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2015, NÚMERO 1, VOLUME 3

ISSN 2319-023X

O USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS, APLICATIVOS E JOGOS


COMO FERRAMENTA DE APOIO NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA
E FÍSICA E NA RELAÇÃO ALUNO/PROFESSOR E
PROFESSOR/ALUNO
Costa, Gilberto Penha
<gilbertopenhacosta@gmail.com>

RESUMO
A Matemática e a Física são disciplinas com as quais os alunos menos se identificam, o que traz resultados
desanimadores e afeta de forma negativa o professor, o próprio aluno e também a família. A reprovação e a
dificuldade de assimilar o conteúdo são ocasionados porque os alunos levam consigo problemas
comportamentais tão comuns e visíveis em sala de aula, como a dificuldade para se expressar na frente dos
colegas e do próprio professor, por exemplo. Matemática e Física, assim como algumas outras disciplinas
exigem dos alunos participação e interação para que possa assimilar o conteúdo e obter êxito nas disciplinas.
Ao se estreitar esta relação é possível que o educando passe de mero ouvinte e observador para protagonista
em sala de aula. Esse artigo aborda, por meio de revisão bibliográfica, como o WhatsApp pode ajudar
professores e alunos enquanto ferramenta pedagógica, pois é algo com que eles estão habituados.
Verificaremos até que ponto o uso do aplicativo é capaz de trazer resultados satisfatórios na aprendizagem
de Matemática e Física.

Palavras-chaves: Aluno. Professor. WhatsApp. Ferramenta Didática.

INTRODUÇÃO
Com o advento da ciência e tecnologia, atualmente é possível desenvolver ferramentas
importantíssimas que possibilitem o aprendizado das disciplinas constantes do currículo escolar. Acredita-se
que não há material mais importante do que o livro didático, pois este tem se mostrado como o suporte mais
confiável para o aprendizado condicionado, ou seja, o aprendizado regular em sala de aula.
Não importam os meios que serão utilizados, mas a sua finalidade e uso de forma ética e
estimulante para o aluno. Isso não é dever somente do professor, mas de toda a comunidade escolar.
O aplicativo WhatsApp traz consigo um conjunto de funções que facilitam essa relação: a
transferência de anexos, fotos, áudios, mensagens em tempo real e de fácil manuseio e alcance de todos,
principalmente dos alunos que, a todo o momento, utilizam-no para se comunicar uns com os outros, além
dos pais, amigos, etc.
Estimular o aluno é fazê-lo compreender a importância das palavras do professor. Portanto, para
que ele se sinta atraído pela matéria, tem que haver uma empatia do professor com o aluno e isso deve ser
recíproco. O aluno também deve se sentir bem na sala de aula com o professor e os colegas.
Desse modo, a escola deve ser um local agradável, possibilitando assim a formação de cidadãos
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não conhecedores de uma só disciplina, mas cidadãos esclarecidos e participativos e que opinam no meio em
que vivem, sendo que tal fato só será possível quando for acompanhada a velocidade de suas mentes.
Logo, precisamos fazer das ferramentas que a tecnologia nos oferece, instrumentos de interação
e comunicação entre a escola e a família, para que haja um processo saudável de construção do
conhecimento; por isso aplicativos como WhatsApp são tão importantes, uma vez que ao mesmo tempo em
que eles permitem e facilitam a comunicação através da escrita e da fala, também estimulam a criatividade
através do uso de símbolos, além de serem aplicativos simples e de fácil utilização.
Tendo em vista o que foi mencionado, buscamos por meio desse trabalho verificar até que ponto
a utilização do aplicativo WhatsApp é interessante no ensino da Matemática e da Física. Além disso, a
intenção foi despertar comunicação, interação e questionamentos a respeito dos assuntos abordados em sala
de aula e discutidos de forma efetiva no WhatsApp.
O objetivo geral deste trabalho foi enfatizar a importância da comunicação, interação e
questionamentos dos assuntos abordados em sala de aula através dos softwares aplicativos para celulares
(WhatsApp).
Entre os objetivos específicos estão:
 Perceber a utilidade e a importância do software aplicativo WhatsApp como meio de aprendizagem
extraclasse, ao longo do processo de ensino e aprendizagem.
 Identificar o uso aplicativo como forma de discussão entre os alunos e o professor através de
atividades propostas na mídia do aplicativo.
Este estudo tem como metodologia a pesquisa bibliográfica e a pesquisa qualitativa, com vistas a
alcançar os objetivos inicialmente propostos.
A partir daí, buscou-se elaborar caminhos para desenvolver de forma eficaz e didática a
interatividade no processo de aprendizado e otimizar a relação professor-aluno no que concerne o ensino de
Matemática e Física.
A partir da elucidação dos objetivos supracitados, também intencionamos estimular alunos e
professores a utilizar a interação que esse aplicativo permite, para levantar questões sobre um aprendizado
tanto efetivo quanto prazeroso, o que excluiria da disciplina Matemática o tão conhecido estereótipo de
“bicho-de-sete-cabeças”.

1. A INSERÇÃO DAS FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS EM SALA DE AULA

Para o sucesso dos alunos em qualquer faixa etária na disciplina de Matemática e Física, deve
haver uma relação entre estes e o professor, em que o professor crie métodos que envolvam os alunos e
assim desenvolvam uma aptidão pelas disciplinas.
Um aluno estimulado é um aluno esclarecido, participativo e que sabe se relacionar e viver em
sociedade, proposta da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB nº 9394/96, art. 22, que diz que “a

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educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
para o exercício da cidadania”.
O ensino da Matemática e da Física torna-se então um conjunto, o qual reúne a vontade de
ensinar, o prazer para aprender e o meio pelo qual está sendo transmitido esse conhecimento, pois

Ensinar Matemática e Física é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o


pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós
como educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a
motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a
concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo
com outras pessoas. (OLIVEIRA, 2007, p. 5)

Além disso, o uso do aplicativo WhatsApp possibilita a assimilação do conteúdo a partir da


interação aluno/professor e professor/aluno, a participação e uma vivência, mesmo que virtualmente, e sendo
a Matemática e a Física ciências exatas e, como tais, complexas e de difícil compreensão para algumas
pessoas, exigem dos alunos uma atenção especial, pois envolvem toda a formulação de um pensamento,
além da leitura, entendimento e posterior aplicação.
Por incrível que pareça não é possível entender problemas de Matemática e Física simplesmente
equacionando os seus membros; deve haver a construção do pensamento. O aluno deve ser estimulado a
pensar e não só proceder operacionalmente sem saber aonde quer chegar, pois o resultado não é a resposta e
sim o porquê dessa resposta.
A escola tem que oferecer meios e ferramentas que façam com que os alunos sintam prazer em
frequentar as aulas de Matemática e Física sem medo, pois

Queremos que todos disponham, de igual modo, dos meios necessários para educar a
própria inteligência, para dar a coletividade os maiores frutos possíveis do saber, da
pesquisa científica, da fantasia que cria a beleza na poesia, na cultura, em todas as
áreas do conhecimento. (GRAMSCI, 2004, p.143)

A Matemática e a Física podem ser estudadas e aplicadas no dia-a-dia de diversas formas e nas
situações mais comuns e, desse modo, o WhatsApp serve como aliado já que este é um aplicativo de
mensagens multiplataforma que permite trocar mensagens pelo celular sem pagar por SMS.
O aplicativo está disponível para os mais diversos sistemas e, através dele, os telefones podem
trocar mensagens entre si. Como o WhatsApp Messenger usa o mesmo plano de dados de internet que se usa
para e-mails e navegação, não há custo para enviar mensagens e ficar em contato com seus amigos. Além
das mensagens básicas, os usuários do WhatsApp podem criar grupos, enviar mensagens ilimitadas com
imagens, vídeos e áudio.
Os alunos se interessam por aquilo que chamam sua atenção, que desperta sua curiosidade e
funciona de forma rápida e acessível, em suma, aquilo que está ao seu alcance. As tecnologias dos

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aplicativos lhe fornecem todas essas acessibilidades e muitas outras, pois envolvem em uma única
ferramenta o que todo jovem/aluno gosta, a fácil comunicação.
O WhatsApp é uma ótima ferramenta para ser trabalhada pelo professor não só das disciplinas
de Matemática e Física, mas também por todo o corpo docente, uma vez que tudo aquilo que estreita a
relação do professor com o aluno traz grandes benefícios tanto para este como para a família e, sem dúvida,
para o próprio professor que passa a ver o resultado de seu trabalho.
O uso dos softwares aplicativos está cada vez mais presente nas salas de aula. Isso porque, o uso
de aparelho eletrônico como celulares agregam funções que podem facilitar o dia a dia dos alunos, devido ao
acesso à internet entre outras funções.
Ao passar do tempo e à medida que a tecnologia evolui, não é interessante que a comunidade
docente ignore a inteligência artificial, mas a use como aliada para o aprimoramento da aprendizagem
discente.
Tal atitude deve ser tomada sem deixar de lado todo o planejamento pedagógico essencial para
garantir a efetividade e eficácia dos instrumentos tecnológicos utilizados, sempre buscando adaptar ao teor
de cada ciência a ser estudada de modo que esta seja assimilada de forma significativa:

O sentido da educação de boa qualidade e de qualidade social quando se entende que


ela parte do saber local e dos problemas mais próximos dos alunos e das escolas para
ir à cultura universal, às contribuições que a humanidade já produziu até hoje,
dando-lhes novos significados. Á escola cabe acolher todos e partindo de uma visão
sincrética de suas vidas e necessidades e sonhos, organizar estas demandas com
valores e com habilidades cognitivas e com a sistematização das ciências. O uso dos
computadores neste contexto tem o significado de ajudar a fazer os diagnósticos da
realidade e de facilitar o cruzamento entre as necessidades locais e os conteúdos da
ciência, da arte e da cultura disponíveis em suas enormes redes. Mas para isso é
necessário um excelente projeto pedagógico da escola e de cada professor em sua
disciplina. (ALMEIDA, 2005, p. 15)

Desse modo, afirma-se a importância de haver planejamento na utilização dos instrumentos


tecnológicos no processo de ensino e aprendizagem. Não acontece de modo diferente com o aplicativo
WhatsApp, pois se não houver uma abordagem adequada do professor em relação a seu uso como uma
espécie eficaz de reforço e tira-dúvidas no contra turno, este serviria somente para dispersar a atenção do
estudante durante o desempenho de suas tarefas escolares.
Conclui-se assim que o uso do WhatsApp seja usado cada vez mais pelos estudantes a partir de
sua funcionalidade e aplicabilidade como ferramenta tecnológica de aproximação entre o professor e o
aluno. Trazendo ao professor uma nova proposta de interação com o seu aluno. Uma ferramenta que seja
usada como meio de comunicação e tire as dúvidas dos alunos.

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1.1 ANTES DOS APLICATIVOS

Não há dúvidas que a popularidade do uso dos softwares aplicativos, sobretudo os de


interação social como WhatsApp mudou a vida das pessoas.
Houve uma época em que professores e estudantes contavam basicamente com jogos materiais
como Bingo, Dominó, Baralho das Operações, Jogo da Velha, a fim de fixar o assunto das quatro operações
aritméticas, ajudar no pensamento cognitivo e lógico do aluno e até mesmo ajudá-lo a entender as diferenças
entre linhas, colunas e diagonais, noção básica para a compreensão de matrizes.
A existência prévia desses e outros jogos que não exigiam conhecimento tecnológico por parte
de gestores e professores procrastinou a aceitação do uso das ferramentas tecnológicas na prática docente.
Consequentemente, as visitas aos laboratórios de informática e acesso à Internet eram esporádicos, muitas
vezes em lan-houses. De certa forma, isso ocorreu devido à resistência que os gestores das escolas
apresentavam frente à novidade do avanço da tecnologia da informação. Acerca disso Nunes (2005)
assevera:
A lentidão com que os sucessos se deram evidenciou que faltava uma peça deste
complexo organismo que é a escola; a figura do gestor. O diretor, os coordenadores
pedagógicos, os supervisores, são figuras básicas para a eficácia deste
funcionamento. Não se trata apenas de compreender que eles têm a chave do
laboratório e são os responsáveis pela sua conservação e manutenção, mas que são os
alimentadores, os líderes do projeto político e pedagógico da escola! Por eles passam
o diagnóstico das necessidades, o planejamento, a execução, a afinação com a
legislação, o estímulo e a aceitação das criatividades, as decisões pedagógicas da
escola e, enfim, a sua articulação com a comunidade. (NUNES, 2005, p.18)
Dessa forma, não há de se negar que à medida que a tecnologia avançou, houve um momento em
que os líderes da comunidade escolar tiveram que, inevitavelmente, encontrar meios de se adaptar a essa
realidade, ou, do contrário, tal resistência à aproximação com os instrumentos tecnológicos comprometeria
negativamente o processo de ensino e aprendizagem em sala de aula.
Ressalta-se ainda que, até nesta situação a teoria dos grandes pensadores da educação deve ser
aplicada para facilitar compreensão dessa realidade. Tomamos assim como exemplo algumas passagens
citadas por Frawley (2000), onde este autor salienta, de forma bem clara, como Vygotsky valoriza a
contribuição de saberes dos indivíduos entre si e a interação em grupo, esta que pode ser observada no
software aplicativo WhatsApp, mesmo que seja virtualmente:
O indivíduo não é engolido por uma sociedade homogeneizadora; ao contrário, a
sociedade precede o indivíduo e fornece as condições que permitem o surgimento do
pensamento individual. A metaconsciência – o papel da orientação no pensamento –
é, antes de mais nada, uma propriedade do grupo social e é, então, apropriada pelo
indivíduo que pode, por sua vez, reposicioná-la no grupo, dependendo da tarefa em
questão. O pensamento superior é ao mesmo tempo duplo e fluido, sendo transmitido
do grupo para o indivíduo e novamente para o grupo. (FRAWLEY, 2000, p. 91)

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Tomando esse pensamento como base, considera-se ainda que o acompanhamento em grupo do
processo de ensino e aprendizado entre professores e alunos também faz com que a avaliação nesse processo
seja feita de forma mais esclarecedora e construtiva.
Dessa forma, é possível que sejam reconhecidas as competências dos estudantes e reorganizadas
eventuais falhas que possam surgir, seguindo os preceitos de avaliação diagnóstica mencionados por
Grégoire (2000):
A avaliação diagnóstica visa pôr em evidência as forças e as fraquezas de cada
aluno, de maneira a precisar o ponto adequado de entrada na sequência da
aprendizagem e de determinar o modo de ensino melhor adaptado (...) uma segunda
função da avaliação diagnóstica é a de “determinar a causa das dificuldades
persistentes em certos alunos. (GREGOIRE, 2000, p. 24)

Sendo assim, o WhatsApp se revela como um recurso poderoso para não só fazer o
acompanhamento do aprendizado dos alunos, mas também como uma ferramenta para tirar dúvidas de
forma descontraída e tornar o aprendizado mais lúdico entre os próprios alunos, assim como auxiliar o
professor na avaliação diagnóstica, de forma interativa e prazerosa.
É importante ainda destacar que o emprego e aceitação do WhatsApp na prática docente, não
significa necessariamente dispensar os jogos já conhecidos. Pelo contrário, o WhatsApp veio para somar no
aprendizado e acrescentar novos elementos desafiadores e instigantes que desenvolvem o raciocínio dos
envolvidos na prática docente extraclasse.

1.2 O ADVENTO DOS APLICATIVOS


Os jogos eletrônicos de Matemática, (Geogebra, My Script Calculator, Cola Matemática,
Matemática Elementar, MathYou), bem como a tecnologia no ensino da Matemática contribuíram muito
para a evolução do aprendizado dos estudantes.
No entanto, ao mesmo tempo em que estes despertavam a atenção e curiosidade dos alunos,
parte deles não deixaram de contribuir também para a introspectividade dos estudantes, pois grande maioria
não dava espaço para a interação e troca de conhecimentos, pois muitas vezes o aluno escolhia jogar contra a
máquina.
A suma importância do aparato tecnológico é reconhecida pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais, bem como o fato de não se ignorá-lo e todas as novidades que ele possa trazer, sem deixar de
lado a interatividade e troca de conhecimentos:
É preciso uma rápida reflexão sobre a relação entre Matemática e tecnologia.
Embora seja comum, quando nos referimos às tecnologias ligadas à Matemática,
tomarmos por base a informática e o uso de calculadoras, estes instrumentos, não
obstante sua importância, de maneira alguma constituem o centro da questão. O
impacto da tecnologia na vida de cada indivíduo vai exigir competências que vão
além do simples lidar com as máquinas. A velocidade do surgimento e renovação de

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saberes e de formas de fazer em todas as atividades humanas tornarão rapidamente
ultrapassadas a maior parte das competências adquiridas por uma pessoa ao início de
sua vida profissional. O trabalho ganha então uma nova exigência, que é a de
aprender continuamente em um processo não mais solitário. O indivíduo, imerso em
um mar de informações, se liga a outras pessoas, que, juntas, complementar-se-ão
em um exercício coletivo de memória, imaginação, percepção, raciocínios e
competências para a produção e transmissão de conhecimentos. (BRASIL, 2010, p.
41).

