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UNIDADE II – SEMICONDUTORES
TEORIA DO SEMICONDUTOR
1- Classificação dos materiais:
Quando um elétron é bombardeado com uma energia externa, haverá um acúmulo
de energia e o mesmo desloca-se de uma órbita menor para uma órbita maior. Em
alguns átomos esse deslocamento será mais fácil que em outros. Essa maior ou menor
facilidade de fazer com que um elétron se movimente, é o que define o material como
isolante, condutor ou semicondutor.
a) Isolantes:
São aqueles que possuem baixa condutividade e alta resistividade, ou seja,
oferecem muito oposição à passagem de corrente elétrica, pois quase não
possuem elétrons livres.
Este grupo de materiais está composto de átomos estáveis, ou seja, átomos que
possuem em sua última camada 8 elétrons, estando fortemente ligados ao seu
núcleo.
Exemplos: madeira seca, vidro, porcelana, baquelite, mica, quartzo fundido,
papel, borracha, plástico, cerâmica, água pura.
b) Condutores:
São aqueles que possuem alta condutividade e baixa resistividade, ou seja,
oferecem pouca oposição à passagem de corrente elétrica, pois possuem muitos
elétrons livres.
Este grupo de materiais está composto de átomos instáveis, ou seja, átomos que
possuem em sua última camada 1, 2 e 3 elétrons, estando fracamente ligados ao
seu núcleo.
Exemplos: grafite, mercúrio, ferro, alumínio, cobre, prata, ouro, platina, etc.
c) Semicondutores:
São aqueles que possuem condutividade e resistividade intermediárias entre os
materiais isolantes e condutores, pois possuem poucos elétrons livres. O silício e
o germânio são os mais usados na indústria de semicondutores, portanto na
silício - Si germânio - Ge
2- Tipos de semicondutores:
a) Compostos:
São constituídos de dois ou mais elementos químicos.
Exemplo: arsenieto de gálio (GaAs), fosfeto arsenieto de gálio (GaAsP)
b) Elementares:
São constituídos por um único elemento químico, ou seja, por um só tipo de
átomo.
Exemplo: O silício, largamente usado nos dispositivos eletrônicos em geral, e o
germânio, com uso restrito a apenas algumas aplicações específicas na
Eletrônica. O germânio e o silício elementares, obtidos industrialmente,
possuem uma concentração de impurezas da ordem de 2 %, o que torna inviável
sua utilização na Eletrônica. Para fins eletrônicos, o Ge e o Si tem que ser
extremamente puros ou intrínsecos.
Ligação covalente:
É aquela em que os elétrons mais afastados dos núcleos (elétrons de valência)
são compartilhados por átomos adjacentes, formando a estrutura cristalina quase sem
elétrons livres.
Impurezas doadoras:
São átomos de elementos pentavalentes, adicionados aos cristais puros de Ge
ou Si com o objetivo de aumentar o número de elétrons livres nos mesmos e, por
conseqüência, a condutividade. É chamada de impureza doadora porque doa ao cristal
elétrons livres, ou seja, portadores de corrente elétrica.
Impurezas aceitadoras:
São átomos de elementos trivalentes adicionados aos cristais puros de Ge ou
Si com o objetivo de aumentar o número de lacunas móveis nos mesmos e, por
conseqüência, a condutividade. É impureza aceitadora porque aceita elétrons livres de
átomos (Ge ou Si) do cristal, gerando lacunas no mesmo, ou seja, portadores de corrente
elétrica.
Distribuição eletrônica
de níveis
K L M N O
Aluminio (Al) Z=13 2 8 3
Boro (B) Z=5 2 3
Galio (Ga) Z=31 2 8 18 3
3- Junção PN:
Quando um material semicondutor tipo P é unido a outro do tipo N, de modo a
formar um bloco composto e fundido na área de união, está formada uma junção PN
(chip). Esta é a base da constituição de todos os dispositivos do estado sólido, desde os
diodos semicondutores até os circuitos integrados e microprocessadores.
junção PN
Devido à ionização ocorrida nesta região, aparece aí uma tensão elétrica, tendo
sua polaridade positiva no material tipo N e sua polaridade negativa no material tipo P.
