escrituras também nos diz que Deus não exige que creiamos em
nada sobre si mesmo ou sobre sua obra redentora que não se encontre na Bíblia.
A suficiência das Escrituras nos mostra que nenhuma revelação moderna de Deus
deve ser equiparada à Bíblia no tocante à autoridade.
A suficiência das Escrituras também nos diz que Deus nada exige de nós que não
esteja determinado explícita ou implicitamente nas Escrituras.
Isso nos lembra que nossa busca da vontade de Deus deve-se concentrar nas
Escrituras, ou seja, não devemos buscar orientação pelas orações que peçam alteração
das circunstâncias ou dos sentimentos, ou ainda orientação direta do Espírito Santo fora
das Escrituras.
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4. Cânon da Bíblia
A palavra "cânon", expressão latina, deriva-se do termo grego [kanõn], que significa
literalmente "vara reta de medir" ou "régua de carpinteiro". Em outras palavras, este termo denota
um padrão de medida excelente e rigoroso.
Aplicado às Escrituras o Cânon significa aquilo que serve de norma, regra de fé e prática.
Deste modo, o Cânon Sagrado é uma coleção de livros que foram aceitos por sua autenticidade e
autoridade divinas. Isto significa que os livros que hoje formam a Bíblia satisfizeram o padrão, ou
seja, foram dignos de serem aceitos e incluídos.
Os livros da Bíblia são denominados canônicos para não serem confundidos com os
apócrifos, escritos não inspirados por Deus.
Gálatas 6.16 – “E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra
(kanon), paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.”
O uso mais antigo da expressão “cânon” carrega o sentido de um grupo de livros que
funcionam como uma regra a fé e a vida. Foi no Concílio de Laodicéia em 363 d.C. (Herzog &
Schaff, 2010). Naquele documento, lê-se o seguinte:
“Nenhum salmo de autoria privada pode ser lido nas igrejas, nem livros não canônicos, mas
apenas os livros canônicos do Antigo e Novo Testamentos”.4
O cânon hebraico tradicionalmente tem 24 livros, que incluem todos os nossos 39 e não
mais, e estes são divididos em três partes: Lei, Profetas e Escritos (Tanach: Torá, Nebiim,
Chetuvim).
4
Herzog, J. J., & Schaff, P. (2010). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge I. Nabu Press.
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Assim, o cânon dos judeus começou com Gênesis e termina com 2 Crônicas, e não (como o
que temos hoje), com Malaquias. Nossa ordem segue a tradução grega do Antigo Testamento
chamada Septuaginta, mas as primeiras testemunhas cristãs, bem como Josefo e Philo (que usou a
LXX, mas não conferiu autoridade aos Apócrifos) mostram que os livros apócrifos incluídos na LXX
não foram contados como canônicos
“Desde Artaxerxes (c. 435 a.C.) até os nossos dias foi escrita uma história completa, mas
não foi julgada digna de crédito igual ao dos registros mais antigos, devido à falta de sucessão
exata dos profetas”. (Flávio Josefo historiador judeu).5
Paulo assumiu a legitimidade das “Escrituras” que estavam sendo ensinadas às crianças
judias. ( 2Tm 3.14-15)
Não há registro de qualquer disputa entre Jesus e os líderes judeus de sua época sobre qual
seria a extensão das Escrituras. Ele parecia pensar que a Bíblia deles era a sua Bíblia, e fez
afirmações notáveis sobre a sua autoridade (”A Escritura não pode falhar”, João 10.35).
A divisão em três partes que os judeus fizeram do Antigo Testamento foi assumida por
Jesus. (Lc 24.44)
A ordem judaica do cânon fechado é assumida por Jesus:
“Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, e a
alguns deles matarão e a outros perseguirão, para que desta geração se peçam contas do sangue
dos profetas, derramado desde a fundação do mundo; desde o sangue de Abel até ao de Zacarias,
que foi assassinado entre o altar e a casa de Deus. Sim, eu vos afirmo, contas serão pedidas a esta
geração.” (Lc 11.49-51)
Mas, cronologicamente o último mártir do Antigo Testamento foi Urias, o filho de Semaías,
cuja morte é descrita em Jeremias 26.20-23. Ele morreu durante o reinado de Jeoaquim, que
reinou de 609-598 a.C.