Além disso, existiu sempre a necessidade de adaptar o tipo de avaliação adequada para servir
como feedback sem, por outro lado, desconsiderar a capacidade de cada estudante de aprender por si só:

A sequência ‘aprendizagem/avaliação/ensino corretivo’ não é mais apropriada para


responder às questões levantadas no marco de pedagogia ditas atuais. A
aprendizagem não está submetida às regras da pedagogia de domínio que ditam que
todo elemento deve ser dominado antes de se abordar outro. Nessa ordem de ideias, é
difícil conceber um ensino corretivo que tenha por principal meta o controle rigoroso
de uma progressão. A incerteza não é tão evidente quanto se poderia pensar, pois
sempre existe a possiblidade de observar, de medir, ou ainda, de avaliar um
desempenho. (HADJI, 2001, p.159)

Também as tecnologias permitem despertar nos estudantes o interesse e a motivação para


aprender Matemática e Física, podendo auxiliar a desfazer a impressão dessa disciplina como apenas
memorização de fórmulas, algoritmos e procedimentos que são aplicados de forma mecânica. Ainda, elas
podem auxiliar e facilitar a compreensão dos conteúdos matemáticos e desenvolver a imaginação e a
criatividade. Sendo assim, explicamos os jogos eletrônicos de matemática abaixo:
 Geogebra: O objetivo desta ferramenta é facilitar e aproximar os alunos da matemática. Por isso, o
site reúne recursos de álgebra, geometria, gráficos e tabelas;
 My Script Calculator: É um dos melhores aplicativos para estudar Matemática. Neste aplicativo o
estudante escreve a operação matemática na tela do celular e o aplicativo converte o cálculo com a
caligrafia da pessoa em texto digital e entrega o resultado em tempo real;
 Cola Matemática: Esse aplicativo mostra o processo de resolução de problemas matemáticos com o
passo a passo do cálculo de equações, ângulos, figuras geométricas, gráficos e outros;
 Matemática Elementar: Foi desenvolvido por alunos da Universidade Federal do Mato Grosso do
Sul. Contém diversas questões de conjuntos numéricos, intervalos, potenciação, radiciação, produtos
notáveis, funções e inequações;
 MathYou: Nesse aplicativo são geradas operações matemáticas aleatórias, tanto as simples como
adição, multiplicação e potenciação, quanto expressões e equações complexas como frações,
potências e raízes. É possível filtrar o conteúdo a ser gerado, assim o estudante pode focar seus
estudos no que mais precisa.

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Tendo em vista os jogos acima citados e suas diversas funções, é notável que na era da
tecnologia podemos envolver os alunos e lhes apresentar essas entre outras ferramentas tecnológicas como o
WhatsApp.
A inserção de tais ferramentas tecnológicas é fundamental para reforçar o interesse pela
Matemática e pela Física e chamar a atenção para seus desafios, e, ao mesmo tempo, desconstrói o
estereótipo errôneo que alguns alunos têm de essas serem disciplinas muito difíceis de serem aprendidas.

2. METODOLOGIA
A pesquisa relatada neste trabalho foi realizada com a revisão de diversos autores sobre até que
ponto a tecnologia auxilia no aprendizado do aluno, nos confins externos à sala de aula.
Como técnica para coleta de dados, escolhemos a pesquisa bibliográfica, que se trata de uma
revisão dos estudos já feitos por autores da área e que nos mostra o que já foi estudado anteriormente por
eles. Desse modo, a pesquisa bibliográfica foi escolhida com a finalidade de verificar:
 Quais são as maiores dificuldades dos estudantes em relação aos assuntos trabalhados em
sala de aula;
 Quais são as estratégias extraclasse utilizadas para elucidar tais dúvidas;
 Como os estudantes fazem para assimilar a estrutura dos problemas matemáticos;
 Qual sua predisposição para responder a desafios de Matemática e Física.
Tendo em vista que nossa proposta é analisar globalmente o desempenho e dúvidas gerais que
acometem os estudantes de Ensino Médio, julgamos necessário considerar também na pesquisa
bibliográfica, o ponto de vista dos professores relacionado à interação dos estudantes presentes em pesquisas
de campo anteriores publicadas.
Desta forma, buscamos formular caminhos de como usar esta ferramenta moderna (WhatsApp)
na elucidação de dúvidas extraclasse e produção em sala de aula.
Tal revisão bibliográfica foi essencial para desenvolver o presente estudo, pois através dela foi
possível conhecer as diversas teorias que abordam práticas pedagógicas inovadoras e, desta forma,
apresentar aspectos teóricos sobre o uso de aplicativos tecnológicos.
Além disso, a pesquisa qualitativa, por sua vez, também foi utilizada a fim de realizar a coleta de
dados, uma vez que esta consiste em saber o porquê de tal fenômeno estudado e ao mesmo tempo abre
espaço para a proposta de soluções para eventuais problemas detectados ao longo da pesquisa. Goldenberg
(2000) enfatiza as características da pesquisa qualitativa:
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim,
com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto
que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências
sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os
pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida
social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus
preconceitos e crenças contaminem a pesquisa. (GOLDENBERG, 2000, p.70)
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Além disso, Goldenberg (2000) elucida o papel que tem a pesquisa bibliográfica aliada à
pesquisa qualitativa:
[...] a integração da pesquisa bibliográfica e da pesquisa qualitativa permite ao
pesquisador cruzar suas conclusões de forma que ele se torne mais confiante que os
dados não são produtos originários de um procedimento específico ou apenas de uma
situação em particular. (GOLDENBERG, 2000, p. 62)

A respeito de ambas as metodologias, a autora ainda acrescenta:


Enquanto os métodos de pesquisa bibliográfica pressupõem diversidades de estudos
comparáveis, que fornecerão dados que podem ser generalizáveis, os métodos
qualitativos poderão observar, diretamente, como cada autor ou estudioso
experimenta, concretamente, a realidade pesquisada. A pesquisa qualitativa é útil
para identificar conceitos e variáveis relevantes de situações que podem ser
estudadas comparativamente em pesquisa bibliográfica. [...] Também é evidente o
valor da pesquisa qualitativa para estudar questões difíceis de analisar, como
sentimentos, motivações, crenças e atitudes, individuais. (GOLDENBERG, 2000, p.
63)

Desse modo, uma vez que os objetivos específicos foram perceber a utilidade e a importância do
software aplicativo WhatsApp como meio de aprendizagem extraclasse, ao longo do processo de ensino e
aprendizagem e identificar o uso aplicativo como forma de discussão entre os alunos e o professor através de
atividades propostas na mídia do aplicativo, a integração desses tipos de pesquisa pareceu a mais apropriada
para estes propósitos.

3. DISCUSSÃO

Considerando a revisão bibliográfica e observando a realidade do ensino de Matemática e Física,


evidentemente pode ser visto que a maioria dos alunos têm dificuldades nas disciplinas, de forma que não
comprometam seu progresso. Não obstante, isso não significa que os assuntos estejam sendo negligenciados
pelo professor, apenas que o tempo que se tem para a hora-aula às vezes não é o suficiente para consolidar o
conhecimento do estudante.
Outro fato interessante de se notar ao analisar a revisão bibliográfica é que os alunos podem não
conseguir avançar em assuntos básicos, que para o campo da Matemática e Física são exemplos as quatro
operações. A falta de conhecimento delas impede de resolver equações simples. Dessa forma, deixa-se claro
que assuntos não bem esclarecidos acabam sendo empecilhos para o aprendizado de um novo assunto, como
Gelman e Meck (1991) explicam de forma mais aprofundada:
Fora os conhecimentos específicos necessários, qualquer situação problema exige,
para sua resolução, a aplicação de habilidades mais gerais cuja falta leva a fracassos
repetidos. As perspectivas cognitivistas e neo-estruturalistas enfatizam o escopo da
memória de trabalho e os processos de atenção e de controle. Apesar da existência de

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competências matemáticas bem definidas, são possíveis duas fontes de erros:
competência processual inadequada no nível do estabelecimento dos planos de ações
e uma limitada competência interpretativa. Esses dois tipos de competência estão
implicadas no sistema modular da atenção mental de Pascual-Leone no qual são
enfatizados as capacidades conjuntas de ativação de esquemas pertinentes e de
inibição dos ‘perigosos’ ou, ao menos, inadaptados. Essas competências estão
implicadas também nas estruturas executivas de controle de Case, que regem, devido
aos conhecimentos integrados na memória de longo prazo, as ligações entre
representação do problema, objetivo e estratégias de resolução – estando essas
ligações, numa etapa dada do desenvolvimento, estreitamente tributárias da
capacidade da memória de trabalho. (GELMAN E MECK, 199,1 p. 62).

