Professional Documents
Culture Documents
Rio de Janeiro
2011
Paulo Roberto Pizarro Fragomeni
Rio de Janeiro
2011
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/C
CDU 553(813.1)
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese.
_________________________________________ _________________________
Assinatura Data
Paulo Roberto Pizarro Fragomeni
__________________________________________________________
Prof. Dr. Ronaldo Mello Pereira
Faculdade de Geologia da UERJ
__________________________________________________________
Prof. Dr. Ciro Alexandre Ávila
Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional-UFRJ
__________________________________________________________
Prof. Dr José Carlos Sicoli Seoane
Instituto de Geociências da UFRJ
________________________________________________
Prof. Dr. Paulo de Tarso Luiz Menezes
Faculdade de Geologia da UERJ
________________________________________________
Prof. Dr. Francisco José da Silva
Departamento de Geociências da UFRRJ
Rio de Janeiro
2011
A Mariângela, Paula e Sabrina,
pelo amor e dedicação inesgotáveis,
que nunca deixaram de me
incentivar.
AGRADECIMENTOS
FRAGOMENI, Paulo Roberto Pizarro, Survey and study of graphite occurrences in the
Aracoiába-Baturité Graphite-bearing District, CE. 2011. 97f. Thesis (Doctorate in Geology)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
Key words: Graphite. Biosignatures. Basin sutures. Syngenetic graphite. Epigenetic graphite.
Research. Thermogravimetric analysis.
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................... 13
1 APRESENTAÇÃO............................................................................................. 13
1.1 Histórico................................................................................................................ 13
1.2 Localização e vias de acesso................................................................................ 14
1.3 Metodologia e atividades desenvolvidas............................................................ 15
1.3.1 Levantamento e análise da bibliografia................................................................. 15
1.3.2 Mapeamento geológico.......................................................................................... 15
1.3.3 Levantamento de campo e cadastramento das mineralizações.............................. 16
1.3.4 Geofísica................................................................................................................ 16
1.3.4.1 Eletrorresistividade (ER)....................................................................................... 17
1.3.4.2 GPR - Ground Penetrating Radar......................................................................... 17
1.3.4.3 Polarização Induzida Espectral (IPS) - Eletrorresistividade (ER)......................... 18
1.3.4.4 Magnetometria e VLF - Very Low Frequency…................................................... 19
1.3.5 Sondagens rotativas............................................................................................... 19
1.3.6 Análises laboratoriais............................................................................................. 19
1.3.6.1 Teor de carbono do minério grafitoso................................................................... 19
1.3.6.2 Isótopos de carbono............................................................................................... 20
1.3.7 Trabalhos de escritório e laboratório..................................................................... 20
2 MINERALIZAÇÕES DE GRAFITA (Estado da Arte)................................. 21
2.1 Origem dos depósitos de grafita......................................................................... 21
2.1.1 Desidrogenização progressiva da matéria orgânica durante o metamorfismo de
rochas sedimentares............................................................................................... 21
2.1.2 Fonte magmática, onde a precipitação da grafita ocorre devido às soluções
(fluidos magmáticos e/ou gases vulcânicos) ricas em carbono que infiltram CO2
nas rochas............................................................................................................... 21
2.1.3 Grafita originada por reações de minerais carbonáticos........................................ 22
2.2 Classificação genética dos depósitos de grafita................................................. 22
2.2.1 Depósitos de grafita singenéticos.......................................................................... 23
2.2.2 Depósitos de grafita epigenéticos.......................................................................... 23
2.2.3 Metamorfismo de contato de carvão (carvão grafitizado)..................................... 24
2.3 Isótopos estáveis de carbono............................................................................... 24
2.4 Grafita biogênica - geotermômetro e geoindicador.......................................... 27
2.4.1 Variação secular na geoquímica dos carbonatos sedimentares............................. 28
3 CONTEXTO GEOLÓGICO DA PROVÍNCIA BORBOREMA.................. 29
3.1 Histórico do conhecimento geológico................................................................. 29
3.2 Província Borborema (Estado da Arte)............................................................. 29
3.2.1 Divisão da Província Borborema........................................................................... 32
3.2.1.1 Subprovíncias da Borborema................................................................................ 36
3.2.1.1.1 Subprovíncia Setentrional...................................................................................... 37
3.2.1.1.2 Subprovíncia da Zona Transversal........................................................................ 37
3.2.1.1.3 Subprovíncia Externa ou Meridional..................................................................... 37
11
INTRODUÇÃO
1 APRESENTAÇÃO
1.1 Histórico
As ocorrências de grafita desta região são conhecidas deste a década de 40, período da
Segunda Grande Guerra, quando houve uma procura intensiva deste bem mineral para a
indústria bélica, principalmente como lubrificante de esteiras (lagartas) de tanques de guerra e
carros de combate.
Na Fazenda da Laje, localidade de Pedra Branca, ainda há vestígios de escavações em
depósitos de minério maciço de grafita e de uma planta rudimentar de beneficiamento,
construída pelos pesquisadores ingleses. Como curiosidade, registra-se o fato de que o
proprietário desta fazenda possui uma caderneta de campo e um mapa, de um antigo geólogo
inglês, com o registro das escavações realizadas no ano de 1945.
Após a Segunda Grande Guerra, por décadas, essas ocorrências não suscitaram
interesse das empresas mineradoras e somente no ano de 2004 é que foram identificados
jazimentos de grande porte de minério disseminado, através de pesquisas sistemáticas
realizadas por empresas de mineração. Os trabalhos de pesquisa mineral efetuados foram
capitaneados pelo autor desta tese e permitiram bloquear reservas superiores a 1,8 milhões de
toneladas de grafita neste distrito grafitífero.
14
O acesso pode ser feito de Fortaleza pela rodovia asfaltada CE-060, percorrendo-se 76
km a partir do Anel Viário da Pajuçara, em direção à sede do Município de Aracoiába. Da
cidade de Aracoiába, segue-se no rumo sul para o povoado de Pedra Branca por um percurso
de 18 km, em estrada macadamizada.
15
A base cartográfica utilizada (anexo I) foi extraída dos mapas topográficos na escala
1:100.000, executados pelo DSG em 1970: Folha de Baturité – SB.24-X-A-I e Folha de
Itapiúna – SB.24-X-A-VI. A área selecionada para o mapeamento cobriu a zona de influência
das mineralizações, bem como as principais estruturas e unidades geológicas relacionadas, e
corresponde a uma superfície de 1.000 km2, definida por um retângulo de 25 km x 40 km com
os seguintes vértices:
Vértice Latitude (S) Longitude (W)
NW 04º 25’ 17,6” 38º 58’ 15,3”
NE 04º 25’ 17,6” 38º 36’ 36,6”
SW 04º 38’ 46,1” 38º 58’ 15,3”
SE 04º 38’ 46,1” 38º 36’ 36,6”
1.3.4 Geofísica
Em função da escassa informação disponível sobre aplicações de geofísica em
prospecção de grafita foram testados diferentes métodos, cujas respectivas metodologias serão
17
De forma a testar o método, foi feito um levantamento das mesmas linhas com um
novo equipamento Sistemas Ramac/GPR, com antenas não blindadas.
Foram feitas duas campanhas de sondagem que ficaram a cargo das empresas Orcioli
Geólogos Associados Ltda. e Geosol Geologia e Sondagem Ltda. Ao todo foram efetuados 25
(vinte e cinco) furos assim distribuídos: 7 (sete) furos na Fazenda Laje de Pedra, 12 (doze) no
Alvo Chereco e 6 (seis) no Alvo Erom, totalizando 1800 metros de sondagem rotativa com
coroa diamantada, com diâmetros NX e BX.
A primeira campanha de sondagem foi realizada com diâmetro BX e pelo método
convencional, que consistiu na utilização do conjunto: coroa diamantada, barrilete
amostrador, haste e acessórios. Para cada coleta de amostra foi necessária a retirada de todo o
ferramental do furo.
Já na segunda campanha utilizou-se o método Wire Line, iniciando os furos com o
diâmetro NX e depois reduzindo para BX. Nesse sistema, após cada manobra de corte do
testemunho, somente o tubo interno do barrilete é alçado à superfície, por meio de cabo de
aço tracionado por guincho, passando por dentro das hastes de perfuração.
Todos os testemunhos foram guardados em caixas de madeira, apropriadas, com
indicação das respectivas metragens lineares.
A literatura especializada considera que o material grafitoso contido nas rochas pode
ser originado basicamente por três processos (SHARMA; KUMAR, 1998):
- Desidrogenização progressiva da matéria orgânica durante o metamorfismo de
rochas sedimentares;
- Fonte magmática, onde a precipitação da grafita ocorre devido às soluções (fluidos
magmáticos e gases vulcânicos) ricas em carbono que infiltram CO2 nas rochas;
- Grafitas que se originam das reações de minerais carbonáticos.
2.1.2 Fonte magmática, onde a precipitação da grafita ocorre devido às soluções (fluidos
magmáticos e/ou gases vulcânicos) ricas em carbono que infiltram CO2 nas rochas
Neste caso a grafita é formada pelo carbono depositado por fluidos magmáticos e/ou
gases vulcânicos, ricos em CO2 e em CH4, produzindo grafita + H2O. O resfriamento das
misturas fluidas de C-O-H e/ou a diminuição do seu estado de oxidação também podem
causar a precipitação de grafita.
22
Quanto à relação genética com a rocha encaixante, os depósitos de grafita podem ter
sido formados em conjunto com a rocha hospedeira (singenéticos) ou introduzidos
23
posteriormente na rocha (epigenético). Estes dois tipos genéticos apresentam aspectos gerais
bastante distintos.
