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MAIO .

2009
ISSN 1647-3094

Anos
POSI
Rumo à 2ª Década

Publicação do Curso de
Pós-Graduação em Sistemas de Informação
Consórcio POSI

Entrevista
10 anos depois, igual a si próprio, o Professor Doutor José Manuel Tribolet recorda-nos a sua contribuição
para o processo de génese do POSI e revela convicções para operacionalizar novas linhas de acção no
futuro. Começa um novo ciclo… (pág. 6)

Casos, Investigação & Desenvolvimento


Através de uma excelente revisão, a Professora Doutora Marielba Zacarias abre-nos caminho para a
modelação empresarial, ferramenta fundamental de análise e redesenho da organização. É necessário
desenvolver novas linhas de investigação… (pág. 16)

Na primeira pessoa
O POSI é uma fonte contínua de conhecimento: perspectivas de excelentes profissionais que fazem parte da
nossa rede social POSI Alumni… (pág. 13)
ÍNDICE | FICHA TÉCNICA .1

POSI Mag
Publicação do Curso de Pós-Graduação em Sistemas de Informação - POSI
Secções:

ISSN 1647-3094

Nº 1, MÊS: Maio ANO: 2009, PERIODICIDADE: quadrimestral


Editorial | pág. 2
(Janeiro/Maio/Setembro)

URL: http://www.posi.ist.utl.pt/ POSI Notícias | pág. 3


EDITOR: Consórcio POSI

Coordenação: José Manuel Tribolet, Pável Calado, Alexandre Barão


Entrevista | pág. 6
posi-coordenacao@posi.ist.utl.pt

Secretariado: Alice Serrenho e Luísa Rocha posi-secretariado@posi.ist.utl.pt Na primeira pessoa | pág. 13


Colaboradores neste número:
Carlos Alberto M. M. Pimentel pimentel.camm@gnr.pt
Paula Oliveira Dias Paula.Dias@inesc.pt
Miguel Rau miguel.ferreira.rau@bancobpi.pt
Casos, Investigação &
Nuno Franca nuno.franca@gmail.com
Nuno Guerreiro guerreiro.nma@gmail.com
Desenvolvimento | pág.16
Paulo Santos pjs.santos@gmail.com
Ricardo Jorge Amaral Bessa bessa.rja@gnr.pt
Ricardo Lopes ric.j.lopes@gmail.com Livros | pág. 20
ENDEREÇO POSI Mag: Rua Alves Redol, nº 9 - 9º Andar, 1000-029
Lisboa
Online | pág. 21
TELEFONE:213.100.264/213.100.338 | FAX: 213.100.383

Design: Netvidade www.netvidade.com


Agenda | pág. 22

Publicação do Curso de Pós-Graduação em Sistemas de Informação / Consórcio POSI POSI Mag | Nº1 . 10 anos POSI, rumo à 2ª década!
EDITORIAL .2

Coordenação

Caríssimos,

Como sabem, o POSI é o resultado de uma década de trabalho.

Durante dez anos procurámos estimular articulações para consolidação


científica, definindo objectivos de excelência quer ao nível dos processos,
quer ao nível dos resultados. Vamos continuar a olhar em frente!

Materializámos a nossa própria plataforma que suporta a rede social do


POSI e sentimos necessidade de dar este novo passo.

A POSI Mag, destina-se em primeira instância a todos os posianos mas


também aos interessados em conhecer o nosso trabalho, a nossa rede, a
nossa posição no mercado. Mais: este novo projecto visa estimular
também novos canais de participação e aprendizagem.

Trata-se de uma nova marca POSI, complementar e aberta, com o


objectivo de dinamizar a articulação e comunicação entre todos os
participantes.

A Professora Doutora Marielba Zacarias, profunda conhecedora do


POSI, aceitou desde o primeiro minuto, o desafio lançado pela
“A POSI Mag, Coordenação para este projecto tendo produzido uma fantástica
destina-se em primeira contribuição científica que inaugura os Casos, Investigação &
instância a todos os Desenvolvimento da POSI Mag.
posianos mas também Agradecemos a colaboração de todos os envolvidos na produção deste
aos interessados em primeiro número, com a profunda confiança que este espaço irá originar
conhecer o nosso renovadas oportunidades de participação e divulgação de
conhecimento.
trabalho,
Este espaço é vosso. Faremos três edições anuais: Janeiro; Maio e
a nossa rede, Setembro.
a nossa posição
Nasceu a POSI Mag.
no mercado.”
Alexandre Barão

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POSI NOTÍCIAS .3

10 Anos depois,
um consórcio para relançar
caminhos
< Por Drª. Paula Oliveira Dias, INESC - Gabinete Jurídico

Resultado de uma estável e sustentável parceria de POSI, assim como o Programa e o respectivo
dez anos, o “Consórcio POSI” visa o planeamento e a Regulamento são objecto de aprovação pelos órgãos
execução das futuras edições do Curso de Pós- competentes do IST, no quadro da sua
Graduação em Sistemas de Informação (Curso responsabilidade científica e pedagógica, enquanto
POSI), envolvendo o esforço conjunto e concertado entidade formadora reconhecida do sistema
das capacidades complementares dos seus educativo científico e tecnológico. Com efeito, o
membros: o IST, através do seu Departamento de Curso POSI é um curso ministrado pelo IST não
Engenharia Informática (DEI), o INESC, o INESC-ID e conferente de grau académico, sendo-lhe assim
o INOV. aplicáveis as disposições dos Decretos-Lei nº
42/2005 e 74/2006, respectivamente, de 22 de
Com efeito, na concretização da sua missão de Fevereiro e de 24 de Março, bem como a demais
prossecução do interesse público e de contributo legislação complementar.
para a evolução da sociedade, o DEI concebeu há
cerca de uma década o Curso POSI, tendo O Chefe do Consórcio é o INESC, enquanto entidade
assumido, assim, o papel de parceiro privilegiado de gestora, cabendo-lhe, através do Director de Projecto
empresas e outras organizações na estratégia de (Professor José Tribolet), articular a acção do
desenvolvimento de qualificação de quadros e de “Consórcio POSI” com os órgãos do DEI do IST no
suporte aos seus processos de mudança. O DEI que respeita ao acompanhamento, controlo e
contou, desde a primeira hora, com a colaboração de auditoria de cada uma das edições do Curso POSI,
reconhecidas e idóneas entidades do sistema estabelecendo-se, através de adicionais ao contrato
científico e tecnológico nacionais, participadas de consórcio relativos a cada uma das edições
directa (INESC e INESC-ID) ou indirectamente (INOV) futuras, os mecanismos a implementar para o efeito.
pelo IST, cujo contributo foi definitivo para o sucesso
dos já cerca de 400 alunos formados, cujas A estratégia integrada que o “Consórcio POSI” vem
avaliações confirmam a qualidade do corpo docente oficializar pretende assegurar que a formação
envolvido e o conhecimento da realidade prática do profissional conferida pelo Curso POSI tenha um real
tecido empresarial actual. impacto no perfil dos formandos e nas respectivas
instituições de origem, contribuindo para um maior
É nesta conformidade que a oficialização da enriquecimento do tecido empresarial em Portugal e
cooperação íntima entre o IST, através do DEI, o nos países de língua oficial portuguesa, através de
INESC, o INESC-ID e o INOV se revelou apropriada, quadros empreendedores de novos projectos e
proporcionando uma plataforma optimizada para a ideias, capazes de questionar lógicas estabelecidas e
oferta do Curso POSI na próxima década, permitindo de relançar caminhos, visando a promoção da
juntar as mais-valias necessárias para fornecer, numa inovação e do desenvolvimento das sociedades.
base sustentada, serviços de formação avançada a
profissionais qualificados. Paula Dias

Constituído formalmente por contrato firmado entre os


seus membros em 6 de Fevereiro de 2009, o
“Consórcio POSI” reveste a forma de consórcio
interno, regendo-se em tese geral pelo disposto no
Decreto-Lei nº 231/81, de 28 de Junho.
A realização de cada uma das edições do Curso

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POSI XI
Alteração da estrutura curricular

< Professor Pável Calado.