No entanto, em 2 Crônicas, o último livro do cânon judaico do AT, fala que houve um
Zacarias que foi morto no pátio do templo. (2Cr 24.20-21). Este é um forte indício de que Jesus
estava familiarizado com o cânon judaico do AT, que inclui os livros que temos hoje.
•questionado por alguns, tendo sido objeto de controvérsia entre os rabis, mas que,
por fim, foram aceitos. São eles: Cantares (por suposta sensualidade), Eclesiastes (por
antilegomena suposta carga cética), Ester (pela ausência do nome de Deus), Ezequiel (alguns o
julgavam contrário a trechos da lei mosaica e com tendências gnósticas) e provérbios
(por aparente contradição e incoerência entre eles).
apócrifos
5
Douglas, J. D. (2006). O Novo Dicionário da Bíblia. Vida Nova.
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c) Apócrifos do Antigo Testamento
De acordo com a contagem feita por Roger Nicole, mais de 295 vezes o Novo Testamento
cita várias partes do Antigo Testamento como divinamente autorizada, mas não cita nenhuma vez
os livros apócrifos ou quaisquer outros escritos como tendo autoridade divina.6
Judas 14-15 faz uma citação de 1 Enoque 60.8 e 1.9, e Paulo cita autores pagãos em Atos
17.28 e Tito 1.12, mas estas citações não são tidas como Escritura nem autorizadas por causa de
suas fontes. Elas são mais para propósito de ilustração que de prova. Deve-se observar também
que nem 1 Enoque nem os autores citados por Paulo fazem parte dos escritos apócrifos. Nenhum
livro apócrifo, portanto, é mencionado no NT.
É certo que alguns livros do AT também não são citados no NT (por exemplo: Obadias).
Porém, a mensagem destes livros não contradiz a mensagem do NT em nenhum momento
(Obadias, por exemplo, narra como o orgulho precede o juízo e como o Senhor exalta o humilde;
Mt 5.3; Lc 1.51-52).
Já os livros apócrifos apresentam várias contradições em relação à mensagem do NT:
Sabedoria de •ensina a criação do mundo a partir de matéria preexistente [cf. Sabedoria 11.17;
compare agora com Hb 11.3, onde aprendemos que Deus cria o universo a partir
do nada (creatio ex nihilo), ou seja, Deus não cria a partir de algo físico
Salomão preexistente, Deus cria, como nos coloca o escritor de Hebreus, a partir de algo
“que não aparece”, o seu próprio poder].
Baruque •diz que Deus ouve as orações dos mortos (3.4 confrontar
com Hb 9.27)
6
Henry, C. F. (1959). New Testament Use of the Old Testament. Tyndale Press
7
Citado em Cesareia, E. D. (1997). História Eclesiástica. Cpad.
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Nenhum livro apócrifo é mencionado, e o livro que falta de nosso cânon do AT é Ester, que
por algum tempo foi controverso e pode ter sido suprimido por motivos políticos, porque falava de
um levante judaico.
Esses escritos apócrifos não se encontram na Bíblia Hebraica, mas foram incluídos na
Septuaginta (a tradução do AT para o grego, usada por muitos judeus de fala grega na época de
Cristo).
O fato de que estes livros foram incluídos por Jerônimo em sua tradução da Bíblia, a Vulgata
Latina (completa em 404 d.C.), serviu de apoio à sua aceitação, embora o próprio Jerônimo tenha
dito que eles não eram “livros do Cânon”, mas apenas “Livros da Igreja”, úteis e proveitosos para
os crentes em pesquisas históricas, dados linguísticos, e para leituras inspirativas, já que estes
contêm numerosas histórias a respeito da coragem e da fé de muitos judeus durante o período
posterior ao encerramento do AT.
Grande parte dos Pais da Igreja (teólogos que viveram até poucos séculos depois da era
apostólica e da Igreja Primitiva) confirma a maioria dos livros do nosso presente cânon do AT, mas
nenhum dos apócrifos é declarado canônico. Entretanto, outros líderes da igreja antiga citam vários
desses livros como escrituras, porém, vale a pena ressaltar que nenhum dos Pais da Igreja latinos
ou gregos que citaram os apócrifos como escrituras conhecia o Hebraico (lembrem-se de que a
Bíblia Hebraica não continha os apócrifos). Portanto, tinham acesso somente à Septuaginta e à
Vulgata Latina, ambas, como mencionamos acima, continham os apócrifos.