13
levaram à descoberta de grandes variações nas relações C/12C entre os vários materiais
orgânicos de carbono e ao avanço nas geociências, que levou à melhor compreensão dos
processos biogeoquímicos em ambientes terrestres e marinhos, atuais e antigos.
12 13
Os isótopos estáveis de carbono C e o C são úteis para identificar a origem do
carbono porque preservam internamente à distinta assinatura isotópica do seu tempo de
formação. A matéria viva (bactérias e plantas) retoma o carbono da atmosfera através do CO2,
quebrando preferencialmente os laços mais fracos dos isótopos leves, promovendo uma
seleção isotópica com o enriquecimento do 12C em relação ao 13C.
A relação entre estes isótopos é expressa em variação de partes por mil (±‰),
comparando a amostra com o padrão de referência internacional para isótopos de carbono
(VPDB -Vienna Pee Dee Belemnite):
R Amostra – R PDB
13
δ C = -----------------------------
R PDB
onde R = 13C/12C
Obs.: O termo VPDB é a abreviatura para Viena Pee Dee Belemnite, que foi adotado
porque a amostra original de PDB foi de conchas (Australopithecus shells) de um
organismo extinto chamado um belemnite, coletado nas margens do Rio Pee Dee da
Carolina do Sul, EUA.
Carbono δ13C
Biogênico (1): -30 ‰ a -20 ‰
Sedimentar de carbonatos (2): -9,7 ‰ a 0 ‰
Magmático CO - (3): -7,0 ‰ a -5,0 ‰
Nos exemplos (1) e (2) acima, onde as diferenças de valores de δ13C das grafitas
singenética e epigenética de um mesmo distrito grafitífero não são muito expressivas, tem
sido interpretado como decorrente de processo de devolatilização durante o metamorfismo,
envolvendo fluidos ricos de CO2. A degradação térmica de compostos orgânicos promove a
perda de hidrocarbonetos resultando na remoção preferencial de 12C (HOEFS; FREY 1976), e
13
o material carbonoso residual torna-se enriquecido em C se comparado aos compostos
volatilizados.
Quando há mistura de carbono, de um reservatório de carbono reduzido com carbono
de carbonato, os valores médios de δ13C e a sua faixa de variação são maiores.
Este caso é demonstrado na tabela 1, no exemplo (IVa , IVb e IVc), onde estão representadas
as faixas de valores de δ13C, das rochas da sequência Honey Brook Upland de Franklin
Pierce, EUA, formada por intercalações de gnaisses grafitosos (Pickering gnaisses) com
mármores (Mármore Franklin). Este exemplo mostra também a variação progressiva do δ13C
com o grau de metamorfismo (WILLIAM; VALLEY, 1990).
27
13
Tabela 1 – Quadro comparativo das relações δ C em grafitas de diferentes origens (matéria
orgânica sedimentar, magmática e de reações minerais com carbonato)
A grafita biogênica tem sido usada cada vez mais como geotermômetro e
geoindicador da sedimentação, devido às suas características especiais e de poder ser
facilmente reconhecida (DISSANAYAKE et al., 2000). O fato de mostrar diferentes graus de
cristalinidade refletindo o grau de metamorfismo a que foi submetida, e de não retornar a um
estado inferior, mesmo sob condições metamórficas retrogradas, faz com que se torne um
bom geotermômetro. Por ocorrer apenas em ambientes geológicos específicos, ela tem sido
muito útil como um marcador de limite de bacias sedimentares antigas, bem como das
geossuturas resultantes dos subsequentes fechamentos desses oceanos.
Bons exemplos desta característica são os terrenos Pan-Africanos de fragmentos
crustais do Gondwana, que mostram as suturas do Moçambique Belt, passando pela África
Oriental, Madagascar, Sri Lanka e Antártica (PRADEEPKUMAR; KRISHNANATH 2000).
28
Outro exemplo importante está no Grupo Mashan da China Oriental, que é considerado como
o maior produtor de grafita do mundo (DISSANAYAKE et al., 2000).
No estado do Ceará, a faixa de ocorrência de grafita, que se estende desde o município
de Aracoiába até Itapiúna, é adjacente e paralela à Zona de Cisalhamento Senador Pompeu,
que tem sido considerada como uma faixa de geossutura. Esta zona de cisalhamento
transcorrente possui trend NE, cerca de 350 km de comprimento e 10-15 km de largura, e
prolonga-se na África com a denominação de Zona de Cisalhamento Ile-Ife (CABY et al.,
1991).
- O trabalho de Torres et al. (2006) foi realizado em uma área vizinha do presente
projeto e apresenta importantes dados geocronológicos e descrições das feições geológicas
e estruturais da sequência supracrustal neoproterozóica. Esta sequência, denominada por
eles de Sequência Acarápe, é hospedeira das mineralizações de grafita.
Por sua vez, Arthaud (2007), em sua tese de doutoramento mapeou uma área de 5.200
km2 na região central do Estado do Ceará, e desenvolveu estudos sobre a evolução
neoproterozóica do Grupo Ceará, desde a sedimentação até a colisão continental brasiliana.
As principais alterações introduzidas por Brito Neves et al. (2000), comparando com a
subdivisão proposta por Santos (1988), estão expostas na figura 5 e são as seguintes:
O Terreno S. José Campestre (TJC) passou a incluir também a área que era
considerada como Terreno Granjeiro (TGJ).
Tabela 2 – Divisões da Província da Borborema, Santos (1988) e Brito Neves et al. (2000)
Foi proposta por Campelo (2009) a divisão dos limites de terrenos tectono-
estratigráficos da Subprovíncia Setentrional da Borborema com base na integração de recentes
35
de cisalhamento brasilianas: Pernambuco (LPE) e Patos (LP), de direção E-W e dextrais, que
se destacam pelas suas grandes dimensões, com mais de 500 quilômetros de comprimento e 2
quilômetros de largura.
Z.C. Rio Groaíras – É uma estrutura de quase 100 km de comprimento, com trend
N35ºW, com movimentação sinistral, de idade pós-ordoviciana, conforme evidencia o
39
Figura 7 – Mapa Geológico Simplificado dos terrenos Ceará Central e Tauá (Fonte: Arthaud,
2005). Principais zonas de cisalhamento: TBSZ, Sobral-Pedro II/Transbrasiliano; TSZ, Tauá;
SISZ, Sabonete-Inharé; SPSP, Senador Pompeu; RGF, Rio Groaíras
41
(c) Ortognaisses Cipó: corpos intrusivos nas unidades anteriores como stocks, diques e
folhas alinhadas na direção NE-SO (e.g., Serras do Veríssimo, da Conceição, Aguda,
Picos, Cipó, etc).
Torres et al. (2006) não consideram as duas subunidades descritas como sequências
litoestratigráficas distintas, pois não apresentam discordância significativa, quer erosiva ou
tectonometamórfica. Sugerem que as subunidades Baturité e Aracoiába sejam originalmente
uma única sequência estratigráfica, com distintos tratos de sistemas deposionais: a primeira,
dominada por rochas metassedimentares aluminosas, em parte com características de
turbiditos, pode materializar tratos de sistemas transgressivos; a segunda é marcada pela
ocorrência de rochas carbonáticas, indicaria tratos de sistemas de mar alto. No detalhe, os
segmentos da Subunidade Baturité, caracterizados pelo domínio das rochas metapelíticas,
poderiam representar o fácies mais profundo na paleogeografia da sequência Acarápe,
enquanto o segmento dominado por carbonatos, com prováveis contribuições evaporíticas,
corresponderia a um sistema complexo de sabkha-plataformal marcado por sucessão de
ambientes de submaré a supramaré, representaria o fácies mais raso.
O contato entre o Grupo Ceará e o substrato Paleoproterozóico é considerado
tectônico, em função da ocorrência de “sola” milonítica e do contraste de grau metamórfico
entre suas rochas. Esse contato se dá por cavalgamento de baixo ângulo (nappes tectônicas)
do ciclo Brasiliano (CABY; ARTHAUD, 1986).
Recente estudo geocronológico realizado por Torres et al. (2006), próximo da área de
estudo nas rochas metassedimentares da Sequência Acarápe, cujos TDM variam entre 2,21 e
0,94 Ga aponta para fontes com proveniências distintas, uma paleoproterozóica e outra
neoproterozóica. Tal comportamento indica que a Sequência Acarápe deva ter sua origem ao
final do Pré-cambriano, visto acolher material neoproterozóico erodido por ocasião do
preenchimento da bacia.
Um metarriolito intercalado em metapelito com idade U–Pb em zircão de 0,77 ± 0,03
Ga foi interpretado por Fetter (1999) como um possível representante do rift precursor
formado antes da abertura da bacia oceânica e subsequentemente fechado durante a orogenia
Brasiliana.
com presença de anatexitos em vários graus de fusão. Apresenta com frequência enclaves de
anfibolitos e rochas calciossilicáticas.
Fetter et al. (2003), com base em dados de campo e análises geocronológicas,
interpretaram este complexo como um arco magmático continental neoproterozóico, formado
a partir da subducção de crosta oceânica durante convergência entre os blocos São Luís-Oeste
Africano e NW do Ceará.
As rochas dioríticas, granodioríticas e migmatíticas do Complexo Tamboril - Santa
Quitéria revelam idade U-Pb entre 665 e 614 Ma (FETTER et al., 2003).
A área abordada neste projeto foi selecionada para ser mapeada geologicamente tendo
em vista a pouca informação atualizada existente, já que o seu mapeamento básico (escala
1:250.000) foi feito na década de 70 pelo Projeto Fortaleza (BRAGA et al., 1977). Este
mapeamento visou não só cobrir as mineralizações conhecidas de grafita, mas também as
principais estruturas regionais e unidades a elas relacionadas.
Ela corresponde a uma superfície de 1.000 km2 definida por um retângulo de 25 km x
40 km, conforme mostra o mapa geológico na escala de 1:100.000, apresentado no anexo A.
Esta área situa-se no canto nordeste do Terreno Ceará Central e a sua geologia é
composta basicamente por 5 (cinco) unidades litoestratigráficas:
- Complexo Cruzeta / Unidade Mombaça;
- Embasamento Paleoproterozóico;
- Sequência supracrustal metavulcano-sedimentar neoproterozóica;
- Granitóides cinzentos da Supersuite Granitóide Tardi a Pós-Orogênica
(Neoproterozóico Tardio);
- Complexo Gabro-Diorítico da Suíte Gabróide Pós-Orogênica.
Esta unidade ocupa uma pequena porção da área, no canto sudoeste, representada por
ortognaisses graníticos a granodioríticos, gnaisses migmatíticos, geralmente cinzentos.
Verificou-se nesta unidade a ocorrência de gnaisse com intercalações centimétricas de
quartzitos, indicando uma origem paraderivada (WP 50 - SAD69; Zona 24M; 501819E
9482124N).
O Complexo Cruzeta na área é bordejado por rochas metassedimentares do Complexo
Ceará. Na bibliografia há referência às ocorrências de metacalcários e rochas
calciossilicáticas, como restos de rochas paraderivadas, contudo, não foram encontradas estas
litologias na área do projeto.
Esta unidade ocorre na área do projeto como corpos isolados, que afloram em
“janelas” erosivas no Grupo Ceará, distribuindo-se preferencialmente em uma faixa de
direção ENE. Na área do projeto esta unidade é constituída por ortognaisses, migmatitos,
48
O metanorito tem cor marrom escura, grã fina, foliado, não magnético, mostrando
cristais de plagioclásio esbranquiçados a amarelados, cristais de hornblenda marrom escuro a
pretos, ortopiroxênio e plaquetas marrom avermelhadas de biotita (Figura 12).
Mineralogicamente é constituído por: plagioclásio (55%); ortopiroxênio (8%); hornblenda
(20%); biotita (14%); granada (2%); minerais opacos (1%), apatita e quartzo em quantidades
traço.
Esta mudança de paleoambientes, de norte para sul, tem início com a Subunidade
Aracoiába (NPAar), de fácies de mar raso, passando por uma zona de talude continental
(NPAba-t) e depois para um ambiente de mar profundo (NPAba-mp), sendo estes últimos
considerados da Subunidade Baturité.
O granada biotita gnaisse, que é a rocha predominante nesta unidade, tem as seguintes
características: de cor cinza escuro, granulação média, bandada, apresentando alternância de
finas lâminas claras (5 a 10 mm) descontínuas, constituídas por plagioclásio e quartzo, e leitos
escuros, também descontínuos de biotita, granada e minerais opacos. Em microscopia
observa-se um padrão textural granolepidoblástico, com mega cristais de plagioclásio,
rodeados por feixes de lamelas de biotita cuja orientação confere à rocha uma xistosidade em
domínios. Mega cristais de granada associados ao plagioclásio, quartzo e biotita. Os cristais
de quartzo ocupam juntamente com as biotitas os espaços intersticiais deixados pelos
plagioclásios. K-Feldspatos são raros, mas presentes. A composição mineralógica resume-se
em: (40%) plagioclásio, (30%) biotita; (15%) granada; (14%) quartzo; e (1%) de minerais
acessórios que são compostos por cristais de zircão, óxidos de ferro, titânio e grafite.
O plagioclásio-microclina-sillimanita-biotita gnaisse, que ocorre no alvo Erom, é cinza
esbranquiçado, de grã média a fina, foliado, não magnético, formado por intercalações de
bandas claras, compostas de quartzo e feldspato e bandas escuras de biotita, cristais fibrosos
de sillimanita e palhetas de grafita (Figura 16). A composição mineralógica é a seguinte:
quartzo (40%); biotita (20%); sillimanita (17%); microclina (15%); plagioclásio (5%);
minerais opacos (3%); muscovita (tr); zircão (tr).
Esta subunidade cobre uma faixa com cerca de 4 km de largura que se estende a partir
do leste da área em direção oeste, fletindo para sul nos arredores da cidade de Jaguarão. Ela
distribui-se adjacente e ao sul da zona considerada como de talude continental.
As rochas dominantes neste fácies da subunidade Baturité são biotita granada gnaisses,
biotita granada grafita gnaisses, ortoanfibolitos e granada quartzitos (turbiditos).
Os anfibolitos amostrados na Fazenda Alvorada (WP 25: 24M; 527117E; 9497702N),
próximo do Povoado Lagoinha, revelam tratar-se de metagabros (ortoanfibolito), com textura
nematoblástica, exibindo cristais de hornblenda iso-orientados, em cujos espaços intersticiais
são observados cristais de plagioclásio. A composição mineralogia é formada por anfibólio
(hornblenda) 80%; plagioclásios (15%); ortopiroxênio (5%); titano-biotita, rutilo e minerais
opacos completam a mineralogia.
Um destaque neste conjunto de rochas de fácies de mar profundo constitui a presença
de turbididos no leito do rio Choró, próximo do Povoado de Itãns, (WP27: Zona 24M;
514326E; 9491881N), constituídos por intercalações centimétricas e decimétricas de
quartzitos branco, com granada e muscovita, intercalados em ortoanfibolitos (Figura 17).
Figura 17 - Turbidito formado por lentes de quartzito (com feldspato, granada e muscovita), interca-
caladas em ortoanfibolitos - Subunidade Baturité (Leito do Rio Choró/Itãns -WP-27)
57
O único corpo considerado na área do projeto como sendo desta Supersuite Granitóide
situa-se no sudeste da área, próximo da localidade de Milton Belo. Apresenta forma alongada
58
Ao sul da faixa de fácies de mar profundo da Subunidade Baturité (Anexo A), ocorre
uma zona de intensa deformação, com grandes estruturas de rods, mullions, empilhamento de
nappes e falhamentos de empurrão com vergência sul-norte. Este quadro tectônico resultou de
um regime de esforços compressivos, com direção do eixo sudeste-noroeste, certamente
responsável pelo fechamento da bacia sedimentar neoproterozóica Acarápe.
As estruturações do embasamento e das unidades alóctones diferem totalmente, pois, a
foliação regional do primeiro mergulha, em média, suavemente para SE, enquanto as das
nappes, também de baixo ângulo, mergulham para NW e as lineações de estiramento (NNE-
SSW no embasamento e NW-SE nas nappes) são quase perpendiculares (ARTAHUD, 2007).
A figura 22, a seguir, mostra uma estrutura de nappe, ao sul da cidade de Capistrano,
que coloca um pacote de gnaisses com intercalações quartzíticas de fácies plataformal (ao sul)
sobre as rochas de fácies de mar profundo (ao norte). Esta foto foi tirada na entrada da cidade
de Capistrano, olhando de sul para norte.
62
Os depósitos de grafita da região são dos tipos gnaisse grafitoso e veio, com diferentes
origens genéticas e com características físicas e ambientes geológicos de formação próprios.
As gêneses desses depósitos estão intimamente relacionadas à evolução tectono-termal
regional, onde: o tipo gnaisse grafitoso (minério disseminado) é de origem sedimentar, está
hospedado na Sequência Supracrustal Metavulcano-Sedimentar Acarápe com sua origem
relacionada a este cinturão metamórfico; e o tipo veio (minério maciço) foi depositado por
soluções hidrotermais (“fluido depositado”) relacionadas ao Complexo Gabro-Diorítico
Anelar de Pedra Aguda.
Figura 24 - Biotita gnaisse grafitoso - minério singenético disseminado (6,1% C), Alvo Chereco,
Baturité (UTM-SAD69 24M, 523431E, 95007982N)
523.250 523.500
800178/00
9.501.000
0
SERRINHA-ESTRADA
SERRINHA-ESTRADA
CAVA
CAVA NORTE
NORTE 50
SERRINHA-AÇUDE
SERRINHA-AÇUDE
SEU CHICO
SEU CHICO CORPO NORTE-SUL
CORPO NORTE-SUL
ra
800034/01
800230/01 100
e d
ca
CORPO
CORPO TÔ
TÔ
P
-50
-50
CAVA SUL
CAVA SUL ALVO FAZENDA
ALVO FAZENDA
n
150
a
DE PEDRA
LAGE DE
LAGE PEDRA ,,88
1100
Br
e
CHICO NERI
CHICO NERI
d
a
ANTÔNIO ALVES
ANTÔNIO ALVES
d r
00
s
ALVO MADALENA
ALVO MADALENA
200
Pe
800328/02
,,00
e
NORTE
NORTE
1111
a j
ALVO
ALVO MADALENA
MADALENA
ALVO JUAMIRIM
ALVO JUAMIRIM SUL
SUL
L
50
50
ALVO
ALVO EXTENSÃO
EXTENSÃO
250
NORDESTE
NORDESTE ,,33
s
1166 99,,66
a
ALVO EROM
ALVO EROM qbg
d
ALVO
ALVO CHERECO
CHERECO 100
100
300 alv
o
,,44 ,,00
2200 1100
Ri
qbg 150
150
350 ,,00
,99 1133
2222 77,,11
523.000 300
300
Æ Fcc6
Fcc6
200
200
400
,,55
2211 ,,44
Tcc16
Tcc16
Tcc5
Tcc5 Tcc2
Tcc2 1122 77,,66
350
350
Afloramento
450
250
250 Tcc1
Tcc1
Æ Fcc1
Fcc1
Tcc4
Tcc4
,,55
Æ
2255
Fcc8
Fcc8
88,,88 Æ ,,22
Figura 25 – Mapa geológico do Alvo Chereco
Fcc18
Fcc18
400
400 Tcc8
Tcc8
Tcc3
Tcc3
1177
,,33 1100
500
Tcc18
Tcc18 Cachimbo ÆFcc16
Fcc16
,,66
Æ 2288 ,,55 ,,11
1133 99,,44
Fcc3
Fcc3
xg Tcc14
Tcc14
1100
Æ Fcc15
Fcc15 Tcc15
Tcc15
9.500.750 Æ Fcc2
Fcc2 Æ Fcc14
Fcc14
550 Tcc6
Tcc6
,,55
Tcc7
Tcc7
2299 ,,99 bxg
Tcc17
Tcc17 1155 99,,66 88,,88 1100
,,55
Æ
Fcc13
Fcc13
qbg
600 Æ Fcc4
Fcc4 xg
,,88 bxg
2288 1188
,,77 ,,66 ,,22
Æ
Fcc12
Fcc12 1100 99,,99 1111
650
bgg Æ
Tcc12
Tcc12
Fcc5
Fcc5
Tcc19
Tcc19 ÆFcc17
Fcc17
,,88
Æ 2255,,22
Tcc10
Tcc10
2299 ,,66
99
TTcccc ,,88 1122
1111 ,,33
Tcc7W
Tcc7W
1133
TTcccc Fcc9
Fcc9
1100
700
Tcc13W
Tcc13W Tcc17W
Tcc17W
,,22
Tcc4
Tcc4
2288 ,,55 Tcc20
Tcc20
,,55
0D 3322 1122 ,,00 1133
,,22
15 1111
521.750
521.750
3355
,,55 Æ Fcc10
Fcc10
2200
,,66
bgg Tcc1
Tcc1
,,88
1155 1144
,,66
qbg Tcc3
Tcc3
D 3377
,,88
2288
..55 Æ Fcc11
Fcc11
,,33
100 1144 155
,,88
Tcc2W
Tcc2W
Tcc11
Tcc11
,,00 ,11
3355 1177, 1188
,,77
Malha de Pesquisa
,,88 ,,11
50
D 4400 2222
,,33
qbg 1188 450
450
450
500
500
500
500
500
550
550
550
550
550
550
D
D
D
D
000 D
D
111111000000000
00D D
D
D
D
55555000
ssseeeeee
BBBaaaaaasss
hhhaaaaaa BBB
LLLLLLiiiinniinnnnhhh
0
0E
000 EEE
EE
55
5 50
55
000 EEE
E
1111100000000
50
E Seções de Cubagem
0 50 100 m
150
150
150 100
100
100
100
100
100 50
50
50
50
50
ESCALA 1:1.000
E
100
150
E MAPA GEOLÓGICO E DE
SERVÍÇOS EXECUTADOS
LEGENDA Alagado
alv
alv m
D r e n a ge
Aluvião
Barragem
Açude
PROJETO GRAFITA
qbg
qbg Quartzo-Biotita-Gnaisse - apresenta localmente faixas métricas com cristais de grafita.
Æ FURO SONDAGEM
LOCAL DISTRITO e MUNICÍPIO ESTADO
xg
xg Xisto Grafitoso - com raras intercalações decimétricas de gnaisse. Estrada
TRINCHEIRA
CHERECO BATURITÉ CEARÁ
Biotita-Xisto Grafitoso - com láminas esparsas ricas em grafita. Edificações
bxg
bxg
EIXO ANOMALIA GEOFÍSICA
CARGABILIDADE/RESISTIVIDADE Cota ESCALA GEÓLOGO
bgg
bgg Biotita-Gnaisse Grafitoso - com intercalações métricas de xisto grafitoso. 35,0
PAULO ROBERTO PIZARRO FRAGOMENI
1:1.000 CREA-GO 1053/D
A grafita, embora disseminada, ocorre mais frequentemente nos níveis mais ricos em
biotita, onde pode ocorrer intercrescida com esta. Apresenta textura lamelar / tabular (flake).
As lamelas estão orientadas paralelamente à xistosidade geral da rocha, dobradas e exibem
forte pleocroismo de reflexão e “amarrotamento”, possivelmente, como resultado do
dobramento. São praticamente livres de inclusões, tendo sido observadas somente algumas
pequenas inclusões de rutilo (?), além de pequenas lentes de quartzo/feldspato (?) nos planos
de exfoliação.
Nas amostras 1 e 2, de minério disseminado, a grafita corresponde respectivamente a
14% e 8% do volume total das mesmas, e as variações granulométricas estão representadas a
seguir (Tabela 4).
Trata-se de uma extensa faixa grafitosa, com cerca de 50 metros de largura, que se
estende na direção sudoeste por mais de 8 (oito) quilômetros, com início nos arredores do
povoado de Pedra Branca ao leste estendendo-se para oeste.
Essa faixa é constituída por diferentes corpos de gnaisses grafitosos que podem ser
individualizados em campo e classificados como gnaisse grafitoso, granada biotita gnaisse
grafitoso e biotita gnaisse grafitoso. Eles estão encaixados em um quartzo biotita gnaisses,
que também pode conter um pouco de grafita associada, e constituindo estruturas antiformais
de padrão isoclinal, com os planos axiais levemente inclinados para sul (>70º), na direção dos
esforços. São nas porções apicais destas dobras, zonas mais susceptíveis às mineralizações,
que se encontram as litologias mais incompetentes, transformadas em gnaisses bem xistosos,
micro-dobrados e com concentrações de grafita. É nestas estruturas remanescentes que
aparecem aqui as mineralizações de grafita, em extensos corpos, dispostos de forma alinhada
e orientados na direção ENE. Os teores médios do minério destes corpos variam de 1,5 a 8,0
% de C e a grafita é do tipo flocos (flake), de fácil liberação.
Essa faixa corresponde a Subunidade Baturité que faz parte da Sequência Supracrustal
Metavulcano-Sedimentar Acarápe e foi gerada em ambiente de mar profundo, provavelmente
em zona de talude continental.
largura, que se estende na direção WSW por mais de 10 (dez) quilômetros. Esta faixa tem
início na Fazenda Alvorada, nos arredores de Lagoinha, e se estende para sudoeste até o
Povoado de Itans. O minério desta faixa é bastante similar ao da Faixa Chereco-Erom,
contudo ele também se encontra relacionado à Subunidade Baturité e está associado ao fácies
mais profundo (sopé de talude e planície abissal) da paleogeografia da Sequência Acarápe.
Para referência dos teores de carbono frequentes neste tipo de minério, são
apresentados a seguir alguns resultados de análises químicas dos principais jazimentos
(Tabela 5).
Tabela 5 - Teores médios do minério epigenético
Alvos
Amostras C (%)
Cava Sul Cava Sul Pilha Garimpo 31,7
T1 188S/65E 40,0
Cava Sul Ponta Norte 22,1
Figuras 30 e 31 - Alvo Cava Sul. Veio de Grafita com minério maciço, epigenético (>70% de C), com
contato brusco com a rocha encaixante (migmatito) - Fazenda da Laje (UTM-SAD69 24M, 523185E,
9502359N)
73
Dois corpos que exemplificam muito bem este tipo de mineralização: o alvo Cava Sul,
com um minério formado por vênulas de grafita (stockwork) e associado a pegmatito, que mostra
o caráter tipicamente hidrotermal, cortando rocha gnáissica constituída por feldspato, quartzo e
biotita (Figuras 32 e 33); e o Norte-Sul, que preenche uma falha vertical e, consequentemente,
tem a forma tabular, com 2,0 m de largura e mais de 120 m de extensão (Figura 34).
74
Figura 32 - Minério fluido depositado - Vênulas de grafita preenchendo fraturas de uma zona
brechada, formando uma estrutura de stockwork. Alvo Cava Sul (UTM-SAD69 24M, 523185E,
9502359N)
Figura 33 - Veio de feldspato e quartzo, cortando o corpo de minério de grafita maciço no entorno
do plúton granítico Pedra Aguda - Alvo Cava Sul, Fazenda da Laje de Pedra (UTM-SAD69 24M,
523185E, 9502359N)
76
Os trabalhos tiveram início com o estudo de duas ocorrências de grafita do tipo maciço
na Fazenda Laje de Pedra, chamadas Cava Sul e Cava Norte (Figura 35). Com os parâmetros
desta avaliação foi realizada uma pesquisa, que resultou na identificação de outros 3 (três)
corpos relevantes de grafita maciça (Norte-Sul, Juamirim e Madalena Norte) e outros 4
(quatro) de menor expressão (Seu Chico I, Tó, Chico Néri e Antonio Alves).
Os trabalhos foram concentrados inicialmente na Fazenda Laje de Pedra, onde se
situam as principais ocorrências de grafita maciça, que serviu de área piloto para teste de
técnicas de prospecção e experiências com diferentes métodos geofísicos (Radar, e
eletrorresistividade, VLF e IPS).
Para amarrar os trabalhos de pesquisa nas áreas selecionadas foram feitas malhas
cartesianas de picadas, marcadas com topógrafo e com linhas de 100 em 100 metros e
piquetes de 50 em 50 metros, totalizando 21,6 km (Tabela 7). Depois foi necessário adensar o
número de linhas e de piquetes (20 em 20 metros) para facilitar o levantamento de Polarização
Induzida Espectral (SIP), que utilizou o espaçamento de 20 metros entre os eletrodos de
corrente e os de potencial (AB=MN=20m).
Figuras 37 e 38 - Poços rasos na Fazenda da Laje de Pedra para identificação da litologia subjacente
Foi aberto um total de 56 trincheiras, totalizando cerca de 560 metros lineares, sendo
que 17 (dezessete) delas foram abertas com auxílio de retroescavadeira, para observações em
profundidades superiores a 2 (dois) metros (Tabela 9).
O estudo geofísico por eletrorresistividade das rochas (ER) foi realizado na malha
implantada na Fazenda Laje de Pedra, tendo utilizado para coleta dos dados de campo os
dispositivos de arranjo dos eletrodos pelos métodos Schulumberger e Wenner.
O resultado deste levantamento não destacou a principal mineralização de grafite
maciço da Fazenda da Laje de Pedra, denominada para fins da pesquisa de corpo da Cava Sul.
Isso se deveu a água do lençol ser muito salgada e, portanto, muito condutiva. No entanto, em
três anomalias apontadas na Fazenda da Laje por este método, revelaram corpos novos de
minério maciço.
Figuras 41 e 42 - Levantamentos de GPR realizados na Fazenda da Laje com Sistemas Ramac e com
GPR IDS-Radar RIS Multifrequencial
83
Foram feitas duas campanhas de sondagem, que fizeram 7 (sete) furos no Alvo
Fazenda Laje de Pedra, 12 (doze) no Alvo Chereco e 6 (seis) no alvo Erom, totalizando 1.800
metros de sondagem rotativa com diâmetros NX e BX (Figuras 45 e 46).
Os furos na Fazenda da Laje de Pedra visaram o prolongamento do corpo Cava Sul,
sendo 6 (seis) inclinados de 45º a 60º e 1 (um) vertical; no Alvo Chereco foram realizados 4
(quatro) furos verticais e 8 (oito) inclinados de 60º; e no Alvo Erom todos os 6 (seis) furos
foram verticais.
A primeira campanha de sondagem foi programada com base nos elementos
geológicos com cerca de 50% de acerto, enquanto a segunda campanha com os furos
marcados com auxílio da geofísica (PIS/ER) apresentou 100% de acerto.
Os testemunhos dos furos de sonda, utilizados na cubagem das reservas, estão
guardados na residência de Pedra Branca da empresa de mineração, acondicionados em caixas
de madeira apropriadas. Eles foram descritos e auxiliaram na interpretação da geologia dos
diferentes corpos de minério atravessados.
85
Mesh Tyler mm
+10 +1,70
+14 +1,18
+28 +0,50
-28 +0,60
87
Faixa +10#
Faixa +28#
Faixa -28#
Figura 47 - Seção geológica auxiliar utilizada na cubagem da reserva, com topografia e mostrando a
projeção dos furos de sondagem (FCC 14, FCC 15 e FCC17) e o perfil final da lavra em vermelho
ALVO TOTAL
Minério (t) C contido (t) %C
flotação, seguido por lixiviação e secagem. A escala de produção inicial prevista é de 15.000
t/ano de concentrado de grafita, com teores na faixa de 85 a 96% de C. A lavra foi planejada
para uma vida útil de 15 (quinze) anos, com produção anual de 12.000 t de grafite contido no
concentrado, considerando apenas a reserva medida recuperável.
O granada biotita xisto grafitoso, registrado no mapa apenas como “xisto grafitoso”, é
de cor cinza, e contém algumas intercalações decimétricas de gnaisse grafitoso. Ocupa a parte
NE do corpo, cobrindo mais de 70% da área de afloramento, onde foi medida uma reserva de
1.760.601 t deste tipo de minério com um teor médio de 5,66% de Carbono.
O outro corpo de minério deste alvo é constituído por um biotita xisto grafitoso, de
coloração cinza escura, apresentando localmente lâminas ricas em grafita, e que se destaca
pela maior quantidade de biotita em relação aos cristais de grafita. Ocupa uma pequena faixa
no canto SE, indo desde a picada –50 até a picada 200. Foi medida uma reserva de 1.182.245 t
deste tipo de minério com um teor médio de 1,91% de carbono.
mapas de cargabilidade e resistividade revelou com boa precisão a posição desta faixa
mineralizada, que foi comprovada através de afloramentos, trincheiras, poços e sondagens.
A primeira programação de sondagem nesta área (furos FE-1 a 3) foi baseada nas
informações de geologia de campo, sem orientação da geofísica. Após o levantamento IPS/ER
(Figuras 50 e 51) foi feita nova programação de furos (FE-4 ao FE-7), que permitiu medir
uma reserva medida de 2.836.406 t de minério com teor médio de 2,39% de Carbono.
Nas áreas adjacentes aos alvos Chereco e Erom, mapeadas como biotita gnaisse
grafitoso (BBG), ocorrem concentrações grafitosas em estratos de largura variável de 1 a 10
metros e extensões superiores a 70 metros. Estas ocorrências serão pesquisadas
posteriormente para identificação de reservas adicionais de grafita.
Foi aqui denominado como Alvo Madalena Sul a faixa mineralizada e intermediária
entre os Alvos Chereco e Erom. O levantamento geofísico de SIP/ER revelou a extensão oeste
do corpo Chereco para sudoeste, na área da Fazenda Madalena. Esta indicação orientou a
abertura de poços de pesquisa, que confirmaram a continuidade da faixa mineralizada desde o
Alvo Chereco até o açude da Fazenda Erom.
Esta ocorrência de xisto grafitoso estende-se de leste para oeste, desde o piquete 450
da malha Chereco até o piquete –50 da malha Erom, perfazendo 1.024 metros de extensão, e
97
revelou uma reserva inferida de 2.770.684 t de minério com teor médio de 3,97% de carbono.
(Figura 52).
Trata-se de uma ocorrência conhecida deste a década de 40, com uma grande cava
aberta por antigos garimpeiros, que deixa uma boa exposição de minério maciço (Figura 54 -
foto).
Este corpo situa-se ao sul da Fazenda da Laje de Pedra, possui uma forma lenticular,
com 110m no eixo maior e com até 10 metros de largura, com atitude N70°W/60°N e é
SE
SE
SE
PROJETO GRAFITA NW
NW
NW
SE
SE
SE
SE NW
NW
NW
NW 9.502.000
9.502.000
9.502.000
-50 (n°11w) 9.502.000
9.502.000
9.502.000
40
40
40
40
40
LOCAL: CHERECO
525.000
525.000
526.000
526.000
525.000
525.000
526.000
526.000
525.000
526.000
BATURITÉ - CE
20
20
20
20
20
20
AFLORAMENTO
0
000
0
-20
-20
-20
-20
-20
QBG
QBG XG
XG QBG
QBG
BXG
BXG -40
-40
-40
-40
-40
-60
-60
-60
-60
-60 CHICO NERI
CHICO NERI
150
150
150
150 E
E
E
150 E
E 100
100
100
100 E
E
E
100 E
E 50
50
50
50 E
E
E
50 E
E 0
000
0 50
50
50
50 D
D
D
50 D
D
0 25 50 m
ANTONIO ALVES
ANTONIO ALVES
524.000
524.000
524.000
524.000
ALVO EXTENSÃO
NORDESTE
9.501.000
9.501.000
9.501.000
9.501.000
9.501.000 800178/00
800178/00
800178/00
800178/00
800178/00
800178/00
SERRINHA-ESTRADA
SERRINHA-ESTRADA
SERRINHA-ESTRADA
SERRINHA-ESTRADA
SERRINHA-ESTRADA
SERRINHA-ESTRADA
--5500 ((nn
CAVA
CAVA
CAVA
CAVA
CAVA NORTE
NORTE
NORTE
NORTE
NORTE
CAVANORTE
SERRINHA-AÇUDE
SERRINHA-AÇUDE
SERRINHA-AÇUDE
SERRINHA-AÇUDE
°°1111w
w))
SEU
SEU
SEU CHICO
CHICO
CHICO CORPO
CORPO
CORPO
CORPO
CORPO NORTE-SUL
NORTE-SUL
NORTE-SUL
NORTE-SUL
NORTE-SUL
CORPONORTE-SUL
SEU
SEU CHICO
CHICO
SEUCHICO
800034/01
800034/01
800034/01
800034/01
800034/01
800034/01
800230/01
800230/01
800230/01
800230/01
800230/01
800230/01
CORPO
CORPO
CORPO
CORPO
CORPO
CORPO
TÔ
TÔ
TÔ
ALVO CAVA
CAVA
CAVA
CAVA
CAVA SUL
SUL
SUL
SUL
SUL
CAVASUL
TÔ
TÔ
TÔ
ALVO
ALVO
ALVO
ALVO
ALVO FAZENDA
FAZENDA
FAZENDA
FAZENDA
FAZENDA
ALVOFAZENDA
LAGE
LAGE
LAGE
LAGE
LAGE DE
DE
DE
DE PEDRA
PEDRA
PEDRA
PEDRA
PEDRA
DEPEDRA
LAGEDE
CHERECO CHICO
CHICO
CHICO NERI
NERI
CHICO
CHICO NERI
NERI
NERI
CHICONERI
ANTÔNIO
ANTÔNIO
ANTÔNIO
ANTÔNIO
ANTÔNIO ALVES
ALVES
ALVES
ALVES
ALVES
ANTÔNIOALVES
ALVO
ALVO
ALVO
ALVO MADALENA
MADALENA
MADALENA
ALVOMADALENA
ALVO MADALENA
MADALENA 800328/02
800328/02
800328/02
800328/02
800328/02
800328/02
NORTE
NORTE
NORTE
NORTE
NORTE
NORTE
ALVO
ALVO
ALVOMADALENA
MADALENA
MADALENA
DOMÍNIO MIGMATITOS ALVO JUAMIRIM
ALVOJUAMIRIM SUL
SUL
SUL
ALVO
ALVO
ALVO JUAMIRIM
JUAMIRIM
JUAMIRIM SUL
SUL
SUL
ALVO
ALVO
ALVO
ALVO
ALVO EXTENSÃO
EXTENSÃO
EXTENSÃO
ALVOEXTENSÃO
EXTENSÃO
EXTENSÃO
Migmatitos de fácies metatexito, guardando elementos planares, exibindo estruturas dobrada, flebítica, NORDESTE
NORDESTE
NORDESTE
NORDESTE
NORDESTE
estromatolítica, e "schollen". Esta seqüência litológica é complexa, formada por rochas de alto grau de ALVO
ALVO EROM
EROM
EROM
ALVOEROM
ALVO
ALVO
ALVO EROM
EROM
metamorfismo, com hiperstênio, onde se destaca o enderbito como rocha dominante ALVO
ALVO
ALVO
ALVO CHERECO
CHERECO
CHERECO
ALVOCHERECO
CHERECO
Formado basicamente por uma seqüência de gnaisses variados, com intercalações de xistos, anfibolitos,
quartzitos e rochas cálcio-silicaticas (mármores impuros).
FAIXA CHERECO-EROM
Faixa de ocorrência xistos e gnaisses mineralizados, formada principalmente por granada biotita xisto MAPA GEOLÓGICO
MINERAÇÃO LUNAR LTDA.
grafitoso, encaixados em gnaisses, constituindo estruturas antiformais de padrão isoclinal, com os planos
axiais levemente inclinados para sul (>70º). Nas porções apicais destas dobras, zonas mais susceptíveis
as mineralizações, encontram-se as litologias mais incompetentes, transformadas em xistos micro-dobrados PROJETO GRAFITA
com concentrações de grafita.
LOCAL DISTRITO e MUNICÍPIO ESTADO
Eixo
Eixo da
da anomalia
anomalia (geofísica
(geofísica de
de IPS ER)
IPS ee ER) Drenagem
Drenagem
EXTENSÃO NORDESTE CEARÁ
0 250 500 m BATURITE
Alvos
Alvos de pesquisa
de pesquisa
Estrada
Estrada GEÓLOGO
ESCALA
Alvos
Alvos de
de pesquisa
pesquisa de
de reservas
reservas inferidas
inferidas 1:10.000
PAULO ROBERTO PIZARRO FRAGOMENI
DNPM
DNPM 1:10.000 CREA-GO 1053/D
encaixado em rochas migmatíticas (Figura 55). É formado por minério do tipo maciço, com
teores variando de 22% a 56% de carbono, com a cor variando do cinza escuro ao negro e
apresenta em quantidades variáveis intercalações milimétricas brancas, orientadas, formadas
por agregados de cristais de feldspato (geralmente caulinizados).
Este corpo situa-se ao sul da Fazenda Laje de Pedra e possui este nome por preencher
uma falha geológica de direção norte-sul (Figura 56).
103
O corpo foi descoberto por uma anomalia de Eletro Resitividade (> 25 ohm.m), tem forma
tabular, com extensão superior a 120 metros e largura de 2 metros na parte norte do corpo e
alarga-se para sul atingindo 10 metros. O corpo é vertical e a sua profundidade, indicada pela
geofísica (SPI/ER), é superior a 80 metros, no entanto, foi considerado apenas 10 metros no
cálculo da reserva medida.
A reserva medida mais a indicada foi calculada em 44.856 t de minério com teor
médio de 14,48% de C, correspondendo a 6.495 t de grafita.
A reserva medida mais a indicada é de 294.281 t de minério com teor médio de 7,33%
de C, correspondendo a 21.569 t de grafita.
111
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos até aqui realizados tiveram como objetivo maior a identificação dos
controles geológicos das mineralizações de grafita da região de Aracoiába-Baturité, para
servirem de guia de prospecção de outros depósitos similares que porventura ocorram no
Estado do Ceará.
Os trabalhos tiveram início com o levantamento e a análise das informações
disponíveis sobre as ocorrências conhecidas, juntamente com as verificações efetuadas em
campo das áreas mineralizadas. A seguir foi feita uma interpretação destes dados com o
objetivo de encontrar elementos que pudessem indicar metalotectos / controles das
mineralizações dentro do contexto geológico regional.
A falta de mapeamentos geológicos atualizados e, principalmente, que tivessem sido
executados em escala semiregional, constituiu-se no grande desafio deste trabalho, e tentar
decifrar o contexto geológico regional para poder reconhecer ambientes geológicos favoráveis
à ocorrência de mineralizações de grafita foi uma das mais importantes metas a ser atingida.
Para tal, houve a necessidade de uma breve revisão de alguns conceitos,
particularmente o de “domínios e terrenos”, para que se pudesse ter uma melhor
contextualização geológica da área de estudo.
coletiva composta por mais de um terreno e tem a vantagem de ser análogo ao uso
litoestratigráfico de grupo e supergrupo.
A grande complexidade geológica da Província da Borborema, especialmente, com
relação à grande quantidade de áreas justapostas por zonas de cisalhamento, e ainda
apresentando internamente grandes falhamentos direcionais, levou Brito Neves et al. (2000) a
adotarem provisoriamente o termo “domínio” para classificar estas superfícies.
Brito Neves et al. (2000), na síntese dos conhecimentos geológicos da Província da
Borborema apresentada no Congresso Internacional de Geologia 2000, mantiveram o termo
informal de “domínio” para estas áreas, para que no futuro, com o avanço dos conhecimentos
geológicos, fossem enquadrados dentro do conceito de “terrenos” ou “superterrenos”.
A recente subdivisão proposta por Campelo (2009), com base no avanço dos
conhecimentos geológicos, justifica o abandono do termo informal de “domínio” e o uso da
terminologia de “terreno”, adotada internacionalmente.
No presente estudo foi adotado para a Subprovíncia Setentrional da Borborema, onde
se situa a área da tese, a divisão dos limites de terrenos tectono-estratigráficos proposta por
Campelo (2009) e descrita no capítulo 3.2.1. Esta divisão resultou da investigação das zonas
de cisalhamento como prováveis limites de terrenos, a partir dos recentes levantamentos
gravimétricos e dos atuais conhecimentos geológicos. Dessa forma, podem-se considerar as
grandes zonas de cisalhamento presentes no DCC como zonas de escapes ou ajustes laterais
entre blocos.
Tal idéia, entretanto, não encontra consonância no presente trabalho onde se considera
que a real posição da geossutura, resultado da colisão de microplacas, corresponderia àquela
constituída pela sequência de turbiditos e anfibolitos ortoderivados que englobam a faixa
grafitosa singenética do distrito grafitífero de Baturité-Aracoiába. Geograficamente, pode-se
verificar que as duas áreas citadas por Almeida; Nogueira (1996) de Canindé e a do rio Choró,
acompanham a faixa anfibolítica-grafitosa indicada na figura 64.
mundo. Dessa forma, a subunidade Baturité I foi considerada na presente tese como fazendo
parte de um cinturão khondalítico.
Figura 65 - Seção hipotética representando a zona de mar raso onde sedimentou a subunidade
Aracoiába e a zona de mar profundo com a sedimentação das subunidades Baturité I e II
117
área de influência térmica e de seus fluídos para remobilização (a partir da grafita singenética)
e posterior deposição desse mineral nas falhas e fraturas.
formação. A relação entre estes isótopos é expressa em variação de partes por mil (±‰),
comparando a amostra com o padrão de referência internacional para isótopos de carbono
(VPDB - Vienna Pee Dee Belemnite) conforme descrito no item 2.3.
13
Os diversos estudos comparativos das relações C/12C em grafitas de diferentes
origens (matéria orgânica sedimentar, magmática e de reações minerais com carbonato)
permitiram estabelecer as faixas de valores correspondentes para cada tipo genético (Tabela
12). Dentre estes estudos destacam-se Brady et al. (1998), Hoefs; Frey (1976), Ohmoto
(1986), Schidlowski (2001), Schoell;Wellmer (1981) e Weis et al., (1981).
Carbono δ13C
Biogênico -30 ‰ a -20 ‰
Sedimentar de carbonatos -9.7 ‰ a 0 ‰
Magmático -7.0 ‰ a -5.0 ‰
Para verificar a origem do carbono contido nos dois tipos de minérios (singenético e
hidrotermal) encontrados na área da presente tese, foram coletadas 6 (seis) amostras de grafita
retiradas das principais mineralizações conhecidas, que foram dosadas para determinação dos
12 13
isótopos estáveis Ceo C de carbono no laboratório de Geoquímica Orgânica da FGEL/
UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
As análises foram obtidas com o instrumental da LECO Corporation (modelo CHN-
600), utilizando a norma ASTM-D5373, conforme a metodologia descrita anteriormente no
item 1.3.6 sendo os resultados apresentados na tabela 13, a seguir:
relações entre isótopos estáveis de carbono, todos com entre -30 ‰ e -20 ‰, revelam sinal de
atividades biológicas (bioassinaturas) e permitem afirmar que a grafita das amostras acima
13
são derivadas de matéria orgânica. A tabela 14 compara as relações C/12C de grafitas de
diferentes origens com a do Distrito Grafitífero Aracoiába-Baturité.
a 570°C e de 570 a 1050°C, conforme mostra o gráfico de curvas de análise térmica (Figura
66).
Esta adequação de faixa de temperatura revelou uma variação de 7 a 10% nos teores
de carbono de uma mesma amostra (Tabela 16). Também, a constatação de que os minérios
dos dois distritos minerais possuem limites próprios dos eventos endotérmicos é inédita e de
suma importância para avaliação econômica de jazimentos de grafita.
— perda de massa (%); --- derivada da perda de peso (°C); -.-.-.- diferença de temperatura
Na região ocorrem rochas com alta cargabilidade e que não são grafitosas,
como é o caso, por exemplo, das rochas calciossilicáticas (de alta resistividade). Dessa
forma a aplicação concomitante dos dois métodos foi fundamental na pesquisa de
minério de grafita, pois apenas a cargabilidade não indicaria com segurança os corpos
de minério.
126
CENTRO POLITÉCNICO - CAIXA POSTAL 19.001 - CEP 81531-990 - CURITIBA - PARANÁ - BRASIL
Fone/Fax: (041) 361-3132 – Fax (041)266.2393 - http://www.geologia.ufpr.br - e-mail: lpga@geologia.ufpr.br
7 CONCLUSÕES
Chico, Juamirim, Seu Chico, Cava Norte, Serrote Açude, Serrote Estrada, Tida, Chico Néri,
Antonio Alves, Tó.
i) As variações do δ13C determinadas em amostras de grafita do minério disseminado
são de -26,72‰ a -23,52‰ e do minério maciço de -27,03‰ a -20,83‰. Estes valores das
relações entre isótopos estáveis de carbono, todos com valores entre -30 ‰ e -20 ‰, revelam
sinal de atividades biológicas (bioassinaturas) e permitem afirmar que a grafita das amostras
acima são derivadas de matéria orgânica.
j) Foram aqui descritos os principais guias de prospecção para grafita e testados os
seguintes métodos geofísicos: Eletrorresistividade; GPR - Ground Penetrating Radar;
Magnetometria; VLF - Very Low Frequency; e Polarização Induzida Espectral (IPS) /
Eletrorresistividade (ER). A conjugação dos métodos de Polarização Induzida Espectral (IPS)
e Eletrorresistividade (ER) foi o que demonstrou a melhor eficiência em função da alta
cargabilidade e baixa resistividade do minério de grafita.
k) Uma importante constatação neste estudo refere-se à metodologia de determinação
do teor de carbono por termogravimetria (ATG), que é o método mais utilizado para este
elemento. Verificou-se que as faixas de queima atribuídas ao carbono no minério do Distrito
de Aracoiába-Baturité (340 a 570°C e de 570 a 1050°C) eram diferentes das faixas do minério
de Minas Gerais (“350°C a 650°C” e “650°C a 1.050°C). Tal fato indica a necessidade de se
determinar previamente as faixas de temperatura para cada região pesquisada.
130
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F.F.M.; HASUI, Y.; BRITO NEVES, B.B. Províncias estruturais brasileiras. In:
SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO NORDESTE, 8, 1977, Campina Grande. Atas... Campina
Grande: SBG, 1977. 499p. p.363-391. (Boletim do Núcleo Nordeste da SBG, 8),
ALMEIDA, F.F.M., BRITO NEVES, B.B., CARNEIRO, C.D.R.. The origin and evolution of
the South American Platform. Earth Science Reviews, [S.l.], v.50, p. 77-111, 2000.
BIZZI, L.A.; SCHOBBENHAUS, C.; GONÇALVES, J.H.; BEARS, F.J.; DELGADO, I.M.;
ABRAM, M.B.; LEÃO NETO, R.; MATOS, G.M.M.; SANTOS, J.O.S. (Coord.), Geologia,
Tectônica e Recursos Minerais do Brasil: Sistema de Informações Geográficas Brasília, DF.
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 2001. Escala 1:2.500.000. 4 CDROM’s.
______. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil: texto, mapas & SIG. Brasília:
CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2003. 692 p.
BRADY J. B., CHENEY J. T., AMY LARSON RHODES A. L., VASQUEZ A., GREEN C.,
DUVALL M., KOGUT A., Isotope geochemistry of Proterozoic talc occurrences in Archean
marbles of the Ruby Mountains, southwest Montana, U.S.A. Geological Materials Research.
[S.l.],. v1, n.2, p.14, 1998
BRAGA, A.P.G., PASSOS, C.A.B., SOUZA, E.M., FRANÇA, J.B., MEDEIROS, M.F. &
ANDRADE, V.A. Projeto Fortaleza: Relatório Final. Recife: DNPM/CPRM, 1977. 10.p.
Relatório técnico.
______. O mapa geológico do nordeste Oriental do Brasil, escala 1:1.000.000. 1983. 177 p.
Tese (Livre Docência) – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo.
1983.
BRITO NEVES, B. B.; CORDANI, U. Tectonic evolution of South America during the Late
Proterozoic. Precambrian Research. Amsterdam, v. 53, n. 1, p.23-40, 1991.
BRITO NEVES, B. B.; SANTOS E. J.; VAN SCHMUS W.R.. Tectonic History of the
Borborema Province, Northeast Brazil. In: CORDANI U. G.; THOMAZ FILHO A.;
CAMPOS D.A. Tectonic Evolution of the South America . Rio de Janeiro: CPRM, 2000.
International Geology Congress of 2000.
BRITO NEVES, B. B.; PASSARELLI, C. R.; BASEI, M. A. S.; SANTOS, E. J. Idades U-Pb
em zircão de alguns granitos clássicos da Província Borborema. Geologia USP. São Paulo, v.
3, p. 25-38. 200.3 Série Científica
CABY, R.; ARTHAUD, M.H., Major Precambrian napes of the Brazilian belt, Ceará,
Northeast Brazil. Geology. [S.l.], v. 14, p. 871-874. 1986.
CABY, R.; SIAL, A. N.; ARTHAUD, M.; VAUCHEZ, A. Crustal evolution and the
brasiliano orogeny in Northeast Brazil. In: DALLMAYR, R. O.; LOCORCHER, J. P. (Ed.).
The West African Orogens and Circum Atlantic Correlatives. Berlin: Springer-Verlog, 1991.
p. 373-393.
CAMPOS NETO, M.C.; BITTAR, S.M.B.; BRITO NEVES, B.B. Domínio Tectônico do Rio
Pajeú – Província Borborema:Orogêneses supostas no Ciclo Brasiliano/Pan-Africano.
CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 38., 1994, Camburiú. Boletim de Resumos
Expandidos... 1994. v.1, p.221-222.
CHACKO, T.; KUMAR, G. R. R.; MEEN, J. K.; ROGERS, J. J. W., The Kerala Khondalite
Belt of Southern India: An Ensialic Mobile Belt. In:. ASHWAL, Lewis D (Ed). Workshop on
the Growth of Continental Crust. Houston: Lunar and Planetary Institute, 1988. LPI
Technical Report, v.88, n. 2, p.45-47.
CONDIE, K.C.; BORYTA, M.D.; LIU, J.; QIAN, X. The Origen of khondalites:
Geochemical evidence from the Archean to early Proterozoic granulite belt in the North
China craton. Precambrian Research. [S.l.], v. 59, n.3-4, p. 207-223. 1992.
CRESPO E.; LUQUE F.J.; RODAS M.; WADA H.; GERVILLA F. Graphite–sulfide deposits
in Ronda and Beni Bousera peridotites (Spain and Morocco) and the origin of carbon in
mantle-derived rocks. Gondwana Research. [S.l.], v.9, p. 279-290. 2006.
DANTAS, E. L., HACKSPECHER, P.C., VAN SCHMUS, W.R.; BRITO NEVES, B.B.
Archean accretion in the São José do Campestre Massif, Northeast Brazil. Revista Brasileira
de Geociências. Curitiba, v.28, n. 2, p.221-228, 1998.
DEGENS E.T. Geochemistry of stable carbon isotopes. In: EGLINTON, G.; MURPHY,
M.T.J. (Ed.). Organic Geochemistry [S.l.], p 304-329. 1969
DOBNER, A.; GRAF, W.; HAHN-WEINHEIMER P.; HIRNER A.: Stable carbon isotopes
of graphite from Bosnia Mine, Sri Lanka. Lithos, Oslo, v.11, n. 3, p. 251-255, 1978.
ERDOSH, G. Geology of Bogala Mine, Ceylon and the origin of vein-type graphite.
Mineralium Deposita, [S.l.], v.5, p.375-382, 1970.
FETTER, A.H. U/Pb and Sm/Nd geochronological constraints on the crustal framework and
geologic history of Ceará State, NW Borborema Province, NE Brazil: Implications for the
assembly of Gondwana. 1999. 164p. Tese (Doutorado) - University of Kansas, Kansas, 1999.