O POSI XI introduz na sua nova estrutura curricular a informação que estes contêm?
disciplina Processamento e Recuperação de Estando o POSI numa posição angular em relação a
Informação. este problema, será leccionada pela primeira vez, na
sua 11ª edição, a disciplina de "Processamento e
Vivemos num mundo digital, onde os meios de Recuperação de Informação". Esta abordará
comunicação se tornaram omnipresentes. Por todo o aspectos actuais no tratamento de informação digital,
lado temos números, imagens, palavras, sons. Mas, como o processamento de dados XML, a procura de
significa que estamos rodeados de informação? A informação em repositórios textuais ou a limpeza e
resposta é: não. integração de dados provenientes de fontes diversas
e independentes.
Estamos, na verdade, rodeados de dados, e uma
grande quantidade de dados não é uma grande Este conhecimento é, sem dúvida, uma mais-valia na
quantidade de informação. O efeito é, de facto, o actualidade e um importante trunfo para a actuação
oposto. Num mundo em que os dados inundam tudo profissional num meio em que um acesso eficaz e
o que nos rodeia, encontrar padrões, mensagens, eficiente à informação é fundamental para o sucesso
significados é uma tarefa de extrema dificuldade. Mas de uma organização.
são precisamente esses padrões, mensagens e
significados que constituem informação. Recordando, a actual estrutura curricular do POSI e
respectiva distribuição por trimestres é a seguinte:
Ora, "informação", todos sabemos, é uma palavra-
chave em qualquer contexto organizacional actual.
Seja qual for a área de actuação de uma empresa ou Módulo de Base Tecnológica
instituição, informação é o oxigénio que a mantém . MBD Modelação e Bases de Dados
viva. Nas suas células processa-se informação, . PO Programação por Objectos
consome-se informação e gera-se nova informação. . ISE Infra-estruturas e Sistemas Empresariais

Esta informação é transportada em mensagens, Módulo de Base Negócio


documentos, indicadores, enfim, em todos os dados . ESI Estratégia e Sistemas de Informação
que são produzidos no dia-a-dia da organização. E . GP Gestão de Projectos
como vivemos num mudo digital, a velocidade a que . AEI Arquitectura Empresarial I
estes dados são produzidos, e a escala em que são
produzidos, são cada vez maiores. "Gigabytes", Módulo de Tecnologia Avançada
"Terabytes", "Petabytes" são palavras comuns no . EAS Engenharia e Arquitectura de Software
vocabulário de quem lida com sistemas de . ISI Integração de Sistemas de Informação
. PRI Processamento e Recuperação da Informação
informação.

Qualquer abordagem a esta área estaria, por isso, Módulo de Áreas de Negócio
. BI Business Intelligence
incompleta se não lidasse com estas questões. . AEII Arquitectura Empresarial II
Como tratar a gigantesca quantidade de dados que . SEM Seminários
nos rodeia? Como organizar estes dados, torná-los
acessíveis e, principalmente, como extrair a Esquema da estrutura Curricular na página seguinte >

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POSI NOTÍCIAS .5

A actual estrutura curricular do POSI e respectiva


distribuição por trimestres

Salienta-se como reforço antecipado aos módulos de base tecnológica, a oferta de uma sessão workshop
de introdução à programação a todos os alunos interessados.

http://www.posi.ist.pt/POSI11-Estrutura-Curricular.pdf

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ENTREVISTA .6

José Manuel
Tribolet

José Manuel Tribolet, um dos fundadores do POSI, obteve a Licenciatura (1970) pelo Instituto Superior
Técnico em Lisboa e o Mestrado (1972) e o Doutoramento em Electrical Engineering and Computer
Science (1997) pelo M.I.T, nos EUA.
Obteve o grau de Agregado em 1979 pelo IST e frequentou, como Visiting Sloan Fellow, a Sloan School of
Management do MIT, em 1997-1998.
É Professor Catedrático de Sistemas de Informação do Departamento de Engenharia Informática do IST. É
Presidente do INESC.
Realiza a sua actividade de investigação científica no CEO – Centro de Engenharia Organizacional do
INESC INOVAÇÃO.
Em 2007 prestaram provas públicas de doutoramento no IST os seus 4 primeiros dois doutorandos.
Em 2008 concluem o seu doutoramento outros dois doutorandos. Orienta actualmente mais 7 estudantes
de doutoramento.
Publicou, desde 2000, cerca de 80 artigos científicos em Engenharia Organizacional.
Actua como profissional liberal em engenharia informática desde 1999, prestando assessoria a altos
executivos empresariais e da administração pública.

Alexandre Barão (AB): O POSI é hoje um marco de sucesso e longevidade. Como surgiu
a necessidade de criar este curso?

Professor Tribolet (T):


A ideia para criar o POSI surge da conjugação de dois interesses. Um deles não tem origem em mim, tem origem
no Professor Alves Marques que era presidente de departamento e me desafiou depois de eu regressar dos
Estados Unidos. Em abono da verdade e da justiça foi sob a liderança dele que a ideia surgiu primeiro em termos
de POSI para profissionais. Por outro lado, ao vir da MIT Sloan School of Management, onde estive um ano a
estudar num ambiente de pós-graduação para profissionais, um ambiente em que na SLOAN se chama o MBA
da SLOAN, tinha a noção que queria montar no IST um Master Program para profissionais mas num domínio que
não era o MBA, mas aquilo que eu designei na altura por Master of Business and Engineering.

O meu sonho era lançar o MBE e o Professor Alves Marques desafia-me a lançar um programa “Informática para
Profissionais” .

O curso que acabou por ser desenhado, foi lançado por mim e por um professor associado, na altura, o
Professor Paulo Guedes, que agora é um executivo no BES Informática, da área científica do Professor Alves
Marques.

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ENTREVISTA .7

Portanto como eu queria fazer o MBE avancei com a perspectiva de


negócio, perspectiva de gestão e a perspectiva organizacional de base
neste curso. E daí aparecem os perfis, o conjunto de disciplinas de base e
avançadas, com essas preocupações e componentes. Francamente
esse foi o meu contributo para este tipo de curso e para o produto que
saiu.

AB: começou deste modo uma área nova no IST?

T: Sim, quando regressei em 1998 estive um ano a preparar-me, não só


no ensino, na cadeira de Arquitectura Organizacional de Sistemas de
Informação, como no lançamento da investigação. Trabalhei em prol do
POSI e para uma licenciatura nova, que na altura se lançou no Taguspark.
Por razões da época tinha que ter uma designação diferente de Engª
Informática e portanto chamava-se Licenciatura em Engª de Sistemas de
Informação e Multimédia. Actualmente existe na Engª Informática com 2
perfis: sistemas de informação empresariais e sistemas multimédia.

“A maneira como A primeira oferta só começou em 1999. Antes disso, o trabalho focou-se
uma escola pode na preparação de conteúdos e no estabelecimento de contactos com
empresas.
reconhecer-se no
que faz é pelo Consegui captar seis grupos empresariais com os quais estabeleci um
toque que dá nas protocolo e um patrocínio. Estabelecemos protocolos e as empresas
pagaram mais. Ou seja: pagaram mais do que as propinas normais e
pessoas e ver se compraram metade da produção. Durante 3 anos tinham direitos
elas se prioritários na colocação de alunos. De outra forma seria impossível, uma
vez que a Universidade não tinha dinheiro… Esses patrocínios ainda se
transformaram ou renovaram durante mais três anos e depois ficámos no mercado. Foi
não.” assim que o POSI surgiu.