Não foi senão em 1546, no Concílio de Trento, que a Igreja Católica Romana (ICR)
declarou oficialmente que os apócrifos fazem parte do cânon. É significativo lembrar que o Concílio
de Trento foi a resposta da ICR aos ensinos de Martinho Lutero e da Reforma Protestante que se
espalhavam rapidamente, e os livros apócrifos contêm apoio para o ensino católico de oração pelos
mortos e de justificação pela fé com obras, não pela fé somente.
Ao declarar que os apócrifos são parte do cânon, os católicos romanos estariam alegando
que a igreja tem autoridade para designar uma obra literária como “Escritura”, enquanto os
protestantes têm sustentado que a igreja não pode levar nada a se tornar Escritura, mas apenas
reconhecer o que Deus já determinou que fosse escrito como palavra dele próprio.
Deve-se observar que os católicos romanos usam o termo deuterocanônico em vez de
apócrifo para se referir a estes livros. Entendem que isso significa “acrescentado mais tarde ao
cânon” (o prefixo deutero significa “segundo”).
Para concluir, com respeito ao cânon do AT os cristãos hoje não precisam ter nenhum receio
de que algo necessário tenha sido deixado do lado de fora ou que alguma coisa que não a Palavra
de Deus tenha sido incluída no cânon. Jeremias 36.1-4 e Jeremias 36.27-32 nos dão uma
demonstração de como Deus e os profetas foram cuidadosos em manter cada palavra do cânon do
AT.
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“Se aceitamos o testemunho [de Jesus] sobre a autoridade dada por Deus ao Antigo
Testamento, parece intrinsecamente improvável que o evento mais estupendo da história da
humanidade – vida, morte e ressurreição do SENHOR encarnado... teria sido deixado por Deus,
que revelou tudo com antecedência, sem qualquer registro oficial ou uma explicação para as
gerações futuras.” (Anderson, 1981)8
O próprio Jesus apontou nessa direção ao instigar a Igreja Primitiva a esperar que ele não
só planejara um cânon contendo ensino sobre si mesmo e sua palavra, mas que ele também o
daria através de apóstolos autorizados e inspirados. Veja em (Lc 6.13-16; At 1.26; Jo 14.24-26; Jo
16.12-14)
A Igreja Primitiva viu o ensinamento que emergiu a partir de Jesus e dos apóstolos como
compreendendo um corpo completo de verdade sobre a fé.
Paulo viu o ensino apostólico como a fundação da igreja (= Canon) e viu o seu próprio
ensino como a expressão exata das palavras e dos mandamentos do SENHOR. (Ef 2.19-20; 2 Co
13.3; 1 Co 14.37; 1 Co 2.12-13).
Pedro viu os escritos de Paulo como parte de um cânon ampliado das Escrituras, ao lado das
Escrituras do Antigo Testamento. (2 Pe 3.15-16).
Com esta trajetória em direção à construção de um novo cânon que daria o registro
autorizado da vida e dos ensinamentos de Jesus e os ensinamentos fundamentais de seus porta-
vozes oficiais, o que restou para a Igreja Primitiva fazer foi discernir quais escritos eram o
cumprimento da promessa de Jesus aos apóstolos. A ascensão de doutrinas heréticas e o uso de
livros distorcidos (Marcião, 140 d.C.), estimulou o processo de canonização. Mas como a igreja
faz isto?
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Anderson, N. (1981). God’s Word for God’s World. Hodder and Stoughton.
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a) Critérios de seleção
O critério principal foi a apostolicidade. Não apenas: “O livro foi escrito por um apóstolo?”,
mas também: “O livro foi escrito na companhia de um apóstolo, supostamente com a sua ajuda e
apoio?”.
• Apóstolo.
Mateus
• Intérprete de Pedro e assistente.
Marcos
• Colaborador próximo e parceiro de Paulo.
Lucas
• Apóstolo.