FETTER, A.H.; VAN SCHMUS, W.R.; SANTOS, T.J.S.; ARTHAUD, M.; NOGUEIRA
NETO, J.A. U-Pb and Sm-Nd geochronological constrains on the crustal evolution and
basement architecture of Ceará State, NW Borborema Province, NE Brazil: implications for
the existence of the paleoproterozóico supercontinent Atlantica. Revista Brasileira de
Geociências, Curitiba, v. 30, p. 102-106, 2000.
FETTER, A. H.; SANTOS, T.J.S.; VAN SCHIMUS, W.R; HACKSPACHER, P.C.; BRITO
NEVES, B.B.; ARTHAUD, M.H.; NOGUEIRA NETO, J.A.A.; WERNICK, E. Evidence for
Neoproterozoic Continental Arc Magmatism in the Santa Quitéria Batholith of Ceará State,
NW Borborema Province, NE Brazil: Implications for the Assembly of West Gondwana.
Gondwana Research, [S.l.], v. 6, n. 2, p. 265-273, 2003.
133
GIBBONS, W. Suspect terranes. In: HAN COCK, P.L.(Ed.). Continental deformation. [S.l]:
Pergamon Press, 1994. p.305-319 apud MEDEIROS, V. C. Programa Levantamentos
Geológicos Básicos do Brasil. Aracaju NE. Folha SC.24-X. Estados da Paraíba.
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Brasília, DF: CPRM, 2000. Escala 1:500.000.
(Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil).
GOMES, J.R.C.; GATTO, C.M.P.P.; SOUZA, G.M.C.; LUZ, D.S.; PIRES, J.L.; TEIXEIRA,
W., Geologia: Mapeamento Regional. In: PROJETO RADAMBRASIL. Folhas SB.24/25,
Jaguaribe/Natal; geologia, geomorfologia, pedologia,vegetação e uso da terra, Rio de Janeiro:
MME, 1981, p. 27-300. (Levantamento de Recursos Naturais, v. 23).
HOEFS, J.; FREY, M.. The isotopic composition of carbonaceous matter in a metamorphic
profile from the Swiss Alps. Geochimica et Cosmochimica Acta. [S.l.], v. 40, n. 8, p. 945-951.
1976.
HOFFMAN, P. F.; KAUFMAN, A. J.; HALVERSON, G. P.. Comings and goings of Global
glaciations on a Neoproterozoic Tropical Platform in Namibia. GSA Today, [S.l.], v. 8, n. 5, p.
1-10. 1998.
JARDIM DE SÁ, E. F.; MACEDO, M.H. F.; REINHARDT A. F., KAWSHITA, K. Terrenos
proterozóicos na Província Borborema e a margem norte do Craton São Francisco. Revista
Brasileira de Geociências. Curitiba, v. 22, n. 4, p.472-408. 1992.
LUQUE, F.J.; PASTERIS, J.D.; WOPENKA, B.; RODAS, M.; E BARRENECHEA J.F., ,
Natural fluid-deposited graphite: mineralogical characteristics and mechanisms of formation.
American Journal of Science. [S.l.], v. 298, Jun, p. 471-498. 1998
LUQUE F. J.; RODAS M.; E GALÁN E. Graphite vein mineralization in the ultramafic rocks
of southern Spain: Mineralogy and genetic relationships. Journal Mineralium Deposita. [S.l.],
v.27, n.3, Jun, p. 226-233. 1992
134
MARTINS, G.; OLIVEIRA, E.P.; SOUZA FILHO, C.R.; LAFON, J.M. Geochemistry and
Geochronology of the Algodões Sequence, Ceará, NE Barzil: A Paleoproterozoic Magmatic
Arc in the Central Ceará Domain of the Borborema Province. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 40, Belo Horizonte. Anais…Belo Horizonte: SBG, 1998. p.
28.
MEDEIROS, V. C.. Aracaju NE. Folha SC.24-X. Estados da Paraíba. Pernambuco, Alagoas,
Sergipe e Bahia. Brasília, DF: CPRM, 2000. Escala 1:500.000. (Programa Levantamentos
Geológicos Básicos do Brasil).
OLIVER R. L. The Borrowdale volcanic and associated rocks of the Scafell área, English
Lake District. Quarterly Journal of the Geological Society of London, [S.l.], v.117, p.377-417.
1961.
SANTOS, E. J.; BRITO NEVES, B.B. Província Borborema. In: ALMEIDA, F. F. M.;
HASUI, Y. (Coord.). O Pré-Cambriano do Brasil. São Paulo: Edgard Blucher, 1984. 378p.
______. Petrogenegisis and Tectonic Setting of the Lagoa das Pedras Magmatism, Floresta,
State of Pernambuco, Província Borborema. Northeast Brazil, Anais da Academia Brasileira
de Ciências, v. 65, Supl 1, p. 131-139. 1993
SANTOS, T.J.S.; DANTAS, E.L.; ARTHAUD, M.H.; FUCK, R.A.; PIMENTEL, M.M.;
FETTER, A.H. Evidências de crosta juvenil neoproterozóica no Ceará. CONGRESSO
BRASILEIRA DE GEOLOGIA, 42., 2004, Araxá. Anais Digitais... Araxá: SBG, 2004. p.
1175-1176.
SANTOS, E.J.; MEDEIROS, V.C. (). New insights on Grenville age and Brasiliano Granitic
Plutonismo f the Transverse Zone, Borborema Province. NE Brazil. In: CONGRESSO
LATINOAMERICANO DE GEOLOGIA, 10.; CONGRESO NATIONAL DE GEOLOGIA
ECONOMICA, 6. 1998, Mar del Plata. Actas...Mar Del Plata, 1998. v. 2, p. 427-431.
SANTOS, T.J.S.; SANTOS, A. A.; DANTAS, E.L.; FUCK, R.A. E PARENTE, C.V., - Nd
Isotopes and the Provenance of Metassediments of the Itataia Group, Northwest Borborema
Province, NE Brazil. In: SOUTH AMERICAN SYMPOSIUM ON ISOTOPE GEOLOGY, 4.,
2003, Salvador. Short Papers… Salvador, 2003. p. 286.
SCHOELL, M.; WELLMER, F.W. Anomalous 13C depletion in early Precambrian graphites
from Superior Province, Canada. Nature, [S.l.], v. 290, p.696-699. 1981.
SHARMA, D. S.; KUMAR, B. Carbon isotope systematics of graphites from Dharwar craton,
southern India: Implications to their source and post-depositional alterations. Current Science.
[S.l.], v. 75, n. 4, p. 396-399, Aug, 1998. Research Communications.
TAZAKI, K.; FERRIS, E.G.; WIESE, R.G.; FYFE, W.S. Iron and graphite associated with
fossil bacteria in chert. Chem. Geol., [S.l.], v. 95, p. 313-325. 1992.
TORRES, P.F.M.; PARENTE, C.V.; SIAL, A.N.; DANTAS, E.L.; FUCK, R.A.;
VERÍSSIMO, C.U.V.; ARTHAUD, M.H.; Aspectos geológicos, petrográficos e geoquímicos
dos mármores dolomíticos com nódulos de quartzo da seqüência metavulcano-sedimentar de
Acarape-CE, Revista Brasileira de Geociências, Curitiba, v. 36, n. 4, p. 748-760. 2006
TORRES, P.F.M.; PARENTE, C.V.; DANTAS, E.L.; ARTHAUD, M.H.; FUCK, R.A.;
NOGUEIRA NETO J.; CASTRO D.L.; VERÍSSIMO C.U.V. Sequência metavulcano-
sedimentar Acarápe,CE: aspectos geológicos e isótopos Sm/Nd – UFC - Revista de Geologia,
[S.l.], v. 19, n. 2, p. 163-176, 2006.
VAN SCHMUS, W.R.; BRITO NEVES, B.B.; HACKSPACHER, P. U/Pb and Sm/Nd
geochronologic studies of the Eastern Borborema Province, Northeastern Brazil: initial
conclusions. Journal of South American Earth Sciences, [S.l.], v.8, n.3/4, p.267-288. 1995
VAUCHEZ, A.; NEVES, S.; CABY, R.; CORSINI, M.; EGYDIO-SILVA, M.; ARTHAUD, M.;
AMARO, V. The Borborema shear zone system, NE Brazil. Journal of South American Earth
Sciences, [S.l.], v. 8, p. 247-266. 1995.
VEIZER, J.; HOLSER, W. T.; WIGULS, C. K. Correlation of 13C/12C and 34S/32S secular
variations. Geochimica et Cosmochimica. Acta, [S.l.], v. 44, p. 579-587. 1980.
WILD, S.A; DORSETT-BAIN, H.L.; LENNON, R.G. Geological setting and controls on the
development of graphite, sillimanite and phosphate mineralization within the Jiamusi Massif:
An exotic fragment of Gondwanaland located in north-eastern China? Gondwana Research.
[S.l.], v. 2, n. 1, p. 21-46. 1999.
WEIS, P.L.; FRIEDMAN, I.; GLEASON, J.P. The origin of epigenetic graphite: evidence
from isotopes. Geochimica et Cosmochimica Acta. [S.l.], v. 45, p. 2325-2332. 1981.
WILLIAM A. C.; VALLEY J. W. Origin of graphite in the Pickering gneiss and the Franklin
marble, Honey Brook Upland, Pennsylvania Piedmont. Geological Society of America
Bulletin. [S.l.], v. 102, n. 6; p. 807-811, Jun. 1990.
ZHANG, J.; ZHANG, Z.; XU, Z.; YANG, J.; CUI, J. Discovery of khondalite series from the
western segment of Altyn Tagh and their petrological and geochronological studies. Science
in China (Series D), [S.l.], v. 43, n. 3, p. 308-316. 2000.