AB: E ao fim destes 10 anos e de todo este percurso, que


balanço faz?

T: Em termos do produto feito nos profissionais, acho que é muito


positivo. A maneira como uma escola pode reconhecer-se no que faz é
pelo toque que dá nas pessoas e ver se elas se transformaram ou não. I.e.
ver se as pessoas ajudam a transformar a realidade. Considero que sob
esse ponto de vista é muito positivo.

AB: 100% positivo?

T: Não é 100% positivo. Acho francamente que com os meios que temos
podíamos e devíamos ter feito muito melhor. Não é por autoflagelação que
digo isto: é por objectividade. Sei que há impedimentos estruturais,
organizacionais, legais, que tolhem brutalmente a capacidade de fazermos
mais e melhor com os meios que temos. São circunstâncias profundas,
fundamentalmente associadas à prática impossibilidade que temos de
gerir adequadamente os recursos humanos que trabalham connosco. A
capacidade de gestão, no âmbito formal da estrutura estatal do sistema de
ensino e do IST em particular, é absolutamente próxima do zero.

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ENTREVISTA .8

AB: Mas o Consórcio não vem agilizar esta Quando entrei para cá com o meu colega Lourenço
situação? Fernandes julgava que ia conseguir ver uma mudança
profunda no nosso sistema universitário no ano 2000.
T: Sim… Recorremos à figura legal de Consórcio com
o qual os grandes projectos de investigação são feitos
AB: em 20 anos portanto…
com a participação de empresas e universidades. É
legal, tem contas claras, etc. Ganha-se capacidade
de gestão, mas ainda assim neste espaço de T: Sim. O que eu considerava: o espaço de uma
capacidade de gestão há restrições. geração. Mas já percebi que não é. Será
eventualmente o espaço de duas. Não são os filhos,
são os netos que vão beneficiar disto... O que se
AB: Aspectos menos positivos no POSI? passa é que o inimigo do outro lado é poderosíssimo,
tem uma inteligência negativa, difusa, persistente e
faz aquilo que é mais preocupante: tolhe a
T: Os ex-alunos saberão melhor do que eu apontar os capacidade de promover os melhores, estimular a
pontos menos bons e os pontos de melhoria excelência no exercício da acção, promover a
enquanto cá estiveram – e nós temos as opiniões diferença positiva, etc..
deles. A verdade é que, como em tudo na vida que ser
quer sustentada, no princípio podemos conquistar
aquela praia, depois aquela ilha, à custa de marines
heróicos e podemos até manter a posição na praia de
uma forma sustentada durante uns anos. Mas daí a
levar esses militares, com essa mentalidade, a
conquistarem a ilha e mantê-la é a diferença entre
estarem vivos e morrerem todos... O modelo que
temos ainda não dá para conquistar a ilha toda...Por
isso prefiro manter as tropas na localização que estou
a controlar, à espera de condições, apoios e exércitos
para a tal conquista total… Os alunos do POSI são
como estes marines heróicos…

AB: Segundo Drucker, a guerrilha contra a


superpotência?
AB: a ligação da Universidade à
T: A figura do nicho e da superpotência diz muito…eu sociedade civil é determinante?
considero-me guerrilha. T: Espero que a Universidade um dia compreenda e
reconheça que um dos seus contributos estratégicos,
mais fundamental para o país, é a formação de
AB: Um guerrilheiro pode operar sozinho profissionais just-in-time, just-in-place, just-in-
mas precisa dos outros… context.
Isto é: formação de profissionais que estão na
T: Estou muito realizado porque praticamente tudo o actividade económica, social e cultural ao longo da
que sonhei foi excedido graças às pessoas e às suas vida. Isso é tão importante como a formação de base
capacidades. Eu acredito na capacidade das dos jovens, facto que hoje não é reconhecido pelas
pessoas. A grande questão é que a superpotência universidades portuguesas, tirando uma área muito
aqui chama-se: máquina administrativa central do lucrativa chamada MBAs nas escolas de gestão…e
Estado. A máquina do Estado napoleónico... eu acho que isto está errado… As universidades
Obviamente está em transformação, mas lenta. estão profundamente fora do negócio. Fora da
visão…o conhecimento neste momento é um bem
O pior é não pensar como o inimigo, como dizia Sun tangível que está no mercado e as universidades
Tzu. Eu nunca cometi esse erro, nunca parti do ainda não perceberam que não estão sós nesse
princípio que eu ia mudar o Estado. negócio.

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Ou temos reengenharia nas universidades para que se reposicionem


estrategicamente - e aí estão em competição e ganham meios e dinheiro
para competir - ou as universidades estão fora da corrida.

AB: Inspirado no modelo MIT para manter a


competitividade?

T: Quando eu vi o MIT a colocar todos os seus cursos na Internet, pensei:


por trás disto tem que estar uma estratégia profunda. O MIT é uma
universidade privada…Quando coloca os conteúdos pedagógicos na
web acedíveis pelo mundo inteiro, existe um modelo de negócio por
trás… Qual é?... Com humildade confesso que ainda não consegui
perceber e eles também não me explicaram…

Não estamos ainda nesse ponto. Estamos noutra economia, mas o que
nós começamos a fazer é colocar ao abrigo de Bolonha o nosso melhor
conhecimento. É o que estamos a fazer no POSI. É o conhecimento mais
avançado de investigação que estamos a produzir em Portugal. Estamos
a trazer conhecimento do estrangeiro, útil, oportuno, porque está ligado à
“...abaixo a nossa capacidade de investigação e consultoria profissional. Alguns
universidade colegas meus andam nervosos porque estamos a dar know-how à nossa
napoleónica e competição…

viva a Feliz o profissional que trabalha numa organização que tem excelentes
universidade competidores e ainda melhores clientes, porque isso obriga-nos a ser
melhores. Desse ponto de vista eu estou realizado, todos os anos temos
empresarial.” vindo a melhorar e inovar no POSI. Isto é uma realidade.

Mas temos um problema: as empresas não investem nas universidades


como deviam. Eu fiz um discurso em 1980, quando era o mais jovem
Professor Catedrático do país, tinha 29 anos, o Doutor Mário Soares era
primeiro-ministro e lembra-se sempre disto quando me vê: abaixo a
universidade napoleónica e viva a universidade empresarial.

Foi um discurso a partir do meu contexto mental dos Estados Unidos,


mas que foi lido aqui em Portugal durante muitos anos como
universidade capitalista que serve interesses privados. Ora não era isso o
que pretendi transmitir, de todo!

Devia ter usado outra palavra em linguagem portuguesa, o que eu


realmente queria dizer e continuo a dizer era: viva a universidade que se
organiza por processos para cumprir os seus objectivos, que é avaliada
pela sociedade pelos resultados que produz e não é paga simplesmente
porque ela é uma universidade, ela é financiada no esquema normal de
uma economia, porque o que ela faz traz mais-valia que é reconhecida
pela economia, pela sociedade toda.

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Em primeiro lugar isto implica gestão por objectivos, liderança do IST que vai ser escolhida em breve para
gestão por processos, discriminação da actuação, fazer isto. Estamos unidos no mesmo propósito. Em
etc. segundo lugar, quero fazer o MBE. Precisamos de
criar o contexto, de ir buscar as valências para
Estou numa universidade pública e quero continuar a conseguirmos dar um produto de qualidade para se
estar, só que não tem que ser do Estado. E este impor no espaço lusófono e que obviamente tem
conceito é difícil de entender em Portugal. O Estado como plataforma de base o POSI, que continuará
não é o único espaço de defesa do interesse nacional forte.
e do interesse público. A sociedade e os cidadãos
organizados é que são. Agora vejo com prazer que
um dos principais oponentes destas ideias nos anos AB: Os alunos do POSI serão, no bom
80, agora Ministro, finalmente pôs de pé um estatuto sentido, as primeiras cobaias do futuro
que já permite graus de liberdade. Vão aparecer
MBE?
finalmente 3 universidades, que são fundações. Pena
é que a minha não seja. 29 anos depois destas
propostas, estou realizado por ver este caminho T: De facto a primeira comunidade a beneficiar deste
andar… Há diversidade ecológica e o Estado não projecto são os ex-alunos do POSI. Temos que ter
está em cima de tudo! uma boa discussão que eu queria ver
pragmaticamente dentro desta comunidade. E.g.
discutir tipo de regimes de oferta académica,
horários, intensidade de aulas, etc. Avançar com pré-
AB: Pela forma como defende as suas
inscrições e fóruns para discutir propostas para
convicções considera-se um outsider? trabalhar, no sentido de configurar o MBE com
flexibilidade, casado com horário laboral e interesses
T: Para desespero de muitos eu não me considero um da empresa. Um MBE focado na Engª Organizacional,
outsider. Desde que vim dos EUA decidi que não me sistemas, arquitecturas. É neste domínio que
ia meter nem na política nem no governo. Decidi há estamos a falar. Somos bons nisto. MBE com
muito que não quero ir para a liderança da componentes profundas em áreas de MBA, mas com
universidade porque são coisas que me afastam do aprofundamento noutras disciplinas em áreas de
terreno de batalha onde eu estou e que visa produzir Engª. Já temos massa crítica e investigação nestas
conhecimento humano, i.e. know-how com pernas – áreas, que é única no mundo. Estamos também a
como eu tenho dito, know-how nos servidores de importar docentes de fora. Temos contactos na
carbono que passam por aqui, ajudando a fazer Europa e EUA muito avançados neste momento…
transformações na realidade económica, cultural e Resumindo: pretendo ver daqui a 5 anos o POSI a
social do país. decorrer, o MBE a decorrer há 3 anos já sólido e os
cursos de especialização também...
É aqui que estou, estou muito bem e o que é preciso é O mais importante é a rede humana. E estamos a
persistir! E.g. 400 pessoas que passaram pelo POSI trabalhar nisso com a nossa rede social. Queremos
em posições-chave, infectados viralmente pelo nosso um sistema auto sustentável de entreajuda e
trabalho, vão infectar exponencialmente muitas conhecimento, para que as pessoas possam vir
outras pessoas. Vale a pena... buscar à Universidade aquilo que precisam.
Com os meios que temos de relação no espaço
Estou num ponto da vida em que vou fazer 60 anos, virtual, dispomos de todas as condições para fazer
estou no fim da minha 4ª década de vida profissional. coisas extraordinárias neste momento. Esta iniciativa
Estou a começar a 5ª década que, por uma questão da comunidade POSI na web é para mim algo tão
de prudência dividi ao meio. Tenho objectivos muito excitante como a criação do INESC há 30 anos. Tudo
claros, até aos meus 65 anos, em primeiro lugar ao isto se as pessoas se envolverem e forem
nível da minha presença e estratégia no IST quero participativas. Esta é a realidade…
continuar a apostar forte na Licenciatura Informática e
Mestrado em Engª Informática, quer aqui na Alameda,
quer no Taguspark. Quero lançar o programa de
doutoramento em Engª Organizacional em
colaboração com algumas universidades europeias e
talvez americanas, com financiamento totalmente
empresarial. Estou seguro que vou ter condições na

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ENTREVISTA .11

AB: Mas realidade observável encapsula em si elementos


de alguma subjectividade. Como é que se pode
transformar o comportamento das pessoas?

T: Hoje, pela evolução tecnológica, evolução do mundo, as realidades


organizacionais em que nós vivemos são realidades muito mais densas,
dinâmicas, interconectadas e aceleradas, do que há 20 anos atrás. Nós
somos aparentemente os mesmos, mas a única coisa certa é que tudo
está a mudar…Mas de facto… nós não somos os mesmos, os nossos
filhos já são diferentes… São biónicos. E.g. o telemóvel faz parte deles,
por acaso ainda não está implantado no corpo, penso que por problemas
de dissipação de calor. Se implantarem aquilo na barriga, aquilo queima!
É difícil dissipar o calor. Mas de resto, a tecnologia já faz parte deles.

Hoje a nossa realidade organizacional, a nossa vida, é o resultado de


intensas transacções, em rede, biónicas. I.e. servidores de carbono e de
sílica estão interligados numa web semântica não separável, estruturada
totalmente à volta da linguagem humana…

Isto é a grande lição na minha aprendizagem nos últimos dois anos. Ora
bem, não há uma realidade, há várias, cada um de nós está sempre em
circuitos constantes de apreender a realidade exterior através dos 5
sensores, trazer o input exterior para o nosso cérebro, onde inserimos o
input em modelos do mundo e perante a percepção do que é que eu sou
no mundo, naquele momento, decido o que fazer.

A diferença entre um conjunto de patetas e um conjunto de pessoas


“O mais articuladas dentro de uma organização é quando a organização através
das suas redes, das suas pessoas e computadores em rede consegue
importante é a instrumentar a realidade de tal maneira que os modelos mentais das
rede humana. pessoas e os modelos dos computadores se sincronizem. I.e. haja ao
mesmo tempo duas coisas, sincronização na acção e sincronização na
E estamos a visão do mundo.
trabalhar nisso com
a nossa rede social.“ A realidade nunca será a mesma para as pessoas, mas podemos estar
sempre num algoritmo de convergência de clarificar e desambiguar,
encontrando alinhamentos entre as pessoas a partir de novas evidências.
É tão simples como isto… Estamos a caminhar para uma realidade: a
empresa em tempo real.

O desafio é: como instrumentar a actuação dos servidores de carbono e


de sílica à volta da realidade comum da organização… A partir daí
transformar. Falamos da engenharia biónica da organização.

AB: há uma única ontologia corporativa?

T: Absolutamente, mas com vários subdomínios…

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ENTREVISTA .12

“Nas AB: mas o tempo real tem também um problema: reduz-


nos horizontes… Temos menos tempo para planear..
organizações o
desafio é grande T: Não. A boa engenharia organizacional resolve isso. É preciso saber
porque as gerir as transacções, os fluxos e a orquestração da organização tendo
em consideração que o humano vive em esquema de lógica humana.
pessoas são Modelar os servidores tendo em atenção as acções que têm tomar.
também Como um todo.
componentes...”
AB: Existe o perigo orwelliano nesta necessária
dinâmica? Qual é a ética?...

T: Há sempre perigo para que em situações especiais se possa usar tudo


isto para limitar o potencial das pessoas e das máquinas, o que muitas
vezes contribui para situações muito más.

A ética, para mim, são parâmetros a um nível muito alto do sistema


operativo dos servidores de carbono, mas analisemos uma coisa: o drive
principal de cada indivíduo está codificado. É self-preservation, self-
interest. Egoísmo! É o drive de cada agente e a arte de orquestrar e influir
a humanidade é alinhar o drive individual com o drive de todos, i.e. é
transformar isto em jogos ganha-ganha.

A grande orquestração que se tem que fazer na Engª organizacional é


tirar o partido positivo das bússolas de auto-egoísmo de cada pessoa,
dar-lhes um pólo magnético que é partilhado e construído para todos e
assim tentarmos caminhar no mesmo sentido.

Uma organização é um ser vivo…

AB: O modelo do Professor Jan Dietz ajuda a polarizar as


bússolas que refere?

T: Sim estamos a explorá-lo, é um modelo muito bem definido, passível


de ser colocado num modelo computacional e rigoroso. É um modelo
que se aplica a uma fase já de execução de transacções. Não tem no
entanto atributos dinâmicos, de como acomodar a mudança. Aliás é
nisso que estamos a trabalhar nesse momento, como por a dinâmica,
mantendo a consistência com regras internas e coerentes.

Nas organizações o desafio é grande porque as pessoas são também


componentes, i.e. estão cá fora e estão lá dentro. E cada um de nós tem
as duas coisas integradas…Como é que isto se faz? Aprendendo com os
resultados. Aliás, isto distingue o IST e o POSI, aqui as pessoas
apredendem fazendo!…Os posianos têm que propagar os seus
conhecimentos viralmente para operar as transformações necessárias
que as nossas empresas precisam.

Publicação do Curso de Pós-Graduação em Sistemas de Informação / Consórcio POSI POSI Mag | Nº1 . 10 anos POSI, rumo à 2ª década!
NA PRIMEIRA PESSOA .13

Dr. Miguel Rau


Na sessão de abertura do POSI XI, o Dr. Miguel Rau
honrou-nos com a sua presença na qualidade de aluno da
primeira edição do POSI. De resto, o próprio brindou-nos
com uma generosa intervenção no auditório Alfa.
Prontamente aceitou o nosso desafio para escrever um
testemunho que abre esta secção da POSI Mag.
O nosso obrigado.

“Passados 10 anos sobre o arranque do POSI, aceitei o convite para me


juntar à apresentação da 11ª edição deste programa (nova geração do
POSI) e não pude deixar de descrever a minha experiência académica e
pessoal.
A discussão de casos práticos e a partilha de experiências nos domínios
da tecnologia, processos, organização e gestão nas empresas - com o
corpo docente e os colegas de diferentes backgrounds e provenientes de
outros sectores económicos - constituíram uma base importante para
cimentar os conhecimentos teóricos que me foram transmitidos ao longo
da pós-graduação.
“Para além de Numa fase em que possuía a responsabilidade técnica no
desenvolvimento aplicacional no Banco BPI, fui levado a desenvolver
me dotar de uma visão holística sobre os sistemas de informação que se revelou
novas fundamental não apenas na passagem para a coordenação de equipas
de desenvolvimento distribuído e central como neste desafio que me foi
metodologias e colocado recentemente para integrar uma nova equipa com a missão de
ferramentas, o reflectir e agir sobre a inovação na arquitectura de sistemas do Banco
BPI.
POSI reforçou Para além de me dotar de novas metodologias e ferramentas, o POSI
igualmente as reforçou igualmente as minhas capacidades de resolução de problemas,
de gestão de prioridades (profissionais e pessoais) e de enfoque nos
minhas elementos estratégicos e geradores de valor para o Banco.
capacidades de O POSI permitiu-me ainda construir uma rede social de contactos com
resolução de colegas e docentes que se tem demonstrado muito estimulante e
enriquecedora. É de notar que passada uma década ainda são
problemas...” frequentes os encontros e os jantares.”

Dr. Miguel Rau

Publicação do Curso de Pós-Graduação em Sistemas de Informação / Consórcio POSI POSI Mag | Nº1 . 10 anos POSI, rumo à 2ª década!
NA PRIMEIRA PESSOA .14

Engº Nuno Guerreiro


Simbolicamente, na primeira edição POSI Mag, três
testemunhos de posianos agora docentes no POSI. Nos
relatos das duas perspectivas, observa-se um elo
comum: o POSI como fonte contínua de saberes.

“É incrível. Fez em Abril passado deste ano exactamente 5 anos em que


deixei o 9º andar do INESC. Saí sem dúvida mais enriquecido. Não só
pela incrível experiência de participar no enorme desafio que é o POSI,
mas também pela aprendizagem e excelentes amizades que ganhei ao
longo de um ano muito duro. Não se esquecem as noitadas, as noites mal
dormidas mas como se costuma dizer: quem corre por gosto não se
cansa. No fim, as boas amizades perduram.
Quando decidi embarcar nesta aventura tinha (mais ou menos) a
“O POSI é consciência que seria duro. Mas só se sabe verdadeiramente quando se
também um passa pelo 9º andar e as solicitações começam a surgir de várias
direcções. Depois é o trabalho e família. Mas como em tudo na vida, o
processo de POSI é mais uma etapa. Olhando para trás, voltava a fazer o mesmo.
aprendizagem Tenho a certeza que valeu a pena.
Fui para o POSI por opção própria. Decidi que estava na altura de me
para os seus auto-reciclar (tecnologicamente falando). Aprendi bastante, e sobretudo
Professores...” o POSI abriu-me novos horizontes em diversos domínios. Além da
aprendizagem e desafios constantes (e claro a quantidade enorme de
trabalhos), a convivência com outros alunos e outras experiências foi sem
dúvida uma das mais-valias do POSI.
Tive depois a oportunidade de passar do estatuto de aluno, a um estatuto
algo diferente: o de monitor ou professor (como prefiram chamar). Já lá
vão algumas edições (6 para ser mais preciso). Cada ano que passa
revejo o que eu e os meus colegas passámos e as dificuldades que fomos
ultrapassando. Mas nem por isso deixei de aprender. O POSI é também
um processo de aprendizagem para os seus Professores. Aliás, julgo que
agora o desafio ainda é maior. Os alunos assim o exigem.
Enfim, é isto que faz o POSI: A exigência, o rigor, “o meter a mão na
massa” (onde já ouvi isto?) e a aprendizagem constante. É claro que nem
tudo foram rosas. Mas o balanço final foi e é extremamente positivo.
Agora que venha o MBE.” Nuno Guerreiro

Engº Ricardo Lopes


“Para alguém que tem a sua formação académica base em Engª.
Informática no IST, o POSI surgiu, na minha opinião, como uma
oportunidade para:
- Consolidar e refrescar conhecimentos técnicos na área, bem como
conhecer novas tendências nesta vertente dos SI’s; e
- Adquirir novos conhecimentos relacionados com os temas de
arquitectura, organização e gestão de SI’s.

Publicação do Curso de Pós-Graduação em Sistemas de Informação / Consórcio POSI POSI Mag | Nº1 . 10 anos POSI, rumo à 2ª década!
NA PRIMEIRA PESSOA .15

“Este Efectivamente, no fim do curso, todos estes aspectos foram atingidos. A


abrangência das temáticas consideradas no âmbito do mesmo foi um
conhecimento factor essencial para tal. São abordados diversos temas que nos
permitiu-me, permitem ter uma percepção global dos SI’s ao nível de tecnologias,
profissionalmente, arquitecturas, funcionalidades, objectivos, ferramentas existentes no
mercado e, bastante importante e relevante, importância dos mesmos
ter um maior para as empresas e seus processos de negócio.
espírito crítico e Considero como uma grande vantagem, na minha formação profissional,
o conhecimento desta perspectiva. Este conhecimento permitiu-me,
uma maior profissionalmente, ter um maior espírito crítico e uma maior capacidade
capacidade de de aprendizagem e de resposta às situações do dia-a-dia.
Adicionalmente, permitiu-me exercer uma profissão de docente no
aprendizagem e próprio POSI, que tenho muito gosto em realizar. Com ela transmito e
de resposta às ensino conhecimentos, que serão úteis a alunos e suas empresas, o que
me dá bastante satisfação, mas também aprendo e evoluo.” Ricardo Lopes
situações do
dia-a-dia.” Engº Nuno Franca
“Apesar da minha passagem pelo POSI ter sido uma opção pessoal,
vindo de uma empresa de tecnologia de ponta, onde os desafios eram
constantes, a exigência enorme e o ritmo elevadíssimo, quase violento,
não posso deixar de admitir que estava, do alto da minha "arrogância",
um pouco céptico em relação ao que o curso me poderia trazer.
Não podia estar mais enganado e o POSI foi, para mim e antes de mais
nada, uma enorme lição de humildade! Fui confrontado com a realidade:
não sabia nada! E hoje, passados 2 anos, sei que sei muito pouco. Este
mundo está em constante evolução e o POSI deu-me as ferramentas e
orientação necessária para me ajudar a enfrentar essa evolução e,
eventualmente, poder contribuir para ela. Mas atenção que o POSI, por si
só, não faz nada... Tenho que ser eu, com as ferramentas que me foram
passadas...
O ano do POSI foi, para mim, um ano excepcional. Não só por causa da
exigência do curso, mas também aos níveis pessoal e profissional onde
aconteceram várias mudanças. Mas apesar do alívio e enorme satisfação
em ter chegado ao fim com algum sucesso, em Abril de 2008 não pude,
também, deixar de sentir alguma tristeza e um vazio: ia deixar de ter o
convívio dos meus colegas e professores que, neste percurso, não tenho
dúvidas, tornaram-se amigos para a vida. Mas não foi só a falta do
convívio e dos amigos às 6ªs e Sábados, durante as semanas com as
reuniões via "skype" e "gtalk", "google docs", etc. Foi também saber que
deixava de ter aquela fonte de conhecimento e de desafios, quase que
“...o POSI foi, como a dose de uma droga, da qual passei a depender. Percebi então
para mim e antes que, "agora sim, estou pronto para começar o POSI!". Não tenho dúvidas
que num futuro próximo, possa frequentar algumas das novas cadeiras
de mais nada, que entretanto vão surgindo e acompanhar as iniciativas que a
uma enorme organização do curso vier a tomar.
Hoje tenho a satisfação de continuar ligado ao POSI a apoiar os alunos
lição de em cadeiras de base tecnológica. Vejo o POSI do "outro lado" mas os
humildade!” desafios continuam interessantes e percebo que tudo o que passei e
senti, os novos alunos continuam a passar e sentir. Repetem-se os
mesmos laços. Espero que o POSI possa continuar durante muito tempo
pois acredito que é um excelente meio de divulgação de conhecimento.”
Eng. Nuno Franca

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CASOS, INVESTIGAÇÃO & .16
DESENVOLVIMENTO

Prof. Drª Marielba Zacarias


Ao entrar na segunda década do POSI, a Professora
Doutora Marielba Zacarias abre-nos o caminho para a
modelação empresarial e necessidade imperiosa de
desenvolver novas linhas de investigação.

processamento com meios computacionais. As


Modelação empresarial abordagens de ME têm sido principalmente utilizadas
como ferramenta de como suporte ao desenvolvimento de aplicações
empresariais e à análise organizacional, esta última
análise e redesenho da focando principalmente o (re)desenho de processos
organização de negócio. A investigação e prática em ME tem
demonstrado a eficácia das abordagens
desenvolvidas como meio para comunicar, discutir e
A evolução da disciplina de Sistemas de Informação (re)desenhar processos organizacionais.
(SI) tem sido caracterizada pelo ênfase dado aos
modelos e as actividades de modelação como um
meio fundamental para facilitar a comunicação entre
Abordagens de ME
as partes interessadas ou afectadas pelos correntes
respectivos SI. A interdependência que existe entre
os SI e a estrutura, cultura e processos Inúmeras linguagens, metodologias e ferramentas
organizacionais tem levado à expansão da área de SI têm sido desenvolvidas e são cada vez mais utilizadas
com a criação de uma área charneira denominada desde a aparição da ME há mais de vinte anos. Estas
como Modelação Empresarial (ME). tecnologias de modelação não têm sido apenas
desenvolvidas no âmbito dos SI, mas também dentro
A disciplina de ME permite a criação e visualização de da área de Inteligência Artificial (IA), e são usualmente
representações da organização. Na actualidade, referidas como Arquitecturas Empresariais (AE) ou
existe uma variedade de modelos, metodologias e Ontologias Empresariais (OE). Enquanto algumas
ferramentas que permitem representar diversas abordagens focam em sectores específicos, outras
estruturas e processos organizacionais. Um aspecto podem ser utilizadas em empresas de qualquer tipo e
essencial destas abordagens é a sua capacidade dimensão. Algumas das abordagens genéricas mais
para representar diferentes facetas da organização conhecidas são; Integrated Framework Architecture
em termos de diferentes perspectivas ou “vistas” da (IAF) [1], Open Group Architecture Framework
organização. As perspectivas mais comuns são; (1) (TOGAF) [2], Enterprise Ontology (desenvolvida por J.
processos, (2) informação, (3) aplicação, e (4) Dietz) [3], e a CEO EA Framework [4]. Dentro da área
tecnologia. Enquanto a primeira descreve as de IA, duas ontologias muito conhecidas são a
actividades i.e. o quê a organização faz e como o faz, Enterprise Ontology do Uschold [5] e as ontologias do
as perspectivas restantes descrevem os seus projecto TOVE [6].
recursos i.e. as entidades envolvidas nessas
actividades. Estas vistas embora diferentes, estão Tal como foi mencionado anteriormente, a
ligadas entre si, mantendo a noção da empresa como característica essencial das abordagens de ME é a
um “todo” coerente. representação da empresa a partir de diferentes
perspectivas. A tabela 1 ilustra as perspectivas
Um segundo aspecto de grande importância é a definidas, assim como os conceitos de modelação
utilização de linguagens de modelação com sintaxe e mais importantes de cada perspectiva, como definido
semântica mais formais, assim como representações por quatro abordagens; (1) OE do Uschold, (2) TOVE,
gráficas, as quais reduzem ambiguidades e (3) OE Dietz e (4) AE do CEO.
representações inconsistentes, e permitem o seu

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CASOS, INVESTIGAÇÃO & .17
DESENVOLVIMENTO

Esquema: Abordagens de ME correntes

Perspectiva OE (Uschold) TOVE OE (Dietz) EA (CEO)

entidade, relação, Tempo (datas início, Datas requisição, entidade, papel


papel, actor, estado, fim, intervalo) prometidas, reais,
Conceitos gerais tempo (datas início, evento, estado
fim, intervalo), evento,
estado

actividade, processo, Actividade, processo, acto produtivo, acto actividade, processo,


executante, dono, pré- estado inicial, estado coordenação, objectivo do processo,
condições, efeitos final transacção, processo, coordenação input,
Actividades evento de produção/ output,
coordenação, facto de
produção/coordenaçã
o, estado transacção.

entidade-recurso Materiais, trabalho, entidade


ferramentas informacional,
Recursos aplicacional ou
tecnológica

unidade org., papel, aptidão, actor, papel, agenda, unidade org., missão,
propósito, entidade unidade org., objectivo regras de activação de visão, estratégia,
Agente legal, parceria, org, objectivo papel, papeis, sujeitos objectivos
Organização parceiro, gestor, autoridade, enlace organizacionais
pessoa, máquina informacional, agente
(pessoa, máquina,
software)