13 Cartas de Paulo
• A partir do Círculo Paulino (Hb 13.22-24).
Hebreus
• Irmão de Jesus e chamado apóstolo (Gl 1.19).
Tiago
• Apóstolo.
1e 2 Pedro
• Apóstolo.
1,2,3 João
• Irmão de Tiago.
Judas
• por João, o Apóstolo.
Apocalipse
Os livros mais controversos, que levaram mais tempo para serem confirmados por toda a
igreja, foram: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e Judas. Mas no final a Igreja discerniu sua
harmonia com os outros, sua antiguidade e apostolicidade essencial.
A lista dos livros, à parte dos livros controversos, foi conhecida, o mais tardar, no final do
século segundo (por Irineu de Lion, cerca de 180 d.C.).
A primeira lista com todos os 27 livros está na Trigésima Nona Carta Pascal de Atanásio,
bispo de Alexandria em 367 d.C. Esta lista foi afirmada pelo Sínodo de Hipona em 393 d.C.
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b) Classificação dos escritos
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5. Manuscritos da Bíblia
A história da Bíblia e como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos. Manuscritos são
rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido
mediante os seus manuscritos. Nos tratados sobre a Bíblia, a palavra manuscritos é sempre
indicada pela abreviatura MS, no plural MSS ou MSs. Há, em nossos dias, cerca de 5.000 MSS da
Bíblia, preparados entre os séculos II e XV.
Há dois materiais principais: papiro e pergaminho. O linho era usado também, mas não tanto
como os dois citados. O centro da indústria de papiro era o Egito, onde teve início o seu emprego,
cerca de 3.000 a.C.
Outros materiais foram usados para a escrita nos tempos antigos, mas de menor importância,
como:
• Linho. Tem sido encontrado nas descobertas arqueológicas.
• Ostraco, fragmento de cerâmica. É mencionado em Jó 38.14; Ezequiel 4.1.
• Madeira.
• Pedra (Êx 24.12; Js 8.30-32).
• Tábuas recobertas de cera (Is 8.1; Lc 1.63).
A tinta usada pelos escribas era uma mistura de carvão em pó com uma substância
líquida semelhante a goma arábica. (Ver Jeremias 36.18; Ezequiel 9.2; 2 Coríntios 3.3; 2 João 12;
3 João 13.)
Há dois tipos de caligrafia ou forma gráfica nos MSS bíblicos, o que os divide em unciais e
cursivos. Uncial é o MS de letras maiúsculas e sem separação entre as palavras. Cursivo é o de
letras minúsculas, tendo espaço entre as palavras. Tal diferença na forma gráfica deu-se no século
X. Palimpsesto é um MS reescrito, isto é, a escrita primitiva era raspada e o novo texto escrito por
cima. Isso ocorria devido ao alto preço do pergaminho.
Inutilizava-se assim uma escrita para se usar o mesmo material. Os manuscritos originais
também não tinham sinais de pontuação. Estes foram introduzidos na arte de escrever em época
recente. É claro, pois, que a pontuação moderna não é inspirada, e por isso não dá, às vezes,
sentido às palavras do original.
MSS originais saídos das mãos dos escritores não há nenhum conhecido. É provável que se
houvesse algum, os homens o adorassem mais do que ao seu divino Autor.
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1) O costume dos judeus de enterrar todos os MSS estragados pelo uso ou qualquer outra
coisa; isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.
2) Os reis idolatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos, ou contribuído para isso.
(Veja o episódio de Jeremias 36.20-26.)
3) Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a.C), dominou sobre a Palestina durante seu
reinado. Foi extremamente cruel, sádico; tinha prazer em aplicar torturas. Decidiu exterminar a
religião judaica. Assolou Jerusalém em 168, profanou o templo e destruiu todas as cópias que
achou das Sagradas Escrituras.
4) Nos dias do imperador Diocleciano (284-305 d.C), os perseguidores dos cristãos
destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante dez anos, Diocleciano mandou
vasculhar o Império para destruir todos os escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse
destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal "vitória".
e) MSS do AT em hebraico.