Esta tensão é denominada potencial de barreira (VB) e tem um valor diferente para
cada tipo de material semicondutor básico da junção PN.
Por exemplo, o potencial de barreira existente numa junção PN de silício é de
aproximadamente 0,6 V e numa junção PN de germânio é de aproximadamente 0,3 V.
conhecido como tensão de ruptura inversa ou tensão inversa de pico máximo (Vrrm). Se
a tensão da fonte VCC superar este valor máximo, a resistência da junção cai
bruscamente e a corrente sobe a níveis insuportáveis pela junção, vindo a destrui-la.
junção PN poderá suportar. Este valor é expresso por Ifmax (corrente direta máxima) no
DIODO RETIFICADOR
- Simbologia.
A simbologia do diodo retificador lembra uma seta, que indica o sentido de fluxo
de corrente que circula do lado P para o lado N.
Abaixo são mostradas a junção PN, o símbolo elétrico e um diodo retificador,
respectivamente.
- Polarização do diodo.
O gráfico a seguir mostra a curva para um diodo retificador de silício. O que
vemos neste gráfico?
- Polarização direta:
- Polarização inversa:
Como pode ser observado, o diodo retificador pode ser considerado como uma
chave automática, a qual está fechada (ligada) quando o material P (anodo) possui um
potencial elétrico de aproximadamente 0,6 V maior que o do material N (catodo), e caso
contrário, a chave está aberta (desligada).
Deve ser ressaltado que, para o diodo retificador conduzir não é obrigado que
haja potencial positivo no anodo e negativo no catodo. Ambos eletrodos podem ser
positivos ou ambos podem ser negativos. Observe os exemplos a seguir, onde diodos
retificadores de silício são utilizados.
QUESTÕES:
A K
Da mesma forma que os demais diodos, os LEDs devem ser alimentados sempre
através de uma resistência em série, para evitar avalanche térmica. Quando conduzindo,
a queda de tensão sobre eles fica entre 1,5 e 3,5 V, de acordo com o material e a
corrente utilizada, podendo chegar a 12 V em alguns modelos. Atualmente, os LEDs
são feitos para trabalhar com correntes entre 10 e 75 mA.
DIODO ZENER
A K
tensão de joelho
REGIÃO DE TRABALHO
Desde que essa potência calculada não seja ultrapassada, o diodo zener pode
operar dentro da região de ruptura sem ser destruído.
Isto significa que, existindo uma resistência limitadora de corrente para manter a
corrente de zener abaixo de 80,6 mA, o diodo Zener pode operar dentro da região de
ruptura sem se danificar.
Exemplo:
Dimensionamento de RS, objetivando o projeto de um circuito estabilizador
utilizando um diodo Zener de 6,2 V – 1 W, alimentado com 10 V ± 10 %, tendo como
carga um resistor de 180 Ω.
.
RS
RL
- Dimensionamento de RS:
V Emáx − VZ 11 − 6,2
RS min = = = 29,76Ω
I Zmáx 161,3 × 10 −3
VE min − VZ 9 − 6,2
RSmáx = = = 173,6Ω
I Z min 16,13 × 10 −3
VE min = RS × (I Z min + I L ) + VZ
VEmáx = RS × (I Zmáx + I L ) + VZ
( )
V Emáx = 33 × 161,3 × 10 −3 + 34,44 × 10 −3 + 6,2 = 12,66V
QUESTÕES:
2.2 - TRANSFORMADORES
componente símbolo
- Formas de onda:
- Funcionamento:
Para analisar o funcionamento do retificador de meia onda, será tomada por
base a tensão alternada existente no secundário do transformador (VS).
Semiciclo positivo:
Durante a ocorrência deste semiciclo, a polaridade existente no secundário do
transformador polariza diretamente o diodo, fazendo com que ele se comporte como
uma “chave fechada”. Com isto, praticamente todo este semiciclo é transferido para os
terminais da carga (RL), com exceção da pequena queda de tensão sobre o diodo,
determinada por sua barreira de potencial.
Percebe-se também, neste semiciclo, a existência de um fluxo de corrente de
amplitude variável (If), percorrendo o circuito conforme a trajetória e o sentido
indicados no diagrama esquemático.