Com excepção da EO de J. Dietz, todas as de estado é tipicamente conceptualizado como


abordagens incluem perspectivas centradas em “estado das coisas” e é tipicamente representado em
actividades, recursos e agentes/organização. O termos de relações entre entidades num momento
comportamento organizacional é descrito em termos dado.
de processos i.e. hierarquias e fluxos de actividades,
onde cada actividade é representada em termos de Todas estas abordagens juntam conceitos
estados iniciais e finais, ou recursos utilizados e organizacionais e conceitos de agentes
produzidos. As perspectivas de recursos descrevem (denominados actores nalgumas abordagens) numa
os mesmos e as suas interligações. A EO de J. Dietz única perspectiva. O comportamento dos agentes é
utiliza uma abordagem diferente; as operações são descrito através da definição de papéis genéricos que
representadas em termos de transacções entre englobam comportamentos ou aptidões esperadas.
agentes que desempenham papéis específicos. Esta As actividades indicam os papéis que são precisos
abordagem não inclui uma perspectiva centrada em para a sua execução. Os agentes (humanos ou
recursos. computacionais) são associados a um conjunto de
papéis que indicam o comportamento ou aptidões
A maioria das abordagens inclui um conjunto de fornecidos pelo agente.
conceitos gerais tais como entidade, relação (entre
entidades), evento, estado e conceitos de definição
de tempo. Os conceitos de evento, estado e de
tempo são utilizados para descrever a dinâmica das
actividades. Os eventos são definidos como factos
que ocorrem em momentos específicos. O conceito

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CASOS, INVESTIGAÇÃO & .18
DESENVOLVIMENTO

exibem comportamentos não lineares (não explicados


Paradigma por relações lineares de causa e efeito), emergentes
contemporâneo das (não explicados por cadeias de comando e controlo) e
processos de apreensão e compreensão da realidade
ciências sociais e (não explicados por processos de racionalização e
organizacionais predição) [9].

As abordagens clássicas da organização são A escola construtivista dá muita importância à


positivistas i.e. assumem que a realidade é única e evolução organizacional e visa descobrir e endereçar
externa aos sujeitos. Por outras palavras, o os mecanismos que determinam as mudanças
pensamento organizacional clássico tem uma noção contínuas ou abruptas das organizações. Finalmente,
objectiva da realidade. Contudo, na actualidade não o paradigma construtivista enfatiza a noção de
há dúvida nenhuma da dinâmica e incerteza que agencia organizacional. De forma a ser
rodeia as organizações de hoje. Numa era em que a apropriadamente compreendida, esta noção deve ser
tecnologia tem convertido o mundo num lugar mais estudada tanto a nível individual como colectivo.
pequeno onde os eventos ocorrem a uma altíssima Enquanto algumas teorias e modelos endereçam a
velocidade, , as organizações requerem mudanças noção de agência a níveis das organizações e
constantes de forma a adaptar-se para sobreviver. sociedades como um todo, outras endereçam-na a
Como consequência, o pensamento clássico das nível dos indivíduos, das relações interpessoais ou de
ciências sociais e organizacionais está mudar do grupos.
paradigma positivista para o construtivista, e está a
adoptar princípios baseados na teoria da Em termos gerais, as teorias e modelos construtivistas
complexidade. partilham os seguintes supostos sobre a organização;
(1) as organizações são sistemas que resultam de
O construtivismo é um paradigma intelectual que interacções entre as suas partes, (2) As componentes
argumenta que a realidade é socialmente construída organizacionais incluem agentes semi-autónomos e
através da comunicação humana. Os princípios artefactos, (3) Os artefactos são de natureza física,
baseados na teoria da complexidade têm substituído psicológica ou social e suportam as interacções entre
visões deterministas do funcionamento interno e agentes, (4) tanto as organizações como os seus
externo das organizações por perspectivas agentes são entidades complexas e adaptativas.
baseadas na noção de emergência, auto- Como consequência, ambos estão caracterizados
organização e evolução [7]. Nestes paradigmas as por comportamentos não lineares com ciclos de retro-
organizações são consideradas sistemas complexos alimentação que criam uma interdependência estreita
que emergem das interacções entre agentes entre indivíduos e organização, assim como
humanos e não humanos. processos de co-evolução de agentes e a suas
organizações.
No construtivismo, a realidade é construída a partir
das contínuas interacções entre os agentes da
organização. A realidade organizacional não é
Abordagens de ME face
objectiva, mas também não é totalmente subjectiva. ao paradigma
Os construtivistas defendem que a organização
existe maioritariamente na mente dos seus membros
organizacional
na forma de mapas cognitivos, modelos, imagens, contemporâneo
etc. [8] Quando falam e fazem desenhos da
organização, ela é reificada. Por outras palavras, O novo paradigma da ciência organizacional sugere a
através da comunicação é interacção entre os importância de desenvolver perspectivas para
agentes organizacionais, estes continuamente criam capturar e modelar o comportamento, dinâmica e
evolução dos agentes organizacionais e das relações
e recriam a organização e fazem-na parecer uma
entre eles. Contudo, o propósito central das
entidade objectiva. A existência de modelos,
abordagens de ME ilustrado na tabela 1, é facilitar o
desenhos ou imagens partilhadas implica
desenvolvimento de aplicações alinhadas com os
necessariamente cooperação e acordos sociais.
processos de negócio da empresa. Como
A escola construtivista considera que a organização é consequência, estas abordagens são compatíveis
um sistema complexo, onde a realidade observável é com o pensamento positivista, e enfatizam os
determinada por processos subjacentes não visíveis. processos organizacionais como única forma de
Enquanto sistemas complexos, as organizações descrição do comportamento e dinâmica

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CASOS, INVESTIGAÇÃO & .19
DESENVOLVIMENTO

organizacional. Portanto, o pressuposto básico da capturar comportamentos genéricos definidos por


organização e propósito destas abordagens coloca papéis como comportamentos específicos de
várias limitações para uma modelação de agentes indivíduos ou grupos. Isto implica não só desenvolver
organizacionais adequada a sua natureza complexa, conceptualizações centradas no agente, mas
dinâmica e adaptável. também definir formas de ligar esta conceptualização
com perspectivas centradas nas actividades, nos
Primeiro, as abordagens correntes apenas capturam recursos e conceitos genéricos da organização.
comportamentos esperados agrupados em papéis
genéricos, os quais impossibilitam a captura e Esta separação entre agentes e organização, está a
modelação de comportamentos associados a ser observada nalguns trabalhos de investigação de
indivíduos ou grupos específicos. Esta limitação natureza interdisciplinar, e permitem capturar e
impede a utilização das abordagens de ME actual modelar alguns comportamentos a nível de agentes
para descobrir como são executadas determinadas específicos (como indivíduos ou grupos). A figura 1
tarefas por indivíduos específicos, ou que recursos ilustra o modelo PCANS do grupo CASOS [10], o qual
são utilizados por eles. define a organização em termos de quatro
perspectivas separadas, mas interligadas entre si; (1)
Segundo, não é possível capturar a dinâmica dos agentes, (2) organização, (3) recursos de
agentes. Pela sua natureza multi-tarefa, os agentes informação/conhecimento e (4) actividades.
são capazes de desempenhar distintos papéis e
tarefas em momentos distintos, assim como mudar
repetidamente entre estes. Esta limitação impede Modelo PCANS
utilizar as abordagens de ME para responder
perguntas tais como quando um agente específico O modelo PCANS permite modelar as interacções entre agentes,
assim como as relações destes com a organização como um
desempenha um dado papel ou tarefa, ou determinar todo, as suas actividades e recursos informacionais. Como
o grau de fragmentação do trabalho do agente num ilustrado na figura 1, estas interacções produzem vários tipos de
intervalo de tempo dado. Finalmente, actualmente rede.
não é possível capturar a evolução do agente ou da
organização. Embora modelos como o PCANS ultrapassem algumas das
limitações previamente mencionadas, na actualidade nenhuma
abordagem captura por si só toda a complexidade, dinâmica e
O novo paradigma da ciência organizacional sugere a
natureza contextual do comportamento dos agentes humanos.
importância de desenvolver perspectivas para Como consequência, ainda não é possível utilizar a ME para
capturar e modelar o comportamento dos agentes responder perguntas tais como as formas particulares que os
organizacionais, separadas das perspectivas de indivíduos têm de implementar uma tarefa dada, nem os recursos
organização actualmente incluídas nas abordagens que usam, ou como é que o indivíduo gere os seus recursos, ou
de ME. A adição de uma perspectiva de agente coordena o seu próprio trabalho. Estas e outras perguntas
sugerem a necessidade imperiosa de desenvolver linhas de
separada da perspectiva organizacional permite investigação com o propósito de explorar abordagens integradas
para capturar e modelar as distintas facetas do comportamento
humano enquanto agente da organização