Até a descoberta dos MSS do mar Morto, em 1947, os mais antigos MSS do AT hebraico
eram:
• Códice dos primeiros e últimos profetas. Está na Sinagoga Caraíta, do Cairo. Foi
escrito em Tiberíades, em 895 d.C, por Moses Ben Asher, erudito judeu de renome. (Caraítas são
os judeus que rejeitam a doutrina ortodoxa dos rabinos e reclamam liberdade na interpretação da
Bíblia.) Contém os primeiros profetas, segundo a organização do cânon hebraico do AT: Josué,
Juizes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Contém também os últimos profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, e
os Doze.
• Códice do Pentateuco. Escrito cerca de 900 d.C, está no Museu Britânico, sob número
4445. Foi escrito por um filho de Moses Ben Asher: Arão.
• Códice Petrogradiano. Escrito em 916 d.C. Contém apenas os últimos Profetas. Veio da
Criméia. Está na biblioteca de Leningrado (a antiga Petrogrado), donde o nome.
• Códice Aleppo. Contém todo o texto do Antigo Testamento. Copiado por Shelomo Ben
Bayaa. Seus sinais vocálicos foram colocados por Moses Ben Asher, cerca de 930 d.C.
Foi contrabandeado em anos recentes da Síria para Israel. Será utilizado como base da
nova Bíblia Hebraica, em preparo pela Universidade Hebraica, de Jerusalém.
• Códice 19 A. Está na biblioteca de Leningrado (Rússia). Data: 1008 d.C. O original foi
escrito por Moses Ben Asher, cerca de 1000 d.C. Foi copiado no ano 1008, no Cairo, por Samuel
Ben Jacob. Quando a Rússia o adquiriu, o comunismo ainda não dominava ali. Este é o mais antigo
MS completo do AT em hebraico. (Isto é, mais antigo datado.)
• O rolo de Isaías, mar Morto, 1947. Nos rolos descobertos, nas proximidades do mar
Morto, em 1947, foi encontrado um MS de Isaías, em hebraico, do ano 100 a.C, isto é, 1.000 anos
mais velho que o mais antigo MS até então existente. Uma vez que o texto de tal rolo concorda
com o das nossas Bíblias atuais, temos nisso uma prova singular da autenticidade das Escrituras,
considerando-se que esse rolo de Isaías tem agora mais de 2.000 anos de existência!
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É digno de nota que os MSS mais antigos da Bíblia estão em grego. Esses manuscritos não
são originais, são cópias. Os originais saídos das mãos dos escritores, perderam-se. Pela ordem
cronológica, vamos citar os mais antigos MSS existentes da Bíblia em grego:
• Códice Vaticano ou "B". Pertence à biblioteca do Vaticano. Data: 325 d.C. O AT é cópia
da Septuaginta. Contém os apócrifos em separado. Essa biblioteca foi fundada em 1488, e no seu
primeiro catálogo, publicado em 1475, aparece esse MS. Ê uncial.
• O Códice Sinaítico ou "Álefe". Pertence ao Museu Britânico. Data: 340 d.C. Foi
descoberto pelo erudito cristão Tischendorf, em 1844, no Mosteiro de Santa Catarina, no sopé do
Monte Sinai. A história de sua aquisição é muito impressionante. Foi o Czar da Rússia que o
adquiriu, em 1899. O Governo inglês comprou-o dos russos, em 1933, por 100.000 libras
esterlinas, equivalentes então a 510.000 dólares. Um dos livros mais caros do mundo. É uncial.
• Códice Alexandrino ou "A". Pertence ao Museu Britânico. Data: 425 d.C. Tem este
nome porque foi escrito em Alexandria e também pertenceu à sua biblioteca. Em 1621, foi levado a
Constantinopla por Cirilo Lúcar, patriarca de Alexandria. Em 1624, Cirilo presenteou-o ao rei Tiago
I da Inglaterra, o mesmo rei que autorizou a famosa versão inglesa de 1611. Em 1757, o rei Jorge
II doou a biblioteca da família real à nação, e assim o famoso MS chegou ao Museu Britânico. É um
MS uncial.
• O Códice Efráemi ou "C". Pertence ao Museu do Louvre, Paris. Data: 345 d.C. É um
palimpsesto. Ao ser restaurada a primeira escrita, constatou-se serem ambos os Testamentos
incompletos. O doutor Tischendorf publicou-o em 1845. É bilíngüe: grego e latim.
• Códice Bezae ou "D". Pertence à biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra.
Data: Século VI. Contém os Evangelhos, Atos e parte das Epístolas.
• O Códice Claromontanus ou "D2". Pertence ao Museu do Louvre, Paris. Data: Século
VI. Contém as epístolas paulinas. Estes três últimos são também unciais.
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6. Traduções da Bíblia
Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento às palavras do Senhor Jesus após
ressuscitar: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Ora, o mundo
está dividido em nações, tribos e povos, cada qual com suas línguas. Hoje, quando vemos as
Escrituras traduzidas em mais de 1.700 línguas, sabemos que Aquele que comissionou os
discípulos para tão grande obra, proveria também os meios para a sua realização.
a) Versões semíticas.
- O Pentateuco Samaritano.
- Os Targuns.
b) Versões gregas.
- A Septuaginta.
É comumente designada por "LXX". O nome vem do latim "Septuaginta", que quer
dizer "70". Aristeas, escritor da corte de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 285-246 a.C,
escrevendo a seu irmão Filócrates, conta que o referido monarca, por proposta de seu
bibliotecário, Demétrio de Falero, solicitou ao sumo sacerdote judaico, Eleazar, que lhe
enviasse doutores versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma versão delas,
em grego. Ele muito ouvia falar das Escrituras e queria uma versão delas, para enriquecer
sua vasta biblioteca, em Alexandria. O sumo sacerdote escolheu 72 eruditos (6 de cada
tribo) e enviou-os a Alexandria, os quais completaram a versão em 72 dias. Josefo registra
o fato com detalhes que o espaço não nos permite registrar. De 72 derivou-se o nome
"Septuaginta."
- A versão de Áqüila
- A versão de Teodocião
- A versão de Símaco
c) Versões siríacas.
A partir de agora, entra nas versões o NT. Poucos anos após a fundação da Igreja havia
igrejas espalhadas em regiões remotas como Ásia Menor, Roma, Antioquia, etc, isso devido
ao zelo inflamado pelo Espírito Santo nos crentes de então. Eles percorriam as estradas
acima e abaixo contando a história de Jesus. A disseminação das Escrituras era por meio de
cópias manuscritas. Os apóstolos de Jesus ainda viviam quando as primeiras versões
siríacas foram feitas.
- A Peshito. Significa simples. Foi feita diretamente do hebraico, pela Igreja Siríaca
de Edessa, no Nordeste da Mesopotâmia, no século II.
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d) Versões latinas.
O latim era a língua falada pelos romanos. Foi língua importantíssima, especialmente
considerando-se que o último império mundial foi o romano. O latim foi implantado à
medida que o império romano realizava suas conquistas. João, em seu Evangelho, diz-nos
que o título posto sobre a cruz de Jesus estava escrito também em latim (Jo 19.20). Foram
as seguintes as versões latinas:
- As versões egípcias ou cópticas. São 3 as de primeira ordem. Foram feitas até o ano
500 d.C.
- A Etíope, feita em 330, abrangendo ambos os Testamentos, com base na LXX.
- A Gótica, feita em 350, de ambos os Testamentos também, com base na LXX.
- A Armênia, feita no Século V. Base: os LXX.
- A Georgina, feita no Século V. Preparada por meio de cópias da versão Armênia.
- A Eslavônica, feita no Século IX. Base: os LXX
Além destas versões orientais, há ainda as versões árabes, mas, de pouca importância.
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f) Versões européias
h) Versão alemã. Lutero preparou-a traduzindo dos originais. Concluiu-a em 1534. Houve
antes outra versão derivada da Vulgata, de tradução literal. Lutero executou o trabalho
em plena Reforma, publicando a versão em 1522. Esta Bíblia foi de inestimável valor
para o Movimento da Reforma. Foi tão bem feita que serviu de base para o alemão
literário. Na Alemanha, a Bíblia é considerada como o começo da literatura alemã.
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i) Versões em português.
- A Versão de Almeida
- A Versão de Figueiredo.
- A Tradução Brasileira.
- A Versão de Rhoden
- A Versão de Matos Soares.
• A Bíblia foi impressa a primeira vez no Brasil, em 1944, pela Imprensa Bíblica Brasileira.
• Entre as Bíblias mais populares do mundo está a em português. As outras são: a Vulgata,
a de Lutero, e a Versão Autorizada (inglesa).
• Há no Brasil três entidades evangélicas publicadoras e distribuidoras de Bíblias. A primeira
é a Imprensa Bíblica Brasileira fundada em 1940. A segunda é a Sociedade Bíblica do Brasil
fundada em 10-06-1948, resultante da fusão das agências da SBA e SBBE que funcionavam
no Brasil. A terceira é a Sociedade Bíblica Trinitariana, com sede em São Paulo.
• A primeira agência distribuidora de Bíblias no Brasil foi a da SBBE, em 1856; a segunda foi
a da SBA, em 1876, ambas na cidade do Rio de Janeiro. Antes disso, vinham Bíblias para o
Brasil através de comandantes de navios, que as entregavam a casas comerciais para
revenda. A mais antiga Sociedade Bíblica do mundo é a SBBE fundada em 1804; a segunda
é a SBA, fundada em 1816.
• Na distribuição de Bíblias em todo o mundo, o Brasil ocupa o segundo lugar.
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- Muitas Bíblias foram destruídas pela Igreja Romana e muitos crentes foram mortos
por causa das novas traduções da Bíblia.
- William Tyndale foi condenado e morto em 6 de Outubro de 1536 por traduzir a
Bíblia para o inglês.
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- Por cerca de 400 anos (de 1500 a 1900), o maior avivamento do planeta, o
Protestantismo, usou um mesmo tipo de Bíblia, ou seja, Bíblias baseadas no texto
preservado pelo Oriente
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas
me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1 Coríntios 10:23-ACF)
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Alguns dizem assim: “Podemos fazer tudo o que queremos.” Sim, mas nem tudo é
bom.”Podemos fazer tudo o que queremos”, mas nem tudo é útil. (1 Coríntios 10:23-NTLH)
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6.2.7 Comparando o TR e o TC
Mateus 9:13
- (ACF) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque
eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores , ao arrependimento.”
- (ARA) “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois
não vim chamar justos e sim pecadores [ao arrependimento].”
- (NVI) “Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu não
vim chamar justos mas pecadores.”
1 Timóteo 3:16
Filipenses 4:13
Atos 8:37
- (ACF) “E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse:
Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”
- (ARA) “[Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele,
disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus]”
- (NTLH) “-” (novas edições usam colchetes)
- (BJ) “-” (e as demais católicas)
Romanos 8:1
- (ACF) "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus,
que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”
- (NVI) "Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus."
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1 Pedro 2:2
1 João 5:7-8
- (ACF) "Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e
estes três são um. E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue; e
estes três concordam num”
- (NVI) "Há três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; e os três são
unânimes"
Efésios 3:9
- (ACF) “E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os
séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo”
- (ARA) “e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em
Deus, que criou todas as coisas”
- (RC) “e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os
séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou”
6.2.8 Outras comparações entre o TR e o TC
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7. Arqueologia
Num dia de verão, em 1947, o pastor beduíno árabe, Muhammad ad Dib, da tribo dos
Taa'mireh, que se acampa entre Belém e o mar Morto, saiu a procura de uma cabra desgarrada
nas ravinas rochosas da costa noroeste do referido mar, e encontrou um inestimável tesouro
bíblico. Estava o pastor junto à encosta rochosa do uádi Qüm-ram. Ao atirar uma pedra numa das
cavernas ouviu um barulho de cacos se quebrando. Entrou na caverna e encontrou uma preciosa
coleção de MSS bíblicos: 12 rolos de pergaminho e fragmentos de outros. Um dos rolos era um MS
de Isaías do ano 100 a.C, isto é, mil anos mais antigo que os exemplares até então conhecidos. Os
rolos estão escritos em papiro e pergaminho e envolvidos em panos de linho. Outras cavernas
foram vasculhadas e novos MSS foram encontrados.
Novas luzes estão surgindo na interpretação de passagens difíceis do AT. Exemplos: em Êxodo
1.5, o total de pessoas é 75, concordando assim com Atos 7.14. (O hebraico não tem algarismos
para os números e sim letras; daí, para um erro não custa muito...) Em Isaías 49.12, o novo MS de
Isaías diz "Siene" e não "Sinin". Ora, Siene era uma importante cidade fronteiriça do Egito, às
margens do Nilo, junto à Etiópia. É hoje a moderna Assuam, com sua extraordinária represa.
Ezequiel 29.10 e 30.6 referem-se a essa cidade; a versão ARC grafa "Sevené". Muitos eruditos
pensavam até agora que o termo "Sinin" de Isaías 49.12 fosse uma alusão à China. É muito
confortante saber que os textos desses MSS encontrados concordam com os das nossas Bíblias.
Pesquisas revelam que os MSS do mar Morto foram escondidos pelos essênios – seita ascética
judaica - durante a segunda revolução dos judeus contra os romanos em 132-135 d.C. Os
responsáveis por um grande mosteiro agora descoberto, ao verem aproximar-se as tropas
romanas, esconderam ali sua biblioteca. Nas 267 cavernas examinadas, foram encontrados
fragmentos de 332 obras, ao todo. Encontraram, inclusive, cartas do líder dessa revolta: Bar
Kochba, em perfeito estado, estando sua assinatura bem nítida. Nos MSS encontrados há trechos
de todos os livros do AT, exceto Ester.
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b) Pedra Moabita (presente no Museu de Londres)
A pedra moabita foi um dos achados arqueológicos mais importantes, pois ela tem uma
profunda relevância bíblica. É uma pedra memorial de basalto negro descoberto em 1868, em
Moabe pelo missionário alemão F. A. Klein nas proximidades de Dhiban [na moderna Jordânia], a
antiga Dibon ficava a quatro milhas ao norte do rio Arnon. O texto é esculpido em caracteres
paleohebraicos, foi gravada pelo rei Mesa de Moabe para comemorar os mais grandiosos feitos do
seu reinado. Por duas razões, principalmente, é importante a pedra moabita, ou Estela moabita.
Em primeiro lugar, por ser o documento semítico mais antigo que se possui da Palestina; e em
segundo lugar por sua relação com o relato bíblico de 2 Reis 3.
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d) Estela de Merneptah
A "Estela de Merneptah" (também conhecida como a Estela de Israel) é uma pedra de laje
vertical medindo mais de dois metros de altura, esculpida com hieróglifos que datam de
aproximadamente 1230 AC. Este monumento egípcio descreve as conquistas militares do faraó
Merneptah e inclui a primeira menção de "Israel" fora da Bíblia. Embora as específicas batalhas
abrangidas pela estela não sejam mencionadas na Bíblia, a estela estabelece prova extra-bíblica de
que os israelitas já estavam vivendo como um povo no Canaã antigo cerca de 1230 AC. Além das
Estelas, uma grande imagem de parede foi descoberta no grande Templo de Karnak de Luxor
(antiga Tebas), a qual mostra cenas de batalha entre os egípcios e israelitas. Essas cenas também
foram atribuídas ao faraó Merneptah e datam de cerca de 1209 AC. O Templo de Karnak também
contém registros de vitórias militares do Faraó Sisaque de cerca de 280 anos depois.
Especificamente, o Alívio de Sisaque (Shishak Relief) retrata a vitória do Egito sobre o rei Roboão
em cerca de 925 AC, quando o Templo de Salomão em Judá foi saqueado. Este é o exato evento
mencionado claramente em dois livros do Antigo Testamento.
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b) Estatísticas da Bíblia
A Bíblia tem:
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9. Perguntas
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10.Bibliografia
Anderson, N. (1981). God’s Word for God’s World. Hodder and Stoughton.
Gilberto, A. (1986). A Bíblia através dos séculos. Casa publicadora das Assembléias de Deus.
Henry, C. F. (1959). New Testament Use of the Old Testament. Tyndale Press.
Herzog, J. J., & Schaff, P. (2010). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge I. Nabu Press.
Price, R. (1997). The Stones Cry Out: What Archaeology Reveals About the Truth of the Bible. Harvest House
Publishers .
Vine, W., Unger, F. M., & Jr., W. W. (2002). Dicionário Vine. CPAD.
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