Posto isso, fica evidente que, em muitas das vezes o desenvolvimento de novas competências
depende das competências anteriormente desenvolvidas.
Isso se explica porque tal fato pode ser perfeitamente percebido no processo de ensino-
aprendizagem de Matemática e Física, especialmente no tocante a resoluções de problema, já que o
conhecimento das quatro operações (soma, subtração, multiplicação e divisão) é imprescindível para a
absorção de novos conhecimentos na disciplina, como anteriormente mencionado.
Sobre as estratégias que os estudantes utilizam para assimilar os conteúdos de Matemática e
Física abordados em sala de aula, o que observamos na realidade escolar é que a maioria dos estudantes
estuda sozinha. Desse modo, é aconselhável que utilizem a tecnologia como auxílio, e sendo o WhatsApp o
aplicativo de interação e entretenimento mais popular atualmente, seria interessante o professor utilizar essa
tecnologia a seu favor e a favor de seus alunos:
O docente precisa saber que, com o tempo, os estudantes deixarão de ver as
tecnologias como diversão e empenhar-se-ão na realização das atividades propostas.
Por isso, caso o professor não alcance os objetivos nas primeiras experiências, não
deve deixar de utilizar as ferramentas tecnológicas. Para que isso aconteça, ele deve
ter clareza dos seus objetivos e também de qual tecnologia usar para alcançá-los.
(PASSOS, Carmen, 2013, p. 116)

A respeito disso, destacamos a importância de haver interação para retiradas de dúvida, e, tendo
em vista que os estudantes pertencentes à modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), o que podemos
observar na realidade, é que a sua maioria não tem tempo para interagir pessoalmente com os colegas e/ou o
professor. Faz-se, portanto, necessário um instrumento de aproximação entre eles, mesmo que virtual, daí a
necessidade do uso construtivo do WhatsApp como exemplo de ferramenta tecnológica para sanar as
diversas dúvidas existentes.
Ressaltamos ainda que grande parte dos estudantes tem o aplicativo WhatsApp instalado em seu
aparelho celular e, além disso, participa de grupos de estudo através desse aplicativo, o que vem mais ainda
a reforçar a necessidade de haver maior interação no grupo de estudo do WhatsApp, através de propostas de
desafios que contemplem os assuntos em que os alunos têm mais dificuldade.
O que pode ainda ser acrescentado é que, na atualidade, mesmo os alunos que preferem estudar
sozinhos, recorrem a vídeo-aulas. Essa seria uma forma também construtiva de colaborarem no grupo de

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estudo do WhatsApp, pois este permite o compartilhamento das diversas mídias (imagem, áudio e vídeo).
Quanto aos aspectos positivos e negativos do WhatsApp e até que ponto a ferramenta atrapalha o
rendimento dos alunos em geral, o aspecto positivo é promover a interação e o esclarecimento de dúvidas à
distância; o aspecto negativo é a dispersão do foco para conversas alheias ao conteúdo escolar, único caso
em que este aplicativo pode vir a atrapalhar o rendimento do aprendizado.
A partir de tal análise, podemos verificar que existe uma carência de interatividade entre alunos
e professores, que deve ser suprida, e o aplicativo WhatsApp, já utilizado por alunos e professores, pode
promover essa aproximação. A propósito, há tempos estudiosos defendem que os professores devem lançar
mão das diversas tecnologias para o aprimoramento do processo de ensino e aprendizagem em vez de
oferecer resistência:
Muitos educadores temem e com justa razão, que o equipamento, representado pelos
recursos mecânicos e eletrônicos, utilizados no ensino, passe a ser considerados
como fim em si, estruturando-se o ensino em volta e submisso aos mesmos. Assim, a
predominância deveria ser o processo, da maneira de atuar, em que recursos
mecânicos e eletrônicos passariam a ser usados como meios conjugados e
planificados dentro de um plano de ação didática, com o fim de facilitar a
aprendizagem. (NÉRICI, 1973, p. 11).

Em resumo, Nereci (1973) só reforça a importância que a tecnologia e seus instrumentos tem
para auxiliar os estudos e que, mesmo antes de a internet ganhar toda essa popularidade, já existia um
entendimento por parte dos estudiosos de que o professor deveria estar preparado para utilizar as novidades
da tecnologia a seu favor e a favor dos estudantes.
No, entanto, observa-se no cotidiano das escolas que o professor ainda pouco ou nada usa esse
aplicativo como valiosa ferramenta de ensino e para sanar dúvidas, embora possa identificar que a maioria
de seus alunos estuda sozinha e que minoria usa o WhatsApp para este fim.
Tendo verificado isto, ressalta-se aqui a necessidade de os professores estimularem a interação
entre os alunos, mesmo que virtual, por meio do WhatsApp, visto que os estudantes da modalidade EJA
trabalham e não têm tempo para interagir entre si pessoalmente acerca dos estudos. Além disso, os
obstáculos devem ser perpassados ao se implantar um auxílio tecnológico nas aulas, como sugere Borba e
Penteado (2001):
O professor deve estar preparado para enfrentar muitos imprevistos, questões e
dúvidas às quais poderá não saber responder, muito mais que em aulas sem as
tecnologias. Por mais que o professor seja experiente é sempre possível que uma
combinação de teclas e comandos leve a uma situação nova que, por vezes, requer
um tempo mais longo de análise e compreensão. Muitas dessas situações necessitam
de exploração cuidadosa ou até mesmo de discussão com outras pessoas. (BORBA e
PENTEADO, 2001, p. 55).

Sendo assim, uma vez superados os desafios e barreiras na utilização da ferramenta tecnológica
WhatsApp, o processo de ensino e aprendizagem tem tudo para ser mais eficaz e prazeroso.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa partiu do questionamento sobre até que ponto o aplicativo WhatsApp é interessante
no ensino da Matemática e tivemos como objetivo geral despertar comunicação, interação e
questionamentos a respeito dos assuntos abordados em sala de aula e discutidos de forma efetiva no
WhatsApp.
Consideramos que o objetivo geral dessa pesquisa foi alcançado pois foi visto através dos
estudos de diversos autores que em geral é compreendida a relevância de trazer a tecnologia para o processo
de ensino/aprendizado, tendo sido possível assim abordar a importância da comunicação, interação e
questionamentos dos assuntos abordados em sala de aula através do aplicativo do celular.
Verificamos, assim, que o WhatsApp, em nossa atualidade, é a ferramenta tecnológica mais
palpável para a elucidação das dúvidas emergentes dentro e fora da sala de aula.
Além disso, devemos levar em consideração que a maioria dos estudantes tem o aplicativo em
seus equipamentos e alguns deles fazem uso do aplicativo como forma de comunicação e auxílio no
aprendizado e interação com os colegas de turma acerca dos assuntos estudados, muitas vezes dentro dos
grupos criados pelas turmas no aplicativo.
Por outro lado e como esperado, é perfeitamente compreensível a resistência quanto ao uso do
aplicativo, o que reitera a necessidade de haver um planejamento pedagógico que envolva a comunidade
escolar de forma que a interação através do WhatsApp seja eficaz para o compartilhamento de
conhecimentos e também assuntos por alguma razão perdidos na aula.
Destacamos ainda que os objetivos específicos propostos no início dessa pesquisa também foram
alcançados, pois através da revisão bibliográfica foi possível perceber a utilidade do software aplicativo
WhatsApp como meio de aprendizagem extraclasse; identificar o uso do aplicativo como forma de discussão
entre os alunos e o professor através de atividades propostas em sua mídia, uma vez que o papel o WhatsApp
pode desempenhar atende ao que os diversos autores se referem no que concerne o uso adequado da
tecnologia a favor dos alunos.
Alertamos ainda para o fato de que usar a ferramenta WhatsApp como ajuda, de forma alguma
sugere a substituição dos livros didáticos, uma vez que estes são indiscutivelmente essenciais para o estudo
não só de matemática e física, mas também das demais disciplinas.
Propomos que uma atenção especial deva ser direcionada para o uso eficaz dessa ferramenta
tecnológica, para que o objetivo pedagógico jamais seja perdido de vista.
Ao final, é importante acrescentar que a maior intenção dessa pesquisa foi sugerir soluções para
problemas de interação entre os alunos, principalmente para esclarecimento de dúvidas, de forma que
caminhos sejam abertos para maiores reflexões acerca do assunto tecnologia, na busca do conhecimento que
leva os alunos para a aprendizagem bem-sucedida da Matemática e da Física como ciências exatas.

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REFERÊNCIAS
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