1. CAP Gemini, Integrated Architecture Framework, [online]


http://www.capgemini.com/resources/thought_leadership/architecture_and_the_int
egrated_architecture_framework/
2. The Open Group, The Open Group Architectural Framework (TOGAF) - Version
8.1, [online] http://www.opengroup.org/architecture/togaf8-doc/arch/
3. Dietz, J. L. G., Enterprise Ontology, Springer, 2006
4. Sousa, P. and Caetano, A. and Vasconcelos, A. and Pereira, C. and Tribolet, J.,
Enterprise architecture modeling with the UML 2.0, In Enterprise Modeling with
UML, Rittgen, P. (Ed.), 69-96., Idea Group Inc., 2005
5. Uschold, M. and King. M. and Moralee, S. and Zorgios, Y., The Enterprise
Ontology, Knowledge, Engineering Review 13(1:31-89), 1998
6. Fox, M. S. and Barbuceanu, M. and Gruninger, M., An Organization Ontology for
Enterprise Modeling: Preliminary Concepts for Linking Structure and Behavior, 4th
Workshop on Enabling Technologies: Infrastructure for Collaborative Enterprises
(WET-ICE'95), IEEE -- Computer Society, 1995
7. Magalhães, R., Organizational Knowledge and Technology, Edward Elgar
Publishing, 2004
8. Hatch, M. J. and Cunliffe, A. L., Organization Theory, Oxford University Press,
2006
9. Zacarias, M., Magalhães, R., Pinto, H.S. and Tribolet, J., A‘context-aware’ and
agent-centric perspective for the alignment between individuals and organizations,
Information Systems, Elsevier, http://dx.doi.org/10.1016/j.is.2009.03.014
10. Krackhardt, D. and Carley, K. M., PCANS Model of Structure in Organizations,
International Symposium on command and Control Research and Technology,
Figura 1 . Modelo PCANS do grupo CASOS [10] 1998

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LIVROS .20

CYBERWAR
O Fenómeno, as Tecnologias e os
Actores (Paulo Santos, Ricardo Bessa e Carlos Pimentel)

Nesta secção, daremos destaque às vossas


contribuições/sugestões. O desafio é simples:
recomendem um livro! Partilharemos a vossa sugestão
em rede através da POSI Mag. No primeiro número,
deixamos uma sugestão: CYBERWAR - O Fenómeno, as
Tecnologias e os Actores. Trata-se de um livro editado
pelos nossos amigos e posianos: Paulo Santos, Ricardo
Bessa e Carlos Pimentel.

Actualmente a Internet é uma realidade tecnológica em crescimento


exponencial e em ininterrupto estado de inovação que revolucionou a
forma como as dinâmicas culturais, politicas, empresariais e sociais se
processam.
Nela impera a liberdade, a oportunidade, a elevada acessibilidade de
informação e uma nova dimensão existencial que muitos designam como
“Web 2.0” onde por vezes se confrontam novos instrumentos de poder.
Neste contexto, todo o instrumento de poder pode ser usado para o bem
e para o mal. É essencialmente este lado anárquico que este livro trata,
Os principais tópicos abordando de uma forma simples mas séria as novas dinâmicas do crime
abordados são: e de subversão relacionadas com a Internet e com as actuais Tecnologias
Caracterização do Cibercrime; de Informação. Neste livro caracteriza-se com particular incidência os
seus actores, as suas motivações, as tecnologias ao seu dispor e o seu
Viagem ao mundo dos Hackers e modo de actuar. Paralelamente, é caracterizado o fenómeno que se
Insiders; designa hoje por “Cyberwar”, percorrendo-se os caminhos trilhados
Anatomia das Redes Informáticas; pelos Hackers, os meandros do Ciberterrorismo e do Cyberwarfare.
O Ciberterrorismo; Aborda-se ainda, a moldura legal, as teorias criminais e sociais inerentes
a este novo tipo de crime, e as formas que o cidadão tem para o
O Cyberwarfare;
minimizar. Neste percurso faz-se referência aos diferentes métodos a que
Os meandros da Web 2.0; o hacker e os diversos cibercriminosos recorrem para levar a cabo as
Técnicas utilizadas pelo suas acções desviantes, apresentando-se as tecnologias e as técnicas
que o cidadão e as empresas poderão recorrer para mitigar os seus
Cibercriminoso;
efeitos.
Profilaxias de Segurança dos
Sistemas de Informação; É uma obra destinada ao público em geral, especialmente aos que
demonstram mais preocupação com o seu papel na chamada
A investigação policial do meio Sociedade da Informação, a todos os profissionais de tecnologias de
digital e a respectiva moldura informação ligados à segurança e aos profissionais das Forças e Serviços
legal; de Segurança. (Texto dos autores)

CYBERWAR - O Fenómeno, as Tecnologias e os Actores, Autores: Paulo Santos / Ricardo Bessa / Carlos Pimentel, FCA.
ISBN: 978-972-722-597-2

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ONLINE .21

http://www.posi.ist.utl.pt http://cepei.dei.ist.utl.pt/
http://www.posi.ist.utl.pt/moodle

http://www.posi.ist.utl.pt/alumni http://www.posi.ist.utl.pt/moodle

http://www.inesc.pt/ http://www.ist.utl.pt/

http://www.inov.pt/ http://www.inesc-id.pt/

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AGENDA .22

Dias 18; 19; 25; 26 de Junho; 02 e 03 de Julho/2009


11.ª Edição do curso de Gestão
de Serviços de Tecnologias de
Informação (ITIL Versão 3)
Todas as sessões terão lugar 5.ªs e 6.ªs das 14.30 às 19.30.
Local: INESC.

Mais informações: posi-secretariado@posi.ist.utl.pt

16 - 17 de Julho
Evento com Professor Jan Dietz
Evento com a participação do Prof. Jan Dietz que regressa a Portugal
expressamente para o efeito.

Mais informações: posi-secretariado@posi.ist.utl.pt

7 e 8 de Setembro de 2009
CEI2009 Encontro Nacional do
Colégio de Engenharia Informática
da Ordem dos Engenheiros
“O Futuro da Engenharia Informática - Desafios e Oportunidades"
Campus do Instituto Superior Técnico no TagusPark

Mais informações: http://cei2009.net/

10 e 11 de Setembro de 2009
INForum'2009
Simpósio de Informática
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Mais informações: http://inforum.org.pt/INForum2009

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design | netvidade.com

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