Semiciclo negativo:
Durante a ocorrência deste semiciclo, a polaridade existente no secundário do
transformador polariza inversamente o diodo, fazendo com que ele se comporte como
uma “chave aberta”. Com isto, este semiciclo não será transferido para os terminais da
carga (RL). Percebe-se, então, que não existe circulação de corrente e, portanto, a queda
de tensão sobre a carga (VRL) é zero. Assim, a carga transfere para os terminais do
diodo toda tensão do secundário do transformador.
Se medirmos a tensão na carga (VRL) com um voltímetro CC, ele indicará o
valor médio, ou seja:
VRL = 0,318 × VPICO
Se, por exemplo, tivéssemos no secundário do transformador um VPICO = 12 V,
logo a tensão na carga seria a seguinte:
VRL = 0,318 × 12 = 3,82V
π
V PICO = V MÉDIO ×
2
Preste atenção com qual tensão você está trabalhando, pois para o cálculo de
VRL sempre será utilizada a tensão de pico.
- Formas de onda:
- Funcionamento:
Na figura anterior, vemos um retificador de onda completa em ponte. Usando
quatro diodos em vez de dois, eliminamos a necessidade de uma tomada central
aterrada. Com isso, temos a vantagem de que a tensão retificada na carga é o dobro
daquela que teria o retificador de onda completa com tomada central.
Durante o semiciclo positivo da tensão da rede, os diodos D1 e D3 conduzem,
produzindo um semiciclo positivo no resistor de carga. Durante o semiciclo negativo da
tensão da rede, os diodos D2 e D4 conduzem, produzindo outro semiciclo positivo no
resistor de carga. O resultado é um sinal de onda completa no resistor de carga.
É importante ressaltar que os cálculos até aqui feitos, consideram um caso ideal,
ou seja, a queda de tensão sobre os diodos (VB ou potencial de barreira) foi desprezada.
Para o caso real, teremos os seguintes valores de tensão média de carga para os
tipos de retificadores apresentados anteriormente.
QUESTÕES:
O valor de pico a pico do ripple (Vr ) pode ser calculado pela equação abaixo:
Vmf
Vr =
f × RL × C
onde:
π
portanto, Vmf pode ser obtido por VPICO = VEFICAZ × 2 ou V PICO = V MÉDIO ×
2
f – frequência de ondulação (meia onda: 60 Hz, onda completa: 120 Hz)
RL – resistência de carga
C – capacitância do capacitor de filtro
Exemplo:
Determine o valor do capacitor de um filtro necessário para produzir um ripple
de 0,2 Vpp, numa fonte de alimentação com retificação de onda completa, a qual fornece
uma tensão média de 24 V a uma carga de 1 kΩ.
1 – IN
2 – GND
3 – OUT
esquema abaixo. A tensão AC da rede (20 Vrms) é reduzida para 18 Vrms, em cada
1 – GND
2 – IN
3 – OUT
Nas duas famílias de reguladores fixos, podemos obter uma tensão de saída maior
do que a especificada, usando alguns artifícios, tais como, colocar um diodo zener entre
o terminal comum do CI e a massa. Como resultado, a tensão total de saída será igual à
soma da tensão nominal com a tensão do zener. Há, porém, o inconveniente que o CI
deixa de ser protegido contra curto-circuitos. Observe o exemplo abaixo:
220µF 220nF
3V1
1 – AJUSTE
2 – OUT
3 – IN
R
VOUT = 1,25 × 1 + 2
R1
tensão de referência, a qual está sobre o resistor R1, gerando uma corrente elétrica
constante em direção ao resistor de ajuste R2. Sendo a corrente interna do CI que flui do
pino de ajuste muito baixa, a corrente que circula por R2 é praticamente devido à
corrente gerada por R1. Assim, a corrente é desprezada para o cálculo da tensão de
saída, conforme a equação apresentada anteriormente.
QUESTÕES:
VPICO=13,8 V e Vr=2,5 V.
11- Qual a máxima tensão de saída que obteremos ao ser usado um regulador
LM317, sendo R2=22 kΩ e R1=4,7 kΩ?
12- Calcule R1 para um regulador ajustável com LM317, sendo R2=15 kΩ e
VOUTmax=6,5 V.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS: